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EXERCÍCIOS SOBRE : 
III – A ORGANIZAÇÃO E O FUNCIONAMENTO DOS MERCADOS 
 
Grupo I - Teoria do Consumidor ou da Procura 
 O nosso objectivo é explicar porque é que, em determinado momento, o 
consumidor opta por consumir dada quantidade de um bem. 
 Quais são então os factores que influenciam a quantidade procurada ou consumida 
de um bem? Podemos identificar 4 grandes factores: 
- o preço de um bem; 
- o rendimento do consumidor; 
- os gostos ou preferências do consumidor que vão determinar a satisfação ou 
utilidade que retira do consumo; 
- o preço de outros bens. 
Temos assim vários factores que explicam a quantidade procurada de um bem pelo 
que temos que decidir por onde é que queremos iniciar a explicação do consumo de 
determinada quantidade do bem. 
 Como o consumidor vai adquirir o bem porque este lhes permite satisfazer uma 
necessidade, ou seja, porque estes lhe confere satisfação ou utilidade, então a quantidade 
procurada depende desde logo da satisfação ou utilidade que o consumidor retira do 
consumo de diferentes quantidades de um bem. 
 Vamos assim começar por estudar a relação entre a quantidade consumida de um 
bem e a satisfação que se retira desse consumo. Depois avaçaremos para o estudo da 
influência dos outros factores 
 
Questão 1 
A lei da utilidade marginal decrescente diz-nos que, quanto maior for a 
quantidade consumida de um bem, menores são os acréscimos de satisfação ou utilidade 
associados ao consumo de mais uma unidade do mesmo. 
 
Introdução à Economia -Licenciaturas em Sociologia e em Relações Internacionais (1999/2000) 
Exercícios sobre: III – Organização e funcionamento dos mercados 
Exercícios Resolvidos – Marta Simões 
2 
Questão 2 
 A lei da utilidade marginal decrescente pressupõe que: 
1) o consumidor é capaz de medir a utilidade ou satisfação que retira do consumo 
de diferentes quantidades do bem, ou seja, é capaz de atribuir um valor à sua 
satisfação; 
2) o consumo de todos os outros bens permanece constante. 
 
Questão 3 
 A satisfação ou utilidade que um consumidor retira do consumo de um bem pode 
ser medida de duas formas: 
- Utilidade Total: a satisfação que o consumidor retira do consumo de determinada 
quantidade de um bem, que vai variar com a quantidade consumida. 
- Utilidade marginal: acréscimos de satisfação obtidos pelo consumidor com o 
consumo de mais uma unidade do bem. 
Vamos estudar o comportamento dos dois tipos de satisfação com a quantidade 
consumida através dos respectivos gráficos, como nos é pedido. 
Comecemos por representar a curva da utilidade total e analisemos o seu 
comportamento. 
Curva da Uilidade Total
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
0 1 2 3 4 5 6
quantidade consumida
u
ti
lid
a
d
e
 t
o
ta
l
 
Quanto mais consumirmos de um bem, em princípio maior é a satisfação que 
retiramos do consumo, logo a Utilidade Total é crescente com a quantidade 
consumida.Supunhamos que estávamos com fome e estavámos a analisar a satisfação 
retirada do consumo de bolos. Se o consumidor não consumir nenhum bolo então não vai 
ter qualquer satisfação. Se consumir 1 bolo a sua satisfação é de 4, se consumir 2 de 7 e 
Introdução à Economia -Licenciaturas em Sociologia e em Relações Internacionais (1999/2000) 
Exercícios sobre: III – Organização e funcionamento dos mercados 
Exercícios Resolvidos – Marta Simões 
3 
assim sucessivamente, ou seja, quanto mais bolos consumir, maior é a sua satisfação, pelo 
menos até ao consumo de 4 bolos. Note-se que a partir do consumo de 4 unidades de 
comida a satisfação ou utilidade deixa de aumentar dizendo-se que o consumidor atingiu 
o ponto de saciedade. 
 A curva da utilidade total tem uma forma em arco que é já nossa conhecida, isto é, 
a curva é côncava. Esta forma da curva da utilidade total deve-se ao comportamento da 
utilidade marginal. 
 Podemos, para verificar o que dissémos, calcular para o consumo de comida a 
respectiva utilidade marginal: 
Quantidade 
consumida 
Utilidade 
Total 
Utilidade 
marginal 
0 0 
1 4 4-0=4 
2 7 7-4=3 
3 9 9-7=2 
4 10 10-9=1 
5 10 10-10=0 
 Verificamos que a utilidade marginal associada ao consumo de mais uma unidade 
de comida é decrescente, ou seja, quanto maior for a quantidade consumida, menor é a 
satisfação que o consumidor retira do consumo de uma unidade adicional. 
 Este fenómeno é conhecido por lei da utilidade marginal decrescente. Já sabemos 
que quantos mais bolos o consumidor comer maior é a sua satisfação. Mas os acréscimos 
de satisfação são decrescentes. Se o consumidor tem muita fome, então o primeiro bolo 
que come traz-lhe um grande acréscimo de satisfação (4). Se ainda tiver fome, o consumo 
do segundo bolo também lhe traz um aumento de satisfação significativo mas menor do 
que o primeiro bolo pois a fome já não é tanta, e o mesmo para os restante bolos 
consumidos até ao quarto bolo. A paritr do quarto bolo, podemos assumir que o 
consumidor já não tem fome nenhuma pelo que o quinto bolo não lhe traz qualquer 
acréscimo de satisfação. Se insistisse no consumo de bolos a sua satisfação total podia 
mesmo diminuir pois tantos bolos provavelmente iriam causar-lhe algum mal estar (uma 
grande dor de barriga). 
 Graficamente também podemos analisar o comportamento da Utilidade Marginal 
(Umg) através da curva da Utilidade Total. Os segmentos de recta a vermelho 
(horizontais) correspondem a cada nova unidade do bem consumida. Os segmentos de 
Introdução à Economia -Licenciaturas em Sociologia e em Relações Internacionais (1999/2000) 
Exercícios sobre: III – Organização e funcionamento dos mercados 
Exercícios Resolvidos – Marta Simões 
4 
recta a azul (verticais) traduzem o acréscimo de utilidade correspondente. Como podemos 
verificar, cada novo segmento vertical é inferior ao anterior, ou seja, a Umg é 
decrescente. 
 Como podemos concluir a curva da utilidade total é suficiente para analisar o 
comportamento dos dois tipos de utilidade mas como no exercício nos é pedido para 
representar graficamente a utilidade marginal vamos também fazê-lo (Podíamos 
representar no memso gráfico ou em separado. Optou-se pela segunda representação para 
facilitar a análise da utilidade total.) 
Curva da Utilidade Marginal
0
1
2
3
4
5
0 1 2 3 4 5 6
quantidade consumida
u
ti
lid
a
d
e
 m
a
rg
in
a
l
 
 Pelo comportamento da curva da utilidade marginal constatamos o facto desta ser 
decrescente. A curva tem declive negativo pelo que quanto maior é quantidade 
consumida, menor é o acréscimo de satisfação associado. 
 
Questão 4 
 A curva de procura individual relaciona a quantidade procurada ou consumida de 
um bem por parte de um consumidor individual com o respectivo preço, ou seja, dá-nos a 
quantidade de um bem que o consumidor está disposto a adquirir para cada preço. Esta 
curva é decrescente o que significa que quanto maior for o preço do bem menor é a 
quantidade que o consumidor está disposto a adquirir. 
 Suponhamos que estávamos a analisar a procura de filmes por parte de um dado 
consumidor e que essa procura podia ser representada pelo gráfico em baixo. 
Introdução à Economia -Licenciaturas em Sociologia e em Relações Internacionais (1999/2000) 
Exercícios sobre: III – Organização e funcionamento dos mercados 
Exercícios Resolvidos – Marta Simões 
5 
Procura de Filmes
0
200
400
600
800
1000
1200
0 1 2 3 4 5 6 7
nº de idas ao cinema/mês
p
re
ço
 d
o
 b
ilh
e
te
 
Queremos saber porque é que quando o preço de um bilhete de cinema diminui o 
consumidor aumenta o número de idas ao cinema. Se o preço do bilhete for de 800$00,o 
consumidor está disposto a ir 2 vezes ao cinema por mês. Ora ele só estará disposto a ir, 
por exemplo, 4 vezes ao cinema se o preço do bilhete baixar para 600$00. 
Isto acontece devido ao facto da Umg ser decrescente. 
Umg=Acréscimo de satisfação ou benefício que o consumidor retira do consumo 
de mais unidades do bem 
Preço=Sacrifício que o consumidor tem que suportar para consumir mais unidades 
do bem 
O consumidor só vai estar disposto a consumir maiores quantidades de um bem se 
o seu preço diminuir pois este representa o sacrifício que tem que fazer para adquirir o 
bem, enquanto a Umg representa o benefício com o seu consumo. 
Como o benefício que retira do consumo é decrescente com a quantidade 
consumida, então o sacrifício que está disposto a fazer para adquirir o bem também é 
cada vez menor, ou seja, o preço que está disposto a pagar pelo bem para consumir 
maiores quantidades vai ser cada vez menor. 
 
Questão 5 
 A curva de procura de mercado relaciona a quantidade procurada do bem por 
todos os consumidores nele interessados com o respectivo preço. 
 A curva de procura de mercado vai resultar do comportamento de procura 
individual de todos os consumidores que fazem parte do mercado, ou seja, todos os 
Introdução à Economia -Licenciaturas em Sociologia e em Relações Internacionais (1999/2000) 
Exercícios sobre: III – Organização e funcionamento dos mercados 
Exercícios Resolvidos – Marta Simões 
6 
consumidores que desejam consumir esse bem. Assim, a quantidade procurada no 
mercado para cada preço vai ser igual à soma das quantidades procuradas por cada 
consumidor. 
 Consideremos o mercado do bem X composto por apenas dois consumidores, o sr 
Silva e o sr Castro, dos quais sabemos as quantidades procuradas. 
 Se para cada preço somarmos as quantidades procuradas pelos srs Silva e Castro 
obtemos a quantidade procurada nomercado. 
Px Sr Silva Sr Castro Mercado 
0 2 3 2+3=5 
5 1 1,75 1+1,75=2,75 
10 0 0,5 0+0,5=0,5 
 Também podemos fazer a dedução gráfica da curva de procura de mercado: 
Dedução gráfica da curva de procura total
0
5
10
15
0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4 4,5 5 5,5
quantidade
p
re
ço
 
Tendo a representação gráfica das curvas de procura individuais, para chegar à 
representação da procura de mercado vamos, para cada preço, somam-se as procuras 
individuais. Assim, a azul representamos as quantidades procuradas pelo Sr Silva e a 
vermelho as quantidades procuradas pelo Sr Castro. A procura de mercado corresponde à 
soma dos dois segmentos de recta para cada preço, unindo-se em seguida os pontos que 
se conhecem. 
 
Questão 6 
 Os factores que influenciam a procura de um bem de que falámos até aqui e que 
são: o preço do bem; o rendimento do consumidor; o preço dos outros bens; os gostos ou 
preferências do consumidor. 
Introdução à Economia -Licenciaturas em Sociologia e em Relações Internacionais (1999/2000) 
Exercícios sobre: III – Organização e funcionamento dos mercados 
Exercícios Resolvidos – Marta Simões 
7 
Outros factores podem ainda ser apontados tais como, as expectativas do consumidor; 
factores culturais do meio onde está inserido. 
 
Questão 7 
 Quando analisamos a procura de um bem através da curva da procura estamos a 
relacionar explicitamente a quantidade procurada do bem com o respectivo preço, 
supondo que todos os outros factores que não o preço permanecem constantes (hipótese 
ceteris paribus). 
Quando se constrói a curva da procura até aqui todos os outros factores que 
influenciam a quantidade procura que enunciámos na questão anterior são supostos 
constantes. 
 
Questão 8 
 O bens consumidos podem ser classificados de acordo com a influência de 
variações do rendimento sobre a quantidade procurada dos mesmos. 
Temos então: 
- Bens normais: alterações do rendimento provocam variações do mesmo sinal da 
quantidade procurada, por exemplo, um aumento do rendimento aumenta a 
quantidade procurada. Estes bens dividem-se ainda em bens de primeira necessidade, 
se a alteração da quantidade é menos do que proporcional em relação à alteração do 
rendimento, e bens de luxo, se a alteração da quantidade é mais do que proporcional 
em relação à variação do rendimento; 
- Bens inferiores: alterações do rendimento provocam alterações de sinal contrário da 
quantidade procurada, por exemplo, um aumento do rendimento provoca uma 
diminuição da quantidade procurada. 
Para responder à questão colocada vamos considerar um exemplo. 
Suponhamos um estudante que faz 8 refeições por semana na cantina do ISCA e 
apenas 2 refeições na cantina da Sereia pois o seu rendimento não lhe permite fazer todas 
as refeições na Sereia. 
O estudante arranja um emprego em part-time e vê o seu rendimento aumentar. O 
que acontece à procura de refeições no ISCA e na Sereia? 
Introdução à Economia -Licenciaturas em Sociologia e em Relações Internacionais (1999/2000) 
Exercícios sobre: III – Organização e funcionamento dos mercados 
Exercícios Resolvidos – Marta Simões 
8 
8.1. Se aumenta o rendimento do consumidor então ele vai poder e querer consumir mais 
de um bem normal mesmo que o seu preço não se tenha alterado. No caso, ele vai preferir 
tomar as refeições mais vezes na Sereia agora que o seu rendimento o permite, mesmo 
sem alteração do preço das refeições. 
 
8.2. Se aumenta o rendimento do consumidor este vai diminuir a quantidade procurada de 
um bem inferior pois pode agora substituir parte do seu consumo por bens de qualidade 
superior que o seu nível de rendimento até aqui não lhe permitia adquirir. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Exemplos: livros e fotocópias; viagens de avião e autocarro, campismo e hotéis 
 
Questão 9 
 Os bens podem também ser classificados de acordo com a influência de variações 
no preço de outros bens consumidos sobre a quantidade procurada do bem. 
 Assim temos: 
q 
p 
nº ref 
P
re
ço
 r
e
fe
iç
ã
o
 
2 4
8 6 
Introdução à Economia -Licenciaturas em Sociologia e em Relações Internacionais (1999/2000) 
Exercícios sobre: III – Organização e funcionamento dos mercados 
Exercícios Resolvidos – Marta Simões 
9 
- Bens substitutos se alterações do preço de outro bem provoca alterações com sinal 
contrário da quantidade procurada do bem. Por exemplo, um aumento do preço de um 
substituto provoca um aumento da quantidade procurada do bem; 
- Bens complementares se alterações do preço de outro bem provoca alterações com o 
mesmo sinal da quantidade procurada do bem. Por exemplo, o aumento do preço do 
bem complementar provoca uma diminuição da quantidade procurada do bem; 
- Bens independentes se alterações do preço de outro bem não tem qualquer influência 
sobre a quantidade procurada do bem. 
Como exemplos dos primeiros temos os bens que satisfazem o mesmo tipo de 
necessidades diferindo apenas ligeiramente as suas características, tais como refrigerantes 
de marcas diferentes, o Cinema Avenida e Girassolum, livros de capa duro (hardback) ou 
mole (paperback), livros e fotocópias. 
Os bens complementares são bens que os consumidores necessitam de consumir em 
conjunto para satisfazerem uma determinada necessidade, como por exemplo, cinema e 
pipocas, bife e batatas fritas, café e tabaco, saídas e bebidas. 
 Como exemplos de bens independentes temos o pão e os livros, ou o chá e o 
turismo. 
 
Questão 10 
 Se o bem A é complementar do bem B e o seu preço diminui então a quantidade 
procurada do bem B vai aumentar. 
 A diminuição do preço do bem A permite aumentar o seu consumo mas como ele 
é consumido em conjunto com B, apesar do preço deste não se ter alterado, a respectiva 
quantidade procurada vaitambém aumentar. 
 
Exemplo 
 Suponhamos que quando vamos ao cinema 2 vezes por mês e gostamos de beber 
um café para apreciar devidamente o filme. 
 Se o preço do cinema diminuir passamos a ir 3 vezes o que se vai reflectir na 
nossa procura de café. Apesar do preço do café não se ter alterado vamos aumentar o 
consumo para 3 cafés caso contrário não apreciamos o cinema. 
Introdução à Economia -Licenciaturas em Sociologia e em Relações Internacionais (1999/2000) 
Exercícios sobre: III – Organização e funcionamento dos mercados 
Exercícios Resolvidos – Marta Simões 
10 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Para cada preço a quantidade procurada é agora superior pelo que a curva da 
procura se desloca para a direita. 
 
 
 Até aqui analisámos várias facetas da procura de um bem a partir de uma curva da 
procura negativamente inclinada, cuja justificação assentou na lei da utilidade marginal 
decrescente. Ora esta lei pressupõe que o consumidor é capaz de atribuir valores 
concretos à satisfação que retira do consumo de um bem. Esta teoria do consumidor é por 
isso conhecida por teoria cardinal da procura. 
 Existe outra teoria que explica o comportamento do consumidor, conhecida por 
teoria ordinal da procura, que chega também a uma relação negativa entre quantidade 
procurada e preço sem pressupôr que o consumidor atribui valores específicos à 
satisfação, mas apenas que ele é capaz de ordenar as diferentes combinações de consumo 
de acordo com a diferente satisfação que delas retira. 
 
Questão 11 
 Essencial à dedução da curva da procura nesta nova teoria é o conceito de curva 
de indiferença. 
 Genericamente, uma curva de indiferença dá-nos todas as combinações de 
consumo de dois bens que conferem ao consumidor o mesmo grau de satisfação total. 
q 
p 
2 3 
Introdução à Economia -Licenciaturas em Sociologia e em Relações Internacionais (1999/2000) 
Exercícios sobre: III – Organização e funcionamento dos mercados 
Exercícios Resolvidos – Marta Simões 
11 
 Supondo, por exemplo, que o consumidor consome apenas dois bens, filmes e 
refeições, então a curva de indiferença dá-nos todas as combinações de consumo de 
filmes e refeições que conferem ao indivíduo o mesmo grau de satisfação total. 
 Consideremos as seguintes combinações de consumo pertencentes a 3 curvas de 
indiferença diferentes e a respectiva representação gráfica. 
Curva de Indiferença I Curva de 
Indiferença II 
Curva de Indiferença 
III 
Filmes Refeições Filmes Refeições Filmes Refeições 
1 10 1 11 1 12 
2 6 2 7 2 8 
3 3 3 4 3 5 
4 2 4 3 4 4 
Mapa de Curvas de Indiferença
C Ind I
C Ind II
C Ind III
0
2
4
6
8
10
12
14
0 1 2 3 4 5
filmes
re
fe
iç
õ
e
s
 
 A cada curva de indiferença está associado um nível de satisfação diferente. 
Quanto mais para nordeste estiver uma curva de indiferença, maior é o nível de satisfação 
que lhe está associado. Por exemplo, à curva de indiferença II está associado um nível de 
satisfação maior do que à curva I pois consome-se mais de pelo menos 1 dos bens, neste 
caso, consomem-se masi refeições. Também à curva III está associado um nível de 
satisfação superior em relação ás curvas I e II pela mesma razão. 
 O conjunto de curvas de indiferença que traduzem os gostos do consumidor 
designa-se por mapa de curvas de indiferença. 
 
Questão 12 
 A curva de indiferença é uma curva decrescente e convexa. 
Introdução à Economia -Licenciaturas em Sociologia e em Relações Internacionais (1999/2000) 
Exercícios sobre: III – Organização e funcionamento dos mercados 
Exercícios Resolvidos – Marta Simões 
12 
É uma curva decrescente pois quanto mais se consome de um bem menor terá que 
ser a quantidade consumida do outro para que a utilidade total não se altere. 
É uma curva convexa pois quanto maior for a quantidade consumida de um bem 
menor é a quantidade do outro bem a que podemos prescindir de forma a manter a 
utilidade total constante. 
A taxa marginal de substituição de um bem X dá-nos a quantidade do bem Y a 
que o consumidor tem que prescindir para aumentar o consumo do bem X em 1 unidade e 
manter a utilidade total constante. 
Para o nosso exemplo, a taxa marginal de substituição de filmes dá-nos a 
quantidade de refeições a que o consumidor tem que prescindir para aumentar o consumo 
de filmes em 1 unidade e manter a utilidade total constante. 
Quanto maior for a quantidade consumida de um bem menor é o seu valor relativo 
de substituição devido ao facto da utilidade marginal ser decrescente, ou seja, menor é a 
taxa marginal de substituição. 
Consideremos a curva de indiferença da alínea anterior e calculemos a taxa 
marginal de substituição para cada nova unidade de filmes. 
Filmes Refeições Taxa marginal substituição 
1 10 
2 6 6-10=-4 
3 3 3-6=-3 
4 2 2-3=-1 
Curva de Indiferença I - Taxa marginal de substituição
0
2
4
6
8
10
12
0 1 2 3 4 5
filmes
re
fe
iç
õ
e
s
 
Introdução à Economia -Licenciaturas em Sociologia e em Relações Internacionais (1999/2000) 
Exercícios sobre: III – Organização e funcionamento dos mercados 
Exercícios Resolvidos – Marta Simões 
13 
 Se aumentamos o consumo de filmes sempre de uma unidade sabemos, pela lei da 
utilidade marginal decrescente, que o acréscimo de utilidade associado a cada nova 
unidade é cada vez menor. 
Por outro lado, se diminuíssemos o consumo de refeições também sempre de uma 
unidade, pela mesma razão, a perda de utilidade seria cada vez maior. Mas como estamos 
sempre na mesma curva de indiferença, por definição, a utilidade total nunca se altera, 
pelo que os aumentos resultantes de um maior consumo de um bem têm que ser 
exactamente compensados por um menor consumo do outro. Como as utilidades 
marginais são decrescentes isto implica que a cada nova unidade de consumo de comida 
esteja associada um decréscimo cada vez menor do consumo de refeições. 
Se o decréscimo fosse igual a perda de utilidade com a diminuição do consumo de 
comida seria cada vez maior enquanto o ganho de utilidade com o consumo de filmes 
seria cada vez menor não se compensando de forma a manter constante a utilidade total. 
 
Questão 13 
 A recta do orçamento dá-nos as combinações de consumo de dois bens, X e Y, 
que o consumidor pode adquirir com o seu rendimento e é representada por uma recta 
com a seguinte equação: 
 Preço X x Quant Cons X + Preço Y x Quant Cons Y = Rendimento 
 Para o nosso exemplo, a recta do orçamento dá-nos as combinações de consumo 
de filmes e refeições que o consumidor pode adquirir com o seu rendimento e que é 
representada pela recta seguinte: 
 Preço Ref x Refeições +Preço filmes x Filmes =Rendimento 
 Suponhamos que: 
Pf=1000$00, Pr=500$00, Rendimento=5000$ 
A equação da recta é dada por: 
1000$00xQ filmes+500$00xQ refeições=5000$00 
 Então algumas das combinações que pertencem a esta recta do orçamento são: 
 
 
 
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Filmes Refeições Rend=Despesa 
Total 
Desp F Desp R 
0 10 5000 0 5000 
1 8 5000 1000 4000 
2 6 5000 2000 3000 
3 4 5000 3000 2000 
4 2 5000 4000 1000 
5 0 5000 5000 0 
Para obter a respectiva representação gráfica basta considerarmos os pontos de 
intersecção com os eixos: 
No ponto de intersecção com OX não se consomem refeições logo todo o 
rendimento é gasto em filmes podendo-se adquirir no máximo: Rendimento/Preço 
filmes=5000/1000=5filmes. 
No ponto de intersecção com OY não se consomem filmes logo todo o 
rendimento é gastoem refeições podendo-se adquirir no máximo: Rendimento/Preço 
refeições=5000/500=10 refeições. 
Unindo estes dois pontos temos a representação gráfica da recta do orçamento. 
Recta do Orçamento
0
2
4
6
8
10
12
0 1 2 3 4 5 6
filmes
re
fe
iç
õ
e
s
 
 Combinações situadas para lá da recta não podem ser consumidas pois exigem um 
rendimento superior (exº: 4 filmes e 6 refeições=> gastar 7000$00). Combinações 
situadas aquém da recta correspondem a não gastar totalmente o rendimento (exº: 1 filme 
e 2 refeições=>gastar 2000$00). 
 Além disso, em qualquer ponto da recta, se quisermos aumentar o consumo de 
filmes em 1 unidade temos que prescindir de 2 unidades de refeições de forma a não 
ultrapassarmos o rendimento. Note-se que 1000$00/500$00=2. Para consumirmos mais 1 
Introdução à Economia -Licenciaturas em Sociologia e em Relações Internacionais (1999/2000) 
Exercícios sobre: III – Organização e funcionamento dos mercados 
Exercícios Resolvidos – Marta Simões 
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filme temos que gastar 1000$00 que vamos buscar ao consumo de refeições do que 
resulta o consumo de menos duas refeições. 
 
Questão 14 
 O equilíbrio do consumidor vai resultar do problema de maximização da utilidade 
total face ao rendimento disponível, ou seja, da melhor afectação (melhor do ponto de 
vista da utilidade) do rendimento entre o consumo dos vários bens. 
 As curvas de indiferença informam-nos sobre a utilidade total associada a 
diferentes combinações de consumo. 
 A recta do orçamento dá-nos as combinações de consumo que o consumidor pode 
adquirir com o seu orçamento. 
 Em equilíbrio o consumidor irá a escolher a combinação de consumo que lhe 
confere a maior satisfação e respeita a sua restrição orçamental. 
 Em termo gráficos vai corresponder ao ponto de tangência ou ponto em que a 
recta do orçamento toca a curva de indiferença mais afastada da origem possível face ao 
seu rendimento. 
 Retomando o nosso exemplo inicial, temos agora que representar em conjunto a 
recta do roçamento e o mapa de curvas de indiferença deste consumidor. 
Equilíbrio do Consumidor
0
2
4
6
8
10
12
14
0 1 2 3 4 5 6
filmes
re
fe
iç
õ
e
s
 
 O consumidor maximiza a sua utilidade total quando consome 3 filmes e 4 
refeições o que em termos gráficos corresponde ao ponto em que a sua recta do 
orçamento toca ou é tangente à curva de indiferença II. 
 O consumo de por exemplo, 2 filmes e 6 refeições, apesar de não violar a restrição 
orçamental não é um ponto de equilíbrio pois não maximiza a utilidade. O consumo de 4 
Introdução à Economia -Licenciaturas em Sociologia e em Relações Internacionais (1999/2000) 
Exercícios sobre: III – Organização e funcionamento dos mercados 
Exercícios Resolvidos – Marta Simões 
16 
filmes e 2 refeições também não é um ponto de equilíbrio, pois apesar de respeitar a 
restrição orçamental também não maximiza a UT. 
 
Questão 15 
 Segundo nos é dito no exercício, a satisfação que o consumidor retira do consumo 
de qualquer uma das cinco combinações de consumo de X e Y é igual, pelo que em 
termos de satisfação é indiferente ao consumidor a escolha de qualquer uma delas. 
 Mas é provável que às diferentes combinações correspondam diferentes valores 
de despesa não podendo o consumidor escolher uma combinação que ultrapasse o seu 
rendimento. 
 Temos então que calcular a despesa associada às diferentes combinações e 
verificar qual é a que respeita a sua restrição orçamental. 
 Quant. 
X 
Quant. 
Y 
Despesa X 
(escudos) 
Despesa Y 
(escudos) 
Despesa total 
(escuddos) 
A 10 15,8 1000x10=10000 1157x15,8=18280,6 28280,6 
B 12 13,7 1000x12=12000 1157x13,7=15850,9 27850,9 
C 14 12,1 1000x14=14000 1157x12,1=13999,7 27999,7 
D 16 10,9 1000x16=16000 1157x10,9=12611,3 28611,3 
E 20 9,1 1000x20=20000 1157x9,1=10528,7 30528,7 
 Das cinco combinações consideradas apenas a combinação B corresponde a gastar 
a totalidade do rendimento do consumidor. Todas as outras exigem um rendimento 
superior. 
 Assim, a combinação de consumo óptima ou de equilíbrio corresponde a 
consumir 12 unidades do bem X e 13,7 unidades do bem Y. 
 Se quiséssemos também poderíamos representar graficamente a escolha do 
consumidor: 
 Se gastarmos todo o rendimento no consumo do bem X podemos adquirir no 
máximo 27,85 unidades deste (=27850$00/1000$00). Se gastarmos todo o nosso 
rendimento no consumo do bem Y podemos adquiri no máximo 24 unidades deste 
(=27850$00/1157$00). Unindo os dois pontos de intersecção com os eixos obtemos a 
representação gráfica da restrição orçamental deste consumidor. 
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Exercícios sobre: III – Organização e funcionamento dos mercados 
Exercícios Resolvidos – Marta Simões 
17 
 Representando as cinco combinações para as quais o nível de preferência ou 
satisfação do consumidor é igual e unindo-as obtemos a representação gráfica da curva de 
indiferença à qual pertencem. 
 Como podemos verificar a combinação óptima ou de equilíbrio, B, corresponde 
ao ponto de tangência ou ao ponto em que a recta do orçamento toca a curva de 
indiferença. 
 
 
Grupo II - Teoria do Produtor ou da Oferta 
 O nosso objectivo agora é tentar perceber porque é que, em determinado 
momento, um produtor decide oferecer uma dada quantidade do bem que produz. 
Queremos chegar também a uma relação entre o preço de um bem e a quantidade 
oferecida do mesmo, relação conhecida por lei da oferta. 
 Na determinação das quantidades que vão oferecer os produtores têm desde logo 
que ter em conta os custos de produção, ou seja, os custos que têm que suportar para 
produzir um bem. Ora esses custos decorrem da utilização dos factores de produção 
necessários para realizar a sua produção. 
 Para percebermos como é que evoluem os custos de produção com a quantidade 
produzida vamos começar por relacionar a quantidade produzida com a quantidade de 
factores utilizada. 
Bem Y
Bem X 27,8
2
B
1
13,
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Exercícios sobre: III – Organização e funcionamento dos mercados 
Exercícios Resolvidos – Marta Simões 
18 
 
Questão 1 
 Suponhamos que se verificou um aumento da procura que vai levar o produtor a 
aumentar a sua produção, para o que tem que variar a quantidade utilizada de factores. 
 O horizonte temporal das decisões de um produtor pode ser classificado em curto 
ou longo prazo atendendo ao número de factores cuja quantidade utilizada varia para 
responder ao acréscimo da procura. 
 Assim, diz-se que o produtor está a tomar uma decisão de curto prazo se existe 
pelo menos um factor de produção cuja quantidade utilizada está fixa, ou seja, para 
aumentar a quantidade produzida apenas varia a utilização de alguns factores de 
produção. Por exemplo, se a empresa antevê que o aumento da procura é temporário, 
então vai responder a essa procura acrescida utilizando mais matérias primas e 
subsidiárias ou utilizando horas extraordinárias dos seus trabalhadores, mas não vai 
construir novas instalações. No curto prazo, temos então factores fixos (edifícios, 
máquinas) e factores variáveis (matérias, horas de trabalho). 
 Diz-se que o produtor está a tomar uma decisão de longo prazo se para variar a 
quantidade produzida vai alterar a quantidade utilizada de todos os factores de produção. 
Se, ao contrário do exemplo anterior, antevê que o aumento da procura é permanente 
então a empresa decide construir mais edifícios e comprar mais máquinas, além de 
utilizar mais matérias primas e subsidiárias e mais horas de trabalho. No longoprazo 
todos os factores são variáveis. 
 
Questão 2 
 Podemos começar por estudar a relação entre a quantidade de factores utilizada e 
o produto obtido considerando o caso mais simples, aquele em que, no curto prazo, o 
produtor utiliza apenas um factor variável, que para o nosso exercício é o trabalho. 
 O Produto Total corresponde à quantidade de produto obtida para cada 
quantidade utilizada do factor variável, o trabalho. 
 
2.1. O Produto Médio é a quantidade de produto por unidade de factor variável utilizada, 
ou seja, é o produto que cada trabalhador produziu em média: 
Introdução à Economia -Licenciaturas em Sociologia e em Relações Internacionais (1999/2000) 
Exercícios sobre: III – Organização e funcionamento dos mercados 
Exercícios Resolvidos – Marta Simões 
19 
 
 trabalhode Quantidade
 totalProduto
médio Produto = 
O Produto Marginal é o acréscimo de produção associado à utilização de mais 
uma unidade do factor variável, o trabalho. 
Trabalho Produto Total Produto médio Produto marginal 
0 0 
1 2000 2000/1=2000 2000-0=2000 
2 3000 3000/2=1500 3000-2000=1000 
3 3500 3500/3=1167 3500-3000=500 
4 3800 3800/4=950 3800-3500=300 
5 3900 3900/5=780 3900-3800=100 
 Como podemos verificar, apesar do produto total aumentar com a utilização de 
mais trabalhadores, produto médio e produto marginal decrescem. A justificação para 
este comportamento é dada na alínea 3. 
 
2.2. Representemos graficamente a curva do produto total, ou seja, o produto associado a 
cada quantidade utilizada do factor trabalho: 
Produto Total
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
3500
4000
4500
0 1 2 3 4 5 6
quantidade de trabalho
p
ro
d
u
to
 t
o
ta
l
 
 Como podemos constatar a curva tem inclinação positiva, pelo que o produto total 
aumenta com a quantidade de trabalho utilizada. Mas ele é também côncava o que 
significa que o produto total cresce mas a um ritmo decrescente. 
 Representemos agora as curvas do produto total e do produto marginal, 
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Exercícios sobre: III – Organização e funcionamento dos mercados 
Exercícios Resolvidos – Marta Simões 
20 
Produto médio e marginal
0
500
1000
1500
2000
2500
0 1 2 3 4 5 6
quantidade de trabalho
Produto médio
Produto marginal
 
 As curvas do produto médio e do produto marginal têm inclinação negativa o que 
significa que quanto maior é quantidade utilizada do factor trabalho menor é o produto 
médio e o produto marginal. 
 
2.3. Como dissémos atrás a curva do produto total é côncava em relação ao eixo das 
abcissas o que significa que o produto total cresce mas a um ritmo decrescente, ou seja, a 
cada nova unidade de trabalho utilizada está associada uma menor quantidade de produto 
(o que é o mesmo que dizer que o produto marginal é decrescente). 
 Este comportamento do produto total deve-se à já nossa conhecida lei dos 
rendimentos decrescentes que nos diz que, utilizando uma empresa pelo menos um factor 
fixo, a acréscimos sucessivos e iguais do factor variável estão associados acréscimos cada 
vez menores de produto. 
 Ora se o produtor está a tomar decisões no curto prazo então, por definição, pelo 
menos um dos factores que utiliza está fixo. 
 A lei dos rendimentos decrescentes é então a responsável pela concavidade da 
curva do Produto Total e pela inclinação negativa das curvas do Produto Médio e do 
Produto Marginal. 
 
 A representação gráfica da relação entre a quantidade de factor variável utilizada 
e a produção obtida traduzida na curva do produto total que analisámos na questão 2 
pressupõe que a empresa utiliza apenas um factor variável. Neste caso, para produzir 
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Exercícios sobre: III – Organização e funcionamento dos mercados 
Exercícios Resolvidos – Marta Simões 
21 
determinada quantidade a empresa tem obrigatoriamente que escolher a quantidade do 
factor variável que permite obter essa produção, não tendo escolhas a fazer relativamente 
à quantidade de factor variável a utilizar para obter o produto pretendido. 
 Contudo, se uma empresa utilizar mais do que um factor variável e esses factores 
foram substituíveis, i.é., se puderem ser combinados em diferentes proporções de forma a 
obter um determinado nível de produto, então o produtor terá que fazer uma escolha: tem 
que escolher de entre as várias combinações de factores de produção possíveis aquele que 
mais lhe convém para obter o nível de produção que pretende. 
 
Questão 3 
 Suponhamos que o nosso produtor é uma exploração agrícola que no curto prazo 
apenas pode variar a quantidade utilizada de terra e trabalho. Para obter o mesmo nível de 
produção pode praticar uma agricultura intensiva, utiliza relativamente mais o factor 
trabalho, ou uma agricultura extensiva, utiliza relativamente mais o factor terra. Existem 
então várias combinações de terra e trabalho que permitem obter a mesma produção. 
Consideremos que este produtor enfrenta uma restrição orçamental, i.é., uma 
restrição nos custos, só podendo gastar 12um. Consideremos também os dados seguintes 
relativos às combinações de terra e trabalho pertencentes a três isoquantas: 
 Produção=346 Produção=490 Produção=600 
 trabalho terra trabalho terra trabalho terra 
A 1 6 2 6 3 6 
B 2 3 3 4 
C 3 2 4 3 
D 6 1 6 2 6 3 
 
3.1. O problema deste produtor é saber qual a combinação de terra e trabalho que deve 
utilizar de forma a produzir o máximo mas respeitando a sua restrição orçamental. 
 São-nos fornecidas combinações de terra e trabalho que permitem obter três níveis 
de produção diferentes, ou seja, que pertencem a três isoquantas diferentes. Por exemplo, 
o produtor só pode escolher uma combinação que permite produzir 600 unidades se esta 
não ultrapassar a sua restrição orçamental de 12 um. 
 Para sabermos qual a quantidade óptima de produção temos que saber qual o 
custo associado às diferentes combinações de terra e trabalho de forma a verificar quais 
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Exercícios sobre: III – Organização e funcionamento dos mercados 
Exercícios Resolvidos – Marta Simões 
22 
as que respeitam a restrição orçamental de 12 um. Se mais do que uma combinação 
respeitar esta restrição então a óptima será aquela que permite obter o maior nível de 
produção. 
 Se Pt=2um e Pte=3um, podemos calcular o custo associado a cada uma das quatro 
combinações das várias isoquantas: 
Produção=346 
 trabalho terra Custo 
A 1 6 1x2+6x3=20 
B 2 3 2x2+3x3=13 
C 3 2 3x2+2x3=12 
D 6 1 6x2+1x3=15 
Produção=490 
 trabalho terra Custo 
A 2 6 2x2+6x3=22 
B 3 4 3x2+4x3=18 
C 4 3 4x2+3x3=17 
D 6 2 6x2+2x3=18 
Produção=600 
 trabalho terra Custo 
A 3 6 3x2+6x3=24 
B 
C 
D 6 3 6x2+3x3=21 
 A combinação óptima corresponde à utilização de 3 unidades de trabalho e 2 de 
terra e permite a obtenção de 346 unidades de produto. Esta é a única combinação das 
três isoquantas que respeita a restrição orçamental do produtor. 
 Este problema do produtor, escolher a combinação de factores de produção que 
maximiza a produção respeitando uma restrição orçamental ou de custos, pode também 
ser facilmente resolvido através do recurso a um gráfico. Nesse gráfico têm que estar 
representados os dois aspectos do problema: a quantidade de produto associada ás 
diferentes combinações de terra e trabalho, por um lado, e o custo das diferentes 
combinações, por outro. 
 
3.2. A equação da recta de isocusto, combinações de terra e trabalho que têm o mesmo 
custototal, que corresponde a um custo total de 12um é dada por: 
 Preço trabalhoxQuantidade.Trabalho+Preço terraxQuantidade.Terra=Custo Total 
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Exercícios Resolvidos – Marta Simões 
23 
2T+3Te=12 
 Para representarmos graficamente a recta precisamos de dois pontos sendo os 
mais fáceis de determinar os pontos de intersecção com os eixos: 
Te=0=>2T+0=12=>T=12/2=6 
T=0=>0+3Te=12=>Te=12/3=4 
 Podemos já representar graficamente a recta de iscocusto: 
Isocusto: custo total=12um
0
2
4
6
0 1 2 3 4 5 6 7
trabalho
te
rr
a
 
3.3. Com os dados que temos podemos representar três isoquantas, combinações de terra 
e trabalho que permitem obter o mesmo nível de produção. Quanto mais afastada da 
origem estiver uma isoquanta, maior é o nível de produção que lhe está associado. 
Mapa de Isoquantas
Prod=346
Prod=490
Prod=600
0
1
2
3
4
5
6
7
0 1 2 3 4 5 6 7
trabalho
te
rr
a
 
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Exercícios Resolvidos – Marta Simões 
24 
3.4. As várias opções de produção são representadas pelas isoquantas, enquanto a 
restrição orçamental é representada pela isocusto1. Para determinarmos a combinação de 
factores que maximiza a produção de uma unidade de produção que enfrenta uma 
restrição orçamental temos que representar em simultâneo as isoquantas e a isocusto: 
 Em termos gráficos, a combinação de factores de produção óptima corresponde ao 
ponto em que a isocusto toca a isoquanta o mais afastada da origem possível. 
 
3.5. O ponto de equilíbrio corresponde à utilização de 2 unidades de terra e 3 de trabalho, 
o que permite obter uma produção de 346 unidades com um custo de 12um e que 
graficamente corresponde, como dissémos, ao ponto em que a a recta de isocusto toca ou 
é tangente, á isoquanta o mais afastada da origem possível. 
 
Questão 4 
Consideremos agora que o nosso produtor, a exploração agrícola, enfrenta não 
uma restrição orçamental, mas uma restrição na quantidade a produzir. O problema do 
produtor agora é escolher a combinação óptima de terra e trabalho para produzir as 346 
unidades de produto, ou seja, a combinação que permite obter este produto ao menor 
 
1 Note-se que o problema que o produtor enfrenta é em tudo semelhante ao problema enfrentado pelo 
consumidor: tendo em conta a sua restrição orçamental vai determinar a combinação de bens que maximiza 
a sua utilidade total e respeita o orçamento. O produtor, tendo também em conta a sua restrição orçamental, 
vai determinar a combinação de factores de produção que maximiza a quantidade produzida e respeita os 
custos. 
E q u i l í b r i o d o P r o d u t o r
0
1
2
3
4
5
6
7
0 1 2 3 4 5 6 7
t r a b a l h o
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Exercícios Resolvidos – Marta Simões 
25 
custo. Novamente, a solução deste problema é analisada facilmente em termos gráficos 
pelo que temos que representar no nosso gráfico todos os dados do problema do produtor. 
Em primeiro lugar temos que representar as combinações de terra e trabalho que 
permitem obter a produção pretendida, ou seja, temos que representar a isoquanta 
correspondente à produção de 346 unidades do bem. 
Em seguida temos que representar o custo associado à utilização de cada uma das 
combinações de factores. Uma recta de isocusto dá-nos todas as combinações de terra e 
trabalho associadas ao mesmo nível de custos. Se as quatro combinações tiverem custos 
totais diferentes então pertencem a quatro rectas de isocusto diferentes. 
 
4.1. Consideremos os seguintes dados para a nossa exploração agrícola: 
 trabalho terra 
A 1 6 
B 2 3 
C 3 2 
D 6 1 
 Conhecemos quatro combinações de trabalho e terra que permitem obter as 
mesmas 346 unidades de produto. Podemos representar graficamente estas combinações e 
uni-las para obtermos a representação gráfica da isoquanta correspondente à produção de 
346 unidades: 
Isoquanta (Produção=346 unidades)
0
1
2
3
4
5
6
7
0 1 2 3 4 5 6 7
trabalho
te
rr
a
 
 A isoquanta é decrescente pois se utilizamos uma maior quantidade de um factor, 
para que a quantidade total produzida não se altera, temos que diminuir a quantidade 
utilizada do outro factor. 
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Exercícios Resolvidos – Marta Simões 
26 
 A isoquanta é convexa pois quanto maior é quantidade utilizada de um factor 
menor é a quantidade do outro factor a que se pode prescindir de forma a manter a 
produção total constante, devido à lei dos rendimentos decrescentes. 
 
4.2. Se a empresa quiser produzir 346 unidades vimos que o pode fazer utilizando 
diferentes quantidade de terra e trabalho. O seu objectivo será então produzir as 346 
unidades utilizando a combinação dos dois factores que implique um menor custo, ou 
seja, o seu objectivo é minimizar os custos. 
 A escolha da combinação de factores que minimiza os custos depende desde logo 
do preço que a empresa tem de pagar pelos factores. Atendendo ao preço dos factores 
podemos, para cada valor de custos, encontrar várias combinações de terra e trabalho que 
correspondem a esse custo. 
 Uma recta de isocusto dá-nos todas as combinações de terra e trabalho que 
implicam o mesmo custo e pode ser representada pela seguinte equação: 
Preço trabalhoxQuantidade.Trabalho+Preço terraxQuantidade.Terra=Custo Total 
 Se Pt=2um e Pte=3um, podemos calcular o custo associado a cada uma das quatro 
combinações da nossa isoquanta: 
 trabalho terra Custo total 
A 1 6 1x2+6x3=20 
B 2 3 2x2+3x3=13 
C 3 2 3x2+2x3=12 
D 6 1 6x2+1x3=15 
 Cada uma das combinações pertence a uma recta de isocusto diferente, para os 
mesmos preços dos factores o custo total que lhe está associado é diferente. 
 Temos então que representar quatro rectas de isocusto diferentes. Para representar 
uma recta precisamos apenas de dois pontos da mesmas e os pontos mais fáceis de 
determinar são os pontos de intersecção com os eixos. 
 Vamos então escrever a equação da recta de isocusto á qual pertence cada uma 
das combinações para ver como é que determinamos os pontos de intersecção: 
 
 
 
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27 
 trabalho terra Custo total Equação da recta Intersecção OX 
(Te=0) 
Intersecção OY 
(T=0) 
A 1 6 20 2.T+3.Te=20 T=20/2=10 Te=20/3=6,7 
B 2 3 13 2.T+3.Te=13 T=13/2=6,5 Te=13/3=4,3 
C 3 2 12 2.T+3.Te=12 T=12/2=6 Te=12/3=4 
D 6 1 15 2.T+3.Te=15 T=15/2=7,5 15/3=5 
 
 No ponto de intersecção com o eixo OX a quantidade de Terra utilizada é nula: 
 Pt.T+Pte.Te=CT =>Pt.T+0=C => T=CT/Pt 
 No ponto de intersecção com o eixo OY a quantidade de Trabalho utilizada é 
nula: 
 Pt.T+Pte.Te=C => 0+Pte.Te=C => Te=C/Pte 
 Podemos já representar as quatro rectas de isocusto: 
Rectas de Isocusto
0
1
2
3
4
5
6
7
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
trabalho
te
rr
a
CT20
CT15
CT13
CT12
 
 Quanto maior for o custo total mais afastada da origem está a recta de isocusto. 
 As isocustossão rectas porque qualquer que seja o ponto da mesma se quisermos 
aumentar a quantidade utilizada de um factor em 1 unidade temos que prescindir sempre 
da mesma quantidade do outro factor de forma a manter o custo total constante. 
Custo Total=20
0
1
2
3
4
5
6
7
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
trabalho
te
rr
a
CT20
 
 
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28 
 Sendo o preço da terra de 3um e o do trabalho de 2um, se quisermos aumentar o 
trabalho em 1 unidade temos que retirar 2 um à utilização de terra para que o custo 
permaneça constante. Mas como 1 unidade de terra custa 3um, a sua utilização só vai 
diminuir de 2/3=0,67 unidades de terra. Como os preços dos factores são constantes este 
valor é igual ao longo de toda a isocusto pelo que ela é uma recta. 
 As isocusto são decrescentes pois se aumentamos a quantidade utilizada de um 
factor e queremos que o custo total permaneça igual temos que diminuir a quantidade 
utilizada do outro factor, ou seja, a sua inclinação é negativa. 
 Finalmente, as várias isocusto são paralelas porque considerámos que o preço dos 
factores não varia entre elas. Se o preço variasse entre elas continuariam a ser rectas e 
decrescentes mas já não seriam paralelas. Por exemplo, se o preço do trabalho fosse de 
3um e o da terra de 2um, as combinações de terra e trabalho que correspondem agora à 
recta de isocusto de 20 serão diferentes das anteriores: 
Isocustos para diferentes preços dos factores
CT=20;pt=3;pte=2
CT=20;pt=2;pte=3
0
2
4
6
8
10
12
0 2 4 6 8 10 12
trabalho
te
rr
a
 
 
4.3. Das quatro combinações aquela que implica um menor custo é a combinação C que 
corresponde à utilização de 3 unidades de trabalho e 2 unidades de terra. Isto implica um 
custo total de 12 um. 
 
4.4. Em termos gráficos, para conhecermos a condição que garante que o produtor está a 
escolher a combinação de factores que minimiza os custos tendo em vista a obtenção de 
um determinado nível de produção, temos que considerar conjuntamente a isoquanta que 
representa a restrição na quantidade a produzir que a empresa enfrenta e as várias 
isocusto, que representam os níveis de custo das várias combinações da isoquanta. 
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29 
 O objectivo do produtor é então produzir 346 unidades de produto utilizando a 
combinação de terra e trabalho com o menor custo possível. 
 Em termos gráficos isso acontece no ponto em que uma das rectas de isocusto 
toca ou é tangente à isoquanta. A combinação correspondente é a que minimiza os custos. 
 
4.5. Representemos graficamente os dados que dispomos para a nossa empresa: 
Equilíbrio do Produtor
0
1
2
3
4
5
6
7
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
trabalho
te
rr
a
 
 O ponto de equilíbrio de custo mínimo é o ponto em que a recta de isocusto mais 
próxima da origem toca ou é tangente à isoquanta. Este ponto corresponde à utilização de 
unidades de trabalho e 2 unidades de terra, estando-lhe associado um custo de 12 
unidades monetárias e permitindo obter a produção de 346 unidades do bem. 
 
Questão 5 
 Este problema é semelhante ao anterior, ou seja, o problema do nosso produtor 
consiste em saber qual a combinação de terra e trabalho que deve utilizar de forma a 
produzir, agora, 490 unidades do bem. 
 trabalho terra Custo total 
A 2 6 22 
B 3 4 18 
C 4 3 17 
D 6 2 18 
 
5.1. Temos quatro combinações de terra e trabalho que permitem obter as mesmas 490 
unidades do bem, ou seja, que pertencem à mesma isoquanta: 
Introdução à Economia -Licenciaturas em Sociologia e em Relações Internacionais (1999/2000) 
Exercícios sobre: III – Organização e funcionamento dos mercados 
Exercícios Resolvidos – Marta Simões 
30 
Isoquanta (Produção=490)
0
1
2
3
4
5
6
7
0 1 2 3 4 5 6 7
trabalho
te
rr
a
terra
 
 
5.2. Podemos novamente construir três rectas de isocusto uma vez que das quatro 
combinações de factores duas têm o mesmo custo total: 
 trabalho terra Custo total Equação da recta Intersecção OX 
(Te=0) 
Intersecção OY 
(T=0) 
A 2 6 22 2.T+3.Te=22 T=22/2=11 Te=22/3=7, 
B 3 4 18 2.T+3.Te=18 T=18/2=9 Te=18/3=6 
C 4 3 17 2.T+3.Te=17 T=17/2=8,5 Te=17/3=5,7 
D 6 2 18 2.T+3.Te=18 T=18/2=9 Te=18/3=6 
 Tendo os pontos de intersecção podemos já representar graficamente as três rectas 
de isocusto: 
Rectas de Isocusto
0
1
2
3
4
5
6
7
8
0 2 4 6 8 10 12
trabalho
te
rr
a
CT17
CT18
CT20
 
5.3. Das quatro combinações que conhecemos, a combinação de terra e trabalho que 
minimiza os custos é a combinação C que corresponde à utilização de 4 unidades de 
trabalho e 3 unidade de terra e tem um custo total de 17um. Esta será a combinação que 
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Exercícios sobre: III – Organização e funcionamento dos mercados 
Exercícios Resolvidos – Marta Simões 
31 
minimiza os custos de entre todas as que pertencem à isoquanta, mesmo relativamente 
aquelas que não conhecemos, se graficamente corresponder ao ponto de tangência entre a 
isocusto de 17um e a isoquanta. 
 
5.4. Representemos graficamente a isoquanta e as isocusto para determinarmos 
graficamente a combinação de equilíbrio: 
Equilíbrio do Produtor
0
1
2
3
4
5
6
7
8
0 2 4 6 8 10 12
trabalho
te
rr
a
 
 Efectivamente, a combinação C corresponde ao ponto de tangência entre a 
isoquanta e a isocusto de 17 um logo é a combinação óptima. 
 
5.5. O preço do factor terra alterou-se pelo que temos que refazer o exercício para este 
novo dado, ou seja, temos que determinar qual é agora a combinação de factores que 
permite obter a produção de 490 unidades ao custo mínimo. 
 A isoquanta não sofre alterações temos é que desenhar novas rectas de isocusto 
pois o preço de um dos factores alterou-se logo o custo total de cada combinação também 
se altera. 
 trabalho terra Custo total Equação da recta Intersecção OX 
(Te=0) 
Intersecção OY 
(T=0) 
A 2 6 2x2+6x1=10 2.T+1.Te=10 T=10/2=5 Te=10/1=10 
B 3 4 3X2+4x1=10 2.T+1.Te=10 T=10/2=5 Te=10/1=10 
C 4 3 4x2+3x1=11 2.T+1.Te=11 T=11/2=5,5 Te=11/1=11 
D 6 2 6x2+2x1=14 2.T+1.Te=14 T=14/2=7 Te=14/1=14 
 
 Temos que representar três isocusto: 
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Exercícios sobre: III – Organização e funcionamento dos mercados 
Exercícios Resolvidos – Marta Simões 
32 
Novas Rectas de Isocusto
0
2
4
6
8
10
12
14
16
0 1 2 3 4 5 6 7 8
trabalho
te
rr
a
CT10
CT11
CT14
 
 Podemos também comparar as novas isocusto com as iniciais para perceber as 
diferenças registadas: 
Comparação das rectas de isocusto novas e antigas
0
2
4
6
8
10
12
14
16
0 2 4 6 8 10 12
trabalho
te
rr
a
 
 Apesar de todas as isocusto serem rectas e decrescentes já não são paralelas pois 
desenhámos dois conjuntos de isocustos diferentes para diferentes preços do factor terra. 
 Tendo em conta as novas isocusto já podemos determinar a nova combinação de 
factores que minimiza os custos: 
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Exercícios sobre: III – Organização e funcionamento dos mercados 
ExercíciosResolvidos – Marta Simões 
33 
Novo Equilíbrio do Produtor
0
2
4
6
8
10
12
14
16
0 1 2 3 4 5 6 7 8
trabalho
te
rr
a
 
 Das combinações que conhecemos nenhuma corresponde ao ponto de tangência 
entre a isoquanta e uma isocusto. Com os dados que temos não podemos dizer 
exactamente qual é a combinação de equilíbrio mas apenas que se situa entre a 
combinação A e a combinação B, ou seja, corresponde a utilizar uma quantidade de 
trabalho entre 2 e 3 unidades e uma quantidade de terra entre 4 e 6 unidades. 
 Relativamente à combinação de equilíbrio antes do preço da terra se ter alterado, 
(4T,3Te), isto significa que se vai utilizar mais terra e menos trabalho uma vez que, sendo 
agora o factor terra mais barato, o produtor vai substituir o factor trabalho pelo factor 
terra utilizando relativamente mais deste último. 
 
Questão 6 
 Já sabemos como relacionar a quantidade produzida com a quantidade de factores 
utilizada e como determinar a combinação de factores que minimiza os custos de 
produção de uma determinada quantidade. 
 Para a determinação da quantidade oferecida por cada empresa interessa-nos 
raciocinar ao contrário, ou seja, ver como evoluem os custos em função da quantidade 
produzida, aonde se chega facilmente a partir da análise anterior uma vez que os custos 
de produção derivam da quantidade de factores de produção necessária para produzir uma 
determinada quantidade. 
 O Custo Total é o custo associado à produção de uma determinada quantidade que 
varia com a quantidade produzida. Ao falarmos em custo total estamos a supôr que é o 
Introdução à Economia -Licenciaturas em Sociologia e em Relações Internacionais (1999/2000) 
Exercícios sobre: III – Organização e funcionamento dos mercados 
Exercícios Resolvidos – Marta Simões 
34 
custo associado à utilização da combinação de factores que permite obter determinada 
produção ao custo mínimo (questão 4). 
 Como no curto prazo a unidade de produção utiliza dois tipos de factores, fixos e 
variáveis, podemos também dividir o custo total em custos fixos e em custos variáveis: 
 Custo Total = Custo Fixo + Custo Variável 
 O Custo Fixo é o custo associado à utilização do factor fixo o que significa que 
não varia com a quantidade produzida. Ou seja, quer a empresa não produza, quer 
produza 1000 unidades tem que suportar estes custos. São por exemplo as rendas dos 
edifícios e terrenos e os prémios de seguros. 
 O Custo Variável é o custo associado à utilização dos factores variáveis pelo que 
vai variar com a quantidade produzida. Se a unidade de produção produz mais então tem 
que utilizar uma maior quantidade de factores variáveis donde o custo aumenta. São por 
exemplo as horas extraordinárias pagas aos trabalhadores ou as matérias-primas. 
 
6.1. Dispomos dos custos fixos e variáveis para vários níveis de produção pelo que 
facilmente chegamos ao custo total: 
quantidade 
produzida 
Custo 
fixo 
Custo 
Variável 
Custo 
total 
0 55 0 55+0=55 
1 55 30 55+30=85 
2 55 55 55+55=110 
3 55 75 55+75=130 
4 55 105 55+105=160 
5 55 155 55+155=210 
6 55 225 55+225=280 
 Como podemos verificar o custo total aumenta com a quantidade produzida 
devido à utilização de maiores quantidades de factores variáveis, ou seja, porque aumenta 
o custo variável. 
O custo fixo não se altera com a quantidade produzida. 
 
6.2. Graficamente vem: 
Introdução à Economia -Licenciaturas em Sociologia e em Relações Internacionais (1999/2000) 
Exercícios sobre: III – Organização e funcionamento dos mercados 
Exercícios Resolvidos – Marta Simões 
35 
Custos de Produção
0
50
100
150
200
250
300
0 1 2 3 4 5 6 7
quantidade produzida
cu
st
o
s Custo fixo
Custo Variável
Custo total
 
 A recta do custo fixo é paralela ao eixo horizontal pois este não varia com a 
quantidade produzida. 
 A curva do custo total tem inclinação positiva pois este aumenta com a quantidade 
produzida devido ao aumento dos custo variáveis. 
 A curva dos custos variáveis tem o mesmo comportamento da curva do custo total 
mas situa-se mais abaixo pois não inclui os custos fixos. 
 A diferença entre curva do custo total e curva do custo variável é constante e igual 
ao montante de custos fixos. 
 
6.3. A partir das noções de custos anteriores podemos chegar a outras essenciais para a 
determinação da quantidade a produzir. São elas os custos médios e o custo marginal. 
 Comecemos por determinar os vários custos médios. 
 O Custo Total Médio, ou simplesmente Custo Médio, diz-nos quanto é que em 
média cada unidade custa a produzir e obtém-se : 
 
Produzida Quantidade
Total Custo
Médio Custo = 
 O Custo Fixo Médio diz-nos que parte dos custos fixos cabe em média a cada 
unidade produzida e obtém-se: 
 
Produzida Quantidade
Fixo Custo
Médio Fixo Custo = 
 O Custo Variável Médio diz-nos que parte dos custos variáveis cabe em média a 
cada unidade produzida e obtém-se: 
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Exercícios sobre: III – Organização e funcionamento dos mercados 
Exercícios Resolvidos – Marta Simões 
36 
 
Produzida Quantidade
Variável Custo
Médio Variável Custo = 
 Podemos já calcular os três custos médios para o nosso exercício: 
quantidade 
produzida 
Custo fixo 
médio 
Custo variável 
médio 
Custo médio 
0 
1 55/1=55 30/1=30 85/1=85 
2 55/2=27,5 55/2=27,5 110/2=55 
3 55/3=18,3 75/3=25 130/3=43,3 
4 55/4=13,75 105/4=26,25 160/4=40 
5 55/5=11 155/5=31 210/5=42 
6 55/6=9,17 225/6=37,5 280/6=46,67 
 
6.4. Representemos graficamente: 
Custos de produção
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
0 1 2 3 4 5 6 7
quantidade produzida
cu
st
o
s Custo fixo médio
Custo variável médio
Custo médio
 
 Como podemos constatar a curva do CFM é decrescente uma vez que, sendo o 
custo fixo constante, à medida que aumenta a quantidade produzida é repartido por um 
número cada vez maior de unidades produzidas. 
 Já o CVM e o CM têm um ramo inicial decrescente mas passam depois a ser 
crescentes. Ou seja, inicialmente, quanto maior é a quantidade produzida menor é custo 
médio, total e variável, associado a cada unidade. Mas para níveis de produção mais 
elevados os custos médios passam a ser crescentes, i.é., quanto maior é a quantidade 
produzida maior é o custo de cada unidade. 
 Na alínea 7 vamos ver o porquê deste comportamento dos custos médios. 
 
Introdução à Economia -Licenciaturas em Sociologia e em Relações Internacionais (1999/2000) 
Exercícios sobre: III – Organização e funcionamento dos mercados 
Exercícios Resolvidos – Marta Simões 
37 
6.5. Chegamos ao nosso último conceito de custos, o Custo Marginal, talvez o mais 
importante no que respeita à determinação da quantidade a produzir. 
 O Custo Marginal corresponde ao acréscimo de custos associado a cada nova 
unidade produzida: 
 
quantidade da Variação
Total Custo do Variação
Marginal Custo = 
 Podemos já calcular o custo marginal para o nosso exemplo: 
quantidade 
produzida 
Custo total Custo marginal 
0 55 
1 85 85-55=30 
2 110 110-85=25 
3 130 130-110=20 
4 160 160-130=30 
5 210 210-160=50 
6 280 280-210=70 
 E representemos o custo marginal em conjunto com o custo médio: 
Custos de Produção
0
20
40
60
80
100
0 1 2 3 4 5 6 7
quantidade produzida
cu
st
o
s
Custo médio
Custo marginal
 
 
6.6. Que relações podemos identificar entre o custo médio e o custo marginal? Olhando 
para o gráfico vemos que: 
- enquanto o custo marginal é inferior ao custo médio este é decrescente; 
- quando o custo marginal é superior ao custo médio este édecrescente; 
- os dois são iguais no ponto em que o custo médio é mínimo. 
Que explicação para este comportamento? 
Introdução à Economia -Licenciaturas em Sociologia e em Relações Internacionais (1999/2000) 
Exercícios sobre: III – Organização e funcionamento dos mercados 
Exercícios Resolvidos – Marta Simões 
38 
Como custo médio corresponde ao custo por cada unidade produzida se a produção de 
uma nova unidade tem um custo inferior à média das anteriores então vai puxar o custo 
médio para baixo, se a produção de uma nova unidade tem um custo superior à média das 
anteriores então vai puxar o custo médio para cima. Se a produção de uma nova unidade 
tem um custo exactamente igual à média anterior então o custo médio é igual ao custo 
marginal e atinge o seu valor mais baixo. 
 
6.7. Atendendo à lei dos rendimentos decrescentes podemos já explicar o porquê das 
curvas de custos marginais e médios terem um ramo decrescente e um ramo crescente. 
 A lei dos rendimentos decrescentes diz-nos que, inicialmente, se acrescermos o 
factor variável mantendo um factor fixo, os acréscimos de produção são crescentes de 
onde resulta que, para produzir mais uma unidade á necessária uma quantidade cada vez 
menor de factor pelo que o custo de cada nova unidade é decrescente. Até aqui ainda não 
entraram em acção os rendimentos decrescentes. 
 Mas como há pelo menos um factor que está fixo a partir de algum nível de 
produção começará a ser sobre-utilizado e os rendimentos decrescentes vão começar a 
fazer-se sentir: a cada nova unidade do factor variável está associado um acréscimo cada 
vez menor da produção pelo que para acrescermos a produção sempre de uma unidade 
temos que utilizar uma quantidade cada vez maior de factor pelo que o custo de cada 
nova unidade é crescente. 
 Este comportamento do custo marginal devido à lei dos rendimentos decrescentes 
reflecte-se depois no custo médio devido à relação entre os dois que vimos anteriormente. 
 
Grupo III 
Questão 1 
O produtor vai escolher produzir e vender a quantidade que maximiza o seu 
lucro, ou o que é o mesmo, a diferença entre as suas receitas totais e os seus custos totais. 
A condição de maximização do lucro de um produtor de concorrência pura e 
perfeita corresponde a produzir a quantidade para a qual o P=Cmg, donde se conclui que 
a curva da oferta coincide com a curva dos custos marginais. 
Introdução à Economia -Licenciaturas em Sociologia e em Relações Internacionais (1999/2000) 
Exercícios sobre: III – Organização e funcionamento dos mercados 
Exercícios Resolvidos – Marta Simões 
39 
 Esta nossa análise não responde contudo ao facto da curva da oferta ter inclinação 
positiva uma vez que existe um intervalo de preços e quantidades para o qual a curva do 
custo marginal tem inclinação negativa. 
Porque é que então o produtor só produz quantidades para as quais os custos 
marginais são crescentes? 
A resposta a esta questão tem a ver com dos dois tipos de custos totais que o 
produtor enfrenta, fixos e variáveis. Escrevamos então a função lucro com os dois tipos 
de custos: 
 L = RT - CF - CV 
 O objectivo do produtor é maximizar os seus lucros pelo que poderíamos ser 
levados a pensar que só lhe interessam produzir quantidades para as quais os lucros são 
positivos. Mas tal não é exactamente assim pois, mesmo que não produza nada, o 
produtor tem sempre que suportar os custos fixos. 
Então, para determinada quantidade, mesmo que tenha prejuízo, se este for 
inferior ao prejuízo de quando não produz nada (igual ao valor dos custos fixos), 
interessa-lhe produzir. 
Daqui resulta que vai produzir quantidades positivas desde que o preço seja igual 
ao custo marginal e simultaneamente superior ao custo variável médio, logo na parte 
crescente da curva de custos marginais: 
L(Q=0) = 0-CF-0 = -CF 
 L(Q>0) = RT-CF-CV 
 Produz Q>0 se L(Q>0) for superior a L(Q=0) ó 
RT-CF-CV > -CF ó 
PxQ > CV ó 
P>CVM 
 Para P>CVM o produtor produz quantidades positivas e a curva da oferta coincide 
com a parte crescente da curva do Cmg. 
 Para P<CVM, a quantidade produzida é nula pelo que a curva da oferta tem a 
forma de um segmento de recta horizontal ao nível da origem. 
Introdução à Economia -Licenciaturas em Sociologia e em Relações Internacionais (1999/2000) 
Exercícios sobre: III – Organização e funcionamento dos mercados 
Exercícios Resolvidos – Marta Simões 
40 
 Em relação à questão 1 do grupo III, o produtor em questão só estará disposto a 
produzir quantidades positivas do bem quando o preço de mercado for igual ao custo 
marginal e superior ao CVM, ou seja, para preços de mercado superiores a 10,75um. 
 Quando P=Cmg=minCVM=10,75 vai produzir 2,5 unidades do bem e o seu 
prejuízo é igual ao valor dos custos fixos. 
 Para Q>2,5, tere-se-á P=Cmg>CVM pelo que os seus lucros serão maiores em 
relação à situação em que nada produz. 
 
Questão 2 
 Sabe-se que o produtor A actua no mercado do bem X e que tem a seguinte 
função oferta: 
Oferta Individual do Produtor A
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
quantidade
p
re
ço
 
 Quanto maior for o preço do bem X, maior é a quantidade que o produtor A está 
disposto a oferecer deste bem, devido aos custos crescentes. 
 Para além do produtor A, actuam neste mercado mais 99 produtores com idênticas 
funções custo pelo que a quantidade de X que estão dispostos a oferecer para cada preço 
é a mesma do produtor A. 
 Podemos assim facilmente determinar a oferta de mercado uma vez que esta 
corresponde à soma de todas as ofertas individuais. Neste caso, para cada preço a 
quantidade oferecida no mercado é igual à quantidade oferecida pelo produtor A vezes 
100: 
Introdução à Economia -Licenciaturas em Sociologia e em Relações Internacionais (1999/2000) 
Exercícios sobre: III – Organização e funcionamento dos mercados 
Exercícios Resolvidos – Marta Simões 
41 
 
Preço Produtor A Mercado 
15 4,46 4,46x100=446 
18 5,24 5,24x100=524 
21 5,88 5,88x100=588 
24 6,44 6,44x100=644 
27 6,94 6,94x100=694 
30 7,392 7,392x100=739,2 
33 7,81 7,81x100=781 
36 8,21 8,21x100=821 
39 8,58 8,58x100=858 
42 8,93 8,93x100=893 
44 9,16 9,16x100=916 
 Se quisermos representar graficamente, obtemos novamente uma curva com 
inclinação positiva: 
Oferta de Mercado
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
0 100 200 300 400 500 600 700 800 900 1000
quantidade
p
re
ço
 
 
Questão 3 
 Para o mesmo mercado, conhecemos também a procura: 
Curva da Procura
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600
quantidade
p
re
ço
 
 Quanto maior for o preço do bem X menor é a quantidade que os compradores 
estão dispostos a adquirir. 
 
Introdução à Economia -Licenciaturas em Sociologia e em Relações Internacionais (1999/2000) 
Exercícios sobre: III – Organização e funcionamento dos mercados 
Exercícios Resolvidos – Marta Simões 
42 
3.1. Uma vez que conhecemos já a procura e a oferta de mercado podemos determinar o 
preço de equilíbrio, ou seja, o preço para o qual a quantidade oferecida é exactamente 
igual à quantidade procurada não desejando qualquer dos intervenientes, para esse preço, 
alterar as quantidades transaccionadas: 
Preço Oferta Procura Excesso de 
Procura 
15 446 1478 1032 
18 524 1232 708 
21 588 1056 468 
24 644 924 280 
27 694 821,3 127,3 
30 739,2 739,2 0 
33 781 672 -109 
36 821 616 -205 
39 858 568,6 -289,4 
42 893 528 -365 
44 916 504 -412 
Equilíbrio de Mercado
Oferta
Procura
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600
quantidade
p
re
ço
 
O preço de equilíbrioé 30 pois é o preço para o qual os compradores desejam 
adquirir 739,2 unidades de X e os vendedores desejam também desfazer-se de 739,2 
unidades. 
 Por exemplo, ao preço de 15 a procura é superior à oferta em 1032 unidades. 
Neste caso, compradores que não conseguiram todas as unidades de X que desejavam 
estão dispostos a oferecer um preço superior, ou seja, não estão satisfeitos. 
 Para o preço de 44, a oferta é superior á procura em 412 unidades pelo que 
vendedores que não conseguiram vender o que produziram vão oferecer X a um preço 
inferior, ou seja, também não estão satisfeitos. 
Introdução à Economia -Licenciaturas em Sociologia e em Relações Internacionais (1999/2000) 
Exercícios sobre: III – Organização e funcionamento dos mercados 
Exercícios Resolvidos – Marta Simões 
43 
3.2. Como podemos constatar para preços superiores ao preço de equilíbrio, 30, a oferta é 
superior à procura, ou seja, há um excesso de procura negativo. Neste caso, produtores 
que não conseguiram vender tudo o que produziram estão dispostos a oferecer X a um 
preço inferior, mas à medida que o preço diminui a procura aumenta e a oferta diminui 
pelo que o excesso de procura negativo é cada vez menor, até que deixa de existir quando 
se restabelece o equilíbrio, ou seja, quando o preço volta a ser igual a 30. 
Excessos de Procura Negativos=Excessos de Oferts
Oferta
Excesso de Oferta
Procura
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600
quantidade
p
re
ço
 
 
3.3. Para preços inferiores ao preço de equilíbrio, 30, o excesso de procura é positivo, ou 
seja, a procura é superior à oferta. Neste caso, compradores que não conseguiram adquirir 
todas as unidades de X que desejavam estarão dispostos a oferecer um preço superior. 
Mas à medida que o preço aumenta a procura diminui e a oferta aumenta tornando-se a 
desigualdade cada vez menor até que desaparece quando é restabelecido o equilíbrio. 
Excesso de Procura (positivo)
Oferta
Excesso de Procura
Procura
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600
quantidade
p
re
ço
 
Introdução à Economia -Licenciaturas em Sociologia e em Relações Internacionais (1999/2000) 
Exercícios sobre: III – Organização e funcionamento dos mercados 
Exercícios Resolvidos – Marta Simões 
44 
 
Grupo IV - Fixação autoritária de preços 
Questão 1 
1.1. Suponhamos que o bem Y é o pão. Conhecemos a procura e a oferta do pão. O preço 
de equilíbrio do mercado do pão é o preço para o qual a quantidade procurada é igual à 
quantidade oferecida. 
 Comparando as quantidades procuradas e oferecidas para os vários preços 
verificamos que é ao preço de 30 que a quantidade oferecida, 340, é igual à quantidade 
procurada, 340. 
Preço de Equilíbrio = 30 Quantidade de Equilíbrio = 340 
 
1.2. Suponhamos que se trata de um ano agrícola muito mau devido às condições 
climatéricas, o que se traduz numa escassez temporária de pão. Isto é, as quantidades 
transaccionadas no mercado em equilíbrio são anormalmente baixas devido às más 
condições climatéricas. 
 Dado que se trata de um bem essencial, isto pode significar que o preço de 
equilíbrio é demasiado elevado no sentido que não vai permitir aos consumidores com 
rendimentos mais baixos ter acesso às quantidades mínimas necessárias de pão. 
 Neste caso o Estado intervém fixando um preço máximo para o pão com o 
objectivo de permitir o acesso ao mesmo por parte dos consumidores referidos 
anteriormente. 
 Assim, o preço máximo fixado tem que ser inferior ao preço de equilíbrio do 
mercado caso contrário não produziria os efeitos desejados. Se o mercado for deixado 
funcionar livremente o preço que se vai estabelecer para o pão é o preço de equilíbrio. 
Ora este preço é considerado demasiado elevado, logo não faria sentido fixar um preço 
máximo superior ao preço de equilíbrio. 
 
1.3. Sabendo que o preço máximo fixado é de 25, inferior ao preço de equilíbrio, 
necessariamente terá que existir um desequilíbrio entre as quantidades procuradas e as 
quantidades oferecidas pois só ao preço de equilíbrio é que estas se igualam. 
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Exercícios sobre: III – Organização e funcionamento dos mercados 
Exercícios Resolvidos – Marta Simões 
45 
 Podemos calcular o desequilíbrio de quantidades existente recorrendo às 
expressões analíticas das curvas da oferta e da procura: 
P=25 => Qo=25+310=335 Qp=-2x25+400=350 
 Excesso de procura = Qp - Qo = 350 - 335 = 15 
 A quantidade procurada é superior à quantidade oferecida em 15 unidades o que 
significa que há compradores que a este preço não vêem todos os seus desejos satisfeitos. 
 
1.4. A representação gráfica da situação descrita corresponde a: 
Mercado do bem Y
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
310 320 330 340 350 360 370 380 390
quantidade
p
re
ço
Oferta
Procura
Excesso de 
Procura
 
1.5. Com a fixação de um preço máximo este deixa de cumprir a sua função de 
racionamento das quantidades uma vez que a procura é superior à oferta, i.é., não é 
garantido que quem está disposto a pagar o respectivo preço pelo bem o consiga 
efectivamente adquirir. 
 Neste caso vão surgir mecanismos alternativos de racionamento tais como as filas 
de espera (quem está à frente na fila é quem consegue adquirir o bem), senhas de 
racionamento ( o Estado distribui as senhas que dão direito a determinada quantidade do 
bem pelos consumidores em função de algum critério), ou é o vendedor que decide a 
quem quer vender o bem. 
 
1.6. Como há compradores que não vão conseguir tudo o que queriam do bem estando 
dispostos a pagar por ele um preço superior ao fixado pelo Estado estão criadas as 
condições para que surja o mercado negro, i.é., um mercado à margem do mercado oficial 
onde o bem é transaccionado a um preço superior ao fixado. 
 
 
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Exercícios Resolvidos – Marta Simões 
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GrupoV 
Questão 1 
 Para cada preço, o produtor de concorrência pura e perfeita escolhe a quantidade 
que maximiza o lucro e que isso acontece quando P=Cmg. Temos então que analisar para 
cada uma das três alternativas propostas se a quantidade sugerida é aquela que maximiza 
o lucro para o respectivo preço de mercado. 
Hipótese 1 
 Quando se produzem 3,513 unidades do bem o custo marginal correspondente é 
de 12,38. Como o preço de mercado é também de 12,38, então temos que P=Cmg, logo 
esta é a quantidade que o produtor vai decidir produzir para aquele preço de mercado. 
Hipótese 2 
 Quando se produzem 5,655 unidades do bem o custo marginal correspondente é 
de 19,88. Como o preço de mercado é de 13,63, então temos que P¹Cmg, logo esta não é 
a quantidade que o produtor vai decidir produzir para aquele preço de mercado. 
Hipótese 3 
 Quando se produzem 7,392 unidades do bem o custo marginal correspondente é 
de 30. Como o preço de mercado é também de 30, então temos que P=Cmg, logo esta é a 
quantidade que o produtor vai decidir produzir aquele preço de mercado. 
 
Questão 2 
 Os sobrelucros associados a cada decisão de produção são dados pela expressão, 
 Lucros = Receitas Totais - Custos Totais = PxQ – CMxQ 
 
Hipótese 1 
 L=12,38x3,513-12,38x3,513=0 
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P
Q Q
Procura de Mercado
Qin=3,513

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