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04 Décio Saes

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Décio Saes 
 
Tanto para Faoro quanto para Nestor Duarte tem um aspecto semelhante que é a 
não correspondência entre a forma política e a sociedade, não há uma correspondência 
entre o Estado e a sociedade, mas sim uma contraposição. 
Para Saes isso não faz o menor sentido, até pelo conceito de Estado do autor Pro 
Décio toda sociedade dividida em classes tem uma organização política específica que é 
o Estado e esse varia ao longo da história de acordo com a sociedade conforma dão as 
relações entre classes. Sociedades que não são divididas em classes não tem estado o que 
não significa que não exista vida política ela apenas não é centrada no Estado como nas 
sociedades classistas. Então toda sociedade de classes tem uma organização política 
especializada. 
O Estado tem função de gerir o conflito entre classes antagônicas, impedir um 
conflito final que desagregaria a sociedade. Ele então torna os conflitos palpáveis ou 
traduzíveis em termos de representação política formal. Se ele evita por exemplo um 
conflito que causaria uma revolução ele esta atuando em prol da ordem, e logo está 
atuando, mesmo que indiretamente, em prol de uma classe. 
Meios de produção: Toda sociedade, dirá Marx, tem uma missão básica que é 
garantir a sobrevivência de seus membros. Toda sociedade tem uma forma de produzir a 
sobrevivência material, como alimentação, como prover recursos energéticos. Todo 
coletivo humano se preocupa em como prover a sociedade, como ela se produz 
materialmente. Na relação de produção dessa sociedade envolve a relação das mulheres 
e homens com os meios de produção, que podem ser naturais como os recursos naturais 
ou recursos tecnológicos. Quando vamos avaliar o modo de produção de uma sociedade 
temos que saber que tipos de recursos ela mobiliza, não só materiais, mas também de 
relações entre seus membros, como eles participam dessa produção. Essa produção 
mobiliza igualmente os membros dessa sociedade? A distribuição ocorre de forma 
equânime? Ou uma família ou um clã produz e outra é responsável pela distribuição. A 
relação dos homens com o meio e entre si são chamadas relações sociais de produção. 
Pra Décio Saes todo modo de produção é histórico, ou seja, tem um começo, um 
meio e um fim e eles variam. Um modo de produção classista é quando a forma de 
produzir a riqueza (meios de manter a sociedade recursos disponíveis para a 
sobrevivência matérias) da sociedade. Nem todo modo de produção pressupõe uma 
relação de produção igualitária, ou formas de produzir e distribuir igualmente entre os 
membros da sociedade. Quando se fala de um modo classista esse modo é desigual e essa 
desigualdade é dada por uma relação onde um grupo é produtor direto e outro grupo vive 
da produção desse trabalho, isso é uma relação de classes. Pra Saes existe uma 
correspondência entre estado e sociedade, a forma politica e a sociedade, já que ela gesta 
e organiza a divisão de classes e ele tem uma funcionalidade uma relação com essa 
sociedade. 
Todo modo de produção classista é pautado na produção de sobre trabalho, uma 
parte fica para o trabalhador direto e o resto fica para o grupo que não trabalho o que 
marca a exploração. A especificidade do modo de produção capitalista é que a extorsão 
do sobre trabalho se dá pelo salário, para confirmar a dominação do modo de produção 
capitalista preciso de indivíduos livres, enquanto existem escravos não posso difundir o 
assalariamento. Como crio indivíduos livre? Para Saes preciso de uma estrutura jurídico 
politica que permita isso e o Estado burguês é basicamente essa estrutura que vai permitir 
isso, vai difundir o assalariamento, com a abolição da escravatura no Brasil. 
Para Saes para existir o processo da revolução de 30, e de industrialização 
precisou-se mudar a estrutura do Estado, foi necessária uma revolução política burguesa 
antes, como na revolução francesa. O autor fala que a revolução burguesa é um processo 
que dirá muitos anos que começa com a transformação do comercio em manufaturas e 
depois em grande industrias, mas uma revolução que permita a predominância ou que 
instaure um marco como a forma dominante que vai gerir a condição da sociedade é a 
mudança do Estado. E o Estado que em 1888, abolição, surgem indivíduos livres e não 
mais coisas, logo houve uma mudança. Agora todos são capazes de firmar contrato, 
difundindo assim o assalariamento. Há uma mudança importante do ponto de vista do 
direito. Agora todos podem ter cargos no Estado não depende mais dos privilégios de 
família, agora a base é a competência. O autor é pouco otimista em reação a isso porque 
esse Estado iguala uma relação desigual, a troca de trabalho para Saes, existe uma mais 
valia uma relação desigual, mas que no direito aparece como uma forma de troca de 
equivalentes. Todos tanto o empregador quanto o empregado são iguais e vão trocar no 
mercado equivalentes, o trabalho passa a ser uma mercadoria. Décio fala que todo modo 
de produção é histórico e tem uma durabilidade, e o que ajuda nessa durabilidade e para 
a reprodução desse tipo de produção é Estado. O Estado não está tomado diretamente pela 
classe burguesa e industriais, mas existe uma relação entre esse Estado e esses grupos na 
medida em que ele normatiza, traduz uma relação profundamente desigual de exploração 
em uma relação entre iguais. Ele então permite a reprodução dessa relação de exploração 
e que para o autor tem início em 1888 –abolição - 1989 - republica -1891-assembleia 
constituinte que firma a constituição e toda essa mudança permite a formação da natureza 
de classes desse estado (tipo de estado). Para ele antes era um estado escravocrata 
moderno e passa a ser um estado burguês, que não significa que a partir de então temos 
urbanização e grandes indústrias? Não, o momento é decisivo, mas ele não encerra a 
processo de revolução social burguesa. 
Formação social é a forma mais determinada que o modo de produção assume, ela 
se encontra em um contexto mais generalizado (capital Marx). Modo de produção se 
concretiza se torna carne e osso dentro de um espaço sócio histórico, esse processo é 
longo e não vai corresponder 100% a essa categoria geral mais abstrata. 
Agora temos um estado burguês, a base da implantação do sistema capitalista, um 
sistema integral, mas as classes dominantes, os grupos do interior do país resistem a esse 
processo, que não tem mais trafico de escravos, mas mantenho a população local a partir 
de trabalhos como colonato, a terça. E que geralmente se dá no meio rural. Enquanto 
existir o estado defendendo a assalariamento existem os grupos locais em áreas rurais que 
mantém relações de dependência como trabalhos por dividas já que não mais se podia 
comprar escravos. E essas relações de dependência se contrapõe a ideia de contrato 
econômico firmado por indivíduos livre e iguais, que é uma particularidade nossa. 
Para ele a igualdade de equivalentes só esconde a exploração mais existe um peso 
maior no Brasil. E por mais que exista o voto e a liberdade no Brasil a existência dessas 
relações de dependência muito estreita impede a formação de partido de trabalhadores e 
camponeses que não tem em quem votar, não tem representatividade que começa o voto 
de cabresto. 
Todo modo de produção tem um Estado correspondente, e ele fala que o Estado 
burguês começa entre 1888-1891 por causa da mudança no direito e na burocracia do 
Estado. O direito estabelece a igualdade entre os individuais e formaliza a igualdade 
individual que são capazes de firmar contratos de trabalho. A burocracia escravista não 
permite que o corpo seja composto por qualquer pessoa, existem grupos específicos, 
depois dessa mudança qualquer pessoa pode assumir pelo mérito um cargono Estado. Há 
um a hierarquia complexa que é preenchida por pessoas que por méritos tem formações 
especificas. Os dois são traços de todo e qualquer estado burguês capitalista, mas como 
ele se concretiza varia de pais para país.

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