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O Ente e a Essência São Tomás de Aquino

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Parte teórica 
O Ente e a Essência (1248-1252) está entre as principais obras de Santo Tomás de Aquino, é onde estão contidos os traços fundamentais de sua metafísica e onde ele busca, a partir da análise da significação do “ente”, encontrar a significação da “essência”.
Partindo do pensamento aristotélico, Tomás de Aquino afirma poder classificar o ente em dois gêneros, sendo o primeiro algo que corresponde à determinada coisa na realidade e o segundo não necessariamente, mas é “ente” desde que com ele se possa formar uma proposição afirmativa. Desta forma, se utiliza do “ente” para designar a ausência de determinada coisa, contudo, tal “ente” não representa algo existente na realidade empírica. Somente a primeira definição de ente significa à essência, já que a segunda é desprovida de qualquer relação com a essência, uma vez em que só apresenta utilidade no caso de privações e, portanto, é constituída de abstração. A essência de algo está contida na “substância”, a relação da essência com os acidentes é parcial e relativa. As substâncias podem ser simples ou compostas, sendo as simples as que mais fazem relação com a essência e que dão origem às compostas. Contudo, a essência das substâncias simples não nos é facilmente acessível, desta forma, Tomás de Aquino traça uma estratégia para encontrar a solução do problema: Parte da análise da essência das substâncias compostas, de modo a tornar a essência das substâncias simples mais acessível.
Segundo Tomás de Aquino, a essência é aquilo que é significado pela definição de determinada coisa, assim, a matéria não diz nada sobre a essência das coisas, mas apenas sobre o que está em ato. Faz-se necessário, portanto, a atribuição de um sujeito que seja exterior à matéria e forma. Todavia, a essência não designa matéria e forma, já que estas se caracterizam essencialmente por serem acidentes e por terem, deste modo, uma relação parcial e relativa com a essência. O ser da matéria não é apenas a forma ou apenas a matéria, mas ambos. Se, pelo princípio de individuação, a essência for particular, e não universal, então ela seria o que é significado pela definição. Portanto, deve-se saber que o princípio de individuação é matéria considerada sob dimensões determinadas. A designação do indivíduo em relação à espécie faz-se pela matéria delimitada pelas dimensões, enquanto que a delimitação da espécie em relação ao gênero faz-se pela diferença constitutiva que é tirada da forma de cada realidade. Portanto, a forma determina a espécie e a constituição determina o gênero. Tudo o que está contido na espécie faz obrigatoriamente parte do gênero, pois, se não fizesse, o gênero não seria de determinada espécie, mas sim de outra. A humanidade está no Sócrates, o todo “humanidade” está no gênero “Sócrates”, não podendo estar somente parte dela. O corpo, por sua vez, se apresenta como um gênero do animal, no sentido de que nada se pode conceber em “animal” que não esteja contido em “corpo”. Os acidentes serão os responsáveis por fazer a diferenciação dos seres de uma mesma espécie e serão relativos à substância, ou seja, o que irá definir a maneira como se manifestarão os acidentes é a substância. A substância só poderá definir os acidentes através da forma, pois na forma há acidentes que não fazem relação com a matéria e nenhum acidente acontece a partir da matéria sem fazer relação com a forma. Então, mesmo os acidentes contidos na matéria se comunicam com a substância. Ainda que a forma não represente a essência em totalidade, ela é parte de uma essência completa e os acidentes só podem ser uma essência de maneira relativa. Através da significação não se encontra a essência: É necessária uma complementação que a delimitará. Se o homem é, terá de ser alguma coisa. Aqui se faz a delimitação de sua essência.
Parte que vai ser falada nos slides 
O Ente e a Essência foi uma das primeiras obras escritas pelo filósofo Tomás de Aquino, por volta de 1248 a 1252, quando ainda era bacharel de Sentenças na Faculdade de Teologia da Unidade de Paris. Tomás de Aquino fixava alguns traços extremamente importantes da sua Metafisica, que desenvolveu em diversos tratados, questões, sumas e comentários.

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