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A influência da ideologia nazista no governo de Getúlio Vargas (2)

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RESUMO
O presente estudo pretende discutir como o relacionamento comercial entre o Governo Getúlio Vargas da década de 1930 com a Alemanha Nazista e os Estados Unidos, contribui com a disseminação do pensamento nazista no Brasil. Para tanto, foi realizada uma revisão de literatura nos principais indexadores científicos do país, a Scielo, Redalyc e Google scholar. A pesquisa busca, também, analisar os fatores que mais influenciaram no surgimento e ascensão do nazismo na Alemanha, verificar a importância do pangermanismo na fundamentação da ideologia nazista e a forma como ocorreu a emigração de origem germânica para o Brasil e como tais imigrantes se adaptaram à realidade brasileira. A pesquisa conclui que a falta de visão política de comunistas e democratas alemães, não percebendo  ou não querendo perceber  o perigo representado por Hitler e seu partido, abriu caminho fácil para a vitória deste. Evidenciou-se, também, que a doutrina do pangermanismo  com suas referências a um passado histórico/mitológico de glórias e conquistas germânicas  serviu como fator aglutinante das aspirações e sonhos de expansão do povo alemão, tornando-o presa fácil das manobras nazistas. Ficou demonstrado, também, que a formação dos núcleos de colônias teutas nos Estados do Sul do Brasil apresentou uma forte tendência ao isolamento em relação ao resto do país. Com isso, foi possível às colônias manter quase intactas as tradições, costumes e a língua de suas pátrias de origem, facilitando a disseminação das idéias pangermanistas e, posteriormente, nazistas entre seus habitantes. Em relação ao objetivo principal, a pesquisa conclui que a perseguição implementada pelo governo varguista às ações do Partido Nazista no Brasil teve um caráter engenhosamente político, pois mostrava aos EUA a disposição brasileira em diminuir, gradativamente, as relações com a Alemanha e, ao mesmo tempo, preservava o importante comércio brasileiro com os alemães. A monografia termina recomendando a realização de novos trabalhos que examinem mais profundamente o tema abordado, devido à enorme gama de perguntas ainda sem respostas sobre o fenômeno do nazismo. Palavras-chave: Comércio de Compensações, Crise do Liberalismo, Nazismo, Pangermanismo, Projeto Eugênico Brasilei
A influência da ideologia nazista no governo de Getúlio Vargas
O governo brasileiro das décadas de 1930/40, que teve como presidente Getúlio Vargas, foi marcado de diversas formas, como, por exemplo, jogo duplo. (Gambini, 1977). Essa classificação fora caracterizada pela relação que o Brasil mantinha com grandes potências mundiais, tais como Estados Unidos e Alemanha (Moura, 1980).
A política externa do governo fora criticada e alvo de polêmicas, devido caráter estratégico adotado. O Brasil e a Alemanha tiveram mudança na relação e passou a ser baseada em interesses econômicos (Hilton, 1977). Após a crise mundial de 1929 ambos os países sofreram conseqüências, com a limitação cambial sofrida pela Alemanha em praças estrangeiras e o pagamento de dívidas externas e queda do preço do café sofrida pelo Brasil, os países integram e estabelecem uma relação para reestruturação. (STEITENNFUS, 1980).
O interesse da Alemanha era de importar matéria-prima e de produtos coloniais, como o café, e produtos não comercializados pelos Estados Unidos, como a carne, por exemplo. Essa relação era conflitante com a relação com os Estados Unidos, porém para Getúlio Vargas via como uma grande parceria, visto que o país germânio era uma das maiores potências importadoras da época. (Bandeira, 1994).
	Segundo Bandeira (1994), além dos benefícios de exportações também havia a permuta entre instrumentos bélicos. Com o passar dos anos a Alemanha aumentou sua participação na importação de materiais do Brasil. Em 1936, Getúlio Vargas anuncia a intenção de dar continuidade na relação comercial com o país germânico, de outro lado o país norte-americano tenta impedir a continuidade. Todavia, o presidente mantém sua decisão e o país alemão continuava, cada vez mais, espaço no território brasileiro.
	Com a relação mais sólida, muitos alemães vieram para o país sulamericano e, consequentemente, muitas colônias alemãs foram formadas. O Brasil teve postura econômica e política mais próxima da Alemanha e com a relação mais sólida, muitos alemães vieram para o país sulamericano e muitas colônias alemãs foram formadas.
	Com o Estado Novo sendo implantado no Brasil, a embaixada alemã acompanhava e enviava regularmente informações para o os governantes sobre novos rumos que a política interna e externa brasileira assumia. Tais informações resultaram na criação de uma pasta que reunia diversos documentos sobre o período de 1936 até 1938. (Rahmeier, 2008).
	Com a chegada do embaixador no ano de 1937, Karl Ritter, em um contexto de falta de clareza e indefinições da política interna e projeções futuras sobre a política externa. E dessa forma, observadores da embaixada alemã, esclareciam à Alemanha novos rumos e estratégias do Estado Novo, periodicamente. A partir de 1938, tais envios passaram a ser feitos com intervalos de tempo menores, transformando-se em mensais. (Dietrich, 2007).
Para Dietrich (2007), pelo interesse estratégico com a Alemanha, o governo brasileiro não interferiu nas ações do partido nazista no país. Entretanto, a documentação da diplomacia e a historiografia brasileira mostram que o, então presidente, Getúlio Vargas ganhou força política para o Estado Novo.
	Quanto ao nazismo a ascensão teve sua ascensão ao poder na Alemanha no ano de 1933 e no ano de 1936, com a relação Brasil-Alemanha já consolidada, com embaixadas nos países e diversos acordados, o perfil nazista estava absoluto e expansionista. Entretanto, da mesma forma como o fascismo italiano, o nazismo apresentava ameaça imperialista, que também era característica de regimes autoritários de governos emergentes. (Ribeiro, 1999).
	De acordo com Ribeiro (1999), embora não fosse dispensável a questão político-ideológica, não era o principal objeto a ser discutido entre os governantes e que poderia decidir novos caminhos a seguir, ou seja, não seria a melhor ideologia ou regime político. 
	Para Dietrich (2007), Ritter tinha clareza que não havia permissão diplomática em ações praticadas por governos do RS e SC. Entretanto, reportagens foram publicadas na imprensa alemã, após sugestão do embaixador alemão no Brasil. Inclusive, solicitando que cópia do artigo fosse enviado ao governo brasileiro, com intuito de mostrar a repercussão dos atos, de acordo com a imprensa alemã.
	Nesse contexto, percebe-se que o governo alemão teve grande influência durante o governo de Getúlio Vargas. Principalmente após a instalação da embaixada alemã no país e com a chegada de Karl Ritter, que interferia diretamente em decisões em prol dos cidadãos com residência no Brasil.
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BANDEIRA, M.. O milagre alemão e o desenvolvimento do Brasil: as relações da Alemanha com o Brasil e a América Latina (1949-1994). São Paulo: Ensaio, 1994.
DIETRICH, Ana Maria. Nazismo tropical? O partido nazista no Brasil. Tese (Doutorado em História), USP, São Paulo, 2007.
Gambini, R.. 0 duplo jogo de Getúlio Vargas. São Paulo, Símbolo, 1977.
Hilton, S.. 0 Brasil e as grandes potências. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 1977. 
Ribeiro, J. A. T.. O nacionalismo do Governo Vargas entre 1930 e 1945 e a questão das colônias alemãs. Rio de Janeiro, 1999.
Moura, G.. Autonomia na dependência. Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 1980. 
Rahmeier, A. H. P.. Alemanha e Brasil: as relações diplomáticas em 1938. Rio Grande do Sul, 2008.
STEITENNFUS, R. A. S.. O difícil aprendizado de nacionalismo: As relações brasileiras com a Itália e a Alemanha, 1930-1942. Brasília: Ed. UnB, 1980.

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