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Resenha: O Direito Achado na Rua: O Direito como Liberdade de José Geraldo de Sousa Junior (p. 278 - 289)

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Resenha: O Direito Achado na Rua: O Direito como Liberdade de José Geraldo de Sousa Junior (p. 278 - 289) 
Thayná Silveira Soares (18/0010492)
A presente resenha apresenta sucintas observações sobre um capítulo da obra de José Geraldo de Sousa Junior intitulada Direito como Liberdade: O Direito achado na Rua Experiências Populares Emancipatórias de Criação do Direito publicada em 2008 sob a forma de Tese de Doutorado do referido autor na Universidade de Brasília (UnB). 
O título traz a expressão criada por Roberto Lyra Filho – O Direito achado na rua - para caracterizar o objetivo da obra, ou seja, mostrar de onde vem a criação do Direito – da rua - e sua formação social no contexto das diversas sociabilidades criadas e reinventadas que permitem diferentes reflexões nos sujeitos envolvidos no processo de criação do Direito.
No referido capítulo 4.4, o autor inicia citando os três principais autores responsáveis pela implantação da Sociologia Jurídica como campo de estudo e pesquisas, quais sejam: Joaquim Falcão, Cláudio Souto e F.A. Miranda Rosa. Ainda, evidencia a entrada da Sociologia Jurídica como disciplina da grade do curso de Direito na década de setenta. 
Explica o autor que com a entrada da referida disciplina no curso de Direito houve uma aproximação do que é estudado no curso jurídico – Direito positivo – com a realidade dos fatos sociais, ou seja, houve uma ordenação do direito em relação ao procedimento e desempenhos e a forma como ele é de fato praticado pelos operadores. 
A seguir, cita o autor a vertente adotada por Roberto Lyra Filho que retoma a antítese de ideias que colabora no distanciamento entre o Direito e a realidade/contexto social baseada na famosa oposição jusnaturalismo e juspositivismo. Assim sendo, caberia a Sociologia acabar com essa distância por meio da procura do aspecto peculiar das práxis jurídica. 
Para o autor, a Sociologia aplicada ao Direito exerce a função de estruturar os pontos convergentes do fenômeno jurídico a vida social e ainda a função de percepção de suas peculiaridades dentro de uma estrutura de ordenação. A partir disso é possível perceber a diferença entre a adoção de Sociologia Jurídica e Sociologia do Direito, sendo esta última o estudo da base social de um direito em especial e aquela seria o estudo do Direito como um todo. 
Adiante, explica o autor que analisar os ordenamentos jurídicos com base nestes padrões coloca a problemática no mesmo patamar das considerações sobre o pluralismo jurídico e dos modelos de interlegalidades já estudados por Boaventura de Sousa Santos. 
Esclarece que por meio do desenvolvimento de pesquisas por diversos autores e pesquisadores foi possível encontrar um ponto onde se aproximam o pluralismo jurídico e a filosofia. Ainda nesta linha de pensamento, tem-se Boaventura de Sousa Santos que realizou importantes estudos em relação a filosofia e a Teoria do Direito colocando o problema do pluralismo jurídico de forma planejada ao conceito de direito. 
Segundo José Geraldo, a produção sociológico-jurídica a partir dos anos oitenta foi influenciada pelos estudos de Boaventura de Sousa Santos e Roberto Lyra Filho. 
É de suma importância destacar o movimento surgido entre os juízes do Rio Grande do Sul e os acadêmicos de Santa Catarina que traz à tona a preocupação de preservar a passagem do discurso da crítica para o adensamento epistemológico de seu corpo teórico. 
Ainda nesse contexto, Cláudio Souto comenta que tal preocupação está além de mero formalismo e representa, pela primeira vez, a supremacia da Dogmática Jurídica com eficácia. Contudo, é importante não se perder nesse contexto o sentido de autorreflexão da condição de alternatividade pois sem este não seria possível saber o que alternar juridicamente nem como ou para que.
Comenta ainda o autor sobre Eliane Junqueira (1993) que trouxe características inéditas em seu modo particular de conhecer a realidade sociológica trazendo em sua transição paradigmática amor a disciplina, sinceridade combinado com um alto grau de objetividade em seus estudos. 
Considera o autor de tamanha importância o debate e o movimento de reforma do ensino jurídico nacional na década de noventa, protagonizado pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), que mobilizou de uma forma nunca vista todas as forças para um processo crítico de revisão de paradigmas. Surge assim a institucionalização plena da Sociologia Jurídica como disciplina apta a mediar a realização da superação das contradições havidas entre a renovação do jurista frente ao dinamismo social e o conservadorismo do Direito.
Elucida o autor que foi a partir dos anos sessenta que emergiram os debates críticos acerca dos paradigmas de conhecimento não só no mundo jurídico como nos demais âmbitos sociais e teóricos durante um período focado na crítica combinado com o impulso de um contexto político complexo em sua adversidade. 
No Brasil, conta o autor, surgiram movimentos inspirados na crítica marxista com uma atitude militante que manifestavam a reinserção do direito na política levando a uma reflexão sobre o assunto. Como exemplo de tais movimentos, pode-se citar “direito insurgente” e “uso alternativo del derecho”. 
Por fim, conclui o autor que a associação do Direito Achado na Rua com a concepção emancipatória do Direito atrelada a Liberdade não constitui uma idolatria do homem por si mesmo, mas restitui a confiança do homem em seu poder para quebras algumas regras que o alienam na História para o fazer ser sujeito ativo capaz de impulsionar o seu destino a experiência libertadoras. E, é apenas neste sentido que se pode pensar em liberdade moderna, configurada em seu traço distintivo e diferencial, por seu caráter jurídico. 
Sendo assim, o Direito não é; ele se faz, nesse processo histórico de libertação nascendo na rua até ser levado a mediação pelos Direitos Humanos para formar uma legítima organização social da liberdade.

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