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Aula 2 – Behaviorismo Metodológico e Behaviorismo Radical Universidade Estácio de Sá Professora: Liana Ximenes Material produzido pela Estácio mesclado com material produzido pela professora •Behaviorismo é área da psicologia que estuda o comportamento, o qual é tomado como um conjunto de reações dos organismos aos estímulos externos. •O behaviorismo busca controlar e moldar o comportamento humano. Behaviorismo ou Comportamentalismo Behaviorismo • Surgiu no começo do século XX como uma proposta para a Psicologia para tornar como objeto de seu estudo o comportamento. • Surgiu como reação às posições, então dominantes, de que a psicologia deveria estudar a mente ou a consciência dos homens. •Desta forma, surgiu em oposição ao mentalismo e ao introspecionismo. (Matos, 1998) Teorias e Sistemas Psicológicos I AULA 2: BEHAVIORISMO METODOLÓGICO E BEHAVIORISMO RADICAL Introdução ao Behaviorismo O behaviorismo (behavior = comportamento), que também pode ser traduzido como comportamentalismo, tem como objeto de estudo a compreensão e análise científica do comportamento humano e animal, buscando assimilar os fatores que foram relevantes para que tal comportamento fosse instalado no repertório comportamental do indivíduo, os fatores que permitiram sua permanência neste mesmo repertório comportamental e o que seria necessário fazer para alterar este comportamento. Dessa maneira, se consegue explicar porque determinada pessoa se comporta dessa ou daquela maneira, porque tomou tais decisões, e também prever e alterar os possíveis comportamentos futuros. Teorias e Sistemas Psicológicos I AULA 2: BEHAVIORISMO METODOLÓGICO E BEHAVIORISMO RADICAL A análise experimental do comportamento, técnica criada pelo Behaviorismo, inspirou a criação da terapia comportamental, importante abordagem clínica, dentro da qual os psicoterapeutas atuam na tentativa de modificar comportamentos desadaptativos (ou disfuncionais) por outros mais funcionais e integrados à vida dos indivíduos. Poucos são, na atualidade, os terapeutas que utilizam exclusivamente a terapia comportamental, entretanto ela é parte integrante da terapia cognitivo comportamental, uma área da psicologia clínica que vem se desenvolvendo rapidamente com eficácia comprovada por várias pesquisas científicas. Introdução ao Behaviorismo INFLUÊNCIAS TEÓRICAS DO BEHAVIORISMO (Antecedentes históricos e filosóficos) Antecedentes filosóficos do Behaviorismo – Empirismo Inglês • A importância que o behaviorista dá ao ambiente na moldagem do comportamento é um reflexo do empirismo britânico, segundo o qual a experiência é o grande determinante da mente. • Influência do pensamento mecanicista e materialista. • Empirismo inglês ou britânico (séculos XVII, XVIII) – é uma concepção filosófica que considera que o conhecimento é limitado às experiências vivenciadas, e as aprendizagens se dão por meio de tentativas e erros. Antecedentes filosóficos do Behaviorismo - Positivismo • Positivismo (século XIX) – corrente filosófica que influenciou o behaviorismo. • Comte afirmava que só podíamos ter certeza de eventos publicamente observáveis. • O conhecimento positivo era o resultado da observação objetiva feita por observadores imparciais com métodos científicos sistemáticos. • A verdade consistiria em um consenso dos observadores. • A especulação metafísica era considerada inútil, pois estas especulações jamais poderiam ser observadas objetivamente. • Positivismo valorizava o conhecimento prático, acreditando haver uma relação estreita entre conhecer a natureza e o controle da mesma. Antecedentes teóricos do Behaviorismo – Teoria da Evolução das Espécies de Darwin •Darwin estudou a continuidade entre os processos mentais humanos e o de seres de outras espécies. •Teoria da Evolução das Espécies - Mesmo sendo diferentes entre si, as espécies também se assemelham umas às outras, à medida que compartilham a mesma história evolutiva. • Isso levou a um crescente interesse pela Psicologia comparada. (1809-1882) Antecedentes teóricos do Behaviorismo – Psicologia comparada • Presumia-se, naturalmente, que nossos traços mentais apareceriam em outras espécies sob formas mais simples ou rudimentares, mas a ideia de fazer comparações entre espécies a fim de conhecer melhor a nossa própria deu origem à psicologia comparativa. • Tornaram-se comuns as comparações entre outras espécies e a nossa. •O próprio Darwin escreveu um livro chamado The expression of the emotions in men and animals. Antecedentes teóricos do Behaviorismo – Psicologia comparada • No início do século XX, os psicólogos comparativos trabalharam com observações rigorosas, conduzindo experimentos com animais. • Muitas dessas primeiras pesquisas basearam-se em labirintos, visto que qualquer criatura que se movimente, desde o ser humano até o rato, o peixe ou a formiga, pode ser adestrada na resolução de um labirinto. • Era possível contar o tempo que a criatura levava para atravessar o labirinto e o número de erros que cometia, assim como o declínio no tempo e nos erros, à medida que o labirinto era dominado. • Dentre os estudos com animais é de crucial importância citar os trabalhos de Edward Lee Thorndike (1874-1949) e Ivan Petrovitch Pavlov (1849-1936). Edward Lee Thorndike • Thorndike é considerado o precursor do behaviorismo. • Apesar de estudar comportamento animal, Thorndike estava voltado para processos mentais, reportando-se a termos como “satisfação”, “contrariedade” e “desconforto”, ao discutir os comportamentos dos seus animais experimentais. Caixa-problema de Thorndike • Objetivo era colocar um animal - no caso, o gato privado de alimento na caixa, e este tinha de aprender a operar um trinco para escapar; tendo como recompensa da fuga, o alimento que se encontrava fora da caixa. • Inicialmente o gato exigia um comportamento meio “caótico”, empurrando, farejando e dando patadas para seguir o alimento. • Depois aprendia operar o trinco. • A esse tipo de procedimento, Thorndike denominou de “aprendizagem por tentativa e erro”, concluiu que um ato seguido de satisfação será gravado enquanto seguindo de insatisfação será eliminado conhecido como formalizando a Lei do Efeito. (1849-1936) foi premiado com o Nobel de Fisiologia/Medicina de 1904, por suas descobertas sobre os processos digestivos de animais. Ivan Pavlov veio no entanto a entrar para a história por sua pesquisa em um campo que se apresentou a ele quase que por acaso: o papel do condicionamento na psicologia do comportamento (reflexo condicionado). Psicologia objetiva • Alguns psicólogos do século XIX sentiam-se pouco à vontade com a introspecção como método científico. • Ela parecia muito pouco confiável, muito vulnerável a distorções pessoais, muito subjetiva. • Outras ciências utilizavam métodos objetivos que produziam medidas verificáveis e replicáveis em laboratórios do mundo inteiro. • Um dos pioneiros da psicologia objetiva foi o psicólogo holandês F. C. Donders (1818-1889). Psicologia objetiva – tempo de reação • Donders começou a fazer experimentos em que media o tempo de reação das pessoas – o tempo exigido para detectar uma luz ou um som e então apertar um botão. • Descobriu que as pessoas consistentemente levavam mais tempo para escolher o botão correto, dentre dois botões, quando uma ou outra de duas luzes aparecia, do que para apertar um único botão quando uma única luz aparecia. • Esse trabalho era um grande avanço sobre a introspecção, porque significava que os psicólogos podiam fazer experimentos de laboratório com os mesmos métodos objetivos utilizados pelas outras ciências. Psicologia objetiva • Gustav Fechner (1801-1887)tentou medir a relação entre a intensidade da estimulação física e a sensação correspondente. • Em termos mais gerais, qual a relação entre o mundo físico e o mundo psicológico. • Fórmula S = k.logE Onde S é a sensação, K é a constante de Weber e E é a intensidade do estímulo físico. • Para Fechner, é preciso aumentar a estimulação física em uma progressão geométrica para que a sensação correspondente cresça em uma progressão aritmética. • À medida que aumentamos o valor da estimulação, esta não produz grandes mudanças na sensação. Isso significa que somos mais sensíveis para perceber alterações em estímulos de baixa intensidade. • Exemplo: Volume de uma televisão. Digamos que o volume esteja no valor 5 e que para perceber uma mudança neste volume seja necessário aumentá-lo para 10. No entanto, para perceber uma nova alteração no volume você tenha que colocá-lo em 20 e depois em 40 e assim por diante. Veja que a sensação (em d.a.p.) cresce como uma progressão aritmética (1, 2, 3, 4, 5 ...), enquanto que a estimulação física aumenta em progressão geométrica (5, 10, 20, 40, 80...). (Percepto, http://www.blogpercepto.com/2011/01/psicofisica-classica-ii-lei-de-fechner.html) Teorias e Sistemas Psicológicos I AULA 2: BEHAVIORISMO METODOLÓGICO E BEHAVIORISMO RADICAL Filosofia e ciência do comportamento É importante salientar que foi só muito recentemente, em comparação com as outras ciências, que a Psicologia ganhou autonomia da Filosofia. Em 1879, a criação do laboratório de Psicologia experimental em Leipzig (Alemanha) por Wilhelm Wundt marcou historicamente o início dessa separação, mas, de acordo com Baum (2006), até 1940, era raro haver nas universidades um departamento de Psicologia e os profes sores dessa disciplina eram, na maioria, filósofos. Origem histórica do Behaviorismo (1832-1930) Teorias e Sistemas Psicológicos I AULA 2: BEHAVIORISMO METODOLÓGICO E BEHAVIORISMO RADICAL Uma das primeiras maneiras de estudar o ser humano, utilizada nesta época, foi o uso da introspecção, tal como era sistematizado por Wundt. Pessoas eram treinadas para observarem, sistematicamente, seus processos mentais, buscando descrevê- los do modo mais fiel possível. Assim, um observador treinado poderia descrever tudo o que se passava em sua mente antes, durante e depois do comportamento de apanhar um objeto, para verificar se outros observadores descreveriam a mesma coisa. Origem histórica do Behaviorismo Teorias e Sistemas Psicológicos I AULA 2: BEHAVIORISMO METODOLÓGICO E BEHAVIORISMO RADICAL A ideia era que uma boa observação chegaria a resultados universais, ou seja, que seriam iguais em qualquer outra pessoa. Entretanto, percebeu-se que o resultado da observação depende muito do indivíduo que observa, sendo assim pouco confiável. Origem histórica do Behaviorismo Teorias e Sistemas Psicológicos I AULA 2: BEHAVIORISMO METODOLÓGICO E BEHAVIORISMO RADICAL Um ponto importante para o método científico é criar condições de observações mais objetivas, ou seja, independentes da opinião ou da percepção humana. Tais observações deveriam, portanto, ser replicáveis: ao se manter as mesmas condições, um fenômeno observado deveria produzir o mesmo resultado. Origem histórica do Behaviorismo Teorias e Sistemas Psicológicos I AULA 2: BEHAVIORISMO METODOLÓGICO E BEHAVIORISMO RADICAL Em 1913, Watson publica o artigo “A Psicologia como um behaviorista a vê” (2008), no qual expõe os principais posicionamentos científicos da nascente Psicologia Comportamental. Watson propõe defini-la como uma ciência do comportamento, já que este é fisicamente observável: pode-se ver as pessoas andarem, comerem, conversarem, mas é difícil observar seus pensamentos e sentimentos. Origem histórica do Behaviorismo Teorias e Sistemas Psicológicos I AULA 2: BEHAVIORISMO METODOLÓGICO E BEHAVIORISMO RADICAL Watson não está propondo a criação de uma nova psicologia, mas sim a redefinição do objeto de estudo da psicologia para algo que seja objetivo, observável e mensurável: o comportamento. Esta afirmação levou a controvérsias importantes, já que ela vai de encontro à ideia de que o homem é livre para agir. Torna-se, então, muito importante compreender as consequências teóricas de se afirmar que é possível constituir uma ciência do comportamento. No momento da publicação de sua primeira obra, Watson não obteve muita aceitação. Em grande parte, isso se deve à ausência de estudos correlatos no meio acadêmico naquela época. Mesmo assim, as sementes do behaviorismo estão lançadas, possibilitando o seu desenvolvimento futuro. Origem histórica do Behaviorismo Teorias e Sistemas Psicológicos I AULA 2: BEHAVIORISMO METODOLÓGICO E BEHAVIORISMO RADICAL Ao definir o comportamento como objeto de estudo científico, fica implícito que ele é um fenômeno ordenado, que pode ser explicado por leis simples, podendo através delas ser previsto. O que se percebe, com isso, é que o comportamento, caso se tenha os meios necessários, pode ser controlado. Essa visão é conhecida como determinismo. No caso do Behaviorismo, o que determina o comportamento é, por um lado, a hereditariedade e, por outro, o meio ambiente. Na maioria das pessoas, permanece a ideia de que há algo além da genética e do ambiente como causa do comportamento, o livre-arbítrio, ou seja, a capacidade individual de escolher, sem qualquer tipo de determinação, o comportamento a ser realizado. Equivale a você dizer, por exemplo, que fez determinada ação “porque quis”. Duas visões do homem: livre-arbítrio e determinismo Determinismo Livre-arbítrio O Behaviorismo e a noção de livre-arbítrio. • Livre- arbítrio - Refere-se à capacidade de escolha, ou seja, considera que são as próprias pessoas que causam o seu comportamento. • Livre-arbítrio - a capacidade individual de escolher, sem qualquer tipo de determinação, o comportamento a ser realizado. • Equivale a você dizer, por exemplo, que fez determinada ação “porque quis”. • Livre-arbítrio – Noção desafiada pelo Behaviorismo. Livre arbítrio x determinismo • Determinismo – Para o behaviorismo, a noção de que o comportamento é determinado unicamente pela hereditariedade e pelo ambiente. • Livre-arbítrio - supõe um terceiro elemento além da hereditariedade e do ambiente, supõe algo dentro do indivíduo. • O livre-arbítrio afirma que a escolha não é uma ilusão, que são as próprias pessoas que causam o comportamento. Livre arbítrio x determinismo • Pode parecer que crianças de classe média e lares saudáveis que se tornam dependentes de drogas escolheram livremente esse caminho porque não há nada em sua história que possa explicá-lo, • mas o determinista insistirá que investigações adicionais revelarão os fatores genéticos e ambientais que levaram a essa dependência. Teorias e Sistemas Psicológicos I AULA 2: BEHAVIORISMO METODOLÓGICO E BEHAVIORISMO RADICAL A principal diferença entre os primeiros Behavioristas, como Watson, e aqueles que seguiram as posições skinnerianas, está na tradição filosófica que cada grupo assume ao definir o que consideram ser uma ciência. Skinner chamou os primeiros behavioristas de behavioristas metodológicos, enquanto chamou a sua posição de Behaviorismo radical. Dessa forma, ao pensarmos no behaviorismo, é importante identificarmos que, embora todos se dediquem ao estudo do comportamento, existem dois tipos diferentes de behaviorismo. Behaviorismo e filosofia da ciência Behaviorismo metodológico - Watson • Ciência do comportamento humano, onde apenas os comportamentos observáveis são passíveis de serem analisados. • Importância do método científico. • Ênfase no treino rigoroso de procedimento de registro e análise. • Ênfase nos métodos de observaçãoe nos procedimentos de medida do comportamento na sua relação com o ambiente. • Ficou conhecido com Psicologia do S-R. Teorias e Sistemas Psicológicos I AULA 2: BEHAVIORISMO METODOLÓGICO E BEHAVIORISMO RADICAL É importante registrar aqui que o behaviorismo metodológico não nega a existência da mente, mas sim a sua cientificidade, afirmando, dessa forma, não ser possível o estudo dos eventos mentais. Os behavioristas metodológicos acreditavam que só seria um conhecimento objetivo aquilo que fazia parte do mundo natural, aquilo que está na realidade externa ao indivíduo, desconsiderando o papel dos processos mentais. O real é o que pode ser observado e medido por todas as pessoas. Sensações internas e sentimentos não são tão fáceis de serem compreendidos objetivamente, sendo, então, desconsiderados. Essa questão remete a uma forma específica de ver o mundo, conhecida como realismo. Behaviorismo Metodológico Behaviorismo Metodológico e o Realismo • Realismo - Concepção que lida com a existência de um mundo interno e externo. • O realismo supõe que o mundo objetivo está fora acessível a todos, enquanto o mundo subjetivo é inacessível ao outro. • Para o behaviorismo, a ciência lidava apenas com o mundo objetivo. • Behavioristas metodológicos distinguiam um mundo objetivo de um mundo subjetivo. Teorias e Sistemas Psicológicos I AULA 2: BEHAVIORISMO METODOLÓGICO E BEHAVIORISMO RADICAL Behaviorismo Metodológico BEHAVIORISMO METODOLÓGICO Estuda o comportamento por si mesmo. Evita sentimentos e os estados mentais intermediários. Opõem-se ao mentalismo. Detém-se às causas físicas anteriores ao comportamento. Admite a existência dos fatos mentais, embora não os considere passíveis de serem observados e estudados (não é científico). Grande ênfase nos procedimentos de medidas e na concordância entre os observadores. A manipulação experimental é a reprodução do modelo S-R (o comportamento é produto de estímulos ambientais). Rejeita introspecção. Utiliza a observação consensual. Realizar experimentação. Teorias e Sistemas Psicológicos I AULA 2: BEHAVIORISMO METODOLÓGICO E BEHAVIORISMO RADICAL O behaviorismo radical foi como o próprio Skinner denominou sua abordagem teórica, para diferenciá-la das outras teorias behavioristas existentes na época. Suas principais características são negar radicalmente a existência da mente e aceitar radicalmente todos os fenômenos comportamentais. Dessas características derivam o termo “radical”, atribuído à teoria behaviorista desenvolvida por este importante pesquisador. O Behaviorismo radical não nega veemente a possibilidade da auto-observação, mas sim questiona a natureza do que está sendo observado. Behaviorismo Radical Behaviorismo Radical • Ele é radical em dois sentidos: por negar radicalmente (i.e., negar absolutamente) a existência de algo que escapa ao mundo físico, que não tenha uma existência identificável no espaço e no tempo (mente); e por radicalmente aceitar (i.e., aceitar integralmente) todos os fenômenos comportamentais, inclusive eventos internos (como: pensamentos, sonhos). Teorias e Sistemas Psicológicos I AULA 2: BEHAVIORISMO METODOLÓGICO E BEHAVIORISMO RADICAL Skinner propõe a existência de dois tipos de relações entre o comportamento e o ambiente: a) consequências seletivas que ocorrem após o comportamento e modificam a probabilidade futura de ocorrerem comportamentos equivalentes, isto é, da mesma classe; b) contextos que estabelecem a ocasião para o comportamento ser afetado por suas consequências (e que, portanto, ocorreriam antes do comportamento e que igualmente afetariam a probabilidade desse comportamento). Behaviorismo Radical Eventos públicos e privados • Eventos Públicos são eventos que podem ser relatados por mais de uma pessoa. • Ex: temporal, canto do pássaro. • Mesmo que eu ouça o pássaro quando estou sozinho, não deixa de ser um evento público. • Eventos Privados são eventos que nunca podem ser relatados por mais de uma pessoa, mesmo que outras estejam presentes. • pensamentos, sentimentos e sensações são eventos privados, porque só uma pessoa pode relatá-los, mesmo que outras estejam presentes. • Para o behaviorista radical, a distinção entre os dois tem pouco significado, é apenas o número de pessoas que podem relatá-los, fora isso, possuem as mesmas propriedades. Eventos públicos e privados são ambos naturais. Eventos naturais e fictícios • Eventos naturais - como todas as ciências, a análise comportamental lida com eventos naturais. Eventos naturais específicos que são objeto de estudo são aqueles atribuídos a organismos vivos e íntegros; e são o tipo de eventos que serão designados como simplesmente comportamento. • Ex: crescimento de tecido celular, reações químicas • Ex2:O comportamento de um cão; de uma pessoa. • Eventos fictícios - Cosas e eventos fictícios são inobserváveis, mesmo em princípio. Não há como observar mente, desejos ou impulsos, são todos inferências do comportamento. Behaviorismo • O Behaviorismo estuda os eventos naturais, sejam eles privados ou públicos. Teorias e Sistemas Psicológicos I AULA 2: BEHAVIORISMO METODOLÓGICO E BEHAVIORISMO RADICAL Behaviorismo Radical BEHAVIORISMO RADICAL Nega radicalmente a existência da mente (fatos que escapem ao mundo físico). Acredita na possibilidade da auto-observação. Não exige consenso na observação. Admite estudar eventos internos. Deriva a análise experimental do comportamento (busca das análises funcionais entre comportamento e ambiente). Propõe dois tipos de relações entre ambiente e organismo (eventos estabelecedores de ocasião e consequências seletivas) que são as contingências. As interpretações são sempre históricas. É o próprio eu e não o outro que constrói o conhecimento. Aceita a existência de um indivíduo. Aceita radicalmente os fenômenos comportamentais. É pragmático. Behaviorismo Radical e Pragmatismo • Pragmatismo – concepção filosófica que se preocupa com a funcionalidade do objeto real observável, mensurável. • Behaviorismo radical rejeita distinção entre mundo exterior(objetivo) e interior (subjetivo) das pessoas. • Defende que a Análise Experimental do Comportamento lida com um só mundo e o comportamento encontrado nesse mundo único. • A influência do pragmatismo sobre Skinner faz com que o behaviorismo radical tenha uma grande preocupação com sua aplicabilidade, sua utilidade prática buscando, segundo sua posição pragmática, descrições econômicas e abrangentes do comportamento. • A objeção dos behavioristas radicais ao mentalismo é na realidade uma objeção ao dualismo, à ideia de que dois tipos de existência, ou dois tipos de termos, referentes ao material e ao não-material, são necessários para a compreensão total do comportamento. Behaviorismo radical - Skinner • Análise do comportamento • Análise experimental do comportamento – pesquisa experimental • Análise aplicada do comportamento – aplicações da análise do comportamento, na clínica, na educação, etc. • Behaviorismo radical – filosofia da ciência comportamental. Quadro síntese Behaviorismo Metodológico Behaviorismo Radical Principal autor Watson Skinner Aprendizagem Condicionamento clássico ou respondente (aprendizagem associativa) Condicionamento operante (aprendizagem devido as consequências) Mente A mente é inacessível para estudos. Não nega a existência da mente Nega radicalmente a existência da mente. Admite estudar eventos internos. Mente é uma ficção. Concepção filosófica Realismo Pragmatismo Eventos Estuda apenas eventos públicos Eventos naturais (sejam eles públicos e privados) Condicionamento Reflexo - Estímulo e Resposta (automático)Não é automático Tem maior ou menor probabilidade de acontecer de acordo com as consequências Sugestão de Vídeos •Caixa problema de Thorndike •http://www.youtube.com/watch?v=Qw8Kyj7OO-s •http://www.youtube.com/watch?v=y-g2OmRXb0g •Darwin: •http://www.youtube.com/watch?v=UkELj5iDYnE
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