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CRESCIMENTO INICIAL DE MUDAS DE Amburana acreana (Ducke) A. C. Smith EM FUNÇÃO DE DIFERENTES DOSES DE NITROGÊNIO 1 Ariane Cristine Rebelo Lima 2 , Renata Franciely Alves da Silva 2 , Sidna Primo dos Anjos 2 , Patrick de Souza Teixeira 2 Resumo: O uso de fertilizantes químico é uma atividade comumente empregada em viveiros, tornando-se um instrumento de grande utilidade, onde através destas técnicas se torna possível controlar o tamanho e vitalidade das mudas. Portanto, o objetivo do presente trabalho será avaliar o efeito de diferentes doses de nitrogênio durante o desenvolvimento inicial de mudas de Amburana acreana (Ducke) A. C. Smith. O experimento será conduzido nas dependências do campus da Universidade Federal de Rondônia, em Rolim de Moura. As mudas serão cultivadas em sacolas de polietileno, com capacidade de 4,31 dm - ³ de solo, arranjados em delineamento experimental inteiramente casualizado, com cinco tratamentos e 5 repetições, totalizando 75 mudas. Será testado doses de 0, 100, 200, 400, 800 mg dm - ³ de CO(NH2)2. No dia do transplante será avaliado o diâmetro do coleto, altura, comprimento da raiz e número de folhas, após 45 dias de tratamento será avaliado a massa fresca da parte aérea e da raiz, massa seca da parte aérea e da raiz e novamente diâmetro do coleto, altura e número de folhas. Neste sentido, espera-se que as mudas com as maiores dosagens de nitrogênio, apresentem desenvolvimento superior quanto ao crescimento radicular e da parte aérea. Palavras-chave: cerejeira, fertilizantes, clímax, espécie florestal nativa, nutrição de plantas. INTRODUÇÃO A Amazônia é um bioma que provém de alta biodiversidade, porém, em função da forma de seu uso e exploração das riquezas minerais e madeireiras que suas florestas passam durante as últimas cinco décadas, esta sofre de um cruel e desenfreado processo de desmatamento, resultando no surgimento de grandes áreas (SANTANA et al., 2016). Esse desmatamento tende a ocasionar a perda de oportunidades do uso sustentável da floresta, inclusive para a produção de mercadorias tradicionais tanto por meio do manejo florestal, quanto por extração de produtos não madeireiros, além da perda da opção de capturar valores dos serviços ambientais que a floresta pode dispor. Desta forma, em uma escala considerável 1 Revisão de literatura apresentada à Universidade Federal de Rondônia – UNIR, 17/04/2017. 2 Graduando de Engenharia Florestal da Universidade Federal de Rondônia – UNIR, Campus Rolim de Moura. Emails: ariane.crlima94@hotmail.com, renatafranciely_rm@hotmail.com, sidnaprimo@gmail.com, patrick_rm@live.com. 2 de áreas degradadas, uma natureza que não é sustentável quanto às diversas maneiras de uso da terra que podem ser implantados, faz com que as alternativas perdidas para manter a floresta em pé sejam significativas em longo prazo (FEARNSIDE, 2006). A partir da diminuição da cobertura vegetal da floresta e/ou da exploração não sustentável da mesma, várias espécies locais passaram a compor a lista de espécies vulneráveis à extinção, por isto estudo de espécies nativas da Amazônia tem aumentado, já que algumas destas apresentam-se com grande potencial econômico, no entanto, são poucas as informações que nos levam ao conhecimento correto sobre as mesmas, assim como estas possam ser exploradas de maneira que não ocasione tanto impacto para o meio (VIEIRA et al., 2011). Diante deste cenário, uma das espécies florestais que se destaca por seu grande valor comercial é a Amburana acreana (Ducke) A. C. Smith, conhecida vulgarmente como cerejeira, esta espécie se apresenta ameaçada e com risco de extinção desde 2008 (JUNIOR e SCHERWINSKI-PEREIRA, 2012; SFB, 2017). O grande valor econômico e madeireiro da espécie é dado por sua madeira apresentar aspecto agradável e superfície lisa, sendo considerada excelente para a construção civil e muito procurada pelas indústrias nacionais, especialmente por ser muito utilizada na produção de móveis de luxo, além disto, sua casca ainda pode ser utilizada para fins medicinais (SOUZA et al., 2015). A Amburana acreana é uma espécie nativa, pertencente à família Fabaceae, ocorre na Bolívia e em alguns estados brasileiros como o Acre, Amazônia, Roraima, Rondônia, Pará e Mato Grosso (CARVALHO, 1994; CAMARGOS, 2001). Considerada uma árvore decídua, clímax, tolerante à sombra, podendo atingir até 40 m de altura quando adulta, suas folhas são compostas, com 17 a 25 folíolos de 6 cm de comprimento e 3 cm de largura (CARVALHO, 2007). Esta espécie apresenta-se em forma arborescente com alto fuste, ocorrendo geralmente em matas fechadas e altas (SILVA, 2008). Segundo Vieira et al. (2011), o crescimento de espécies florestais que se relaciona com os nutrientes absorvidos pela planta e com a massa seca da mesma, limita-se caso ela encontre restrições nutricionais, mas se estas espécies forem adubadas corretamente, tendem a atingir o máximo de crescimento. Nesse contexto, Gonçalves et al. (2014), afirmam que para se produzir mudas de qualidade deve-se considerar diversos fatores, dentre eles a fertilização adequada dos substratos, visando a garantir teores nutricionais suficientes para o crescimento das mudas. Em complemento Tucci et al. (2007) menciona a fraca relação entre a qualidade das mudas de espécies florestais e do substrato, porque deste decorre de todo um conjunto de eventos anteriores e posteriores à produção. Entre os principais parâmetros morfológicos que 3 definem a qualidade de mudas podem-se fazer referência principalmente à altura da planta, diâmetro de colo, relação altura e diâmetro de colo e o peso da matéria seca total. O emprego de fertilizantes químico é uma atividade empregada geralmente em viveiros florestais e vem sendo um instrumento de grande utilidade, já que através desta técnica se torna possível controlar o tamanho e a vitalidade das mudas (CAIONE et al., 2012). Contudo, a utilização de fertilizantes tem se tornado cada vez mais comum em diversas áreas das ciências agrárias, no entanto, são poucos estudos sobre as necessidades nutricionais de espécies florestais. Diante do exposto, o objetivo do presente trabalho será avaliar o efeito de diferentes doses de nitrogênio (N) durante o desenvolvimento inicial de mudas de Amburana acreana. REVISÃO DE LITERATURA A família Fabaceae, conhecida popularmente como leguminosa, possui a maior diversidade das espécies de angiospermas que ocorrem no Brasil, no bioma Mata Atlântica esta se apresenta com taxa de endemismo igual a 54,1%, sendo a segunda família com maior diversidade, depois somente da família Orchidaceae (FORZZA et al., 2010). No Brasil, ocorrem 2.807 espécies, pertencentes a 222 gêneros da família Fabaceae, onde 15 gêneros são endêmicos e 1.508 espécies são endêmicas, engloba desde espécies arbóreas até espécies herbáceas anuais (LIMA et al., 2015; CARVALHO e GAIAD, 2017). A família Fabaceae é subdividida em três subfamílias: Caesalpinioideae (Caesalpiniaceae), Mimosoideae (Mimosaceae) e Faboideae (Papilionoideae), o gênero Amburana sp., respectivamente, pertence à última subfamília citada (CARVALHO, 2007; MOURÃO et al., 2011). A espécie Amburana Schwacke & Taub é um gênero de plantas lenhosas exclusivamente sul-americanas, compreendendo três espécies sendo elas: A. acreana, A. cearenses e A. erythrosperma, podendo assim, ocorrer nos mais variados ambientes, desde a caatinga e matas sazonalmente secas a Bacia Amazônica, e até áreas sazonalmente inundadas. É reconhecida pelas suas folhas imparipinadas com folíolos alternos, flores com hipanto longo e tubularcom apenas uma pétala (estandarte), estames livres e fruto com apenas uma ou duas sementes distais envoltas ou não por um envoltório formado pelo endocarpo paleáceo (QUEIROZ, 2009). Uma alternativa de se produzir mudas com boa qualidade e que estas possuam chance de sobrevivência após o transplantio é através de nutrição equilibrada, a partir de adubações minerais, pois em alguns casos, a quantidade presente no substrato não é o suficiente para atender a necessidade da cultura empregada (GOMES, 2004). A compreensão da nutrição 4 mineral para as mudas é fator fundamental para definição de uma adequada recomendação de fertilizantes, portanto, para que algumas espécies nativas possam ser cultivadas de forma maximizada quanto aos ganhos na qualidade da produção dessas plantas, há a necessidade de um melhor conhecimento sobre sua demanda quanto a nutrientes (DUTRA et al., 2016). De modo geral, os solos brasileiros são pobres em nutrientes e para potencializar a produção com compromisso é necessário oferecer uma adubação adequada, onde através desta pode proporcionar nutrientes como nitrogênio (N), cálcio (Ca), potássio (K), fósforo (P), enxofre (S), magnésio (Mg) e micronutrientes, mas principalmente o nitrogênio, tendo em vista que seu consumo é maior (BETTIOL et al., 2015). A necessidade de fósforo (P) está relacionada às suas funções dentro da planta. O fósforo desempenha papel importante na fotossíntese, respiração, divisão e crescimento celular, na transferência de energia como parte do trifosfato de adenosina (ATP) (DECHEN e NACHTIGALL, 2007), e também promove o crescimento do sistema radicular, além de influenciar na contração radial e tangencial da madeira (MOYA et al., 2010). O potássio (K) é de grande importância para a nutrição das plantas contribuindo nos processos de respiração e fotossíntese. Ele age na regulação osmótica, ajuda no controle de água na planta, age na síntese de proteína, de carboidratos e da adenosina trifosfato (ATP). Além disso, auxilia no combate de pragas e doenças (ERNANI et al., 2007). E na sua ausência sucede a redução da fotossíntese e um acréscimo na respiração da planta, e assim diminuindo os carboidratos, afetando o crescimento da planta (DECHEN e NACHTIGALL, 2007). O nitrogênio (N) é primordial para o bom desenvolvimento das culturas, já que automaticamente uma adequada nutrição a base deste nutriente melhora fatores como teores foliares deste e de outros elementos, e como resultado ocorre um aumento no crescimento e na produção (ALVES et al., 2002). O nitrogênio inorgânico é disponibilizado no solo para as plantas na forma de nitrato (NO3 - ) ou em amônio (NH4 + ), seu metabolismo compreende processos de absorção e assimilação. O nitrato ingerido pelas raízes das plantas pode ser assimilado pelas raízes ou ainda nas partes aéreas, ou até mesmo nas duas regiões, no entanto o amônio, geralmente é assimilado nas raízes por conta de seu efeito tóxico (SHAN, 2012). MATERIAL E MÉTODOS O experimento será implantado nas dependências do campus da Universidade Federal de Rondônia, localizado sob as coordenadas 11º 42’17’’ S e 61º 46’40’’ W, com 261 m de altitude, no município de Rolim de Moura – RO, no dia 20 abril 2017. O clima regional 5 segundo a classificação de Köppen Geiger é do tipo Am, com temperaturas médias em torno de 26º C, precipitação anual média de 2.300 mm e umidade relativa entre 80 e 90% (ALVARES et al., 2013). Para a implantação do experimento serão utilizadas sementes de Amburana acreana, adquiridas através do Viveiro Cidadão, fixado no município de Rolim de Moura – RO 010, KM 5,5 – saída para Novo Horizonte. As sementes serão dispostas em sementeira com profundidade de 1 cm, utilizando areia grossa lavada como substrato. Algumas semanas posteriores à semeadura, as plântulas com padrão mais homogêneo, serão selecionadas e transplantadas para sacolas de polietileno, com capacidade de 4,31 dm - ³, o solo será proveniente da camada de 0-20 cm de profundidade e previamente peneirado. O delineamento experimental será inteiramente casualizado (DIC), com cinco tratamentos e cinco repetições, os tratamentos irão seguir as seguintes doses de nitrogênio na forma de ureia (46 %): tratamento 01 (0 mg dm - ³ CO(NH2)2), tratamento 02 (100 mg dm - ³ CO(NH2)2), tratamento 03 (200 mg dm - ³ CO(NH2)2), tratamento 04 (400 mg dm - ³ CO(NH2)2) e tratamento 05 (800 mg dm - ³ CO(NH2)2). Todas as mudas irão receber 200 mg dm - ³ de superfosfato triplo na forma de P2O5 que será aplicado no dia do transplante, 100 mg dm - ³ de cloreto de potássio na forma de KCl que será aplicado dez dias após o transplante e doses de 0, 100, 200, 400 e 800 mg dm - ³ de nitrogênio na forma de CO(NH2)2, sendo que essas doses serão divididas em quatro aplicações com intervalo de 10 dias. O experimento será conduzido recebendo duas irrigações diárias, em casa de vegetação. Os parâmetros avaliados no dia do transplante serão: diâmetro do coleto (Dc, em milímetros) utilizando um paquímetro digital, altura (H, em centímetros), comprimento da raiz (Cr, em milímetros) e número de folhas. Após os 45 dias de tratamento serão avaliados a massa fresca da parte aérea (MFPA) e da raiz (MFPR), massa seca da parte aérea e da raiz (MSPA e MSPR) que serão pesados com auxilio de balança eletrônica de precisão 0,01 g e novamente o diâmetro do coleto, altura e o número de folhas. As médias serão analisadas por meio de dados estatísticos utilizando o programa Assistat (SILVA, 2013). RESULTADOS ESPERADOS Através dos dados coletados, espera-se que as mudas com as maiores dosagens de Nitrogênio na forma de ureia (CO(NH2)2), apresentem desenvolvimento superiores quanto ao crescimento radicular e ao desenvolvimento da parte aérea comparando-as com as mudas que 6 não forem submetidas a dosagens de nitrogênio (testemunha), considerando que este nutriente é de grande relevância no crescimento inicial das plantas. CONSIDERAÇÕES FINAIS É necessário estabelecer doses adequadas de nitrogênio para tornar a produção economicamente viável e maximizar o desenvolvimento da espécie, considerando a pré- seleção do material propagativo, pois as oscilações nutricionais podem acarretar prejuízos à muda, como alterações na sua morfologia. REFERÊNCIAS ALVARES, C. A. et al. Köppen’sclimateclassificationmap for Brazil. Meteorologische Zeitschrift, v. 22, n. 6, p. 711-728, 2013. 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