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1964 – A Conquista do Estado

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1964 – A Conquista do Estado
Elite Orgânica
IPES (Instituto de Pesquisa e Estudos Sociais)/IBAD (Instituto Brasileiro de Ação Democrática)
Desagregação com o populismo
Recursos legais e ilegais (lógico!)
“O que ocorreu em 1964 não foi um golpe militar conspirativo, mas sim o resultado de uma campanha política, ideológica e militar travada pela elite orgânica centrada no complexo IPES/IBAD.”
O IPES preferia não se associar a tais eventos mas fazia parte deles, na maioria das vezes, às escondidas.
Ação Ideológica e Social
Congresso, sindicatos, movimento estudantil, empresas, fábricas e clero.
Ataques ao comunismo, socialismo, oligarquia rural e populismo.
Doutrinação Geral
Aprenda a manipular a massa através dos meios de comunicação com o IPES!
Notas falsas em jornais sem fonte ou atribuição de pagamento.
Jornais pequenos e de outros estados também eram persuadidos pelo IPES.
Colocando uma figura pública no alvo das contestações: Leonel Brizola
Colocando pessoas de prestígio para trabalhar para o IPES: Rachel de Queiroz e Nélida Piñon
O IPES/IBAD controlava tudo, desde agências de notícias e canais de informação até companhias de publicidade e propaganda.
“Esses jornalistas eram acusados de manipular a opinião pública, exatamente as atividades nas quais o complexo IPES/IBAD estava, em verdade, envolvido.” 
“Infiltração Comunista”
Manipulação através de manifestos que atingiam a população emocionalmente.
Discursos, exposições e pronunciamentos públicos por indivíduos de destaque.
Tudo isso para mostrar que para o IPES não haviam restrições, era tudo deles mesmo!
Objetivos: “proporcionar à opinião pública uma mensagem suficientemente ampla para favorecer a ‘modernização’ do regime e restrita o bastante para indispor o público contra o socialismo, o comunismo e o nacional-reformismo”
Produção de material próprio; Compra de publicações e subsídios para outras;
Realidades distorcidas e mentiras descaradas.
Publicações dentro de igrejas e forças armadas;
Nada poderia ser associado ao IPES mas, era ele quem bancava tudo.
“Ele (o comunista) é aparentemente inofensivo... Nunca se trai, sempre trairá
 outros. Ele fala de paz e amor fraternal.”
“Ele será o seu mais querido amigo, o mais sincero, o mais leal... Até o dia em que ele o assassinará pelas costas, friamente... Eles matam frades, violam freiras, destroem igrejas.”
Como o IPES se transformou no apoio logístico do contra-governo: Grupos de Estudo (Ideia brilhante)
“Os grupos de estudo e doutrina preparavam crítica sistemática das propostas de reforma do governo enquanto o grupo de ação parlamentar se encarregava do bloqueio do Executivo, suprindo a rede ADEP/IBAD/ADP de apoio logístico material e político”.
Os grupos de estudo bancados pelo IPES, preparavam projetos de leis e reformas, mas isso não quer dizer que os mesmos eram aprovados no congresso, porém, o IPES possuía muitos aliados no governo e a maioria de seus projetos tornaram-se oficiais depois do golpe de 64.
Reforma tributária, agrária (que foi derrubada pela proposta de João Goulart – a SUPRA), inflação, planejamento, constitucional, judiciária, etc.
Os próprios banqueiros resolveram dar andamento à Reforma Bancária, mas não adiantou de nada porque a maioria dos grandes banqueiros fazia parte do IPES.
O campesinato começara a insurgir contra a estrutura populista passando a exercer uma forte atração emocional nas classes médias, logo o IBAD se utilizava de símbolos populares para ganhar apoio da classe média que também repudiava a direita tradicional. Veja bem, o objetivo do IPES/IBAD não era ganhar as classes mais baixas de cara e sim conquistar a classe média e a elite orgânica para que estas fizessem esse trabalho pelo instituto.
Reforma Agrária
Agroindustriais do Rio X Proprietários de terras de São Paulo.
Projeto sigiloso de 50.000 dólares
Dois planos: um para enfiar o projeto no governo e outro para “preparar” a opinião pública (sem envolver os nomes do IPES/IBAD).
Reformas de Base: Congresso carregado de termos emocionais que preparou um verdadeiro programa de governo.
“Na Encruzilhada histórica de 1963, a elite orgânica centrada no complexo IPES/IBAD constituía a única força social entre as classes dominantes que possuía um projeto e um modelo coerentes e coesos para o país” 
Guerra psicológica através do rádio e televisão.
Bombardeio ideológico e político.
15 programas de tv de 30 minutos que custou 10 milhões de cruzeiros.
Oportunidades para jornalistas selecionados.
Encontro de Democratas com a Nação.
Todas as perguntas já com respostas premeditadas.
Tv Globo, Tv Cultura,, Tv Tupi, Tv Escola, etc.
450 mil cruzeiros por um programa de 30 minutos no rádio.
De onde vinha todo esse dinheiro?
Artistas na corda bamba.
A elite orgânica tinha o poder de bloquear qualquer indivíduo ou programas indesejáveis que fossem contra suas ideias porque tinha total controle sobre a ABA (Associação Brasileira de Anunciantes).
Mais de 300 programas diários, controlavam o horário nobre das estações de rádio.
Guerra psicológica através de cartuns e filmes.
Produções próprias
“Cinema, Aspirinas e Urubus” do IPES (patrocinado por grandes empresas como Mesbla, Mercedes Benz e Luiz Severiano Ribeiro).
Filmes dentro de empresas, universidades e Forças Armadas.
Doutrinação Específica
Criação de uma classe “para si” – com uma “vontade única”.
Criação de conferências, discussões, simpósios e cursos para disseminar a ideologia do bloco burguês.
Uso de militares para exposição e ganhar emocionalmente os ouvintes – APELAÇÃO!
Dentro das igrejas, das universidades, empresas e até na Associação cristã de moços e União dos Escoteiros do Brasil!
Escolas de Lavagem Cerebral
GES – Grupo de Educação Seletiva (do Instituto de Formação Social).
Anti-ISEB
Ação de classe da elite orgânica: 
A campanha política da burguesia
A elite orgânica do país, representada pelos grandes empresários e recebendo forte ajuda financeira, política e ideológica dos Estados Unidos, orientou toda uma campanha política de ideologização da sociedade brasileira.
A intenção dela era basicamente, sob a bandeira da luta contra o comunismo, neutralizar os movimentos sociais que ganhavam cada vez mais força, deixando a sociedade e a opinião pública contra eles. 
A ação da elite, pois, deu-se por meio de dois principais organizações: o IPES (Instituto de Pesquisas e Estudos Sociais) e o IBAD (Instituto Brasileiro de Ação Democrática). 
Pode-se dizer que as ações voltavam-se principalmente a instalar o caos social, o conflito insolúvel de ideias entre boa parte da sociedade e os dirigentes de esquerda, de modo que a parte conservadora da população pudesse “legitimar” o golpe, a intervenção dos militares no Estado.
As ações do IBAD e IPES focavam em três eixos de público principais: o estudantil e cultural, o feminino e o de camponeses e trabalhadores rurais. 
Movimento estudantil
No início da década de 60, o movimento estudantil nas universidades ia de vento em popa, com enorme força, e suas reivindicações iam de encontro direto aos interesses da classe dominante, pois entre suas requisições de reforma política estavam temas como reforma agrária, socialização de setores-chave da economia, educação digna para os trabalhadores, e participação efetiva destes nos órgãos do governo. Isso ia contra os interesses da elite orgânica.
O IBAD e o IPES, logo, trataram de enfocar suas ações na desorganização e deterioração da imagem do movimento estudantil. Assim, estas instituições passaram a dar suporte financeiro e ideológico a toda instituição e líderes estudantis de direita que se propusessem a fazer oposição a movimentos como a UNE.
Outrossim, a elite orgânica conseguia que a mídia fizesse a pior cobertura possível dos movimentos estudantis (mesmo porque muitos dos proprietários dos meios de comunicação faziam parte desta elite).
Classe média
Vendo seu status econômico e social em queda livre diante das conquistas
cada vez mais importantes dos trabalhistas, a classe média foi um alvo fácil de ser moldado ideologicamente.
A classe média, então, foi a “massa de manobra” utilizada pela elite orgânica para “justificar” o golpe. Era ela quem ia às ruas fazer as manifestações contra o governo de Jango, com a mídia retratando-a coma a “população brasileira”, ignorando, porém, o apoio das classes trabalhadoras e de outros setores a este mesmo governo.
O golpe só foi possível pois as manifestações da classe média foram vistas de certa forma pelo exército como legítimas, já que o exército, originalmente receoso de aplicar um golpe, mudou de ideia, pois acreditava que o movimento era de uma nação, e não de um grupo restrito.
Os principais esforços da elite orgânica se dirigiam a conseguir a adesão feminina à sua causa.
Trabalhadores rurais
O IPES e o IBAD organizavam sindicatos rurais, com ajuda explícita de setores do clero conservador da igreja católica. O IPES e o IBAD, contudo, só podiam agir porque suas ações eram feitas através do clero, pois a elite agrária era, obviamente era contra a sindicalização dos camponeses.
As ações da elite orgânica, entretanto, não se restringiam apenas à sindicalização. Prestando assistência social aos trabalhadores do campo através de doação de alimentos, assistência médica, distribuição de sementes e instrumentos de trabalho, o IPES e o IBAD aproveitavam para captar informações sobre os movimentos esquerdistas e seus líderes, assim como para plantar ideias de temor ao “comunismo” entre os camponeses. Nesse sentido, também houve a formação de “Cursos de Formação Democrática”, que se opunham ao método de Paulo Freire e visavam a passar os ideais “democráticos” aos camponeses.
"A maior conspiração das Américas" do General Olympio Mourão Filho
Rio Grande do Sul (1961-1962): Discutia política e as próprias atitudes com grandes figuras do RS, RJ e SP; IPES e IBAD preocupavam-se mais com outros estados, pois RS tinha menor importância política, além de ser base de Goulart.
O General Mourão Filho não percebia conspiração ativa em suas conversas, portanto não desconfiava da existência do IPES ou IBAD.
São Paulo (começo de 1963): O General tinha opiniões divergentes das do IPES, mas foi útil. Teve suas atividades rigorosamente controladas. General Menna Barreto (preparação psicológica das massas, ingresso em associações e clubes).
* ELD (Escola da Liderança Democrática), tropas de choque, GAP (Grupo da Atuação Patriótica).
* "Reuniões públicas". Empresários, profissionais liberais.
* IPES viu-se obrigado a restringir o General Mourão Filho. Tentativa de angariar oficiais de escalão mais baixo do General Menna Barreto.
Minas Gerais (final de 1963-1964): General Mourão Filho une-se ao General Costa e Silva e a outros militares e antecipa o golpe, preocupando IPES.
Participação do IPES/IBAD 
no Golpe de 1964
Ativistas destes complexos lideraram e organizaram um movimento civil-militar próprio;
Credita-se o Golpe às Forças Armadas;
Ação civil-militar do IPES/IBAD juntamente com o ESG;
Apoio logístico dos EUA;
Potencial bélico das milícias;
Participantes significativos: donos de partidos políticos, jornalistas, advogados, dono do Estado de São Paulo, Castelo Branco, Geisel.
Grande parte possuia ligação direta ou indireta com o IPES/IBAD.
Participantes do Golpe ocuparam postos importantes na estrutura militar e na administração pública;
Militares fora da ativa;
Oponentes declarados do regime;
Oponentes não-declarados e infiltrados no governo;
Os Ipesianos e Ibadianos espalhavam notícias falsas sobre “tomadas comunistas” para fomentar os ânimos dos militares;
Intervenção da mídia;
Participação direta e ativa do IPES/IBAD, com apoio logístico de diversas empresas e instituições;
Participação no Nordeste: neutralização dos camponeses, dos sindicatos rurais e de Miguel Arraes.
Vice de Arraes teve participação no Golpe de 64.
Desconhecimento de participantes em relação à amplitude e ao alcance do Golpe;

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