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LITERATURA 2 AN0 1ETAPA (2)

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ESCOLA ALTERNATIVA “LAGO DOS CISNES”
VERIFICAÇÃO DA APRENDIZAGEM - 1º trimestre/2018
	Nome:
	Turma: 2º EM___
	Disciplina: Literatura
	Professor: Betina de Cácia Baptista
	Data: 18/03/2018
	Valor: 10,5 - Média: 7,35
	Nota:
	 PROVA I - 1ª bateria de provas
	Conteúdo:Realismo e Naturalismo
	Assinatura do responsável
	ATENÇÃO:
Desligue o celular e guarde-o dentro da mochila
Leia atentamente as questões antes de respondê-las. 
Use caneta azul ou preta. Escreva de forma bem legível.
Não rasure. Não use corretivo.
Não é permitido o empréstimo de material.
O uso de dicionários será permitido.
Não é permitida a consulta ao livro didático
QUESTÃO 1(0,5)
A escola realista, que contou com nomes como Machado de Assis, Raul Pompéia e Aluísio Azevedo, teve como principais características:
a) retorno aos ideais românticos defendidos pela literatura indianista de José de Alencar;
b) preocupação com a métrica e com a metalinguagem na arte literária;
c) retratar a sociedade e suas mazelas, em uma linguagem irônica e impiedosa sobre o homem e suas máscaras sociais.
d) confronto direto com o ideário religioso, estabelecendo um paradoxo com a literatura barroca.
e) defesa da cultura popular brasileira, resgatando símbolos e arquétipos do folclore nacional.
.
QUESTÃO 02 (0,5)
.
“(...) Não tive filhos, não transmiti a nenhuma criatura o legado de nossa miséria. (...)”.
De acordo com a leitura da célebre frase que integra o livro “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, podemos afirmar que Machado de Assis filiou-se à tendência:
a) Modernista.
b) Naturalista.
c) Árcade.
d) Positivista.
e) Realista.
QUESTÃO 03 (0,5)
Disponível em: <ebloggy.com/post/tirinhas-mae-tirinha-cheio-vazio-quadrinho-agua-fast-food>. Acesso em: 11 nov. 2015.
Os quadrinhos provocam humor ao apresentar personagens estereotipadas e suas análises diferentes do mesmo objeto. A comparação entre o ponto de vista da personagem “realista” apresentada no quadrinho e os conceitos do Realismo Literário do século XIX demonstram que
a escola realista é uma doutrina filosófica que afirma a existência subjetiva dos conceitos universais, desconsiderando as visões meramente racionais.
a literatura realista é a forma de apresentar ou considerar as coisas tal como são e, assim, uma postura realista não exagera nem atenua os acontecimentos e fatos. 
o estereótipo da personagem realista salienta as seguintes características do movimento literário realista: subjetividade e a análise de vícios e podridões da sociedade.
o indivíduo que tem como característica pessoal o realismo acredita que não podemos retratar os objetos ou situações de maneira exata.
 E) para a filosofia da Antiguidade, o realismo é uma doutrina que sustenta que os objetos captados pelos sentidos têm uma existência dependente do próprio objeto percebido. 
QUESTÃO 04 (0,5)
Um novo Brasil emerge n´«O Cortiço» de Aluísio Azevedo
Considerado um dos principais nomes do Realismo brasileiro (movimento artístico que rejeitava qualquer forma de idealização do real), Aluísio Azevedo tem, em «O Cortiço», o seu principal romance, aquele onde fica demonstrado a sua veia estética realista-naturalista, muito devido aos dois eixos narrativos, protagonizados por dois portugueses, João Romão e Miranda.
O primeiro tem como objetivo o enriquecimento e utiliza todos os meios para alcançar os seus anseios de grandeza, mesmo meios ilegais e a falta de escrúpulos; o segundo, apesar do seu caráter íntegro inicial, acaba por ser "corrompido" pela sociedade e entra num processo de decadência que acaba por afetar toda a sua vida, chegando mesmo a se tornar um assassino.
Não há aqui piedade ou nobreza. Aluísio Azevedo retrata a queda moral da sociedade e afasta de vez a idealização romântica da vida, ao mesmo tempo que apresenta uma linguagem muito própria, como assim exigia o movimento Naturalista, então em voga quando da escrita do livro. O brasileiro expõe uma narrativa que acaba por “fotografar” uma época, onde a miséria e a pobreza, até então afastada dos livros, ganham finalmente relevo e espaço nas obras literárias.
«O Cortiço» é acima de tudo um retrato do Brasil, social e comportamental, com os vários desvios morais dos seus personagens (não só João Romão e Jerônimo…). Desvios que não condenam no entanto o “individual”, mas a sociedade em si, uma sociedade prestes a acolher um novo sistema (no caso, o capitalismo).
Disponível em: <diariodigital.sapo.pt/news.asp?id_news=796623>. Acesso em: 11 nov. 2015.
De acordo com o texto, o caráter realista-naturalista da obra O Cortiço aparece 
na composição da obra, carregada de complexidade.
no retrato idealizado da queda moral da sociedade.
no caráter ingênuo dos personagens principais.
nos anseios de grandeza do escritor em se tornar imortal.
na linguagem naturalista e na fotografia da época.
QUESTÃO 05 (0,5)
Naquela mulata estava o grande mistério, a síntese das impressões que ele recebeu chegando aqui: ela era a luz ardente do meio-dia; (...) ela era a cobra verde e traiçoeira, a lagarta viscosa, a muriçoca doida, que esvoaçava havia muito tempo em torno do corpo dele, assanhando-lhe os desejos, acordando-lhe as fibras embambecidas pela saudade da terra, picando-lhe as artérias, para lhe cuspir dentro do sangue uma centelha daquele amor setentrional, uma nota daquela música feita de gemidos de prazer, uma larva daquela nuvem de cantáridas que zumbiam em torno da Rita Baiana e espalhavam-se pelo ar numa fosforescência afrodisíaca.”
Disponível em: <educacao.globo.com/literatura/assunto/movimentos.../naturalismo.html>. Acesso em: 11 nov. 2015.
Esse trecho de O Cortiço, obra de Aluízio de Azevedo, destaca uma das características do naturalismo literário: a animalização dos personagens. Tal característica está presente no seguinte fragmento:
ela era a cobra verde e traiçoeira, a lagarta viscosa, a muriçoca doida”.
“assanhando-lhe os desejos, acordando-lhe as fibras embambecidas pela saudade da terra”.
“Naquela mulata estava o grande mistério, a síntese das impressões que ele recebeu chegando aqui”.
“para lhe cuspir dentro do sangue uma centelha daquele amor setentrional, uma nota daquela música”.
 E) “uma larva daquela nuvem de cantáridas que zumbiam em torno da Rita Baiana”.
QUESTÃO 06 (0,5)
Um dos romances, em seu tempo considerados como - dos mais “escandalosos” (hoje diríamos “vanguardistas”) de todo o Naturalismo foi, sem dúvida, A Carne (1888), de Júlio Ribeiro (1845-1890). Leia o fragmento a seguir.
“Lenita não se podia arredar, estava presa, estava fascinada.
Sentia-se fraca e orgulhava-se de sua fraqueza. Atormentava-a um desejo de coisas desconhecidas, indefinido, vago, mas imperioso, mordente. Antolhava-se-lhe que havia de ter gozo infinito se toda a força do gladiador se desencadeasse contra ela, pisando-a, machucando-a, triturando-a, fazendo-a em pedaços.
E tinha ímpetos de comer de beijos as formas masculinas estereotipadas no bronze. Queria abraçar-se, queria confundir-se com elas. De repente corou até à raiz dos cabelos.
Em um momento, por uma como intussuscepção súbita, aprendera mais sobre si própria do que em todos os seus longos estudos de fisiologia. Conhecera que ela, a mulher superior, apesar de sua poderosa mentalidade, com toda a sua ciência, não passava, na espécie, de uma simples fêmea, e que o que sentia era o desejo, era a necessidade orgânica do macho.”
Disponível em: <http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bv000148.pdf> Acesso em: 20 mar 2016.
	O trecho
(A) explicita a sexualidade de uma mulher, algo indecoroso até hoje.
(B) apresenta e critica os desejos mundanos em nome da religião.
(C) demonstra as patologias sexuais femininas do século XIX.
(D) animaliza a mulher, mostrando a força dos desejos perante o intelecto.
(E) mostra uma mulher prestes a relacionar-se com uma estátua.
QUESTÃO 08 (0,5)
Sobre a obra O primo Basílio, todas estão incorretas, exceto:
a. Basílioe Luisa, personagens de O primo Basílio. Aquele se assemelha às personagens dos romances românticos, esta mais realista, forte e dominadora de qualquer situação.
b. Jorge, marido traído, não conseguiu perdoar Luíza. Via na morte dela o resgate da sua reputação.
c. Luísa, mulher romântica, deixou-se seduzir por Basílio, pois acreditou que eles viveriam um grande amor e seriam felizes.
d. Os amigos do casal Jorge e Luísa eram pessoas que agiam por interesses, falsas, mas foram desmascaradas no final da obra.
e. a obra “romantiza” a paixão de Luísa por Basílio; ao contrário, o tom irônico do narrador é claramente perceptível o tempo todo
QUESTÃO 09 (0,5)
Ela é universal como literatura e como perfil de mulher. Indo além do que já ousei e me arrisquei nestes parágrafos, intuo que, embora o Brasil seja nome masculino, nosso país, por nossa complexidade oblíqua, energética, misteriosa, pela nossa História contada sempre de uma forma tão dissimulada e pelo fascínio tão decantado de nossos trópicos, é, no fundo, uma nação Capitu.” 
(Fernanda Montenegro).
Disponível em: <http://passageirodomundo.blogspot.com.br/2008/10/quem-capitu-ela-universal-como.html>. Acesso em: 30 nov. 2015.
A reflexão de Fernanda Montenegro a respeito de Capitu ressalta a universalidade da personagem de Machado de Assis. A atriz afirma que somos “uma nação Capitu” porque
a complexidade oblíqua do país remete à personagem machadiana.
a personagem é enigmática como as origens do povo brasileiro.
Capitu é uma mulher adúltera como a maioria das brasileiras.
o povo brasileiro é dissimulado no modo de lidar com seus semelhantes.
 E) o Brasil tem a mesma energia dos olhos de ressaca de Capitu.
QUESTÃO 10 (0,5)
(ENEM 2001)
No trecho abaixo, o narrador, ao descrever a personagem, critica sutilmente um outro estilo de época: o romantismo.
“Naquele tempo contava apenas uns quinze ou dezesseis anos; era talvez a mais atrevida criatura da nossa raça, e, com certeza, a mais voluntariosa. Não digo que já lhe coubesse a primazia da beleza, entre as mocinhas do tempo, porque isto não é romance, em que o autor sobredoura a realidade e fecha os olhos às sardas e espinhas; mas também não digo que lhe maculasse o rosto nenhuma sarda ou espinha, não. Era bonita, fresca, saía das mãos da natureza, cheia daquele feitiço, precário e eterno, que o indivíduo passa a outro indivíduo, para os fins secretos da criação.”
ASSIS, Machado de. Memórias Póstumas de Brás Cubas.
Rio de Janeiro: Jackson, 1957.
A frase do texto em que se percebe a crítica do narrador ao romantismo está transcrita na alternativa:
a) ... o autor sobredoura a realidade e fecha os olhos às sardas e espinhas...
b) ... era talvez a mais atrevida criatura da nossa raça...
c) Era bonita, fresca, saía das mãos da natureza, cheia daquele feitiço, precário e eterno, ...
d) Naquele tempo contava apenas uns quinze ou dezesseis anos...
e) ... o indivíduo passa a outro indivíduo, para os fins secretos da criação.
QUESTÃO 11(0,5)
Analise a imagem a seguir.
COUBERT, Gustave. Mulheres peneirando trigo, 1954/1855, Museu de Belas Artes, Nantes, França.
Disponível em: <http://www.wikiart.org/pt/gustave-courbet/the-wheat-sifters-1855-1>. Acesso em: 15 dez. 2014. 
A segunda metade do século XIX produziu transformações no âmbito econômico, social e cultural que resultaram na mudança das concepções estéticas norteadoras do ideário romântico. A partir de então, o Romantismo começa a perder espaço e surge uma nova estética. Conforme se vê na tela de Coubert, os artistas passam a representar em suas telas e romances a realidade advinda de transformações econômicas e seu impacto na sociedade.
O principal acontecimento que impactou a vida social, econômica e financeira dos países, refletindo nas artes, ficou conhecido como
A) apresentação da teoria da evolução, cujo efeito foi a relativização da fé, já que punha em xeque a tradicional convicção no criacionismo.
B) perspectiva positivista, defensora do cientificismo no pensamento filosófico, que se preocupava com o real-sensível, ou seja, com os fatos.
C) psicanálise freudiana, reveladora da existência do inconsciente, novidade que impactava diretamente a concepção cartesiana de sujeito.
D) Reforma Protestante, cuja consolidação dividiu a Igreja católica, para que os bens dessa instituição passassem para a propriedade privada. 
E) Revolução Industrial, responsável pelo surgimento de uma nova classe, o proletariado, que trabalhava recebendo salários baixos.
Questões discursivas
 QUESTÃO 01( 1,0)
Leia a seguir um fragmento da obra O primo Basílio, de Eça de Queirós e responda às questões 1 e 02.
(...)
Ia encontrar Basílio no Paraíso pela primeira vez. E estava muito nervosa: não pudera dominar, desde pela manhã, um medo indefinido que lhe fizera pôr um véu muito espesso, e bater o coração ao encontrar Sebastião. Mas ao mesmo tempo uma curiosidade intensa, múltipla, impelia-a, com um estremecimentozinho de prazer. – Ia, enfim, ter ela própria aquela aventura que lera tantas vezes nos romances amorosos! Era uma forma nova do amor que ia experimentar, sensações excepcionais! Havia tudo – a casinha misteriosa, o segredo ilegítimo, todas as palpitações do perigo! Porque o aparato impressionava-a mais que o sentimento; e a casa em si interessava-a, atraía-a mais que Basílio! Como seria? Era para os lados de Arroios, adiante do Largo de Santa Bárbara; lembrava-se vagamente que havia ali uma correnteza de casas velhas... Desejaria antes que fosse no campo,numa quinta, com arvoredos murmurosos e relvas fofas; passeariam então, com as mãos enlaçadas, num silêncio poético; e depois o som da água que cai nas bacias de pedra daria um ritmo lânguido aos sonhos amorosos... Mas era num terceiro andar – quem sabe como seria dentro?
(...) tomou logo um coupé. E ao descer o Chiado, sentia uma sensação deliciosa em ser assim levada rapidamente para o seu amante, e mesmo olhava com certo desdém os que passavam, no movimento da vida trivial – enquanto ela ia para uma hora tão romanesca da vida amorosa! Todavia à maneira que se aproximava vinha lhe uma timidez, uma contração de acanhamento, como um plebeu que tem de subir, entre alabardeiros solenes,a escadaria de um palácio. Imaginava Basílio esperando- a estendido num divã de seda; e quase receava que a sua simplicidade burguesa, pouco experiente, não achasse palavras bastante finas ou carícias bastante exaltadas. Ele devia ter conhecido mulheres tão belas, tão ricas, tão educadas no amor! Desejava chegar num coupé seu, com rendas de centos de mil-réis, e ditos tão espirituosos como um livro...
A carruagem parou ao pé de uma casa amarelada,com uma portinha pequena. Logo à entrada um cheiro mole e salobro enojou-a. A escada, de degraus gastos, subia ingrememente, apertada entre paredes onde a cal caía, e a umidade fizera nódoas. No patamar da sobreloja, uma janela com um gradeadozinho de arame, parda do pó acumulado, coberta de teias de aranha, coava a luz suja do saguão. E por trás de uma portinha, ao lado, sentia-se o ranger de um berço, o chorar doloroso de uma criança.
Mas Basílio desceu logo, com o charuto na boca,dizendo baixo:
– Tão tarde! Sobe! Pensei que não vinhas. O que foi?A escada era tão esguia, que não podiam subir juntos.E Basílio, caminhando adiante, de esguelha:
– Estou aqui desde a uma hora, filha! Imaginei que te tinhas esquecido da rua...
Empurrou uma cancela, fê-la entrar num quarto pequeno, forrado de papel às listras azuis e brancas.
Luísa viu logo, ao fundo, uma cama de ferro com uma colcha amarelada, feita de remendos juntos de chitas diferentes; e os lençóis grossos, de um branco encardido e mal lavado, estavam impudicamente entreabertos... 
Fez-se escarlate, sentou-se, calada, embaraçada. E os seus olhos muito abertos, iam-se fixando nos riscos ignóbeis da cabeça dos fósforos, ao pé da cama; na esteira esfiada,comida, com uma nódoa de tinta entornada; nas bambinelas da janela, de uma fazenda vermelha, onde se viam passagens; numa litografia, onde uma figura, coberta de uma túnica azul flutuante, espalhava flores voando... (...)
– Foi o que se pôde arranjar – disse-lhe Basílio.
– E foi um acaso; é muito retirado, é muito discreto...Não é muito luxuoso...
– Não – fez ela, baixo. – Levantou-se, foi à janela, ergueu uma ponta da cortininha de cassa fixada à vidraça; defronte eram casas pobres; um sapateiro grisalho batia a sola a uma porta; à entrada de uma lojita balouçava-se um ramo de carqueja ao pé de um maço de cigarros pendentes de um barbante; e, a uma janela, uma rapariga esguedelhada embalava tristemente no colo uma criança doente que tinha crostas grossas de chagas na sua cabecinha cor de melão.
Luísa mordia os beiços; sentia-se entristecer. Então nós de dedos bateram discretamente à porta. Ela assustou-se, desceu rapidamente o véu. Basílio foi abrir. Uma voz adocicada, cheia de “ ss” melífluos, ciciou baixo. Luísa ouviu vagamente: – Sossegadinhos, suas chavezinhas...
QUESTÃO 01 (1,0)
Com base na leitura do texto, responda ao que se pede.
a) Que sentimentos Luísa experimentava antes de chegar ao “Paraíso”?
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b) O que levou Luísa a “pôr um véu muito espesso”?(parágrafo 1)?
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QUESTÃO 02 (1,0)
A obra de que foi extraído o fragmento contrasta a questão da aparência × essência. Sabendo que tal situação foi muito comum nas temáticas realistas, responda:
a) Sobre o local do encontro, ocorre uma oposição entre o devaneio de Luísa e a realidade. Explique.
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b) Comente o trecho “e a casa em si interessava-a, atraía-a mais que Basílio!”.
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QUESTÃO 03( 1,0)
Daí a pouco, em volta das bicas era um zunzum crescente; uma aglomeração tumultuosa de machos e fêmeas. Uns, após outros, lavavam a cara, incomodamente, debaixo do fio de água que escorria da altura de uns cinco palmos. O chão inundava-se. As mulheres precisavam já prender as saias entre as coxas para não as molhar; via-se-lhes a tostada nudez dos braços e do pescoço, que elas despiam, suspendendo o cabelo todo para o alto do casco; os homens, esses não se preocupavam em não molhar o pelo, ao contrário metiam a cabeça bem debaixo da água e esfregavam com força as ventas e as barbas, fossando e fungando contra as palmas da mão. As portas das latrinas não descansavam, era um abrir e fechar de cada instante, um entrar e sair sem tréguas. Não se demoravam lá dentro e vinham ainda amarrando as calças ou as saias; as crianças não se davam ao trabalho de lá ir, despachavam-se ali mesmo, no capinzal dos fundos, por detrás da estalagem ou no recanto das hortas. 
,
Disponível em: <http://guiadoestudante.abril.com.br/literatura/materia_415647.shtml>. Acesso em: 15 nov. 2015.
Depois de ler o fragmento de O Cortiço, de Aluísio Azevedo, destaque as características naturalistas.
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 B)Retire do fragmento segmentos que comprovam sua resposta à questão anterior.
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QUESTÃO 04( 1,0)
- É esta! disse aos soldados que, com um gesto, intimaram a desgraçada a segui-los. - Prendam-na! É escrava minha!
A negra, imóvel, cercada de escamas e tripas de peixe, com uma das mãos espalmada no chão e com a outra segurando a faca de cozinha, olhou aterrada para eles, sem pestanejar.
Os policiais, vendo que ela se não despachava, desembainharam os sabres. Bertoleza então, erguendo-se com ímpeto de anta bravia, recuou de um salto e, antes que alguém conseguisse alcançá-la, já de um só golpe certeiro e fundo rasgara o ventre de lado a lado.
E depois embarcou para a frente, rugindo e esfocinhando moribunda numa lameira de sangue.
João Romão fugira até ao canto mais escuro do armazém, tapando o rosto com as mãos." 
Disponível em: <https://www.puc-rio.br/vestibular/repositorio/provas/2000-2/pord.html>. Acesso em: 17 nov. 2015.
O fragmento faz parte da obra O Cortiço, de Aluísio Azevedo, e trata da morte da personagem Bertoleza. Escreva de que maneira o trecho selecionado pode ser exemplo da animalização da personagem na literatura naturalista.
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A partir da cena em que a personagem Bertoleza morre na obra O Cortiço, diferencie a mulher da literatura naturalista da mulher do Romantismo. 
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