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Homicidio_simples_e_privilegiado

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Márcia Cavalcanti
HOMICÍDIO (hominis excidium)
01.CONCEITO
Ato humano consistente na supressão da vida humana extrauterina alheia.
02.ESPÉCIES
▪DOLOSO 
▪Simples ou fundamental (CP, 121, caput)
▪Privilegiado (CP, 121, § 1º)
▪Qualificado (CP, 121, § 2º)
▪Circunstanciado (CP, 121, § 4º, última parte)
▪CULPOSO
▪Simples (CP, 121, § 3º)
▪Circunstanciado (CP, 121, § 4º)
02.OBJETIVIDADE JURÍDICA
Vida humana extrauterina 
03.SUJEITOS DO DELITO
ATIVO: qualquer pessoa humana (crime comum)
GÊMEOS XIPÓFAGOS: 
▪Os dois, de comum acordo praticam um homicídio.
 ▪Responderão por homicídio.
▪O homicídio é praticado por um sem a vontade do outro
▪Absolvição. 
▪Manzine: conflito entre o interesse do Estado com o da liberdade individual.
▪Monteiro de Barros: deve ser condenado o culpado, inviabilizando o cumprimento da pena, em face do princípio da intransmissibilidade da pena. 
PASSIVO: qualquer pessoa humana, desde o inicio do nascimento e que esteja viva. 
FETICIDIO: agente durante o parto suprime a vida do feto 
PARRICIDIO: morte do pai provocada pelo filho
MATRICIDIO: morte da mãe provocada pelo filho
FRATRICIDIO: morte de um irmão provocada por outro
UXORICIDIO: morte da mulher provocada por seu cônjuge
CONJUCIDIO: morte do homem provocada por seu cônjuge
FILICIDIO: morte do filho provocada pelo pai
GÊMEOS XIPÓFAGOS: 
▪Ação do agente objetiva a morte de um dos irmãos
▪OS DOIS MORREM: 
Duplo homicídio doloso em concurso formal. 
Vítima visada: dolo direto de primeiro grau. 
Vítima efetiva: dolo direto de segundo grau (resultado é desejado como consequência necessária do meio escolhido ou da natureza do fim proposto).
▪Havendo intenção de matar ambos: 
Concurso formal imperfeito 
04. MEIOS DE EXECUÇÃO
▪Diretos: executados pelo próprio agente 
▪Indiretos: provocados pelo agente, mas por ele não executado
▪Materiais: 
Incide sobre o corpo físico da vítima (mecânicos, químicos ou patogênicos/patológicos (transmissão por meio de vírus ou bactérias)
▪Psíquicos ou Morais: 
Produção de um trauma psíquico (susto, medo, cólera)
05. ELEMENTO SUBJETIVO DO TIPO
▪Dolo (animus necandi ou occidendi), 
▪Direto de primeiro grau: o agente quer produzir o resultado
▪Direto de segundo grau: dolo de consequências necessárias
▪Dolo eventual
▪Genérico
▪Específico (homicídio conexional - CP, 121, § 2º, V)
06. CONSUMAÇÃO 
Cessação da atividade encefálica.
Morte encefálica: Estado irreversível de cessação de todo o encéfalo e funções neurais, resultante de edema e maciça destruição dos tecidos encefálicos, apesar da atividade cardiopulmonar poder ser mantida por avançados sistemas de suporte vital e mecanismos de ventilação (Sociedade Americana de Neuroradiologia)
Lei 9.434 de 04.02.1997
Art. 3º A retirada post mortem de tecidos, órgãos ou partes do corpo humano destinados a transplante ou tratamento deverá ser precedida de diagnóstico de morte encefálica, constatada e registrada por dois médicos não participantes das equipes de remoção e transplante, mediante a utilização de critérios clínicos e tecnológicos definidos por resolução do Conselho Federal de Medicina.
07. TENTATIVA
Admissível. Delito material. 
08.CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA
Simples: atinge um único bem jurídico
Comum: pode ser praticado por qualquer pessoa
Material: o tipo exige resultado naturalístico
De dano: reclama a efetiva lesão ao bem jurídico
De forma livre: admite qualquer meio de execução
Comissivo: praticado por meio de uma ação positiva (regra)
Omissivo: quando presente o dever de agir
Instantâneo: consuma-se em momento determinado
Instantâneo de efeitos permanentes: continuidade temporal
Unissubjetivo: praticado por um agente, mas admite concurso
Plurissubsistente: ação fracionada em diversos atos
Progressivo: crime de ação de passagem
HOMICÍDIO PRIVILEGIADO (CP, 121 § 1º)
Art. 121. Matar alguém:
Pena - reclusão, de seis a vinte anos.
Caso de diminuição de pena
§ 1º Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral, ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, ou juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço.
01.CIRCUNSTÂNCIAS QUE ENSEJAM O RECONHECIMENTO DO PRIVILÉGIO
1.1▪Motivo de relevante valor social (interesse geral, coletivo)
1.2.Motivo de relevante valor moral (interesse individual)
EUTANÁSIA (EU(bom) + THANATOS(morte)
(boa morte, morte piedosa, sem dor, tranquila)
▪EUTANASIA EM SENTIDO ESTRITO, ATIVA
Homicídio Piedoso, Compassivo, Médico, Caritativo, ou Consensual (Morte suave, doce, sem dor) 
É o modo comissivo de abreviar, sem dor ou sofrimento a vida de um doente, reconhecidamente incurável (Hungria).
Ação realizada por terceiro que usa medicamentos controlados, overdoses e injeções letais.
▪ORTOTANÁSIA (Eutanásia omissiva, moral, terapêutica)
O médico deixa de ministrar remédios que prolonguem artificialmente a vida de doente terminal, portador de moléstia incurável e irreversível.
▪DISTANÁSIA
Morte longa e sofrida de uma pessoa, prolongada pelos recursos que a medicina oferece (Não é crime)
Código de Ética Médica – Resolução 1931/2009
É vedado ao médico:
Art. 41. Abreviar a vida do paciente, ainda que a pedido deste ou de seu representante legal. 
Parágrafo único. Nos casos de doença incurável e terminal, deve o médico oferecer todos os cuidados paliativos disponíveis sem empreender ações diagnósticas ou terapêuticas inúteis ou obstinadas, levando sempre em consideração a vontade expressa do paciente ou, na sua impossibilidade, a de seu representante legal. 
ARGUMENTOS DESFAVORÁVEIS
▪Santidade da vida humana (aspecto religioso) 
▪Eutanásia voluntária abre espaço para a involuntária
▪Abuso de médicos e familiares, por interesses escusos
▪Diagnostico errôneo
▪Possibilidade de surgimento de novos medicamentos 
ARGUMENTOS FAVORÁVEIS
▪Vida sem qualidade (argumentos médicos)
▪Direito ao respeito da vontade do paciente ao tratamento 
▪Direito de não sofrer inutilmente (caso Freud)
Caso Freud (setembro de 1939 – Médico: Max Schur)
EUTANÁSIA x SUICIDIO OU MORTE ASSISTIDA
O doente busca ajuda de um especialista que lhe fornece o medicamente para que ele próprio abrevie sua morte, sem intervenção direta de terceiro.
1.3.DOMINIO DE VIOLENTA EMOÇÃO (HOMICIDIO EMOCIONAL)
REQUISITOS:
→Estado de violenta emoção (concepção subjetivista)
▪Emoção: estado súbito e passageiro de instabilidade psíquica
▪Emoção Violenta: 
Desequilíbrio psíquico capaz de eliminar a capacidade de reflexão e autocontrole. (ódio, cólera, ira etc..)
Simples influência (CP, 65, III, “c”)
Art. 65 - São circunstâncias que sempre atenuam a pena: 
 III - ter o agente:
c) cometido o crime sob coação a que podia resistir, ou em cumprimento de ordem de autoridade superior, ou sob a influência de violenta emoção, provocada por ato injusto da vítima;
→Que haja uma injusta provocação da vítima
▪Provocação
Comportamento apto a desencadear a violenta emoção, podendo ser dirigida contra um terceiro. 
Ex: Brincadeiras indesejadas, chutar o dog de estimação...
▪Provocação Injusta
Ilegítima, sem motivo razoável. Elemento íntimo e espiritual variável conforme as diferenças de personalidade, cultura e educação.
Agressão verbal: quando fugir do ao cotidiano da pessoa.
→Que a reação do homicida seja imediata (in continenti)
Sequencia sentimental ininterrupta, considerando o instante em que o agente toma conhecimento da provocação injusta. 
Premeditação: incompatível com a violenta emoção
			PRIVILEGIO
	ATENUANTE GENÉRICA
	Homicídio doloso
	Qualquer crime
	Domínio de violenta emoção
	Influencia de violenta emoção
	Injusta provocação da vítima
	Ato injusto da vitima
	Reação de imediatidade 
	Em qualquer momento

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