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FORMAÇÃO DO PROCESSO

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FORMAÇÃO DO PROCESSO
Formação do processo O processo civil começa por iniciativa da parte, desenvolvendo-se, no entanto, por impulso oficial (art.2.o).Isso quer dizer que o juízo de conveniência a respeito da propositura ou não da ação compete à parte autora, que é livre para exercer ou não o direito de ação, decidindo ainda com que conteúdo, em sendo o caso, pretende exercê-lo (arts. 141 e 490). 
O processo civil inicia com a propositura da ação. A partir daí o processo já existe. a citação constitui apenas requisito de validade do processo, não seu requisito de existência, quando refere que é possível um processo existente, válido e eficaz sem a participação do réu (casos de indeferimento da petição inicial e de julgamento de improcedência liminar, arts. 330 e 332)
SUSPENÇÃO DO PROCESSO 
Depois de formado, o processo flui em direção à prestação da tutela jurisdicional, que, depois de ultimada, leva à extinção do processo. 
No entanto, existem determinados acontecimentos que determinam a suspensão do processo, isto é, a sua paralisação provisória, período em que se veda como regra a prática de atos processuais (art. 314).
Pode ser própria ou imprópria. Na primeira (própria), o processo é totalmente suspenso, sem que nele se pratique qualquer atividade (é o que acontece, por exemplo, quando o processo é suspenso pela admissão do incidente de resolução de demandas repetitivas ou pela afetação de recurso repetitivo); na segunda (imprópria), apenas parcela do processo resta suspensa (o que ocorre, por exemplo, com a arguição de impedimento ou suspeição do juiz, em que se suspende o processo a fim de que a questão concernente à imparcialidade do juiz seja resolvida preliminarmente).
A decisão judicial que suspende o processo tem eficácia ex tunc e retro age até o momento em que se verificou a causa da suspensão - eventuais atos praticados entre a causa suspensiva e a efetiva suspensão do processo são, a princípio, ineficazes.
Na hipótese de morte de qualquer das partes, o juiz suspenderá o processo a fim de viabilizar a habilitação dos seus sucessores nos próprios autos do processo em curso (arts. 313, ~ 1.0 e 689). Sendo intransmissível o direito, deverá o juiz extinguir o processo sem resolução de mérito (art. 485, IX). 
Na hipótese de perda da capacidade processual de qualquer das partes, tem o juiz de suspender o processo para a sua regularização. No de morte do procurador de qualquer das partes, ainda que iniciada a audiência de instrução e julgamento, o juiz determinará que a parte constitua novo mandatário no prazo de quinze dias, ao final do qual extinguirá o processo sem resolução de mérito, se o autor não nomear novo mandatário ou ordenará o prosseguimento do processo à revelia do réu, se falecido o procurador deste.
Outra causa de suspensão do processo é a convenção das partes. Trata-se de disposição de vontade das partes que determina, dentro dos limites legais, a paralisação do processo, por prazo Improrrogável nunca superior a seis meses (art. 313, CPC). Esgotado o prazo de suspensão, o juiz determinará o prosseguimento do processo.
A alegação de impedimento ou suspeição do juiz - mediante simples petição escrita a ser dirigida ao próprio juiz da causa, que não é mais chamada de exceção na terminologia do direito vigente - também é causa de suspensão do processo. Apresentada a petição nos autos, suspende-se o processo, que só voltará a correr se o relator do incidente no Tribunal recebê-lo revogando o efeito suspensivo (art. 146, § 2º, I).O processo ficará suspenso até o julgamento do incidente pelo Tribunal - vale dizer a primeira decisão a respeito do incidente (a decisão que declarar existente ou inexistente o Impedimento ou a suspeição).Julgado o incidente pelo Tribunal, o processo volta a correr.
Incidente de resolução de demandas repetitivas (arts. 313, IV e 982, I). Necessidade da suspensão dos processos repetidos quando afetado para julgamento recursos especiais ou recursos extraordinários repetitivos (art. 1.036, § 1º). ).A necessidade de suspensão do processo atende a duas necessidades distintas: no primeiro caso, evitar decisões colidentes; no segundo, bem instruir o feito. 
Ainda, é caso de suspensão do processo a superveniência de força maior - caracterizada pela inevitabilidade e irresistibilidade do evento - e pela existência de questão prejudicial externa marítima. No caso de suspensão do processo por superveniência de força maior, a duração da suspensão está condicionada à duração do evento inevitável e irresistível. Diante da impossibilidade concreta de se dar seguimento ao feito, deve o processo ficar suspenso, até que a situação se normalize. Imagine-se, por exemplo, a ocorrência de calamidade pública no local em que tramita o feito, ou greve dos agentes judiciários.
A suspensão do processo em razão em razão de maternidade, seja decorrente de gravidez ou adoção – durara por trinta dias, contados a partir do parto ou da concessão da adoção, devendo ser comprovada nos autos e cientificado o cliente. Medida que tende a permitir o convívio da mãe com o filho, com maior dedicação. 
Identicamente, a suspensão do processo ocasionada em razão do inicio da paternidade (por qualquer causa que seja) terá duração de oito dias, também contados a partir do parto ou da outorga da adoção. 
Hipótese de suspensão facultativa por força da existência de questão prejudicial externa de natureza penal (art. 315). Se o conhecimento do mérito depender da verificação da existência de fato delituoso, o juiz pode determinar a suspensão do processo até que se pronuncie a justiça criminal. Se a ação penal não for proposta no prazo de três meses, contado da intimação do ato de suspensão, cessará o efeito deste, incumbindo ao juiz cível examinar incidentalmente a questão prévia. Proposta a ação penal, o processo ficará suspenso pelo prazo máximo de um ano, ao final do qual, não estando resolvida a questão, incumbirá ao juiz cível examinar incidentalmente a questão prejudicial.
Durante a suspensão é vedado praticar qualquer ato processual. Todavia, poderá o juiz determinar a realização de atos urgentes a fim de evitar a prática, reiteração ou continuação de um ato ilícito, remover um ato ilícito ou seus efeitos de forma urgente ou ainda a ocorrência de um dano irreparável (art. 314). 
EXTINÇÃO DO PROCESSO 
	O processo extingue-se por sentença (arts. 203, § 1º, 485 e 487).
	
De outro lado, se é correto afirmar que o processo - ou, pelo menos, o procedimento de primeiro grau - extingue-se por sentença, não é igualmente correto afirmar que a sentença sempre é o ato que extingue o processo.
Existem situações em que o processo termina com a pronúncia da sentença. Nesse caso a sentença é o ato que o extingue. Essas são aquelas situações em que a tutela prestada pela sentença é autossuficiente, isto é, a simples prolação da decisão é suficiente para disciplinar o conflito entre as partes. Declaratórias - declaração da existência ou inexistência de uma relação jurídica ou de um ou alguns de seus efeitos (por exemplo, declaração de inexistência de uma relação de parentesco entre A e B). Constitutivas - constituição, modificação ou extinção de determinada situação jurídica (por exemplo, a constituição de uma servidão).
Existem outras situações, porém, em que a prolação da sentença encerra apenas uma das fases do procedimento comum - a fase destinada ao conhecimento das alegações das partes, à sua prova e à decisão da causa. Nesses casos, a sentença presta uma tutela jurisdicional não autossuficiente. Nesses casos, a sentença não encerra propriamente o processo. Ela apenas encerra uma fase do processo. As sentenças condenatórias, mandamentais e executivas entram na categoria das técnicas processuais que prestam uma tutela jurisdicional não autos suficiente, justamente porque dependem da adoção de técnicas processuais executivas para prestação da tutela do direito à parte.
Daí que, com a pronúncia da sentença, a atividade jurisdicional está autorizadaa assumir outro perfil: não mais destinada ao conhecimento das alegações e das provas das partes, mas sim à execução do comando sentença, partindo-se do pressuposto de que uma das partes tem razão naquilo que alega. O processo, portanto, não se extingue: o que se extingue é a fase destinada ao conhecimento, a qual dá lugar à fase destinada ao cumprimento da sentença. 
A fim de que a chance para uma efetiva solução do litígio no processo não se perca por questões meramente processuais facilmente superáveis, o Código refere que, verificada a presença de irregularidades sanáveis, deve sempre o juiz permitir a correção do defeito, evitando a extinção do processo (art. 352). 
Isso vale não só para a sentença, mas também para os acórdãos dos tribunais e, em geral, para toda e qualquer situação em que se pode deixar de examinar o mérito de determinada postulação da parte por problemas meramente formais. Isso decorre não só da regra do art. 317, mas também daquela que expressamente refere que "desde que possível, o juiz resolverá o mérito sempre que a decisão for favorável à parte a quem aproveitaria eventual pronunciamento nos termos do art. 485" (art. 488). 
Caso 
No processo em que litigam Carla e João, foi antecipada a tutela, por perigo de demora, determinando-se que ele praticasse um ato, desde logo cominada multa coercitiva por dia de descumprimento. O processo foi suspenso, vindo o réu a praticar o ato imposto apenas depois de o processo ter voltado a correr. Aplicada a milita na proporção de todo o atraso, João alega que, no cálculo do valor devido como multa coercitiva, deve ser desconsiderado o período durante o qual o processo permaneceu suspenso, já que a suspensão do processo significaria sempre suspensão da eficácia das decisões nele proferidas. Tem fundamento a alegação?

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