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Unidade 4 Macroeconomia – Parte I

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Unidade 4
Macroeconomia – Parte I
58
Ponto de partida
A partir de agora, vamos nos aprofundar na Macroeconomia. Ao final desta 
unidade, você deverá ser capaz de:
• apontar os objetivos das políticas macroeconômicas;
• discutir as políticas econômicas de governo;
• compreender o conceito de inflação e de deflação e suas consequên-
cias para indivíduos e governos.
>> Refletindo
Lembre-se: a sua reflexão é individual! Não precisa ser enviada aos tutores.
59
Roteiro do conhecimento
O primeiro tópico que veremos trata das políticas econômicas e seus objetivos 
na Macroeconomia. Você lembra o que a Macroeconomia estuda? 
A Macroeconomia, como vimos na Unidade 1, estuda a economia como 
um todo, analisando o comportamento dos grandes agregados, como a 
renda nacional, o nível de preços, as taxas de emprego, assim como o esto-
que de moeda, a taxa de juros e de câmbio (GARCIA; VASCONCELLOS, 2008).
A retomada desse conceito é importante, haja vista que, a partir dele, podemos 
compreender os objetivos das políticas macroeconômicas. De acordo com Gar-
cia e Vasconcellos (2008), esses objetivos são:
• manter o alto nível de emprego;
• estabilizar os preços;
• distribuir renda socialmente justa;
• crescer economicamente.
Figura 4.1 – Políticas econômicas
Legenda: As políticas econômicas buscam atingir os objetivos macroeconômicos.
Imagem: 123RF (2014).
60
Com base nos desequilíbrios existentes nesses pontos é que são definidas as 
políticas econômicas, que podem ser: fiscal, monetária, cambial e comercial ou, 
ainda, de rendas. Esses instrumentos são utilizados com a intenção de atingir os 
objetivos citados anteriormente (GARCIA; VASCONCELLOS, 2008). Veremos cada 
um deles agora.
4.1 Política fiscal
Na política fiscal, o governo utiliza instrumentos de arrecadação de tributos – 
chamado de política tributária – e de controle das despesas – conhecido como 
política de gastos. Desse modo, a política fiscal busca tanto aumentar a receita 
do governo quanto estimular ou inibir seus próprios gastos e os gastos com 
consumo das famílias e das empresas. Mas, como ela pode ser empregada para 
atingir os objetivos macroeconômicos?
Na prática
Você deve ter observado que o governo tem realizado reduções 
em alguns tributos, como o Imposto sobre Produtos Industria-
lizados (IPI). Pesquise sobre essa redução e identifique as con-
sequências de tal política.
No caso em que é necessário reduzir a taxa de inflação, o governo pode diminuir 
seus gastos, assim como aumentar a carga tributária (GARCIA; VASCONCELLOS, 
2008). No caso da diminuição dos gastos do governo, há a diminuição de empre-
gos ligados ao setor público e, no caso do crescimento da carga tributária, ocor-
re a diminuição do consumo das famílias e das empresas, pois com o aumento 
dos impostos, produtos e serviços se tornam mais caros.
Outros objetivos afetados pela política fiscal, conforme os mesmos autores, são 
o crescimento econômico e a taxa de emprego. Por exemplo, se o governo au-
mentar seus gastos, haverá um aumento do emprego e, como consequência, do 
consumo. Outra forma de aumentar o consumo e o crescimento do país é pela 
redução ou isenção de tributos: as famílias consomem mais, já que o preço final 
dos produtos e serviços será menor.
61
4.2 Política monetária
O governo também pode utilizar uma política monetária para atingir os obje-
tivos macroeconômicos. Ela é adotada com a atuação sobre a quantidade de 
moeda e de títulos públicos na economia (GARCIA; VASCONCELLOS, 2008). Para 
alterar essas variáveis, o Estado possui os seguintes instrumentos:
• emissão de moeda;
• reservas compulsórias;
• compra e venda de títulos públicos (operações open market);
• redesconto;
• regulamentação sobre o crédito e a taxa de juros.
Se o objetivo macroeconômico do governo for, por exemplo, o aumento do cres-
cimento econômico, é necessário aumentar a quantidade de moeda na econo-
mia. Nesse caso, o governo poderá emitir moeda, diminuir a taxa de reserva 
compulsória, aumentar o redesconto e baixar a taxa de juros (GARCIA; VASCON-
CELLOS, 2008). Mas, se o objetivo for reduzir a taxa de inflação, as medidas a 
serem tomadas serão opostas, a fim de reduzir a quantidade de moeda em cir-
culação.
Ampliando os horizontes
Um elemento que orienta as políticas monetárias do governo é 
a taxa Selic. Saiba mais sobre essa taxa clicando aqui.
4.3 Políticas cambial e comercial
As políticas cambial e comercial estão vinculadas com o setor externo da economia. 
A política cambial se refere à atuação do governo sobre a taxa de câmbio (GARCIA; 
VASCONCELLOS, 2008), que é a relação da moeda nacional com as moedas estran-
geiras. Ela pode ser fixa (determinada pelo governo) ou flexível (determinada pelo 
equilíbrio de mercado). Mas, como funciona a taxa de câmbio? 
62
Primeiro vamos entender o mercado de câmbio (divisas). Ele é formado pelos agen-
tes econômicos que compram e vendem moeda estrangeira para atender às suas 
necessidades (GARCIA; VASCONCELLOS, 2008). O preço da moeda estrangeira em 
relação à moeda nacional é determinado nesse mercado, no qual há empresas e 
pessoas que demandam moeda estrangeira e ofertam moeda nacional. 
Figura 4.2 – Câmbio
 
Legenda: Empresas que compram bens no exterior demandam moeda estrangeira, pois seus gastos 
ocorrem em dólares. Empresas que vendem produtos no mercado exterior recebem em dólar. 
Imagem: Stock.sxchng (2014).
O preço da moeda nacional em relação à moeda internacional é chamado de 
taxa de câmbio, por exemplo, a relação R$ com US$ (GARCIA; VASCONCELLOS, 
2008).
Quando a taxa de câmbio aumenta devido à maior demanda por dólar, dizemos 
que ocorreu uma desvalorização do real frente a essa moeda. Isso acontece por-
que precisamos de mais reais para comprar a mesma quantidade de dólares. No 
caso da valorização cambial, a moeda nacional se torna mais valorizada em re-
lação à moeda norte-americana, pois adquirimos mais moeda estrangeira com 
a mesma quantidade de reais. 
Ampliando os horizontes
Confira as idas e vindas do dólar no ano de 2013, em um vídeo 
com o economista Carlos Alberto Sardenberg. Clique aqui.
63
O governo pode adotar dois grandes regimes de administração da taxa de câm-
bio: taxas fixas de câmbio e taxas flexíveis de câmbio. 
Quadro 4.1 – Características dos regimes de câmbio
Câmbio Fixo Câmbio flexível
Características 
principais
Banco Central fixa a taxa de câmbio.
Banco Central é obrigado a 
disponibilizar as reservas cambiais.
O mercado – oferta e demanda – de 
divisas determina a taxa de câmbio.
Banco Central não é obrigado a 
disponibilizar as reservas cambiais.
Fonte: Adaptado de Garcia e Vasconcellos (2008).
No sistema de taxa fixa de câmbio, o valor da moeda estrangeira é determinado 
pelo Banco Central, que administra a oferta e demanda da moeda estrangeira 
no valor fixado. No sistema de taxa flexível de câmbio, o valor da moeda varia de 
acordo com a oferta e demanda. 
Os dois sistemas apresentam vantagens e desvantagens. Uma vantagem aponta-
da pela adoção de taxa fixa de câmbio se refere à condição de previsibilidade do 
agente que opera no comércio exterior, devido ao seu caráter estável. Por outro 
lado, apresenta uma desvantagem: o Banco Central é obrigado a manter divisas 
para garantir a taxa fixada.
A principal vantagem da taxa flexível de câmbio é que o Banco Central não preci-
sa contar com uma reserva para intervir no mercado, já que é ele que determina 
a taxa de câmbio. Por outro lado, apresenta a desvantagem de ficar dependente 
da inconstância do mercado financeiro internacional.
A intervenção do Estado em relação ao câmbio é uma barreira protecionista. 
Rossetti (2003) afirma que a existência de barreiras e tarifas protecionistas de-
corre de cinco argumentos: a segurança nacional, a manutenção do emprego, a 
viabilizaçãode indústrias nascentes, a diversificação da pauta de produção e a 
equalização dos preços. 
A política comercial, por sua vez, utiliza os instrumentos de incentivos ou de-
sincentivos à exportação e às importações (GARCIA; VASCONCELLOS, 2008). O 
Governo, para isso, age tanto por meio de incentivos fiscais quanto creditícios, 
como taxa de juros subsidiada para estimular as exportações ou tarifas e barrei-
64
ras quantitativas para desestimular as importações – como o Imposto de Impor-
tação (I.I.).
Figura 4.3 – Cargas tributárias
Legenda: A alta carga tributária desestimula importações de produtos como carros elétricos.
Imagem: 123RF (2014).
4.4 Política de rendas
Na política de rendas, o governo intervém diretamente na formação de preços, 
salários e aluguéis, assim como no controle e congelamento de preços. Seu ob-
jetivo é combater a inflação. 
Figura 4.4 – A formação dos preços
Legenda: Para combater a inflação, o Estado instaura rígidos controles.
Imagem: Stock.xchng (2014).
65
Você verá, a seguir, o que é inflação e suas consequências para os indivíduos e 
para o País.
4.5 Inflação – conceito e consequências
A inflação é conceituada como um processo de aumento contínuo e genera-
lizado nos níveis de preços. A mudança nos preços afeta o valor da moeda e, 
consequentemente, o poder de compra nas transações econômicas, tema que 
abordamos no item 1.14 da Unidade 1. Quando o nível de preços aumenta, as 
pessoas têm que pagar mais pelos bens e serviços que adquirem, pois com uma 
unidade monetária se compra menos quantidade de bens e serviços (VASCON-
CELLOS, 2011).
A inflação gera diversas consequências sobre os agentes econômicos. O primeiro 
deles se refere à distribuição de renda, uma vez que alguns setores têm rendi-
mentos fixos com prazos para os reajustes, o que ocasiona uma perda em seu 
poder aquisitivo (VASCONCELLOS, 2011).
Refletindo
O salário do trabalhador costuma ser reajustado anualmente, 
mas a inflação é medida mensalmente. Além disso, outros pro-
fissionais, como os autônomos, não possuem aumentos pre-
viamente estipulados. Pense em como o processo inflacionário 
afeta essas pessoas e a você, em particular.
O segundo efeito diz respeito ao balanço de pagamentos: se a taxa de inflação 
for superior ao aumento dos preços internacionais, o bem produzido interna-
mente se torna mais caro em relação ao importado. Resultado: as importações 
aumentam, e as exportações reduzem (VASCONCELLOS, 2011).
O terceiro efeito é conhecido como “custos de menu” (VASCONCELLOS, 2011). 
Algumas empresas fixam os preços de seus bens ou serviços mais altos para 
mantê-los inalterados durante um certo período, porque alterá-los envolve cus-
tos como o da impressão de novas listas de preços. 
66
Outro efeito da inflação se relaciona à formação de expectativas sobre o futuro. 
A instabilidade e a imprevisibilidade da evolução do preço dificultam o planeja-
mento empresarial e o familiar.
Na prática
Na década de 1980, a inflação disparou no Brasil, afetando o 
comportamento dos consumidores. Pergunte para conhecidos 
e familiares sobre a economia nessa época e assista ao vídeo 
disponível aqui.
4.5.1 Tipos de inflação
Para Vasconcellos (2011), o tipo de inflação se relaciona com o seu fator causa-
dor. As principais teorias sobre a causa da inflação são: inflação de demanda, 
inflação de custos, inflação estrutural e inflação inercial. 
A inflação de demanda acontece pelo excesso de demanda agregada em rela-
ção à oferta de bens e serviços disponíveis na economia. Normalmente, ocorre 
quando a economia se encontra próxima do pleno emprego dos seus recursos 
(VASCONCELLOS, 2011). 
A inflação de custos é considerada uma inflação de oferta: ocorre quando o 
aumento dos custos das empresas é repassado para os preços (VASCONCELLOS, 
2011). 
A inflação estrutural teve sua formulação teórica na América Latina, por causa 
de problemas surgidos com a industrialização dos países latino-americanos e da 
incapacidade estrutural de determinados setores produtivos para responder às 
alterações na demanda (VASCONCELLOS, 2011). 
Por último, temos a inflação inercial, que surgiu nos anos 1980. Segundo ela, a per-
sistência da inflação é proveniente de mecanismos de indexação formal ou infor-
mal, que atrelam os preços atuais à inflação passada (VASCONCELLOS, 2011).
67
Ampliando os horizontes
Para compreender mais sobre os tipos de inflação, em espe-
cial a inflação inercial, leia o artigo "Inflação Inercial", clicando 
aqui. 
4.6 Deflação
Agora que você já compreendeu o que é inflação e quais são suas consequências, 
vamos abordar o conceito de deflação. A deflação é uma redução nos níveis de 
preço de maneira generalizada. Ela aumenta o valor do dinheiro no tempo, pois 
representa um nível de preços negativo, abaixo de 0% ao mês. Essa redução pode 
ser causada por uma diminuição na demanda a níveis inferiores ao da oferta: 
temos mais oferta do que demanda. Assim, os preços continuam caindo, pois 
sem demanda sobram produtos no mercado.
Pode parecer que a deflação é boa porque os preços estão caindo. Porém, mes-
mo um processo deflacionário é prejudicial para a Economia, pois se os preços 
caem permanentemente, as empresas são desestimuladas a produzir (lembra da 
Lei de Oferta?), ocasionando desemprego e recessão econômico. 
Na realidade, é quase impossível manter uma variação de preços igual a zero, 
ou seja, inflação de 0%. Como vimos, os preços não são rígidos e como no mun-
do real a inflação é um fenômeno mais comum do que a deflação, a variação 
percentual do nível de preços é comumente positiva. Porém, seja no contexto 
inflacionário ou deflacionário, as políticas econômicas devem ser direcionadas 
para manutenção dos níveis de variação dos preços os mais próximos possíveis 
de 0%.
68
O que aprendemos
Nesta unidade, você aprendeu que:
• a política econômica busca atingir alto nível de emprego, estabilizar 
preços, distribuir a renda com justiça e promover o crescimento eco-
nômico;
• para atender aos objetivos macroeconômicos, podem ser adotadas as 
políticas: fiscal, monetária, cambial, comercial e de rendas;
• a inflação é um processo de aumento contínuo e generalizado dos 
preços;
• são quatro as teorias sobre as causas da inflação: inflação de deman-
da, inflação de custos, inflação estrutural e inflação inercial;
• a deflação é um processo generalizado de queda nos preços.
>> Sua vez
Agora é o momento de ir ao Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) e par-
ticipar do Fórum de Discussão. Você irá interagir com seus colegas e com 
o seu tutor, assim, ampliará o seu conhecimento, debatendo um tema po-
lêmico. Sua opinião é muito importante! Lembre-se, também, de realizar a 
atividade de fixação do conhecimento.
69
Referências da unidade
GARCIA, M. E.; VASCONCELLOS, M. A. S. Fundamentos de economia. 4. ed. São 
Paulo: Saraiva, 2008. 
VASCONCELLOS, M. A. S. Economia: micro e macro. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2011.

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