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Texto Complementar PGS Material AnaPaula Acesso SandraLuzia 11052015

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Representações Sociais: A Construção Do Saber Pelo Viés Do Saber Comum 
• Por ANGELA DA SILVA SOARES • 
www.artigonal.com.br 
REPRESENTAÇÕES SOCIAIS: CONCEITOS BÁSICOS 
 Para Moscovici (2003), Durkheim é o verdadeiro inventor do conceito de representações sociais. Durkheim 
utilizou o termo representações coletivas para designar a força do pensamento social sobre o pensamento 
individual, determinando ações e comportamentos dos indivíduos. 
É importante ressaltar que para o autor as representações coletivas não se resumem apenas às somas das 
representações dos indivíduos que constituem a sociedade. Estas são uma realidade que se impõe aos 
indivíduos, de forma coercitiva, sem chances de escolha para os mesmos, pois quando estes nascem já 
encontram essa realidade formada. 
Na perspectiva de Durkheim (1993) as representações coletivas são fenômenos permanentes e, referem-se às 
tradições, às lendas e mitos, com força autônoma em relação ao sujeito. A consciência externa predomina 
sobre a consciência interna, e o indivíduo não tem como reagir à realidade que o cerca, caracterizando-se 
como um elemento passivo na relação indivíduo-sociedade; apenas reproduz o que é previamente 
estabelecido por seu entorno social. A sua maneira de agir e pensar vem de uma força externa; não há 
ressignificação da realidade pelo indivíduo, apenas a sua conformação. 
 Moscovici (2001) aponta que Durkheim separa as representações coletivas das representações individuais. 
A primeira ele confere um caráter de estabilidade, de transmissão e de reprodução e à segunda, um caráter 
efêmero. Traz a posição de Durkheim em relação a essa separação, quando este autor afirma que: 
Se é comum é porque é óbvia da comunidade. Já que não é marca de nenhuma inteligência 
particular, é porque é elaborada por uma inteligência única, onde todas as outras se reúnem e 
vêm, de certa forma, alimentar-se. Se ele tem mais estabilidade que as sensações ou as imagens 
é porque as representações coletivas são mais estáveis que as individuais, pois, enquanto o 
indivíduo é sensível até mesmo a pequenas mudanças que se produzem em seu meio interno ou 
externo, só eventos suficientemente graves conseguem afetar o equilíbrio mental da sociedade. 
(p. 48) 
 Dessa forma, fica evidente a representação coletiva como fator determinante na formação e permanência de 
conceitos, e a representação individual como fator secundário nesse processo. Assim, as bases 
durkheimianas sobre representações sociais estavam mais voltadas para o seu caráter coletivo, o que de certa 
forma, delineia um caráter homogêneo nessa relação, já que as representações individuais não eram 
colocadas no mesmo patamar das representações coletivas. 
Nesse sentido tinha uma visão estática das representações. Esta visão era coerente para os estudos de 
sociedades primitivas e de pouca mobilidade social, mas já não corresponde à complexidade da sociedade 
moderna e contemporânea que se apresenta móvel, dinâmica e com plasticidade. Partindo de Durkheim 
Moscovici (2001) amplia o conceito de representações sociais e defende a especificidade do seu estudo, ao 
afirmar que: 
As representações sociais que me interessam não são nem as das sociedades primitivas, nem as 
suas sobreviventes, no subsolo de nossa cultura, dos tempos pré-históricos. Elas são a de nossa 
sociedade atual, de nosso solo político, científico, humano, que nem sempre têm tempo 
suficiente para se sedimentar completamente para se tornarem tradições imutáveis. (p. 48). 
 Dessa maneira, Moscovici propõe que para estudar as representações sociais seria necessário percebê-las 
como algo dinâmico, vivo, que está imbricada com a interação entre o sujeito e a sociedade, numa relação 
intensa, de ir e vir, na qual, tanto sujeito, quanto sociedade produzem e reproduzem conceitos, símbolos e 
imagens. Esse processo é uma forma do indivíduo se apropriar da realidade, construindo um saber de caráter 
cotidiano, o chamado conhecimento do senso-comum, indispensável à organização da vida em grupo. 
 Coloca que no início dos anos 60, pareceu-lhe possível retornar ao estudo das representações, que estava em 
estado de latência, que demorou meio século, após ter sido o fenômeno mais marcante da Ciência Social da 
França. Para ele, a representação social é um fenômeno do cotidiano, que se reproduz num determinado 
contexto histórico e social. 
Dentro dessa perspectiva, as representações sociais possibilitam o sujeito fazer uma leitura da realidade 
produzida por ele e pelo grupo. Reabilita-se, dessa maneira, o saber construído no dia-a-dia, nas práticas 
sociais, no fazer humano, no desvelamento da realidade. Moscovici (2001) defende as representações sociais 
como: 
Conjunto de conceitos, proposições e explicações originado na vida cotidiana, no curso de 
comunicações interpessoais. Elas são o equivalente, em nossa sociedade, dos mitos e das 
crenças das sociedades tradicionais, podem também ser vistas como a versão contemporânea 
do senso comum. (p. 52). 
 Assim, as representações sociais se apresentam como uma forma de perceber e interpretar o mundo real. É 
constituída de símbolos, que codificam e constroem uma realidade, que ganha corpo através das relações 
que os indivíduos estabelecem com os objetos e os acontecimentos. 
A representação social é uma forma de conhecimento particular, pelo qual o indivíduo ou grupo elaboram 
comportamentos e comunicam estes entre si, construindo assim um saber que lhe permitem atuar sobre a 
realidade, como pode ser constatado no pensamento de Moscovici (2003, p. 32) ao dizer que “ eu 
simplesmente percebo que, no que se refere à realidade, as representações sociais são tudo que temos, 
aquilo que nossos sistemas perceptivos, como cognitivos estão ajustados.” 
Isso significa que é pelas representações sociais que o homem consegue dá sentido ao mundo que o rodeia, 
sem as mesmas não seria possível transformar o imperceptível em perceptível, o desconhecido em 
conhecido, o não-familiar em familiar. E assim, desbravar o verdadeiro mar de símbolos e imagens no qual 
se encontra mergulhado. 
 Para ratificar o conceito de representações sociais, coloca-se a definição de MACHADO, que pontua: 
 A representação social é a construção social de um saber ordinário (de senso-comum) 
elaborado por e dentro das interações sociais, através de valores, das crenças, dos estereótipos, 
partilhada por um grupo social no que concerne a diferentes objetos (pessoas, acontecimentos, 
categorias, objetos do mundo etc), dando lugar a uma visão comum das coisas. (2003, p. 14) 
 Dessa forma, fica evidente que a representação social confere ao sujeito um modo de ser e estar no mundo, 
pois é através dela que este constrói um sistema de significações que o permitem ter segurança diante de 
objetos estranhos que escapam à sua compreensão, remetendo-os em categorias pré-existentes que foram 
elaboradas e transmitidas por seu grupo social de geração em geração. 
Para Moscovici (2001) a representação social só ganha forma na ação, nas trocas, na interação entre os 
sujeitos e os grupos. Daí a diferença entre o seu pensamento e o de Durkheim, pois o autor prioriza essa 
relação indissociável entre o sujeito e a sociedade, a linha que separa os dois é tênue, não sendo possível 
determinar onde começa um e termina o outro. Ou seja, um se constitui no outro, ambos exercem papel ativo 
na construção da realidade. O sujeito é co-construtor da história do seu grupo social, não apenas mero 
espectador dos fenômenos sociais. 
 O autor numa perspectiva crítica e construtiva das representações sociais concebe para a Psicologia Social 
um arcabouço de instrumentos e conceitos capazes de penetrar no fenômeno das representações sociais e a 
partir daí criar um conhecimento sobreo mesmo, em contato direto onde é produzido, no cotidiano, na vida 
real, e não em laboratórios, como era defendido pela corrente científica do behaviorismo, com aspectos 
fragmentados e dissociados do contexto sócio-histórico-cultural do sujeito. 
Levando-se em conta esta perspectiva Moscovici (2003) aponta o seu objetivo ao estudar as representações 
sociais ao dizer que: 
Quando estudamos representações sociais nós estudamos o ser humano, enquanto ele faz 
pergunta e procura respostas ou pensa e não enquanto ele processa informação, ou se 
comporta. Mais precisamente, enquanto seu objetivo não é comportar-se, mas compreender. 
(43). 
 Assim, o autor demonstra com precisão o papel ativo do sujeito na elaboração de conceitos que o ajudam a 
compreender a realidade, não é uma questão de reproduzi-la tal e qual como se mostra e sim de 
compreendê-la e dessa forma poder atuar sobre a mesma. 
O que leva Moscovici a propor uma psicossociologia do conhecimento, composta do saber sociológico, mas 
levando-se em conta os processos subjetivos e cognitivos que fazem parte da apropriação da realidade pelo 
sujeito. 
Dessa forma, há uma inovação, pois agora, o conhecimento produzido fora da esfera científica seria elevado 
a uma forma particular de saber, nem superior nem inferior, mas específica, devendo ser considerada e 
respeitada. Nota-se a reabilitação do senso-comum, do saber popular, do conhecimento prático, que orienta o 
cotidiano dos sujeitos, conferindo sentido e possibilitando a sua ação sobre a realidade. 
A abordagem do autor choca-se com a tradição behaviorista, que prioriza a relação estímulo-resposta, numa 
ligação direta entre sujeito e o objeto de conhecimento, sem considerar as interfaces desse processo, como a 
subjetividade e o contexto social no qual o sujeito está imerso. 
Dessa maneira, coloca que a realidade é socialmente construída e o saber é uma construção do sujeito, que 
está intrinsecamente ligado ao seu entorno social, numa intensa e mútua construção e reconstrução de 
símbolos, Moscovici (2001) aponta que nesse processo de apropiação do real, encontram-se dois universos, 
o consensual e o reificado. O universo consensual se constitui nas conversas informais, no cotidiano; neste 
universo os sujeitos podem opinar sobre tudo que o rodeia, enquanto o universo reificado caracteriza o saber 
científico, e só os especialistas podem inferir sobre a realidade. 
Já as representações sociais encontram-se no universo consensual, como propõe o autor (2001,p.53) ao 
afirmar que: “a natureza específica das representações expressa a natureza específica do universo 
consensual, produto do que elas são e ao qual elas pertencem exclusivamente”. Por este aspecto, há um 
avanço considerável na busca de se colocar o saber do senso-comum como uma forma de conhecimento, que 
não deve ser considerado como ingênuo, confuso ou inconsistente. 
Portanto, estudos das representações sociais levam a um questionamento sobre a racionalidade científica, 
que defende a idéia de que as pessoas comuns, na sua vida diária, pensam irracionalmente e só podem 
conhecer a realidade através da ciência. 
 O autor propõe então o paradigma da sociedade pensante que questiona as teorias que concebe os sujeitos 
apenas como um processador mecânico de informações que são recebidas do seu mundo exterior, como 
revela Moscovici (2003, p.45) ao mostrar o que estas teorias defendem: “...sustenta-se que os sujeitos, 
como regra, não pensam, ou produzem nada de original por si mesmos: eles reproduzem e em 
contrapartida, são reproduzidos.” 
Esta posição vai totalmente de encontro aos pressupostos de uma sociedade pensante, o que pode ser 
constatado na afirmação de Moscovici (2003) ao dizer que: 
...a compreensão é a faculdade humana mais comum. Acreditava-se antigamente que esta 
faculdade fosse estimulada, primeiramente e principalmente , pelo contato com o mundo 
externo. Mas aos poucos, nós nos fomos dando conta que ela na realidade brota da 
comunicação social. (p.43) 
 Assim, postula-se a importância das interações sociais no processo de formação e disseminação de 
conceitos, é através dessas interações que as representações sociais se configuram como saber prático. 
Então, por esse prisma, a sociedade pensa e constrói a sua realidade sócio- histórico-cultural. O mesmo autor 
(2003) ainda propõe que: 
...pessoas e grupos, longe de serem receptores passivos, pensam por si mesmos, produzem e 
comunicam incessantemente suas próprias e específicas representações e soluções às questões 
que eles mesmos colocam. Na s ruas, nos bares escritórios, hospitais, laboratórios, etc...as 
pessoas analisam, comentam, formulam “filosofias” espontâneas, não oficiais, que têm um 
impacto decisivo em suas relações sociais, em suas escolhas...(p.45) 
 Dessa maneira, as representações sociais aparecem como uma ponte entre o conhecimento científico e o 
conhecimento do senso-comum, tendo a função de tornar significativos conceitos que se apresentam 
estranhos aos sujeitos, de familiarizar o objeto desconhecido. 
Desse modo, para o sujeito transformar o não-familiar em familiar destaca-se dois processos indissociáveis, 
que são: a objetivação e a ancoragem. Na objetivação liga-se um conceito a uma imagem, tornando 
concretas noções abstratas. Moscovici (2003) afirma sobre esse processo que: 
A objetivação une uma idéia de não-familiaridade com a realidade, torna-se a verdadeira 
essência da realidade. Percebida primeiramente como um universo puramente intelectual e 
remoto, a objetivação aparece, então, diante de nossos olhos, física e acessível. (p.71). 
 Portanto, objetivar significa descobrir a imagem de uma idéia, de um conceito, tornando-o concreto. 
Transformar um ser impreciso em algo que pode ser visualizado, assim, cria-se uma imagem mental na 
tentativa de se apropriar do objeto estranho. 
Já a ancoragem, é responsável por dá sentido às imagens criadas. Para Moscovici (2003) ancorar é: 
...classificar, e dar nome a alguma coisa. Coisas que não são classificadas são estranhas, não 
existentes e ao mesmo tempo ameaçadoras. Nós experimentamos uma resistência, um 
distanciamento, quando não somos capazes de avaliar algo, de descrevê-lo a nós mesmos ou a 
outras pessoas. (p.62) 
 Pode-se afirmar que na busca para superar a resistência causada pelo objeto desconhecido, o sujeito coloca 
este objeto em determinada categoria, dá-lhe um rótulo, tornando-o conhecido. Todo o processo está ligado 
com os sistemas de crenças e valores socialmente construídos, ou seja, o sujeito compara o objeto 
desconhecido a uma rede de significações, a um modelo já existente. 
Levando-se em conta esses dois processos, Jodelet (2001), uma das principais colaboradoras de Moscovici, 
propõe que as representações sociais nascem da necessidade do homem em estar informado sobre o mundo 
que o cerca e de como agir nesse mundo, dando sentido a sua existência. O homem não reage apenas 
automaticamente aos estímulos de seu ambiente físico e simbólico. Em relação a esta questão a autora 
afirma que: 
Frente ao mundo de objetos, pessoas, acontecimentos ou idéias, não somos apenas 
automatismos, nem estamos isolados num vazio social: partilhamos esse mundo com os outros, 
que nos servem de apoio, às vezes de forma convergente, outras pelos conflitos, para 
compreendê-lo, administrá-lo ou enfrentá-lo. (2001, p. 18). 
 Assim, Jodelet prioriza a subjetividade no processo de construção das representações sociais, a relação com 
o outro se torna imprescindível para a elaboração e trocas de saberes entre o sujeito e o grupo. Essa relação 
deve ser estudada com a articulação entre os elementos afetivos, cognitivos, mentais e sociais, que se 
efetivam pela linguagem e comunicação. 
Assim, a autoradefende um estudo global do processo pelo qual o sujeito constrói a sua visão de mundo, 
preconizando a superação da clássica separação entre a objetividade e a subjetividade, pois o sujeito ao 
entrar em contato com o objeto não faz esse corte. O sujeito e o objeto se vêem imbricados nessa relação. O 
que infere dizer que as representações sociais não se dão no nada. 
MACHADO (2003) em consonância com o pensamento de Jodelet afirma que: 
...o conhecimento de sentido comum é uma maneira de interpretar, de conceituar a realidade 
quotidiana. Este pensamento não se constrói no vazio, ele se enraíza nas formas e nas normas 
da cultura e se constrói ao longo das trocas quotidianas. Por isso se afirma que a representação 
social é socialmente construída. (p. 13). 
Portanto, somente através das interações sociais é possível construir o saber do senso-comum, esse saber 
estar presente nas práticas cotidianas e orientam a maneira de agir e pensar do sujeito. 
Jodelet (2001) sistematizou um conjunto de elementos que configuram a representação social como uma 
espécie de saber prático que liga o sujeito a um objeto: 
 A representação social é sempre a representação de alguma coisa (objeto) e de alguém (sujeito). As 
características do sujeito e do objeto nelas se manifestam; 
 A representação social tem com seu objeto uma relação de simbolização (substituindo-o) e de interpretação 
(conferindo-lhe significado). Estas significações resultam de uma atividade que faz da representação uma 
construção e uma expressão do sujeito; 
 Forma de saber: a representação será apresentada como uma modelização do objeto diretamente legível em 
(ou inferida de) diversos suportes lingüísticos, comportamentais ou materiais; 
 Qualificar esse saber prático se refere à experiência a partir da qual é produzido, aos contextos e condições 
em que ele o é e, sobretudo, ao fato de que a representação serve para agir sobre o mundo e o outro, o que 
desemboca em suas funções e eficácia sociais. (Jodelet, 2001, p.28) 
 Dessa maneira, Jodelet sintetiza com clareza a noção de representação social, enquanto processo de 
apropriação de um objeto. Fica demonstrado que só há representação social se o objeto fizer parte do grupo, 
do campo de relações e trocas entre os sujeitos, ou seja, se fizer parte do seu sistema de significação. 
Em relação a esse conjunto de elementos, a autora formula as seguintes questões: Quem sabe e de onde se 
sabe?; O que e como se sabe?; Sobre o que se sabe e com que efeitos? Esses questionamentos levam à 
reflexão de como se dá a construção e a apropriação do conhecimento pelo sujeito e seu grupo. De que 
forma o conhecimento perpassa pelo sujeito, como ele dá sentido ao que lhe é novo e estranho? E qual a 
repercussão desse conhecimento construído, como este modifica ou ajuda a manter as condutas dos sujeitos, 
já que orienta as práticas sociais? 
 
Com estes questionamentos a autora procura buscar as conduções em que se dá a produção e circulação das 
representações sociais como forma de conhecimento prático e sócio-construído.

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