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Petição inicial de inexistência de débito

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EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DE DIREITO DA __ VARA CÍVEL DA COMARCA DE GURUPI-TO
URGENTE - PEDIDO LIMINAR
- Justiça Gratuita
- Prioridade de Tramitação
Autor......: Chico K9
Réu..........: Oi Móvel S.A
Ação........: INEXISTENCIA DE DÉBITO C/C TUTELA ANTECIPADA COM PEDIDO DE DANOS MORAIS
 
CHICO K9, brasileiro, mecânico, casado, portador do RG n° 1.195.174 e CPF n° 050.513.192.67, residente e domiciliado na rua 9, centro Gurupi-TO, com endereço eletrônico (chicok9operigoso@hotmail.com) devidamente representada por sua advogada legalmente constituída (procuração em anexo), vem, respeitosamente perante Vossa Excelência, propor
INEXISTENCIA DE DÉBITO C/C TUTELA ANTECIPADA COM PEDIDO DE DANOS MORAIS
Em face da Oi Móvel S.A, pessoa jurídica, devidamente inscrita sob o n° de CNPJ: 62.587.559/0014-30, com sede na Avenida T9, praça A, Centro Goiânia-GO, pelos motivos de fato e direito a seguir expostos:
1. JUSTIÇA GRATUITA
 Declara o requerente, não ter condições de arcar com qualquer tipo de custas ou taxas processuais, sem prejuízo do seu sustento, motivo pelo qual requer desde já, os benefícios da justiça gratuita com crivo na lei 1.060/50.
2. DA PRIORIDADE DE TRAMITAÇÃO
O autor vem à presença de vossa Excelência, informar que encontra-se com 75 anos de idade e enquadra-se como idoso, na acepção jurídica, amparado pelo artigo 1.048 do CPC e art. 71 do Estatuto do Idoso, requer a prioridade de tramitação, nos termos da lei.
3. DOS FATOS
O requerente, no dia 27 de fevereiro de 2018, compareceu a concessionária Fiat da cidade de Gurupi-TO, no intuito de realizar o seu grande sonho, qual seria: trocar o seu carro Fiat Uno no valor de R$ 10.000,00 reais, por um Fiat Bravo no valor de R$ 40.000,00 reais.
Além do valor do carro, o autor tinha R$ 20.000,00 reais para dar de entrada no veículo novo, e a diferença no valor de R$ R$ 10.000,00 reais financiaria. 
O vendedor aceitou a proposta do requerente e disse que o carro estava na promoção apenas no mês de fevereiro de 2018. Assim, o vendedor fez o seu cadastro, no entanto, não foi aprovado devido uma restrição em seu nome junto ao SERASA realizada pela empresa OI MÓVEL S. A, por um suposta dívida no valor de R$ 206,00 reais, dívida esta que teria sido contraída no Estado de Goiás (notificação da restrição em anexo), e que diante disso não pode realizar a compra.
Além do mais, o requerente jamais saiu do Estado do Tocantins.
Diante deste fato, a ré agiu de má-fé, prática totalmente abusiva e indevida, ao inserir o nome do autor no rol de inadimplentes, vez que o requerente nada deve, situação vergonhosa e constrangedora, do qual jamais foi vivenciada pelo autor (negativação do seu nome/cpf).
Excelência, a atitude maliciosa da requerida, além de causar transtornos psicológicos ao autor, ocasionou diversos problemas também, visto que o impossibilitou de comprar o carro tão almejado. 
A existência do dano moral é cristalina!
Portanto, trata-se de negativação abusiva, que inclui o nome de pessoa idônea no rol dos maus pagadores, com reputação ilibada nesta cidade, motivo pelo qual o Requerente revoltou-se por saber que se encontra desprotegido deste tipo de situação, que grandes empresas valendo-se do seu poder econômico, negligenciam as mais básicas relações de comércio no que diz respeito a vida privada do cliente, visando somente o lucro. 
Neste sentido, o autor não viu alternativa, senão propor a presente demanda para declarar inexistente a relação contratual a qualquer débito advindo, como também almeja ter seu nome retirado do rol de inadimplentes e a condenação da ré ao pagamento de danos morais. 
4. DO FUNDAMENTOS JURÍDICOS
4.1 DA TUTELA DE URGÊNCIA
O Requerente nunca contraiu nenhuma dívida com a Requerida, no entanto, teve seu crédito restrito em decorrência de uma situação provocada, exclusivamente, por negligência da Requerida. 
	Ademais, não é justo o Autor ter seu nome incluso no rol dos maus pagadores, pois reside em cidade pequena e estas informações são facilmente propagadas e comentadas por todos, haja vista que a aquisição de produtos, bem como qualquer compra a prazo será liberado somente, após a exclusão da restrição em seu nome, caso o Requerente permaneça com a restrição não poderá realizar suas atividades, o que é de suma importância.
A esse respeito, o amparo legal para tal requerimento encontra-se presente no código de processo civil vigente em seu artigo 300, que garante a antecipação da tutela em vista da lesão material e moral que a parte autora vem sofrendo, sendo assim o dispositivo nos ensina que:
Art. 300.  “A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo.” 
......omissis....
§ 2° - A tutela de urgência pode ser concedida liminarmente ou após justificação prévia;
§ 3º - A tutela de urgência de natureza antecipada não será concedida quando houver perigo de irreversibilidade dos efeitos da decisão.
A antecipação dos efeitos da tutela é medida necessária, não havendo perigo de irreversibilidade dos efeitos da decisão. A manutenção da dívida em nome do Requerente não trará apenas prejuízos de ordem patrimonial, mas também riscos a sua saúde mental, física e moral, uma vez que foi vítima de uma situação que não participou, não contribuiu e nem deu causa de qualquer forma. 
	Assim, torna-se necessária a ordem de imediata retirada da restrição/negativacão no SERASA, que excluam o nome do Requerente de todas as restrições decorrentes da dívida, totalmente indevida, em seu nome, objeto da presente, conforme Prova inequívoca - notificação da restrição em anexo -, tendo em vista, que esse título versa sobre um título nunca contraído.
	O requerente sofreu restrições em seu crédito devido à negativação indevida em seu nome e, agora, caso tenha que esperar a resolução do litígio, além de constar no rol dos maus pagadores, terá seu direito cerceado, causando-lhe danos irreparáveis. Portanto, demonstrado está o perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo (periculum in mora), que é requisito a concessão do pedido liminar.
	Resta claro a probabilidade do direito (verossimilhança da alegação), tendo em vista que o título levado a protesto não fora contraído pelo Consumidor, ora Autor, que no presente caso, existe má-fé da Requerida, a qual colocou o Requerente em situações de dificuldade, cabendo ao Poder Judiciário punir a prática dessas infrações, como forma de inibir o cometimento de outras de mesma natureza.
	Demonstrado também o fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação, que caso não cesse o provocado pela Requerida em relação ao protesto indevido (negativação) no CPF do Requerente, este fica impossibilitado de contratar qualquer operação financeira com terceiros ou instituições financeiras, colocando seu poder de compra em sérios riscos, pois estará impedido de comprar a prazo. 
	Ademais, a presente medida não trará prejuízo algum à requerida, pois mesmo se houvesse possibilidade do Requerente possuir tal dívida em atraso com a Requerida, fato este que não é verdade, poderá futuramente retornar com negativação. 
	Presente os requisitos para a concessão da medida liminar, requer desde já, que se oficie a Requerida para retirar URGENTE a restrição do nome do Requerente, sob pena de multa diária no importe de R$ 1.000,00 (um mil reais), a ser determinado por Vossa Excelência em caso de descumprimento da ordem, a partir do dia seguinte do recebimento da determinação.
4.2 DA INEXISTÊNCIA DO DÉBITO
O requerente vem até vossa Excelência expor fundamentos que servirão para o reconhecimento da inexistência da dívida alegada e por consequência implicarão na retirada do nome do autor dos órgãos de proteção de crédito.
A declaração de inexistência de débito deve ocorrer após o suposto devedor ter ciência da dívida e por conseguinteinformar o juízo competente que tal cobrança é descabida justificando os motivos para tal declaração.
A Jurisprudência dos Tribunais Superiores tem entendimento pacificado o no sentido de que o cadastramento indevido, configura dano moral, dispensando prova do prejuízo, assim decidiram os julgados in verbis:
“APELAÇÃO CÍVEL. CONTRATO DE CARTÃO DE CRÉDITO. AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE DÉBITO E INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. Inexistindo débito exigível, indevido o cadastramento negativo em banco de dados de inadimplentes, restando caracterizando dano moral, passível de indenização. Considerando que o dano moral é decorrente do próprio fato, é dispensável a prova do prejuízo. Valor da indenização mantido por se encontrar de acordo com os parâmetros adotados pela Câmara. Agravo retido, apelo e recurso adesivo não providos. (Apelação Cível Nº 70045733995, Segunda Câmara Especial Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Marcelo Cezar Muller, Julgado em 28/03/2012). Grifo nosso.
Ainda, no mesmo sentido:
“AGRAVO INTERNO EM APELAÇÃO. Ausente qualquer argumento novo capaz de modificar o decisum recorrido, mantém-se a deliberação monocrática. RESPONSABILIDADE CIVIL. DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE DÉBITO. DANO MORAL. INSCRIÇÃO EM CADASTRO DE INADIMPLENTES. 1. A empresa que inscreve o nome do consumidor em cadastro de inadimplentes tem legitimidade para responder demanda que impugna a anotação. 2. Ausência de prova da existência do crédito. Irregularidade do registro reconhecido. Dano moral puro. Outros registros negativos. Em se tratando de cadastramento indevido, descabe a incidência da súmula nº 385 do STJ, eis que não se trata inscrição irregular, e sim apontamento injusto. Inexistindo critérios objetivos de fixação do valor para indenização por dano moral, cabe ao magistrado delimitar quantias ao caso concreto. Aplicação de um juízo de eqüidade e proporcionalidade. Montante fixado na sentença mantido. Os honorários advocatícios devem ser compatíveis para se remunerar condizentemente o profissional do Direito, evitando-se o aviltamento do exercício de nobre atividade. Manutenção. Agravo interno desprovido. Decisão unânime. (Agravo Nº 70047119730, Décima Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Jorge Alberto Schreiner Pestana, Julgado em 29/03/2012). Grifo nosso.
Sendo assim, requer o autor que seja declarado em sentença por vossa Excelência, que o débito que originou esta demanda, é inexistente em relação ao requerente.
4.3 DO DANO MORAL "in re ipsa"
A Constituição Federal de 1988 preceitua em seu artigo 5º, inciso X, que:
“Art. 5º. Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: 
(...)
X - São invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito à indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação;"
Dessa forma, claro é que a empresa requerida, ao cometer imprudente ato, afrontou confessada e conscientemente o texto constitucional acima transcrito ao negativar indevidamente o nome/cpf do autor, devendo, por isso, ser condenada à respectiva indenização pelo dano moral sofrido pela requerente.
À luz do artigo 186 do Código Civil, aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.
Para que se caracterize o dano moral, é imprescindível que haja: a) ato ilícito, causado pelo agente, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência; b) ocorrência de um dano, seja ele de ordem patrimonial ou moral; c) nexo de causalidade entre o dano e o comportamento do agente.
A presença do nexo de causalidade entre os litigantes está patente, sendo indiscutível o liame jurídico existente entre eles, pois se não fosse a manutenção do nome da requerente no rol de protestados a autora não teria sofrido os danos morais pleiteados, objeto desta ação.
Evidente, pois, que devem ser acolhidos os danos morais suportados, visto que, em razão de tal fato, decorrente da culpa única e exclusiva da empresa requerida, esta teve a sua moral afligida, foi exposta ao ridículo e sofreu constrangimentos de ordem moral, o que inegavelmente consiste em meio vexatório.
Dano moral, frise-se, é o dano causado injustamente a outrem, que não atinja ou diminua o seu patrimônio; é a dor, a mágoa, a tristeza infligida injustamente a outrem com reflexo perante a sociedade.
Neste sentido, pronunciou-se o E. Tribunal de Justiça do Paraná:
“O dano simplesmente moral, sem repercussão no patrimônio, não há como ser provado. Ele existe tão-somente pela ofensa, e dela é presumido, sendo bastante para justificar a indenização” (TJPR - Rel. Wilson Reback – RT 681/163).
A respeito, o doutrinador Yussef Said Cahali aduz:
“O dano moral é presumido e, desde que verificado ou pressuposto da culpabilidade, impõe-se a reparação em favor do ofendido” (Yussef Said Cahali, in Dano e sua indenização, p. 90).
Preconiza o Art. 927 do Código Civil:
“Art. 927. Aquele que, por ato ilícito, causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo”.
Indubitavelmente, feriu fundo à honra da autora ao ver seu nome protestado por um título não contraído, espalhando por todo e qualquer lugar que fosse, a falsa informação de que é inadimplente.Verificado o evento danoso, surge a necessidade de reparação, não havendo que se cogitar de prova do dano moral, se presente os pressupostos legais para que haja a responsabilidade civil.
Nesse contexto, o Código de Defesa do Consumidor estabelece no artigo 14 que: 
“o fornecedor de serviços responde, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos”. 
Portanto, o texto de lei preconiza que independentemente de culpa a Requerida esta obrigada a reparar o dano causado ao Autor. Assim, consolida-se, a aplicação de tal previsão legal. Vejamos julgados do Tribunal de Justiça do Tocantins in verbis:
EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL. INEXISTÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DA RELAÇÃO JURÍDICA. INSCRIÇÃO INDEVIDA EM CADASTRO DE PROTEÇÃO AO CRÉDITO. INEXISTÊNCIA DE CAUSA EXCLUDENTE DE RESPONSABILIDADE POR FATO DE TERCEIRO. DANO MORAL “IN RE IPSA”. INDENIZAÇÃO DEVIDA.
1. A apelante inseriu o autor nos órgão de proteção ao crédito, por suposta inadimplência advinda de um contrato entabulado entre as partes, todavia, o conjunto probatório dos autos demonstrou a inexistência da relação jurídica ensejadora do débito objeto de negativação, configurando a falha no serviço geradora da obrigação de indenizar.
2. Tratando-se de relação consumerista, responde objetivamente o fornecedor do serviço pela reparação dos danos causados, ficando incumbido, ainda, de provar a culpa exclusiva de terceiro, o que não ocorreu no presente caso. Inexistência de comprovação de excludente de responsabilidade por fato de terceiro (art. 14, §3º, II, CDC).
3. Nos casos de inscrição indevida em cadastro de inadimplentes, o dano moral configura-se “in re ipsa”, prescindindo de prova.
4. Recurso conhecido, porém improvido. (AP 0003864-34.2014.827.0000, Rel. Juíza convocada CÉLIA REGINA, 1ª Turma da 1ª Câmara Cível, julgado em 11/03/2015). Grifo nosso.
A única conclusão a que se pode chegar é a de que a reparabilidade do dano moral puro não mais se questiona no direito brasileiro, porquanto uma série de dispositivos constitucionais e infraconstitucionais garantem sua tutela legal.
Tanto é assim, que “Na concepção moderna da reparação do dano moral prevalece a orientação de que a responsabilização do agente se opera por força do simples fato da violação, de modo a tornar-se desnecessária a prova do prejuízo em concreto.” (STJ, REsp 331.517/GO, 4ª Turma, rel. Min. César Asfor Rocha, DJ 25.03.02).A Requerida foi negligente ao negativar o requerente indevidamente, causando-lhe transtornos, sofrimento, vergonha, e a impossibilidade de realizar compras, devido a restrição em seu nome.
A inclusão no cadastro de inadimplentes gera inegável abalo à honra, vez que enseja a restrição de crédito no mercado e repercute negativamente perante terceiros, vez que atribui à pessoa a condição de mau pagador. 
Portanto, diante do dano provocado e da gravidade do evento danoso, mostra-se justo a fixação do “quantum” indenizatório em valor não inferior a R$ 10.000,00 (dez mil reais), uma vez que deve a quantia econômica ser significativa, em razão das potencialidades do patrimônio da Requerida e do seu poder econômico. 
5. DA INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA
	Dentre os direitos básicos do consumidor está previsto no art. 6º do Código de Defesa do Consumidor, a inversão do ônus da prova, para facilitar a defesa dos seus direitos.
	Considerando que o Requerente não tenha condições de produzir provas além das já produzidas, ora que a “suposta” dívida negativada tem por base um titulo inexistente, se a requerida confirmar a existência da dívida, deverá ser determinado que apresente provas de suas alegações, em contestação, é o que desde já requer.
6. DO PEDIDO DE JULGAMENTO ANTECIPADO DA LIDE
Excelência, em que pese o presente caso trata-se, somente de matéria de direito, se os documentos apresentados não provar as alegações da parte Requerente, outros não irão fazê-lo. 
O STJ entende que “Presentes as condições que ensejam o julgamento antecipado da lide, é dever do juiz e não mera faculdade, assim proceder”.. Depois de decorrido os prazos para a resposta (contestação), não haverá necessidade de produção de provas em audiência. 
Assim, estando os fatos provados na ação sendo eles incontroversos, e a matéria versa unicamente sobre matéria de direito, é cabível o julgamento antecipado da lide, nos moldes do artigo 355 do Novo Código de Processo Civil. 
7. DOS PEDIDOS
Diante do exposto, REQUERER a Vossa Excelência:
 a) Os benefícios da justiça gratuita com crivo na lei 1.060/50, vez que o requerente declara não ter condições de arcar com qualquer tipo de custas ou taxas processuais, sem prejuízo do seu sustento;
b) requer a prioridade de tramitação, nos termos do artigo 1.048 do CPC e art. 71 do Estatuto do Idoso, pois o autor encontra-se com 75 anos de idade e enquadra-se como idoso;
c) Seja Concedida LIMINARMENTE inaudita altera pars a antecipação dos efeitos da tutela, para que se oficie a Requerida para retirar URGENTE (em prazo de 24 horas a contar do recebimento) a restrição do nome da Requerente, sob pena de multa diária no importe de R$ 1.000,00 (um mil reais), em caso de descumprimento da ordem que será proferida por Vossa Excelência;.
d) Na remota possibilidade de Vossa Excelência não entenda pela concessão de liminar, que seja estipulado multa por dia de negativação, se ao final da lide a Requerida não provar a veracidade da restrição; 
e) Seja julgado PROCEDÊNTE A PRESENTE AÇÃO, com declaração da inexistência da relação jurídica do Requerente com a Requerida, relativamente à suposta dívida no valor de R$ 206,00 reais (doc. anexo), e quaisquer outra por ventura existente, condenando a Requerida no dever de reparar, em um montante não inferior a R$ 10.000,00 (dez mil reais) a titulo de danos morais, acrescida de correção monetária e juros na forma da Lei;
f) Seja determinada a Citação da Requerida para, querendo, contestar a presente ação no prazo legal, sob pena de revelia e confissão;
g) Seja concedido a inversão do ônus da prova nos termos do art. 6º, VIII do CDC, em favor da Requerente;
h) Seja deferido o Julgamento antecipado da lide;
i) Seja a Requerida condenada ao pagamento do ônus da sucumbência em custas processuais e honorários advocatícios no patamar de 20% sobre o valor da causa;
Outrossim, o autor não possui interesse na autocomposição. 
Protestar e provar o alegado por todos os meios de provas em direito admitidas.
Requer ainda, seja a Requerida compelida a apresentar na primeira oportunidade os atos constitutivos para demonstrar a sua regular representação processual, os documentos comprovantes da transação comercial havida (Contrato de Prestação de Serviços assinado), os originais de notas fiscais, solicitação de compra que possibilitou a restrição, em seu poder, a fim de confirmar as alegações sobre os fatos, sob pena de serem verdadeiras todas as afirmações.
Dá à causa o valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais).
Termos em que,
Solicita-se deferimento.
Local e data.
Advogado...
OAB n...
Endereço profissional para intimações...

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