Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
PAUL KARL FEYERABEND Prof. Dr. Leonir Lorenzetti CQ155 - Filosofia da Ciência Cristiane Ferreira Carolina P. N. Miranda Fabiana Rosa de Lírio Fernando Marchiori Joslaine Jacumazo Maria Elen B. Brito Alessandra Carla Teixeira • Pensador austríaco, (Viena 1924 – 1994); • 1943 serviu no exército alemão onde foi ferido e passou a usar muletas desde então; • 1948 primeiro contato com Karl Popper; • 1955, Feyerabend recebeu sua primeira indicação acadêmica para a Universidade de Bristol, Inglaterra e se dedicou a filosofia da ciência; • Doutor em física pela Universidade de Viena, filósofo, especialista em teatro e doutor honoris causa em Letras e Humanidades pela Universidade de Chicago; • Após sua aposentadoria em 1991, Feyerabend continuou a publicar vários artigos e passou a trabalhar em sua autobiografia. Faleceu em 1994 em sua casa em Zurique, vítima de um tumor cerebral. Histórico do autor Feyerabend pode ser enquadrado no chamado pós-positivismo, corrente filosófica que critica o “racionalismo científico” e defende o “anarquismo epistemológico”. Principais obras: • Contra o Método (1977); • A ciência em uma sociedade livre (1978); • Adeus à razão (1987); • Against Method (1993), revisada pelo próprio autor em 1992. Produção literária Contexto de produção do conhecimento 1924 1994 - Alemanha - Rússia - Reino Unido - Estados Unidos - Itália - Suíça Exército alemão “nós nos movimentamos por áreas rurais, escavamos valas e as tapamos novamente”. Segunda Guerra Mundial (1939-1945) Feyerabend foi atingido por três disparos enquanto direcionava as tropas. História Sociologia Física Filosofia - Doutor em Física - Universidade de Viena; - Profundo conhecedor de Filosofia e teatro; - Lecionou nas Universidades da Califórnia, Berkeley e Suíça, Zurich. Contexto de produção do conhecimento Considera-se positivista lógico. Círculo de Viena (século XX) Círculo Kraft realismo versus instrumentalismo “a ciência é a base do conhecimento, que a ciência é empírica, e que empreendimentos não empíricos são ou lógicos ou sem sentido”. Walter Hollitscher Ideias marxistas, oposição ao instrumentalismo e argumentos em favor do realismo. Karl Popper Liberdade de pensar e agir, pelo falsionismo. Orientadores: Ludwig Wittgenstein Karl Popper Contexto de produção do conhecimento Karl Popper É preciso demonstrar que uma teoria não é falível para que ela seja aceita como verdade, isso é chamado de falseabilidade. Thomas Kuhn Ciência vem em ciclos, são chamadas de paradigmas, isso não é um processo acumulativo. Imre Lakatos Uma teoria pode ser realmente uma seção de teorias ligeiramente diferentes, mas que partilham suas ideias em seu núcleo duro. Paul Feyerabend Não há teorias universais na ciência, tudo vale o verdadeiro significado são e estão interno às teorias. Contexto de produção do conhecimento Anarquista metodológico Falsacionista sofisticado Falsacionista ingênuo Paradigmas • Metodologias anteriormente propostas: sem sucesso; • Inimigo da ciência: cientistas sem regras; Terrorista epistemológico Contexto de produção do conhecimento Anarquismo Epistemológico • Anarquismo: Significa oposição a um princípio único , absoluto imutável de ordem, do que oposição a toda e qualquer organização. • ANARQUISMO EPISTEMOLÓGICO: Não se recusará a examinar qualquer concepção para a produção de conhecimento. Que a escolha de uma particular disposição “ correspondente a realidade” não será mais “racional” ou “objetiva” que outra. • Ele não é contra todo e qualquer procedimento, mas sim que apenas um é válido, para toda e qualquer situação, um exemplo é dizer que O MÉTODO CIENTÍFICO, vale para toda e qualquer situação; As ideias e categorias discutidas Racionalismo (crítico) Feyerabend crítica o racionalismo por ter obediência a regras fixas e a padrões imutáveis, tendo como regras: 1) Só aceitar hipóteses que se ajustem a teorias confirmadas ou corroboradas; 2) Eliminar hipóteses que não se ajustem a fatos bem estabelecidos. • Segundo Feyerabend essas regras são a “essência do empirismo” e do indutivismo. • Critica também o racionalismo que obriga alguma teoria da ciência , por mais imponente, ter de ser autorizada por alguma teoria da racionalidade para torná-la científica. Possui a concepção de que tudo vale! As ideias e categorias discutidas Anarquismo Epistemológico • Feyerabend vê o mundo como que desejamos explorar: desconhecido • E a ciência construída em seu acesso: 1) Admitindo que a compreensão de uma ideia correta, são muitas vezes parte de um único e indivisível processo e que não há fatos “nus”, estando sempre sujeitos à “contaminação” fisiológica e histórico-cultural da evidência; 2) Tomando a História como um labirinto de interações; 3) Propõe que a educação científica de seus atores, seja conciliada com uma “atitude humanista, libertadora, de vida completa e gratificante, junto à tentativa correspondente de descobrir os segredos da natureza do homem”. As ideias e categorias discutidas Reflexão da análise da Ciência “A tarefa do cientista não é mais a de ‘buscar a verdade’ ou a de ‘louvar a Deus’ ou a de ‘sistematizar observações’ ou a de ‘aperfeiçoar previsões’. Esses são apenas efeitos colaterais de uma atividade para a qual a sua atenção se dirige diretamente e que é ‘tornar forte o argumento fraco’, tal como disse o sofista, para, desse modo, garantir o movimento do todo”. (Feyerabend: 1977, p.40-41) As ideias e categorias discutidas Estratégia anarquista: Feyerabend em sua estrátegia anarquista, defende a metodologia pluralista. ● Mas o que é a metodologia pluralista? Uma teoria que possui argumentos frágeis, haverá aberturas, as quais dão oportunidade para que outras hipóteses possam modificar a estrutura dessa. O que podemos chamar de contra-regra. ● Portanto, um cientista só ampliará sua visão de determinado assunto, quando ocorre uma comparação de ideias, que agregam diferentes processos abordados perante as investigações que sustentam uma teoria. As ideias e categorias discutidas Mas esse anarquista, quer fornecer um tipo ideal de metodologia? Ou uma nova teoria sobre racionalidade? Nenhuma das duas coisas. O mesmo se pronuncia, dizendo que: "Todas as metodologias, até as mais óbvias, terão limitações". MAS QUE ISSO? NÃO TÔ ENTENDENDO NADA! As ideias e categorias discutidas Feyerabend, desenvolve em sua obra "Contra o Método", duas vanguardas. Onde de um lado, encontramos a busca de explodir de fora para dentro a posição do adversário, as regras que estão dentro de sua bolha lógica, tornam-se auto-destrutivas, inviabilizam o alcance de seus objetivos e conflitam com os fundamentos que as suportam. Regra 1: a aceitação de hipóteses que ajustam as teorias comprovadas, que impede a exploração das evidências. Regra 2: A eliminação de hipóteses que não se ajustam aos fatos concretizados. "Não podemos descobrir o mundo começando por dentro. Há a necessidade de uma padrão externo, mas precisamos conhecer pressupostos alternativos” (Feyerabend: 1977, p.42). As ideias e categorias discutidas Do outro lado encontramos o "irracionalismo", que tem as contra-regras do racionalismo. • Contra-regra 1: incluir hipóteses que vão gerar conflitos com as teorias que foram comprovadas. • Contra-regra 2: incluir hipóteses que não se ajustam aos fatos de tal teoria. Portanto, o anarquista deseja que as novas teorias não sigam apenas a visão "padrãozinha" de ciência. Todavia, que essa busca por novas evidências, seja favorávelao sistema que vivemos, abrangendo as ciências auxiliares e seus procedimentos. As ideias e categorias discutidas • Crítica à metodologia do racionalismo: Feyerabend, deseja profundamente "perturbar os racionalistas, descobrindo razões fortes para fundamentar doutrinas desarrazoadas“. Ele alega que instituições, ideias e muitas das práticas que nós realizamos, foram geradas por atividades sem importância. Uma vez que, existe uma formulação desenvolvida pela classificação e a ideia correta de algo. A crítica de Feyerabend, não acaba por aqui, porque ele confronta o que o mesmo chama de falseamento ingênuo, que é atribuído a Lakatos, e Popper. Mas, apesar de dizer que o posicionamento de Lakatos seja um equívoco, o mesmo conclui no final de sua obra que ele será um lakatiano. As ideias e categorias discutidas • Novos questionamentos: a incomensurabilidade: A forma a qual Feyerabend defende seu anarquismo, contribui para a ciência a qual presenciamos hoje, onde as distinções que se encontram entre "observação/teoria", "história da ciência/filosofia da ciência", "contexto de descoberta/contexto de justificação", estão relacionadas a um ponto de ataque ao material histórico. Todavia, as duas últimas ainda são utilizadas e dividem as formas de se analisar a ciência, porém isso recebe um novo enfoque de Feyerabend, a partir de estudos de caso. Que conferem à história da ciência, atribuindo um papel substantivo à sua filosofia. "Então o pensamento abstrato, é algo que não pode ser descartado, porque contribui para a nossa reflexão, e a história também é indispensável, porque ela dá forças para o atual estado da filosofia e seus argumentos” (Feyerabend: 1977, p.244). As ideias e categorias discutidas Incomensurabilidade: É algo que não podemos medir, ou seja, é algo que irá depender do modo de como são interpretadas as teorias científicas. Ele lista três teses centrais a favor da incomensurabilidade: 1- Existencias de esquemas de pensamentos incomensuráveis entre si. 2- Estágios incomensuráveis no desenvolvimento do pensamento do indivíduo e da percepção. 3- Princípios ontológicos condicionantes das ideologias subjacentes a culturas diversas que impedem, tornam sem sentido, determinados sistemas conceituais e que agem à base das cosmovisões encerradas nas nossas teorias científicas. As ideias e categorias discutidas Essas questões de incomensurabilidade, estão ligadas as reflexões que acerca a relação entre subjetividade e objetividade, entre a ciência e a sociedade, que são repercutidas na visão racionalista. “É possível conservar o que mereceria o nome de liberdade de criação artística e usá-la amplamente, não apenas como trilha de fuga, mas como elemento necessário para descobrir e, talvez, alterar os traços do mundo que nos rodeia. Essa coincidência da parte com o todo (o mundo em que vive), do puramente subjetivo e arbitrário com o objetivo e submisso a regras, constitui um dos argumentos mais fortes em favor da metodologia pluralista” (Feyerabend: 1977, p.71). Acabou :D!!! As ideias e categorias discutidas • Contra o método – Sem restrições de encontrar respostas; • Nova filosofia e sociologia da ciência; • Educação deve durar a vida inteira; • Diminuição da “consciência profissional”em prol uma atitude mais lúdica. As contribuições das categorias para a educação em ciências • Pluralismo metodológico – não é só uma questão metodológica mas humanista, que deve ser observada na educação (ensino que promove a liberdade do indivíduo e sua capacidade crítica) “O ensino deve ser baseado na curiosidade e não no comando, o ‘professor’ é convidado promover essa curiosidade a não a confiar em apenas um único método. A espontaneidade reina suprema, no pensamento (percepção) como também na ação.” (Feyerabend, 1975: p. 187, tradução do autor) As contribuições das categorias para a educação em ciências • Uma possível solução para evitar os efeitos indesejáveis da educação científica, seria a separação da educação (em geral) da formação profissional, esta sim mais específica e, talvez, restrita a uma única abordagem teórica e metodológica, bem como a uma forma específica de perceber o mundo e o ser humano. • Ensino da ciência não cientificista e mais crítico As contribuições das categorias para a educação em ciências “ Todos temos o direito de sonhar e este direito não deve ser limitado por uma educação que nos paralisa em lugar de ajudar a desenvolver plenamente nosso ser.” As contribuições das categorias para a educação em ciências Há mitos, há dogmas da teologia, há metafísica e há muitas outras maneiras de elaborar uma cosmovisão (Feyerabend: 1977, p.279); As similaridades entre a estrutura, processo de elaboração e dinâmica da função explicativa do mito e da ciência são surpreendentes (Feyerabend: 1977, cap.XVIII). Avisão de Ciência do autor Para Feyerabend a ciência possui uma ideologia própria e cabe-lhe impô-la a seus adeptos; mas não deve ter prerrogativas maiores que as concedidas a outras ideologias num Estado democrático, onde os cidadãos devem ter a oportunidade de poder escolher a forma de vida desejada. Avisão de Ciência do autor Conforme sua análise, a razão do tratamento especial que a ciência recebe se deve ao conto de fadas de que a ciência não é mera ideologia, mas medida objetiva de todas as ideologias (Feyerabend: 1977, cap.XVIII). Avisão de Ciência do autor Racionalidade Cientifica ou uma nova Racionalidade? A racionalidade de nossas crenças se verá consideravelmente acentuada. (Feyerabend, 1977: p.466.); Essa conclusão por Feyerabend, não se encontra o questionamento das relações entre razão e anti-razão , deixando aberta a porta para pensá-las em termos de uma nova racionalidade. Avisão de Ciência do autor Tudo Vale Feyerabend não pretende construir uma crítica com base num novo corpo de princípios firmes e imutáveis, na realidade não há uma teoria da ciência que lhe possa ser creditada. Avisão de Ciência do autor Disponível em: https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/9607/9607_6.PDF. Acessado em 05/05/2017. Disponível em: http://www2.dbd.puc-rio.br/pergamum/tesesabertas/0210601_04_cap_03.pdf. Acessado em 05/05/2017. Disponível em: http://www.ecsbdefesa.com.br/defesa/fts/CFCRO.pdf. Acessado em 05/05/2017. Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/fisica/article/view/7048/6524. Acessado em 05/05/2017. Disponível em: http://www.infoescola.com/ciencias/epistemologia-de-feyerabend/. Acessado em 05/05/2017. Rosa, R. T. D.; Conversando com Anna Carolina Regner; Episteme; Porto Alegre; n.19; p. 9 - 20, 2004. Abrahão, L.H.L.; A tese da incomensurabilidade teórica em Paul Feyerabend, Tese de Mestrado; Depto de Filosofia; UFMG; 179f.; 2009. Refêrencias Muito Obrigado!
Compartilhar