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O feminismo e sua contriubuição para as R.I

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-1- 
 
 
Bennett – Centro Universitário Metodista 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O FEMINISMO 
 E SUA CONTRIBUIÇÃO PARA AS RELAÇÕES INTERNACIONAIS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Melissa Masoni 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2013 
 
-1- 
 
 
 
 
Bennett – Centro Universitário Metodista 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O FEMINISMO 
 E SUA CONTRIBUIÇÃO PARA AS RELAÇÕES INTERNACIONAIS 
 
 
 
 
 
 
 
Autor: Melissa Masoni 
Monografia apresentada ao Curso de 
Relações Internacionais do Bennett – 
Centro Universitário Metodista como 
parte dos requisitos necessários à 
obtenção do título de Bacharel em 
Relações Internacionais. 
 
Orientador: Prof. Rayne Ferretti 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Rio de Janeiro 
Junho de 2013 
 
 - 3 - 
O FEMINISMO 
 E SUA CONTRIBUIÇÃO PARA AS RELAÇÕES INTERNACIONAIS 
 
 
 
 
 
Autor: Melissa Masoni 
 
 
Orientador: Professora Rayne Ferretti 
 
 
 
 
 
Monografia de Conclusão submetida ao Curso de Graduação em Relações Internacionais 
do Bennett – Centro Universitário Metodista como parte dos requisitos necessários à 
obtenção do título de Bacharel em Relações Internacionais. 
 
 
 
 
Aprovada por: 
 
_______________________ 
Presidente – Prof. 
 
_______________________ 
Prof. 
 
_______________________ 
Prof. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Rio de Janeiro 
Junho de 2013 
 
 - 4 - 
RESUMO 
 
 
 
 
 
 
O FEMINISMO 
 E SUA CONTRIBUIÇÃO PARA AS RELAÇÕES INTERNACIONAIS 
 
 
 
 
 
 
Autor: Melissa Masoni 
 
Orientador: Professora Rayne Ferretti 
 
 
 
Resumo da monografia apresentada ao Curso de Relações Internacionais do Bennett – Centro 
Universitário Metodista como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Bacharel 
em Relações Internacionais. 
 
 
 
O presente trabalho tem como objetivo mostrar a história do movimento feminista, 
acompanhando sua evolução ao longo da própria evolução da sociedade. Ele se propõe a detalhar 
as fases do feminismo, sem a pretensão de esgotar o assunto, por ser demasiadamente extenso, 
inserindo-as nos diferentes contextos históricos, da Idade Média ao Pós Modernismo e, por fim, 
a revelar a importância do reconhecimento do Feminismo como visão analítica e segmento nos 
estudos das Relações Internacionais. 
 
Palavras chave: feminismo – identidade – pós-modernismo – Relações Internacionais ] 
 
Rio de Janeiro 
Junho de 2013 
 
 - 5 - 
ABSTRACT 
 
 
 
 
 
FEMINISM 
AND ITS CONTRIBUTION TO INTERNATIONAL RELATIONS 
 
 
 
 
 
Author: Melissa Masoni 
 
Orientador: Professora Rayne Ferretti 
 
 
 
A summary of the paper presented at the International Relations course at the Bennett Methodist 
University as part of the requirements for obtaining a Bachelor’s degree in International 
Relations.. 
 
 
 
 
The object of this work is to show the history of the feminist movement, following its evolution 
along the evolution of society itself. It aims to detail the stages of feminism, without the 
pretention of exhausting the subject, which is too ample, placing them in different historical 
contexts, from the Middle Ages to Post Modern, and finally, to reveal the importance of the 
recognition of Feminism as an insight and a segment in the studies of International Relations. 
 
 
 
Palavras chave: feminism – identidy – post-modernism – International Relations 
 
 
 
Rio de Janeiro 
June 2013 
 - 6 - 
DEDICATÓRIA 
 
 
 
Dedico este trabalho aos meus tios, Tereza e Calil que, mesmo não estando fisicamente 
presentes, sempre me deram forças e me ensinaram a importância e a grandeza do amor. 
Dedico ainda aos meus filhos Joshua e Nicholas, motivos maiores de minha dedicação e luta. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 - 7 - 
AGRADECIMENTOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aos meus filhos, pelo imenso amor. 
 
 
 
 
 
 
 - 8 - 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“A mulher é uma substância tal, que, por mais que a estudes, 
 sempre encontrarás nela alguma coisa totalmente nova.” 
 (Léon Tolstoi) 
 - 9 - 
SUMÁRIO 
 
 
 
 
 
 
Introdução. 
___________________________________________________________________________________________________ 10
 
I. Caminho histórico do feminismo 
___________________________________________________________________________________________________ 11
 
1. O que é feminismo 
___________________________________________________________________________________________________ 11
 
1.1 O surgimento do movimento feminista na história das relações internacionais 
___________________________________________________________________________________________________ 12
 
1.2 O movimento feminista, a crítica feminista e as “ondas” do feminismo 
___________________________________________________________________________________________________ 16
 
1.3 Teorias feministas durante a Guerra Fria: liberais, socialistas e radicais 
___________________________________________________________________________________________________ 20
 
 
 
II. A questão do gênero nas Relações Internacionais 
___________________________________________________________________________________________________ 24
 
2. A categoria do gênero e suas teorias 
___________________________________________________________________________________________________ 24
 
2.1 Gênero e globalização 
___________________________________________________________________________________________________ 29
 
2.2 Gênero e Desenvolvimento 
___________________________________________________________________________________________________ 32
 
 
 
III. Contribuições feministas para as Relações Internacionais 
___________________________________________________________________________________________________ 36 
 
 
Conclusão 
___________________________________________________________________________________________________ 38
 
Bibliografia 
 
___________________________________________________________________________________________________ 39
 
 
 
 
 
 
 
 
 - 10 - 
INTRODUÇÃO 
 
 
 
 
 
O movimento feminista, como antecessor à teoria feminista das Relações Internacionais, foi 
responsável por inúmeras conquistas de Direitos Humanos ao longo da história e hoje se mostra 
tanto essencial quanto inevitável para as relações entre povos, culturas, política e 
desenvolvimento internacionais. 
As idéias feministas, desde experiências isoladas até o pós-modernismo, passaram por diferentes 
“ondas” e também pela categorização de gênero nas diferentes esferas globais, trazendo uma rica 
contribuição para as Relações Internacionais. Ainda assim, tal movimento,desde os primórdios 
de sua existência, não obteve devido valor em prol de suas conquistas e realizações dentro das 
sociedades e no mundo em comparação à suas contribuições. 
Agora, três séculos após seu nascimento, autores e estudiosos começam a observar não somente 
sua contribuição histórica, mas também sua contribuição política dentro das sociedades pós-
modernas. 
A importância desse trabalho é justamente desconstruir paradigmas sobre o feminismo, 
atribuindo-lhe as devidas conquistas ao longo dos anos, mostrando sua relevância na sociedade 
contemporânea e sua importância para as Relações Internacionais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 - 11 - 
 
CAPÍTULO I 
 
 
 
 
CAMINHO HISTÓRICO DO FEMINISMO 
 
 
 
1 – O QUE É FEMINISMO 
 
 
No verbete equivalente em inglês temos a definição de feminismo como uma ideologia que 
objetiva a igualdade - ou o que seria mais preciso - a eqüidade entre os sexos. Contudo, há 
autoras feministas que procuraram demonstrar como a própria concepção de sexo biológico 
advém de uma compreensão simbólica do mundo que é orientada pela concepção de gênero. 
O verbete equivalente em francês define feminismo como um conjunto de idéias políticas, 
filosóficas e sociais que procuram promover os direitos e interesses das mulheres na sociedade 
civil. No entanto, os feminismos, em suas múltiplas formas (como veremos a seguir), estão 
relacionados a desejos, políticas e interesses de outros grupos civis, não somente de mulheres. 
Autoras e autores como Joan Roughgarden (Department of Biological Sciences Stanford 
University), Anne Fausto-Sterling (Department of Molecular and Cell Biology at Brown 
University) e Thomas Laqueur (Department of History, University of California Berkeley), 
procuraram observar a suposta justificativa biológica da divisão binária entre os sexos para 
compreender os pressupostos que sustentariam tal divisão binária fêmea/macho, e subseqüente 
heterossexualidade, e concluíram cada qual à sua maneira, que não há uma materialidade anterior 
ao pensamento humano que justifique a divisão binária entre os sexos, mas que essa divisão 
existe como modo de pensar e dar sentido à experiência. 
 
 - 12 - 
1.1 – O surgimento do movimento feminista na história das relações internacionais 
 
Ainda que seja possível encontrar na historiografia do século XV o aparecimento de temas 
dedicados à denúncia da condição de opressão das mulheres, o assunto ainda não pode ser 
considerado como parte do movimento feminista. 
No começo da Idade Média na Europa, a mulher tinha acesso à grande parte das profissões e o 
direito à propriedade, além de poder assumir a chefia da família em caso da morte de seu 
companheiro. Existem registros de mulheres que, inclusive, freqüentaram as universidades da 
época. No entanto, entre os séculos XV e XVI, deu-se início ao período de “caça às bruxas”, com 
total apoio da Igreja na perseguição as mulheres. 
Com a queda do teocentrismo na sociedade européia e a aparição do antropocentrismo, onde o 
ser humano passou a ser o centro do universo, e não mais um deus absoluto, a Igreja começou a 
perder seu poder. A arte, as ciências, a filosofia, começam a desvencilhar-se da Igreja, causando 
sua instabilidade. Justamente como tática para reativar seu poder centralizador, a Igreja cria os 
Tribunais de Inquisição, que serviam para julgar todos os que eram considerados, pela Igreja, 
ameaça às doutrinas da instituição regente. Os suspeitos eram perseguidos e julgados e, caso 
fossem acusados, sofriam castigos desde a prisão temporária até a morte em fogueira. A morte de 
mulheres consideradas bruxas foi de mais de 80% do total de pessoas acusadas pela Igreja de 
hereges. Tais mulheres foram consideradas bruxas por terem o conhecimento de ervas e plantas 
medicinais, serem parteiras, enfermeiras, e por possuírem conhecimentos médicos, políticos ou 
religiosos. Nesse contexto, pode-se citar a camponesa Joana D’arc que, em 1429, com apenas 17 
anos, comandou o exército francês contra a ocupação inglesa e, por ter conhecimentos de guerra 
e ousadias tipicamente masculinas, fora julgada como herege e feiticeira e queimada na fogueira. 
 - 13 - 
No ano de 1484 a Igreja Católica publicou um livro conhecido como “Malleus Maleficarum”, ou 
“Martelo das Bruxas”. Nele estavam contidas informações de como reconhecer e condenar uma 
bruxa. Em uma das passagens do livro, foi afirmado que as mulheres deveriam ser mais visadas 
neste processo, pois estas seriam, “naturalmente”, mais propensas às feitiçarias (MENSCHIK, 
1977: 132 e EHRENREICH & ENGLISH, 1984: 13). Era claro a intenção da Igreja e das classes 
dominantes de acabar com o poder das mulheres na sociedade. 
A escritora francesa Christine de Pizan (1364 - 1430), que viveu o período da Idade Média e 
anterior a ele, defendeu em seu livro "A Cidade das Mulheres", a igualdade natural entre os 
sexos e a educação idêntica a meninos e meninas. Christine pode ser considerada uma das 
pioneiras no movimento feminista universal, por apresentar um discurso em favor da igualdade 
entre os sexos já no século XV. 
Para alguns autores, o feminismo teve origem na Europa Ocidental, no século XVIII, com a 
Revolução Francesa e o surgimento do Iluminismo. Pensadoras como Mary Wortley Montagu, 
aristocrata e escritora inglesa, e a Marquesa de Condorcet, foram intensas lutadoras dos direitos e 
da educação feminina. Dentro desse contexto de feminismo moderno, fundou-se, em 1785, em 
Middelburge, na Holanda, a primeira sociedade científica para mulheres. Nessa época, o 
feminismo teve um novo recomeço, em um contexto diferente: o da sociedade liberal européia 
que emergia. É justamente a partir de grandes revoluções, como a Francesa, que o feminismo 
ganha uma expressão de reivindicação e, unindo-se a alguns partidos de esquerda, ganha força de 
expressão. Com a junção das mulheres aos partidos políticos, cresceu o número de movimentos 
feministas, inclusive a instauração do casamento civil e a legislação do divórcio, frutos da 
participação feminina na Revolução francesa. 
 - 14 - 
Em 1791, quase três séculos após as declarações de Christine de Pizan, a revolucionária Olímpia 
de Gouges proclamou, através de uma declaração intitulada “Déclaration des droits de la femme 
et de la citoyenne”, que a mulher tinha o direito de participar, direta ou indiretamente, da 
formulação de leis e da política, igualando os direitos civis de homens e mulheres. Ainda que sua 
declaração tenha sido rejeitada pela Convenção Francesa, em Paris, tornou-se o símbolo mais 
representativo do feminismo racionalista e democrático. 
Não somente mulheres aderiam ao movimento feminista. O escritor e filósofo inglês Stuart Mill, 
por exemplo, ganhou destaque ao propor, em sua obra datada de 1869, “Sujeição das mulheres”, 
que o sistema social em que vivia era a continuidade da escravatura no que dizia respeito aos 
direitos da mulher. Ele considerava que a subjugação de um sexo ao outro era “errada em si 
mesma” e constituía “um dos principais obstáculos ao progresso humano” (MILL, 1869). 
No decorrer do século XIX e início do século XX, muitos intelectuais e pensadores europeus 
estudaram a fundo a obra de Stuart Mill e, a partir dela, formulam teses mais consistentes sobre o 
feminismo dando margem, inclusive, a um intenso debate travado entre intelectuais italianos de 
esquerda sobre o tema. Obras como “Una Donna”, de Sibilla Aleramo, considerada a bíblia do 
feminismo na Itália, foram intensamente escritas ao longo do século XX. 
Os próprios acontecimentos históricos contribuíram, ao longo dos anos, para o alastramento do 
movimento feminista e a propagação do mesmo.Nas décadas de 1930 e 1940, as reivindicações 
em relação ao voto feminino e a possibilidade de trabalho para as mulheres ganharam força, 
principalmente, em conseqüência do grande número de homens lutando em guerras. Com a 
ausência masculina no dia-a-dia, os postos de trabalhos foram cedidos às mulheres, que 
precisavam sustentar suas famílias. 
 - 15 - 
Em se tratando do movimento feminista contemporâneo, este teve início nos Estados Unidos, na 
segunda metade da década de 1960, inteirando-se rapidamente a outros países no decorrer dos 
anos 1968 a 1977. Esse movimento contemporâneo teve e ainda tem como base a reivindicação 
da “libertação da mulher”. Essa libertação consiste em ir além da luta central do feminismo 
moderno, baseado na luta pela igualdade, chegando à perspectiva da superação das relações 
conflituosas entre os sexos masculinos e femininos, recusando o estigma de inferioridade 
feminina ou da desigualdade natural. 
Mulheres como Betty Friedan, Kate Millet e Simone Beauvoir, que, na década de 1960 publicou 
o livro O Segundo Sexo, defendendo a idéia de que a hierarquia entre os sexos não se trata de 
uma questão biológica, mas de uma construção social, tornaram-se ícones do feminismo 
contemporâneo por serem feministas, intelectuais, e líderes. 
De acordo com Maggie Humm, professora de Estudos Sociais da Universidade de Londres e 
escritora e Rebecca Walker, autora norte americana de livros premiados e feminista, a história do 
feminismo pode ser dividida em três "ondas"(HUMM, 1995 - Wikipédia, a enciclopédia livre). A 
primeira teria ocorrido no século XIX e início do século XX, a segunda nas décadas de 1960 e 
1970, e a terceira teria ido da década de 1990 até a atualidade. 
Mesmo que o movimento feminista, no final da década de 1970 e início da de 1980 tenha 
“entrado em declínio em razão das profundas transformações (sociais, políticas e econômicas) 
que atingiram as sociedades” (CANCIAN, 1985), o fato de mulheres começarem a exercer 
posições de poder dentro das sociedades ocidentais ou não, é um reflexo de mudanças sociais e 
políticas alcançadas através desses movimentos, ao longo dos séculos. Ainda que bastante 
isolados e até discretos, os movimentos feministas foram e são importantes para que o conceito 
de igualdade entre homens e mulheres perante a sociedade fossem inseridos. 
 - 16 - 
1.2 – O Movimento Feminista, a Crítica Feminista e as “ondas” do Feminismo. 
Para alguns autores¹, o movimento feminista pode ser dividido em três “ondas”. A primeira, que 
teria início nos primórdios do século XIX, a segunda, iniciada na década de 1960, e a terceira, 
iniciada na década de 1990. 
Durante o século XVIII ocorreram manifestações feministas em prol da igualdade jurídica, 
principalmente. Destacaram-se as lutas pelo aceso a educação, o direito ao voto e ao trabalho 
remunerado. Com a Revolução Francesa e seus ideais de liberdade e igualdade, os movimentos 
feministas inseriram-se, aos poucos, no pensamento cotidiano feminino, adentrando até o século 
XX. Como, nessa primeira “onda”, o enfoque era o direito civil e jurídico, através da igualdede 
social e legal para as mulheres, surgiram movimentos feministas ligados a diferentes correntes 
político-ideológicas, como a corrente liberal, a cristã, a socialista e a anarquista. 
A crítica feminista teve uma forte influência sobre o movimento feministal, através de análises 
críticas da produção literária do ponto de vista da mulher. Ainda que, no século XIX, tenham 
surgido autoras que podem ser inseridas dentro desse movimento, como por exemplo, Madame 
Stäel, que em 1800, reconhece que “a existência das mulheres em sociedade é ainda incerta sob 
muitos aspectos” e aspira a “uma época em que legisladores filósofos prestarão uma séria 
atenção à educação que as mulheres devem receber, às leis civis que as protegem, aos deveres 
que se lhes deverão impor, à felicidade que se lhes pode garantir; mas [que], no seu estado atual, 
não se encontram, na sua maior parte, nem na ordem da natureza nem na ordem da sociedade.” 
(apud Duby:1994), a crítica feminista só teve reconhecimento na segunda onda do movimento 
feminista. 
 
¹ Maggie Humm, professora na “School of Humanities and Social Sciences at the University of East 
London” e Co-Directora do “Centre for Cultural Studies Research (CCSR)”, autora de livros como 
“Border Traffic” , “The Dictionary of Feminist Theory” e “Modern Feminisms, Feminism and 
Film” e Rebecca Walker, Doutora em Letras pela North Carolina School of the Arts, oradora sobre 
temas relacionados ao feminismo e autora de livros como “Black White Jewish”. 
 
 - 17 - 
Singular contribuição para o movimento feminista do século XIX foi o livro escrito por Mary 
Wollstonecraft², em 1792: “A vindication of the rights of women”. Essa obra serviria como base 
para que mulheres ocidentais, principalmente nos EUA e no Brasil, descobrissem e aderissem ao 
feminismo. 
Com o número crescente de mulheres com acesso à educação através da religião na Europa e nos 
EUA, e com o ingresso nas Escolas Normais em 1871 no Brasil, que até então eram direito 
exclusivamente masculino, o movimento feminista seguiu uma evolução natural, diretamente 
ligado a evolução e ao crescimento das conquistas feministas. Conquistas essas que, através do 
Partido Republicano Feminino, no Rio de Janeiro, em 1910, e da Liga pela Emancipação 
Intelectual da Mulher, em 1919, inseriram o voto feminino na vida das brasileiras, no estado do 
Rio Grande, em 1928; no Código Eleitoral Brasileiro, em 1932, e na Constituição do Brasil, em 
1934. 
Durante o século XX, mais precisamente no final da década de 1960 e começo da década de 
1970, surge a segunda onda do movimento feminista. As mulheres que, nos séculos anteriores, 
tiveram maior acesso à educação, principalmente por meio da religião, foram o elo entre a 
primeira e a segunda onda. Agora, a luta não era mais pela igualdade jurídica, mas sim pela 
igualdade cultural e política. 
 
 
 
 
 
 
² Mary Wollstonecraft, falecida em 1797, uma entusiasta das conquistas igualitárias e fraternas da 
Revolução Francesa de 1789, contagiada pelo efervecente ambiente que encontrou em Paris, quando lá 
esteve em 1792, não demorou muito em dar-se conta de que as mulheres, ativissimas nos tumultos que 
culminaram na queda a monarquia absolutista de Luís XVI, estavam longe de serem contempladas pelos 
tão proclamados direitos de cidadania. Em vista disso elaborou aquilo que podemos chamar de primeira 
carta do feminismo moderno, “Vindication of the Rights of Woman”, memorável ensaio a favor da 
emancipação feminina, composto em apenas seis semanas. 
 
 - 18 - 
Mais uma vez, junto com o movimento feminista, emerge a crítica feminista, através, 
principalmente, do livro “A mística feminina”, de Betty Friedan (1963). Em seu livro, lançado 
em 1963, Friedan levanta a hipótese de que as mulheres seriam vítimas de um sistema falso de 
crenças que exige que elas encontrem identidade e significado em suas vidas através de seus 
maridos e filhos; este sistema faz com que a mulher perca completamente a sua identidade para 
a de sua família. 
As décadas de 1960 e 1970 foram marcadas pelas referências políticas nas agendas dos estados. 
A ONU elegeu, em 1975, o Ano Internacional da Mulher e, entre 1976 e 1985, a Década de 
Mulher. Foram décadas marcadas principalmente pela queda de barreiras formais no âmbito 
social, intelectuale no mercado de trabalho. A mulher foi, durante a segunda onda do 
Feminismo, inserida no contexto da democracia representativa. 
A terceira “onda” do Feminismo faz-se presente desde a última década do século XX até os dias 
atuais. Com a conquista da igualdade política, social e jurídica, ainda que não em sua plenitude, 
o feminismo continuou crescendo e se desenvolvendo. 
Com a observação da condição feminina em vários estados e de práticas contra as mulheres em 
países como Ásia e África, a agenda feminista quis se extender também fora do mundo ocidental, 
onde a violência contra as mulheres ainda têm respaldo jurídico, em sua maioria, por questões 
religiosas/culturais. Questões como as de mulheres que são proibidas de trabalharem fora de 
casa, a proibição de meninas de frequentarem a escola, as mutilações dos órgãos sexuais 
femininos e até o direito ao homem de matar as mulheres com que coabitam, interagem com 
questões atuais de direitos humanos como o reconhecimento, pela ONU, de que "os direitos das 
mulheres são direitos humanos", adotada na III Conferência Mundial sobre os Direitos Humanos 
(Viena/1993), e a gestação da noção de direitos sexuais e reprodutivos nas Conferências 
 - 19 - 
Mundiais sobre População e Desenvolvimento (Cairo/1994) e sobre a Mulher (Beijing/1995), 
sustentada a partir de então. Portanto, a terceira “onda” do movimento feminista se caracteriza 
pela inclusão dos direitos das mulheres fora do Ocidente, pela manutenção e implementação dos 
direitos já conquistados. 
Portanto, a relação entre o movimento feminista e a crítica feminista é constante e ambos os 
movimentos são produtos de conquistas femininas, unidas pela mesma questão ideológica. 
Moreira (2003). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 - 20 - 
1.3 – Teorias feministas durante a Guerra Fria: liberais, socialistas e radicais 
Durante a Guerra Fria, mais precisamente nos anos 60, firmava-se o feminismo nos EUA e na 
Europa, através de visões e contextos diferenciados. Em conseqüência de tais divisões do 
pensamento feminista, e por motivos metodológicos, pode-se categorizar a teoria feminista 
surgida durante a Guerra Fria em três movimentos: liberal, socialista e radical. 
Graças às mulheres que, no século XIX tiveram acesso à educação, por meio principalmente da 
religião, e, através do conhecimento adquirido, uma nova perspectiva de seus direitos como 
mulher e cidadã, a primeira “onda” do feminismo teve força para desenvolver-se através dos 
anos, adaptando-se às mudanças políticas, econômicas e sociais, chegando à segunda “onda, por 
volta dos anos 60 e 70. Inserido nesse contexto da segunda “onda”, o feminismo liberal teve 
como princípios igualdade de direitos, cidadania e democracia, através da reivindicação de uma 
ordem legal neutra para todos, dando ênfase ao jurídico. 
O feminismo liberal, que pretende conciliar mudanças e reformas com a manutenção das 
estruturas políticas existentes, é criticado pelos movimentos feministas socialistas e radicais, por 
“não identificar as estruturas mais amplas que oprimem as mulheres, tais como o sistema 
patriarcal e a organização hierárquica do sistema capitalista.” (Misciano, 1997, 30). 
O movimento feminista liberal foi responsável pela iniciativa de solução de problemas 
considerados femininos e privados, trazendo-os para a esfera pública, através da criação de 
delegacias especializadas em violência doméstica e a criação de abrigos para vítimas de abuso, 
sensibilizando os legisladores quanto a necessidade de se encarar tais situações como crime e 
atribuir-lhes as devidas punições. A esse movimento pode-se também atribuir a iniciativa de 
criação de creches para filhos de mães trabalhadores, o direito a licença parental durante o 
nascimento dos filhos e a guarda comum em caso de divórcio. 
 - 21 - 
O instrumento de ação das feministas liberais é o sistema jurídico, entendido como uma 
instituição neutra monitorada pelo Estado (Sylvester, 1994, p.38). Na visão das liberais, portanto, 
é necessário criar leis que garantam o exercício pleno da cidadania pelas mulheres. 
O feminismo socialista, outra vertente do Feminismo surgida durante a Guerra Fria, entre as 
décadas de 1970 e 1980, reage contra a abstração da categoria “mulher” que defendem as liberais 
(Astelarra, 1989, p.7). Segundo as socialistas, não há “uma mulher”, que deve ser legalmente 
protegida, mas “várias mulheres”, em diferentes contextos sociais, que enfrentam opressões 
diferenciadas. Mulheres, ainda que dentro do mesmo espaço social, possuem realidades distintas 
e até divergentes, que não podem ser ignoradas por políticas que generalizem a condição 
feminina (Phillips, 1993, p.42). Essa vertente do feminismo traz em suas raízes pensamentos de 
Marx e Engels, que mostram as raízes históricas da opressão das mulheres e a ligação da mesma 
com a questão do poder. 
Engels cita que o desmoronamento do direito materno e a primeira derrota do sexo feminino 
aconteceram quando "a mulher se viu convertida em servidora, escrava da luxúria do homem e 
em simples instrumento de reprodução" (ENGELS, 1980, 76). Essas palavras impulsionaram 
todo um processo analítico sobre o conceito de opressão das mulheres, não só enquanto classe, 
mas enquanto sua subordinação ao sexo masculino. 
O feminismo socialista propõe uma visão crítica além das diferenças de gênero, inclusive das 
diferenças entre as próprias mulheres. Numa visão socialista, onde o capitalismo não é bem 
visto, essa corrente feminista confronta tanto a dominação patriarcal quanto a dominação de 
classes. 
Segundo a corrente feminista socialista, a divisão sexual do trabalho está diretamente ligada à 
manutenção do capitalismo, que está diretamente ligada à subordinação da mulher. Não existe, 
 - 22 - 
aqui, uma separação dos fatores de dominação, uma vez que a discriminação emana da relação 
da mulher com o sistema econômico e, principalmente, da dominação masculina homogênea 
desse sistema. Dentro da mesma corrente, no entanto, existem feministas que, atentas à crítica do 
feminismo radical, introduzem uma análise mais abrangente da questão da opressão feminina, 
combatendo a visão de que essa opressão teria como base apenas as relações de exploração 
capitalistas. Nessa visão, torna-se necessário o entrelaçamento de gênero e classe social, além do 
entrelaçamento com outros eixos de dominação, incluindo etnia e orientação sexual. Sheila 
Rowbotham (1972), Juliet Mitchell (1973) Zillah Eisenstein (1980), renomadas feministas 
socialistas, afirmam ser necessário “levar em conta fatores como a produção, a reprodução, a 
sexualidade, a socialização” (Mitchell, 1973, 232), para uma visão mais ampla e abrangente da 
questão feminismo, a fim de perceber que “capitalismo e patriarcado não são sistemas 
autônomos, mas sim dois sistemas de dominação que interagem e se alimentam mutuamente”. 
(Manuela Tavares, Deidré Matthee, Maria José Magalhães, Salomé Coelho) 
Enquanto as feministas socialistas questionam a ordem social e os valores do capitalismo, as 
feministas liberais vêem o sistema jurídico nacional como palco apto às transformações sociais. 
Ambas as visões, no entanto, sustentam o Estado como ator principal das relações internacionais, 
e defendem a subordinação de suas críticas a ele. 
No feminismo radical, o Estado é encarado como parte de um sistema fracassado de poder que, 
por ser visto por todos como ator principal das Relações Internacionais, faz com que quaisquer 
outras formas de agência sejam silenciadas no plano internacional. 
Essa vertente propõe uma inversão de valores em todos os níveis sociais, desde as questões mais 
simples do cotidiano, até questõesde grandeza política internacional, a fim de compor uma 
 - 23 - 
releitura das sociedades patriarcais, ou ainda, a redefinição da realidade através do olhar 
feminista. 
Afirmam as feministas radicais que a inclusão de mulheres em um mundo masculino significa 
apenas o fortalecimento dessa sociedade patriarcal. Esse é um dos motivos pelo qual o próprio 
movimento feminista teve uma lenta evolução ao longo dos anos, as amarras encontradas ao 
longo do caminho, dentro de uma sociedade masculina. 
As idéias feministas radicais começaram a surgir na década de 1980 e ganharam tamanha força 
capaz de se mostrarem aptas a entender as relações sociais, inclusive as Relações Internacionais, 
de uma forma alternativa. Nesse campo, a contribuição das feministas radicais teve destaque para 
a insuficiência das análises comportamentais dos Estados, que não é neutra, uma vez que nunca 
antes fora levado em consideração a questão da identidade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 - 24 - 
CAPÍTULO II 
 
 
 
A QUESTÃO DO GÊNERO NAS RELAÇÕES INTERNACIONAIS 
 
 
 
2 – A CATEGORIA DO GÊNERO E SUAS TEORIAS 
 
 
Para poder apresentar os argumentos da Teoria do Gênero nas Relações Internacionais e algumas 
de suas correntes teóricas, é preciso conceitualizar o que vem a ser gênero. Diferente de sexo, 
que enfatiza as diferenças biológicas, gênero é considerado a junção de construções sociais, 
morais e valores atribuídos ao sexo masculino ou feminino. 
A importância do gênero na constituição do internacional foi inicialmente introduzida na 
disciplina de relações internacionais pela corrente feminista, que passou a obter mais destaque 
com o avanço do debate pós-positivista. A categoria do gênero teve, ao longo dos anos e a partir 
da década de 1970, algumas ramificações, como as apresentadas abaixo: 
 
Teorias essencialistas - O conceito de essencialismo surgiu com Platão. Para esse filósofo, os 
fenômenos do mundo natural seriam apenas o reflexo de uma quantidade finita de formas fixas e 
imutáveis, providas de constância e descontinuidade. Portanto, uma essência é categoricamente 
diferente de outra essência e imutável. 
Teóricos feministas defendem que o essencialismo desempenha um papel importante na 
naturalização das hierarquias do gênero, afirmando que as condições sociais e históricas de um 
ser não podem alterar as características fixas do gênero a que pertencem. Portanto, trata-se de 
uma visão pré estabelecida da determinação da natureza específica da mulher. 
 
 - 25 - 
"essentialism in the specific context of feminism consists in the belief 
that woman has an essence, that woman can be specified by one or a 
number of inborn attributes which define across cultures and 
throughout history her unchanging being and in the absence of which 
she ceases to be categorized as a woman." (Schor, Naomi e Weed, 
Elisabeth, 1994, p.42). 
 
 
Essa teoria vem sofrendo críticas nas últimas décadas, desde, principalmente, o lançamento do 
livro de Simone de Bevoir, “O segundo Sexo”, onde é citado pela autora que “não se nasce 
mulher, porque a mulher faz-se.” Dentro dos ideais marxistas, também essa teoria não é aceita, 
por ter sido fabricada culturalmente por sociedades opressoras de patriarcado. 
 
 Teoria do déficit - Robin Tolmach Lakoff, professora de Linguística da Universidade da 
Califórinia, foi quem primeiro identificou as formas lingüísticas diferenciadas do 
discurso feminino, em 1975. Essa teoria aponta que na linguagem da mulher seriam 
usadas menos palavras, com sentenças menores e menos complexas do que no 
vocabulário masculino, gerando assim uma deficiência lingüística feminina, em relação à 
do homem. A fala feminina é considerada pela autora como “hesitante, trivial, educada e 
incerta”, e complementa que, ao falar como uma dama, a mulher seria vista como 
insegura e incapaz de participar de discussões sérias. 
Como conseqüência, aumentou o número de pesquisas relacionadas à “diferença” da fala 
feminina e masculina, gerando uma expectativa de que as mulheres deveriam “adaptar-
se” e “interpretar” a linguagem do homem e treinassem o modo de falar masculino, para 
poderem ser compreendidas. 
Tal abordagem também sofreu diversas críticas, entre elas a de que a teoria do déficit 
representaria a opressão das mulheres através de sua linguagem, uma vez que essa 
 - 26 - 
linguagem seria vista como esvaziada e destituída de valor em relação à masculina, 
sendo “controlada por homens e, portanto, permeada por sexismo” (Cameron 1985:91). 
 
 Teoria da dominação – Essa teoria, também conhecida como abordagem relativa ao 
poder, teve contribuição das pesquisas lingüísticas de Lakoff e uma releitura feita por 
Cameron. Ela faz uma crítica ás duas críticas citadas aqui anteriormente, propondo que a 
raiz das diferenças lingüísticas provém da dominância / poder e não de problemas 
culturais. 
Com a mesma linha de raciocínio da teoria do déficit, onde a maneira de falar feminina 
leva a uma interpretação de falta de capacitação de participar de assuntos sérios e 
discussões nas sociedades, a autora estabelece relações entre a natureza da fala da mulher 
com a falta de poder da mesma. 
 
 Teoria das duas culturas (da diferença) - A teoria das duas culturas (ou paradigma da 
diferença) originou-se nos estudos da lingüística antropológica, tendo contribuição de 
vários estudiosos ao longo dos anos. 
Segundo Deborah Frances Tannen (2001:554), também estudiosa em questões de 
lingüística, a origem da diferença da fala entre homens e mulheres dá-se na infância, onde 
“meninas geralmente brincam em ambientes fechados, em pequenos grupos, dedicando 
menos tempo aos jogos, tendo relativa intimidade entre elas e diferentes formas de lidar 
com o conflito”. Já no “mundo dos meninos”, as brincadeiras se dão com grupos maiores, 
em jogos competitivos, grupos mais organizados, e a fala é usada para: (i) marcar posição 
 - 27 - 
de dominação; (ii) atrair e manter a audiência; e (iii) afirmar-se quando os outros têm a 
palavra.” 
A indiretividade na fala feminina e a assertividade na fala masculina estariam 
relacionadas a diferenciações de princípios dos relacionamentos do ponto de vista do 
gênero: a intimidade e a independência. 
Para Tannen (1994, 1996), essas diferenças podem dar ao homem e à mulher diferentes 
visões da mesma situação, e não uma submissão de gênero / sexo. 
 
Teorias não-essencialistas – A partir da década de 1990, surgem as teorias não essencialistas, 
que pretendem desmistificar as teorias essencialistas, trazendo a discussão para uma realidade 
onde não haja correspondência entre as identidades e aspectos da realidade social. 
Nas teorias não essencialistas, há uma tendência de não estabelecer políticas de identidades, ao 
contrário da tendência até aqui percebida, dentro do feminismo como em outros movimentos 
sociais contemporâneos. 
 
 
 
 
 
 
 
 - 28 - 
 Teoria performática/construcionista – Trata-se de uma teoria que critica a visão 
realista de gênero. Para McLlvenny¹ (2002: 01-48) gênero seria um atributo variável, 
expresso em comportamentos, práticas e ações em contextos sociais particulares. 
Já a filósofa pós estruturalista estadunidense Judith Butler (2003. 236 p), afirma que o 
feminismo cometeu um erro ao afirmar que mulheres constituiriam um grupo com 
características e interesses em comum, não levando em consideração que essa linha de 
pensamento inviabiliza as possibilidades de uma pessoa formar e escolher sua própria 
identidade individual. 
Partindo da afirmação feita por Simone de Beauvoir de que "A gente não nasce mulher, 
torna-se mulher", Butler apontapara o fato de que "não há nada em sua explicação (De 
Beauvoir) que garanta que o 'ser' que se torna mulher seja necessariamente fêmea" (p. 
27). 
 
“Gender is a performance; it's what you do at particular times, rather than a universal 
who you are.” (Butler, Judith) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
¹ Paul McLlvenny é professor do Departamento de Linguística e Cultura da Universidade Edinburg, na Escócia, e 
autor da edição do livro “Talking gender and sexuality” 
 - 29 - 
2.1 – Gênero e globalização 
 
As relações entre as famílias, o papel da mulher no mercado de trabalho, as relações entre os 
diferentes grupos e categorias sociais, são também conseqüências da globalização. 
A expressão "gênero" começou a ser utilizada justamente para marcar que as diferenças entre 
homens e mulheres não são apenas de ordem física, biológica. “A diferença biológica é apenas o 
ponto de partida para a construção social do que é ser homem ou ser mulher. Sexo é atributo 
biológico, enquanto gênero é uma construção social e histórica. A noção de gênero, portanto, 
aponta para a dimensão das relações sociais do feminino e do masculino.”¹ 
O termo Globalização se dá ao processo de integração econômica, social, cultural e política entre 
os países, através da modificação de configuração do mundo moderno. “Trata-se da transposição 
(pacífica, mas não passiva) das fronteiras territoriais da antiga URSS; das fronteiras territoriais 
da Europa; das fronteiras lingüísticas entre Estados Unidos e México; das fronteiras ideológicas 
entre China e Estados Unidos; das fronteiras identitárias dos sexos; das fronteiras da física 
mecânica; das fronteiras do mundo cartesiano; enfim, das fronteiras que um dia conformaram a 
identidade do sujeito moderno.”² 
 
 
 
 
 
¹ Artigo “Relações de Gênero”, por Yara Sayão e Silvio Duarte Bock, 2002 
² Mariana de Oliveira Barros: mestre pelo Programa San Tiago Dantas de Pós-Graduação em Relações 
Internacionais (PUC-SP; Universidade Estadual Paulista – UNESP, e Universidade Estadual de Campinas – 
UNICAMP), em seu texto” Contribuições feministas para as Relações Internacionais”, pág.168. 
 
 - 30 - 
Para alguns autores, como Manoel Ruiz³, a globalização existe desde o início dos tempos. 
“A humanidade, desde o início de sua existência, vem evoluindo, passou de uma simples família 
para tribos, depois foram formadas as cidades-estado, nações e hoje com a interdependência de 
todos os povos do nosso planeta, chegamos a um fenômeno natural, denominado de "aldeia 
global” 
Não obstante, essa visão neutra em ralação à globalização não faz parte da maioria dos autores e 
estudiosos do assunto, como o caso de Hopenhayn, que atribui a uma “perda de memória 
histórica” processo de globalização, onde as distâncias diminuem, as urgências aumentam, a 
necessidade de conhecimento ao mesmo tempo em que aumenta, é levada menos em 
consideração. 
Dentro desse contexto, o estudo do gênero dentro das relações internacionais mostra que há, de 
fato, o aumento das ocupações de cargos de trabalho antes masculinos, pelas mulheres, 
aumentando a jornada de trabalho feminina que, além de trabalhar em casa e cuidar dos filhos, 
também trabalha fora. Por outro lado, o salário pago a essas mulheres é abaixo da média do 
salário pago aos homens, numa mesma posição hierárquica. 
“Entre os fenômenos que caracterizam a globalização, um dos mais 
marcantes tem sido a feminização da força de trabalho, que modificou 
a distribuição e alocação do trabalho entre homens e mulheres na 
maioria dos países” (Cagatay, 2001; Hayzer & Wee, 1994) 
 
Helena Hirata, socióloga, escritora e pesquisadora do gênero dentro do contexto da globalização, 
afirma que, em países como Japão, França e Brasil, as mulheres assumem o trabalho manual e 
repetitivo, enquanto os homens assumem a responsabilidade de trabalhos dotados de atributos e 
conhecimentos técnicos. Sendo assim, se nota que, traçando um paralelo entre a época da 
Revolução Industrial, no século XVIII e hoje, a relação homem/mulher/mercado de trabalho não 
sofreu nenhuma mudança significativa. 
 - 31 - 
No aspecto das relações humanas, a relação gênero e globalização se dá através das mudanças 
relacionadas ao aumento da expectativa de vida, o aumento de número de divórcios e de lares 
sob chefia feminina, assim como a mudança dentro do cenário familiar, com lares compostos por 
novas uniões, trazendo o convívio de filhos de casamentos diferentes, casais do mesmo sexo. 
Sem mencionar também, o crescente aumento de idosos como força de trabalho. Essas novas 
acomodações familiares proporcionam novas possibilidades e novas visões sobre a família. 
Segundo Vinod Thomas, Diretor do Departamento do Brasil Região da América Latina e do 
Caribe para o BANCO MUNDIAL, “Nas últimas décadas do século passado, as mulheres 
brasileiras alcançaram melhorias expressivas em suas condições de vida, com a diminuição de 
vários indicadores que medem a desigualdade de gênero e significativos ganhos em seus 
direitos.” E ainda: “... a igualdade entre todos os seres, e particularmente 
a de gênero, não é apenas um direito humano fundamental,de valorização da vida e do espaço 
social, mas de uma condição para o desenvolvimento e a eliminação da pobreza”. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 - 32 - 
2.2 – Gênero e desenvolvimento 
 
 
A questão da igualdade de gênero para as RI ganha mais espaço nas discussões sobre economia 
política no mundo contemporâneo por estar diretamente ligada ao próprio desenvolvimento e 
formulação dessas políticas, visando o desenvolvimento de um Estado. 
A economia inteligente beneficia igualmente os Estados e às mulheres porque em cada política 
em prol da mulher. Segundo o Relatório sobre desenvolvimento mundial de 2012, “A igualdade 
de gênero pode ter grandes impactos sobre a produtividade. As mulheres agora representam 
mais de 40% da mão-de-obra global, 43% da força de trabalho e mais da metade dos estudantes 
universitários do mundo. Para uma economia funcionar com todo seu potencial, as mulheres 
com suas aptidões e talentos devem participar das atividades que façam melhor uso dessas 
capacidades.”. 
Este relatório indica quatro áreas prioritárias para o avanço da política. Primeiro, a redução 
dos hiatos de gênero em capital humano — especificamente aqueles que tratam da mortalidade 
feminina e a educação. Segundo, o preenchimento das lacunas de gênero em acesso às 
oportunidades econômicas, rendimento e produtividade. Terceiro, a redução das diferenças 
de gênero em voz e capacidade de decidir na sociedade. Quarto, a limitação da reprodução 
da desigualdade de gênero entre as gerações. Todas essas são áreas onde os rendimentos mais 
elevados por si só pouco contribuem para reduzir os hiatos de gênero, mas onde políticas 
focadas podem ter um impacto real. Em contraste com as áreas onde têm havido um progresso 
significativo, a mudança tem chegado lentamente ou ainda nem chegou para muitas mulheres e 
meninas em muitas outras dimensões de igualdade de gênero. As desvantagens em termos 
 - 33 - 
de saúde que surgem na mortalidade excessiva relativa de meninas e mulheres se enquadram 
nesta categoria. E o mesmo ocorre com outros hiatos persistentes de gênero, incluindo agregação 
no mercado de trabalho, disparidades salarias de gênero em ganhos, diferenças entre 
homem/mulher em termos de responsabilidade pela prestação de cuidados e realização das 
tarefas domésticas, hiatos na posse de bens e restrições na capacidade de decidir das mulheres 
nas esferas privada e pública. O progresso nesses domínios é difícil de ocorrer, apesar de uma 
maior prosperidade emmuitas partes do mundo. Na verdade, muitos desses hiatos de gênero 
permanecem proeminentes mesmo entre os países mais ricos. Os hiatos de gênero persistem 
nesses domínios "enrijecido" por três razões principais. Primeiro, pode haver apenas um único 
"arranjo" institucional ou político, que pode ser difícil e facilmente bloqueado. Ilustramos esse 
problema com a mortalidade feminina excessiva. Segundo, os hiatos persistem quando várias 
limitações de reforço se combinam para impedir o progresso. Usamos os hiatos na esfera 
econômica (a persistência dos hiatos de gênero em ganhos e a segregação por gênero no mercado 
de trabalho) e em termos de capacidade de decidir (diferenças na voz da sociedade e na tomada 
de decisões nos domicílios) para ilustrarmos esse problema. Terceiro, as diferenças de gênero 
são particularmente persistentes quando enraizadas nos papéis de gênero e normais sociais 
profundamente arraigados, tais como quando referentes a quem é responsável pela prestação de 
cuidados e realização de tarefas domésticas, e o que é "aceitável" para as mulheres e os homens 
em termos de estudo, realização e aspiração. E esses hiatos tendem a ser reproduzidos por 
gerações. 
 
 
 
 - 34 - 
 
 
Apesar de as mulheres terem ingressado na força de trabalho em grandes números em quase todo 
o mundo em desenvolvimento nos últimos 25 anos, esse aumento da participação não se 
transformou em oportunidades iguais de emprego ou em salários iguais para homens e mulheres. 
Homens e mulheres tendem a trabalhar em partes muito diferentes do "espaço econômico", com 
pouca mudança ao longo do tempo, mesmo nos países de alta renda. Em quase todos os países, 
as mulheres têm mais probabilidade do que os homens de participar de atividades de baixa 
produtividade. Também têm mais probabilidade de terem um emprego familiar assalariado ou 
não remunerado ou de trabalho no setor de salários informais. 
Nas áreas urbanas na Europa Oriental e Ásia Central, América latina e África Subsaariana, o 
valor agregado por trabalhador é menor nas empresas geridas por mulheres do que nas empresas 
geridas por homens. 
 - 35 - 
Políticas públicas bem planejadas para tratarem deficiências específicas do mercado e restrições 
institucionais ou normativas podem apoiar avanços significativos na igualdade de gênero. Mas a 
escolha das políticas e sua implementação não ocorrem no vácuo. Elas precisam ser ajustadas ao 
ambiente institucional, social e político dos países e aos atores da sociedade envolvidos. É 
importante compreender de que modo as reformas realmente ocorrem e quais fatores permitem 
que elas sejam sustentadas de modo a produzirem mudanças. A ação nacional é fundamental 
para a redução das desigualdades. A ação global — por parte dos governos, pessoas e 
organizações nos países desenvolvidos e em desenvolvimento e por parte das instituições 
internacionais — não pode substituir as políticas e instituições nacionais igualitárias e eficientes, 
mas pode aumentar a abrangência e o impacto das políticas nacionais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 - 36 - 
CAPÍTULO III 
 
 
 
 
CONTRIBUIÇÕES FEMINISTAS PARA AS RELAÇÕES INTERNACIONAIS 
 
 
 
Ainda que de pouca relevância nos centros de pesquisa e universidades brasileiras, a teoria 
feminista nas Relações Internacionais contribui fortemente para a propagação de princípios 
liberais nas políticas dos Estados, desde a instauração do casamento civil e a legislação do 
divórcio, frutos da participação feminina na Revolução francesa. 
A visão feminista de que os Estados e as instituições, como atores principais, não conseguem 
transcrever a especificidade da mulher por não permitirem a participação igualitária na 
construção e na legitimação dos mesmos, foi o precursor para a criação de políticas isoladas em 
nível mundial, em prol da real inserção de questões inerentes às mulheres. 
Através de espaços criados para o diálogo sobre as condições humanas rejeitadas na área até 
então, vozes que raramente foram ouvidas passaram a fazer parte da agenda internacional e 
políticas públicas internacionais começaram a agir em prol desses indivíduos. 
A contribuição do feminismo para as Relações Internacionais dá-se diariamente nos dias atuais, 
através de movimentos e ações que são levadas à instâncias governamentais, como o Movimento 
das Mães da Praça de Maio na Argentina; OINGs lideradas por mulheres que lutam contra as 
práticas de mutilação feminina na África ou que lutam pelo direito à educação escolar de 
meninas no Afeganistão; formação de tropas de “peace keeping” pela ONU, composta somente 
por mulheres para atuar em regiões onde abusos foram relatados, além da a criação da ONU 
Mulheres, uma entidade para a igualdade de gênero e empoderamento das mulheres, criada em 
 - 37 - 
julho de 2010 pelas Nações Unidas, tendo como subsecretária e diretora executiva a ex-
presidente chilena Michelle Bachelet. Os cinco objetivos principais da ONU Mulheres são: 
 - Aumentar a liderança e a participação das mulheres 
 - Eliminar a violência contra mulheres e meninas 
 - Engajar as mulheres em todos os aspectos dos processos de paz e segurança 
 - Aprimorar o empoderamento econômico das mulheres 
 - Colocar igualdade de gênero no centro do planejamento e dos orçamentos de 
desenvolvimento nacional. 
Temas de suma importância para as Relações Internacionais, como governança global, economia 
internacional, tráfico de pessoas, construção de identidade e formação de discursos, que são, 
atualmente, parte das agendas dos Estados, são estudados à partir da perspectiva do feminismo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 - 38 - 
CONCLUSÃO 
 
 
 
 
A teoria feminista das RI propõe a construção de uma ordem internacional mais justa, na qual 
hierarquias de classe, raça e gêneros não se façam presentes, visando um mundo mais 
democrático. Além da questão do gênero, a visão feminista filiada à Disciplina das Relações 
Internacionais preocupa-se com os excluídos da sociedade de modo mais abrangente, incluindo, 
inclusive, a preocupação com homens vítimas de políticas excludentes e países do Terceiro 
Mundo. 
Iniciada como um movimento isolado e, depois, como um movimento de proporções mundiais 
visando a igualdade dos sexos, o movimento feminista foi fundamental para as transformações 
ocorridas no mundo relacionadas aos Direitos Humanos e à política, entre outras. Foi à partir das 
manifestações e movimentos feministas que o Feminismo, como estudo e teoria, pode ser 
introduzido como um campo de estudos e análises nas RI. 
À priori, o feminismo passa a expor a construção sexista e androcêntrica das Relações 
Internacionais para, num segundo momento, buscar inserir a visão feminina nas relações 
internacionais, em prol da necessidade de reconstrução teórica desse campo há décadas, baseada, 
inclusive, no fato de quase metade da população mundial ser do sexo feminino. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 - 39 - 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
 
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