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Palavreado

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Universidade Federal de Pernambuco
Centro de Artes e Comunicação
Departamento de Rádio, TV e Internet
Português 4 – Suzana Cortez
Aluna: Ingrid de Moura Costa
Análise Crítica do conto “Palavreado” de Luís Fernando Veríssimo
	Luís Fernando Veríssimo mexe com a emoção. Ao fazer isso, ele se despoja da norma culta e brinca com a morfologia das palavras atribuindo várias classes diferentes para tais variações. O leitor atento entende perfeitamente o que cada palavra quer dizer, mesmo não sendo exatamente o que ela significa no dicionário. Assim como em “Construção” de Chico Buarque, o autor abre as portas da subjetividade imposta na língua portuguesa e dá novos significados a palavras como “fornida”, “porciúncula” (como se esta fosse diminutivo de “porta”), “ponte de safena” (uma brincadeira entre duas expressões que convergem morfologicamente), etc.
	“Lascívia”, a palavra dá a impressão de uma mulher magra, esguia, ou pelo menos é assim que o autor pensa. Aposto que ele pensou no seguinte teste: O que você pensaria do significado de uma palavra ao ouvi-la pela primeira vez? O texto me lembra bastante do jogo de tabuleiro “Qual é a palavra?” onde você avança casas, enquanto vai acertando o significado de palavras pouco conhecidas do público. Então, uso a analogia: Luís Fernando Veríssimo diverte e entretém o leitor apenas com palavras. 
	Ao pensar que “Falácia” é um animal, diverte mais ainda para quem sabe o significado da mesma. Assim como o verdadeiro sentido do enunciado, as falácias nunca são o que parecem ser, assim como as falácias animalescas que nunca estão onde parecem estar. Me lembra mais uma analogia, em “O Guia do Mochileiro das Galáxias” de Douglas Adams, existe a “terrível besta voraz de Traal” onde, se você não pode vê-la, ela também não pode ver você, assim como as Falácias que quanto mais se têm, menos existem. Não saberia dizer se Veríssimo foi influenciado pelo também comediante Douglas Adams, mas, mais uma influência do “Guia” pode ser encontrada: O POP (Problema de Outra Pessoa), que conta com a tendência natural das pessoas de não verem nada que não querem, que não estão esperando ou que não podem explicar, logo, se ninguém pode ver, eles não existem. Assim como as Falácias de Sr. Otorrino e Falcatrua. 
	Veríssimo, mais uma vez atesta em texto único uma forma simples e comunicativa de passar diversão ao público, sem ser extremamente coloquial ou chulo, pelo contrário, utilizando-se do “pai dos burros” para atingir quem não tem o costume de consultar o mesmo. É de uma simplicidade genial e genuína.
28 de Junho de 2013

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