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Fauna associada às espécies usadas em Recuperação de Áreas Degradadas Era uma vez.... Histórico do desmatamento no Brasil Desmatamento e defaunação Florestas vazias de que? ...zev amu arE Re.... Era uma vez... Histórico do desmatamento no Brasil ~ 1500 início da colonização. Mata Atlântica Urbanização – formação das primeiras vilas; Exploração de madeira – pau brasil e depois salve-se quem puder... Práticas agrícolas: ciclo da cana, ciclo do café, pecuária, ciclo da cana, algodão, banana, cacau, chá, tabaco, milho, cana de novo... Mineração Estimativas tristes Estimativas tristes Frase na bandeira: Colonizar para extrair! http://www.theodore-roosevelt.com/trbrazil.html Amazônia Madeiras de lei (e.g. mogno, virola); Ocupação seguindo as calhas dos rios; Borracha; Expansão da Fronteira Agrícola; Mineração; Pecuária; Em busca do Eldorado! We have had a hard and somewhat dangerous but very successful trip. No less than six weeks were spent... forcing our way down through what seemed a literally endless succession of rapids and cataracts. For forty-eight days we saw no human being. In passing these rapids we lost five of the seven canoes... One of our best men lost his life in the rapids. Under the strain one of the men went completely bad... and when punished by the sergeant he... murdered the sergeant and fled into the wilderness... We have put on the map a river about 1500 kilometres in length... Until now its upper course has been utterly unknown to every one, and its lower course... unknown to all cartographers. Roosevelt - Rondon Expedition (1913-1914) Represa de Tucurui Marcha para a Amazônia Getúlio Vargas – 1937/45 Prova cabal de que Politicas públicas ou “Falhas Governamentais” são as Maiores indutoras de desmatamento do que as “falhas de mercado”: 1. subsídios diretos para devastar florestas; 2. criação e proteção de uma ineficiente indústria florestal doméstica; 3. subsídios a pecuaristas para gerar saldo na balança comercial; 4. impostos e créditos facilitados; 5. isenção de impostos na renda agrícola; 6. crédito agrícola subsidiado; 7. regras sobre alocação de terras públicas que favorecem latifundiários, ou requerimento de benfeitorias nas terras para demonstrar sua posse; 8. políticas de migração (BINSWANGER, 1989). Vista área da Amazônia, Anos 40 Fordlândia, PA Resumindo.... Pantanal: Áreas úmidas e alagáveis situadas na fronteira com Paraguay e Bolivia. Com uma área de 154,884 km² inclui um mosaico de formações florestais e pradarias alagáveis. Ameaçada pela criação de gado. Cerrado: Uma savana tropical que cobre aproximadamente 22% do país. Vêm sido rapidamente destruída pela agricultura, sobretudo da soja. Amazônia Legal: é uma área de 5.217.423 km², que corresponde a 61% do território brasileiro. Além de abrigar todo o bioma Amazônia brasileiro, ainda contém 20% do bioma Cerrado e parte do Pantanal Matogrossesense. QUAIS AS IMPLICAÇÕES DISSO?? (= E O QUICO?) Mata Atlântica: Uma floresta mais “seca” situada ao longo da costa e áreas interiores até o sul da Amazônia…foi amplamente explorada para conversão agricola – especialmente cana de açucar e pastagens, e urbanização. Possui 9% de sua área original. Possui alto grau de endemismo em suas espécies. Vão se os dedos, os anéis e tudo mais... Conexão entre pobreza e meio ambiente se manifesta sob os seguintes aspectos: 1. Para países pobres, muitos problemas ambientais são conectados à pobreza; 2. Países pobres exercem maior pressão sobre sua base de recursos naturais com repercussões ambientais imediatas; 3. Indivíduos mais ricos, com maior estoque de capital humano e capital social, atingem uma consciência ambiental e, por isso, exercem maior demanda por controle da poluição; 4. Crescimento populacional decresce com o crescimento da renda (GOODSTEIN, 1999). Chegamos no ponto Chico Science: “Um passo a frente e você não está no mesmo lugar!” ... Desde 1500? Processos que desencadeiam o desmatamento: Diretos: Conversão de florestas em pastagens e áreas agrícolas, mineração, represas, incêndios florestais intensos. Indiretos: insegurança na posse da terra, corrupção, o mau cumprimento da lei, os projetos de infraestrutura inadequados, políticas que favorecem a conversão sobre a conservação e a exploração seletiva => possibilitam atividades que facilitam o desmatamento. “É nóis” Não dá pra ficar feliz com estimativas de redução no desmatamento. Muito do que foi perdido não foi sequer notado. A “defaunação” = a perda de espécies e populações de animais e deve ser considerada no mesmo senso da palavra desmatamento, que descreve a perda de vegetação. We must not let a forest full of trees fool us into believing all is well (Redford, 1992) É POSSÍVEL REVERTER ESTES CENÁRIOS? Recuperação florestal nos trópicos: um equilíbrio entre estrutura e função. Processos ecológicos que precisam estar operando numa área ecologicamente restaurada: Mecanismos climáticos e hidrológicos Micro-organismos do solo - incorporação de nutrientes - decomposição e mecanismos de reciclagem Plantas - chuva de sementes - banco de sementes do solo - germinação, recrutamento e estabelecimento - sucessão temporal e espacial Fauna -Interações animais-plantas - polinização - dispersão de sementes e predação Vendo de cima: Reabilitação : É o retorno da área degradada a um estado biológico apropriado. Restauração : Refere-se à obrigatoriedade do retorno ao estado original da área, antes da degradação. Esse termo é o mais impróprio a ser utilizado para os processos que normalmente são executados. E agora? Recuperação: Retorno do sítio degradado a uma forma de utilização, de acordo com um plano pré-estabelecido para o uso do solo, visando à obtenção de uma estabilidade do meio ambiente” (Decreto Federal 97.632/89). Plantas Animais Restauração ativa Restauração passiva Por que animais são geralmente preteridos na restauração? 1. Mobilidade. 2. Difíceis para criar, introduzir e monitorar na natureza. 3. Dependem de recursos difíceis de quantificar e disponibilizar. 4. Possuem uma dinâmica biológica e ecológica complexa. 5. Podem ser mais afetados por interações bióticas que abióticas. 6. Sujeitos a legislação mais restritiva quanto à manipulação e controle. Para que a recolonização ocorra: previsível rápida permanente ...zev amu arE , ou – da’ pra rebobinar a fita? É....mas antes é bom considerar: A dinâmica do ecossistema A matriz do entorno A conectividade com ecossistemas semelhantes O espaço (área) e o tempo O estágio de degradação do sistema. Condições climáticas locais, edáficas, hidro geológicas Quem predomina no entorno, quem estava ou quem foi alterado? Corredores Tamanho de fragmentos, tempo de recuperação x uso O que ocasionou a degradação (fogo, mineração, extração madeireira, etc..) Vamos falar dos pequenos? FATORES AMBIENTAIS TIPO DE FATOR ATUAÇÃO Clima Fatores ativos Fornecem matéria e energia Organismos Relevo Fator controlador Controla o fluxo de Materiais na superfície: Erosão, profundidade,Infiltração,Lixiviação e Translocação Materialde origem Fator passivo Diversidade do material constituinte sobre o qual ocorrerá apedogênese Tempo Fatorpassivo Determina o tempo cronológico de atuação do processo Fatores de formação dos solos A fauna edáfica tem grande importância para o solo, pois ajuda na decomposição de resíduos orgânicos e, consequentemente, também modificar a estrutura do solo (GIRACCA et al., 2003). 1. Fauna edáfica = bom indicador da qualidade do solo - Sensível às alterações do Ph, temperatura, umidade, substrato mineral, declividade (topografia), dependente da matéria orgânica produzida pela vegetação. Transposição de solo Permite a atuação dos engenheiros do ecossistema Organismos que criam bioestruturas: minhocas, cupins, formigas, larvas de coleoptera, etc.De fato, a presença da fauna de solo favorece a sucessão e a diversidade Formigas em áreas de várzea na Amazônia Central Porém a dinâmica entre espécies dentro de um mesmo grupo é complexa Besouros coprófagos podem atuar como pós dispersores de sementes e complicar a relação... Ou não! Micro organismos responsáveis pela fixação de carbono e nitrogênio e fungos e bactérias que terão recursos para liberar os nutriente dos minerais do solo como o fósforo, o cálcio e ferro. Metodos sugeridos TRANSPOSIÇÃO DE SOLO TRANSPOSIÇÃO DE GALHARIAS Aumentam a incorporação de matéria orgânica Aumentam o potencial de germinação e brotação Servem de abrigo e microclima para fauna (artrópodes, roedores, cobras, aves, etc.) – sítios de nidificação. Propiciam o desenvolvimento de larvas de coleópteros decompositores de madeira, cupins e outros insetos. Podem ter efeito nucleador e auxiliar na irradiação da diversidade Auxilia atraindo a macrofauna efeitos nos processos que condicionam a fertilidade do solo regulação das populações microbianas responsáveis pela humificação e mineralização formação de agregados, que podem proteger parte da matéria orgânica do solo de uma mineralização rápida por meio de sua ação mecânica (aeração do solo). PLANTIO DE FORRAGEIRAS POLEIROS ARTIFICIAIS Propiciam áreas de pouso para aves e morcegos Incrementam a deposição de sementes nestes locais Devem ser consorciados com o plantio de árvores raras. ILHAS DE DIVERSIDADE Kageyama e Gandara (2000) Plantio em uma série de pequenos núcleos compostos por espécies vegetais diversificadas e de diferentes formas de vida (ervas, arbustos, arvoretas, cipós), com frutificação e floração precoce. Propicia a atração de fauna diversificada. “ELOS MÓVEIS”(SENSU GILBERT, 1980) – Interações planta animal. Transporte de pólen em espécies de plantas com fertilização cruzada. Plantio de espécies com síndromes de polinização zoofílica. Plantio de espécies com floração distribuída ao longo do ano. Movimentação através da paisagem, conectando habitats. Polinizadores - 94% das espécies de Angiospermas em comunidades tropicais são polinizadas por animais. Funcionamento, desenvolvimento e resiliência do ecossistema. Dispersores de sementes: Remoção da semente da planta-mãe e deposição em um sítio favorável à germinação e estabelecimento. 80-90% das espécies de Angiospermas em florestas tropicais são dispersas por vertebrados frugívoros. Vantagens dos dispersores de sementes: Remoção da semente da planta-mãe e deposição em um sítio favorável à germinação e estabelecimento. Colonização de novas áreas Escape de competidores e predadores de sementes Aumento da variabilidade genética das populações Plantio de espécies com síndromes de dispersão zoocórica. Plantio de espécies com frutificação distribuída ao longo do ano. Predadores de sementes Impacto no recrutamento de plantas (efeito demográfico). Agentes de dispersão secundária de sementes. Mudanças nas comunidades de plantas na escala espacial e temporal Serviços ecológicos de valores diretos e indiretos para a sociedade humana. 33 QUEM CHEGA E COMO FICA Conectividade Habitat Matriz Tamanho Mínimo Interações inter e intra especificas Efeitos de borda Isolamento.... Pressão antrópica Fatores demográficos Viabilidade populacional Tornando áreas restauradas ambientes “amigáveis” para a fauna nativa Equacionar as necessidades da fauna nativa (alimento, abrigo, área de vida etc). Manter o equilíbrio dinâmico entre composição, estrutura e função em áreas restauradas. Corrigir eventuais lacunas entre os diversos componentes do sistema. Garantir a proteção da fauna em áreas restauradas. Investindo em políticas públicas para a fauna em áreas restauradas Prever quantidades e categorias de espécies vegetais atrativas de fauna em áreas restauradas, garantindo boa representatividade de grupos mutualistas (polinizadores e dispersores de sementes). Fomentar programas de diagnósticos de fauna específicos para áreas restauradas. Estabelecer critérios de avaliação de colonização de fauna em áreas restauradas, integrando vegetação e fauna como componentes indissociáveis da restauração ecológica. Implementar mecanismos fiscalizadores do cumprimento de ações específicas visando a fauna em áreas restauradas. ~Como os lobos transformam os rios ~ Um exemplo de cascatas tróficas O parque de Yellowstone, nos Estados Unidos, estava passando por um problema grave. Por causa da falta de predadores, a população de cervos explodiu e como eles se alimentam sem parar, a vegetação do parque não conseguia se manter. Em 1995, lobos foram reintroduzidos no parque. Eles haviam sido mortos e não habitavam mais Yellowstone desde a década de 1970. Lobos são predadores de topo de cadeia. Eles matam outros animais. O que poderia ser um contrassenso, na verdade é a mais pura realidade. Esta matança praticada pelos lobos traz mais vida para uma região. Este é o conceito de cascata trófica que, ao contrário da cadeia, é uma ação no sentido contrário, do topo da cadeia alimentar para a base. Os lobos criaram as condições para diversos animais e plantas se desenvolverem e, mais impressionante, a introdução destes predadores possibilitou a recuperação de rios e terrenos do parque.
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