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Nestor Duarte Pro Faoro o corpo político é um Estamento autônomo ele está presente, há o paternalismo, a população olha para a política como um meio de salvação (eu não sou membro eu apelo ao rei), forma mínima de representação. Um Estado autoritário, um povo apático que precisa de políticas de salvação, é esse o desdobramento do patrimonialismo fundado em um estamento burocrático. Estado autoritário é diferente do totalitário, o totalitarismo regula cada célula (ditadura brasileira), o estado autoritário é mais sutil ele se contenta com a centralização do controle da vida política, ele convive bem com a divisão dos poderes e da constituição, desde que tenha controle das leis especialmente de políticas econômicas. O Estado para Nestor Duarte é visto como débil, frágil, que não conseguiu se constituir devido s termos uma sociedade extremamente dividida, dispersa e sem uma identidade. Os privatistas, não necessariamente defendem a privatização, são um grupo que entendem que alguns problemas nossos políticos não são parte do estado central autoritário, mas pelo contrário é uma sociedade fundada na ordem privada, uma sociedade que se destacou frente ao Estado, mas que se formou com base na concorrência interna, na busca de vantagens individuais, e que por isso mesmo não permite um Estado que representasse o bem público. O problema aqui é o Estado, onipotente, onipresente, centralizador (Faoro). O outro problema é a sociedade, uma sociedade dispersa que não consegue se comprometer com a ordem pública, uma sociedade formada de grupos que buscam principalmente vantagens econômicas, mas que não conseguem se comprometer com a sociedade, que não consegue ultrapassar os interesses privados e pensar em um projeto de nação. (Duarte) Qual é o problema da nossa sociedade para os privatistas?? Oliveira Vianna diz que temos uma sociedade clânica, uma sociedade que se formou de grandes divisões de terra, cada capitania era praticamente um Estado, mas era praticamente cada um universo, cada um tinha suas regras, leis. O que diverge de Faoro, pois ele falava que nesse período havia a livre exploração da terra, mas sem a governança e a soberania (ter essa autonomia sobre si), quem tem a palavra final é o rei. Nestor Duarte fala não, esses engenhos, essas capitanias que foram doações do rei, tinham grande parcelas de terra que não eram sequer produtivas. A casa grande tinha um senhor, que também era um pai de família, Duarte diz que há uma relação quase que patriarcal, familiar, clânica, o senhor tinha seus escravos, existiam pessoas livres também que estavam ligados pelo senhor, mas tinha todo um grupo, pequenos, livres, mas que viviam à sombra do grande pai, que era chefe de família e senhor das terras. As capitanias não dialogavam com as outras, um tinha suas particularidades, logo a sociedade era dispersa, não havia uma nação, um país, uma identidade nacional. As capitanias são soberanas. O debate então é construído entre o País Real e o País Legal. P país legal é aquele que está no direito, o direito foi mudando, se consolidou o espaço territorial brasileiro. Já o país real, no interior sobretudo possuíam donos, que organizavam os espaços e as terra de acordo com seus interesses privados. Oliveira e Duarte falam isso a colonização foi, como se deu a ocupação de nosso solo? Pela divisão de terras privadas sem um projeto de ocupação, sem um plano gestor, sem uma coordenação que articulasse as necessidades do país. Existe uma aproximação entre Faoro e (Duarte e Viana). Eles dizem haver uma separação entre a vida pública e a privada, havia uma tensão. Um, fala que a vida privada na realidade não tem espaço ela é sufocada pelo Estado, e usa o Estado com atraso, em busca de interessem privados. Os outros dizem que com a ocupação do solo, a lógica de ocupar o espaço é de ordem privada, não é de uma lógica pública. Essas divisões (capitanias) seriam o Brasil real, grandes extensões de terra marcadas pelo sistema de donatarias, doações do rei. O latifúndio é um mundo em minatura. Então ao contrário de uma sociedade centralizada temos uma dispersa, cada capitania tem sua própria lei, tem sua própria dinâmica, não há laços de solidariedade social com diria Durkhein, não há uma identidade nacional que vai proporcionar uma integração, impede a formação de uma ordem pública. De um lado há uma sociedade completamente subordinada ao Estado, do outro uma sociedade que não se submete ao estado a ordem pública. De um lado uma tendência centralizadora, do outro uma tendência desagregadora. Se eu tenho um diagnóstico diferente da sociedade, eu tenho uma solução diferente para ela. Se o problema pra Faoro o problema é o Estado ser centralizador, então ele quer no mínimo uma reforma do Estado que permita que os grupos sociais sejam representados, que descentralize o Estado, que através de leis e instituições que tenha canais de participação dos grupos. E se eu acho que o problema do Brasil não é o Estado forte, mas que falta o estado forte, que a sociedade é muito anárquica e anômica, a solução seria um rei um Estado forte, que unifique, que crie uma nação, língua comum, valores comuns religião comum, traços de pertencimento quem separe o abismo entre pais real e legal. São leituras diferentes que exigem sugestões distintas. Em pontos em comum: ambos veem a defasagem entre o pais legal e o real, todos veem um problema na organização política, há um déficit político. Para esses autores temos um problema econômico, mas sobretudo político a falta de um estado a falta de uma nação. Nestor Duarte resgata a questão de Oliveira Viana, para ele temos uma preponderância do setor privado, da vida privada. Há a predominância de interesse particulares frente aos públicos e existem 4 causas para esse problema: • Uma herança Ibérica: Olha os portugueses não tinham interesse nenhum em formar aqui um país, os que vieram tinha interesses comerciais de extração. • Uma diferença da massa populacional: Os índios não têm tradição de vida pública, vivem em uma sociedade clânica, os negros saíram da África e aqui foram totalmente desligados de suas tradições, do seu vínculo, então ele não tinha nenhum comprometimento com a sociedade, com a formação desse país. Povos que não tinham a noção de participação politica • Feudalismo • Família: clânica do senhor, tradicional Diz que o Estado tem uma ideia muito abstrata, ele veio e se defrontou com dois problemas, com o feudalismo, as grandes extensões de terras onde os senhores tinham o poder jurídico, e a família tradicional que dominava politicamente os arredores da casa grande e funcionava como uma família antiga que impedia organização mudanças nas relações econômicas. Esses são dois problemas. Quais foram as formas de ocupação da terra? As capitanias e o bandeirantismo. As capitanias firam as primeiras ocupações, mas o interior do país ficou sem ação de fato, e ai entram as bandeiras, que eu adentram o pais e ocupam as terras com traços feudais clássicos, ocupam grandes porções de terra de maneira aleatória o rei conta com o bandeirantismo mas proteção das fronteiras para ampliar as fronteiras, essas bandeirantes tinham pensamentos muito diferentes e muita violência neles, uma violência que marca nossa política, uma violência contra o indígena. E que marca a divisão do solo que tem impacto nas divisões das terras da herança. Assim como as capitanias as bandeiras não tinham um projeto, de uma representação de uma organização do espaço público, continua sendo um espaço privado. Há o distanciamento das questões públicas, um distanciamento com a ideia de nação. A relação que os bandeirantes tinhamcom o espaço era de expansão, extração de ouro. O legado disso é uma relação de extração, não planto nada, grandes currais, grandes espaços vazios que não são produtivos. Currais que depois são associados ao coronelismo, pois eles acabam criando cidades. Nossa história é marcada por uma rebeldia, uma repulsa, e não sabe lidar com o espaço publico.
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