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AULA 06 (2)

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AULA 06
Karl Marx e o estudo da Sociologia da Educação
“Os valores monetários usurparam o papel dos valores intrínsecos e os mercados se apoderaram de áreas da sociedade que transcendem seu escopo. Refiro-me a profissões como direito, medicina, política, educação, ciência, artes e até mesmo às relações pessoais”.
George Soros. (In: A Crise do Capitalismo).
Até autores declaradamente antimarxistas como um dos maiores especuladores dos mercados financeiros do mundo, George Soros, concordam com Marx que o capitalismo transforma tudo, ou quase tudo, em mercadoria. Alguns profissionais podem valorizar mais o lado monetário de algumas profissões. Sem generalizações é claro, nem todos os profissionais serão mercenários em profissões com extrema responsabilidade com a Educação, mas quando o mercado tenta nos impor a luta pela sobrevivência e a competição pelo dinheiro, chega o momento de analisar de forma crítica, como Marx nos ensinou.
Será que a vida na sociedade capitalista, estudada por Marx, implica em aceitar um conjunto diferente de valores?
É possível acreditar que sim, mas como veremos nas teorias de Marx, a formação crítica será decisiva para o futuro da sua vida profissional.
Profissionais da educação acreditam, como Marx, que podemos contribuir decisivamente para a transformação política, econômica e social. No livro O capital,  Marx afirma que todos, não apenas os estudiosos, economistas, sociólogos ou filósofos, tem o papel de mudar a sociedade. Daí, este pensamento ser considerado como ideologia da revolução e não uma teoria que propõem mudanças radicais na sociedade.
Vejamos por exemplo a ideia de alienação. Segundo Cristina Costa, Marx desenvolve o conceito de alienação, mostrando que a industrialização, a propriedade privada e o assalariamento separavam o trabalhador dos meios de produção – ferramentas, matéria-prima, terra e máquina-que se tornaram propriedade privada do capitalista. Separavam também, ou alienavam, o trabalhador do fruto de seu trabalho, que também era apropriado pelo capitalista.
A alienação não é apenas econômica. Marx também está preocupado com outros tipos de alienação.
Vejamos, por exemplo, a alienação política.
Politicamente também somos alienados, na medida em que não escolhemos diretamente os projetos políticos que dirigem a nossa vida coletiva, pois aderimos ao princípio da representatividade, base do estado liberal e da falsa ideia de um Estado imparcial, que “representa” toda a sociedade.
Na realidade, o estado moderno representa interesses, que em muitos casos coincidem com os interesses da maioria, mas em alguns casos, representa interesses de classes.
Marx mostrou que na sociedade de classes, esse Estado representa a classe dominante e age conforme seus interesses. Não só a política, mas o pensamento sobre a sociedade e a filosofia, por sua vez, também criam falsas representações sobre o homem e a sociedade. A filosofia é uma atividade exercida por um determinado grupo, portanto, reflete o pensamento desse grupo. Os intelectuais também criam seus campos de poder, pois saber é poder e pode tornar a leitura da realidade social uma ação imparcial e legitimadora de políticas contra parcelas da sociedade.
Uma vez alienado, separado e mutilado, só podemos recuperar nossa “condição humana” pela crítica ao sistema econômico capitalista, à política representativa e à filosofia vigente na vida social. Essa crítica, segundo Marx, deve ser efetivada na práxis, ou seja, na ação política consciente e transformadora.
Essa força crítica e transformadora da sociedade manifestou-se principalmente contra a alienação e contra a dominação capitalista. Muitos países como Rússia, China, Cuba se tornaram laboratórios importantes para a aplicação do ideário marxista, mas, na prática, esses espaços colocaram à prova os limites da abordagem marxista. Ainda hoje “a luta continua” e as ideias de Marx servem de base aos partidos políticos de esquerda, aos conjuntos teóricos da sociologia crítica e principalmente ao ideário de uma educação libertária que incorpora o discurso contra o liberalismo econômico e o chamado neoliberalismo econômico-social.
Para Karl Marx, a história do homem é a história da luta de classes, luta entre interesses opostos e permanentes. Às vezes, esses conflitos são ocultos, outras vezes são aparentes, mas sempre acabam transformando a sociedade. Esse conflito nem sempre se manifesta socialmente como uma guerra declarada. Nas palavras de Marx, no livro O Manifesto do Partido Comunista:
“A história de todas as sociedades que existiram até nossos dias tem sido a história das lutas de classes. Homem livre e escravo, patrício e plebeu, barão e servo, mestre de corporação e companheiro, numa palavra, opressores e oprimidos, em constante oposição, têm vivido numa guerra ininterrupta, ora franca, ora disfarçada; uma guerra que terminou sempre, ou por uma transformação revolucionária, da sociedade inteira, ou pela destruição das duas classes em luta. Nas primeiras épocas históricas, verificamos, quase por toda parte, uma completa divisão da sociedade em classes distintas, uma escala graduada de condições sociais.
Na Roma antiga encontramos patrícios, cavaleiros, plebeus, escravos; na Idade Média, senhores, vassalos, mestres, companheiros, servos; e, em cada uma destas classes, gradações especiais. A sociedade burguesa moderna, que brotou das ruínas da sociedade feudal, não aboliu os antagonismos de classe. Não fez senão substituir novas classes, novas condições de opressão, novas formas de luta às que existiram no passado. Entretanto, a nossa época, a época da burguesia, caracteriza-se por ter simplificado os antagonismos de classe.
A sociedade divide-se cada vez mais em dois vastos campos opostos, em duas grandes classes diametralmente opostas: a burguesia e o proletariado. Dos servos da Idade Média nasceram os burgueses livres das primeiras cidades; desta população municipal, saíram os primeiros elementos da burguesia. A descoberta da América, a circunavegação da África ofereceram à burguesia em ascensão um novo campo de ação.
Os mercados da Índia e da China, a colonização da América, o comércio colonial, o incremento dos meios de troca e, em geral, das mercadorias imprimiram um impulso, desconhecido até então, ao comércio, à indústria, à navegação, e, por conseguinte, desenvolveram rapidamente o elemento revolucionário da sociedade feudal em decomposição."
Como nasce o capitalismo? Para ele, o capitalismo surge como um novo modo de divisão da sociedade e como um novo modo de produzir. Os modos de produção, segundo Marx, são utilizados para designar a maneira pela qual determinada sociedade se organiza, visando garantir a produção das suas necessidades materiais, de acordo com o nível de desenvolvimento de suas forças produtivas.
Esses modos de produção são formados por suas forças produtivas e pelas relações de produção existentes na sociedade. De acordo com Marx e seu amigo Engels, podemos dividir a história das sociedades em períodos relativamente longos, de acordo com a estrutura do modo de produção, que pode ser:
Modo de produção comunista primitivo
Modo de produção asiático
Escravidão clássica
Feudalismo
Capitalismo
Na teoria marxista, sobretudo no livro O Manifesto, o modo de produção comunista substituirá o modo de produção do capitalismo. Para tanto, deveríamos passar por um período de transição chamado de Socialismo, através de uma ação revolucionária consciente dos homens, a práxis.
O modo de produção do Capitalismo
Selecionamos apenas o último modo de produção analisados por Marx e Engels para demonstrar a sua atualidade e suas relações com a educação das classes trabalhadoras. No capitalismo, o direito da propriedade dos meios de produção pertence à minoria rica, os capitalistas. Os trabalhadores são obrigados a venderem as suas forças de trabalho, diferente da escravidão, onde os próprios corpos dos trabalhadores (escravos) pertencem aos seus senhores. Uma característica central do modo de produção capitalista é o trabalhoassalariado.
Após essa breve análise do modo de produção capitalista, passamos ao estudo da exploração capitalista. Marx chama a atenção para as diferenças econômicas e sociais que, em última instância, também são diferenças na distribuição do poder. As elites ou classes dominantes desenvolveram formas de dominação que lhes permitem, direta ou indiretamente, controlar o Estado e as políticas econômicas. No nosso caso, é bom lembrar que o Estado é o signatário da produção de políticas públicas para a educação. Segundo Marx e Engels, o capital transforma o Estado em um “comitê para gerir os negócios comuns da burguesia”.
Segundo Cristina Costa, para atender o capitalismo e explicar a natureza da organização econômica humana, Marx desenvolveu uma teoria abrangente e universal, que procura dar conta de toda e qualquer forma produtiva criada pelo homem em todo o tempo e lugar.
Os princípios básicos dessa teoria estão expressos em seu método de análise – o materialismo histórico. Por materialismo histórico Marx compreende uma concepção filosófica que trata o ser, a realidade material, como o elemento que determina o nosso pensamento, as nossas ideias e a nossa vida.
Para o materialista, as respostas para os fenômenos físicos e sociais estão contidas nesses mesmos fenômenos. As ideias e concepções que a nossa mente projeta sobre o mundo estão determinadas pela existência não do pensamento, mas pela existência material dos objetos à nossa volta, e estes incidem sobre nós quando nos relacionamos com eles.
Na visão de Marx, os revolucionários apoiam em toda parte qualquer movimento revolucionário contra o estado de coisas social e político existente. Em todos estes movimentos, põem em primeiro lugar, como questão fundamental, a questão da propriedade, qualquer que seja a forma, mais ou menos desenvolvida, de que esta se revista.
Devemos trabalhar pela união e entendimento dos trabalhadores explorados de todos os países. Não devemos nos rebaixar e aceitar dissimular nossas opiniões e lutas. Nossos objetivos só podem ser alcançados pela derrubada de toda a ordem social existente. Que as classes dominantes tremam à ideia de uma revolução!
Os proletários nada têm a perder a não ser suas algemas. Têm um mundo a ganhar. “Proletários de todos os países, uni-vos!”
Marx e Engels, buscando compreender melhor a sociedade de seu tempo, aplicaram os princípios do método dialético ao estudo da vida social, aplicando-os aos fenômenos sociais e criando, assim, uma nova forma de análise da sociedade: o Materialismo Histórico. Portanto, o Materialismo Histórico parte da concepção materialista da realidade, para, através do método dialético de análise, abordar de maneira mais correta e abrangente os mais variados fenômenos e ainda descobrir as leis objetivas mais gerais que regem a sua evolução. Para os comunistas, o materialismo histórico/dialético é a base filosófica de análise e compreensão do mundo e da realidade à nossa volta.
A visão materialista de Marx nos ensina a ver a nossa força de trabalho como mercadoria qualquer, que pode ser medida, comprada e vendida  em um mercado fictício chamado de mercado de trabalho. Quando o capitalista usa a nossa força de trabalho, ele cria valor. Nosso trabalho é a verdadeira fonte de riqueza dos capitalistas. Marx foi além. Para ele, nosso trabalho sobre determinados objetos provoca nestes uma espécie de “ressurreição”. Tudo o que é criado pelo homem contém em si um trabalho passado, morto, que só pode ser reanimado por outro trabalho.
Assim, um pedaço de couro animal curtido, uma faca e fios de linha são, todos, produtos de trabalho humano. Deixados em si mesmo, são coisas mortas; utilizados para produzir um par de sapatos, renascem como meios de produção e se incorporam em um novo produto, uma nova mercadoria, um novo valor, de acordo com Cristina Costa.
Mas, como se obtém o lucro? Podemos lucrar simplesmente aumentando o preço do produto, mas o simples aumento de preços é um recurso transitório e com o tempo cria problemas. Não na compra e na venda de mercadorias que se encontra a base estável para o lucro, ao contrário, a valorização da mercadoria se dá no âmbito de sua produção. Se um operário tem uma jornada diária de oito horas de trabalho, o capitalista pode aumentar esse tempo e fazer o trabalhador passar nove ou até 15 horas (na época de Marx) dentro da empresa ou da fábrica.
Como as leis trabalhistas impedem o aumento absurdo da jornada de trabalho, o capitalista pode aumentar a intensidade e a velocidade do trabalho nas mesmas oito horas ou mesmo diminuir a jornada de trabalho e o trabalhador produzirá mais. O valor excedente produzido pelo operário é o que Marx chama de mais-valia.
O capitalista pode obter mais-valia procurando aumentar constantemente a jornada de trabalho, tal qual no nosso exemplo. Essa é, segundo Marx, a mais-valia absoluta. É claro, porém, que a extensão indefinida da jornada esbarra nos limites físicos do trabalhador e na necessidade de controlar a própria quantidade de mercadorias que se produz.
Agora, pensemos em uma indústria altamente mecanizada. A tecnologia aplicada faz aumentar a produtividade, isto é, nas mesmas oito horas de trabalho é produzido um número maior de mercadorias.
A mecanização também faz com que a qualidade dos produtos dependa menos da habilidade e do conhecimento técnico do trabalhador individual. Numa situação dessas, portanto, a força de trabalho vale cada vez menos e, ao mesmo tempo, graças à maquinaria desenvolvida, produz cada vez mais. Esse é, em síntese, o processo de obtenção daquilo que Marx denomina mais-valia relativa.
Em resumo...
Para atender ao capitalismo e explicar a natureza da organização econômica humana, Marx desenvolveu uma teoria abrangente e universal, que procura dar conta de toda e qualquer forma produtiva criada pelo homem em todo o tempo e lugar.
Os princípios básicos dessa teoria estão expressos em seu método de análise – o materialismo histórico. Marx parte do princípio de que a estrutura de uma sociedade qualquer reflete a forma como os homens organizam a produção social de bens. A produção social, segundo Marx, engloba dois fatores básicos: as forças produtivas e as relações de produção.
As forças produtivas constituem as condições materiais de toda a produção. Qualquer processo de trabalho implica em determinados objetos, isto é, matérias-primas identificadas e extraídas da natureza; e determinados instrumentos, ou seja, o conjunto de forças naturais já transformadas e adaptadas pelo homem, como ferramentas ou máquinas, utilizadas segundo uma orientação técnica específica.
O homem, principal elemento das forças produtivas, é o responsável por fazer a ligação entre a natureza e a técnica e os instrumentos. O desenvolvimento da produção vai determinar a combinação e o uso desses diversos elementos: recursos naturais, mão de obra disponível, instrumentos e técnicas produtivas. Essas combinações procuram atingir o máximo de produção em função do mercado existente. A cada forma de organização das forças produtivas corresponde uma determinada forma de relação de produção.
As relações de produção são as formas pelas quais os homens se organizam para executar a atividade produtiva. Essas relações se referem às diversas maneiras pelas quais são apropriados e distribuídos os elementos envolvidos no processo de trabalho: as matérias-primas, os instrumentos e a técnica, os próprios trabalhadores e o produto final. Assim, as relações de produção podem ser, em um determinado momento, cooperativistas (como num mutirão), escravistas (como na Antiguidade), servis (como na Europa feudal), ou capitalista (como na indústria moderna).
Forças produtivas e relações de produção são condições naturais e históricas de toda atividade produtiva que ocorre em sociedade. A forma pela qual ambas existem e são reproduzidas numa determinada sociedade constitui o que Marx denominou “modo de produção”. Para Marx, o estudo do modo de produção é fundamental para compreender como se organiza e funciona umasociedade. As relações de produção, nesse sentido, são consideradas as mais importantes relações sociais. Os modelos de família, as leis, a religião, as ideias políticas, os valores sociais são aspectos cuja explicação depende, em princípio, do estudo do desenvolvimento e do colapso de diferentes modos de produção.
Analisando a história, Marx identificou alguns modos de produção específicos: sistema comunal primitivo, modo de produção asiático, modo de produção antigo, modo de produção germânico, modo de produção feudal e modo de produção capitalista. Cada qual representa diferentes formas de organização da propriedade privada e da exploração do homem pelo homem.
Em cada modo de produção, a desigualdade de propriedade como fundamento das relações de produção, cria contradições básicas, como o desenvolvimento das forças produtivas. Essas contradições se acirram até provocar um processo revolucionário, com a derrocada do modo de produção vigente e a ascensão de outro.
O espaço para a ação voluntária em um desenvolvimento histórico determinado por leis naturais também foi tema central das obras de Marx. No prefácio da primeira edição alemã de O Capital, o autor deixa isso claro quando afirma que a sociedade não pode nem ultrapassar por saltos nem abolir por decretos as fases de seu desenvolvimento natural, se bem que pode abreviar os períodos de gestação e aliviar as dores do parto de cada fase, desde que descubra a lei natural que preside a seu movimento.  
Os homens não arbitram livremente sobre as forças produtivas, base da história, pois elas são produto de uma atividade anterior. Toda geração nova encontra forças produtivas adquiridas pela geração precedente e que irão servir de matéria-prima para a nova produção.
Pensador ocupado com inúmeros temas de seu tempo, Marx é, antes de tudo, o sociólogo-economista do capitalismo.  Seu esforço intelectual pretendeu demonstrar cientificamente a evolução, a seu ver inevitável, do capitalismo. Ele considera as sociedades modernas industriais e científicas, em oposição às sociedades militares e teológicas. Entretanto, ao invés de centrar sua análise na oposição entre sociedades do passado e do presente, Marx focaliza a atenção na contradição - que se esforça por demonstrar a ela inerente - da sociedade moderna, chamada de capitalismo.
Para Marx, o conflito entre proletariado e capitalistas está no cerne da natureza e do desenvolvimento das sociedades modernas.  A obra de Marx - especialmente o Manifesto Comunista, a Contribuição à Crítica da Economia Política e O Capital - é centrada na afirmação e na demonstração do caráter antagônico do capitalismo e de sua necessária superação.  É também, ao mesmo tempo, um apelo à ação com vistas a acelerar o cumprimento desse destino histórico.  Na essência do capitalismo estão a mais-valia, fundamento da acumulação de capital, e o proletariado, que produz a mais-valia.  A partir do momento em que descobre que é ele quem produz a mais-valia, o proletariado começa a libertar-se da dominação burguesa.
A superação do capitalismo, pelo desenvolvimento natural de suas contradições ou pela aceleração da revolução socialista, dará origem à primeira sociedade não antagônica da história.  Sendo Marx, além de intelectual, homem de ação, suas ideias e seu exemplo inspiraram muitos movimentos políticos já em seu tempo de vida.
No século XX que, em nome de Marx ou no diálogo com ele, se efetivam governos e revoluções socialista, primeiro na Europa e depois em muitos países da Ásia, da África e da América Latina, organizaram-se movimentos em busca de maior desenvolvimento socioeconômico ou de independência nacional, ou de ambos, movimentos que, em alguns casos, chegaram a assumir o poder.
		1.
		"Quanto mais o trabalhador se empenha em seu trabalho, tanto mais poderoso se torna o mundo estranho que ele cria contra si mesmo, tanto mais pobre se tornam ele e seu mundo interior, e menos estes lhe pertencem (...) o trabalhador coloca sua vida no objeto; mas agora ele não mais o pertence (...). O que o produto de seu trabalho é, ele não é." (Karl Marx) Qual o conceito de Karl Marx que melhor explica os efeitos, ilustrados acima, da apropriação privada do trabalho sobre o trabalhador?
		
	
	
	
	
	Ideologia.
	
	 
	Alienação.
	
	
	Relação de produção.
	
	
	Mais-valia.
	
	
	Força produtiva.
	
	
	
		2.
		"Segundo Marx, a divisão social do trabalho fez com que o pensamento filosófico se tornasse uma atividade exclusiva de um determinado grupo. As diversas escolas filosóficas passaram a expressar a visão parcial que esse grupo tem da vida, da sociedade e do Estado, refletindo, assim, os seus interesses". (COSTA, Cristina. Sociologia: introdução à ciência da sociedade. 3. ed. São Paulo: Moderna, 2005). Com base na afirmativa acima e nas contribuições da teoria marxiana para a sociologia, analise as seguintes proposições. I - A divisão do trabalho é necessária, pois a complexidade do trabalho social demanda uma necessidade de separar o "trabalho intelectual" e o "trabalho manual". II - O trabalho intelectual é mais complexo e elaborado, e tal fato é motivo que justifica a maior valorização das atividades ligadas ao intelecto humano. III - A divisão do trabalho mutila o ser humano, pois a separação entre o pensar e o agir fragmentam o sujeito, tornando os homens seres parciais e incompletos. Dentre as opções abaixo, qual alternativa identifica corretamente o pensamento de Karl Marx?
		
	
	
	
	
	I e II.
	
	 
	Somente a III.
	
	
	Somente a I.
	
	
	II e III.
	
	
	Somente a II.
	 Gabarito Comentado
	
	
		3.
		O pensamento de Karl Marx é considerado por vários autores da sociologia como o mais revolucionário produzido no século XIX. Com o objetivo de entender o capitalismo, o autor produziu obras de filosofia, economia e sociologia. Nestas obras são definidos vários conceitos e idéias fundamentais para a sociologia. Marque a afirmativa que NÃO corresponde ao pensamento do autor.
		
	
	
	
	
	A oposição de interesses entre a burguesia e o proletariado.
	
	
	A alienação como um dos resultados da divisão do trabalho.
	
	 
	A solidariedade social como resultante da divisão do trabalho.
	
	
	O Estado como instituição representativa dos interesses de classe.
	
	
	A luta de classes como o "motor" das transformações históricas.
	 Gabarito Comentado
	
	
		4.
		"Os homens fazem a sua própria história, mas não fazem como querem; não a fazem sob circunstâncias de sua escolha e sim sob aquelas com que se defrontam diretamente, legadas e transmitidas pelo passado. A tradição de todas as gerações mortas oprime como um pesadelo o cérebro dos vivos". (MARX, Karl. O 18 brumário de Luís Bonaparte. 4. ed. São Paulo: Abril Cultural, 1988). De acordo com a teoria de Marx, podemos afirmar que o texto acima destaca:
		
	
	
	
	 
	a alienação da classe trabalhadora
	
	 
	a historicidade das relações sociais.
	
	
	o poder coercitivo dos fatos sociais
	
	
	o caráter revolucionário da tradição
	
	
	a racionalização do capitalismo ocidental
	 Gabarito Comentado
	
	
		5.
		No capitalismo, o direito da propriedade dos meios de produção pertence à minoria rica, os capitalistas, e os trabalhadores são obrigados a venderem a força de trabalho. Diferente da escravidão, onde os próprios corpos dos trabalhadores (escravos) pertencem aos seus senhores, no modo de produção capitalista predomina o trabalho assalariado. De acordo com a perspectiva teórica de Karl Marx, quais são as classes sociais fundamentais no sistema capitalista?
		
	
	
	
	 
	Burgueses e proletários.
	
	
	Comerciantes e trabalhadores.
	
	
	Capitalistas e escravos.
	
	
	Ricos e pobres.
	
	
	Senhores e servos.
	 Gabarito Comentado6.
		Era ele que erguia casas / Onde só havia chão /Como um pássaro sem asas / Ele subia com as casas / Que lhe brotavam da mão. / Mas tudo desconhecia / De sua grande missão / Não sabia, por exemplo / Que a casa de um homem é um templo / Um templo sem religião / Como tão pouco sabia / Que a casa que ele fazia / Sendo sua liberdade / Era a sua escravidão. (Vinícius de Morais). De acordo com o poema,¿o operário em construção¿, e com base na perspectiva teórica de Karl Marx, podemos afirmar que a concentração de renda e a pobreza no sistema capitalista são consequências:
		
	
	
	
	
	das gestões inadequada das políticas públicas.
	
	
	de um crise de valores e da falta de amor ao próximo
	
	
	da natureza egoísta e egocêntrica do ser humano
	
	 
	da apropriação privada do produto do trabalho humano
	
	
	da falta de solidariedade e de cooperação entre as pessoas
	
	
	
		7.
		De acordo com Marx a história humana é uma história das:
		
	
	
	
	
	lutas entre as sociedades
	
	
	lutas entre as religiões
	
	
	lutas entre aqueles que têm poder
	
	 
	lutas entre as classes
	
	
	lutas entre os indivíduos
	 Gabarito Comentado
	
	
		8.
		O filme "Tempos Modernos" é considerado um exemplo de crítica e reflexão sobre o mundo capitalista, porque o personagem retrata a vida de um operário em seu cotidiano de trabalho no interior de uma fábrica, executando tarefas, sem compreensão de sua finalidade. Neste contexto, o conceito de alienação é evidenciado de acordo com a proposição teórica de Friedrich Engels e Karl Marx, porque destaca essencialmente o distanciamento:
		
	
	
	
	
	do indivíduo em relação a sua vida escolar.
	
	
	do trabalhador em relação a suas tarefas domésticas.
	
	
	do indivíduo em relação à sua vida familiar.
	
	 
	do trabalhador em relação ao processo produtivo
	
	
	do trabalhador em relação a sua religião.

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