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03 Nestor Duarte

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Nestor Duarte 
 
Pro Faoro o corpo político é um Estamento autônomo ele está presente, há o 
paternalismo, a população olha para a política como um meio de salvação (eu não sou 
membro eu apelo ao rei), forma mínima de representação. Um Estado autoritário, um 
povo apático que precisa de políticas de salvação, é esse o desdobramento do 
patrimonialismo fundado em um estamento burocrático. Estado autoritário é diferente do 
totalitário, o totalitarismo regula cada célula (ditadura brasileira), o estado autoritário 
é mais sutil ele se contenta com a centralização do controle da vida política, ele convive 
bem com a divisão dos poderes e da constituição, desde que tenha controle das leis 
especialmente de políticas econômicas. 
O Estado para Nestor Duarte é visto como débil, frágil, que não conseguiu se 
constituir devido s termos uma sociedade extremamente dividida, dispersa e sem uma 
identidade. Os privatistas, não necessariamente defendem a privatização, são um grupo 
que entendem que alguns problemas nossos políticos não são parte do estado central 
autoritário, mas pelo contrário é uma sociedade fundada na ordem privada, uma sociedade 
que se destacou frente ao Estado, mas que se formou com base na concorrência interna, 
na busca de vantagens individuais, e que por isso mesmo não permite um Estado que 
representasse o bem público. O problema aqui é o Estado, onipotente, onipresente, 
centralizador (Faoro). O outro problema é a sociedade, uma sociedade dispersa que não 
consegue se comprometer com a ordem pública, uma sociedade formada de grupos que 
buscam principalmente vantagens econômicas, mas que não conseguem se comprometer 
com a sociedade, que não consegue ultrapassar os interesses privados e pensar em um 
projeto de nação. (Duarte) 
Qual é o problema da nossa sociedade para os privatistas?? 
Oliveira Vianna diz que temos uma sociedade clânica, uma sociedade que se formou de 
grandes divisões de terra, cada capitania era praticamente um Estado, mas era 
praticamente cada um universo, cada um tinha suas regras, leis. O que diverge de Faoro, 
pois ele falava que nesse período havia a livre exploração da terra, mas sem a 
governança e a soberania (ter essa autonomia sobre si), quem tem a palavra final é o rei. 
Nestor Duarte fala não, esses engenhos, essas capitanias que foram doações do rei, 
tinham grande parcelas de terra que não eram sequer produtivas. A casa grande tinha 
um senhor, que também era um pai de família, Duarte diz que há uma relação quase que 
patriarcal, familiar, clânica, o senhor tinha seus escravos, existiam pessoas livres 
também que estavam ligados pelo senhor, mas tinha todo um grupo, pequenos, livres, 
mas que viviam à sombra do grande pai, que era chefe de família e senhor das terras. As 
capitanias não dialogavam com as outras, um tinha suas particularidades, logo a 
sociedade era dispersa, não havia uma nação, um país, uma identidade nacional. As 
capitanias são soberanas. 
O debate então é construído entre o País Real e o País Legal. P país legal é aquele 
que está no direito, o direito foi mudando, se consolidou o espaço territorial brasileiro. Já 
o país real, no interior sobretudo possuíam donos, que organizavam os espaços e as terra 
de acordo com seus interesses privados. Oliveira e Duarte falam isso a colonização foi, 
como se deu a ocupação de nosso solo? Pela divisão de terras privadas sem um projeto 
de ocupação, sem um plano gestor, sem uma coordenação que articulasse as necessidades 
do país. 
Existe uma aproximação entre Faoro e (Duarte e Viana). Eles dizem haver uma 
separação entre a vida pública e a privada, havia uma tensão. Um, fala que a vida privada 
na realidade não tem espaço ela é sufocada pelo Estado, e usa o Estado com atraso, em 
busca de interessem privados. Os outros dizem que com a ocupação do solo, a lógica de 
ocupar o espaço é de ordem privada, não é de uma lógica pública. Essas divisões 
(capitanias) seriam o Brasil real, grandes extensões de terra marcadas pelo sistema de 
donatarias, doações do rei. O latifúndio é um mundo em minatura. 
Então ao contrário de uma sociedade centralizada temos uma dispersa, cada 
capitania tem sua própria lei, tem sua própria dinâmica, não há laços de solidariedade 
social com diria Durkhein, não há uma identidade nacional que vai proporcionar uma 
integração, impede a formação de uma ordem pública. 
De um lado há uma sociedade completamente subordinada ao Estado, do outro 
uma sociedade que não se submete ao estado a ordem pública. De um lado uma tendência 
centralizadora, do outro uma tendência desagregadora. Se eu tenho um diagnóstico 
diferente da sociedade, eu tenho uma solução diferente para ela. 
Se o problema pra Faoro o problema é o Estado ser centralizador, então ele quer 
no mínimo uma reforma do Estado que permita que os grupos sociais sejam 
representados, que descentralize o Estado, que através de leis e instituições que tenha 
canais de participação dos grupos. E se eu acho que o problema do Brasil não é o Estado 
forte, mas que falta o estado forte, que a sociedade é muito anárquica e anômica, a solução 
seria um rei um Estado forte, que unifique, que crie uma nação, língua comum, valores 
comuns religião comum, traços de pertencimento quem separe o abismo entre pais real e 
legal. São leituras diferentes que exigem sugestões distintas. 
Em pontos em comum: ambos veem a defasagem entre o pais legal e o real, todos 
veem um problema na organização política, há um déficit político. Para esses autores 
temos um problema econômico, mas sobretudo político a falta de um estado a falta de 
uma nação. Nestor Duarte resgata a questão de Oliveira Viana, para ele temos uma 
preponderância do setor privado, da vida privada. Há a predominância de interesse 
particulares frente aos públicos e existem 4 causas para esse problema: 
• Uma herança Ibérica: Olha os portugueses não tinham interesse nenhum 
em formar aqui um país, os que vieram tinha interesses comerciais de 
extração. 
• Uma diferença da massa populacional: Os índios não têm tradição de vida 
pública, vivem em uma sociedade clânica, os negros saíram da África e 
aqui foram totalmente desligados de suas tradições, do seu vínculo, então 
ele não tinha nenhum comprometimento com a sociedade, com a formação 
desse país. Povos que não tinham a noção de participação politica 
• Feudalismo 
• Família: clânica do senhor, tradicional 
 
Diz que o Estado tem uma ideia muito abstrata, ele veio e se defrontou com dois 
problemas, com o feudalismo, as grandes extensões de terras onde os senhores tinham o 
poder jurídico, e a família tradicional que dominava politicamente os arredores da casa 
grande e funcionava como uma família antiga que impedia organização mudanças nas 
relações econômicas. Esses são dois problemas. Quais foram as formas de ocupação da 
terra? As capitanias e o bandeirantismo. As capitanias firam as primeiras ocupações, mas 
o interior do país ficou sem ação de fato, e ai entram as bandeiras, que eu adentram o pais 
e ocupam as terras com traços feudais clássicos, ocupam grandes porções de terra de 
maneira aleatória o rei conta com o bandeirantismo mas proteção das fronteiras para 
ampliar as fronteiras, essas bandeirantes tinham pensamentos muito diferentes e muita 
violência neles, uma violência que marca nossa política, uma violência contra o indígena. 
E que marca a divisão do solo que tem impacto nas divisões das terras da herança. 
Assim como as capitanias as bandeiras não tinham um projeto, de uma 
representação de uma organização do espaço público, continua sendo um espaço privado. 
Há o distanciamento das questões públicas, um distanciamento com a ideia de nação. A 
relação que os bandeirantes tinhamcom o espaço era de expansão, extração de ouro. O 
legado disso é uma relação de extração, não planto nada, grandes currais, grandes espaços 
vazios que não são produtivos. Currais que depois são associados ao coronelismo, pois 
eles acabam criando cidades. 
Nossa história é marcada por uma rebeldia, uma repulsa, e não sabe lidar com o 
espaço publico.

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