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1p r o g r a m a e s c o l a a t i v a
CIÊNCIAS
CADERNO DO EDUCADOR:
3p r o g r a m a e s c o l a a t i v a
O aprendizado adequadamente organizado resulta em 
desenvolvimento mental e põe em movimento vários processos de 
desenvolvimento que, de outra forma, seriam impossíveis de acontecer.
 
 V y g o t s k y
Meus agradecimentos especiais a Henrique Ara[ujo Paula Santos, 
Acadêmico de Medicina por sua contribuição nos livros 3 e 5.
M a r i a H e l e n a A r a ú j o
maria Helena araújo santos
c o l e ç ã o d e c i ê n c i a s — c a d e r n o d o e d u c a d o r4
E Q U I P E E D I T O R I A L
Armênio Bello Schimidt 
Eliane Alves de Melo
Eliete Ávila Wolff
Ivanilde Oliveira de Castro
Rosimar da Silva Feitosa Soares Costa
Sisley Cíntia Lopes Rocha
Viviane Costa Moreira
Wanessa Zavareze Sechim
A S S E S S O R I A P E D A G Ó G I C A
Mara do Desterro Cardoso Lima
Caroline Zabendzada Linheria
Carmem da Silva Aires Afonso
Daniele Noal Gai
P R O J E T O G R Á F I C O e D I A G R A M A Ç Ã O
André Carvalho & Iluminura Design
R E V I S Ã O
Denise Goulart
D A D O S I N T E R N A C I O N A I S D E C A T A L O G A Ç Ã O N A P U B L I C A Ç Ã O ( C I P )
C E N T R O D E I N F O R M A Ç Ã O E B I B L I O T E C A E M E D U C A Ç Ã O ( C I B E C )
Santos, Maria Helena Araújo.
Caderno do educador(a) : ciências / Maria Helena Araújo Santos. – Brasília : Ministério da 
Educação, Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade, 2010. 
76 p. : il. -- (Programa Escola Ativa)
1. Educação no campo. 2. Ciências. 3. Programa Escola Ativa. I. Título. II. Série.
ISBN: 978-85-7994-034-7 CDU 373.3(1-22)
Coordenação Geral de Educação do Campo – CGEC/SECAD/MEC
SGAS Quadra 607, Lote 50, sala 104
CEP: 70.200-670 – Brasília - DF
(61) 2022- 9011
coordenacaodocampo@mec.gov.br
5p r o g r a m a e s c o l a a t i v a
Apresentação 
Introdução 
Inclusão na educação do campo 
Questões etniorraciais, afrodescendentes e indígenas na educação do campo 
O pensar e produzir interdisciplinas 
A transversalidade como conseqüência da interdisciplinaridade 
Estrutura da coleção 
Os conteúdos e sua organização 
Abordagens metodológicas 
Grupos dos conteúdos de aprendizagem 
Avaliação como processo contínuo 
Recomendações ao educador para uso dos livros 
Papel do educador de Ciências 
Reflexões para o educador de Ciências 
Conscientização do ser humano em manter o equilíbrio do ecossistema 
Objetivos gerais do ensino de Ciências no Ensino Fundamenta 
Orientações para o livro 1 
Orientações para o livro 2 
Orientações para o livro 3 
Orientações para o livro 4 
Orientações para o livro 5 
4
6
6
6
10
11
12
15
16
17
18
20
21
23
24
26
28
33
48
54
65
Sumário
c o l e ç ã o d e c i ê n c i a s — c a d e r n o d o e d u c a d o r6
VI - Educação do Campo 
comoformação humana para 
oDesenvolvimento Sustentável.
Valorização e fortalecimento 
dasformas coletivas de produção.
Formação humana pautada pela 
necessidade de estimular os sujeitos de 
acordo com sua capacidade, criando um 
espaço humano de convivência social 
desejável e com compromisso com a 
produção da vida
Reinventa o campo brasileiro com 
Políticas Públicas comprometidas com 
ações culturais e desenvolvimento 
sustentável.
V - Educação do Campo 
naformação do sujeitos.
 
Participação dos sujeitos das lutas 
sociais, que produzem história, 
sonham, têm nomes e rostos, 
lembranças, gêneros e etnias 
diferenciados.
Traz a educação como referência de 
suas especificidades
II - O conhecimento 
produzidopelas Organizações 
sociais évalorizado pela escola
 
Valorização dos Saberes, 
métodos, tempo e espaços físicos 
diferenciados pela escola.
Vivencia o direito de relacionar-se 
com a terra como cultura através 
dos diferentes conhecimentos e 
raízes históricas.
Apresentação 
“A prática de pensar é a melhor maneira de pensar certo.” 
P a u l o F r e i r e
“A ação transformadora só pode ser eficiente quando fundada nas relações entre teoria e 
prática, na vinculação de qualquer ideia com suas razões sociais.”
M o a c i r G a d o t t i
O Programa Escola Ativa apresenta um projeto pedagógico para a Educação do Campo, 
dirigido especialmente às classes multisseriadas e enfrenta o desafio de alavancar mudanças 
no trabalho pedagógico, na relação escola – comunidade e na produção de conhecimento. 
Seu propósito é estimular e formar sujeitos capazes de analisar e resolver problemas 
buscando a transformação da realidade do campo.
As Políticas Públicas de Educação do Campo representam verdadeiras conquistas dos povos 
organizados. É a educação levada a sério com projetos inclusivos.
Princípios em que se baseia a educação do campo
I - A Educação de 
qualidade é um direito dos 
povos doCampo
Relações de horizontalidade e não de 
verticalidade entre campo e cidade, 
nas forma de poder, de gestão das 
políticas públicas, da produção 
econômica e de conhecimento.
Renova valores, atitudes e 
conhecimentos nas práticas com 
a terra.
IV - Educação do 
campoenquanto produção 
decultura
Vinculação a uma cultura que 
se produz por meio de relações 
mediadas pelo trabalho na terra 
(água, f lorestas), entendendo o 
trabalho como produção cultural 
de existência humana
Produz uma cultura a partir das 
especificidades do campo, sem 
perder de vista a sua inter-relação 
como o que a cidade produz.
III - A Educação do 
Campoprecisa ser realizada 
principalmente no campo.
Localização da escola onde os sujeitos 
estão, envolvendo a comunidade.
Substitui a lógica de que seestuda para 
sair do campopela lógica de que se 
estuda nocampo, para compreender, 
viver etransformar o campo.
7p r o g r a m a e s c o l a a t i v a
Para que tudo isso aconteça, é preciso que o homem do campo tenha terra para plantar, e 
condições para nela se desenvolver.
Esse modelo de desenvolvimento colocado no campo hoje, representa uma nova proposta 
de produção, na qual o grande desafio é: “toda prática que ajuda a esgotar os recursos 
naturais deve ser criticada e evitada”.
A concepção de uma educação a partir do campo supõe um modelo de desenvolvimento 
participativo, popular, solidário e coletivo, que compreenda campo e cidade como dois 
elementos de uma mesma sociedade e que não podem ser tratados de forma desigual (ver 
Caderno de Orientações Pedagógicas).
Busca-se assim uma grande transformação dessa escola de qualidade, vivenciando alternativas 
diferentes, formando sujeitos problematizadores e inovadores, que tenham como base o 
trabalho, a sustentabilidade, a cultura e a solidariedade ligadas a vida do campo.
“ A escola dá certo quando o aluno aprende e é feliz.” 
P a u l o F r e i r e
SUSTENTABILIDADE SOLIDARIEDADE
EDUCAÇÃO DO CAMPO
ESCOLA DE QUALIDADE
TRANSFORMAÇÃO
SUJEITOS PROBLEMATIZADORES E INOVADORES
VIDA DO CAMPO
c o l e ç ã o d e c i ê n c i a s — c a d e r n o d o e d u c a d o r8
AGRICULTORES FAMILIARES ExTRATIVISTAS E PESCADORES ARTESANAIS
CRIANÇAS DOS ASSENTAMENTOS 
E ACAMPAMENTOS
COMUNIDADES TRADICIONAIS, 
QUILOMBOLAS, CIGANOS
POVOS INDíGENAS POPULAÇõES RIBEIRINHAS
Durante o trabalho com os diferentes conteúdos são incorporados e trabalhados, além 
dos conhecimentos, a formação de habilidades, valores, normas e atitudes relacionados 
às distintas realidades da Educação do Campo. 
Inclusão na Educação do Campo.
“A igualdade não é um objetivo a atingir, mas um ponto de partida, 
uma suposição a ser mantida em qualquer circunstância.” 
A m o r i m A r a n t e s
No despertar desse milênio, o MEC aponta para a necessidade de se construir uma escola 
voltada para a formação de cidadãos, respeitando as diversidadesregionais, culturais e 
políticas do país. Na Educação do Campo, o educador não pode se esquecer de trabalhar a 
educação de forma inclusiva, sem nenhum tipo de discriminação.
Introdução
“Aprender é a única coisa que a mente não se cansa nunca, 
sem medo e sem arrependimento.” 
L e o n a r d o d a V i n c i
A atual coleção Ensino Aprendizagem de Ciências do Programa Escola Ativa - Educação do 
Campo, para os anos iniciais do Ensino Fundamental é composta de cinco livros.
Os conteúdos dessa coleção foram selecionados a partir dos Parâmetros Curriculares 
Nacionais em estreita correlação com as Matrizes de Referência do Sistema de Avaliação do 
Ensino Básico – SAEB/INEP/MEC, considerando ainda o grupo a que se destina.
 
Grupos a que se destina a educação do campo
9p r o g r a m a e s c o l a a t i v a
É necessário pensar uma escola sem rótulos, mas com educandos sujeitos de suas próprias 
histórias, os quais respeitam as diferenças.
Para isso, as diferentes linguagens devem ser utilizadas como meio de produzir, expressar 
e comunicar as idéias, de acordo com as diferenças dos próprios educandos.
A Constituição propõe avanços significativos para a educação escolar de pessoas com 
deficiência, com direitos de igualdade garantidos no seu artigo 3º, inciso IV, no artigo 5º 
e no artigo 205, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para cidadania 
e sua qualificação para o trabalho. Assim, a escola não pode excluir nenhuma pessoa em 
razão de sua origem, raça, sexo, cor, idade ou deficiência.
A Constituição prescreve ainda, no seu artigo 208, que o dever do Estado com a educação será 
efetivado mediante a garantia de [...] atendimento educacional especializado aos portadores 
de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino.
Nessa perspectiva, o MEC apresenta a política pública de uma educação inclusiva de 
qualidade para todos, num processo de democratização da escola, influenciado pela 
Declaração Mundial de Educação para todos, em 1990, a Declaração de Salamanca, em 
1994, e a Convenção da Guatemala, em 1999, com um novo paradigma educacional.
“O grande avanço que a década da educação deveria produzir seria a construção de uma escola 
inclusiva que garantisse a diversidade humana.”
A partir de 2007, com o lançamento do Plano de Desenvolvimento da Educação – PDE, 
reafirmado pela Agenda Social, a educação passa a ser estruturada de forma inclusiva. 
Com o Decreto Federal nº 6.094/2007 que estabelece diretrizes do Compromisso Todos pela 
Educação, os educandos especiais passam a ter garantia do seu atendimento na rede pública 
no ensino regular. 
A inclusão tem causado impacto no meio escolar, especialmente entre os pais de crianças 
sem deficiência. Torna-se, então, necessário um esclarecimento especial dos educadores 
aos pais, explicando os aspectos fundamentais e legais dessa inclusão, a importância de 
valorizar a diversidade e dar oportunidade a todos. Agindo assim, a escola, que é uma 
instituição social, presta satisfação de suas práticas pedagógicas à comunidade escolar.
É importante que o educador faça a adequação das atividades escolares, ajustando-as às 
diferentes necessidades de cada criança, apoiando e colocando os educandos especiais para 
trabalhar em grupos com ajuda dos próprios colegas.
É fundamental que o educador tenha clareza e que ele reflita, com base no pressuposto 
que não basta simplesmente que o educando especial esteja junto dos outros educandos 
para que haja inclusão, o que importa é o que fazem esses educandos na sala de aula, que 
atividades realizam para que suas aprendizagens sejam significativas.
Os tempos, os espaços e as formas de ensinar e aprender passam a ser ressignificados a 
partir das diferenças. O educador não deve simplificar nada para os educandos especiais, 
deve buscar diferentes maneiras de resolver os problemas e de enfrentar os desafios do dia-
a-dia. O educando vai aprender desde que tenha ferramentas para tal, de acordo com as 
suas diferenças.
c o l e ç ã o d e c i ê n c i a s — c a d e r n o d o e d u c a d o r10
Outro aspecto importante é que esse educando diferente jamais poderá ser abandonado na 
escola. O educador precisa criar formas de atendê-lo juntamente com os outros, pois estes 
são protagonistas o educando é o centro do processo ensino-aprendizagem e não simples 
coadjuvante desse processo. A escola existe para ele também.
A legislação prevê que os educandos com deficiência sejam identificados e colocados no censo 
escolar pelo educador, que deverá descrever as características de cada um, possibilitando 
o monitoramento do percurso escolar dos mesmos. Dessa forma, tanto o educador como 
o educando estarão se beneficiando, pois receberão materiais específicos. Esses materiais 
facilitarão tanto o trabalho do educando como o do educador. 
Concluindo, sabe-se que o grande desafio a superar na educação inclusiva é atingir uma 
educação de qualidade para todos, atendendo às diversidades.
Como será feito esse trabalho?
Caberá ao educador criar estratégias na sala de aula, nas quais propostas pedagógicas sejam 
utilizadas com plena participação dos educandos especiais: cadeirantes, cegos, surdos, 
mudos, hiperativos e outros.
 
Questões étnico-raciais – afrodescentes e indígenas na educação do campo
“As feridas da discriminação racial se exibem ao mais 
superficial olhar sobre a realidade do país.” 
A b d i a s N a s c i m e n t o
Os educadores de hoje não receberam em sua formação o preparo necessário para lidar 
com o desafio que a problemática da convivência com a diversidade e as manifestações de 
discriminação dela resultante, colocando em questionamento a sua vida profissional. Essa 
falta de preparo que deve-se considerar como reflexo do mito da democracia racial existente 
no Brasil, compromete sem dúvida o objetivo fundamental da missão do educador no 
processo de formação dos futuros cidadãos. Não pode-se esquecer que cada um é produto 
de uma educação eurocêntrica e que pode-se, em função desta, reproduzir consciente ou 
inconscientemente, os preconceitos que permeiam a sociedade atual.
Partindo da tomada de consciência dessa realidade, sabe-se que os instrumentos de trabalho 
na escola e na sala de aula, isto é, os livros e outros materiais didáticos visuais e audiovisuais, 
carregam sempre os mesmos conteúdos viciados, depreciativos e preconceituosos em 
relação aos povos e culturas não oriundos do mundo ocidental. Os mesmos preconceitos 
permeiam, também, o cotidiano das relações sociais de educandos entre si e de educandos 
e educadores, no espaço escolar.
No entanto, alguns educadores, por falta de preparo ou por preconceitos neles introjetados, 
não sabem lançar mão das situações flagrantes de discriminação no espaço escolar e na sala 
de aula, como momento pedagógico privilegiado para discutir a diversidade e conscientizar 
seus educandos sobre a importância e a riqueza que ela traz à cultura e à identidade 
nacional. 
11p r o g r a m a e s c o l a a t i v a
Na maioria dos casos, praticam a política de avestruz ou sentem pena dos “coitadinhos”, em 
vez de uma atitude responsável, que consistiria, por um lado, em mostrar que a diversidade 
não constitui um fator de superioridade e inferioridade entre os grupos humanos, mas sim, 
ao contrário, um fator de complementaridade e de enriquecimento da humanidade em 
geral; e por outro lado, em ajudar o educando discriminado para que ele possa assumir com 
orgulho e dignidade os atributos de sua diferença, sobretudo, quando esta foi negativamente 
introjetada em detrimento de sua própria natureza humana.
Em 9 de janeiro de 2003foi promulgada a Lei 10.639, que altera a Lei de Diretrizes e Base 
da Educação Nacional - Lei 9394/1996, incluindo no currículo escolar da rede de ensino a 
obrigatoriedade do ensino de História e Cultura Afrobrasileira. Em 11de março de 2008, 
de forma suplementar á Lei nº 10.639, foi promulgada a Lei nº 11.645, que obriga o ensino 
da História e Cultura Indígena, em todas as escolas brasileiras, dos Ensinos Fundamental 
e Médio, tanto na rede pública, quanto nas unidades particulares, portanto, as temáticas 
afrobrasileira e indígena devem fazer parte, obrigatoriamente, do projeto político 
pedagógico das escolas.
As Leis 10.639/2003 e 11.645/2008, o Parecer CNE/CP 03/2004 e a Resolução 01/2004 são 
instrumentos legais que orientam os sistemas de ensino quanto á Educação das relações 
etnicorraciais e o ensino de historia e cultura afrobrasileira e indígena.
O resgate da história da população negra e indígena não interessa apenas aos educandos 
de ascendência negra e indígena, interessa, tambem, aos educandos brancos, que vêm 
recebendo uma educação cheia de preconceitos. Além disso, essa memória não pertence 
somente aos negros. Ela pertence a todos, tendo em vista que a cultura da qual nos 
alimentamos quotidianamente é fruto de todos os segmentos étnicos, que apesar das 
condições desiguais nas quais se desenvolvem, contribuem, cada um ao seu modo, na 
formação da riqueza econômico-social e da identidade brasileira. 
Outro segmento populacional, além dos povos indígenas, que deve ser preocupação 
da educação do campo, são as comunidades remanescentes de quilombos. Mas, o que 
são comunidades remanescentes de quilombos? “Consideram - se remanescentes das 
comunidades dos quilombos, os grupos étnico-raciais, segundo critérios de auto-atribuição, 
com trajetória histórica própria, dotados de relações territoriais específicas, com presunção 
de ancestralidade negra relacionada com a opressão histórica sofrida” ( Decreto Nº 4887/03).
As comunidades remanescentes de quilombos possuem dimensões sociais, políticas, e 
culturais significativas, com particularidades no contexto geográfico brasileiro, tanto 
no que diz respeito à localização, quanto à origem. É preciso ressaltar e valorizar as 
especificidades de cada comunidade quando do planejamento e execução de ações voltadas 
para o desenvolvimento sustentável das mesmas.
Levantamento realizado pela Fundação Cultural Palmares, órgão do Ministério da Cultura, 
mostra que existem comunidades remanescentes de quilombos em todas as Unidades da 
Federação, exceto no Acre, Roraima e Brasília. 
Garantir educação nesses territórios onde vive parcela significativa da população brasileira, 
respeitando a sua história e suas práticas culturais é pressuposto fundamental para a 
educação das relações etnicorraciais.
c o l e ç ã o d e c i ê n c i a s — c a d e r n o d o e d u c a d o r12
O pensar e produzir interdisciplinar
“O que caracteriza a interdisciplinaridade é a ousadia da busca, da pesquisa, é a 
transformação da insegurança num exercício do pensar, num construir.”
I v a n i C a t a r i n a A r a n t e s F a z e n d a
Com essa coleção, busca-se resgatar as experiências do educando num trabalho contextualizado 
e interdisciplinar, promovendo a reconstrução do conhecimento, evitando a fragmentação 
com interação dialógica entre educador, educando e a comunidade onde ele vive.
Educador
IntERAçãO DIálOGO
Educando
EssA COlEçãO PROPõE REsGAtAR As ExPERIênCIAs 
DO EDuCAnDO Em suA REAlIDADE
PROmOvEnDO A 
RECOnstRuçãO DO 
COnhECImEntO
EsCRItA
GEOGRAFIA
CIênCIAs
lEItuRA
mAtEmátICA
hIstóRIA
13p r o g r a m a e s c o l a a t i v a
ÉtICA
mEIO 
AmbIEntE COnvIvênCIA
sAúDE
PLURALIDADE
éTNICO 
CULTURAL
A transversalidade como consequência da interdisciplinaridade
“O compromisso com a construção da cidadania pede necessariamente uma prática educacional voltada 
para a compreensão da realidade social e dos direitos e responsabilidades em relação à vida pessoal, 
coletiva e social.”
Parâmetros Curriculares Nacionais
Nessa dinâmica globalizada é que foram incorporados os temas transversais. Só haverá 
transversalidade se houver interdisciplinaridade.
Esses temas interagem de forma interdisciplinar e transversalizam, perpassando por todos 
os conteúdos, pois são temas emergentes do dia-a-dia de todos os comprometidos com a 
cidadania, com a igualdade, com a inclusão, com a não discriminação, com a participação 
e com a dignidade da pessoa humana.
Em todos os livros esses temas estarão presentes buscando formar cidadãos conscientes 
de suas responsabilidades e capazes de atuar em sua comunidade, vencendo os desafios e 
transformando-a com criatividade, coletivamente.
Quando os educandos produzem textos, escrevem bilhetes ou cartas, escrevem um 
parágrafo sobre determinado assunto, quando localizam o Brasil e o Japão no globo 
terrestre, ou descobrem a história da água na sua comunidade, estão fazendo um trabalho 
interdisciplinar e transdisciplinar.
— Por que um trabalho interdisciplinar?
Porque a vida e a realidade são interdisciplinares e ao estudá-las se está trabalhando também 
a Língua Portuguesa, a Geografia e a História.
— Por que um trabalho transversal?
Ao estudar esses temas de forma interdisciplinar, você poderá transversalizar a saúde, o meio 
ambiente, e todos os temas que afetam a vida da comunidade, fortalecendo a coletividade.
Essa transversalidade surge em consequência da interdisciplinaridade.
c o l e ç ã o d e c i ê n c i a s — c a d e r n o d o e d u c a d o r14
Estrutura da coleção
“(…) Começo desenhando um cenário, rasgando-o, desenhando-o, rasgando-o (…)”
B o o k
No início de cada livro, há uma carta ao educando que deverá ser lida e refl etida coletivamente 
pelos educandos e educadores.
Há também no início de cada livro, logo após a carta, uma apresentação dos ícones, que são 
sinais ou desenhos, dispostos sempre à margem esquerda de cada página, indicando o tipo 
de atividade a ser realizada. Os ícones são os seguintes:
Os educandos devem identifi car rapidamente os ícones para dinamizar a realização das 
atividades, daí a importância de apresentá-los antes de iniciar os trabalhos.
Cada caderno de aprendizagem está interligado com todos os elementos curriculares, 
Cantinhos de Aprendizagem, colegiado infantil, escola e comunidade. É organizado em 
unidades. As unidades são organizadas em módulos.
Ao iniciar cada unidade, o educando saberá o que vai aprender no decorrer dos trabalhos, 
pois os objetivos estão colocados no início da unidade.
A estrutura diferenciada dessa coleção busca facilitar a aprendizagem do educando.
Durante os trabalhos, surge a necessidade de estabelecer regras de funcionamento da 
sala de aula, principalmente numa classe multisseriada. Essas regras serão chamadas de 
“combinados”, estabelecidos coletivamente pelos educandos e colocados nas paredes da 
sala de aula para que todos se lembrem deles a cada momento. Esses combinados muito vão 
contribuir para facilitar a disciplina.
É importante que o educando conheça bem a estrutura do livro.
Ao fi nal do livro estão as respostas das adivinhações e brincadeiras presentes em todos os 
livros e, logo após, o material que será utilizado nos jogos. Esse material deverá ser destacado 
e colado em papel resistente e recortado à medida que o trabalho for se desenvolvendo. As 
Atividade coletiva
Atividade em grupo
Atividade em dupla
Atividade individual
Para casa
15p r o g r a m a e s c o l a a t i v a
A dinâmica da estrutura de cada módulo ao trabalhar os conteúdos
A B C
tRAbAlhO COm O 
COntEúDO. 
busCA DE 
sOluçõEs Em 
GRuPO, COm 
REsOluçãO DE 
ExERCíCIOs.
EnFREntAmEntO 
DE DEsAFIOs.
EnvOlvImEntO 
DA FAmílIA E DA 
COmunIDADE. 
vAlIDAçãO E 
APlICAçãO DOs 
COnhECImEntOs.
IntRODuçãO E 
APREsEntAçãO. 
PROblEmAtIzAçãO. 
COntExtuAlIzAçãO 
DO COntEúDO.
regras dos jogos devem ser bem explicadas e não se deve iniciar o jogo se houver dúvidas.
É preciso quecada educando providencie uma caixinha ou envelope para colocar o material 
dos jogos, pois eles podem jogar novamente com esse material, fixando os conteúdos 
aprendidos e aproveitando o tempo quando terminar alguma atividade antes dos colegas.
Quanto aos ícones, é importante ressaltar que já são do conhecimento do educando e eles 
terão facilidade em usá-los.
Em relação ao Para Casa que aparece em cada módulo, é preciso destacar seu enfoque 
diferenciado, pois, com essa atividade, visa-se envolver a família e a comunidade nos 
trabalhos extraescolares. Estes, por sua vez, também se sentirão valorizados em participar, 
em contribuir, em enriquecer, em pesquisar, em mostrar a aplicação dos conhecimentos 
adquiridos, em explorar o domínio e a profundidade desses conhecimentos.
 
“A educação se divide em duas partes: a educação das habilidades e a educação da 
sensibilidade. Sem a educação da sensibilidade, todas as habilidades são tolas e sem sentido.” 
 
R u b e m A l v e s
Fundamento dos conteúdos
“Diante do colar, belo como um sonho, admirei sobretudo o fio que unia as pedras e se 
imobilizava anônimo para que todos fossem um.”
D o m H e l d e r C â m a r a
Na apresentação dos conteúdos dessa coleção, é importante ressaltar que não se adotou 
uma estrutura linear, eles surgem no contexto dos temas tratados, permitindo ao educador 
considerar a realidade social, cultural e econômica de seus educandos, de modo a favorecer 
uma aprendizagem vivenciada com práticas coerentes e adequadas à realidade de cada um.
c o l e ç ã o d e c i ê n c i a s — c a d e r n o d o e d u c a d o r16
A apropriação de conhecimentos e a formação de habilidades, atitudes e valores buscam 
melhorar a formação dos educandos com uma maneira atual e diferente de ver a sua vida no 
campo, valorizando-a, enriquecendo suas experiências e ampliando sua atuação de maneira 
positiva na comunidade onde vivem e nos grupos sociais a que pertencem.
O uso dos ícones se justifica porque eles contribuem para a formação da autonomia do 
educando que passa muitas vezes a trabalhar independente do educador, interagindo com 
os colegas, compartilhando experiências e necessidades.
Segundo Vygotsky (1991), esse processo de cooperação entre colegas, a interação entre eles, as 
trocas de experiências são muito importantes porque favorecem os relacionamentos sociais e o 
desenvolvimento interpessoal e intrapessoal, facilitando o desenvolvimento e a aprendizagem. 
Daí a importância dos trabalhos em grupos heterogêneos organizados com crianças em 
diferentes níveis de desenvolvimento, incluindo nesses grupos os educandos especiais.
As crianças que estão em níveis mais avançados em leitura devem trabalhar com aqueles 
que ainda apresentam dificuldades, lendo textos, discutindo, sugerindo, trocando opiniões, 
ouvindo os colegas, cooperando na solução dos problemas e na realização das atividades. 
Nesse trabalho, surgem as lideranças, pois cada grupo terá seu líder, que deve ser escolhido 
por seus componentes e não pelo educador.
“Liderança é baseada em imaginação, não na dominança; em cooperação, não na 
intimidação.”
William Arthur Ward
Recomenda-se especial atenção na organização dos grupos antes de iniciar o trabalho com 
os livros.
As brincadeiras têm um destaque especial nessa coleção. Alguns jogos surgirão durante 
os trabalhos que têm por objetivo favorecer a apropriação dos conteúdos estudados. Esses 
jogos também têm um papel especial na socialização da criança, além de colaborar para a 
formação da personalidade infantil.
Prevalece, nessa coleção, a ideia de que o jogo é fundamental para a educação e para o 
desenvolvimento infantil. 
“O jogo e a criança caminham juntos desde o momento em que se fixa a imagem da criança 
como um ser que brinca. A infância carrega consigo as brincadeiras que se perpetuam e 
renovam a cada geração.”
Educar ludicamente tem um significado muito profundo, presente em todos os segmentos 
da vida, é inerente a todo ser humano.
Para Freinet (1989), o educando deve dedicar-se ao trabalho como se fosse um jogo, com 
satisfação e prazer, mas nunca considerando o trabalho como um jogo em si, tomando o 
lugar do trabalho ou jogando simplesmente pelo fato de jogar.
De acordo com Freire (2001), o ato de buscar apropriar-se do conhecimento, de problematizar, 
de estudar é um trabalho penoso, difícil, que exige disciplina intelectual.
17p r o g r a m a e s c o l a a t i v a
E acrescenta ainda que o homem é sujeito de sua própria história e toda ação educativa 
deverá promover esse individuo, sua relação com o mundo por meio da consciência crítica 
e de sua ação concreta com o objetivo de transformar o mundo. Sendo assim, ninguém 
se atirará a uma atividade séria, penosa, transformadora se não tiver alegria real, prazer, 
satisfação e vontade de realizá-la. E essa satisfação, essa alegria, esse prazer podem, muitas 
vezes, ser encontrados no lúdico, que enfatiza a libertação das relações pessoais, passivas e 
técnicas para as relações criativas, inteligentes e socializadas.
Para Makarenko (1989), o jogo é tão importante na vida da criança como é o trabalho para 
o adulto, daí o fato da educação do futuro cidadão se desenvolver antes de tudo no jogo, 
preparando-o para a vida com cooperação, solidariedade, adaptação, inclusão, participação 
e tomada de decisão.
 
Os conteúdos e sua organização
“Quem sabe onde quer chegar encontra o caminho certo e o jeito de caminhar.”
T h i a g o d e M e l l o
Os problemas e desafios aparecem sempre no início de cada unidade. São formas de despertar 
o interesse do educando, estimulando-o e incentivando-o a pensar, a refletir, a conviver com 
a incerteza, a buscar soluções, a discutir, a ouvir a opinião dos colegas, a descobrir respostas, 
a pesquisar, a construir conhecimentos, a desenvolver habilidades, a formar atitudes.
Os textos foram selecionados de acordo com o interesse dos educandos do campo, buscando 
motivá-los para o trabalho com os mesmos. Poemas, fragmentos de músicas populares, 
textos de outras crianças visam tornar mais leves e agradáveis os conteúdos. Pequenos textos 
de propagandas trazem o cotidiano para a coleção.
O momento da leitura deve ser um dos momentos de grande interação entre educador e 
educandos. É importante que o educador prepare bem essas leituras para garantir o 
sucesso da atividade.
Ao longo da coleção, surgem exercícios e atividades variadas. Nos livros do 1º e 2º anos, os 
exercícios podem ser resolvidos nos próprios livros. A partir do 3º ano, os exercícios são 
feitos nos cadernos dos educandos.
c o l e ç ã o d e c i ê n c i a s — c a d e r n o d o e d u c a d o r18
Abordagens metodológicas
“As competências são a capacidade de mobilizar diversos recursos cognitivos para enfrentar 
diferentes tipos de situação.”
P e r r e n a u d
Grande parte dos assuntos mais significativos dessa proposta faz parte da realidade do 
educando, daí a importância do trabalho contextualizado. O trabalho com a realidade local 
possui a qualidade de oferecer um universo acessível de conhecimento, passível de ser campo 
de aplicação do mesmo.
A construção do conhecimento ocorrerá em um processo que comporta atividades variadas 
e interessantes, colocando o educando sempre no centro da ação pedagógica.
A partir da observação, experimentação, leitura, discussão, debates, jogos, brincadeiras, que 
levam a compreensão e a tomada de consciência, o educando terá mais condições de chegar 
ao saber fazer, construindo sua autonomia e autoestima, à medida que for desenvolvendo 
as competências cognitivas.
Entende-se por competências cognitivas as modalidades estruturais da inteligência 
envolvendo ações e operações que o sujeito utiliza para estabelecer relações entre objetos, 
fenômenos e pessoas. No plano mais elementar do saber fazer estão as habilidades 
instrumentais.O processo de construção do conhecimento passa, necessariamente, pelo 
saber fazer antes de ser possível compreender, explicar, avaliar ou concluir.
As competências podem ser categorizadas em três níveis distintos de ações e operações 
mentais que se diferenciam pela qualidade das relações estabelecidas entre o sujeito e o 
objeto do conhecimento.
Competências cognitivas
COMPETêNCIAS OPERACIONAIS
AÇõES QUE PRESSUPõEM 
RELAÇõES ENTRE OBJETOS, 
ATINGIDO O NíVEL DE 
COMPREENSÃO E ExPLICAÇÃO
ORDENAR
SERIAR
INTERPRETAR
ANTECIPAR IDEIAS
CLASSIFICAR
ExPLICAR
COMPREENDER
COMPETêNCIAS GLOBAIS
AÇõES E OPERAÇõES 
MAIS COMPLExAS,
NíVEL MAIS ELEVADO 
DE INTELIGêNCIA
ANALISAR
CRITICAR
RESOLVER 
PROBLEMAS
JULGAR
AVALIAR
CONCLUIR
GENERALIZAR
FAZER 
COMPETêNCIAS BÁSICAS
AÇõES MAIS ELEMENTARES 
POSSIBILITAM A 
CONSTRUÇÃO DOS 
CONCEITOS
OBSERVAR
IDENTIFICAR
INDICAR
RECONHECER
APONTAR
LOCALIZAR
DESCREVER
REPRESENTAR
ESTABELECER DIFERENÇAS
COMPARAR
19p r o g r a m a e s c o l a a t i v a
É importante ressaltar que todos os níveis de ação e operação estão presentes em todos 
os conteúdos e em todos os níveis de escolaridade. O que determinará maior ou menor 
concentração de competências em cada nível será a capacidade operatória do educando 
caracterizada pelo desenvolvimento das estruturas da inteligência.
É de fundamental importância que o educador de hoje perceba sua sala de aula não como 
um espaço físico, mas como espaço social onde acontecem as relações interpessoais, 
possibilitando ao educando o exercício de sua cidadania.
O papel do educador, principalmente nas classes multisseriadas, é essencial para promover 
as práticas sociais de interdependência, cooperação, solidariedade, conhecimento do 
outro, adaptação dos educandos especiais, nas quais o educando é capaz de se expressar 
oralmente, saber ouvir para compreender, pois essa é a condição básica para compreender, 
conviver, compartilhar e lidar com os conflitos e desafios, superando-os enquanto impasses 
e encontrando soluções criativas e inovadoras para os mesmos.
As aulas devem ser variadas e diversificadas, assim, o educador estará favorecendo a 
disciplina na sala de aula, o autocontrole dos educando, o surgimento de lideranças, a 
tomada de decisões, a inclusão. O educando tem a oportunidade de ouvir a opinião do 
colega, compartilhar conhecimentos e cooperar na convivência com o grupo. É importante 
ainda que fique evidente que erros e faltas devem ser analisados, que errar faz parte da vida 
humana e que reconhecer isso é oportunidade para crescimento da pessoa.
As normas de funcionamento dos grupos devem ser criadas e combinadas pelos próprios 
educandos, devendo ser expostas nas salas de aula.
As atividades coletivas devem ser incentivadas e este é o momento em que todos socializam 
o que foi aprendido e o que foi construído nessas atividades, havendo nessa oportunidade 
condições de encontrar soluções para os problemas, esclarecendo duvidas, pois é um 
momento de participação de todos os educandos com colaboração do educador, que deve 
intervir sempre quando for necessário ou quando for solicitado.
No início de cada unidade estão listados os objetivos que nortearão as ações, os estudos e as 
investigações a serem realizados.
Os conteúdos de aprendizagem adotados são distribuídos em três grandes grupos.
Grupos dos conteúdos de aprendizagem
CONTEúDOS PROCEDIMENTAIS
ENVOLVEM O SABER FAZER
CONTEúDOS ATITUDINAIS
ENVOLVEM O SER, 
REGRAS, NORMAS, 
COMPORTAMENTOS
CONTEúDOS CONCEITUAIS
ENVOLVEM O SABER
c o l e ç ã o d e c i ê n c i a s — c a d e r n o d o e d u c a d o r20
Esta compartimentação não quer dizer que um conteúdo de um grupo tem que ser 
desvinculado de outro grupo. Eles podem e devem ser trabalhados articuladamente, 
associando a teoria e a prática. As diferenças e semelhanças entre os grupos de conteúdo é que 
permitem ao educando chegar às conclusões e apropriar-se ativamente do conhecimento.
O educador não pode se esquecer de que, durante cada conteúdo trabalhado, devem ser 
desenvolvidas atividades de avaliação de maneira variada, buscando nessas atividades gerar 
a construção de significados que emergem da interação dinâmica da ação e reflexão em 
todos os níveis de competência cognitiva, desenvolvendo ainda a importante capacidade 
de autoavaliação e, principalmente, adaptando o instrumento de avaliação aos educandos 
especiais. À medida que o educador for trabalhando com os conteúdos, os educandos 
vão fazendo seus compromissos e assumindo suas responsabilidades, sempre que for 
possível, durante as atividades. Esses compromissos podem ser estendidos aos pais e a toda 
comunidade.
Esses compromissos também são verdadeiros desafios que podem surgir de campanhas 
realizadas pelos educandos, de exposições, de aulas-passeio, de plantações de horta, de 
jardim e de outras atividades que envolvem a comunidade.
Devem ser avaliadas também as habilidades sociais, os valores e atitudes necessários ao 
exercício consciente da cidadania em busca do sucesso. A avaliação se caracteriza por ser 
um processo que busca crescimento pessoal e coletivo, sendo contínuo, no qual o educador 
interage, participa do processo, direciona todo o trabalho, como já foi dito no capítulo 
Avaliação. A partir da reflexão do educador sobre o processo de aprendizagem e sobre as 
condições oferecidas por ele para que a aprendizagem possa ocorrer, ele vai verificando o 
que é básico e essencial, sem se preocupar com a devolução mecânica do conteúdo ensinado.
Assim, o educador terá subsídios para compreender a avaliação como diagnose de todo o processo 
de trabalho, para que ele seja reformulado continuamente, onde e quando for necessário.
Avaliação como processo contínuo
“A avaliação educativa olha ref lexivamente para trás somente para comprovar quão longe 
já deixamos o ponto de partida em nosso progresso constante, sem prestar tanta atenção 
ao ponto de chegada.”
J u a n M a n u e l A l v a r e z
Numa perspectiva sociointeracionista com ênfase nas relações e interações coletivas, sociais 
e históricas, como é o caso dessa coleção, a avaliação é vista como qualitativa, processual 
e formativa, devendo acontecer no dia-a-dia e nunca só ao final de uma unidade ou de um 
estudo, sendo adaptadas aos educandos especiais.
AvaliaçãoCOMO AVALIAR?
QUANDO AVALIAR? POR QUE AVALIAR?
PARA QUE AVALIAR?
21p r o g r a m a e s c o l a a t i v a
Nesse sentido, a avaliação se constitui em um processo que envolve uma mudança de 
concepção de comportamento cultural, sendo considerada como instrumento escolar, com 
aspecto inovador, apresentando-se como uma tarefa necessária e difícil.
Precisa perder seu caráter classificatório, não classificando, mas situando o educando no 
grupo a que pertence.
Assim, o educador observa os educandos, seu desempenho nas atividades, o desenvolvimento 
das habilidades cognitivas, suas atitudes, fazendo anotações de seus progressos, analisando 
essas anotações e discutindo com eles na Ficha de Avaliação e Progresso – FAP, o desempenho 
de cada educando.
É importante ressaltar qual será o uso que o educador fará dessas anotações, dessa análise 
feita do desenvolvimento do educando e seu progresso no dia-a-dia. Essas anotações devem 
reorientar a prática pedagógica do educador, com intenções que busquem a melhoria do 
desempenho dos educandos.
“Não avalio as crianças em função de seus saberes. São os saberes que devem ser avaliados em função das 
crianças.
É isso que distingue um educador. Um educador não está a serviço do saberes. Está a serviço de seus alunos.”
Rubem Alves
É preciso dar à avaliação seu autêntico sentido pedagógico, não como sanção, julgamento, 
punição, valor ou instrumento de poder do educador contra o educando, mas como auxiliar 
no processo de ensinoe de aprendizagem, para sempre refazer e reconstruir a prática 
pedagógica como ferramenta do educador buscando melhorar sua prática como uma tarefa 
política conferida a ele.
Além de tudo isso, é importante diversificar os instrumentos de avaliação, de forma a dar 
oportunidade aos educandos de avaliar os colegas de grupo, de outros grupos, sua participação, 
seu interesse, sua atuação nas diferentes atividades, e ainda dando-lhes oportunidade de se 
autoavaliar, demonstrando evidências de seu sucesso, de seu progresso no decorrer dos 
trabalhos, e também suas dificuldades e erros de percurso.
Para essa autoavaliação, há um caderno especial. É uma atividade essencial para que o 
educando tenha consciência de sua evolução e de seu progresso. 
A avaliação realizada ao final de cada unidade, com sugestões ao final do livro, também 
deve ser levada em consideração, pois a mesma envolverá avaliação de conhecimentos e 
habilidades, avaliação de competências.
Essa avaliação poderá ser levada em consideração como diagnóstico. O educador poderá 
também discutir a prova com o educando, ouvindo-o. É fundamental que o educador 
desenvolva neste contexto a “Pedagogia da Escuta”. Como é importante saber ouvir... Ouvir 
para refletir, para pensar e repensar sua prática pedagógica, se necessário, reformulá-la, 
reconstruí-la ou adaptá-la.
Assim, a avaliação é contínua, acompanhando as aquisições sucessivas dos educandos, 
devendo levar em conta o desenvolvimento humano da criança nas dimensões cultural, 
social, biológica e afetiva.
c o l e ç ã o d e c i ê n c i a s — c a d e r n o d o e d u c a d o r22
Recomendações ao educador para uso dos livros
“Ensinar exige risco, aceitação do novo e rejeição de qualquer forma de discriminação.”
P a u l o F r e i r e
Para que o educando aprenda a usar os livros da coleção de Educação do Campo, recomenda-
se ao educador:
1 conhecer bem a coleção antes de iniciar o trabalho com os educandos;
2 apresentar a coleção aos educandos, destacando aspectos importantes, tais como: 
capa, introdução, ícones, índice, ilustrações etc.;
3 explicar que essa coleção foi escrita e produzida especialmente para eles, educandos 
do campo;
4 procurar estabelecer uma relação de empatia entre os educandos e a coleção, 
mostrando que essa é uma coleção diferente, com a qual todos vão aprender, pois 
todos são capazes de construir o seu sucesso;
5 trabalhar sempre com a coleção, de acordo com as instruções, preparando suas aulas 
diárias, evitando o improviso, valorizando os Cantinhos de Aprendizagem;
6 destacar a importância do reconstruir a aprendizagem, quando houver qualquer 
O educador registra o tempo todo esse acompanhamento do educando, seu progresso, como 
já foi dito, dando-lhe chance de refazer seus trabalhos, quando necessário.
Uma última reflexão torna-se necessária, isto é indispensável:
“Mudar o processo de avaliação não é fácil, pois se busca conhecer o outro numa avaliação coletiva.”
Por que coletiva e não como opção pessoal?
Porque envolve educandos, seus pais, coordenação pedagógica. Todos os envolvidos devem 
compreender a importância dessa tarefa.
Para que essas mudanças sejam possíveis, deverão ser implementadas pelos educadores e que 
agreguem também toda a comunidade escolar, que deve ser comunicada e ouvida em todo o 
processo de ensino-aprendizagem.
É preciso ainda que o educador pense sempre criticamente sobre sua prática pedagógica, 
discutindo a mesma com a coletividade, reformulando-a sempre que necessário.
Para isso, é importante que todos tenham clareza que podem dar sugestões, colocando-as 
na caixa de sugestões que existe na escola, e contribuindo também para que a comunidade 
busque a escola de qualidade que tanto almeja.
Além da caixa de sugestões, os pais e toda a comunidade terão oportunidade de conhecer 
e avaliar o trabalho da escola no “Dia das Conquistas”, quando serão apresentadas pelos 
educandos todas as suas conquistas, seus conhecimentos, seus progressos e suas realizações.
23p r o g r a m a e s c o l a a t i v a
dificuldade, mostrando sempre que o fazer e o refazer fazem parte do processo de 
construção do conhecimento;
7 buscar constantemente o vencer desafios, para a solução dos problemas do dia-a-dia 
na escola, na família e na comunidade;
8 valorizar as experiências dos educandos, a troca de conhecimentos e o trabalho 
solidário, agindo sempre como mediador, problematizador e estimulador na 
construção do conhecimento;
9 justificar a importância de atividades variadas, ao longo da coleção, destacando o 
valor da cooperação, da busca de informações na construção do conhecimento;
10 respeitar os educandos em suas diferenças (socioeconômicas, étnico-raciais, de gênero 
e geração) e em suas diversidades, acompanhando-os frequentemente, adequando 
as atividades, dando maior assistência aos que tiverem mais dificuldades, nunca 
antecipando a eles ou dando-lhes respostas prontas para suas dúvidas;
11 utilizar sempre o kit pedagógico em suas aulas, enriquecendo e ilustrando o conteúdo 
dos cadernos de aprendizagem com esse material;
12 desenvolver a “pedagogia da escuta”, sabendo ouvir o educando com atenção, 
compreendendo que existem diversas formas de expressão da criança que utiliza 
várias linguagens para se comunicar;
13 estabelecer um diálogo permanente com a Educação do Campo, buscando atender às 
necessidades do campo em suas diversidades;
14 utilizar todas as oportunidades inteligentes para provocar o pensamento do educando, 
pois pensar é uma forma de aprender, crescer, buscar soluções, inferir, analisar, 
generalizar, criticar e construir uma escola do campo de qualidade;
15 organizar, durante todo o ano, o material para a construção da monografia da comunidade 
(para uma melhor explicação, ver o livro do educador de História), na qual deverá constar 
a contribuição da escola para a melhoria da qualidade de vida na comunidade.
 
“É mais fácil dar tudo pronto aos alunos do que ensiná-los a pensar.”
A u g u s t o C u r y
Papel do educador de Ciências
“Professores fascinantes têm como objetivo fundamental ensinar os alunos a serem 
pensadores e não repetidores de informações.”
A u g u s t o C u r y
É preciso que cada um dos educadores da Educação do Campo, profissionais sérios e 
comprometidos com o seu papel de educador, valorize essa educação que ministra e proponha 
ações para o seu constante aprimoramento. É necessário que esse educador-mediador seja 
também aprendiz, pesquisador e, antes de tudo, educador com compromisso social.
c o l e ç ã o d e c i ê n c i a s — c a d e r n o d o e d u c a d o r24
Ele deve criar um ambiente de aprendizado que potencialize observação, interpretação, 
comparação, descoberta, levantamento de hipóteses e experimentação até chegar à 
construção de conceitos científicos ou generalizações e conclusões.
Ele deve incentivar os educandos a construir um Cantinho de Ciências, onde deve colocar 
plantas, cartazes e produções de textos dos educandos sobre o conteúdo estudado.
No ensino de Ciências, os conhecimentos conceituais (“o saber”), as metodologias de 
trabalho científico (“o saber fazer”) e as atitudes científicas (“o ser”) devem ser sempre 
considerados no trabalho com a realidade tão diversificada.
A escola, a sala de aula, o laboratório e outros espaços disponíveis devem permitir o 
desenvolvimento dessas habilidades.
Quando se fala em laboratório, pergunta-se: qual laboratório?
Não é um laboratório como local físico, mas um estado de competência do educador. 
Uma sala de aula, uma quadra, um pátio, uma horta ou até debaixo de uma árvore podem 
ser transformados em laboratório, desde que nesses locais estejam presentes o desafio, a 
problematização, a investigação, a pesquisa num trabalho criativo e crítico.
O papel do educador é, sem dúvida nenhuma, o de umcidadão em pleno exercício da 
cidadania, capaz de estar atento às transformações da comunidade onde está inserida a 
escola e engajado nessa sociedade, contribuindo para que essas transformações aconteçam. 
É preciso que o educador conscientize seus educandos de que a ciência é responsável por 
muitas transformações ao seu redor e que nem sempre são accessíveis a todos.
Quem ainda não ouviu falar dos alimentos orgânicos? Esses alimentos são naturais, pois 
não se utiliza fertilizantes nem aditivos artificiais e nem agrotóxicos na sua cultura. 
Utiliza-se adubo natural. Em muitos casos, há hortas hidropônicas, plantas cultivadas na 
água, em estufas. No entanto, esses alimentos naturais têm o custo de produção maior e, 
consequentemente, são mais caros, pois demoram mais tempo para serem cultivados.
Muitos agricultores têm investido na cultura desses alimentos que precisam ser plantados 
e cultivados com técnica especial. Esses alimentos são excelentes para a saúde. É a ciência 
a serviço do ser humano e da natureza. Essa mesma ciência põe também em risco, muitas 
vezes, a sobrevivência do ser humano, quando o uso da tecnologia avançada pode provocar 
a destruição e degradação do meio ambiente.
Quem ainda não ouviu falar do uso dos fertilizantes e agrotóxicos na agricultura? E o que 
fazem o agrotóxico e o fertilizante? Eles alteram todo o ecossistema, desequilibrando a 
cadeia alimentar, matando insetos de maneira desordenada, destruindo plantas, poluindo 
o solo, a água e contaminando o alimento produzido.
É isso que queremos para nós e para nossos filhos?
O conhecimento dessa realidade, na verdade, passa a ser, então, um desafio: como utilizar 
a ciência para melhorar a qualidade de vida da comunidade? Como utilizar a ciência para 
melhorar cada vez mais a qualidade de vida do ser humano no planeta, preservando a 
natureza?
25p r o g r a m a e s c o l a a t i v a
Reflexões para o educador de Ciências
“A minha entrega à alegria de viver, sem que esconda a existência de razões para tristeza 
na vida, (que) me prepara para estimular e lutar pela alegria na escola.”
P a u l o F r e i r e
As condições básicas que permitem ao ser humano e aos animais perpetuar-se enquanto 
espécie provém da interação adaptativa com a natureza. No entanto, a atividade dos animais 
em relação à natureza já está determinada. Os animais nascem, crescem, acasalam, nascem 
os filhotes e as mães cuidam deles até que possam viver independentes — quem ensina isso 
para eles? Tudo isso faz parte de sua natureza. Eles atuam sobre o meio ambiente de forma 
a permitir sua sobrevivência imediata e de sua prole, de geração em geração, com poucas 
alterações.
Por outro lado, o ser humano, ao mesmo tempo em que possui sua origem animal, diferencia-
se profundamente dessa origem ao viver socialmente e se humanizar pelo trabalho.
O ser humano tem então necessidades ao produzir o trabalho de conhecer e explicar, com 
suas teorias, os fenômenos da natureza e suas leis que regem esses fenômenos.
O conhecimento constitui-se, portanto, em um processo humano no qual o ser humano 
busca sempre a satisfação de suas necessidades. A ciência prática está voltada para o 
conhecimento da natureza, tem o objetivo de dominar e transformar essa natureza, dotando 
a vida de inventos e recursos.
Assim, o conhecimento dos ciclos da natureza garante o desenvolvimento da agricultura, a 
descoberta de elementos químicos, tais como ferro, chumbo, cálcio, oxigênio, hidrogênio 
e outros minerais, permitindo a construção de armas e outros instrumentos.
Ao estudar os fenômenos da natureza, o homem percebe que eles são regidos por leis, 
podendo ser medidos, experimentados e demonstrados. O ser humano procura dominar 
as forças naturais, transformando-as para satisfazer suas necessidades.
Com o avanço tecnológico, o ser humano passa a produzir além de suas necessidades, 
dominando as ciências da natureza e colocando a seu serviço a energia do sol, do ar, da água, 
do solo, dos minérios, buscando facilitar o seu trabalho, que passa a ser feito com menos 
força e com mais facilidade.
No mundo de hoje, somos uma sociedade que depende cada vez mais da CIÊNCIA e da 
TECNOLOGIA. Essa tecnologia, que muitas vezes destrói, polui e prejudica o meio ambiente, 
precisa ser compreendida, repensada em seus valores sociais, como produção humana 
historicamente contextualizada.
Mas o ser humano não pode se esquecer de que para satisfazer plenamente as suas condições 
básicas de vida, necessita estar em equilíbrio sustentável com o ecossistema, relacionando-
se bem com a natureza, sem destruir, sem queimar, sem poluir o solo, o ar, a água, conforme 
especificado nas atividades do livro 4, cujo tema principal é a natureza.
c o l e ç ã o d e c i ê n c i a s — c a d e r n o d o e d u c a d o r26
PRESERVAÇÃO DO 
MEIO AMBIENTE 
MELHOR QUALIDADE 
DE VIDA
INTERAÇÃO DINÂMICA
ÁGUA
SOLO
SER 
HUMANO
SERES 
VIVOS
AR
SOL
Conscientização do ser humano em manter o 
equilíbrio do ecossistema
“É preciso que a escola progressista, democrática, alegre e capaz repense a questão das 
relações entre corpo consciente e mundo.”
P a u l o F r e i r e
O ser humano precisa estar em constante interação dinâmica com tudo que está à sua volta, 
e que faz parte da natureza outros seres vivos, água, sol, ar, solo, buscando constantemente 
a preservação do meio ambiente para que tenha melhor qualidade de vida.
O objetivo do trabalho de Ciências é fazer com que o educador e o educando compreendam 
que é importante também trabalhar a saúde na dimensão social durante todo o Ensino 
Fundamental, quando as relações ser humano-ser humano e ser humano-natureza mostrem 
a saúde como problema que depende da alimentação, do vestuário, da moradia, do lazer, 
da higiene, sendo, portanto, uma consequência do nível de vida da população.
Torna-se então importante valorizar e colaborar com o agente de saúde do município que 
visita as residências do campo, que conversa, que aconselha, que fiscaliza os ambientes, 
que age de maneira positiva, buscando uma melhor qualidade de vida para a comunidade 
e, consequentemente, para o país.
É preciso ainda destacar que a política da saúde no Brasil preocupa-se não só com o aspecto 
curativo, mas, principalmente, preventivo, no sentido social, pessoal e ambiental. Tendo 
clareza disso, faz-se necessário explicar que o atual ensino de Ciências não se baseia apenas 
27p r o g r a m a e s c o l a a t i v a
em descrição de conceitos e definições ou citações isoladas de nomes de ossos, órgãos ou 
sistemas, mas um trabalho no qual o educando pensa, observa, experimenta, discute, 
contextualiza em sua realidade o conteúdo que estuda, compreendendo-o e utilizando-o.
É fundamental que o educando compreenda as transformações que ocorrem de maneira 
dinâmica na matéria e na energia, que não existem separada ou isoladamente na natureza. 
É importante ainda que ele entenda que as transformações que ocorrem nos fenômenos 
da natureza são regidas por leis naturais e universais que ocorrem no tempo e no espaço 
e que muitas vezes, quando essas transformações são dirigidas pelo ser humano, causam 
transtornos no equilíbrio da natureza e na saúde, causando efeitos destruidores, como 
terremotos, tempestades, inundações, enchentes etc.
Sabe-se que se faz necessário transformar a escola em espaço de desenvolvimento 
do pensamento, de discussão, de análise, de reflexão da realidade, de inclusão e não 
discriminação etnorracial, com participação ativa do educando que olha, escuta, pega, 
observa, satisfaz sua curiosidade natural, seus interesses, abordando temas de sua realidade 
ou de seu cotidiano.
E para chegar a isso, é preciso comprometimento, envolvimento e participação de cada 
educador responsável. É preciso aguçar a criatividade da criança, é necessário colocar em 
ação habilidades,atitudes e valores, buscando reconstruir uma nova visão do mundo...
É importante ainda destacar a utilização das habilidades da leitura e escrita em Ciências, em 
várias situações de sala de aula, desde as anotações simples até a interpretação de textos ou 
de representações gráficas ou de produção de textos para trabalhar os diferentes conteúdos. 
É através da representação escrita que a ciência constrói a sua realidade.
O educando precisa conhecer o vocabulário específico de Ciências para compreender o 
conteúdo estudado. Muitas vezes, uma mesma palavra pode ter vários significados, conforme 
o contexto em que está inserida, daí a importância de saber interpretar o que lê. Assim, ler e 
escrever em Ciências é muito mais do que simplesmente interpretar um texto como forma 
de aprendizagem, mas com objetivos de construir e conhecer realidades diferentes.
Pretende-se ainda que a ciência trabalhada na escola possibilite a leitura do mundo do 
educando e sua realidade. No entanto, conforme já foi dito, a ciência tem seu vocabulário 
próprio para explicar essa realidade do educando e explicar as inter-relações existentes no 
seu mundo. Ela enfatiza o mundo dos acontecimentos de maneira contextualizada, isto é, 
de acordo com a realidade do educando.
Para representar e ler este mundo, é preciso que o educando perceba sua realidade, 
estabelecendo relações entre os elementos dessa realidade. Ler o mundo significa apropriar-
se das diferentes formas de pensar e explicar os fenômenos que acontecem no dia-a-dia, 
estabelecendo relações entre os saberes que fazem parte da sua cultura.
Assim, “(...) a leitura do mundo precede a leitura da palavra e a leitura desta implica a 
continuidade daquela.” F r e i r e ( 1 9 9 3 , p . 2 0 )
O ler e escrever não se apresentam como meros instrumentos da cultura no estudo de 
Ciências, mas passam a fazer parte do universo amplo de possibilidades do educando que 
busca conhecer seu mundo e transformá-lo.
c o l e ç ã o d e c i ê n c i a s — c a d e r n o d o e d u c a d o r28
Será que essa escola do campo, hoje, consegue atingir seu objetivo no trabalho de 
Ciências? Será que essa escola está formando leitores capazes de compreender a linguagem 
de Ciências, relacionando os fatos e os fenômenos à sua realidade, buscando transformar 
essa realidade, ou apenas ledores de Ciências?
Será que os educandos da Educação do Campo são capazes de selecionar ideias em um texto, 
refletir sobre elas e criticá-las?
 “Os livros não são feitos para acreditarmos neles, mas para serem submetidos à investigação. 
Diante de um livro, não devemos nos perguntar, o que diz, mas o que quer dizer.”
E c o ( 1 9 8 3 ) 
Assim, a leitura crítica das transformações direcionadas pelo ser humano sobre o meio 
ambiente é condição para uma análise articulada dos conteúdos básicos que são integrados 
e articulados de maneira dinâmica pela ação transformadora do ser humano com a 
natureza. Dessa forma, o educador estará instrumentalizando a criança, hoje, dotando-a 
de atitude científica, fazendo da escola do campo um ambiente de percepção, de valorização 
e reconhecimento da diversidade.
Quanto maior a interação da criança com seus colegas e com o seu meio social, maior será 
a base de experiências vividas e maior ainda será a troca com o mundo à sua volta.
“Uma ideia transforma-se em pó ou magia, dependendo do talento de quem nela tocar.”
W i l l i a m B e r n b a c h
Objetivos gerais do ensino de Ciências no ensino fundamental
“Reverências pela vida é uma condição interior, um perfume que envolve todas as coisas e 
nos enche de respeito para com tudo aquilo que vive.”
R u b e m A l v e s
• Compreender a ciência como processo de produção de conhecimento, identificando 
as relações entre conhecimento científico, produção de tecnologia e melhoria de 
condições de vida.
• Perceber-se como parte integrante da natureza, capaz de transformar o ambiente onde 
vive, buscando a sua melhoria.
• Adquirir espírito de observação das coisas da natureza, posicionando-se de maneira 
crítica e construtiva diante das diferentes situações do dia-a-dia.
• Compreender a saúde pessoal, social e ambiental como bens individuais e coletivos 
que devem ser preservados pela ação de diferentes agentes.
• Utilizar corretamente os conceitos científicos associados à matéria e energia, espaço 
e tempo, sistema e suas transformações, equilíbrio e vida.
29p r o g r a m a e s c o l a a t i v a
• Diagnosticar problemas reais e propor soluções, colocando em prática conceitos, 
procedimentos e atitudes construídos no estudo de Ciências.
•	 Articular os diferentes procedimentos adotados no trabalho de Ciências, visando à 
adaptação e construção do conhecimento.
•	 Valorizar o trabalho em grupo como forma cooperativa e crítica de construção do 
conhecimento, partilhar de informações, suscitando o desejo de aprender, dominando 
dificuldades e superando obstáculos.
• Conscientizar o educando de que a ciência torna a vida mais confortável, mas, muitas 
vezes, põe em risco a sobrevivência do ser humano.
• Compreender a avaliação como um processo contínuo, possibilitando sempre o 
diagnóstico do trabalho realizado, que deve levar à reformulação e reconstrução da 
prática pedagógica.
• Envolver a família e a comunidade nas atividades escolares, buscando melhorar 
a qualidade de vida e formar cidadãos conscientes dos problemas do dia-a-dia e 
solidários.
• Conscientizar o educando dos problemas ambientais causados pelos seres humanos, 
mostrando que o educando pode, com suas pequenas ações, ajudar a salvar o planeta 
de sua destruição.
c o l e ç ã o d e c i ê n c i a s — c a d e r n o d o e d u c a d o r30
Orientações para o livro 1
 
“O professor que despertar o entusiasmo em seus alunos conseguiu algo que nenhuma 
soma de métodos sistematizados, por mais corretos que sejam, pode obter.”
J o h n D e w e y
 
Este primeiro livro tem como tema estudar os seres vivos da natureza: animais e plantas.
Qual é a criança que não gosta de animais e plantas? Este primeiro livro busca atender 
aos interesses dessa criança de 6 (seis) anos que está iniciando um novo ciclo de sua vida, 
entrando na escola fundamental.
 
O livro 1 de Ciências apresenta duas unidades.
 
A primeira, denominada Estudando os animais. 
Essa unidade é constituída de 9 (nove) módulos/subunidades, a saber:
• Quantos animais…
• Animais grandes domésticos.
• Animais selvagens do Brasil.
• Animais selvagens de outros lugares.
• Animais de tamanho médio.
• Proteção aos animais.
• Animais pequenos.
• Animais muito pequenos.
• Mais animaizinhos…
 
A segunda unidade é denominada Estudando as plantas.
Essa unidade é constituída de 8 (oito) módulos ou subunidades, a saber:
• Quantas plantas…
• Árvores
• Mais árvores…
• Proteção das árvores
• Arbustos
31p r o g r a m a e s c o l a a t i v a
• Plantas pequenas
• Cuidado com as verduras
• Plantas de jardim
 
Antes de iniciar o trabalho com o livro, leia para os educandos a carta da autora, procurando 
incentivá-los para o trabalho com Ciências.
Os objetivos ou competências da primeira unidade são:
• identificar e descrever os animais grandes, médios e pequenos que existem perto de sua 
escola e de sua casa;
• explicar formas de cuidar desses animais, citando sua utilização pelo ser humano;
• identificar e descrever animais grandes que vivem nas matas;
• aprender a proteger os animais.
 
Apresente os objetivos ou competências para os educandos. Discuta com eles tudo o que 
vão aprender.
Fale dos módulos/subunidades. 
Apresente cada módulo para os educandos. Deixe que eles comentem os assuntos.
Em todas as unidades, busca-se contextualizar cada tema com perguntas que devem ser 
discutidas pelos educandos antes de dar início ao trabalho propriamentedito.
O educador vai, muitas vezes, introduzir conteúdos fora da sala de aula, com aulas-passeio 
ou visitas programadas nas quais o educando vai observar, conhecer e pesquisar.
wSabe-se que estamos falando de uma escola multisseriada, portanto, enquanto o educador 
sai da sala de aula com determinada turma, os outros educandos permanecem na sala, 
trabalhando em grupos em temas diferenciados.
Essas aulas devem ser cuidadosamente preparadas para garantir o sucesso do trabalho. 
Antes de sair da sala, os educandos devem saber o que vão fazer, o que vão observar. Devem 
abrir bem os olhos para ver, os ouvidos para ouvir e o coração para sentir… Devem estar 
atentos para que sejam capazes de realizar bem as tarefas ao voltar à sala de aula. Essas 
saídas da sala de aula, aulas-passeio, devem ser bem objetivas e rápidas. Devem ser avaliadas 
no retorno à sala de aula.
Incentive o respeito aos animais, incentive o educando a não permitir que as pessoas os 
maltratem, pois eles são seres vivos como nós, eles sentem dor e ficam tristes como nós. É 
importante também incentivar o educando a escrever. Utilize letras em caixa alta, como no 
livro, para facilitar a escrita das crianças. Não corrija o que o educando escreve, ele mesmo 
vai perceber suas falhas, seus erros, e aos poucos vai construir esse conhecimento.
c o l e ç ã o d e c i ê n c i a s — c a d e r n o d o e d u c a d o r32
Sempre depois dos exercícios em grupos, os educandos devem apresentar o que o grupo 
realizou para seus colegas e educador. Assim, há oportunidade para enriquecer os trabalhos 
e refazer o que não ficou claro ou ficou incorreto.
Explique que as crianças especiais merecem o respeito de todos e precisam da colaboração 
de todos nos grupos. Explique ainda que eles também podem colaborar com os grupos de 
maneira positiva.
Nas discussões, é muito importante que o educando se sinta à vontade para falar, para 
participar, para relatar suas experiências vivenciadas.
As ilustrações devem ser analisadas em seus pormenores, pois são fotos com riqueza de 
detalhes. Algumas músicas surgem ao longo da unidade. São músicas populares ou cantigas 
populares que devem ser cantadas com entusiasmo. Algumas letras de música podem ser 
criadas pelos educandos. Poemas serão também encontrados. Esses devem ser trabalhados 
de forma a desenvolver a sensibilidade das crianças e nunca interpretados. Em alguns 
módulos vão surgir jogos que devem ser incentivados, pelo educador, uma vez que o lúdico 
faz parte da vida da criança.
No Para Casa, a família e a comunidade serão envolvidos de verdade nas atividades, 
buscando sempre ouvir e valorizar a forma de ver o mundo das pessoas mais idosas da 
comunidade, que construíram seu conhecimento ao longo da vida. Esta é uma forma de 
não discriminação de geração. É fundamental valorizar o conhecimento das pessoas mais 
idosas da comunidade, de gerações mais velhas, como fazem os negros e os índios que 
deram grande contribuição à formação do povo brasileiro desde a época do descobrimento.
 
A segunda unidade, Estudando as plantas, tem por objetivos:
• identificar as plantas grandes, médias e pequenas;
• identificar as árvores, citando sua utilidade;
• explicar a importância dos arbustos para o ser humano;
• identificar plantas pequenas de jardim e de horta e plantas medicinais, citando sua 
utilidade.
 
Não se esqueça de apresentar os objetivos ou competências para os educandos e os módulos/
subunidades.
Mais aulas-passeio serão realizadas na segunda unidade. 
Caro educador, cuide para que essas aulas sejam bem preparadas para garantir o sucesso 
da aprendizagem. O planejamento é o ponto de partida para qualquer trabalho bem feito. 
Se, por acaso, for visitar propriedades públicas ou particulares, não se esqueça de preparar 
os educandos para a visita, contactando os responsáveis, solicitando a visita, aproveitando a 
oportunidade para escrever cartas coletivas, com a colaboração das crianças e do educador, 
para os mesmos.
33p r o g r a m a e s c o l a a t i v a
Educandos do campo, em geral, conhecem muito de plantas. Deixe que eles falem e interajam, 
colocando para os colegas seus conhecimentos e ouvindo o conhecimento de seus colegas. É 
importante que o educador faça com que todos participem ativamente das aulas.
O educador não deve se esquecer do Cantinho de Ciências, que deve estar sempre atualizado 
de acordo com o conteúdo estudado.
Incentivar também a pesquisa em livros, revistas ou com pessoas da comunidade, 
curandeiros, benzedeiros e pessoas mais idosas da comunidade para enriquecer o conteúdo 
do livro e valorizar a cultura dos antepassados.
É preciso ter uma atenção especial aos murais da sala de aula, que devem ser feitos pelas 
crianças, apenas supervisionados pelo educador.
Mais uma vez, é importante insistir que o educador trabalhe com seus educandos atividades 
que desenvolvam habilidades de comparação, análise e conclusão, atividades essas que 
desenvolvem o pensamento.
Valorizar sempre a observação atenta das coisas da natureza é fundamental, formando 
em seus educandos atitudes de respeito à natureza, respeito às árvores e à vegetação, 
mostrando-lhes os prejuízos das queimadas e dos desmatamentos. Valorizar as frutas, as 
plantas da horta, do jardim, do campo e as plantas medicinais, pedindo aos educandos para 
trazer a contribuição das pessoas de sua família sobre as plantas medicinais. É importante 
ressaltar os cuidados com as frutas e verduras que comemos cruas.
O educador deve incentivar seus educandos a enfeitar a escola e a sala de aula com flores. 
Plantar vasos de flores com eles, plantar flores na frente da escola. Plantar uma horta 
com seus educandos e ensiná-los a cuidar das plantas é importante. Na horta, plante um 
canteiro de plantas medicinais. Divida entre os grupos os trabalhos! Peça a colaboração da 
comunidade para o plantio da horta.
Educador, visite curandeiros da comunidade sem os educandos! Converse com eles sobre 
seus conhecimentos e sua origem. Observe se esses conhecimentos têm origem nos povos 
africanos ou indígenas.
 
Peça aos educandos para pesquisar:
— Qual a origem das plantas medicinais, do uso de chás variados? De onde viriam esses 
conhecimentos?
Deixe que o educando faça sua autoavaliação quanto à participação nos trabalhos, na sala 
de aula, em casa ou na comunidade.
Avalie sempre as crianças. Avalie sua participação, seus progressos e até seu entusiasmo nas 
diferentes tarefas do dia-a-dia.
Discuta com cada um o seu progresso ou seu fracasso para que ele tenha oportunidade de 
refazer o que foi trabalhado. Reoriente-o sempre que necessário.
c o l e ç ã o d e c i ê n c i a s — c a d e r n o d o e d u c a d o r34
Não se esqueça de trabalhar a elaboração dos combinados, com os educandos, colocando-os 
na sala de aula para serem lembrados.
Esses combinados favorecem a disciplina na sala de aula.
O educador deve valorizar também os trabalhos em grupo, criando em sua sala de aula um 
ambiente de aprendizado que potencialize o desenvolvimento do pensamento. Deve ainda 
incentivar o jogo como parte do lúdico, sempre que surgirem nos módulos.
Preparar com cuidado o material que será apresentado no Dia das Conquistas.
É fundamental que as crianças tenham uma relação afetiva com a escola e com o estudo, 
passando a ter prazer em fazer, prazer em vir à escola.
Que o educador seja um profissional com boas relações interpessoais, exercendo liderança 
e tendo sua mente aberta a mudanças.
Que contribuição sua turma terá para o Dia das Conquistas?
 
“A diferença entre professores e educadores está no olhar. O professor 
olha para os saberes. O educador olha para os alunos.” 
R u b e m A l v e s
35p r o g r a m a e s c o l a a t i v a
 Orientações para o livro 2
 
“O verdadeiro educador tem enorme capacidade de encorajar seusalunos, 
ainda que seja com o seu olhar.
Usa os seus erros como adubo, não como objeto de punição; consegue ouvir 
o que as palavras não dizem e ver o que as imagens não revelam.” 
A u g u s t o C u r y
 
Os órgãos dos sentidos, seres da natureza e o tempo representam os temas principais do livro 2. 
Com os órgãos dos sentidos, o educando vai aprender a olhar e ver de verdade, a ouvir e 
escutar de verdade, a perceber de forma diferente as coisas da natureza e do tempo.
Antes de iniciar o trabalho com o livro, leia a carta da autora aos educandos. 
O livro 2 apresenta 4 (quatro) módulos/unidades, a saber:
A primeira unidade, obsErvando E dEscobrindo, com apenas um módulo/subunidade:
• Como você percebe as coisas à sua volta?
 
A segunda unidade, idEntificando os órgãos dos sEntidos, tem 2 (dois) módulos/subunidades, 
a saber:
• Descobrindo muitas coisas.
• Mais coisas para descobrir.
 
A terceira unidade, conhEcEndo o mEio ambiEntE, tem 5 (cinco) módulos/subunidades, 
a saber:
• Percebendo a natureza.
• Identificando seres da natureza.
• Plantas… Para quê?
• Mais plantas.
• Interação entre os seres vivos.
 
A quarta unidade, Estudando o tEmpo E a vida, tem 2 (dois) módulos/subunidades, a saber:
• Variando as atividades de acordo com o tempo.
• Brincando de sol e Terra.
c o l e ç ã o d e c i ê n c i a s — c a d e r n o d o e d u c a d o r36
 
Os objetivos ou competências da primeira unidade, Observando e descobrindo, são:
• observar usando os sentidos;
• reconhecer a importância dos órgãos dos sentidos;
• descobrir coisas, utilizando os sentidos.
 
Leia os objetivos para os educandos, para que eles saibam o que vão aprender. Apresente os 
temas dos módulos/subunidades para os educandos, à medida que eles forem surgindo no livro.
Incentive os educandos a responder às perguntas para que eles coloquem suas experiências, 
suas vivências em relação à percepção de calor, de dor e outras.
Pergunte: como vocês sabem se uma fruta está madura?
Exemplifique.
Existe fruta que está madura e tem a cor verde? Qual(is)?
Recomende-os que, ao escolher a fruta para observar, é importante que seja uma fruta da 
região e que eles conheçam bem essa fruta.
Dirija a observação, incentivando-os a participar, antes do início da atividade com perguntas:
— Como vocês podem observar?
— O que vocês vão precisar para observar?
— O que vocês vão observar?
— Onde vocês vão realizar a observação?
— Por que vocês vão observar?
— Para que vocês vão observar a fruta? Cuidar para que os educandos façam bem a observação 
em dupla.
 
Dê um tempo para realizar a observação, aproximadamente 15 (quinze) minutos. Depois da 
observação, o educador pede que apresentem para os colegas a fruta observada.
Trabalhe com os educandos para que ouçam a apresentação dos colegas, com interesse e 
atenção. Peça aos educandos para que avaliem as observações feitas.
Ao introduzir os órgãos dos sentidos, cada educando poderá mostrar no próprio corpo os 
sentidos.
Por exemplo: você vê com os olhos.
Mostre os seus olhos.
Você sente cheiro com…
37p r o g r a m a e s c o l a a t i v a
Mostre o nariz completando a frase:
Você ouve com…
Mostrar as orelhas, onde estão os ouvidos e assim por diante.
Escrever no quadro, em caixa alta, logo após essa atividade, os nomes dos órgãos que os 
educandos mostraram.
 
olhos – nariz – ouvido – boca – mãos
 
Pedir que os educandos leiam as palavras. Perguntar:
— Com os olhos, o que vocês podem descobrir?
— Com o nariz, o que vocês podem descobrir?
— Com os ouvidos, o que vocês descobrem?
— Com a língua, vocês descobrem o que?
— Com as mãos, o que vocês descobrem?
 
Trabalhar as características das coisas que estão à sua volta. Explicar: cor, sabor, cheiro, 
dureza, textura, tamanho e peso são características. Pergunte:
— De que cor é o quadro?
— Qual é o tamanho desse quadro: grande, médio ou pequeno?
— O quadro é liso. Que característica é esta?
— Qual é o educando que é mais alto dessa sala de aula?
— Mais alto indica que característica?
— A sopa da escola é salgada!
— Salgada é que característica?
 
A segunda unidade, idEntificando os órgãos dos sEntidos, tem os seguintes objetivos:
• explicar a importância dos órgãos dos sentidos na observação;
• identificar os órgãos dos sentidos;
• explicar como se forma a luz branca do sol;
• identificar mensagens percebidas pelos órgãos dos sentidos.
 
c o l e ç ã o d e c i ê n c i a s — c a d e r n o d o e d u c a d o r38
COnCEItuAR A PAlAvRA observar.
Pedir que observem seu próprio rosto. Sentir o rosto. O que existe no rosto de cada um? 
Como cada educando sente seus olhos, seu nariz, seus ouvidos?
E sua língua?
Coloque sua língua para fora e olhe no espelho (educador, leve um espelho pequeno para 
a escola).
Como é sua língua?
Observe a língua de seu colega.
Dobre sua língua.
Todos conseguem dobrar a língua? Por que será?
 
Explique que é normal, nem todas as pessoas conseguem dobrar a língua. Essa é uma 
característica herdada de nossos pais. Verifique com seus pais em suas casas. 
Sinta suas mãos!
Observe cada uma.
Esfregue as duas mãos.
O que você sentiu?
Faça o contorno de sua mão.
Que mão você contornou?
Descreva suas mãos para seu colega.
O educador deve lembrar que as crianças observaram atentamente uma fruta. 
Explique aos educandos que todas as pessoas vivem observando e eles também.
O que eles observam de casa até a escola, da escola até em casa? Deixar que se manifestem 
Perguntar:
— O que vocês observam nesse caminho?
— Quando observam o que vocês fazem?
— Então, o que é observar?
 
Se na turma há uma criança cega, peça que ela conte o que observa no caminho da cada até 
a escola. Como ela observa?
39p r o g r a m a e s c o l a a t i v a
Mostre a seu colega suas mãos.
Observe as mãos de seu colega.
Em que elas são iguais?
Em que elas são diferentes?
 
Observe no seu colega e descreva oralmente:
— os olhos;
— o nariz;
— os ouvidos;
— a língua.
 
Em que esses órgãos parecem com os seus?
Em que são diferentes?
Com que órgãos nós podemos descobrir cores?
Vocês sabiam que as cores podem transmitir mensagens?
Que mensagem as cores podem nos transmitir?
O que mais você pode descobrir com os olhos?
Como um educando cego percebe o sol? Deixe que ele fale.
Pergunte se ele gosta de sentir o sol.
Vocês gostam de olhar o sol? Por quê?
O que vocês acham da luz do sol?
O sol é importante para a vida? Por quê?
Qual é a cor da luz do sol?
Como essa luz é formada?
 
Façam uma demonstração para explicar a formação da luz branca do sol. Usem garrafas de 
vidro com água, colocando-a numa janela onde bate o sol.
Vocês já viram um arco-íris?
Façam o experimento da página 33. É muito fácil!
Conclua com as crianças a informação:
A luz branca do sol é formada de sete cores.
 
c o l e ç ã o d e c i ê n c i a s — c a d e r n o d o e d u c a d o r40
Mais coisas para descobrir
Cuidados com os órgãos dos sentidos. Antes de iniciar, colocar essas perguntas:
— Como vocês cuidam da limpeza do nariz?
— É importante ter o nariz sempre limpo? Por quê?
— E a boca?
— Vocês cuidam da boca?
— Como? Vocês só cuidam dos dentes?
— E a língua, como vocês limpam?
— E os ouvidos, vocês limpam como?
 
Explique os cuidados que todos devem ter com os olhos. 
Você já imaginou como será ficar cego ou nascer cego?
Se houver criança cega, surda, muda ou que tenha paralisia nas mãos, peça que cada uma 
fale sobre como se sente em sua diferença. Peça que diga como é tratada pelos colegas e 
educador.
Explique que todos devem ser tratados da mesma forma.
Explique sobre os cuidados com os ouvidos. Não enfiem objetos

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