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Unidade 2 atletismo

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EA
D
As Corridas e a Marcha 
Atlética
2
1. OBJETIVOS
• Compreender e classificar as corridas.
• Reconhecer as fases da corrida e compreender a biome-
cânica das mesmas.
• Entender e relacionar as diferentes corridas e seu local de 
disputa.
• Compreender a Marcha Atlética.
• Compreender e reconhecer as corridas como manifesta-
ção natural dos movimentos do ser humano.
2. CONTEÚDOS
• Descrição geral das corridas.
• Biomecânica das corridas.
• Classificação das corridas.
© Atletismo48
• Corridas de revezamento.
• Steeple Chase.
• Cross Country.
• Marcha Atlética.
3. ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE 
Antes de iniciar o estudo desta unidade, é importante que 
você leia as orientações a seguir:
1) Para um melhor aproveitamento do estudo da unidade, 
é interessante que o aluno realize uma leitura preliminar 
de modo a identificar termos e palavras desconhecidos 
e, caso seja necessário, recorra a um dicionário em bus-
ca do entendimento.
2) Busque entendimento nos termos explicitados no Glos-
sário e busque relacioná-los ao Esquema de Conceitos-
-chave.
3) Busque ampliar e aprofundar seus conhecimentos teó-
ricos buscando ler os livros da bibliografia indicada. Dis-
cuta com seus colegas e tutor seus achados e entendi-
mentos.
4) Realize as atividades propostas e atente para as suges-
tões e curiosidades apresentadas. Isto pode ser de gran-
de valia para seu conhecimento.
4. INTRODUÇÃO À UNIDADE
Iniciaremos agora o estudo das provas de Atletismo. Dare-
mos início a este estudo apresentando, nesta unidade, as provas 
de corrida e a Marcha Atlética.
Dentre as provas de corrida temos as provas de pista, que 
são entendidas como as provas efetivamente realizadas na pista 
(raias). Há também as provas de rua, como a maratona, e as provas 
disputadas no campo (Cross-Country) e em montanhas.
49
Claretiano - Centro Universitário
© U2 - As Corridas e a Marcha Atlética
Neste primeiro momento, faremos uma descrição geral da 
corrida, estudando suas fases e biomecânica. A seguir, apresen-
taremos a classificação das corridas e iniciaremos um estudo um 
pouco mais detalhado acerca das mesmas. Iniciaremos o estudo 
das provas com as provas rasas de velocidade, meio-fundo e fun-
do. A partir de então, estudaremos as Corridas com Barreiras, as 
Corridas de Revezamento, Steeplechase (3.000m com obstáculos), 
Cross-Country e, por fim, a Marcha Atlética.
Devemos ter em mente que a corrida se apresenta como 
uma manifestação natural dos movimentos do ser humano, tal 
como o andar, e é empregada desde a era paleolítica. Como vimos 
anteriormente, os homens da era paleolítica se valiam da corrida, 
por exemplo, na busca por alimentos ou então para fugir de um 
possível predador.
A corrida, tal como o andar então, é a manifestação natural 
dos movimentos do ser humano quando este pretende se deslocar 
ou seja, ir de um ponto a outro. No entanto, a diferença entre o 
andar e o correr é que este é realizado em maior velocidade, apre-
sentando a fase aérea, que se dá em decorrência da sucessão de 
saltos que estão presentes na mesma.
5. DESCRIÇÃO GERAL DAS CORRIDAS
Para que melhor possamos compreender a corrida, devemos 
entender que a mesma apresenta 4 fases distintas.
Fase de contato
O contato do corredor com o solo é realizado com o terço 
anterior do pé (antepé, metatarsos). Nessa fase, a perna busca o 
contato com o solo de uma forma natural, ocorrendo a semiflexão 
dos joelhos, como você pode ver na Figura 1.
© Atletismo50
 Fonte: Camargo e Silva (1978, p. 35).
Figura 1 Contato.
Fase de apoio
O apoio é iniciado tão logo ocorra a tomada do contato com 
o solo, sendo realizado com o terço anterior do pé, como observa-
do na Figura 2. Ocorrerão variações na forma de contato, especial-
mente com a amplitude da região que apoia (toca) o solo durante 
esta fase e dependendo da velocidade da corrida desenvolvida.
 Fonte: Camargo e Silva (1978, p. 36).
Figura 2 Apoio.
Fase de impulsão
A impulsão se dá em decorrência da extensão do pé (tornozelo) 
e do joelho da perna de apoio. Esta ação impulsiona o corredor para 
51
Claretiano - Centro Universitário
© U2 - As Corridas e a Marcha Atlética
frente e para cima. Veja, na Figura 3, que este impulso é auxiliado pela 
ação da perna livre e dos braços. É nesta fase que se dá a aceleração.
 Fonte: Camargo e Silva (1978, p. 37).
Figura 3 Impulsão.
Fase de suspensão (fase aérea)
A fase de suspensão, ou simplesmente fase aérea, tem seu 
início tão logo o corredor perde o contato com o solo em decor-
rência da impulsão, como observado na Figura 4. Neste momento 
ocorre a elevação e queda do centro de gravidade, ou seja, ele des-
creve uma parábola em decorrência do "salto", ocorrendo, tam-
bém uma desaceleração.
 Fonte: Camargo e Silva (1978, p. 38).
Figura 4 Suspensão.
© Atletismo52
De um modo geral, a Biomecânica das corridas se apresenta 
de modo similar, ou seja, o padrão de movimentos é semelhante, 
ocorrendo pequenas variações dependendo da velocidade a ser 
desenvolvida. Grosso modo, pode-se detalhar a Biomecânica da 
corrida como segue: 
1) tronco: de um modo geral, deve ser mantido ereto, em 
uma posição confortável. Dependendo da velocidade da 
corrida, como citado anteriormente, pequenas varia-
ções no seu posicionamento ocorrerão;
2) braços: independente da velocidade empregada, sua 
movimentação deverá ser realizada no sentido antero-
posterior, com flexão do cotovelo de modo que braço e 
antebraço formem um ângulo aproximado de 90 graus. 
De acordo com a velocidade, a amplitude da movimen-
tação e do ângulo de flexão do cotovelo apresentará pe-
quenas variações. A movimentação dos braços é impor-
tante para o auxílio do equilíbrio do corredor;
3) apoio dos pés: como apresentado anteriormente nas fa-
ses da corrida, o apoio é realizado com o terço anterior 
do pé (antepé; metatarsos), com o centro de gravidade 
sendo colocado sempre à frente do pé. Dependendo da 
velocidade empregada na corrida, a área de apoio será 
menor ou maior e, assim, o calcanhar estará mais afasta-
do ou mais próximo do solo;
4) olhar: colocando a cabeça em uma posição de equilí-
brio, o mesmo deve estar sempre voltado para frente, 
evitando olhares para os lados ou para trás, o que pode 
acarretar prejuízos tanto para a velocidade quanto para 
a direção da corrida;
5) grupos musculares: os músculos dos membros inferio-
res são aqueles que atuam com maior intensidade. No 
entanto, temos também a atuação dos músculos dos 
membros superiores e do tronco. Aqueles que não atu-
am diretamente nos movimentos da corrida, por exem-
plo, da bochecha, devem permanecer descontraídos.
53
Claretiano - Centro Universitário
© U2 - As Corridas e a Marcha Atlética
6. CLASSIFICAÇÃO DAS CORRIDAS
De acordo com o percurso a ser percorrido e, por consequ-
ência, sua duração, as corridas podem ser classificadas em:
• Corridas de Velocidade;
• Corridas de Meio-Fundo;
• Corridas de Fundo.
As corridas também podem ser classificadas como rasas ou 
não. As corridas rasas são aquelas em que os atletas não devem 
ultrapassar nenhum obstáculo ou não portam nenhum tipo de im-
plemento.
As Corridas de Velocidade são aquelas realizadas em "raias 
marcadas", ou seja, são provas balizadas ou raiadas. Isso significa 
que elas devem ser iniciadas e terminadas na mesma baliza ou 
raia. O atleta deve iniciar a prova e permanecer durante todo o seu 
percurso em sua raia.
São provas de velocidade as corridas de 100m, 200m e 400m 
rasos; as provas de revezamento 4x100m e 4x400m que, em de-
corrência do transporte do bastão, deixam de serem consideradas 
corridas rasas, e as Corridas com Barreiras (100m; 110m e 400m) 
que, em decorrência da existência das barreiras, também não são 
consideradas como provas rasas.
As provas de 800me 1.500m rasos são consideradas provas 
de meio-fundo.
São consideradas Corridas de Fundo todas as provas iguais 
ou acima da marca de 3.000m. Neste rol podemos citar como 
exemplo os 5.000m, 10.000m, a maratona, a ultramaratona etc.
Estudadas a descrição geral das corridas, sua biomecânica e 
classificação, estamos prontos para iniciarmos o estudo um pouco 
mais aprofundado das mesmas.
© Atletismo54
Mais uma vez, voltamos a salientar que as regras aqui abor-
dadas são gerais para o desenvolvimento da prova. Sugerimos que 
para um entendimento pormenorizado das competições, em de-
corrência da especialização do treinamento, objetivando a parti-
cipação em competições, você deverá fazer uso do livro de regras 
do Atletismo.
7. CORRIDAS DE VELOCIDADE
Como vimos anteriormente, as provas de velocidade são as 
de 100m, 200m, 400m rasos, as provas de revezamento e as Corri-
das com Barreiras. E, embora entendamos que as provas de reve-
zamento e as Corridas com Barreiras sejam também classificadas 
como Corridas de Velocidade, nesse primeiro momento iremos 
abordar somente as provas de 100m, 200m e 400m, ou seja, as 
corridas rasas. Isso se dá porque as Corridas de Revezamento e 
com barreiras apresentam algumas peculiaridades e serão abor-
dadas em separado.
Dentre as provas de corrida, a de 100m é aquela de maior 
velocidade e consagrada, também, como a de maior emoção. Aqui 
temos a consagração dos indivíduos, homens e mulheres, mais 
rápidos do planeta. Nesta prova, a velocidade pode chegar a 44 
km/h (12,22 metros por segundo).
Disputada inicialmente em pistas de grama ou "cinzas" de 
carvão com uma distância de 91,44m (100 jardas) e corrida em 
linha reta, está presente desde a primeira edição dos Jogos Olím-
picos da Era Moderna, representa a mais pura expressão da velo-
cidade humana, tendo como primeiro medalhista olímpico o esta-
dunidense Thomas Burke que marcou o tempo de 11,8s. Segundo 
a CBAt (Confederação Brasileira de Atletismo), William McLaren 
da Inglaterra havia cumprido esta mesma distância em apenas 
11s. Hoje o recorde olímpico pertence ao jamaicano Usain Bolt, 
com o tempo de 9,69s, obtido nos Jogos Olímpicos de Pequim, em 
2008. A velocidade máxima alcançada pelo atleta foi de 43,9 km/h. 
55
Claretiano - Centro Universitário
© U2 - As Corridas e a Marcha Atlética
Percorrendo os primeiros 50 m da prova (0 – 50m), em 5,6s, Bolt 
apresentou a mesma performance obtida em testes pelo Vectra 
2.0 com câmbio automático Este mesmo atleta é o detentor do 
recorde mundial (9,58s), obtido em 2009.
Donald Lippincott, em 1912, foi o primeiro a ter seu tempo 
registrado e vê-lo a entrar para as estatísticas da IAAF, criada no 
mesmo ano. Seu tempo foi de 10,6s. No Brasil, o primeiro recorde 
reconhecido pela CBAt foi de 10,8s, de Gil de Souza, em 1925.
De acordo com a IAAF, antes de 1887, os corredores larga-
vam em pé, quando Charles H. Sherrill fez pequenos buracos na 
pista para colocar seus pés e iniciava a corrida agachado, utilizada 
até hoje, porém, com variações. Não mais se utilizam buracos na 
pista e sim blocos de partida para o apoio dos pés. 
Os 200m eram corridos em linha reta nos Estados Unidos 
até aproximadamente 1960. Esta é talvez a mais antiga das provas, 
pois se parece com o stadion praticado na Antiguidade. Presente 
nos jogos olímpicos da modernidade desde 1900, teve um grande 
domínio dos estadunidenses. O primeiro atleta olímpico a ter sua 
vitória documentada foi, como já mencionado, Korebus de Elis e, 
desse modo, este foi então o primeiro vencedor desta prova.
De acordo com a CBAt, os 400 m é uma prova, tal qual os 
200m, presente nas Olímpiadas da Antiguidade. Na ocasião, cha-
mada de duplo stadion ou diaulus. O primeiro recorde registrado 
para esta prova é o do inglês Henry Harrison que, em 1861, mar-
cou o tempo de 50,5s para a distância de 440 jardas (402,33m). Já 
a IAAF registrou o primeiro recorde em 1912, cujo tempo de 48,2s 
foi obtido pelo estadunidense Charles Reidpath.
O britânico Eric Liddell teve sua trajetória retratada reforçando a 
lenda britânica nessa modalidade. O filme Carruagens de Fogo 
(Charriots of Fire) foi premiado com o Oscar de melhor filme em 
1981. Em Paris, 1924, Eric disputaria a prova dos 100m, porém 
por questões religiosas abdicou da disputa e competiu, então, nos 
200m e 400m conseguindo o terceiro lugar e o recorde olímpico 
respectivamente.
© Atletismo56
É importante lembrar que as corridas de 100m são feitas em 
linha reta, enquanto as de 200m representam meia volta em uma 
pista de Atletismo. Assim sendo, o trecho percorrido apresenta 
uma curva e uma reta, e as de 400m correspondem a uma volta 
completa na pista. Isso significa que os mesmos percorrem duas 
curvas e duas retas.
Os atletas da prova de 100m largam um ao lado do outro em 
decorrência do percurso todo ser disputado em linha reta. As par-
tidas das provas de 200 e 400m são realizadas em curva e os atle-
tas destas provas têm suas saídas escalonadas, ou seja, os mesmos 
são posicionados de forma que, por percorrerem uma ou duas 
curvas, 200m e 400 m respectivamente, os mesmos percorram a 
mesma distância independente da raia (baliza) em que estiverem 
posicionados. Esse ajuste no posicionamento dos atletas de forma 
escalonada, apesar de transmitir a impressão de favorecimento 
àqueles atletas que estão à frente é realizado em decorrência do 
raio da curva, o que poderia fazer com que o atleta da raia externa 
tenha que percorrer uma distância maior até a chegada caso os 
mesmos fossem posicionados lado a lado.
Biomecânica das Corridas de Velocidade
1) O tronco: com uma grande inclinação nas passadas ini-
ciais, ele aproxima-se da vertical ao atingir a velocidade 
máxima. A inclinação ideal é de aproximadamente 75°.
2) A movimentação e o posicionamento dos braços: o co-
tovelo deve estar flexionado de modo que braço e ante-
braço formem um ângulo aproximado de 90°, e seu mo-
vimento deve ser realizado no sentido anteroposterior, 
auxiliando no controle do equilíbrio do corredor.
3) O apoio dos pés: o apoio deve ser realizado com o ter-
ço anterior do pé (antepé; metatarsos), com o centro de 
gravidade sendo colocado sempre à frente do pé.
4) O olhar: direcionado sempre para frente, mantendo a 
cabeça em uma posição de equilíbrio. Nas Corridas de 
57
Claretiano - Centro Universitário
© U2 - As Corridas e a Marcha Atlética
Velocidade, olhares para trás ou para os lados podem 
prejudicar a velocidade e a direção da corrida.
5) Os grupos musculares: semelhante ao apresentado 
anteriormente, os músculos que atuam com maior in-
tensidade são os dos membros inferiores. Há também 
a atuação dos músculos dos membros superiores e do 
tronco, devendo haver descontração dos músculos não 
envolvidos nos movimentos necessários à corrida.
Nas corridas podemos observar algumas fases. Em especial 
nas provas de 100m e 200m, temos estas etapas bem definidas: a 
saída, o trecho inicial, o percurso e o trecho final.
A saída corresponde à partida (0,00 metros) e o trecho inicial 
refere-se à fase de aceleração que, nos caso das provas de 100m 
e 200m, correspondem a 30 – 50m e 30 – 60m respectivamente. 
Esse é o momento em que o atleta busca desenvolver e alcançar a 
sua maior velocidade. O percurso corresponde à manutenção da 
aceleração e compreende os espaços entre 30/50m a 70/90m e 
30/60m a 160/180m para a prova dos 100m e 200m rasos. Uma 
vez que os atletas alcançaram sua maior velocidade, é nesse perí-
odo que os mesmos tentarão mantê-la. O trecho final compreende 
os últimos metros da corrida e está associado a um decréscimo 
na velocidade (desaceleração). É importante ressaltar que, atual-
mente, tem sido solicitado aos atletas buscarem a manutenção da 
velocidade até a ultrapassagem da linha de chegada.
Saída e chegada nas provas de velocidade
Nasprovas de velocidade, o tipo de saída utilizado é deno-
minado de saída baixa, como o da Figura 5, sendo obrigatória a 
utilização do bloco de partida (ou bloco de saída).
São 3 os tipos de saída baixa:
• curta; grupada ou americana;
• média;
• longa ou americana longa.
© Atletismo58
Fonte: Barros e Dezem (1990, p. 29).
Figura 5 Suspensão.
O bloco de partida da Figura 6 é um equipamento que auxilia 
o corredor durante a partida, oferecendo apoio a este. Dependen-
do do tipo de saída utilizado, seus apoios para os pés (tacos) são 
ajustados.
Figura 6 Bloco de partida.
Na saída curta, os pés estão afastados um do outro por uma 
distância de 20 a 24 cm. Essa distância aumenta para 35 a 40cm e 
45 a 50cm para a saída média e longa respectivamente. Não deve-
mos nos esquecer do fator adaptação. Uma forma prática para o 
posicionamento do bloco de partida, uma vez que este sofre influ-
ência da adaptação, seria posicionar os tacos de partida a dois e 
três pés atrás da linha de partida respectivamente.
Ao se posicionarem no bloco de partida, os atletas colocam 
no taco da frente sua perna de impulso, pois este será o primeiro 
apoio do corredor e, assim, o atleta se beneficiará de uma maior 
"explosão". Uma vez posicionados no bloco de partida, os atletas 
devem posicionar suas mãos atrás da linha de partida.
59
Claretiano - Centro Universitário
© U2 - As Corridas e a Marcha Atlética
A chegada
Para a chegada o atleta deverá estar mais ou menos inclina-
do, variando esta postura, é claro, em decorrência das condições 
da prova (velocidade, distância percorrida etc.).
O regulamento para as corridas, de uma forma geral, prevê 
que seja considerado o posicionamento do tronco para a definição 
da chegada (colocação/ordem de chegada). Das formas de chega-
da mais utilizadas, temos a chegada com inclinação do tronco à 
frente, com a inclinação do tronco à frente e lançamento dos bra-
ços para trás, e inclinação do tronco para frente com sua rotação. 
Veja exemplos na Figura 7.
Fonte: Barros e Dezem (1990, p. 33).
Figura 7 Chegada.
Vozes de comando para as provas de velocidade
As vozes de comando são, como o próprio nome diz, os co-
mandos dados aos atletas para que estes se posicionem, se prepa-
rem e iniciem sua corrida.
São elas:
© Atletismo60
• às suas marcas ou lugares: os atletas devem se aproximar 
e se posicionar em seus respectivos blocos de partida;
• prontos: os atletas devem se preparar para o início da 
corrida. Nesse momento ocorre a elevação do quadril (os 
atletas "perdem um dos cinco apoios") e ocorre um dese-
quilíbrio para frente;
• tiro: os atletas iniciam a corrida propriamente dita.
8. CORRIDAS DE MEIO-FUNDO
As provas de 800m e 1.500m são consideradas provas de 
meio-fundo.
Apesar de conhecida na Antiguidade, pois faziam parte dos 
Jogos Istmios, Nemeus e Panatenáicos, a corrida de 800m não fa-
zia parte da programação olímpica. Era conhecida como "Hippios", 
uma vez que sua distância era aparentemente correspondente à 
distância aproximada da corrida de cavalos (740m), vindo daí sua 
denominação.
Esta é uma prova que demanda velocidade e resistência 
de velocidade. Com distância de aproximadamente meia milha 
(804,67m), foi corrida pela primeira vez por profissionais na In-
glaterra por volta de 1830. Fazendo parte do programa olímpico 
desde 1896 para homens, a mesma passou a ter disputas femi-
ninas em 1928. Porém, em decorrência da falta de treinamento 
específico para a prova, muitas das atletas desmaiavam tão logo 
cruzavam a linha de chegada. Assim, apresentando-se como uma 
experiência traumática, a mesma foi retirada do programa olímpi-
co e só retornou em nos Jogos de Roma em 1960.
A prova de 1500m originou-se no continente europeu em 
pistas de 500m, e tornou-se um evento clássico de meia distância. 
Nos primeiros Jogos Olímpicos da modernidade, muitos dos cor-
redores de 1.500m também participaram da prova de 5.000m. O 
61
Claretiano - Centro Universitário
© U2 - As Corridas e a Marcha Atlética
finlandês Paavo Nurmi tornou-se campeão olímpico, em 1924, dos 
dois eventos, tendo um espaço de 50 minutos entre eles.
Biomecânica das Corridas de Meio-fundo
1) O tronco: a inclinação do tronco, nas provas de meio-
-fundo, é menos acentuada do que nas provas de veloci-
dade. Isso se dá em decorrência da velocidade desenvol-
vida, que é menor naquela prova.
2) A movimentação e o posicionamento dos braços: com 
um ângulo formado entre o braço e antebraço inferior a 
90°, sua movimentação deve, também, ser realizada no 
sentido da corrida, ou seja, no sentido anteroposterior, 
auxiliando, desse modo, o equilíbrio do corredor. Seus 
ombros estarão mais baixos comparados à prova de ve-
locidade.
3) O apoio dos pés: semelhante às provas de velocidade, o 
mesmo deve ser realizado com o terço anterior dos pés, 
com o centro de gravidade sempre a frente do pé dian-
teiro. O calcanhar do pé de apoio estará mais próximo 
ao solo e o calcanhar da perna livre estará também mais 
baixo quando estes são comparados às suas posições 
nas provas de velocidade.
4) O olhar: semelhante às provas de velocidade, o mesmo 
deve ser sempre voltado para frente, com a cabeça em 
uma posição de equilíbrio. Nessas provas, dependendo 
da condição que se apresente, podem ocorrer olhares 
laterais ou para trás. Cuidado deve ser tomado para que 
os mesmos não ocorram em demasia, prejudicando, as-
sim, o desenvolvimento da corrida.
5) Os grupos musculares: semelhante ao descrito nas situ-
ações anteriores.
Saída e chegada nas provas de meio-fundo
Diferentemente das provas de velocidade, a saída utilizada 
nas provas de meio-fundo é a saída alta. Nesse tipo de saída os 
atletas saem em pé.
© Atletismo62
A chegada é realizada de modo semelhante ao das provas de 
velocidade, com variações ocorrendo conforme as circunstâncias 
da prova.
Vozes de comando para as provas de meio-fundo
As vozes de comando e suas ações para as provas de meio-
-fundo são:
• às suas marcas ou lugares: os concorrentes se aproximam 
da linha de saída;
• tiro: os atletas iniciam a corrida.
9. CORRIDAS DE FUNDO
São consideradas Corridas de Fundo todas as provas iguais 
ou acima da marca de 3.000m. Estas provas guardam grande se-
melhança com corridas praticadas por mensageiros de guerra na 
Antiguidade, quando estes deviam percorrer grandes distâncias 
para levar mensagens à tropa ou ao comandante.
Como citado anteriormente, a origem ou a inspiração para 
a criação da maratona se dá em decorrência de um fato, embora 
careça de comprovação histórica, datado de 490 a.C. na batalha de 
Maratona.
Em decorrência do avanço das tropas persas com facilidade, 
comandantes do exército grego enviavam corredores em busca de 
apoio para a guerra, fato este que surtiu efeito. A ajuda foi enviada e 
os gregos venceram a batalha. Com o intuito de informar Atenas da 
vitória, o comandante Milcíades envia, partindo da cidade de Ma-
ratona até Atenas, um de seus soldados, Pheidippides, que deu sua 
vida por essa informação. Conta-se que, após percorrer distância 
pouco superior a 40km e chegar a seu destino, o mesmo foi capaz 
somente de comunicar a vitória para em seguida morrer. Como uma 
lenda que atravessa gerações, esta história motivou e fortaleceu a 
presença da maratona em competições ao redor do mundo.
63
Claretiano - Centro Universitário
© U2 - As Corridas e a Marcha Atlética
Embora, ao estudarmos as diferentes provas de fundo de 
modo isolado, possamos verificar que, em alguns momentos, es-
tas têm sido apresentadas, de um modo geral, como criações re-
lativamente recentes, é possível também encontrar referências de 
que as mesmas podem ter sua origem remontada a mais tempo. 
De acordo com a história apresentada no site da CBAt, por exem-
plo, os 5.000m tem sua origem tambémna Antiguidade. A primei-
ra referência a essa prova remete a 15ª Olímpiada (720 a.C.) e se 
chamava "dolichos" tendo como inspiração as proezas dos men-
sageiros militares Dromokerykes ou Hemerodromoi, encarregados 
de levar mensagens e instruções por grandes distâncias, em espe-
cial, em períodos de guerra. Esta "discrepância" pode se dar em 
decorrência do número de provas classificadas como Corridas de 
Fundo e isso pode, então, representar somente uma variação geral 
da análise em conjunta das mesmas.
Essas corridas, de acordo com Vieira e Freitas (2007), são 
verdadeiras provas de fogo em que o atleta deve colocar em prati-
ca alguns recursos como resistência, força e estratégia.
Atletas como Hannes Kolehmainen, Paavo Nurmi, Emil Zá-
topek, Kenenisa Bekele, Haile Gebrselassie, Paul Tergat e Paula 
Radcliffe são alguns dos nomes que ficaram marcados na história 
das provas de fundo. Mais recentemente, um brasileiro também 
ficou marcado para a história das provas de fundo em Jogos Olím-
picos. Apesar de não ter conseguido o campeonato olímpico, pois 
fora atrapalhado durante o percurso e, assim, teve seu desempenho 
prejudicado, terminando na terceira posição, o brasileiro Vanderlei 
Cordeiro de Lima foi agraciado com a medalha Pierre de Coubertin.
A mais conhecida das provas de fundo ou, no mínimo, das 
corridas de rua, a maratona é uma invenção de um amigo de Pierre 
de Coubertin, Michel Bréal, que propôs uma adaptação da lenda 
do mensageiro Pheidippides, fazendo parte do programa olímpi-
co desde 1896, tendo seu percurso seguido a rota de Maratona a 
Atenas, percorrido por Pheidippides, tendo este recebido diversas 
homenagens. 
© Atletismo64
Entre 1896 e 1904, a distância da maratona girou em torno 
dos 40km, tendo sido estabelecida a distância de 42,195km em 
1908 e permanecendo assim desde então.
Situações das mais curiosas envolveram esta prova duran-
te competições olímpicas. De atletas que competiram descalços e 
ganharam a prova, passamos por atletas que competiram durante 
a noite, pegaram carona em carro, caíram pelo meio do caminho, 
foram agredidos (VIEIRA; FREITAS, 2007), até atletas que injetaram 
sulfato de estricnina, de acordo com o site da IAAF. 
O Brasil teve um recordista mundial da maratona. Ronal-
do da Costa, em Berlim no ano de 1998 registrou o tempo de 
2h06min05s. Ele ainda teve fôlego para das cambalhotas ao fim 
da prova.
Biomecânica das Corridas de Fundo
1) O tronco: a inclinação do tronco, nas provas de fundo, é 
menos acentuada do que nas provas de velocidade e de 
meio-fundo, uma vez que a velocidade desenvolvida é 
menor nessa prova.
2) A movimentação e o posicionamento dos braços: com 
pequena angulação entre braço e antebraço e reduzida 
amplitude de movimentação, esta deve, também, ser re-
alizada no sentido da corrida, ou seja, no sentido antero-
posterior, auxiliando, desse modo, o equilíbrio do corre-
dor. Há uma maior descontração muscular, comparado 
às provas de velocidade e meio-fundo.
3) O apoio dos pés: semelhante às provas de velocidade e 
de meio-fundo, o mesmo deve ser realizado com o terço 
anterior dos pés, com o centro de gravidade sempre à 
frente do pé dianteiro. O calcanhar do pé de apoio esta-
rá mais próximo ao solo e ocorrerá, desse modo, o con-
tato total da planta do pé com o solo, caracterizando a 
chamada Fase de Descanso. O calcanhar da perna livre 
estará também mais baixo quando estes são compara-
dos às provas de velocidade. Ele estará em altura próxi-
ma à do joelho da perna de apoio;.
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© U2 - As Corridas e a Marcha Atlética
4) O olhar: como nas provas anteriores, deve estar sempre 
dirigido para frente, com a cabeça em uma posição de 
equilíbrio. Os olhares para os lados e para trás podem 
ocorrer, em especial na maratona. Os cuidados a serem 
tomados são os mesmos citados para as provas de meio-
-fundo.
5) Os grupos musculares: semelhante ao descrito nas situ-
ações anteriores.
Saída e chegada nas provas de fundo
De modo semelhante à saída utilizada nas provas de meio-
-fundo, nas provas de fundo a saída utilizada é a saída alta. 
A chegada é realizada de forma semelhante às formas de 
chegada utilizadas nas provas de velocidade e meio-fundo, com 
variações ocorrendo a depender das circunstâncias da prova.
Vozes de comando
As vozes de comando e suas ações para as provas de fundo 
são semelhantes às vozes de comando para as provas de meio-
-fundo:
• às suas marcas ou lugares: os concorrentes se aproximam 
da linha de saída;
• tiro: os atletas iniciam a corrida.
10. SEQUÊNCIA PEDAGÓGICA (GERAL) PARA AS COR-
RIDAS
Neste tópico, estamos nos referindo a "sequência pedagó-
gica geral", pois entendemos que a mesma pode ser utilizada não 
só para as provas rasas estudadas até aqui, mas também para as 
demais provas de corrida que iremos abordar na sequência de 
nosso estudo. O fato de apresentarmos a mesma aqui e não ao 
fim da unidade se deve ao fato de que, nas demais provas de cor-
© Atletismo66
rida, como as Corridas com Barreiras e Corridas de Revezamento, 
iremos também apresentar uma sequência pedagógica um pouco 
mais específica para a prova.
A sequência pedagógica corresponde a ações utilizadas de 
modo ordenado e coerente, representando um encadeamento su-
cessivo de processos com um objetivo dado. Em se tratando do 
ensino/aprendizagem/treinamento no Atletismo, uma sequência 
pedagógica refere-se a uma sequência de processos (atividades) 
que deve ser desenvolvida obedecendo a uma sequência lógica e 
coerente.
Como exemplo para uma sequência pedagógica geral para 
as corridas, podemos, de acordo com Oliveira, Alves e Barbosa 
(2002), citar:
1) realização de jogos de estafetas;
2) executar corridas curtas, realizando algumas tarefas 
como trocar de lugar com o companheiro;
3) exercícios de coordenação como Dribling, Skiping, An-
fersen e Hopserlauf;
4) realizar a saída variando sua forma (sentado, deitado, 
com estímulo visual, sonoro etc.);
5) praticar várias formas de chegada;
6) realizar a correção dos movimentos;
7) praticar atividades para a melhora da coordenação dos 
movimentos de braços e pernas;
8) atividades que trabalham o ritmo;
9) realizar o treinamento propriamente dito para a prova 
específica.
De acordo com os autores, é importante que você não se 
prenda aos exercícios aqui apresentados. Você pode e deve criar 
novos exercícios.
Este é mais um de nossos objetivos. Esperamos que ao final 
você seja capaz de criar situações de aprendizagem/treinamento 
de forma independente.
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11. RESUMO DOS TÓPICOS REGULAMENTARES
Nesta seção, apresentaremos um resumo geral dos tópicos 
regulamentares. Como dito anteriormente, apresentaremos um 
resumo porque não acreditamos ser este o momento para o es-
tudo aprofundado das regras, situação esta pertinente a cursos de 
formação de árbitros. No entanto, ressaltamos a importância des-
te conhecimento, ao menos básico, para o desenvolvimento ade-
quado da modalidade. Você pode e deve também fazer a utilização 
do Livro de Regras. As regras também podem ser verificadas nos 
sites da IAAF e CBAt.
A seguir, apresentamos um resumo geral das regras do Atle-
tismo. No entanto, na sequência de nossa unidade, apresentare-
mos novos resumos regulamentares que são específicos para as 
Corridas com Barreiras e de revezamento.
As principais regras são as listadas a seguir:
1) Os atletas podem competir descalços ou calçados, seja 
em um ou nos dois pés.
2) Os calçados não podem ser construídos de modo que 
ofereça qualquer vantagem adicional (incorreta, injusta) 
aos atletas.
3) A direção das corridas realizadas em pista deve ser de 
modo que o lado esquerdo do atleta esteja voltado para 
a parte interna da pista (sentidoanti-horário).
4) Em todas as provas corridas em raia marcada (balizadas/
raiadas), os atletas devem permanecer na mesma desde 
a saída até a chegada.
5) Ao abandonar voluntariamente a pista ou a corrida, o 
competidor não mais poderá retornar à prova.
6) Qualquer atleta que empurrar ou obstruir outro atleta, 
impedindo sua progressão, estará sujeito a desqualifica-
ção.
7) Os blocos de partida devem ser utilizados, obrigatoria-
mente, em todas as provas até 400m.
© Atletismo68
8) Exceto nas provas combinadas, qualquer atleta que co-
meter uma saída falsa (largar antes do comando de par-
tida) deverá ser desqualificado.
9) A partida é dada pela detonação de um revólver ou dis-
positivo semelhante (mais utilizado atualmente).
10) A classificação dos atletas será realizada de acordo com 
a ordem que os mesmos ultrapassarem a linha de chega-
da, tendo como referência para este julgamento o tron-
co.
11) As Corridas de Meio-fundo e fundo são corridas em raia 
livre (sem raia marcada), exceto a corrida de 800m que 
é balizada até o fim da primeira curva da primeira volta.
12) Sinal de aviso de início de última volta deve ser dado no 
momento em que o atleta líder da prova dá início a essa 
volta.
13) Nas provas de velocidade, os atletas têm suas saídas es-
calonadas e, nas provas de meio-fundo e fundo, os mes-
mos partem a partir de uma linha traçada em curva. Es-
ses recursos são utilizados para que os atletas percorram 
a mesma distância até a linha de chegada.
Estudamos até este momento a classificação das corridas, a 
descrição geral, a biomecânica, as vozes de comando e apresenta-
mos um resumo das regras. 
É importante salientar que os aspectos técnicos (descrição 
geral, biomecânica e os aspectos regulamentares anteriormente 
descritos) são também aplicados nas Corridas de Revezamento e 
nas Corridas com Barreiras que serão abordadas a seguir. 
Optamos por realizar esta divisão porque acreditamos que 
essa divisão geral e o posterior estudo de aspectos técnicos especí-
ficos de cada uma das provas possam favorecer seu entendimento.
12. CORRIDAS COM BARREIRAS
Esse é um evento moderno (variação da prova de 100 jardas) 
que, de acordo com o site da IAAF, surgiu na Inglaterra, por volta 
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de 1830, quando as barreiras utilizadas eram compostas por toras 
de madeira enterradas no solo. Em 1864 a distância foi alterada 
para 120 jardas (109,72m), corrida com 10 obstáculos. Em 1888, 
os franceses adicionaram 28cm e a prova passou a 110m. 
A técnica utilizada no início era rudimentar, com os atletas 
realizando saltos desajeitados e, em 1895, as barreiras fixas foram 
substituídas por estruturas mais leves. Estas sofreriam alterações 
novamente, em 1935, de modo que a base em "T" passasse a ser 
em "L" de modo que diminua/elimine o risco de lesão do barreiris-
ta ao tomar contato com a barreira.
O primeiro grande barreirista foi Alvin Kraenzlein, dos Esta-
dos Unidos da América, que criou uma nova técnica que, em 1920, 
foi apurada pelo canadense Earl Thomsom, que se tornou o pri-
meiro barreirista a correr abaixo dos 15s. A primeira corrida femi-
nina foi realizada em 1926 e a distância da prova foi de 80m.
Como nas provas rasas de velocidade, nas Corridas com Bar-
reiras a velocidade é um fator de grande importância. No entanto, 
outro fator de grande importância envolvido nesta prova é o equi-
líbrio. É uma prova de corrida com uma grande exigência técnica, 
pois o competidor deve aliar, como dito anteriormente, velocidade 
e equilíbrio, uma vez que, além de correr, o atleta deve ultrapassar 
um total de 10 barreiras.
Nas Corridas com Barreiras o atleta deve saltar sobre elas, de 
modo que ele altere o mínimo possível seu ritmo natural de corri-
da. Na verdade, em virtude da necessidade de que a transposição 
da barreira seja o mais rasante possível, alguns autores, técnicos, 
atletas etc., preferem a utilização da nomenclatura "ultrapassa-
gem" da barreira, pois o termo "salto" poderia significar uma ação 
de impulsão vertical maior por parte do atleta, o que, caso ocorra, 
pode prejudicar a performance do mesmo.
Presente nos Jogos Olímpicos desde 1896 (corrida com 9 bar-
reiras) e 1900, as provas oficiais masculinas são as de 110m e 400m 
respectivamente. Para as mulheres, as distâncias oficiais são 100m 
© Atletismo70
e 400m e estão presentes no programa olímpico desde 1932 e 1984.
Essa prova exige grande preparação técnica e seus especia-
listas, em especial os das provas masculinas, deveriam ser elemen-
tos de boa estatura, velozes, possuidores de boa flexibilidade e rit-
mo.
Tecnicamente, as Corridas com Barreiras são divididas em 
duas fases, que são:
1) A transposição da barreira – esta, por sua vez, é dividida 
em três fases:
a) ataque;
b) transposição;
c) recepção (pode também ser chamada de queda ou 
caída).
2) Corrida entre as barreiras.
As Corridas com Barreiras podem também ser divididas, di-
daticamente, em:
1) saída;
2) ataque à barreira;
3) transposição da barreira;
4) recepção (queda ou caída);
5) passos intermediários;
6) trecho final de corrida;
7) chegada.
100m e 110m com barreiras 
A saída
A saída das provas com barreiras é realizada de modo seme-
lhante ao das provas de velocidade, utilizando os blocos de parti-
da. 
O trecho inicial da corrida deve ser realizado com velocida-
de e com passadas relativamente grandes Da saída até a primeira 
barreira, os atletas podem utilizar de 7 a 8 passos, sendo que os 
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atletas que utilizam 7 passos são aqueles de maior estatura e que, 
em decorrência, apresentam maior amplitude de passada. Em de-
corrência do número ímpar de passos da saída até a barreira, estes 
atletas devem fazer a inversão da perna que é colocada na frente 
no bloco de partida (perna de impulsão), colocando-a no taco de 
trás. Isto se dá devido ao fato de que o ataque à barreira dever ser 
realizado com a perna contrária a perna de impulsão. Caso isso 
ocorra, a primeira passada é realizada com a perna de impulso, 
sendo as seguintes sempre ímpares.
O ataque à barreira
Como citado anteriormente, o ataque à barreira deve ser re-
alizado com a perna contrária à de impulso. Para a realização do 
ataque, a perna deve ser lançada (direcionada) e o joelho proje-
tado para frente, elevando-o e estendendo-o em seguida. Veja na 
Figura 8.
No momento do ataque, ocorrem ligeira inclinação e flexão 
do tronco. Os braços também apresentam movimentos específi-
cos, e estes podem ser realizados da seguinte forma:
• lançamento do braço contrário à perna de ataque em di-
reção ao pé da perna de ataque (direção contrária);
• lançamento dos dois braços à frente.
• uma forma mista em que o braço correspondente à perna 
de ataque não vai totalmente para trás porém, não acom-
panha o movimento completo do braço contrário à perna 
de ataque.
Um erro de iniciantes bastante comum nesta prova é apro-
ximar-se em demasia das barreiras. Ao acontecer isso, prejudica-
-se a transposição da mesma, fazendo surgir um salto para cima, 
quando o ideal seria um ataque (salto) o mais horizontalizado pos-
sível. Bons barreiristas realizam o ataque "de longe" e a distância 
aproximada para tal está entre 6 e 8 pés.
© Atletismo72
Fonte: Barros e Dezem (1990, p. 52).
Figura 8 Ataque à barreira e início da transposição.
A transposição das barreiras
A transposição da primeira barreira é de grande importância, 
uma vez que aqui se inicia uma cadeia de movimentos que irá se 
repetir ao longo da prova, pois o princípio técnico para a transpo-
sição (equilíbrio aéreo, pontos de impulsão e de queda, e a veloci-
dade de passagem) é o mesmo para todas as barreiras.
Durante a transposição dabarreira, a perna de trás (perna 
de impulsão) deve ultrapassar a barreira, sendo puxada para cima 
com um movimento "arredondado" e abrindo-se lateralmente 
(abdução). O joelho deve estar direcionado para frente e a "pon-
ta" do pé deve estar voltada para cima, havendo a necessidade de 
grande mobilidade na articulação do quadril, a fim de que o atleta 
ultrapasse a barreira o mais próximo possível. Ou seja, a transpo-
sição da barreira deve ser o mais rasante possível, tendo a perna 
de impulsão que ultrapassar a barreira aberta e flexionada. É neste 
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momento que aparece a posição que caracteriza o barreirista. Ob-
serve a Figura 9 a seguir.
Fonte: Barros e Dezem (1990, p. 52).
Figura 9 Transposição e queda.
A recepção, caída ou queda
A finalização da transposição da barreira, ou seja, a recep-
ção, dever ser realizada com o abaixamento da perna de ataque. O 
que isso significa? Queremos dizer com isso que a perna de ataque 
deve buscar o solo o mais rápido possível, estando ainda o barrei-
rista com o quadril atrás da barreira. A recepção deve ser realizada 
próxima à barreira (aproximadamente 4 pés). Com um movimento 
arredondado, o joelho da perna de impulso é levado para frente e 
para cima, preparando-se para o primeiro passo após a recepção.
Atenção: a recepção deve ser realizada com o terço anterior 
do pé (semelhante ao contato da corrida com velocidade) de for-
ma breve, devendo o tronco não estar inclinado para trás neste 
momento.
© Atletismo74
Os passos intermediários
A corrida entre as barreiras é chamada de passos intermedi-
ários e estes são em número de 3. Característica marcante desses 
passos é que os mesmos são crescentes e relativamente maiores 
do que os passos apresentados pelos velocistas em se tratando 
de iniciantes. Barreiristas experientes tendem, de modo geral, a 
diminuírem o terceiro passo, para não se aproximarem demasia-
damente da barreira. Essa ação causa o adiantamento do centro 
de gravidade, auxiliando a realização do ataque.
Para auxiliar no processo de aprendizagem, pode-se sugerir 
que o aluno/atleta conte os passos a partir da queda da seguinte 
forma, "queda, um, dois, três e novo ataque".
O trecho final de corrida e a chegada
Após a ultrapassagem da última barreira resta ainda um tre-
cho de corrida a ser realizado, que se assemelha ao final das Corri-
das de Velocidade, o mesmo ocorrendo com a chegada.
400m com barreiras 
Salvo alguns detalhes, o que se aplica as provas de 100m e 
110m com barreiras também se aplica a prova dos 400m.
Sua saída é semelhante à saída da prova dos 400m; entre as 
barreiras o número de passos realizados é maior que nas provas de 
100m e 110m, uma vez que a distância entre as barreiras é maior. 
Os melhores barreiristas realizam aproximadamente 13 passadas.
Em decorrência do número de passos utilizados entre as bar-
reiras, os atletas devem saber atacar a barreira tanto com a perna 
direita quanto com a esquerda, diferente do que ocorre com as 
provas de 100m e 110m.
O ataque com a perna esquerda no trecho em curva é reco-
mendado por apresentar as seguintes vantagens: o barreirista per-
manece correndo na parte interna da pista, de modo que a perna 
de impulso passe totalmente por sobre a barreira e; por ser em 
curva, há inclinação do tronco para o interior e, assim, o ângulo 
formado entre o tronco e a coxa do barreirista pode ser maior.
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O ex-atleta norte-americano Edwin Moses é considerado o 
maior nome da história na prova de 400m com barreiras. Bicam-
peão olímpico, o atleta venceu 122 disputas sendo 107 delas de 
forma consecutiva em um período de 10 anos. Ele também que-
brou o recorde mundial por quatro vezes.
Sequência pedagógica para as Corridas com Barreiras
Como exemplo para uma sequência pedagógica geral para as 
corridas, podemos, de acordo com Oliveira, Alves, Barbosa (2002), 
citar:
1) transpor as barreiras andando sem se preocupar com a 
definição da perna de impulso e sem a realização de pas-
sos intermediários;
2) semelhante ao exercício anterior, utilizar, um, dois e 
após três passos intermediários com baixa velocidade;
3) apoiado em uma parede ou no companheiro, realizar o 
movimento da perna de impulso (o movimento "arre-
dondado" na transposição da barreira);
4) em pé, ao lado da barreira, com o pé da perna de ataque 
no solo, realizar a movimentação da perna de impulso 
por sobre a barreira;
5) realizar o exercício anterior com pequena corrida;
6) sem as barreiras, simular a corrida com ataque, a queda, 
os passos intermediários;
7) realizar a corrida completa com a utilização das barreiras.
Resumo dos tópicos regulamentares para as Corridas com Bar-
reiras
A seguir, apresentamos um resumo geral das regras para as 
Corridas com Barreiras: 
1) as distâncias oficiais para o masculino adulto são de 
110m e 400m e para o feminino adulto, de 100m e 400m.
2) são 10 as barreiras existentes em cada raia, independen-
te da distância da prova;
3) as distâncias relacionadas às barreiras, nas provas de 
110m e 400m, são respectivamente:
© Atletismo76
a) da linha de saída até a primeira barreira: 13,72m e 
45m;
b) entre as barreiras: 9,14m e 35m;
c) da última barreira até a linha de chegada: 14,02m e 
40m.
4) as distâncias relacionadas às barreiras, nas provas de 
100m e 400m são respectivamente:
a) da linha de saída até a primeira barreira: 13,00m e 
45m;
b) entre as barreiras: 8,50m e 35m;
c) da última barreira até a linha de chegada: 10,50m e 
40m;
1) todas as corridas são disputadas em raias marcadas;
2) o competidor que passar o pé ou perna abaixo ou ao 
lado da parte superior da barreira durante a ultrapassa-
gem ou ultrapassar uma barreira fora de sua raia ou se, 
deliberadamente, derrubar uma barreira com a mão ou 
o pé será desqualificado.
3) quedas da barreira que não sejam entendidas como pro-
positais não causarão a desqualificação do atleta.
Para o estabelecimento de recorde mundial, as barreiras de-
vem estar de acordo com as especificações que seguem:
• as barreiras devem ser construídas de metal ou outro ma-
terial adequado, com uma barra horizontal no topo que 
deve ser de madeira ou outro material adequado, que 
deve ser pintada com faixas brancas e pretas ou qualquer 
outra cor fortemente contrastante e que também se dis-
tinga do ambiente;
• as dimensões da barreira são apresentadas na Figura 10 
a seguir;
• a altura padrão para as barreiras nas provas adultas são, 
conforme o Quadro 1:
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Quadro 1 Altura padrão para as barreiras nas provas adultas.
Distância Masculino Feminino
100m 0,838m
110m 1,067m
400m 0,914m 0,762m
 
Fonte: Vieira e Freitas (2007, p. 50).
Figura 10 Barreira.
© Atletismo78
13. CORRIDAS DE REVEZAMENTO
Em um esporte com característica eminentemente individu-
al, as provas de revezamento são a exceção, representado a única 
forma de competição em equipe do Atletismo.
Em meio a divergências quanto à sua origem, podemos ob-
servar as seguintes descrições: 
1) as provas de revezamento têm sua origem na antigui-
dade, descendendo das corridas com tochas, a "Lampa-
dodromia", uma corrida disputada por equipes em ho-
menagem à deusa Atena, que tinha como vencedora a 
equipe que acendesse a fogueira presente no altar de 
Prometeu; 
2) a corrida de revezamento teve sua origem baseada na 
entrega de correspondências em uma época em que 
muitas coisas eram realizadas a pé ou por meios de 
transporte precários, em que um carteiro cansado era 
substituído por outro até que a correspondência fosse 
entregue; 
3) de acordo com o site a IAAF, a corrida derevezamento 
nasceu nos Estados Unidos por volta de 1880, em uma 
simulação das corridas de caridade, organizadas por 
bombeiros nova-iorquinos que transportavam uma flâ-
mula vermelha por 300 jardas.
A corrida de revezamento é uma corrida em que cada parti-
cipante de uma equipe de 4 atletas percorre ¼ da distância total, 
conduzindo um bastão, que deverá ser passado para o próximo 
atleta, o qual iniciará seu percurso, caracterizando, assim, o reve-
zamento. Este bastão deve ser passado de mão em mão.
Oficialmente temos, para o masculino e para o feminino, as 
seguintes distâncias: 4x100m e 4x400m. O primeiro número indica 
o número de competidores e o segundo a distância a ser percorri-
da por cada um dos atletas.
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A pista (saídas e zonas de passagem)
As saídas para as provas de 4x100m e 4x400m são realizadas 
em curva e escalonadas, ambas utilizando os blocos de partida.
As zonas de passagem correspondem ao local determinado 
para que ocorra a passagem do bastão. Caso a passagem seja rea-
lizada fora desta, a equipe será desqualificada.
Para a prova de 4x100m, as zonas de passagem do bastão 
estão localizadas uma em cada curva, sendo esta prova totalmente 
balizada, ou seja, todos os atletas devem desenvolver seu percurso 
nas suas respectivas raias.
Na prova de 4x400m as zonas de revezamento estão localiza-
das em posição semelhante à linha de chegada, exceto a primeira 
zona de passagem (passagem do bastão do primeiro para o segun-
do corredor), que está localizada próxima ao escalonamento para 
a prova dos 800m. Esta prova é balizada até o final da primeira 
curva da segunda volta.
Estilos e formas de passagem do bastão
A princípio, são dois os estilos de passagem do bastão:
• Não visual: o atleta que irá receber o bastão não deve 
olhar para trás.
• Visual: o atleta olha para trás para visualizar o bastão. 
Nestes dois estilos de passagem do bastão existem duas for-
mas, ascendente e descendente, que podem ser realizadas com tro-
ca de mãos, para facilitar a passagem do mesmo. É importante lem-
brar que o bastão deve ser seguro por uma de suas extremidades, 
de modo que a maior parte de seu comprimento fique à frente da 
mão. Isso facilitará a passagem do bastão para o próximo corredor.
Passagem não visual
A passagem não visual é característica da prova de 4x100m 
e favorece a manutenção da velocidade e, por ser uma passagem 
© Atletismo80
não visual, a responsabilidade maior no momento da passagem 
(transferência) do bastão é do atleta que chega e que precisará 
passar o bastão para seu companheiro sem que ocorra diminuição 
da velocidade e com o menor movimento lateral possível do bas-
tão.
Ao corredor que vai receber o bastão cabe partir com velo-
cidade para se manter na frente de seu companheiro e, indepen-
dente do modo de entrega, deverá manter sua mão de modo que 
a mesma represente um alvo imóvel facilitando a passagem.
Passagem visual
Passagem característica da prova de 4x400m, não se exige, 
nesta prova, grande velocidade na passagem (transferência) do 
bastão, visto que o corredor, ao se aproximar do seu trecho final 
de corrida, está bastante cansado. Assim, a responsabilidade da 
passagem do bastão é do corredor que parte e este não pode ini-
ciar sua corrida cedo demais, para se afastar do corredor que se 
aproxima.
Passagem ascendente (por baixo) com troca de mãos
Por não ser a mais eficiente, esta passagem é a menos utili-
zada; no entanto, é aconselhada para iniciantes que, após adqui-
rirem experiência em revezamentos, poderão iniciar a pratica das 
outras formas.
Esta passagem é considerada ascendente em decorrência do 
movimento realizado pelo corredor, que entrega o bastão que, no 
ato da passagem, no movimento de ida do seu braço para frente 
ele, o estende e coloca o bastão na mão do companheiro de bai-
xo para cima. Neste momento, o atleta que irá receber o bastão 
deve estar com seu braço estendido para trás e para baixo e com a 
mão formando a letra "V" (dedos unidos com exceção do polegar 
que deverá estar afastado), voltada para baixo em direção ao solo. 
Nesse caso, a palma da mão deve ficar voltada para trás, ou seja, o 
polegar do corredor estará voltado para o corpo do atleta.
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Assim, a ponta livre do bastão ficará para trás e isso obrigará 
o corredor a trocar o bastão de mãos, a fim de que a ponta livre 
passe para frente, de modo que facilite a passagem de bastão para 
o atleta seguinte, conforme você pode observar na Figura 11.
Com o avanço da técnica e com a intenção de evitar a troca 
de mãos, o atleta que vai receber o bastão pode, simplesmente, 
realizar uma rotação do braço, de modo que a palma da mão, ao 
invés de ficar voltada para trás ele, fique voltada para frente, colo-
cando o polegar voltado para fora. Sendo isso realizado, não será 
necessária a troca de mãos.
Passagem descendente (por cima)
Nesta passagem, o atleta que irá receber o bastão deve es-
tender seu braço para trás a fim de posicionar a palma de sua mão 
para cima, conforme a Figura 11A.
Fonte: Barros e Dezem (1990, p. 42).
Figura 11 Passagens do bastão (A) descendente; (B) ascendente.
O atleta que passará o bastão deverá estender o braço no 
momento de retorno do mesmo, ou seja, quanto o estiver movi-
mentando para trás. 
© Atletismo82
O atleta que recebe o bastão deve ter a certeza de que, inde-
pendentemente da forma de passagem do bastão, deverá manter 
a estabilidade de sua mão, evitando movimentos oscilatórios. 
Em decorrência desta movimentação, em alguns momentos, 
o atleta poderá ter os dois braços posicionados atrás, em decorrên-
cia da movimentação normal do braço contrário. Para evitar essa 
situação e a possibilidade de influência prejudicial no rendimento 
da corrida, esse tempo pode ser reduzido ao levar a mão para trás 
no momento exato da aproximação do companheiro. Essa situa-
ção pode também ocorrer com o atleta que irá passar o bastão, 
embora o mesmo esteja observando o braço do seu companheiro 
e pode estender seu braço apenas no momento de entrega.
Não há uma determinação com relação à forma de passa-
gem do bastão (estilo e forma) e à prova a ser utilizada. Entretanto, 
parece haver preferência por algumas formas em detrimento de 
outras em algumas provas. Por exemplo, parece haver uma prefe-
rência pela passagem não visual, ascendente na prova de 4x100m.
Equipes profissionais normalmente apresentam como carac-
terística na passagem do bastão na prova de 4x100m como segue:
1) O primeiro atleta que, por correr em curva, parte com 
o bastão em sua mão direita, permitindo que o mesmo 
corra na parte interna da raia. Lembra que já abordamos 
o tema "raio da curva"?
2) O segundo atleta, que por correr em linha reta, pode 
permanecer na parte externa da raia, recebe o bastão 
na mão esquerda.
3) O terceiro corredor, tal como o primeiro, corre em curva 
e, por haver a necessidade deste permanecer na parte 
interna da raia, irá receber o bastão com a mão direita.
4) O quarto corredor, por também correr em linha reta, re-
cebe o bastão com sua mão esquerda.
Essa sequência de passagens de bastão favorece também o 
desenvolvimento da corrida dos atletas, uma vez que pode dimi-
nuir o risco de "atropelamentos", caso ocorra algum erro com o 
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© U2 - As Corridas e a Marcha Atlética
atleta que está iniciando sua corrida. No entanto, atenção deve ser 
dada para não ultrapassar a raia "vizinha" e prejudicar os demais 
competidores correndo o risco de a equipe ser desqualificada.
Marca de controle
A marca de controle serve como referência para que o cor-
redor que irá receber o bastão inicie sua corrida de modo que a 
passagemdo bastão possa ser realizada no terço final (local ideal) 
da zona de passagem, aproveitando ao máximo a velocidade do 
atleta que parte e do atleta que está chegando.
Normalmente medida em pés e dependente do nível de trei-
namento da equipe, considerando a velocidade final do atleta que 
chega e do potencial de aceleração do atleta que parte, em geral, 
estas marcas variam de 15 a 30 pés.
Equipes que apresentam menores velocidades tendem a uti-
lizar marcas de controle menores, no entanto, equipes de alto nível 
tendem a utilizar marcas maiores que, apesar do maior risco que 
oferecem com relação a erros na passagem do bastão, consideran-
do a zona de passagem, são mais eficientes quanto ao rendimento.
Revezamento 4x100m
Essa é uma prova de grande exigência técnica, especialmen-
te quanto à passagem do bastão propriamente dita, que deve ser 
realizada com grande velocidade, necessitando muita prática (trei-
namento) e a criação de situações favoráveis para cada grupo de 
atletas.
Como dito anteriormente, não existe, a rigor, uma forma me-
lhor ou pior do que outra, pois a adequação das mesmas depende 
das circunstâncias da equipe e da prova. No entanto, recomenda-
-se que a passagem do bastão nessa prova seja realizada sempre 
às cegas (passagem não visual).
Uma vez que o atleta que chega passe pela marca de con-
trole, o atleta que irá receber deve iniciar sua corrida, que deve, 
© Atletismo84
desde o início, ser a mais rápida possível. Este não deverá mais 
olhar para trás.
Revezamento 4x400m
A velocidade do atleta que chega para entregar o bastão na 
prova de 4x400m é relativamente menor em comparação com a 
velocidade do atleta na prova de 4x100m, e isso caracteriza uma 
diferença substancial entre essas provas. Isto faz com que a pas-
sagem do bastão seja diferente. Outra diferença importante entre 
as provas é que na segunda (passagem do segundo para o terceiro 
corredor) e terceira (passagem do terceiro para o quarto corredor) 
passagens, os atletas estarão correndo em raia livre.
Diferente do que ocorre na prova de 4x100m, a passagem 
do bastão nos 4x400m é sempre visual, devendo a passagem ser 
realizada, preferencialmente, da direita para a esquerda, a fim de 
diminuir a possível interferência de corredores de outra equipe, 
e favorecendo, ainda, maior segurança do atleta que irá receber 
o bastão. Este terá seu campo visual voltado para a borda interna 
da pista.
Em decorrência da forma como o atleta distribui seu percur-
so em termos de velocidade, sua velocidade de chegada poderá 
apresentar variações. Assim, por poder existir a aproximação de 
atletas adversários, o atleta que irá receber o bastão pode de for-
ma decisiva tirar o bastão da mão atleta que chega, já que o mes-
mo, em decorrência de uma prova desgastante, pode não mais ter 
o controle para uma movimentação coordenada e enérgica para 
a realização da passagem. No Atletismo, costuma-se dizer que o 
bastão foi arrancado da mão do companheiro.
Erros mais frequentes
De acordo com Oliveira, Alves, e Barbosa (2005), como erros 
mais frequentes nas provas de revezamento, podemos citar:
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© U2 - As Corridas e a Marcha Atlética
1) O atleta que irá receber o bastão parte cedo demais e, 
assim, o atleta que chega não consegue alcançar o mes-
mo para realizar a passagem dentro da zona de passa-
gem;
2) O atleta que irá receber o bastão parte tarde demais e, 
assim, corre o risco de se chocar com o corredor que 
chega ou de ser alcançado antes de alcançar sua maior 
velocidade;
3) O corredor que irá receber o bastão pode estar numa 
posição incorreta (os pés não estão voltados para a dire-
ção do percurso, o quadril está torcido);
4) No momento de receber o bastão, as posições dos bra-
ços estão incorretas e prejudicam o ritmo da corrida;
5) O atleta que irá receber o bastão, após partir, volta-se 
para olhar para trás.
Como segurar o bastão na largada
Como em toda prova de Corrida de Velocidade, o primeiro 
atleta realiza a saída baixa normalmente e de posse do bastão. 
Os maiores problemas residem na posse do bastão e em su-
portar o peso do corpo com as mãos. São 4 as alternativas possí-
veis para segurar o bastão durante a partida:
1) Sendo ele seguro de encontro à palma da mão e com 
todos os dedos apoiados no solo;
2) Com o polegar e o indicador apoiados no solo, os outros 
3 dedos (médio, anelar e mínimo) prendem o bastão;
3) Com o polegar, o dedo mínimo e o indicador apoiados 
no solo, o bastão deve ser preso pelos outros dois dedos 
(anelar e médio);
4) Seguro pelo dedo médio, os outros quatros dedos ficam 
apoiados no solo.
Sequência pedagógica para as Corridas de Revezamento
Como exemplos de uma sequência pedagógica geral para as 
provas de revezamento, podemos, de acordo com Oliveira, Alves e 
Barbosa (2002), citar:
© Atletismo86
1) dispostos em coluna, os alunos/atletas devem passar o 
bastão de trás para frente de acordo com a forma esco-
lhida, em um primeiro momento parados, e, em segui-
da, realizar esta mesma movimentação andando;
2) semelhante ao exercício anterior, realizar a mesma mo-
vimentação de passagem do bastão, mas com uma cor-
rida de baixa velocidade;
3) em duplas realizar uma corrida simulando a marca de 
controle;
4) em duplas simular uma corrida utilizando a marca de 
controle e a passagem do bastão;
5) realizar a corrida completa.
Também na iniciação, como forma de incutir nos alunos/
atletas o conceito de revezamento, podem ser realizados jogos 
de estafetas com cumprimento de alguns objetivos, por exemplo: 
dividir os alunos em grupos e, dispostos em coluna, o aluno da 
frente deve correr até determinado local, tirar seu tênis e voltar 
para a fila. Ao retornar toca a mão do próximo aluno da fila e este 
inicia sua corrida até o local pré-determinado e também retira o 
seu tênis e retorna a fila repetindo o ciclo até que todos tenham 
completado a tarefa.
Não se esqueça de que citamos aqui somente alguns exem-
plos e de que você pode e deve criar, adaptar e reestruturar ativi-
dades pata o desenvolvimento das provas.
Resumo dos tópicos regulamentares para as Corridas de Reveza-
mento
A seguir apresentamos um resumo geral das regras para as 
Corridas de Revezamento:
1) Como em todas as corridas realizadas em raias marca-
das, cada atleta deverá manter-se em sua raia do início 
ao fim, exceto no revezamento 4x400m que deverá ser 
corrida em raia marcada até o fim da primeira curva da 
segunda volta.
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2) Um atleta não será desqualificado, caso seja forçado ou 
empurrado por outro, correndo, por isso, fora de sua 
raia, não obtendo nenhuma vantagem.
3) A zona de passagem deve ter 20m de comprimento e a 
linha central será o seu centro.
4) As linhas centrais para a primeira passagem na prova 
de 4x400m serão as linhas utilizadas para a partida dos 
800m e, para as demais passagens, a linha central será a 
linha de saída/chegada.
5) Nas provas de 4x100m é permitido ao atleta iniciar sua 
corrida a partir de uma distância não superior a 10 me-
tros fora de sua zona de passagem.
6) Aos atletas da prova de 4x400m não será permitida a 
partida fora de da zona de passagem.
7) Os atletas que percorrerão a terceira e quarta parte da 
corrida na prova de 4x400m serão, sob direção do árbi-
tro, colocados em sua posição (da parte interna da pista 
para fora), de acordo com a ordem de suas equipes ao 
completarem os 200m.
8) O bastão deve ser um tubo liso oco, circular e feito de 
madeira, metal ou outro material rígido em peça única. 
Com comprimento entre 28 – 30 cm e 12 cm a 13 cm 
de circunferência, deve pesar, no mínimo, 50 gramas. O 
bastão deve ser colorido, para tornar-se facilmente visí-
vel.
9) O bastão deve ser carregadopor todo o percurso e, se 
deixado cair, o atleta que o fez deverá recuperá-lo. Para 
isso o atleta pode abandonar sua raia, desde que a dis-
tância a ser percorrida não diminua e também não pre-
judique outro atleta.
10) A passagem do bastão deve ser realizada dentro da zona 
de passagem. A passagem se inicia quando o bastão é 
tocado pela primeira vez pelo atleta que irá recebê-lo 
e termina quando o bastão estiver somente em suas 
mãos.
11) Para a passagem do bastão, somente a posição do bas-
tão é considerada dentro da zona de passagem, não im-
portando a posição do corpo dos atletas.
© Atletismo88
12) Não é permitido o uso de qualquer substância que pro-
picie melhor "pegada" do bastão.
13) Após o recebimento/passagem do bastão, os atletas de-
vem permanecer em suas raias ou zonas, para não pre-
judicar outros competidores.
14. 3.000M COM OBSTÁCULOS (STEEPLECHASE)
De acordo com a IAAF, este evento surgiu a partir de uma 
aposta entre estudantes de Oxford em 1850 e imitavam as corridas 
com cavalo. A distância era de 2 milhas (3.218 m) e possuía barrei-
ras, obstáculos e riachos que deveriam ser ultrapassados em um 
campo aberto.
Em 1879, foi trazido para competições inglesas de pista e, 
em 1900, tomou parte em competições olímpicas nas distâncias de 
2.500m e 4.000m. Em 1904, foi disputada na distância de 2.500m 
e, em 1908, foi disputada com distância de aproximadamente 2 
milhas.
Ao longo do tempo, além das diferentes distâncias, eram 
utilizados também diferentes números de obstáculos e, em 1954 
a IAAF então padronizou a disputa para a pista de 400m (VIEIRA 
e FREITAS, 2007), com quatro obstáculos simples com 0,914m e 
0,762m de altura e 3,94m de largura para homens e mulheres, res-
pectivamente, e um fosso com água medindo 3,66m de largura e 
70cm de profundidade em sua parte mais próxima ao obstáculo 
que o antecede, e diminui em direção ao seu final. Este obstáculo 
é semelhante aos anteriores. A barra superior dos obstáculos deve 
ser pintada de listras brancas e pretas ou que tenha cores vibran-
tes. 
Distribuídos ao longo da pista, estes cinco obstáculos devem 
ser ultrapassados a cada volta.
Europeus e norte-americanos dividiram a hegemonia nas 
primeiras edições dos Jogos Olímpicos. Todavia, a partir do fim dos 
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anos 1960, atletas africanos, em especial os quenianos, passaram 
a ter o domínio da prova. Como exemplos desse desenvolvimento 
dos quenianos podemos citar Kipchoge Keino campeão em Muni-
que, 1972 e Moses Kiptanui, recordista mundial e vice-campeão 
em Atlanta, 1996. Nesta edição dos jogos, os quenianos ocuparam 
três das quatro primeiras colocações (VIEIRA e FREITAS, 2007).
Nos Jogos Olímpicos, essa prova ficou restrita a competições 
masculinas até o ano de 2008, quando então passou a figurar en-
tre as disputas femininas.
De acordo com Barros e Dezem (1990), tecnicamente, pode-
mos descrever os 3.000m com obstáculos em quatro fases:
1) corrida;
2) passagem dos obstáculos simples;
3) abordagem e passagem do fosso;
4) trecho final.
A corrida
Nesta prova, emprega-se corrida semelhante à utilizada pe-
los corredores de meia e longa distância, sendo necessária a ma-
nutenção da regularidade da corrida durante todo o percurso.
A passagem dos obstáculos simples
Os obstáculos possuem a mesma altura das barreiras para 
a corrida de 400m e isto faz com que estas duas provas tenham 
alguns aspectos semelhantes.
Ao se aproximar do obstáculo é necessário aumentar a velo-
cidade de corrida e, preferencialmente, realizar a ultrapassagem 
do mesmo de forma semelhante à ultrapassagem feita pelo barrei-
rista, com um pouco mais de altura para maior segurança.
Nos 3.000m com obstáculos, semelhante ao que ocorre na 
prova de 400m com barreiras, é necessário que o atleta saiba ata-
car tanto com a perna direita quanto com a esquerda, em decor-
© Atletismo90
rência de alterações que podem vir a ocorrer durante o percurso, 
tal como a alteração no comprimento das passadas, o que pode 
fazer com que o ataque deva ser realizado em um momento com 
uma perna e em outro com a perna contrária.
Embora a passagem ideal deva ser realizada semelhante à 
passagem das barreiras, ou seja, sem o apoio dos pés, há também 
a possibilidade da realização da ultrapassagem com o apoio dos 
pés sobre o obstáculo, uma vez que este pode proporcionar apoio 
para impulso devido à sua construção Veja a Figura 12 a seguir.
Fonte: Barros e Dezem (1990, p. 67).
Figura 12 Passagem do obstáculo com apoio.
Esta passagem é muito utilizada por atletas iniciantes e por 
atletas que não são especialistas, ou em situações circunstanciais 
da prova. Esta forma prejudica a passagem e contribui para a que-
bra do ritmo de corrida, representando perda de tempo para o 
cumprimento da distância. Ao realizar o apoio, o atleta deve man-
ter a flexão do joelho, para não elevar seu corpo além do necessá-
rio. Caso isto não ocorra, a perda de tempo será ainda maior.
A abordagem e a passagem do obstáculo com fosso
A passagem do fosso é sempre realizada com o apoio.
Estando o corredor a aproximadamente 15 a 20 metros de 
distância do fosso, o atleta deve acelerar sua corrida e realizar o 
impulso com sua perna mais forte. Nesse momento, a perna de 
ataque é levada flexionada em direção ao obstáculo, buscando o 
apoio. Após este apoio, deve realizar um forte impulso para frente, 
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© U2 - As Corridas e a Marcha Atlética
de modo que o corredor consiga evitar o fosso, realizando a queda 
fora da água e já no plano da corrida. Fazendo isso, ele evita a re-
sistência da água e a rampa de subida existente no fosso. Observe 
na Figura 13.
Fonte: Barros e Dezem (1990, p. 67).
Figura 13 Passagem do fosso.
Trecho final
Assim que o atleta ultrapassa o último obstáculo, ainda há 
uma distância a ser percorrida, e esta deve ser percorrida com a 
maior velocidade possível.
Sequência pedagógica para os 3.000m com obstáculos
Como exemplo de uma sequência pedagógica geral para a 
corrida de 3.000m com obstáculos podemos citar:
1) utilizar os mesmos exercícios utilizados para a corrida 
com barreiras, tendo estas a altura determinada para a 
prova;
2) uma vez que o aluno/atleta tenha domínio da coordena-
ção da passagem, realizar o mesmo sobre os obstáculos;
3) para a passagem do fosso, utilizar um plinto com peque-
na altura e um colchão de ginástica ou outro local que 
permita a realização de queda e, com pequena corrida 
de aproximação e pequeno salto, apoiar-se no plinto 
com o pé de ataque e realizar o impulso com um salto 
para frente;
4) aumentar gradualmente a altura do plinto e das distân-
cias de corrida e queda;
© Atletismo92
5) após o domínio razoável da coordenação da passagem 
(execução) e queda por parte do aluno/atleta, iniciar as 
atividades diretamente com obstáculo e fosso.
Resumo dos tópicos regulamentares para os 3.000m com obstá-
culos
A seguir, apresentamos um resumo geral das regras para os 
3.000m com obstáculos.
1) São 4 obstáculos simples e 1 fosso com água, devendo 
ser realizados durante a prova 28 saltos sobre obstácu-
los simples e 7 saltos sobre o fosso.
2) Em todas as voltas, o salto sobre o fosso deve ser o quar-
to.
3) O fosso com água, incluindo o obstáculo, deverá ter 
3,66m de comprimento e de largura. A água deve estar 
ao nível da pista e na extremidade próxima ao obstáculo 
deve ter profundidade de 50 – 70 cm. O obstáculo do 
fosso deve estar firmemente preso ao solo.
4) Os competidores devem saltar ou atravessar a água, 
sendo que aquele que passar por fora dos obstáculos ou 
passar a perna ou pé por um dos lados do obstáculo será 
desqualificado.
15. CORRIDAS CROSS-COUNTRY
De acordo com o site da IAAF, o Cross-Country começouna 
Inglaterra, tendo o primeiro campeonato inglês sido disputado em 
1876. Esta prova, no entanto, foi considerada nula, porque todos 
os 32 corredores saíram do percurso.
Internacionalmente, a modalidade teve suas competições 
iniciadas em 1898, com uma disputa entre França e Inglaterra e, 
em 1903, teve início o Campeonato Internacional. O Cross-Country 
cresceu ao longo dos anos, em especial após 1973, quando passou 
a ser dirigido pela IAAF e o campeonato passou a se chamar Cam-
peonato Mundial de Cross-Country.
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Esta é uma corrida realizada em campos e matas evitando as 
estradas. Os competidores enfrentam as mais variadas situações 
de terreno e devem atravessar riachos, saltar obstáculos naturais, 
correr por lamaçais entre outras. Em decorrência do local de com-
petição, o percurso deve ser bem demarcado.
As distâncias para as disputas são de 12km para os homens 
e 8km para as mulheres.
Resumo dos tópicos regulamentares para as corridas Cross-Country
É difícil estabelecer uma regulamentação rígida para a padroni-
zação mundial dessa prova, em decorrência da grande variedade de 
condições em que a prova é praticada ao redor do mundo. Em espe-
cial se considerarmos as condições climáticas e as estações do ano.
As regras para essa prova devem ser entendidas como um 
guia e um incentivo, de modo que seja possível o desenvolvimento 
da prova em diversos países.
O percurso para a prova deveria ser desenhado em área de 
floresta coberta, se possível, por grama, com obstáculos naturais. 
Uma volta do percurso deve ter entre 1.750m e 2.000m e, caso 
necessário, uma pequena volta pode ser adicionada para ajustar 
as distâncias.
Os obstáculos naturais devem ser utilizados. Contudo, obstá-
culos muito altos, fossos profundos, subidas ou descidas perigosas 
que possam implicar uma dificuldade além do objetivo da compe-
tição devem ser evitados.
As vozes de comando para a partida são as mesmas utiliza-
das para as provas de meio-fundo e fundo, ou seja, aos seus luga-
res e o tiro (sinal de partida).
Água ou outro refresco deve estar disponível aos atletas no 
início e no final da corrida e, caso as condições climáticas justifi-
quem, deve haver estação de bebida/esponja (posto de hidrata-
ção) a cada volta.
© Atletismo94
16. MARCHA ATLÉTICA
A tradição dos "lacaios" ingleses dos séculos 12 e 13, que 
alternavam corrida e caminhada para acompanhar seus donos em 
longas viagens, inspirou as competições de caminhada na Inglater-
ra por volta dos anos 1775 e 1800. As provas duravam 24 horas ou 
6 dias, por exemplo.
Em 1866, foi introduzida a prova de 7 milhas no campeonato 
inglês e, em 1908, passou a figurar no programa olímpico com dis-
putas apenas para os homens. Sua distância passou por alterações 
ao longo desse período e hoje são disputadas provas de 20km e 
50km. As mulheres passaram a participar de disputas de Marcha 
em 1992 na distância de 10km, prova esta que se repetiu em 1996. 
A partir de 2000, foi introduzida a distância de 20km e esta perma-
nece como a única distância a ser disputada pelas mulheres nos 
Jogos Olímpicos.
A Marcha Atlética nada mais é que uma progressão por pas-
sos que devem ser executados, de tal modo que o competidor 
mantenha contato permanente com o solo. Isto obriga o pé que vai 
à frente a tocar o solo antes que o pé de trás deixe de fazer contato 
com ele. O joelho da perna que avança deve estar estendido pelo 
menos por um instante enquanto toca o solo, estando a perna de 
sustentação preferencialmente na posição vertical. Esta mecânica 
de movimento causa uma movimentação intensa dos quadris, que 
é, no mínimo, curiosa, porém de grande importância técnica.
Para melhor entendimento e estudo da prova, a Marcha 
Atlética pode ser tecnicamente dividida em:
• ação das pernas;
• postura do tronco e posicionamento do quadril;
• ação dos ombros e braços.
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Ação das pernas
A passada completa caracteriza bem a ação das pernas. A 
perna que está atrás e totalmente assentada inicia a ação de im-
pulso do corpo para frente por meio de uma ação de "rolamento", 
que passa do calcanhar para a ponta do pé.
Aplicando maior pressão ao solo, esta ação irá proporcionar 
uma boa amplitude de passada.
Esta ação de "rolamento" executada pela perna de trás, após 
passar pela posição vertical, fará com que a perna da frente, es-
tando totalmente estendida, entre em contato com o solo pelo 
calcanhar devendo o pé estar direcionado para frente. Quando do 
assentamento da perna da frente no solo, é possível observar a 
extensão do joelho da perna de trás e neste momento fica carac-
terizada a fase de duplo apoio.
A postura do tronco e o posicionamento dos quadris
Para facilitar a manutenção do contato com o solo, deverá 
haver uma pequena inclinação do tronco.
É necessário que o marchador tenha boa mobilidade do qua-
dril, pois dessa mobilidade depende a movimentação dos mesmos. 
O assentamento dos pés, que é realizado quase que na mesma 
linha (como se andasse sobre uma corda), causa o deslocamento 
do quadril de um lado para o outro e para cima e para baixo, o que 
acaba por facilitar o trabalho das pernas. Nesse momento, obser-
vamos a báscula do quadril, movimento bastante característico e 
como dito anteriormente, curioso do quadril.
A ação dos ombros e braços
Em decorrência do posicionamento dos pés e da ação do 
quadril, os ombros irão trabalhar mais elevados, ocorrendo um 
movimento oscilatório que irá acompanhar a movimentação dos 
quadris, ocasionado uma aproximação dos eixos do quadril e dos 
ombros.
© Atletismo96
Os braços trabalharão flexionados e a velocidade de deslo-
camento e o tamanho das passadas irá determinar se eles estarão 
mais baixos ou mais elevados. Este movimento auxiliará no ritmo 
das passadas. Quanto mais rápido for o deslocamento do atleta, 
maior será a flexão dos braços.
Na Figura 14 a seguir, podemos observar as diferentes ações 
do atleta durante a Marcha. É possível observar a ação das pernas, 
da postura do tronco e o posicionamento do quadril, bem como da 
ação dos ombros e braços.
Fonte: Barros e Dezem (1990, p. 74).
Figura 14 A Marcha Atlética.
Sequência pedagógica para a Marcha Atlética
Algumas das atividades para a introdução da Marcha Atlética 
que podemos citar são:
1) jogar pega-pega, sendo proibido tanto ao pegador quan-
to a quem foge correr. Só será permitido caminhar;
2) o mesmo jogo pode ser realizado utilizando as marca-
ções de uma quadra poliesportiva;
3) Para praticar a báscula do quadril (oscilação lateral), o 
aluno/atleta deve colocar um pé à frente do outro, como 
se estivesse andando sobre uma corda e movimentar o 
quadril lateralmente, ora para um lado ora para o outro;
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4) como referência para a marcha com colocação de um 
pé a frente do outro, pode-se utilizar as raias (linhas de-
marcatórias) da pista de Atletismo, primeiro parado e, 
depois, caminhando.
Resumo dos tópicos regulamentares para as provas de Marcha 
Atlética
1) Os atletas podem ser advertidos com cartão amarelo 
quando, na opinião de qualquer árbitro, não for capaz 
de definir a Marcha Atlética em sua forma de progres-
são. Um atleta não pode receber duas advertências do 
mesmo árbitro.
2) Um atleta pode receber um cartão vermelho quando um 
árbitro observar visível perda de contato com o solo ou 
flexão dos joelhos em qualquer parte da prova. Ao pro-
ceder as advertências (cartão amarelo ou vermelho), o 
árbitro deve, imediatamente, comunicar o fato ao árbi-
tro chefe.
3) Quando um atleta recebe três cartões vermelhos de di-
ferentes árbitros, o mesmo será desqualificado.

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