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Aula de Direito Internacional aula 04

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Direito Internacional 
 
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula 
ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros 
doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 
 
1 
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Sumário 
1. Estatuto de Roma (cont.) ........................................................................................ 2 
1.1. A adesão do Brasil ao TPI (cont.) ...................................................................... 2 
1.1.1. Sobre a entrega .......................................................................................... 2 
1.1.2. Sobre a revisão criminal ............................................................................. 2 
1.1.3. Sobre a prisão perpétua ............................................................................. 4 
1.2. Competência do TPI .......................................................................................... 5 
1.3. Tipos penais julgados pelo TPI .......................................................................... 7 
1.3.1. Genocídio vs. crimes contra a humanidade ............................................... 7 
1.3.2. Crimes de Guerra ........................................................................................ 8 
1.3.3. Agressão...................................................................................................... 9 
2. Responsabilidade internacional do Estado .......................................................... 10 
2.1. Conceito de responsabilidade civil ................................................................. 10 
2.2. Responsabilidade no direito internacional público ........................................ 11 
2.2.1. Responsabilidade objetiva dos Estados .................................................... 12 
2.2.2. Proteção diplomática ................................................................................ 13 
2.2.2.1. Nacionalidade efetiva ....................................................................... 13 
2.2.2.2. Esgotamento dos recursos internos ................................................. 14 
2.2.2.3. Endosso ............................................................................................. 14 
2.3. Deflagração da responsabilidade de um Estado ............................................ 14 
2.4. Consequências da responsabilidade internacional ........................................ 15 
3. Nacionalidade e Condição Jurídica do Estrangeiro .............................................. 16 
3.1. Nacionalidade originária ................................................................................. 16 
3.2. Nacionalidade brasileira ................................................................................. 17 
3.2.1. Critério ius solis ......................................................................................... 17 
3.2.2. Critério ius sanguinis + circunstância funcional ....................................... 18 
3.2.3. Critério ius sanguinis, registro consular e potestade ............................... 18 
 
Direito Internacional 
 
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula 
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1. Estatuto de Roma (cont.) 
1.1. A adesão do Brasil ao TPI (cont.) 
Dificuldades constitucionais do Brasil na acessão ao Estatuto de Roma. 
 
1.1.1. Sobre a entrega 
A Constituição Brasileira veda a extradição de nacionais peremptoriamente, como 
cláusula pétrea, e o Estatuto de Roma prevê a entrega de nacionais ao TPI. Entrega e 
Extradição não é mera diferença de nomenclatura, são sim coisas diferentes. O Estatuto de 
Roma não é jurisdição estrangeira, e sim jurisdição orgânica interacional da qual o Brasil 
participa. Portanto é uma distinção ontológica e jurídica relevante entre conceito de 
extradição e o conceito de entrega para o tribunal. 
Não é possível sustentar a inconstitucionalidade do Estatuto de Roma no que tange a 
entrega, por dois motivos, um teórico e outro fático. Motivo teórico: entrega e a extradição 
são institutos diversos, portanto não é possível defender uma interpretação ampliativa da 
proibição constitucional de extradição de nacional. Motivo fático: a ideia de vedar a 
extradição de nacional é protegê-los de uma jurisdição estrangeira, ocorre que o TPI é uma 
jurisdição da qual o Brasil participa, de certa forma o TPI é uma extensão da jurisdição 
brasileira, pois o Brasil ajudou a criar o Tribunal. 
 
1.1.2. Sobre a revisão criminal 
A Constituição diz que a lei não prejudicará coisa julgada, porém o TPI pode 
desconsiderar a coisa julgada absolutória em determinadas situações. Como superar esta 
dificuldade? 
Primeiramente é importante lembrar que a jurisprudência brasileira mitiga em uma 
hipótese o rigor da coisa julgada, mesmo quando isto resulta em prejuízo do sujeito passivo 
da persecução penal: certidão de óbito falsa que gerou decisão terminativa em julgado. A 
jurisprudência (inclusive do STF) admite revisão, isto demonstra que a coisa julgada em favor 
do sujeito passivo não é absoluta, mais do que isto, embora o Estatuto de Roma tenha o selo 
de legitimidade, é erro entender o TPI como uma 5ª instância, como instância recursal ou de 
superposição da jurisdição brasileira. O TPI é outra jurisdição (da qual o Brasil participa), o 
processo por lá começa na 1ª instância, inclusive há câmara recursal. 
O TPI, a rigor não precisaria respeitar a coisa julgada nacional em hipótese alguma. O 
que o faz o Estatuto de Roma? Prevê que em regra, a coisa julgada nacional e a jurisdição 
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nacional serão respeitadas, o TPI se propõe como complementar à jurisdição nacional – 
princípio da complementaridade. Ser complementar é opção político-estratégica e não uma 
opção de necessidade principiológica. 
O TPI respeita a coisa julgada nacional para conseguir funcionar, caso o TPI não fosse 
complementar, primeiro, teria que processar todos os seus réus novamente e, segundo, os 
Estados não iriam se sujeitar a sua jurisdição. Porém, frise-se, em rigor jurídico não existe 
litispendência internacional – então em regra o TPI não precisaria aproveitar a coisa julgada 
nacional, o TPI respeita por conta do princípio da complementariedade que está 
consubstanciado em vários dispositivos do Estatuto de Roma. 
O TPI admite rever a decisão nacional, em casos excepcionais, comprovada a 
indisposição ou incapacidade do judiciário nacional de submeter o sujeito passivo a uma 
decisão justa e equilibrada, o TPI entraria de forma complementar para solucionar o 
empasse. 
Artigo 20 Ne bis in idem 
1. Salvo disposição contrária do presente Estatuto, nenhuma pessoa poderá ser julgada 
pelo Tribunal por atos constitutivos de crimes pelos quais este já a tenha condenado ou 
absolvido. 
2. Nenhuma pessoa poderá ser julgada por outro tribunal por um crime mencionado no 
artigo 5°, relativamente ao qual já tenha sido condenada ou absolvida pelo Tribunal. 
3. O Tribunal não poderá julgar uma pessoa que já tenha sido julgada por outro tribunal, 
por atos também punidos pelos artigos 6o, 7o ou 8o, a menos que o processo nesse 
outro tribunal: 
a) Tenha tido por objetivo subtrair o acusado à sua responsabilidade criminal por crimes 
da competência do Tribunal;ou 
b) Não tenha sido conduzido de forma independente ou imparcial, em conformidade com 
as garantias de um processo eqüitativo reconhecidas pelo direito internacional, ou tenha 
sido conduzido de uma maneira que, no caso concreto, se revele incompatível com a 
intenção de submeter a pessoa à ação da justiça. 
A alínea “a” é o que se chama de julgamento escudo, faz-se um julgamento nacional 
para evitar a atuação do TPI – é como se Hitler tivesse sido julgado e condenado a serviço à 
comunidade – princípio da proteção insuficiente, o reverso do princípio da 
proporcionalidade. 
A alínea “b” refere-se à independência e imparcialidade, são valores muito caros ao 
TPI e a não adoção de vieses/tendências de julgamento também é importante para o TPI. 
Através do direito comparado criou-se ideias distorcidas no Brasil sobre determinadas 
inovações jurídicas, criou-se a ideia de que o juiz não deve ser inerte ou neutro, porém o que 
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os europeus realmente dizem a inércia não é absoluta, ou seja, apenas em situações muito 
graves o juiz poderá tomar iniciativa de forma supletiva às partes. 
A Imparcialidade é relacional, é a impressão de neutralidade, a imparcialidade é a 
mimica da neutralidade. Neutralidade é impossível, porque julga-se com todos os pré-
julgamentos e todo nosso caldo existencial, porém a imparcialidade serve exatamente para 
que as partes tenham a sensação de neutralidade. 
Ofício judicante: “julgar é assistir uma partida de futebol sem torcer por nenhum dos 
times e nem sequer esperar que vença o melhor, porque quando você espera que vença o 
melhor, já estará torcendo”. 
 
1.1.3. Sobre a prisão perpétua 
A terceira dificuldade constitucional que o Brasil possui com o Estatuto de Roma diz 
respeito a previsão da pena de prisão perpétua, enquanto o Estatuto a prevê, a Constituição 
a proscreve de forma absoluta. 
Quando o Brasil aderiu ao Estatuto de Roma a jurisprudência ainda permitia a 
extradição para pena de prisão perpétua, o argumento do STF era de que o Brasil não 
poderia exportar a sua posição de proibição de pena de prisão perpétua, que diversamente 
da pena de morte, a pena de prisão perpétua não é uma pena bárbara, sobretudo quando a 
pena admitisse comutação. Como o STF adotava esta posição o Brasil entendeu que estaria 
seguro para se tornar parte do Estatuto de Roma, um ano depois o STF mudou de posição. A 
rigor, esta é uma inconstitucionalidade determinada pela posição do STF a respeito da 
extradição para cumprimento de pena de prisão perpétua. 
Argumento que evidencia o conflito entre o Estatuto e a Constituição: se nem na 
extradição permite-se a prisão perpétua, faz menos sentido ainda permitir prisão perpétua 
no TPI, isto porque na extradição pressupõe uma jurisdição mais distante (relacionamento 
da jurisdição brasileira e estrangeira), enquanto que o TPI pressupõe uma jurisdição mais 
próxima, da qual o Brasil faz parte. 
O único argumento que evita o conflito entre o Estatuto e Constituição é: a pena de 
prisão perpétua tal como prevista no Estatuo é uma pena com escopo tão amplo de 
comutabilidade, que ela não pode ser considerada como uma pena de prisão perpétua 
propriamente dita, seria uma “pena perpetuável”, em razão disto, ela se distinguiria da pena 
de prisão perpétua “em caráter estrito” pela qual o STF não admite a extradição. 
Este é o único caminho, porque o Brasil não poderia impor condições ao TPI, os 
deveres de cooperação são muito severos. Também não foi possível fazer reserva a este 
dispositivo que permite prisão perpétua, porque o Estatuto de Roma não admite reservas. 
Direito Internacional 
 
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O Estatuto de Roma tem um princípio chave, o princípio da complementaridade, 
significa que o TPI não pretende julgar sempre, quer se articular com as jurisdições 
nacionais, não como instância revisora, mas sim como instância complementar, uma espécie 
de soldado de reserva contra impunidade. 
 
1.2. Competência do TPI 
Há uma questão importante que deve sempre ser lembrada: resgate da noção de que 
o Direito Penal é o primeiro instrumento de tutela dos Direitos Humanos, historicamente é 
assim. O primeiro método de tutela de direitos humanos que se concebeu ao final da 1ª 
Guerra Mundial, é punir os responsáveis, contra o genocídio dos armênios a primeira coisa 
que se cogitou foi punir responsáveis. 
A Corte Interamericana cogitou a respeito de leis de anistias (inclusive no Caso Lund): 
as anistias unilaterais concedidos por regimes autoritários violam duas vertentes de direito, 
1) direito a verdade (direito de saber o que aconteceu), sentido mais elevado do direito da 
informação (pilar das democracias) e 2) o direito a persecução penal, direito das vítimas a 
persecução penal – quem diz que o assistente da persecução penal tem direito apenas 
direito a indenização, está contra o que está sendo pensando no direito comparado e no 
direito internacional dos direitos humanos. O Brasil foi condenado a empreender persecução 
penal pela Corte Interamericana de Direitos Humanos no Caso Lund (caso da Guerrilha do 
Araguaia). Isto é uma evidência gritante de que o Direito Penal é o primeiro mecanismo de 
tutela dos direitos humanos. 
O TPI só julga crimes de excepcional gravidade que atinja a comunidade dos Estados 
em seu conjunto. O TPI não é para julgar o policial militar que forja auto de resistência e 
ceifa a vida de um criminoso, este policial também é criminoso, mas não atrai o TPI. O TPI 
envolve números, envolve tamanho. 
O que deflagra a jurisdição do TPI? Primeiramente a gravidade. 
Artigo 5º Crimes da Competência do Tribunal 
1. A competência do Tribunal restringir-se-á aos crimes mais graves, que afetam a 
comunidade internacional no seu conjunto. (...) 
Ainda que o Tribunal tenha jurisdição em razão da matéria e em razão do lugar, ainda 
há um teste específico de gravidade: apenas fatos mais graves que afetem a comunidade 
internacional no seu conjunto atraem a jurisdição do TPI, ou seja, tem que ser fato de 
grande monta, um “Massacre do Carandiru” se qualificaria. 
Além disto, é necessário saber: o TPI pode julgar qualquer chacina em qualquer lugar 
do mundo? Quais os limites da jurisdição do tribunal? Para entender os limites do Tribunal, é 
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preciso entender o sistema complexo de deflagração da jurisdição do Tribunal. Como o 
tribunal se aciona? 
O Estatuto cria a procuradoria junto ao TPI, que é autônoma ao TPI. Esta 
procuradoria é quem tem o monopólio do acionamento do TPI, porém, a depender do 
fundamento que o procurador invoca para acionar o Tribunal, a jurisdição do tribunal é mais 
ou menos ampla – se o procurador aciona o TPI de ofício (acionar não é propor a ação penal, 
porque não existe autoridade policial internacional, não existe instância revisora da atuação 
do procurador) então o procurador requer ao tribunal a abertura de uma investigação, o TPI 
autoriza e elepassa a investigar e depois ele propõe a ação, a instância de supervisão do 
procurador é o próprio TPI. A câmara do TPI que autoriza a investigação é câmara diversa da 
que recebe a ação proposta pelo procurador, são duas câmaras diferentes. 
Caso o procurador atue por notitia criminis do Estado parte ou que de ofício, a 
jurisdição do tribunal terá um limite: a ação só pode ser deflagrada se o crime estiver 
ocorrido no território do estado parte ou se o autor do crime for nacional de um Estado 
parte. 
Exemplo: o Sudão não é parte do Estatuto de Roma, se o Brasil noticiar um massacre 
no Sudão, o TPI não pode abrir investigação, não pode autorizar o procurador a abrir 
investigação. Se o procurador descobrir que houve massacre o TPI também não autoriza, 
porque está fora da jurisdição do TPI. Porém, existe uma investigação pelo Massacre de 
Darfur no Sudão. 
Como o TPI conseguiu alcançar? Se a noticia crime for transmitida ao procurador pelo 
Conselho das Nações Unidas, não existe limite territorial, a jurisdição do TPI pode abranger o 
globo e foi o que ocorreu no Caso de Darfur, o Conselho de Segurança Nações Unidas deram 
a noticia exatamente para atrair a jurisdição do TPI. 
O Conselho de Segurança tem dois poderes chaves no Estatuto de Roma, o primeiro é 
este de poder dilatar a jurisdição do TPI, e o segundo é o poder de sustar por 12 meses 
prorrogáveis qualquer investigação ou processo em curso no TPI, se entender que este 
processo põe em risco a paz e segurança internacionais. 
Exemplo: imagine que houve um massacre humanitário no Brasil em Santa Catarina, 
e se descubra e isto foi feito em articulação com o Serviço Secreto da Argentina, a Argentina 
o fez para semear instabilidade no Brasil, e aí a Argentina começa a protestar 
estridentemente, dizendo que este processo cria instabilidade e entra numa escalada de 
tensão e diz que vai entrar em guerra com o Brasil. Ora, a existência do processo está pondo 
em risco a paz e segurança internacionais e poderia entender que melhor suspender o 
processo e tentar um acordo entre Brasil e Argentina. 
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1.3. Tipos penais julgados pelo TPI 
Os tipos são: genocídio, crimes contra a humanidade, os crimes de guerra, crime de 
agressão. 
Artigo 5º. Crimes da Competência do Tribunal 
 
1. A competência do Tribunal restringir-se-á aos crimes mais graves, que afetam a 
comunidade internacional no seu conjunto. Nos termos do presente Estatuto, o Tribunal 
terá competência para julgar os seguintes crimes: 
a) O crime de genocídio; 
b) Crimes contra a humanidade; 
c) Crimes de guerra; 
d) O crime de agressão. 
 
2. O Tribunal poderá exercer a sua competência em relação ao crime de agressão desde 
que, nos termos dos artigos 121 e 123, seja aprovada uma disposição em que se defina o 
crime e se enunciem as condições em que o Tribunal terá competência relativamente a 
este crime. Tal disposição deve ser compatível com as disposições pertinentes da Carta 
das Nações Unidas. 
 
 
1.3.1. Genocídio vs. crimes contra a humanidade 
Distinção de genocídio e os crimes contra a humanidade, porque o homicídio pode 
ser tanto um quanto o outro. Para tanto vide os caputs dos arts. 6º e 7º do Estatuto de 
Roma: 
Artigo 6º. Crime de Genocídio 
Para os efeitos do presente Estatuto, entende-se por "genocídio", qualquer um dos atos 
que a seguir se enumeram, praticado com intenção de destruir, no todo ou em parte, um 
grupo nacional, étnico, racial ou religioso, enquanto tal: 
a) Homicídio de membros do grupo; 
b) Ofensas graves à integridade física ou mental de membros do grupo; (...) 
 
Artigo 7º. Crimes contra a Humanidade 
1. Para os efeitos do presente Estatuto, entende-se por "crime contra a humanidade", 
qualquer um dos atos seguintes, quando cometido no quadro de um ataque, 
generalizado ou sistemático, contra qualquer população civil, havendo conhecimento 
desse ataque: 
a) Homicídio; 
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b) Extermínio; 
c) Escravidão; (...) 
 
Na verdade, a definição de genocídio apresenta grande faixa fática de coincidência 
com a definição do crime contra a humanidade, nada impediria que um genocídio fosse 
praticado dentro de um “quadro de um ataque, generalizado ou sistemático contra qualquer 
população civil”, mas no genocídio há um especial fim de agir. 
O crime contra a humanidade se caracteriza pelo dolo de atacar uma população civil: 
força armada contra pessoas desarmadas. O genocídio pode ter esta feição, mas a ele se 
soma a uma finalidade, porque o ataque à população civil pode ter várias finalidades 
indiferentes ao tipo, o tipo é indiferente às finalidades, pode ser para intimidar, para 
despovoar, pode ser por vingança. O genocídio tem o escopo de destruir um grupo 
determinado que pode não ser o todo da população civil. 
Exemplo: na guerra de independência da Bósnia os sérvios atacavam a população 
civil com finalidade de exterminar os bósnios, aplicamos o princípio da especialidade, e 
conclui-se isto se caracteriza por genocídio. 
 
2º Horário 
 
1.3.2. Crimes de Guerra 
Os crimes de guerra se relacionam com as Convenções de Genebra – direito 
internacional dos conflitos armados. O art. 8º do Estatuto de Roma dispõe o seguinte: 
Artigo 8º. Crimes de Guerra 
(...) 
2. Para os efeitos do presente Estatuto, entende-se por "crimes de guerra": 
a) As violações graves às Convenções de Genebra, de 12 de Agosto de 1949, a saber, 
qualquer um dos seguintes atos, dirigidos contra pessoas ou bens protegidos nos termos 
da Convenção de Genebra que for pertinente: 
i) Homicídio doloso; 
ii) Tortura ou outros tratamentos desumanos, incluindo as experiências biológicas; 
iii) O ato de causar intencionalmente grande sofrimento ou ofensas graves à integridade 
física ou à saúde; 
iv) Destruição ou a apropriação de bens em larga escala, quando não justificadas por 
quaisquer necessidades militares e executadas de forma ilegal e arbitrária; 
 
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As Convenções de Genebra se aplicam no âmbito de conflitos armados quer entre 
Estados quer no interior que Estados. Conforme o especial fim de agir, pode configurar 
genocídio, ou então, caso seja um ataque a população civil desarmada, pode configurar um 
crime contra a humanidade, ou ainda, dentro do mesmo conflito podem ocorrer atrocidades 
contra a outra parte armada, então configura crimes de guerra. Estes três tipos penais 
capitulam o homicídio. Caberia uma bela questão do homicídio no TPI a respeito do 
homicídio, que pode ser qualquer um destes crimes conforme contexto, dolo e especial fim 
de agir. 
 
1.3.3. Crime de agressão 
Este foi o tipo mais controvertido na adoção do Estatuto de Roma, a controvérsia foi 
a seguinte: quando se pensa em agressão no direito internacional público, pensa-se em 
agressão de Estado a Estado, por exemplo: o Iraque em 1991 invadiu o Kuwait. Além disto,sempre pensa-se a atuação do DIP no plano estatal, quer dizer, todo arcabouço de proteção 
da paz e segurança internacional estabelecidas na Carta das Nações Unidas, tem em vista a 
conduta dos Estados, já o Estatuto de Roma não contempla responsabilidade penal de 
pessoa jurídica, contempla responsabilidade de pessoa física. 
Portanto quando se fala do crime de agressão para o TPI, é agressão de estado a 
estado, mas a ideia é punir o dirigente que determinou a agressão. Quando o Iraque invadiu 
o Kuwait em 1991, a decisão foi tomada por Saddam Hussein, a ideia era responsabilizar o 
mandante. 
No momento da feitura do Estatuto de Roma a controvérsia sobre os tipos penais foi 
tão grande que a solução adotada foi “tipifica-se depois”, não se tipificou o crime, mas 
assumiu-se o compromisso de tipificar. Em 2010 se realizou conferência em Kampala (capital 
da Uganda) e adotou-se resolução que ainda não está em vigor: o art. 8º, bis do Estatuto de 
Roma terá a seguinte redação: 
Artigo 8º bis. Crime de Agressão 
1. Para os fins do presente Estatuto o crime de agressão significa o planejamento, a 
preparação, o início ou a execução por uma pessoa efetivamente em posição de 
exercer controle ou dirigir ação política ou militar de um Estado de um ato de 
agressão que por suas características de gravidade e escala, constitua violação 
manifesta da Carta das Nações Unidas. 
 
2. Para os propósitos do parágrafo anterior, ato de agressão significa o uso de força 
armada por um Estado contra a soberania, a integridade territorial ou a 
independência política de outro Estado ou, de qualquer outra maneira, inconsistente 
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com a Carta das Nações Unidas. Qualquer um dos seguintes atos, 
independentemente de declaração de guerra se qualificarão como ato de agressão: 
a) a invasão ou ataque das forças armadas por um Estado contra o território de outro 
Estado ou qualquer ocupação militar, embora temporária que resulte desta invasão 
ou ataque, ou qualquer anexação pelo uso da força do território de outro Estado ou 
parte dele; 
b) o bombardeio pelas forças armadas de um Estado contra o território de outro estado 
ou o uso de quaisquer armas por um estado contra o território de outro Estado; 
c) o bloqueio de portos ou costas de um Estado pelas forças armadas de outro Estado; 
d) um ataque pelas forças armadas de um Estado contra as forças marítimas, terrestres 
ou aéreas ou as frotas marítimas ou áreas de um outro estado; 
e) o uso de forças armadas de um Estado que estejam dentro do território de um outro 
Estado em ofensa as condições estabelecidas em acordo; 
f) a ação de um Estado ao permitir que o seu territórios seja usado por outro Estado 
para perpetuar um ato de agressão contra um terceiro Estado; 
g) o envio por um Estado ou em seu nome de grupos ou bandos armados irregulares ou 
de mercenários que pratiquem atos de força armada contra outro Estado de 
gravidade tal que alcance a dos atos acima indicado ou o substancial envolvimento 
desses grupos ou bandos neste tipo de ato. 
Por que ainda não está em vigor? Na conferência de Kampala se exigiu um duplo 
procedimento: 1) ratificação por 30 estados (no momento só há 11 ratificações) e depois 2) 
deve haver uma ativação da jurisdição que não pode ser antes de 2017 e deve ser aprovada 
por 2/3 dos estados partes do TPI, ou seja, pode não acontecer nunca. 
A emenda do Estatuto de Roma decidida na conferencia de Kampala ainda traz a 
seguinte previsão: no crime de agressão do procurador não atua de ofício, só por noticia 
criminis transmitida por outro estado membro ou pelo Conselho de Segurança. 
 
2. Responsabilidade internacional do Estado 
Responsabilidade internacional do Estado alude a uma noção parecida com 
responsabilidade civil. É essencialmente uma responsabilidade civil. 
 
2.1. Conceito de responsabilidade civil 
Para o Direito, a natureza jurídica da responsabilidade civil é uma obrigação, 
obrigação que pode decorrer da lei ou do contrato e é obrigação sempre 
secundária/supletiva – é obrigação de reparar um dano que se tinha obrigação primária de 
não causar. 
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A responsabilidade civil precisa ter um fundamento, porque pode existir uma 
justificação lícita para não ter cumprido obrigação primária de não causar o dano. Como se 
faz a imputação jurídica da responsabilidade? Qual é o critério de imputação jurídica da 
responsabilidade? Uma vez estabelecida a imputação fática, os critérios de imputação 
jurídica são essencialmente: culpa ou risco – teoria subjetiva ou teoria objetiva. 
Responsabilidade subjetiva deriva da inobservância de um dever de cautela que era 
imponível conforme a circunstancia. Cada circunstancia da vida de relação envolve uma série 
de deveres objetivos de cautela. Ao inobservar o dever objetivo de cautela, incorre-se em 
culpa. A culpa é conceito de aferição retrospectiva, só existe culpa se há resultado, sem 
resultado a culpa é irrelevante. 
E a responsabilidade fundada no risco é diferente: ela abstrai de um critério jurídico 
de imputação, o critério jurídico não é casuístico, já se preestabelece o simples fato de estar 
desempenhando aquela atividade te sujeita a todos os riscos dos danos que você causar, 
independentemente de culpa. 
Exemplo: na atividade de prestação de serviço a lógica é esta. Entrar no mercado 
como fornecedor, vida te dá tanto lucro com isto que se você causar algum prejuízo, você 
paga. 
 
2.2. Responsabilidade no direito internacional público 
Quando ocorre a responsabilidade internacional de um Estado? Quando ocorre 
relação de estado a estado. 
Exemplo: um navio chinês abalroa um navio militar brasileiro ou abalroa um navio de 
pesquisa oceanográfica brasileiro, neste caso há a responsabilidade de Estado a Estado. 
Veremos também que por vezes o dano causado por um Estado a um particular também 
pode gerar responsabilidade internacional de um Estado, porém, nem sempre, a hipótese 
paradigmática é mesmo a de dano de Estado à Estado. 
Há um caso clássico em que a Corte Internacional de Justiça delineou os parâmetros 
de responsabilidade internacional do Estado: o Caso do Estreito de Corfu (1949, Reino Unido 
vs. Albânia) em que uma fragata inglesa explodiu ao passar por uma mina marítima em 
Corfu, morreu gente, deu prejuízo e a Inglaterra acionou a Corte contra a Albânia. 
Em defesa de mérito a Albânia arguiu que não havia minado a área marítima, tão 
pouco sabia da existência das minas. Então, a Corte fez uma investigação e concluiu que para 
a Albânia realizar a atividade de cabotagem da forma que realizava, era pressuposto lógico 
que a Albânia tinha conhecimento da localização das minas, era impossível que o estado 
albanês não tivesse conhecimento da localização das minas. 
Direito Internacional 
 
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ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros 
doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 
 
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Assim, imputou-se à Albânia a responsabilidade por omissão de aviso à navegação de 
área marítima minada. Quantoao fundamento da responsabilidade a Corte ficou no meio do 
caminho, não disse nem que é fundada na culpa e nem que é fundada no risco, ficou mais 
próxima da culpa que do risco. Disse que a responsabilidade do estado tem fundamento 
próprio, que é a prática de um ato contrário contra uma norma de direito internacional 
público. A contrariedade a uma norma evoca a “ideia de algo na linha de culpa”, está errado 
dizer que é fundada na culpa, o mais correto é dizer que este fundamento (da 
responsabilidade do Estado) se aproxima mais da ideia de culpa que a de risco. 
A responsabilidade internacional do estado é um dos poucos domínios do direito 
internacional em que a fonte é prevalentemente consuetudinária. Houve um 1º esforço de 
codificação no âmbito da Comissão dos Direitos Humanos das Nações Unidas, fez uma 
minuta de como seria um tratado: Draft Articles on Responsibility of States for 
Internationally Wrongful Acts – algo como Esboço de Artigos sobre Responsabilidade 
Internacional do Estado. 
Este documento ficou bom e a Corte Internacional já o citou em mais de um acordão. 
Este esboço não é fonte de direito de internacional, mas também não dá para deixar de 
mencionar o esboço de artigos como uma compilação do costume existente e um primeiro 
esforço de direcionar a elaboração futura de uma grande convenção. 
 
2.2.1. Responsabilidade objetiva dos Estados 
Existem alguns domínios do direito internacional público, como o direito 
internacional do meio ambiente, direito do espaço atmosférico (Convenção de Washington), 
que veem nestes domínios responsabilidade objetiva dos Estados, fundada no risco. Nestes 
domínios, prescinde-se de conduta contrária à norma de direito internacional público. 
Exemplo: um Estado pratica ato ambientalmente danoso contra o outro, Estado 
brasileiro polui o Rio Paraná e com isto prejudica o fornecimento de água potável na 
Argentina, precisa provar que é fato praticado pelo Estado brasileiro e há a responsabilidade 
objetiva do Brasil – porque há previsão expressa em tratado. 
A conduta do particular ou o dano causado ao particular pode ser relevante no 
âmbito da responsabilidade internacional do Estado. Como isto funciona? 
Em princípio o particular quando age e causa prejuízo a um Estado estrangeiro, não 
gera responsabilidade do Estado. Exemplo: um particular joga uma pedra numa embaixada, 
causaria um dano, em princípio não haveria aí a responsabilidade do estado brasileiro. Só há 
responsabilidade por omissão se ficar comprovado que o Brasil tinha um dever de proteção 
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que descumpriu. O Estado não é obrigado a tutelar as condutas dos particulares em toda e 
qualquer situação em favor de Estados estrangeiros. 
 
2.2.2. Proteção diplomática 
Agora, quando estado estrangeiro causa dano a particular em princípio é uma relação 
entre estado e particular. Em algumas situações o Estado pode oferecer proteção 
diplomática ao seu nacional (não é o mesmo que proteção consular). 
A proteção diplomática é a figura jurídica pela qual o Estado, com base na noção de 
que o indivíduo é a dimensão pessoal do Estado, passa a tratar juridicamente o dano 
causado ao seu nacional, como se tivesse sido causado ao próprio Estado. A partir disto, 
ganha o poder responsabilizar internacionalmente o Estado que causou o dano. 
Exemplo: brasileiro navegando de escuna tem sua embarcação abalroada por um 
navio chinês, causando danos à embarcação. Em princípio o nacional teria que a processar a 
China na Justiça da China, o que por vezes dificulta a reparação. Nestes casos, é possível que 
o Brasil entenda que o dano causado ao brasileiro vale como se fosse dano causado ao 
Brasil, por isto, responsabilizaria a China. 
A proteção diplomática não é um direito do indivíduo, é um direito do Estado, é 
prerrogativa discricionária do Estado, é claro que nada impede que internamente que o 
Estado legisle sobre criar direito a proteção diplomática, mas o direito internacional não o 
faz. Esta discricionariedade tem limites estabelecidos pelo costume internacional – o Estado 
não pode endossar todo tipo de queixa individual. 
 
2.2.2.1. Nacionalidade efetiva 
O primeiro limite é a chamada nacionalidade efetiva, significa que o Estado só pode 
dar proteção diplomática se o protegido for efetivamente o seu nacional. Isto procura 
conjurar situações de naturalização para fins comerciais. Isto porque alguns países vedem 
nacionalidade, ou seja, para se tornar nacional do país basta pagar. 
Exemplo: caso de Nottebohm. Um alemão investia na Guatemala e em um 
determinado momento foi desapropriado, procurou a embaixada da Alemanha para ter 
proteção diplomática, porém, diante dos riscos a Alemanha não deu seu endosso. Ele 
descobriu que Liechtenstein vendia um pacote de nacionalidade somada a proteção 
diplomática, então ele comprou a nacionalidade para ter proteção diplomática para discutir 
a desapropriação. A Guatemala reclamou na Corte e a mesma entendeu que a naturalização 
precisa passar por uma nacionalidade efetiva, tem que haver um vínculo real. 
Direito Internacional 
 
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2.2.2.2. Esgotamento dos recursos internos 
Outro pressuposto é o do esgotamento dos recursos internos. A proteção 
diplomática não pode ser banalizada. Sendo assim, indivíduo deve tentar primeiro se 
socorrer do Judiciário do Estado que lhe causou dano, deve constituir advogado e mover 
uma ação de forma individual, ou seja, não deve transformar o incidente em um conflito 
internacional com conotação política, atoa. 
Assim, é necessário que o indivíduo exaura as instâncias judiciárias internas – nem 
sempre isto é possível e o costume traz duas exceções: 
Exceção 1. Denegação de justiça/ não conceder justiça. Denegação de justiça é a 
situação em que, de plano, se afigura ao indivíduo, inviável obter provimento jurisdicional 
justo do judiciário local – isto fica claro em situações em que o judiciário não é independente 
nem imparcial, ou seja, em regimes autoritários. Exemplo: não é possível condenar o Estado 
Cubano no Judiciário Cubano, é por isto que nestes casos não é preciso exaurir os recursos 
internos. 
Exceção 2. A manifesta falta de vínculos entre indivíduo e Estado que causou o dano. 
É o caso da escuna brasileiro abalroada por navio chinês. Ocorre quando o indivíduo que 
sofreu o dano está presente no Estado que causou o dano e ele pode manejar ação de 
responsabilidade contra o Estado que causou o dano com alguma desenvoltura. Por outro 
lado, se o brasileiro não tem qualquer vínculo com a China, manejar uma ação no judiciário 
chinês seria uma empreitada muito difícil, e por isto não se exige o exaurimento dos 
recursos. 
 
2.2.2.3. Endosso 
Ultrapassados estes requisitos o estado dá a proteção diplomática a través do 
endosso: decisão estatal de conceder proteção diplomática. 
 
3º Horário 
 
2.3. Deflagração da responsabilidade de um Estado 
A responsabilidade internacional está caracterizada nos seus pressupostos de 
deflagração, o que a estabelece e o que constitui a relação jurídica responsabilidade. 
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Como um Estado efetivamente responsabiliza o outro? E quais são as consequências 
jurídicas do efetivo reconhecimento da responsabilidade de um estado. 
É preciso enxergar a sociedade internacional nas suas características próprias, pois a 
analogia apressada levaria a pensar: se em direito material está caracterizada a 
responsabilidade, cumpre ao Estado que sofreu o dano promovê-la diante da Corte 
Internacional de Justiça. A Corte Internacional de Justiça, que é de fato órgão da ONU, não 
tem jurisdição obrigatória, a Corte Internacional de Justiça não é o judiciário internacional. 
Pelo seu caráter substitutivo e porque o Estado é supremo no seu espaço de soberania, tem 
jurisdição obrigatória. Assim, não é possível que o réu em processo recuse-se a resolver a 
lide no judiciário, porém, no direito internacional isto é admissível. 
A jurisdição da Corte Internacional de Justiça depende de consentimento do Estado 
demandado, este consentimento pode ser manifestado de três formas: acordo especial para 
o caso concreto, concordância tácita ou por aceitação em tratado da jurisdição da Corte. 
1) Acordo especial para o caso concreto. Os dois estados chegam a conclusão de que é 
melhor resolver o conflito na Corte. 
2) Concordância tácita. Ocorre quando o Estado contesta a ação sem expressar se 
aceita. 
3) Por aceitação em tratado da jurisdição da corte. esta aceitação pode se dar no 
âmbito de um tratado específico ou pode se dar sem limitação de matéria. 
a) Aceitação no âmbito de um tratado específico. Exemplo: Protocolo 
Facultativo da Convenção de Viena sobre relações consulares, se o país se submete 
ao protocolo, aceita a jurisdição da Corte para os casos que envolverem relações 
consulares. 
b) Aceitação sem limitação quanto a matéria. É a maneira mais ampla de 
aceitar a jurisdição da Corte: subscrição de cláusula facultativa, aceita ser 
demandando na Corte em qualquer matéria desde que o demandante seja também 
signatário desta cláusula (o Brasil não subscreveu). 
Pode ser que o Estado a ser responsabilizado não aceite a jurisdição da Corte. É 
possível arbitragem, entendimento direto, mediação. Pode haver um non liquet 
internacional – ocorre quando o Estado a ser responsabilizado não aceita qualquer espécie 
de mecanismo de resolução de controvérsias – é algo raro porque é difícil que um Estado 
diga para o outro que não quer tratar do tema. A maior flexão de conduta é sobre a 
aceitação da solução judiciária. O Brasil é muito avesso á Corte Internacional, mesmo assim 
conversa. 
 
2.4. Consequências da responsabilidade internacional 
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De maneira análoga à responsabilidade civil, pode haver a indenização e aí tem-se 
espécies do gênero de reparação. A primeira forma de reparação que tem espaço no direito 
internacional é a reposição, consiste na restituição do status quo ante – voltar ao ponto 
anterior. 
E a outra forma de reparação é a satisfação, que é a reparação do dano moral, pode 
se dar não necessariamente pelo equivalente em pecúnia, a satisfação não envolve pecúnia 
– pedido de desculpas, reconhecimento expresso de responsabilidade – isto no plano 
internacional tem bastante espaço. 
A responsabilidade internacional é importante porque nos ajuda a entender como o 
direito internacional funciona na prática. 
 
3. Nacionalidade e Condição Jurídica do Estrangeiro 
Nacionalidade é o vínculo jurídico-político que une um indivíduo a um Estado. A 
nacionalidade apresenta uma grande divisão de categoria: nacionalidade originária (o nato) 
e a nacionalidade adquirida ou derivada (o naturalizado). 
Observação. Em provas escrita/oral nunca utilizar cidadania como sinônimo de 
nacionalidade. Cidadania aplica-se apenas ao capítulo de direitos políticos da Constituição. 
Tecnicamente, nacionalidade e cidadania são coisas distintas. 
 
3.1. Nacionalidade originária 
A nacionalidade originária pode ser atribuída/reconhecida pelo ordenamento 
segundo dois grandes critérios: ius solis e ius sanguinis. 
Critério ius solis: considera-se nacional originário aquele que nasceu no território do 
país. 
Critério ius sanguinis: é nacional do Estado o filho do nacional do Estado, ou seja, 
nacionalidade se transmite pelo sangue. Exemplo: filho de alemães vai ao consulado alemão 
e pede o reconhecimento de sua nacionalidade alemã, atenção, ele não se naturalizou 
alemão, ele nasceu alemão. 
Os países europeus e asiáticos seguem o critério ius sanguinis, porque são países que 
sofreram emigração em massa, existem colônias alemã, italiana e japonesa no mundo todo, 
por isto, tem seu critério principal no sangue, para preservar o vínculo nacional do filhos 
daqueles que migraram. 
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Com o mesmo critério estes países trataram também da imigração, pois estes países 
enriqueceram e passaram a atrair imigrantes, e com o critério ius sanguinis impedem que o 
nascimento de alguém em seu território o torne um nacional – quem nasce na Alemanha 
não é alemão, quem nasce na Alemanha sem ter pais alemães pode se naturalizar alemão, 
tem que ser filho de alemães para ser alemão. 
3.2. Nacionalidade brasileira 
O Brasil adota o critério ius solis ou ius sanguinis? Adota os dois critérios? O Brasil 
adota o critério ius solis como critério predominante, mas o ius sanguinis tem bastante 
espaço. Adotamos um “critério justaposição semiplena”. Por que não critério misto? Não é 
misto, não é misturar os critérios, está-se justapondo, colocando os critérios um do lado do 
outro, pareados. 
O Brasil admite que quem nasce no Brasil é brasileiro, ao mesmo tempo há espaço 
amplo (mas não pleno) de incidência do ius sanguinis. Qual é este espaço? Façamos uma 
análise topográfica do nosso texto constitucional: o art. 12 da CRFB tem dois grandes incisos: 
o I (nacionalidade originária) e II (nacionalidade derivada). 
No inciso I, há três alíneas “a”, “b” e “c”. A aliena “a” consagra o critério ius solis, já as 
alíneas “b” e “c” apresentam o critério ius sanguinis. Na alínea “c” são três critérios de 
atribuição do ius sanguinis, pois a Constituição foi recentemente reformada neste ponto. 
 
3.2.1. Critério ius solis 
Art. 12. São brasileiros: 
I - natos: 
a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde 
que estes não estejam a serviço de seu país; 
Existe apenas uma hipótese de alguém nascer no Brasil e não ser estrangeiro, é esta 
na alínea “a”: pais estrangeiros a serviço do país estrangeiro. 
Situação 1. Ambos os pais estão no Brasil a serviço de um país estrangeiro, um casal 
de diplomatas a serviço e seu país vem morar no Brasil, o bebê nasce no Brasil, porém não 
será um brasileiro. 
Situação 2. Não precisa ser os dois pais à serviço do país estrangeiro, pode ser um só, 
desde que ambos estão aqui por conta do trabalho estrangeiro. Diplomata servindo no Brasil 
e depois trouxe a esposa que engravidou – o filho não é brasileiro. 
Situação 3. Agora, se ambos são estrangeiros e um já estavaaqui, um diplomata casa 
com uma estrangeira que já morava no Brasil, o filho será brasileiro nato, pois a mulher 
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embora estrangeira, não está no Brasil a serviço do país estrangeiro, ela já está aqui por 
vontade própria. 
Situação 4. Diplomata conhece diplomata de outro país aqui no Brasil e tem um filho 
– o filho não é brasileiro nato, pois os dois estão a serviço de seus respectivos países. 
Quando o Brasil reconhece que determinado indivíduo é brasileiro, não é dizer que o 
indivíduo é só brasileiro. Não se está proibindo que outro ordenamento reconheça este 
indivíduo como seu nacional (inclusive nacional originário). Quando o Brasil adota um 
critério amplo de reconhecimento de nacionalidade, o faz para evitar apatridia, que é um 
grande mal. Não há de errado no fato do Brasil adotar um critério estendido de atribuição de 
sua nacionalidade originária. Reconhece-se a nacionalidade do indivíduo e não haverá óbice 
se outro ordenamento quiser reconhecer o mesmo indivíduo como nacional. 
 
3.2.2. Critério ius sanguinis + circunstância funcional 
Art. 12. São brasileiros: 
I - natos: 
b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer 
deles esteja a serviço da República Federativa do Brasil; 
A alínea “b” apresenta o critério do ius sanguinis funcional. O dispositivo cita 
“República federativa do Brasil”. O que é República Federativa do Brasil para os fins do art. 
12, CRFB? O conceito é amplo: abrange autarquias, fundações e entes federação. Exemplo: 
servidora de uma autarquia municipal vai a trabalho morar no exterior e engravida, o filho 
será brasileiro. 
 
3.2.3. Critério ius sanguinis, registro consular e potestade residência 
A alínea “c” já está na terceira redação desde que a Constituição entrou em vigor, foi 
alterada pela revisão em 1994 e depois por emenda constitucional em 2007. A alínea “c” 
tem hoje dois preceitos de atribuição de nacionalidade: ius sanguinis + registro e o outro ius 
sanguinis + potestade residência. 
Art. 12. São brasileiros: 
I - natos: 
c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam 
registrados em repartição brasileira competente / ou venham a residir na República 
Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela 
nacionalidade brasileira; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 54, de 
2007) 
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Preceito 1. Ius sanguinis + registro: “os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de 
mãe brasileira, desde que sejam registrados em repartição brasileira competente” 
Preceito 2. Ius sanguinis + potestade residência: “ou venham a residir na República 
Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela 
nacionalidade brasileira;” 
Então, são dois preceitos quando não há o componente funcional – filho do servidor 
público é sempre nacional, porém seria pouco preservar apenas o filho de servidor, pois há 
filhos de brasileiros/não servidores nascendo no exterior. É preciso haver meios de preservar 
o vínculo nacional do filho de brasileiro que nasce no exterior, sem que com isto, a 
Constituição diga que outro ordenamento não possa reconhecer nacionalidade originária a 
filho de brasileiro que nasce no território de outro país. 
A redação atual é bastante parecida com a redação original de 1988. O constituinte 
na revisão constitucional cometeu um equivoco colossal: quis corrigir uma má redação do 
texto original no preceito da potestade residência. A redação original era: o preceito só 
alcançava se a pessoa viesse morar no Brasil antes da maioridade, o que diminuía muito o 
alcance do dispositivo. 
Na revisão constitucional (em 1994) resolveu-se consertar isto, não é razoável exigir 
que indivíduo viesse morar no Brasil antes da maioridade para ser reconhecido como 
brasileiro nato. Na verdade o que sempre se quis dizer era que a opção pela nacionalidade 
brasileira só seria possível após a maioridade, pois esta opção é um direito personalíssimo e 
por isto espera-se a maior idade. 
Consertam a redação e inacreditavelmente deixam de trazer para o texto o preceito 
do ius sanguinis + registro, consequência de 1994 até 2007 a Constituição vige sem o 
preceito e isto é um problema imenso, porque o Brasil tem uma comunidade de emigrados 
muito grande. 
A comunidade de emigrados começou a aumentar na década de 1960 e 1970 e a 
CRFB/67 trouxe o critério do registro que era inexistente antes, o fez para facilitar a vida dos 
emigrados brasileiros. O registro em repartição brasileira competente (no consulado) por si 
só atribuía a nacionalidade, isto facilitava a vida daqueles brasileiros que nasciam em países 
que só adotavam o critério ius sanguinis (como a Itália e Alemanha). 
Em 1994 esta hipótese do registro sai e fica apenas a hipótese de potestade 
residência, que era a hipótese destinada a ter menos incidência. Ora, o preceito ius sanguinis 
+ potestade residência serve ao indivíduo filho de brasileiros que se fixaram no exterior e 
que consegue volta para o Brasil. 
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Com a revogação do ius sanguinis + registro, que é o critério de massa, o critério 
individual (ius sanguinis + potestade residência) fica sendo o único mecanismo do qual as 
comunidades de emigrados poderiam se socorrer no exterior. E isto gerava muitas injustiças. 
O Poder Judiciário deparou com a hipótese deste brasileiro que vem para o Brasil 
menor de idade. Imagine, há fronteiras entre o Brasil e Uruguai em que basta atravessar a 
rua, imagine que filho de brasileiros nasceu no Uruguai e por ignorância registravam o 
menino no Uruguai, atravessavam a rua a voltavam para o Brasil. Ao demandar o sistema de 
saúde brasileira recebiam a informação de que o filho é uruguaio e não poderia ser 
atendido. As pessoas tiveram que procurar o Judiciário. 
O STF concluiu que na situação (filho de brasileiros que viesse a residir no Brasil antes 
da maioridade) estava no gozo da nacionalidade brasileira, a pessoa tem que fazer um 
registro provisório de nacionalidade esperando ter 18 anos para optar. 
Para aqueles que não vinham para o Brasil, emitia-se automaticamente um 
passaporte. No caso de 1994/2007 era passaporte cujo selo dispunha “concedido de acordo 
com o art. 12, I, CRFB/88” – era um passaporte por tempo determinado. E em 2007 tivemos 
a restituição, inclusive com efeitos retroativos para quem se registrou anteriormente. 
Quanto ao procedimento: é de jurisdição voluntária federal, é personalíssimo e por 
isto a Constituição diz que só pode ser feito mediante o atingimento da maioridade.

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