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Direito Internacional aula 08

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Direito Internacional 
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula 
ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários 
e na jurisprudência dos Tribunais. 
 
1 
www.cursoenfase.com.br 
Sumário 
Sumário ........................................................................................................................... 1 
1. Prova do TRF 1ª Região de 2013 ............................................................................ 3 
1.1 Questão de n. 93 ............................................................................................... 3 
1.2 Questão de n. 94 ............................................................................................... 6 
1.3 Questão de n. 95 ............................................................................................... 9 
1.4 Questão de n. 96 ............................................................................................. 12 
1.5 Questão de n. 97 ............................................................................................. 14 
1.6 Questão de n. 98 ............................................................................................. 15 
1.7 Questão de n. 99 ............................................................................................. 15 
1.8 Questão de n. 100 ........................................................................................... 16 
2. Prova TRF 5ª Região de 2012 ................................................................................ 18 
2.1 Questão de n. 97 ............................................................................................. 20 
2.2 Questão de n. 98 ............................................................................................. 21 
2.3 Questão de n. 99 ............................................................................................. 22 
2.4 Questão de n. 100 ........................................................................................... 23 
3. Prova MPF de 2013 ............................................................................................... 26 
3.1 Questão de n. 11 ............................................................................................. 26 
3.2 Questão de n. 12 ............................................................................................. 27 
3.3 Questão de n. 13 ............................................................................................. 28 
3.4 Questão de n. 14 ............................................................................................. 29 
3.5 Questão de n. 15 ............................................................................................. 30 
3.6 Questão de n. 16 ............................................................................................. 31 
3.7 Questão de n. 17 ............................................................................................. 33 
3.8 Questão de n. 18 ............................................................................................. 34 
3.9 Questão de n. 19 ............................................................................................. 35 
3.10 Questão de n. 20 ......................................................................................... 36 
3.11 Questão de n. 51 ......................................................................................... 38 
3.12 Questão de n. 52 ......................................................................................... 39 
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ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários 
e na jurisprudência dos Tribunais. 
 
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3.13 Questão de n. 53 ......................................................................................... 40 
3.14 Questão de n. 54 ......................................................................................... 40 
3.15 Questão de n. 56 ......................................................................................... 41 
 
 
 
Direito Internacional 
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ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários 
e na jurisprudência dos Tribunais. 
 
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1. Prova do TRF 1ª Região de 2013 
1.1 Questão de n. 93 
 TRF1 – 2013 – 93 – Considerando as fontes jurídicas do direito internacional 
público, assinale a opção correta. (ANULADA) 
 A) Conforme precedentes da Corte Internacional de Justiça, a autoridade de 
coisa julgada é princípio fundamental do direito internacional público. 
Comentários: a questão foi anulada, porém o gabarito oficial considerou tal assertiva 
correta. Sobre a questão faz-se necessário algumas observações. 
Observação1. O rol do art. 38 do Estatuto da Corte Internacional de Justiça que arrola 
as fontes de direito internacional, divididas em fontes principais e meios auxiliares. 
As fontes principais segundo o estatuto são os tratados, os costumes e os princípios 
gerais de Direito. Segundo o art. 38, os meios auxiliares são a doutrina e a jurisprudência. O 
art. 38 não esgota as fontes do Direito Internacional Público, é por isto que estas fontes 
mencionadas no art. 38, chamadas de fontes estatutárias, porque previstas no Estatuto da 
Corte internacional. As outras fontes são chamadas de fontes extra estatutárias, porque não 
previstas no estatuto, tais como: a equidade, soft law, jus cogens. 
Observação2. O conceito: princípios gerais de direitos são normas jurídicas dotadas de 
um grau maior de generalidade e abstração. 
Estes “princípios gerais de direito” diferem de “princípios gerais do direito”. Segundo 
a doutrina internacionalista, os princípios gerais de direito são aqueles de ordem interna do 
Estado, possuem reconhecimento pela generalidade dos Estados e por isso têm 
repercussão/importância no direito internacional. Já os princípios gerais do direito, segundo 
a doutrina internacionalista, são aqueles princípios próprios do direito internacional, são 
adotados pela humanidade. Quando o rol do art. 38 fala em princípios de direito internacional, 
não está se referindo aos princípios de direito internacional, está falando sobre os princípios 
de ordem domestica com repercussão no direito internacional. 
 Princípios gerais de direito: boa-fé, coisa julgada e pacta sunt servanda. 
 Princípios gerais do direito: princípio da não intervenção, autodeterminação 
dos povos, princípio da proteção dos direitos humanos. Ou seja, são princípios inerentes ao 
direito internacional. 
Observação3. Celso Albuquerque Mello afirma que a jurisprudência internacional 
consagra como exemplo de princípio geral do direito a coisa julgada. 
Observação4. Caso Efeito da sentença do Tribunal Administrativo das Nações Unidas 
(1954). Precedente da Corte Internacional de Justiça no qual a corte afirma que a coisa julgada 
é um princípio geral de direito. 
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Observação5. O único problema na assertiva “A” é que sua redação usa a terminologia 
diferente da usada no Estatuto, a questão trata de “princípio fundamental do direito 
internacional público” enquanto que o Estatuto nomeia como “princípio geral de direito”.Mesmo assim a assertiva está correta. 
 B) Não se admite a realização, pelo Congresso Nacional, de denúncia de tratado 
internacional. 
Comentários: esta assertiva, de acordo com o posicionamento oficial do governo 
brasileiro, está correta. 
Observação1. Conceito de denúncia: é um ato unilateral por meio do qual o Estado 
manifesta firmemente a sua intenção de sair do tratado. 
Observação2. Procedimento da denúncia. No Direito Brasileiro a tese consagrada é a 
de que a competência para denuncia tratado é exclusiva do presidente da república, 
entendimento que vigora desde 1926. 
Em 1926 o presidente da república fez uma consulta ao Itamaraty e Clóvis Bevilaqua 
então consultor jurídico do Itamaraty, apresentou parecer no qual dizia que a competência da 
denunciar tratados é exclusiva do presidente da república. Ou seja, apesar da incorporação 
do tratado há a necessidade de participação do Congresso Nacional, a denúncia dispensa a 
participação do legislativo. 
Ocorre que este entendimento é muito controverso na doutrina, a exemplo, Pontes de 
Mirante diz que isto contraria os princípios constitucionais, bem como contraria o princípio do 
paralelismo das formas. Como já foi dito, se o CN participa do processo de incorporação, 
deveria participar também do processo de denúncia do tratado. 
Observação3. A questão foi posta no STF por meio da ADI 1625 na qual impugnou-se 
um decreto presidencial que denunciou a Convenção n. 158 da OIT em 2001. E esta ADI está 
pendente de julgamento no STF, nela o Supremo irá decidir se o Congresso deve ou não 
participar do processo de denuncia dos tratados. 
Em que pese o questionamento no STF, o entendimento atual é o de que o Congresso 
Nacional não participa da denúncia (competência exclusiva do presidente da república) e, 
portanto a assertiva “B” está correta. 
 C) Em decorrência do exercício da soberania, a reserva pode ser aposta ao 
tratado internacional, ainda que não expressamente prevista e independentemente de seu 
teor. 
Comentário: reserva é ato por meio do qual o Estado ao assinar/adotar/ratificar o 
tratado informa que não adota determinada previsão no texto do tratado. A assertiva “C” está 
errada, sobre isto veja os dispositivos da Convenção de Viena de 1969: 
Direito Internacional 
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e na jurisprudência dos Tribunais. 
 
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Art. 19. Um Estado pode, ao assinar, ratificar, aceitar ou aprovar um tratado, ou a ele 
aderir, formular uma reserva, a não ser que: 
a) a reserva seja proibida pelo tratado. 
b) o tratado disponha que só possam ser formuladas determinadas reservas, entre as 
quais não figure a reserva em questão; ou 
c) nos casos não previstos nas alíneas a e b, a reserva seja incompatível com o objeto e 
a finalidade do tratado. 
Ainda que não haja proibição, se a reserva dor incompatível com o tratado a reserva 
será incabível e é por isto que a assertiva “C” está errada. 
 D) O Brasil não ratificou formalmente a Convenção de Viena sobre Direito dos 
Tratados, de 1969, embora a aplique em situações concretas. 
Comentário: cinco anos atrás esta assertiva dizendo que o Brasil não ratificou a 
Convenção de Viena de 1969 estaria correta, mas atualmente está errada, porque a 
Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados de 1969 foi ratificada pelo Brasil, aprovada 
pelo Legislativo através do Decreto Legislativo n. 496/09 e promulgada pelo Executivo através 
do Decreto n. 7.030/09. 
Observação. A que ainda não foi ratificada é a Convenção de Viena de 1986, que trata 
de direito dos tratados entre organizações internacionais. Ainda não entrou em vigor e 
continua pendente de ratificação pelo Brasil. 
 E) No Estatuto da Corte Internacional de Justiça, constam expressamente 
princípios do direito internacional, além de estar prevista sua aplicação. 
Comentário: esta assertiva está errada. O Estatuto da CIJ não fala de princípios do 
internacional, fala de princípios do direito interno que foram consagrados por várias nações e 
que por isto tem relevância no Direito Internacional. Ademais, o Estatuto não menciona 
nenhum princípio em específico, veja o art. 38 do Estatuto da CIJ: 
Art. 38. A Corte, cuja função é decidir de acordo com o direito internacional as 
controvérsias que lhe forem submetidas, aplicará: 
(...) 
c. os princípios gerais de direito, reconhecidos pelas nações civilizadas; 
Observação. A expressão “pelas nações civilizadas” causa certo desconforto porque 
revela que na época da elaboração do Estatuto havia uma visão eurocêntrica, pela qual apenas 
os países europeus seriam nações civilizadas, apenas os princípios adotados nos países 
europeus é que deveriam ser aplicados. É claro que tal posição não pode prevalecer hoje, 
porém a análise do Estatuto revela esta visão eurocêntrica. 
 
Direito Internacional 
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e na jurisprudência dos Tribunais. 
 
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1.2 Questão de n. 94 
 TRF1 – 2013 – 94 - Com relação ao instituto da personalidade jurídica 
internacional, assinale a opção correta. 
 A) O STF entende ser relativa a imunidade de jurisdição das organizações 
internacionais. 
Comentário: sobre a assertiva “A” veja o Info 706, STF: 
A Organização das Nações Unidas - ONU e sua agência Programa das Nações Unidas para 
o Desenvolvimento - PNUD possuem imunidade de jurisdição e de execução relativamente 
a causas trabalhistas (RE 578543/MT, rel. orig. Min. Ellen Gracie, red. p/ o acórdão Min. 
Teori Zavascki, 15.5.2013). 
A assertiva está errada porque o STF não entende como imunidade relativa e sim uma 
imunidade absoluta, isto porque o fundamento da imunidade dos Estados é diferente do 
fundamento da imunidade das organizações internacionais. 
O que fundamenta a imunidade dos Estados é o costume antigo, representado pela 
máxima par in parem non habet iudicis – entre iguais não há jurisdição. Então há este costume 
já consagrado de que os Estados tem imunidade. 
Observação1. Inicialmente a imunidade dos Estados era absoluta, depois se elaborou 
diferenciação entre atos de império e atos de gestão. Os atos de império são aqueles em que 
o Estado atua como Estado, com sua soberania, enquanto os atos de gestão são aqueles atos 
nos quais em tudo o Estado se assimila a um particular. Atualmente há um entendimento 
consagrado no STF de que não se aplica imunidade de jurisdição quando o Estado pratica atos 
de gestão. 
Observação2. Segundo o Supremo, em relação aos atos de gestão não se aplica 
imunidade de jurisdição, aplica-se apenas a imunidade de execução. Imunidade de jurisdição 
é impedimento de um Estado ser julgado por outro. Imunidade de execução é o impedimento 
de um Estado ter seus bens conscritos por outro Estado. Então em relação a imunidade de 
jurisdição dos Estados não se aplica aos atos de gestão, já a imunidade de execução é absoluta. 
Observação3. Já o fundamento da imunidade das organizações internacionais é 
diverso, ao invés de ser um costume, a imunidade advém de tratados. As organizações 
internacionais celebram tratados e neles são previstas as imunidades. Saliente-se que 
inicialmente a imunidade dos Estados não estava prevista em tratados, posteriormente o 
foram, já sobre as organizações internacionais a imunidade sempre foi prevista em tratados. 
Observação4. Os atos das organizações internacionais não são divididas entre atos deimpério e atos de gestão. Por isto, para o Supremo a imunidade das organizações 
internacionais é absoluta. 
Neste sentido, a Min. Hellen Grace no info. 706 STF: 
Direito Internacional 
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Reclamação trabalhista contra a ONU/PNUD: imunidade de jurisdição e execução - 3 
A Organização das Nações Unidas - ONU e sua agência Programa das Nações Unidas para 
o Desenvolvimento - PNUD possuem imunidade de jurisdição e de execução relativamente 
a causas trabalhistas. Essa a conclusão do Plenário que, por votação majoritária, conheceu 
em parte de recursos extraordinários interpostos pela ONU e pela União, e, na parte 
conhecida, a eles deu provimento para reconhecer afronta à literal disposição contida na 
Seção 2 da Convenção sobre Privilégios e Imunidades das Nações Unidas, promulgada pelo 
Decreto 27.784/50 (“Seção 2 - A Organização das Nações Unidas, seus bens e haveres, 
qualquer que seja sua sede ou o seu detentor, gozarão da imunidade de jurisdição, salvo 
na medida em que a Organização a ela tiver renunciado em determinado caso. Fica, 
todavia, entendido que a renúncia não pode compreender medidas executivas”). Na 
espécie, a ONU/PNUD questionava julgado da justiça do trabalho que afastara a 
imunidade de jurisdição daquele organismo internacional, para fins de execução de 
sentença concessiva de direitos trabalhistas previstos na legislação pátria a brasileiro 
contratado pelo PNUD. A União ingressara no feito, na condição de assistente simples da 
ONU/PNUD, apenas na fase executiva — v. Informativo 545. 
RE 597368/MT, rel. orig. Min. Ellen Gracie, red. p/ o acórdão Min. Teori Zavascki, 
15.5.2013. (RE-597368) 
RE 578543/MT, rel. orig. Min. Ellen Gracie, red. p/ o acórdão Min. Teori Zavascki, 
15.5.2013. (RE-578543) 
 B) Os elementos considerados na identificação do Estado como sujeito de 
direito internacional não incluem a capacidade para entabular relações internacionais. 
Comentário: está errado porque incluem sim a capacidade para entabular relações 
internacionais. Esta assertiva exige o conhecimento sobre a Convenção de Montevideo sobre 
direitos e deveres dos Estados: 
Art. 1 º. O Estado como pessoa de Direito Internacional deve reunir os seguintes requisitos. 
I. População permanente. 
II. Território determinado. 
III. Govêrno. 
IV. Capacidade de entrar em relações com os demais Estados. 
 C) O princípio da autodeterminação aplica-se aos casos de secessão de Estado. 
Comentário: esta assertiva “C” está errada, veja as observações que seguem. 
Observação1. Princípio da autodeterminação dos povos. Este princípio sempre teve 
duas concepções, a primeira delas é que o direito a autodeterminação significava um direito 
a um autogoverno, ou seja, um povo diz quem o governará. E a segunda concepção é o direito 
a secessão. 
Inicialmente, na elaboração teórica do princípio da autodeterminação dos povos, o 
primeiro autor a defender o direito a secessão com base no autodeterminação dos povos foi 
Lenin (sim, o teórico russo). No entanto quando a ONU consagrou este princípios em seus arts. 
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1º e 55 da Carta da ONU, a concepção ali consagrada não reconhece o direito a secessão 
(versão moderada). 
Observação2. E a CIJ tem adotado este entendimento moderado em diversos 
precedentes. Inclusive nos precedentes da CJI há sempre um conflito entre a 
autodeterminação dos povos versus a integridade territorial dos Estados, v.g. povos como 
Kosovo reivindicando independência em relação à Sérvia, alguns povos da Espanha, conflitos 
separatistas na Geórgia, ou seja, existem vários povos que buscam a sua independência e 
querem a sua autodeterminação. Então a CIJ em diversos casos teve que decidir ponderando 
estes princípios. Ao mesmo que tempo que estes povos possuem o direito a secessão, a CIJ 
tem que observar o princípio da integridade territorial, segundo o qual o Estado tem o direito 
de manutenção sobre o seu território. 
Em resumo: atualmente o princípio da autodeterminação dos povos não contempla o 
direito a secessão. 
 D) Aos grupos nacionais beligerantes que se rebelarem contra o governo 
constituído com vistas à criação de um novo Estado não será reconhecida a personalidade 
jurídica internacional. 
Comentário: a assertiva “B” está correta. A questão fala sobre nacionais beligerantes, 
é necessário então algumas observações sobre os sujeitos de DIP. 
Observação1. O Estado é um sujeito de direito internacional por excelência, é formado 
por povo, soberania e capacidade para estabelecer relações com outros estados, é a principal 
estrela da constelação do direito internacional. 
Observação2. As Organizações Internacionais são entidades formadas por meio de 
tratados, reunião de vários Estados com estrutura institucional estabelecida e com fins 
previstos em seus tratados constitutivos. Há algum tempo as organizações internacionais não 
tinham a sua personalidade jurídica reconhecida, porém hoje não há dúvida que têm 
personalidade jurídica de direito internacional. 
Observação3. Outras coletividades: beligerantes, insurgentes e nações em luta pela 
soberania. Quem são estas figuras? 
Os beligerantes são movimentos que buscam independência nacional, buscam uma 
modificação do regime constitucional, uma ruptura institucional. São movimentos 
organizados que podem chegar a um grau de organização tão grande a ponto de serem 
reconhecidos como entidade internacional e, neste caso, terão personalidade jurídica de 
direito internacional. Exemplo: os confederados da guerra de secessão dos EUA. 
Os insurgentes são a mesma coisa, apenas com um grau menor de importância, com 
grau menor de organização. Geralmente se restringem a movimentos militares e locais. 
Exemplo: Revolta da Armada no Brasil. 
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Nações em luta pela soberania são as nações que buscam o reconhecimento, que 
buscam um Estado para si. Exemplo: autoridade Palestina. 
Observação4. A personalidade jurídica de Indivíduos no DIP ainda é controversa. A 
tendência é começar a considerar os indivíduos também como sujeitos de DIP, sob os 
seguintes argumentos: a) os indivíduos são destinatários de normas específicas, destinatários 
diretos de normas de direito internacional; b) os indivíduos podem responder na ordem 
internacional por seus crimes, como o que acontece no Tribunal Penal Internacional. 
 E) Conforme entendimento do STF, admite-se a perda da nacionalidade de 
brasileiro cuja naturalização seja cancelada por sentença judicial condenatória pela prática de 
atividade nociva ao interesse nacional. 
Comentário: o examinador colocou “conforme o entendimento do STF”, mas na 
verdade a assertiva é uma transcrição do art. 12, CRFB: 
CRFB. Art. 12. § 4º - Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que: 
I - tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em virtude de atividade nociva 
ao interesse nacional; 
Observação. O art. 12, CRFB sempre cai em prova, outra coisa quesempre cai é a 
LINDB. Recomenda-se a leitura destes dispositivos antes da prova. Nacionalidade e condição 
jurídica do estrangeiro (especialmente para magistratura) são os pontos de maior incidência. 
 
1.3 Questão de n. 95 
 TRF1 – 2013 – 95 - No que se refere à condição jurídica do estrangeiro, assinale 
a opção correta de acordo com o direito brasileiro. 
 A) Conforme entendimento do STF, não se admite a expulsão de estrangeiro 
que possua filho brasileiro, ainda que esse filho nunca tenha vivido sob sua guarda. 
Comentário: a assertiva “A” está errada pelo trecho final “ainda que esse filho nunca 
tenha vivido sob sua guarda”, é disposição literal do Estatuto de Estrangeiro (Lei n. 6.815/80): 
Art. 75. Não se procederá à expulsão: 
II - quando o estrangeiro tiver: 
b) filho brasileiro que, comprovadamente, esteja sob sua guarda e dele dependa 
economicamente. 
STF, HC 100793: 
EXPULSÃO – CÔNJUGE BRASILEIRO. O óbice à expulsão, previsto na alínea “a” do inciso II 
do artigo 75 da Lei nº 6.815/80, pressupõe esteja o estrangeiro casado há mais de cinco 
anos e, em se tratando de união estável, não haver impedimento para a transformação 
em casamento. EXPULSÃO – FILHO BRASILEIRO – REQUISITO LEGAL. Conforme versado na 
alínea “b” do inciso II do artigo 75 da Lei nº 6.815/80, a existência de filho brasileiro 
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somente obstaculiza a expulsão quando, comprovadamente, esteja sob a guarda e 
dependência do estrangeiro. PORTUGUÊS COM RESIDÊNCIA PERMANENTE NO BRASIL – 
DIREITOS INERENTES AO BRASILEIRO – ALCANCE DO ARTIGO 12, § 1º, DA CONSTITUIÇÃO 
FEDERAL. A eficácia do disposto no referido preceito depende de requerimento do súdito 
português e da aquiescência do Estado brasileiro, não operando efeitos automáticos. 
Precedentes: Extradição nº 890, relatada pelo Ministro Celso de Mello, no Plenário, em 5 
de agosto de 2004, com acórdão publicado no Diário da Justiça de 28 de outubro de 2004. 
(HC 100793, Relator(a): Min. MARCO AURÉLIO, Tribunal Pleno, julgado em 02/12/2010, 
DJe-020 DIVULG 31-01-2011 PUBLIC 01-02-2011 EMENT VOL-02454-03 PP-00542 RT v. 
100, n. 907, 2011, p. 398-403) 
Observação. Expulsão e deportação são coisas diferentes. A deportação tem como fato 
gerador a irregularidade na entrada ou na estada do estrangeiro no Brasil. Já a expulsão tem 
como fato gerador algum ato nocivo, algum ato atentatório a soberania à ordem pública 
brasileira. 
 B) Não se admite a concessão de visto a estrangeiro condenado em outro país 
pela prática de crime doloso, sendo a concessão admitida, entretanto, se o estrangeiro estiver 
sendo processado no momento da requisição. 
Comentário: pode-se pensar em observar o princípio da presunção da inocência, 
porém é preciso lembrar que o visto é um ato discricionário e de soberania, veja a disposição 
do Estatuto do Estrangeiro (Lei n. 6.815/80): 
Art. 7º Não se concederá visto ao estrangeiro: 
(...) 
IV - condenado ou processado em outro país por crime doloso, passível de extradição 
segundo a lei brasileira; 
Ou seja, a simples processamento do indivíduo é país estrangeiro já é motivo para 
negar visto a ele. 
 C) Conforme entendimento do STF, o ato de entrega de extraditando, de 
competência do presidente da República, pode ser analisado pelo Poder Judiciário. 
Comentário: a assertiva “C” está errada. Provavelmente esta assertiva se baseou na 
Questão de Ordem n. 1085, o famoso caso de Cesare Battisti. 
Questão de Ordem na Extradição nº 1.085: “A decisão de deferimento da extradição não 
vincula o Presidente da República, nos termos dos votos proferidos pelos Senhores 
Ministros Cármen Lúcia, Joaquim Barbosa, Carlos Britto, Marco Aurélio e Eros Grau”. 
O entendimento do Supremo a respeito da competência da extraditar é o seguinte: 
Observação1. Há uma participação tanto do Poder Executivo quanto do Judiciário. O 
Poder Judiciário resolve o dilema jurídico e o Executivo o dilema político. Então o Judiciário 
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e na jurisprudência dos Tribunais. 
 
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analisa se é possível extraditar ou não, se há alguma vedação legal ou não. Depois da 
manifestação do Supremo o presidente da república decide se irá ou não extraditar. 
Observação2. A decisão do Judiciário só vincula o presidente da república se disser que 
não é possível extraditar, neste caso o presidente da república não poderá analisar a 
extradição. Noutro giro, se o Judiciário disser que pode extraditar, o presidente da república 
tem um ato discricionário (e de soberania) e decidirá por extraditar ou não. 
 D) Admite-se a extradição de estrangeiros independentemente da celebração 
de tratado internacional com o país solicitante. 
Comentário: correto, não é preciso haver tratado basta uma promessa de 
reciprocidade. Veja o que diz o Estatuto do Estrangeiro (Lei n. 6.815/80): 
Art. 76. A extradição poderá ser concedida quando o governo requerente se fundamentar 
em tratado, ou quando prometer ao Brasil a reciprocidade. 
 E) A concessão de refúgio é medida discricionária, ao passo que a concessão de 
asilo depende do preenchimento de determinados requisitos pelo solicitante. 
Comentário: a assertiva “E” está errada, na verdade está invertida. A concessão de 
refúgio é medida vinculada e a de asilo, segundo doutrina majoritária, é discricionária. 
Observação1. Do Asilo. 
O asilo é a proteção dada por um Estado a um indivíduo cuja vida, liberdade ou 
dignidade estejam ameaçadas pelas autoridades de outro Estado. 
O asilo tem duas características importantes: a) a motivação da perseguição é política; 
b) sua concessão é ato discricionário (isto segundo a doutrina majoritária, porque há vozes 
divergentes). 
Existem dois tipos de asilo, o asilo territorial e o asilo diplomático. Asilo territorial: a 
proteção se dá no próprio território do Estado que concede o asilo. Asilo diplomático: a 
proteção se dá na embaixada diplomática que concede o asilo, exemplo: Zelaya preso em 
Honduras, ficou na embaixada do Brasil em Tegucigalpa, foi o caso em que o Brasil concedeu 
asilo diplomático ao presidente de Honduras. 
O asilo diplomático é sempre preliminar, ele não se exaure em si, é sempre 
considerado uma fase preliminar ao asilo territorial. 
Observação2. Do refúgio. 
Semelhante ao asilo, também é concedido à pessoa que sobre perseguição, em risco a 
sua liberdade, vida e dignidade. Porém, a motivação das perseguições é em razão de raça, 
grupo social, religião e penúria. Enquanto a motivação da perseguição do asilo tem natureza 
política, a do tão o refúgio é diversa, tem natureza humanitária. 
No refúgio, geralmente a perseguição é coletiva. 
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e na jurisprudência dos Tribunais. 
 
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E a doutrina entende que a concessão do refúgio é obrigatória em razão do princípio 
non refoulement – não se deve negar refúgio a quem necessidade – então é um ato vinculado, 
se a pessoa precisa de refúgio e se enquadra na situação o Estado não pode negar. 
Observação3. Alguns autores entendem que também não é possível negar asilo,mas 
esta ainda não é posição majoritária. 
 
1.4 Questão de n. 96 
 TRF1 – 2013 – 96 - Considerando a proteção internacional dos direitos 
humanos, assinale a opção correta. 
 A) O direito de asilo, admitido por diversos ordenamentos jurídicos, como, por 
exemplo, o brasileiro, não é expressamente previsto como um direito humano em normas 
internacionais. 
Comentário: errado, pois o direito a asilo está previsto no art. 4º, X, CRFB e também 
na convenção Americana de Direitos Humanos (Pacto de San Jose de Costa Rica). 
CRFB. Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais 
pelos seguintes princípios: 
X - concessão de asilo político. 
 
Convenção Americana de Direitos Humanos. 
7. Toda pessoa tem o direito de buscar e receber asilo em território estrangeiro, em caso 
de perseguição por delitos políticos ou comuns conexos com delitos políticos, de acordo 
com a legislação de cada Estado e com as Convenções internacionais. 
Então o asilo é direito reconhecido no DIP por tratados de direitos internacionais. 
 B) Conforme previsão expressa no Pacto Internacional dos Direitos 
Econômicos, Sociais e Culturais, as normas dele constantes têm aplicação imediata. 
Comentário: ainda que o candidato não conheça o teor do pacto internacional, pela 
natureza dos direitos já se pressupões que estes direitos não tem aplicação imediata, são 
progressivos, não podem ser todos estabelecidos/efetivados de uma só vez. 
Pacto Internacional sobre Direitos Econômicos, Sociais e Culturais: 
Art. 2º. 1. Cada Estado Parte do presente Pacto compromete-se a adotar medidas, tanto 
por esforço próprio como pela assistência e cooperação internacionais, principalmente nos 
planos econômico e técnico, até o máximo de seus recursos disponíveis, que visem a 
assegurar progressivamente, por todos os meios apropriados, o pleno exercício dos 
direitos reconhecidos no presente Pacto, incluindo, em particular, a adoção de medidas 
legislativas. 
Então os direitos econômicos, sociais e culturais reconhecidos no pacto acima tem 
efetivação progressiva, e isto é previsto no próprio tratado. 
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 C) Dado o princípio da tipicidade, não se admite a estipulação, em normas 
consuetudinárias, da proibição de tortura, prevista em diversos tratados internacionais. 
Comentário: a assertiva está errada, pois admite-se a proibição de tortura em normas 
consuetudinárias. A jurisprudência da CIJ reconheceu que a proibição da tortura é um direito 
consuetudinário. Trata-se do famoso Caso Habré. 
Observação. O caso Habré. Habré foi um ditador no país de Chade na África, Habré se 
escondeu no Senegal e a Bélgica, o que gerou um conflito entre os dois estados, porque a 
Bélgica pediu a extradição do ex-ditador ao Senegal por conta dos crimes que ele havia 
cometido contra a humanidade, Senegal se negou a extraditar. Esta questão chegou à Corte 
Internacional de Justiça e lá foram consagradas duas teses: 
Tese1. A Convenção de 1984 estabelece uma obrigação internacional de processar e 
uma opção do Estado de extraditar (aut dedere aut judicare). Esta tese significa que os Estados 
tem a obrigação ou de processar ou extraditar a pessoa, a lógica deste entendimento é de que 
a pessoa não pode ficar sem punição. Este foi inclusive o entendimento consagrado pela CIJ 
no Caso Habré. 
Tese2. A proibição da tortura é norma consuetudinária, mas esta obrigação só é exigível 
após a entrada em vigor da Convenção. Ou seja, o reconhecimento da proibição da tortura 
não necessita de tratado porque já era reconhecida pelo direito consuetudinário, porém a 
obrigação só é exigível a partir da entrada em vigor da Convenção sobre a tortura. 
 D) O direito dos povos indígenas recebe, nas normas de direito internacional, 
tratamento idêntico ao reservado ao direito de qualquer outra minoria. 
Comentário: está errado porque o direito dos povos indígenas recebe tratamento 
específico dado pela Declaração da ONU sobre os direitos dos povos indígenas. 
 E) Em caso de violação de direitos humanos, admite-se a mitigação da norma 
que apregoa a negação de intervenção em assuntos internos. 
Comentário: correto, pois este é o atual entendimento da ONU. Está se tratando da 
tese “Responsibility to protect” – responsabilidade de proteger. O que é isto? 
Observação1. Histórico. Esta teoria surgiu a partir de graves violações aos direitos 
humanos que ocorreram no Kosovo e a comunidade internacional começou a discutir se 
aquele Estado que não garante a proteção de direitos humanos de sua população tem a 
obrigações de admitir a intervenção de outros Estados ou se é possível admitir a intervenção 
de outros Estados em assuntos internos para proteção de direitos humanos. Isto foi discutido 
na ONU até que o então secretário geral Kofi Annan adotou o entendimento de que é possível 
a intervenção humanitária para proteção de direito humano em caso de grave violação. 
Observação2. Os requisitos para esta intervenção são rigorosos. Primeiro, esta violação 
deve ser realmente muito grave, não é qualquer violação que autoriza a intervenção 
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humanitária. Segundo, a intervenção humanitária deve ser a ultima ratio, a última medida a 
disposição para resolver aquele problema. 
Em resumo: a intervenção humanitária é admitida hoje em caso de grave violação de 
direito humano e por isto a assertiva “E” está correta. 
 
1.5 Questão de n. 97 
 TRF1 – 2013 – 97 - Conforme expressamente estabelecido no Estatuto de 
Roma, o Tribunal Penal Internacional (TPI) pode aplicar (ANULADA) 
 A) os princípios gerais de direito interno das organizações internacionais. 
 B) os contratos de Estado. 
 C) o regulamento processual do TPI. 
 D) a equidade. 
 E) a doutrina. 
Comentário: esta questão foi anulada, o gabarito preliminar era a assertiva “C” 
regulamento processual do TPI. Veja o que diz o Estatuto do TPI: 
1. O Tribunal aplicará: 
a) Em primeiro lugar, o presente Estatuto, os Elementos Constitutivos do Crime e o 
Regulamento Processual; 
b) Em segundo lugar, se for o caso, os tratados e os princípios e normas de direito 
internacional aplicáveis, incluindo os princípios estabelecidos no direito internacional dos 
conflitos armados; 
c) Na falta destes, os princípios gerais do direito1 que o Tribunal retire do direito interno 
dos diferentes sistemas jurídicos existentes, incluindo, se for o caso, o direito interno dos 
Estados que exerceriam normalmente a sua jurisdição relativamente ao crime, sempre que 
esses princípios não sejam incompatíveis com o presente Estatuto, com o direito 
internacional, nem com as normas e padrões internacionalmente reconhecidos. 
2. O Tribunal poderá aplicar princípios e normas de direito tal como já tenham sido por si 
interpretados em decisões anteriores. [Ou seja, está tratando da jurisprudência] 
Esta questão foi anulada porque segundo a Banca quando a assertiva utilizou a 
expressão “pode aplicar” retirou a objetividade da assertiva, a Banca queria a disposição literal 
do Estado do Roma. Saliente-se que apesar de não estar previsto expressamente o TPI pode 
aplicar o seu regulamento.1 Foi traduzido como princípios gerais do direito, porém quer dizer princípios gerais de direito, tanto é que o dispositivo 
prossegue com “que o Tribunal retire do direito interno dos diferentes sistemas jurídicos existentes”. 
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1.6 Questão de n. 98 
 TRF1 – 2013 – 98 - Considere que o Estado A tenha adentrado o espaço aéreo 
do Estado B sem a sua autorização e que, após tratativas diplomáticas, ele tenha reconhecido 
que cometera uma violação ao direito do Estado B, tendo apresentado pedido formal de 
desculpa pelo ocorrido. Nessa situação, de acordo com os artigos da Comissão de Direito 
Internacional da ONU sobre Responsabilidade Internacional dos Estados, o reconhecimento 
da violação e o pedido de desculpas realizado pelo Estado A caracterizam a forma de 
reparação denominada: 
 A) danos morais. 
 B) garantia de não repetição. 
 C) restituição. 
 D) compensação. 
 E) satisfação. 
Observação1. Draft Articles on Responsability of States for Internacionally Wrongful 
Acts. O tema sobre a responsabilidade internacional sempre foi objeto de normas 
costumeiras, não existe um tratado internacional que regule a responsabilidade internacional 
por atos ilícitos. Em 2001 a CDI da ONU numa tentativa de codificar a responsabilidade 
internacional elaborou estes esboços de artigos, o nome está em inglês porque foi assim 
citado tanto na prova do TRF1 quanto na prova do MPF. 
Observação2. Estes artigos citam as seguintes formas de reparação: restituição 
(restaurar o status quo ante), indenização (pagamento de quantia pelo ato ilícito) e satisfação 
(é modalidade de reparação que pode assumir diversas formas como reconhecimento do ato 
e pedido de desculpas, dentre outros). 
Comentário: o gabarito da questão é a assertiva é a letra “E” satisfação, pois o Estado 
reconheceu o seu ato como ilícito e encaminhou pedido de desculpas. 
 
1.7 Questão de n. 99 
 TRF1 – 2013 - 99 - Segundo a Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro, 
aos bens móveis que o proprietário trouxer ao país ou àqueles que se destinarem a transporte 
para outros lugares aplicar-se-á a lei 
 A) Do país que tiver regido a última transmissão de propriedade. 
 B) de nacionalidade do possuidor de boa-fé. 
 C) mais favorável ao adquirente. 
 D) do país em que estiverem situados. 
 E) de domicílio do proprietário. 
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e na jurisprudência dos Tribunais. 
 
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Comentário: o conhecimento aqui exigido é saber qual elemento de conexão será 
aplicado para o objeto de conexão “bens móveis”. A resposta está na literalidade da LINDB, 
veja: 
LINDB: Art. 8º. § 1o Aplicar-se-á a lei do país em que for domiciliado o proprietário, quanto 
aos bens moveis que ele trouxer ou se destinarem a transporte para outros lugares. 
Então o elemento de conexão neste caso é o domicílio. 
As normas de direito internacional privado não resolvem os litígios em si, apenas dizem 
quais as normas aplicáveis à resolução do caso, pois isto as normas de DIPRI são chamadas de 
normas indiretas. 
A norma de DIPRI é formada por duas partes: objeto de conexão e elemento de 
conexão. Objeto de conexão: é a matéria que aquela norma de DIPRI está tratando. Elemento 
de conexão: é critério que a norma utiliza para dizer qual direito será utilizado para resolver 
aquela questão. Exemplo: o objeto de conexão da assertiva acima são os bens que o 
proprietário trouxer consigo (matéria de que trata a norma indireta), e o elemento de conexão 
é o domicílio (que é o critério para escolha a norma). 
Na LINDB o domicílio é o elemento de conexão mais utilizado para resolver os casos: 
a) Começo e fim da personalidade, o nome, a capacidade e os direitos de família 
(art. 7º); 
b) Regime de bens do casamento (art.7º, § 4º), se o domicílio dos cônjuges for o 
mesmo; 
c) Invalidade do matrimônio (art. 7º, § 3º), se o domicílio dos cônjuges for o 
mesmo; 
d) Sucessão por morte ou por ausência (art. 10); 
e) Capacidade para suceder (art. 10, § 2º); 
f) Bens móveis que o proprietário trouxer consigo (art. 8º, § 1º); 
g) Penhor (art. 8º, § 2º); 
Conclusão: diante do exposto, o gabarito da questão é a letra “E” domicílio do 
proprietário. 
 
1.8 Questão de n. 100 
 TRF1 – 2013 - 100 - Assinale a opção correta no que se refere à Convenção de 
Nova Iorque sobre a prestação de alimentos no estrangeiro. 
 A) A convenção estabelece a competência obrigatória da Corte Interamericana 
de Direitos Humanos para resolver controvérsias sobre sua interpretação e aplicação. 
Comentário: a Convenção de Nova Iorque sobre a prestação de alimentos é uma 
convenção onusiana, ou seja, celebrada no âmbito da ONU, enquanto que a assertiva cita a 
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e na jurisprudência dos Tribunais. 
 
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Corte Interamericana de Direito Humanos, pertencente à organização dos estados 
americanos. 
Ademais a própria Convenção de Nova Iorque determinar que as controvérsias 
surgidas da interpretação da mesma convenção serão solvidas pela CIJ, que é o órgão 
jurisdicional da ONU: 
Art. 16. Se surgir entre quaisquer das Partes Contratantes uma controvérsia relativa a 
interpretação ou à aplicação da presente Convenção, e se esta controvérsia não tiver sido 
resolvida por outros meios, será submetida à Côrte Internacional da Justiça, seja por 
notificação de um acôrdo especial, seja a pedido de uma das partes na controvérsia. 
 B) A invocação de suas disposições por um Estado-parte contra outro Estado-
parte somente será possível se o estado invocativo estiver obrigado pela convenção. 
Comentário: está correto, pois é literalidade da convenção: 
Art. 18. Uma Parte Contratante poderá invocar as disposições da presente Convenção 
contra outras Partes Contratantes somente na medida em que ela mesma estiver obrigada 
pela Convenção. 
 C) A formulação de reservas é vedada pela convenção. 
Comentário: está errado, porque o art. 17 da convenção prevê a possibilidade de 
reserva. 
Art. 17. 1. Se, no momento da assinatura, da ratificação ou da adesão, um Estado fizer 
uma reserva a um dos artigos da presente Convenção, o Secretário Geral comunicará o 
texto da reserva às demais Partes Contratantes e aos outros Estados referidos no art. XIII; 
(...) 
 D) A convenção veda a adesão. 
Comentário: está errado, a convenção admite a adesão: 
Art. 13. (...) 3. Qualquer um dos Estados mencionados no parágrafo 1 do presente artigo 
[são os estados membros da ONU] poderá, a qualquer momento, aderir à presente 
Convenção. Os instrumentos de adesão serão depositados em poder do Secretário Geral. 
 E) A convenção não se aplica aos pedidos de modificação das decisões 
judiciárias sobre prestação de alimentos. 
Comentário: está errado, a própria convenção dispôs no art. 8º que: 
Art. 8º. As disposições da presente Convenção serão igualmente aplicáveis aos pedidos de 
modificação das decisões judiciárias sôbre prestação de alimentos. 
 
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2. Prova TRF 5ª Região de 2012 
 TRF5 – 2012 – 96 - A respeito da incorporação do direito internacional ao direito 
brasileiro, assinale a opção correta. 
Observação. O processo de incorporação dos tratados. 
Não confundir o processo de elaboração do tratado (processo externo) com o processo 
de incorporação do tratado (processo interno). 
O processo de elaboração é aquele conhecido que começa com as negociações 
preliminares, depois há a assinatura do tratado, a ratificação, a entrada do tratado em vigor 
no âmbito internacional e por último o registro de publicidade. 
Depois da assinatura (2ª fase externa) é que começam as fases de incorporação do 
tratado (processo interno). O processo de incorporação brasileiro dos tratados também possui 
cinco fases. Vale lembrar que o processo brasileiro é diferente dos dois processos adotados 
internacionalmente: o modelo tradicional de incorporação e o modelo automático. 
O modelo tradicional é aquele em que é necessário um ato final do presidente (chefe 
de estado), para que o tratado seja internalizado pela ordem jurídica do Estado. A 
incorporação automática dispensa este último ato do chefe de estado. 
Vejamos o modelo brasileiro de incorporação: 
Etapa1. Após a assinatura do tratado (2ª fase do âmbito externo) o Ministro das 
Relações exteriores encaminha uma Exposição de Motivos ao presidente da república. 
Etapa2. Recebida a exposição de motivos o presidente da república se quiser (é ato 
discricionário, é ato de soberania) encaminha uma Mensagem ao congresso nacional - 
Mensagem do Presidente da República. 
Etapa3. Encaminha da mensagem ao Congresso o mesmo delibera se aprova ou não o 
tratado, o procedimento se inicia na Câmara dos Deputados e depois passa ao Senado Federal. 
Se ambas as casas aprovarem o tratado internacional edita-se um Decreto Legislativo. 
Etapa4. Após o decreto legislativo a matéria retorna para o presidente da república, se 
o chefe de estado quiser, ratificará o tratado – Ratificação. 
Etapa5. Ratificado o tratado o presidente da república edita um Decreto Presidencial 
para dar executoriedade e publicidade ao ato. 
 A) A casa iniciadora, no que diz respeito a projetos de decreto legislativo de 
aprovação de tratados, é o Senado Federal. 
Comentário: errado, a casa iniciadora é a Câmara dos Deputados. 
 B) A ratificação de tratado pelo presidente da República é ato discricionário. 
Comentário: correto, a ratificação é ato de soberania, é discricionário. 
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 C) Diferentemente dos tratados-lei, tratados-contrato não necessitam de 
aprovação do Congresso Nacional para passar a integrar o ordenamento jurídico nacional. 
Comentário: errado, não há esta distinção e de acordo com o STF todos os tratados se 
submetem ao modelo de incorporação brasileiro, todos eles passam pelas cinco etapas para 
serem considerados como incorporados. 
 D) Tratados de direitos humanos ratificados antes ou depois da CF incorporam-
se ao direito pátrio com força de emenda constitucional. 
Comentário: é preciso lembrar que desde a década de 1970 o STF entende que todos 
os tratados internacionais (comuns ou de direitos humanos) possuem status de lei ordinária, 
portanto aos tratados de direitos internacionais seriam aplicáveis as regras de conflitos de lei 
no tempo, lei posterior revoga lei anterior, lei especial derroga lei geral. Recentemente com o 
famoso do depositário infiel no RE 466.343 o STF consagrou entendimento diverso em relação 
aos tratados internacionais de direitos humanos. 
O entendimento atual do STF é: i) tratados comuns possuem status de lei ordinária (há 
o que ser discutido em relação a previsão do CTN que dá uma especificidade aos tratados em 
matéria tributária, mas em princípio o entendimento do Supremo é o de que tratados 
internacionais comuns tem status de lei ordinária. ii) Para o STF os tratados de direitos 
humanos deve observar um duplo estatuto, um anterior à EC n. 45/2004 e um posterior. A EC 
45 inseriu o § 3º no art. 5º, CRFB, dizendo que aqueles tratados aprovados segundo 
procedimento próprio das emendas constitucionais terão status equivalentes as emendas 
constitucionais. 
CRFB. Art. 5º. § 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que 
forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos 
dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais. 
O Supremo entendeu que até a EC 45 todos tratados internacionais de direitos 
humanos internalizados possuem status supralegais, ou seja, abaixo da Constituição e 
superior a lei. Depois da EC 45 os tratados internalizados que versem sobre direitos humanos 
podem ser inseridos em duas situações: terão status supralegal (se aprovados pelo 
procedimento de lei ordinária) ou terão status de emenda constitucional (caso aprovados pelo 
procedimento equivalente ao de emenda constitucional do art. 5º, § 3º, CRFB). É por isto que 
a assertiva “D” está errada. 
 E) É proibido ao Congresso Nacional aprovar os tratados com ressalvas. 
Comentário: errado, pois o CN pode aprovar com ressalvas. 
 
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2.1 Questão de n. 97 
 TRF5 – 2012 – 97 – Acerca da imunidade de jurisdição estatal, assinale a opção 
correta. 
Observação1. Da imunidade de estatal. Há diferença entre imunidade de jurisdição de 
imunidade de execução. A primeira é o impedimento de um Estado ser julgado por outro 
Estado, e imunidade de execução é o impedimento de um Estado ter os seus bens conscritos 
por outro Estado. 
Observação2. Fundamento. Sobre a imunidade estatal (a de jurisdição) a 
fundamentação na visão clássica é a de que entre iguais não há juízo - par in parem no habet 
iudicium. Ou seja, na visão tradicional um Estado jamais poderia processar outro. 
No entanto a visão moderna foi consagrada pelo STF na Apelação Civil 9696 é que deve 
distinguir atos de impérios de atos de gestão. Atos de império aqueles que o Estado pratica 
como tal e atos de gestão são aqueles praticados pelo Estado que se equiparam a atos de 
particulares (STF, ACi 9696). Em relação aos atos de império há imunidade de gestão, em 
relação aos atos de império não há imunidade de jurisdição. Já a imunidade de execução se 
aplica tanto a atos de império quanto sobre atos de gestão. 
Observação3. Renúncia. Um Estado pode renunciar tanto a sua imunidade de 
execução, quanto a sua imunidade de jurisdição. Sendo que a renúncia da imunidade de 
jurisdição não implica na renúncia à imunidade de execução. Ademais, é possível acionar o 
judiciário contra um Estado ainda que se trate de um ato de império, isto porque este Estado 
pode renunciar á sua imunidade, foi o que decidiu o STJ no Ag 1.118.724/RS. A primeira 
providência não é citar o Estado e sim, notifica-lo para saber se ele irá renunciar a sua 
imunidade ou não. Segundo o STJ ajuizada uma ação contra um Estado versando sobre atos 
de império, o juiz não deve de imediato extinguir o processo, primeiro deve indagar ao Estadose ele renuncia a sua imunidade de jurisdição. 
Observação4. A competência para julgar estados estrangeiros e organizações 
internacionais está nos seguintes dispositivos constitucionais: arts. 102, I, e; 105, II, c; 109, II, 
Constituição. 
Caso1. Município ou pessoa domiciliada no Brasil versus organização internacional ou 
estado estrangeiro, a competência será da Justiça Federal de 1º grau. Neste caso, da sentença 
cabe um Recurso Ordinário direto no STJ. 
Caso2. Estado membro, DF ou União versus Estado estrangeiro ou organização 
internacional, a competência será do STF. 
 A) No Brasil, a imunidade de jurisdição, assim como a imunidade de execução, 
é absoluta para todas as matérias. 
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Comentário: errado, a imunidade de jurisdição não é absoluta para todas as matérias, 
pois a imunidade não alcança atos de gestão, alcança apenas atos de império. 
 B) O STF tem competência para julgar, em única e última instância, casos que 
envolvam a aplicação desse tipo de imunidade. 
Comentário: errado, em alguns casos a competência será da Justiça Federal de 1º grau. 
 C) A Convenção das Nações Unidas sobre Imunidades Jurisdicionais dos Estados 
e de sua Propriedade não está em vigor, pois ainda não foi ratificada por, no mínimo, trinta 
Estados. 
Comentário: isto é verdade, esta convenção ainda não conta com a ratificação mínima 
para entrar em vigor no âmbito internacional. 
 D) A aplicação do princípio par in parem no habet judicium, hoje aplicado a 
Estados, iniciou-se na prática das organizações internacionais. 
Comentário: errado, é justamente o contrário, o costume da imunidade iniciou-se 
entre os estados, vindo a ser positivado mais tarde em tratados, no caso das organizações 
internacionais a imunidade é sempre prevista em seus tratados constitutivos. 
 E) A Corte Internacional de Justiça entende que esse tipo de imunidade não é 
aplicável em casos de violações a direitos humanos, como, por exemplo, aqueles que 
envolvam trabalhos forçados. 
Comentário: futuramente este será o entendimento, mas ainda não o é. A tendência 
é que futuramente não seja mais aplicada a imunidade de jurisdição e a de execução quando 
houver violação de direitos humanos. 
 
2.2 Questão de n. 98 
 TRF5 – 2012 – 98 – À luz da Convenção de Aviação Civil Internacional, assinale 
a opção correta no que se diz respeito à navegação aérea. 
 A) Para efeito de delimitação do espaço aéreo, considera-se território do 
Estado sua zona contígua. 
Comentário: está errado porque a zona contígua não é considerada território, veja o 
que dispõe o art. 2º da citada convenção de aviação: 
Art. 2º. Para os fins da presente Convenção, considera-se como território de um Estado, a 
extensão terrestre e as águas territoriais adjacentes, sob a soberania, jurisdição, proteção 
ou mandato do citado Estado. 
 B) A convenção em apreço aplica-se a aeronaves civis e, excepcionalmente, a 
aeronaves de propriedade do governo usadas para fins alfandegários. 
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e na jurisprudência dos Tribunais. 
 
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Comentário: a convenção não se aplica as aeronaves de governos. 
Art. 3º. a) Esta Convenção será aplicável unicamente a aeronaves civis, e não a aeronaves 
de propriedades do Govêrno. 
 C) No caso de a aeronave de um Estado sofrer acidente em território de outro 
Estado, ocasionando a morte de passageiros, ao Estado de registro será oferecido designar 
observadores para assistirem às investigações. 
Comentário: está correto, é a literalidade do art. 26 da convenção em comento. 
Art. 26. No caso em que uma aeronave de um Estado contratante, acarretando morte ou 
ferimentos graves, ou indicando sérios defeitos técnicos na aeronave ou nas facilidades de 
navegação aérea, os Estados onde tiver ocorrido o acidente procederá a um inquérito 
sobre as circunstâncias que provocaram o acidente, de conformidade, dentro do 
permissível por suas próprias leis com o procedimento que possa ser recomendado nas 
circunstâncias pela Organização Internacional de Aviação Civil. Será oferecida ao Estado 
de registro da aeronave a oportunidade de designar observadores para assistirem as 
investigações, e o Estado onde se esteja processando o inquérito transmitirá ao outro 
Estado as informações e conclusões apuradas. 
 D) Admite-se o registro duplo para aeronaves comerciais que façam rotas 
internacionais periódicas entre dois Estados. 
Comentário: errado, não se admite registro duplo, veja a disposição do art. 18 da 
convenção de aviação. 
Art. 18. Nenhuma aeronave poderá registrar-se legalmente em mais de um Estado para 
outro. 
 E) As aeronaves terão a mesma nacionalidade da pessoa física ou jurídica que 
as tiver registrado. 
Comentário: está errado, porque o critério é diferente, a aeronave terá a 
nacionalidade na qual forem registradas. 
Art. 17. As aeronaves terão a nacionalidade do Estado em que estejam registradas. 
 
2.3 Questão de n. 99 
 TRF5 – 2012 – 99 – Conforme previsão no direito brasileiro, será passível de 
deportação o estrangeiro que 
Observação. Art. 57 do Estatuto do Estrangeiro (Lei n. 6.815/80). 
Art. 57. Nos casos de entrada ou estada irregular de estrangeiro, se este não se retirar 
voluntariamente do território nacional no prazo fixado em Regulamento, será promovida 
sua deportação. 
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e na jurisprudência dos Tribunais. 
 
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§ 1º Será igualmente deportado o estrangeiro que infringir o disposto nos artigos 21, § 2º, 
24, 37, § 2º, 98 a 101, §§ 1º ou 2º do artigo 104 ou artigo 105. 
Recomenda-se a leitura dos dispositivos citados, porém o critério básico para a 
deportação é a entrada/estada irregular de estrangeiro no território nacional. 
 A) atentar contra a ordem política ou social. 
 B) entrar irregularmente no país e não se retirar voluntariamente do território 
nacional. 
 C) entregar-se à vadiagem. 
 D) atentar contra a economia popular. 
 E) entregar-se à mendicância. 
Comentário: o gabarito é a letra B, todas as outras assertivas são hipóteses que são 
ensejo a uma expulsão. 
 
2.4 Questão de n. 100 
 TRF5 – 2012 – 100 – Com relação aos crimes de competência do TPI, assinale a 
opção correta. 
Observação. Dos crimes de competência do TPI previstos no Estatuto de Roma. 
Art. 5º. 1. (...) Nos termos do presente Estatuto, o Tribunal terá competência para julgar 
os seguintes crimes: 
a) O crime de genocídio; 
b) Crimes contra a humanidade; 
c) Crimes de guerra; 
d) O crime de agressão. 
O Estatuto de Roma do TPI delimita e conceitua cada um destes crimes, exceto o crime 
de agressão que ficou a encargo da doutrina. 
 A) A transferência, à força, de crianças de um grupo religioso para outro é 
classificada como crime contra a humanidade. 
Comentário: está errado, porque este é o conceito de genocídio, veja o art. 6º do 
Estatuto de Roma. 
Art. 6º. Para os efeitos do presente Estatuto, entende-se por "genocídio", qualquer um dos 
atos que a seguir se enumeram, praticado com intençãode destruir, no todo ou em parte, 
um grupo nacional, étnico, racial ou religioso, enquanto tal: (...) 
e) Transferência, à força, de crianças do grupo para outro grupo. 
 B) O TPI pode exercer jurisdição sobre o Estado como um todo apenas em caso 
de crime de agressão. 
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e na jurisprudência dos Tribunais. 
 
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Comentário: está errado, porque o TPI não exerce sua jurisdição sobre estados, a 
exerce sobre pessoas físicas, veja o art. 25. 
Art. 25. 1. De acordo com o presente Estatuto, o Tribunal será competente para julgar as 
pessoas físicas. 
 C) O crime de apartheid é praticado no contexto de um regime 
institucionalizado de opressão e domínio sistemático de um grupo racial sobre um ou mais 
grupos nacionais e com a intenção de manter esse regime. 
Comentário: a assertiva está correta é transcrição do art. 7º, § 2º, alínea “h” do 
Estatuto de Roma. 
Art. 7º. (..) 2. (...) h) Por "crime de apartheid" entende-se qualquer ato desumano análogo 
aos referidos no parágrafo 1°, praticado no contexto de um regime institucionalizado de 
opressão e domínio sistemático de um grupo racial sobre um ou outros grupos nacionais 
e com a intenção de manter esse regime; 
 D) O TPI não tem jurisdição em relação aos crimes de guerra cometidos em 
conflitos armados não internacionais se não existir declaração formal de guerra. 
Comentário: a assertiva está errada, vide art. 8º, alíneas “c”, “d”, “e” e “f” do Estatuto 
que indica que a jurisdição do TPI se aplica a conflitos armados não internacionais e não há 
exigência de declaração formal de guerra. 
Artigo 8o. Crimes de Guerra. 
1. O Tribunal terá competência para julgar os crimes de guerra, em particular quando 
cometidos como parte integrante de um plano ou de uma política ou como parte de uma 
prática em larga escala desse tipo de crimes. 
2. Para os efeitos do presente Estatuto, entende-se por "crimes de guerra": 
c) Em caso de conflito armado que não seja de índole internacional, as violações graves 
do artigo 3o comum às quatro Convenções de Genebra, de 12 de Agosto de 1949, a saber, 
qualquer um dos atos que a seguir se indicam, cometidos contra pessoas que não 
participem diretamente nas hostilidades, incluindo os membros das forças armadas que 
tenham deposto armas e os que tenham ficado impedidos de continuar a combater devido 
a doença, lesões, prisão ou qualquer outro motivo: 
 i) Atos de violência contra a vida e contra a pessoa, em particular o homicídio sob todas 
as suas formas, as mutilações, os tratamentos cruéis e a tortura; 
 ii) Ultrajes à dignidade da pessoa, em particular por meio de tratamentos humilhantes e 
degradantes; 
iii) A tomada de reféns; 
iv) As condenações proferidas e as execuções efetuadas sem julgamento prévio por um 
tribunal regularmente constituído e que ofereça todas as garantias judiciais geralmente 
reconhecidas como indispensáveis. 
d) A alínea c) do parágrafo 2o do presente artigo aplica-se aos conflitos armados que não 
tenham caráter internacional e, por conseguinte, não se aplica a situações de distúrbio e 
Direito Internacional 
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de tensão internas, tais como motins, atos de violência esporádicos ou isolados ou outros 
de caráter semelhante; 
e) As outras violações graves das leis e costumes aplicáveis aos conflitos armados que não 
têm caráter internacional, no quadro do direito internacional, a saber qualquer um dos 
seguintes atos: 
i) Dirigir intencionalmente ataques à população civil em geral ou civis que não participem 
diretamente nas hostilidades; 
ii) Dirigir intencionalmente ataques a edifícios, material, unidades e veículos sanitários, 
bem como ao pessoal que esteja usando os emblemas distintivos das Convenções de 
Genebra, em conformidade com o direito internacional; 
(...) 
f) A alínea e) do parágrafo 2o do presente artigo aplicar-se-á aos conflitos armados que 
não tenham caráter internacional e, por conseguinte, não se aplicará a situações de 
distúrbio e de tensão internas, tais como motins, atos de violência esporádicos ou isolados 
ou outros de caráter semelhante; aplicar-se-á, ainda, a conflitos armados que tenham 
lugar no território de um Estado, quando exista um conflito armado prolongado entre as 
autoridades governamentais e grupos armados organizados ou entre estes grupos. 
 E) As normas costumeiras sobre crimes de guerra somente podem ser base 
para o julgamento do TPI se estiverem codificadas em tratados. 
Comentário: não há esta obrigatoriedade, vide art. 8º, “b” e “e”. 
Artigo 8o. Crimes de Guerra 
1. O Tribunal terá competência para julgar os crimes de guerra, em particular quando 
cometidos como parte integrante de um plano ou de uma política ou como parte de uma 
prática em larga escala desse tipo de crimes. 
2. Para os efeitos do presente Estatuto, entende-se por "crimes de guerra": 
b) Outras violações graves das leis e costumes aplicáveis em conflitos armados 
internacionais no âmbito do direito internacional, a saber, qualquer um dos seguintes 
atos: 
i) Dirigir intencionalmente ataques à população civil em geral ou civis que não participem 
diretamente nas hostilidades; 
ii) Dirigir intencionalmente ataques a bens civis, ou seja bens que não sejam objetivos 
militares; 
iii) Dirigir intencionalmente ataques ao pessoal, instalações, material, unidades ou 
veículos que participem numa missão de manutenção da paz ou de assistência 
humanitária, de acordo com a Carta das Nações Unidas, sempre que estes tenham direito 
à proteção conferida aos civis ou aos bens civis pelo direito internacional aplicável aos 
conflitos armados; 
iv) Lançar intencionalmente um ataque, sabendo que o mesmo causará perdas acidentais 
de vidas humanas ou ferimentos na população civil, danos em bens de caráter civil ou 
prejuízos extensos, duradouros e graves no meio ambiente que se revelem claramente 
excessivos em relação à vantagem militar global concreta e direta que se previa; 
Direito Internacional 
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e na jurisprudência dos Tribunais. 
 
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(...) 
e) As outras violações graves das leis e costumes aplicáveis aos conflitos armados que não 
têm caráter internacional, no quadro do direito internacional, a saber qualquer um dos 
seguintes atos: 
i) Dirigir intencionalmente ataques à população civil em geral ou civis que não participem 
diretamente nas hostilidades; 
ii) Dirigir intencionalmente ataques a edifícios, material, unidades e veículos sanitários, 
bem como ao pessoal que esteja usando os emblemas distintivos das Convenções de 
Genebra, em conformidade com o direito internacional; 
iii) Dirigir intencionalmente ataques ao pessoal, instalações, material, unidades ou 
veículos que participem numa missão de manutenção da paz ou de assistência 
humanitária, de acordo com a Carta das Nações Unidas, sempre que estes tenham direito 
à proteção conferida pelo direito internacional dos conflitos armados aos civis e aos bens 
civis; 
iv) Atacar intencionalmente edifícios consagrados ao culto religioso, à educação, às artes, 
às ciências ou à beneficência, monumentos históricos, hospitaise lugares onde se 
agrupem doentes e feridos, sempre que não se trate de objetivos militares; 
v) Saquear um aglomerado populacional ou um local, mesmo quando tomado de assalto; 
(...) 
3. O disposto nas alíneas c) e e) do parágrafo 2o, em nada afetará a responsabilidade que 
incumbe a todo o Governo de manter e de restabelecer a ordem pública no Estado, e de 
defender a unidade e a integridade territorial do Estado por qualquer meio legítimo. 
 
3. Prova MPF de 2013 
3.1 Questão de n. 11 
 MPF – 2013 - 11. No tocante à aplicabilidade, à proteção internacional de 
direitos humanos, dos Draft Articles on Responsibility of States for Internationally Wrongful 
Acts (Esboço de artigos sobre a responsabilidade de Estados por atos ilícitos internacionais) 
de 2001, da Comissão de Direito Internacional da ONU, é correto dizer que: 
Observação1. O tema da responsabilidade internacional é regido pelos costumes, em 
2001 se tenteou codificar normas a respeito. Isto foi feito pela Comissão de Direito 
Internacional da ONU, são os Draft Articles on Responsability of States for Internacionally 
Wrongful Acts. 
Observação2. Estes artigos tratam de atos ilícitos internacionais de forma geral, no 
entanto, as violações de direitos humanos são uma subcategoria dos atos ilícitos 
internacionais. 
 a) ( ) O documento é completamente inaplicável, pois trata de responsabilidade 
decorrente de ilícitos praticados na relação entre Estados e não na relação entre um Estado e 
seus jurisdicionados; 
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e na jurisprudência dos Tribunais. 
 
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Comentário: não é possível falar que o documento é completamente inaplicável isto 
porque violação de direitos humanos também é espécie de atos ilícitos internacionais. 
 b) () o documento é parcialmente aplicável, pois pelo menos parte das 
obrigações decorrentes do direito internacional dos direitos humanos são erga partes ou erga 
omnes e, por isso, são oponíveis por Estados vis à vis a outros; 
Comentário: esta assertiva diz que, pelo menos, nas partes em que os atos ilícitos 
correspondem às violações de direitos humanos estes artigos são aplicáveis, isto porque estas 
obrigações são erga partes ou erga omnes. Assertiva correta. 
 c) ( ) o documento é aplicável em todos os seus termos, pois não existem 
obrigações de Estados vis à vis seus jurisdicionados no direito internacional; 
Comentário: o tema da responsabilidade internacional em princípio seria apenas entre 
Estados, porém quando se fala em violações de direitos humanos é violação dos Estados em 
relação aos indivíduos. A assertiva está errada. 
 d) ( ) o documento é completamente inaplicável, pois o regime de proteção 
internacional dos direitos humanos não tem qualquer relação com a responsabilidade 
internacional dos Estados. 
Comentário: assertiva errada, pois a proteção de direitos humanos tem sim relação 
com a responsabilidade internacional dos Estados, pois a violação dos direitos humanos é 
subcategoria de atos ilícitos internacionais. 
 
3.2 Questão de n. 12 
 MPF – 2013 – 12 – A Responsibility to Protect (r2p), como conjunto de princípios 
orientadores de ação da comunidade internacional: 
Observação1. “r2p” é utilizado como sinônimo de Responsibility to Protect. 
Observação2. Responsibility to Protect (r2p). Histórico: violação de direitos humanos 
no Kosovo, inércia da Servia, discussão no âmbito internacional sobre a possibilidade e 
intervenção humanitária para proteger direitos humanos. Requisitos: gravidade das violações, 
intervenção como ultima ratio. 
 a) ( ) diz respeito, apenas, à proteção da população civil em conflitos 
internacionais; 
Comentário: não é apenas em conflitos internacionais, serve para qualquer violação 
de direitos humanos. 
 b) ( ) diz respeito, apenas, à proteção da população civil em conflitos não 
internacionais; 
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e na jurisprudência dos Tribunais. 
 
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 c) ( ) exclui a possibilidade de intervenção militar para proteção da população 
civil; 
Comentário: ao contrário, admite a possibilidade. 
 d) () inclui a possibilidade de intervenção militar para proteção da população 
civil como ultima ratio. 
Comentário: correta. 
 
3.3 Questão de n. 13 
 MPF – 2013 – 13 – Segundo a Carta Democrática Interamericana de 2001, 
 a) ( ) a Assembleia Geral da OEA suspenderá, por voto de maioria simples dos 
partícipes, Estado membro do exercício de seu direito de participação na Organização quando 
constatar que nele tenha ocorrido ruptura da ordem democrática; 
Comentário: está errado porque o quórum não é de maioria simples e sim de dois 
terços. 
Art. 21: Quando a Assembléia Geral, convocada para um período extraordinário de 
sessões, constatar que ocorreu a ruptura da ordem democrática num Estado membro e 
que as gestões diplomáticas tenham sido infrutíferas, em conformidade com a Carta da 
OEA tomará a decisão de suspender o referido Estado membro do exercício de seu direito 
de participação na OEA mediante o voto afirmativo de dois terços dos Estados membros. 
A suspensão entrará em vigor imediatamente. 
 b) () a ruptura da ordem democrática ou uma ordem constitucional que afete 
gravemente a ordem democrática num Estado membro constitui, enquanto persista, 
obstáculo insuperável à participação de seu governo em órgãos estabelecidos da OEA; 
Comentário: assertiva correta, é a literalidade do art. 19 da Carta da OEA. 
Art. 19: Com base nos princípios da Carta da OEA, e sujeito às suas normas, e em 
concordância com a cláusula democrática contida na Declaração da Cidade de Québec, a 
ruptura da ordem democrática ou uma alteração da ordem constitucional que afete 
gravemente a ordem democrática num Estado membro constitui, enquanto persista, um 
obstáculo insuperável à participação de seu governo nas sessões da Assembleia Geral, da 
Reunião de Consulta, dos Conselhos da Organização e das conferências especializadas, 
das comissões, grupos de trabalho e demais órgãos estabelecidos na OEA. 
 c) ( ) os Estados membros são responsáveis pela organização, realização e 
garantia de processos eleitorais livres e justos, independentemente de partidos políticos 
existirem ou não; 
Comentário: ao contrário, a carta democrática estimula a existência dos partidos 
políticos, observe o art. 23: 
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e na jurisprudência dos Tribunais. 
 
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Artigo 23: Os Estados membros são os responsáveis pela organização, realização e 
garantia de processos eleitorais livres e justos. 
Artigo 5: O fortalecimento dos partidos e de outras organizações políticas é prioritário 
para a democracia. (...) 
 d) ( ) o financiamento de campanhas eleitorais deve ser feito preferencialmente 
com recursos públicos, a fim de realizar indistintamente o direito ao acesso ao poder como 
elemento essencial da democracia representativa. 
Comentário: não há obrigatoriedade na Carta da OEA de que o financiamento seja com 
recursos públicos, fala apenas que o financiamento se dá em regime equilibrado e 
transparente. 
Art. 5: O fortalecimento dos partidos

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