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REDAÇÃO INSTRUMENTAL - CCJ0130
Semana Aula: 1
REDAÇÃO INSTRUMENTAL
Tema
 Distinção entre o texto narrativo e o texto argumentativo.
Palavras-chave
Características . Texto Narrativo . Texto Argumentativo
Objetivos
 - Compreender a Ementa da disciplina, Plano de Curso e Planos de Aula.
 - Reconhecer a importância da disciplina para a atividade jurídica em 
geral.
 - Compreender a relevância a seleção dos fatos da situação fática para a 
aplicação do direito objetivo.
 - Diferenciar o texto Narrativo do Argumentativo.
Estrutura de Conteúdo
 1. Apresentação: Ementa da Disciplina, Plano de Curso e Planos de Aula.
 2. Texto Narrativo: características.
 3. Texto Argumentativo: características.
Procedimentos de Ensino
 A narrativa jurídica é o relato de todos os fatos importantes, que auxiliam 
na compreensão do caso concreto e dos relevantes juridicamente, porque deles 
advêm consequências jurídicas, por isso a seleção dos fatos é de fundamental 
importância no discurso jurídico, uma vez que esses fatos selecionados se 
transformarão em argumentos na argumentação jurídica (ou fundamentos 
jurídicos do pedido).
 A argumentação é um dos elementos mais importantes da Ciência 
Jurídica, pois praticamente todas as atividades dos operadores do Direito 
envolvem de alguma forma a apresentação de razões com o intuito de 
fundamentar, argumentar, justificar, convencer, persuadir o auditório de que 
aquilo que se afirma é válido e verdadeiro. O que define um bom advogado ou 
jurista é sua capacidade de construir argumentos e manejá-los com habilidade.
 (LEITE, Maria Tereza Moura e PALADINO, Valquiria da Cunha. 
Redação Instrumental. 2016, p.)
Estratégias de Aprendizagem
Indicação de Leitura Específica
 (LEITE, Maria Tereza Moura e PALADINO, Valquiria da Cunha. 
Redação Instrumental. 2016, p.)
Recursos
 Data show, quadro branco, TV/DVD, consulta e participação regular ao 
conteúdo interativo na SalaVirtual de Aprendizagem (SAVA), leitura de 
capítulos do livro Redação Instrumental, sugerido na bibliografia básica, 
pesquisa individual de peças processuais disponíveis na internet e no conteúdo 
interativo para que o aluno se familiarize mais com a linguagem jurídica.
Aplicação: articulação teoria e prática
 
 NADA DE DESCULPAS E MÃOS À 
OBRA !
 Observe o quadro abaixo para compreender melhor as diferenças 
estruturais entre a construção de um texto narrativo e argumentativo:
 NARRAÇÃO ARGUMENTAÇÃO
Objetivo Expor os fatos relevantes do 
caso concreto a ser 
solucionado no Judiciário.
Defender uma tese 
compatível com o 
interesse da parte que 
o advogado 
representa para 
sustentação do pedido 
que se pretende ter 
acolhido pelo 
judiciário.
Importância
do fato
 
Cada fato representa uma 
informação que compõe a 
situação fática a ser conhecida 
pelo judiciário.
O fato narrado é 
interpretado à luz do 
ordenamento jurídico e 
transformado em 
elemento de persuasão 
que é o raciocínio; para 
sustentação da defesa da 
tese pretendida 
(Descritivo-Valorativo-
Normativo).
Tempo verbal
utilizado
 
 Para os fatos que se 
iniciaram no passado e que 
perduram até o momento da 
narração. O futuro não é 
utilizado porque fatos 
futuros são incertos, 
hipotéticos.
Presente atemporal. 
Pretérito Perfeito: só 
deve ser usado para 
retomar os fatos 
(provas / indícios) 
relevantes da 
narrativa jurídica, 
com os quais se 
defenderá a tese
Pessoa do discurso Utiliza-se da 3ª pessoa do 
singular, por marcar a 
imparcialidade do 
advogado, passando, assim, 
maior veracidade aos fatos 
narrados
Utiliza-se da 3ª 
pessoa do singular em 
busca de maior 
persuasão e 
veracidade para os 
argumentos 
formulados
Organização Os fatos são narrados e 
descritos em 
ordem Pretéritos ( perfeito, 
imperfeito, mais-que-
perfeito), porque todos os 
fatos narrados já ocorreram. 
O presente é usado somente 
cronológica, isto é, na 
mesma ordem em que 
aconteceram no mundo 
natural (= 
relógio/calendário)
Os argumentos são 
organizados em uma 
linha de raciocínio 
lógica, coerente e 
coesa em busca da 
persuasão do 
auditório. É de grande 
relevância a 
consistência do 
raciocínio e a 
evidência das provas.
Elementos
constitutivos
da narrativa
 
O quê? (fato gerador do 
conflito/pedido);quem? 
(partes processuais); onde? 
(local do fato); quando? 
(momento do fato- dia. 
Mês, ano); como? (modo 
como os fatos ocorreram); 
por quê? (nexo de 
causalidade/ 
razão/motivo/consequência)
 
Estrutura da
argumentação
 
 O fato gerador do 
conflito (nexo 
causal), apresentação 
explícita da tese a ser 
defendida, construção 
de argumentos fortes 
ou consistentes, a 
partir dos fatos 
relevantes 
selecionados, para 
sustentação da tese a 
ser apresentada, 
seleção dos tipos de 
argumentos para 
defesa da tese de 
forma persuasiva.
Natureza do
texto
 
A narrativa possui função 
informativa, mas é também 
entendida como um 
excelente recurso 
persuasivo a serviço da 
argumentação.
A argumentação tem 
função persuasiva por 
excelência.
 (LEITE, Maria Tereza Moura e PALADINO, Valquiria da Cunha. Redação 
Instrumental. 2016, p.) 
Questão 1
 Identifique se os excertos, a seguir, são narrativos ou argumentativos, 
justificando a sua resposta, com alguns fragmentos do próprio texto em análise. 
Para realizar essa proposta de trabalho, consulte o esquema apresentado acima.
Fragmento 1
 Augusto ajuizou Ação em face de seu vizinho Germano, alegando, em 
linhas gerais, que o Réu lhe esbulhou uma parte de seu terreno onde existe um 
córrego com água potável e um abrigo para vacas leiteiras. Pede liminarmente a 
reintegração de posse, dizendo que houve violência, que a invasão se deu 
durante a noite - clandestinamente, portanto - e que isso lhe trouxe crescentes 
prejuízos. Em sua Petição Inicial, seu advogado explicou os fatos e, entre 
outros argumentos, justificou, a partir dos prejuízos, a necessidade de obter 
jurisdição de urgência.?
 Apesar da evidente ilegalidade em todo o procedimento licitatório e atos 
subsequentes, como já mencionado acima, o direito positivo brasileiro indica 
que é possível a ocorrência de imoralidade sem necessariamente a existência de 
ilegalidade, uma vez que a própria Constituição Federal de 1988, ao estabelecer 
os princípios aplicáveis à Administração Pública, previu como princípios 
autônomos a legalidade e a moralidade. Em outras palavras, a afronta à 
moralidade que deve permear os atos da Administração pode, por si só, causar 
a lesividade que autoriza o manejo da ação popular, com ou sem repercussão 
patrimonial e, no caso, mesmo que acolhida a duvidosa licitação, esta não 
legitima o contrato, pois prevalecem os princípios da administração pública.?
Fragmento 2
 O alimentando não presta ao alimentado os alimentos indispensáveis à sua 
subsistência na forma da lei civil, razão por que está passando por privações.
 O alimentando encontra-se em situação estável, trabalhando atualmente 
como mecânico autônomo e percebe a quantia aproximada de R$1500,00 (hum 
mil e quinhentos reais) mensais.?
Fragmento 3
 Depreende-se da narrativa autoral que o que se pretende com a presente 
insurgência é discutir problemas familiares, revolvendo questões antigas e 
atritos/mágoas que sempre existiram e que estavam limitadas ao âmbito 
familiar, trazendo o Autor um desabafo emocional, mas, sem o menor 
contrangimento, expôs a público a privacidade de parte de seus familiares, 
maculando a imagem e a intimidade destes, desconsiderandoo Autor a sua 
própria assertiva em Inicial ? ?roupa suja se lava em casa? (Anexo II, item 17 ? 
fl. 146).?
Fragmento 4
 O autor afirmou que o réu bloqueou a conta da empresa, impedindo-lhe de 
pagar fornecedores, empregados e impostos. Além disso, o autor assegurou que 
o réu teria cometido uma grave ilegalidade, pois abriu uma filial da empresa de 
sua mãe, ?Chique- Chique?, supostamente concorrente, no mesmo endereço da 
empresa que é sócio com o autor, sem qualquer tipo de autorização prévia e 
utiliza-se de toda a estrutura de maneira completamente ilegal, com a intenção 
de vender a carteira de clientes da empresa, no escopo de encerrar suas 
atividades, asfixiar o autor financeiramente, e usurpar a estrutura e 
credibilidade do ponto comercial para instalar uma filial de sua empresa em 
Brasília.
Fragmento 5
 Não se duvida de que é de clareza solar que o Autor utiliza seus petitórios 
para expor sua interpretação distorcida, aleatória e até leviana do indigitado e-
mail, com ilações inverídicas e extremamente distanciadas da verdade e 
do intento da Ré, que buscou apenas relatar fatos ocorridos no âmbito familiar e 
demonstrar o seu amargor e repulsa com a ofensa à sua honra, pois foi chamada 
de ?ladra? pelo Autor, buscando, assim, e precipuamente alertar que novas 
desavenças familiares poderiam ocorrer, em razão de determinadas posturas do 
Autor, como a que se instaurou com a propositura da presente ação.?
Fragmento 6
 Assim, resta evidente que a requerida, ao aliciar o cantor Zeca Pagodinho 
ainda na vigência do contrato e veicular a campanha publicitária com referência 
direta à campanha produzida anteriormente pela autora, causou-lhe prejuízos, 
porque, por óbvio, foram inutilizados todos os materiais já produzidos pela 
requerente com tal campanha e perdidos eventuais espaços publicitários já 
adquiridos e não utilizados.?
Avaliação
Fragmento 1
 No primeiro parágrafo do fragmento 1, há a presença da narrativa jurídica; 
já, no segundo, tem-se a argumentação propriamente dita, uma vez que se 
defende a tese da possível ocorrência de imoralidade sem necessariamente a 
existência de ilegalidade.
 Fragmento 2
 O fragmento é narrativo, pois o autor narra fatos que comprovam o não 
cumprimento da obrigação jurídica entre alimentado e alimentando.
Fragmento 3
 O fragmento é argumentativo.
Fragmento 4
 O fragmento é narrativo.
Fragmento 5
 O fragmento é argumentativo.
Fragmento 6
 O fragmento é argumentativo.
Considerações Adicionais
PROPOSTA DE TRABALHO
1. LIVRO BASE
 FULLER, Lon L. O Caso dos Exploradores de Caverna. Porto Alegre: 
Sérgio Antonio Fabris.
 O caso dos exploradores de cavernas é uma leitura recomendável àqueles 
que têm interesse na área jurídica, especialmente, sobre a área criminal, porque 
aborda vários princípios, leis, dogmas (Direito Natural) do ordenamento 
jurídico.
REDAÇÃO INSTRUMENTAL - CCJ0130
Semana Aula: 2
REDAÇÃO INSTRUMENTAL
Tema
 Seleção dos Fatos e Ordem Cronológica ou Linear dos Fatos 
Palavras-chave
Elementos da Narrativa Jurídica. Seleção dos fatos. Ordem cronológica. Raciocínio 
Jurídico.
Objetivos
 - Identificar os fatos que constarão da narrativa jurídica. 
 - Distinguir os fatos juridicamente importantes daqueles que são 
esclarecedores das questões importantes. 
 - Organizar os fatos na ordem rigorosamente cronológica ou linear.
 - Desenvolver raciocínio jurídico de que os fatos que não são usados, 
direta ou indiretamente, na argumentação da tese, não precisam ser narrados. 
 - Reconhecer os elementos da narrativa jurídica, a saber: QUEM?, O 
QUÊ?, POR QUÊ?, ONDE?,QUANDO?, COMO?. 
Estrutura de Conteúdo
 1.1. Fatos juridicamente importantes: consequências jurídicas. 
 1.2. Fatos secundários que contribuem para a clareza e compreensão da 
situação fática. 
 1.3 Organização dos fatos na ordem rigorosamente cronológica ou linear. 
Procedimentos de Ensino
 Ao se provocar o judiciário por meio de uma Petição Inicial para que um 
conflito de interesses seja resolvido, pressupõe-se que haja uma relação jurídica 
entre as partes autor e réu. Tratando-se de área não penal, essa relação jurídica 
nasce a partir de um fato capaz de gerar entre ambas as partes direitos e 
deveres obrigacionais. 
 É justamente em torno dos fatos que irá caminhar todo o desenvolvimento 
do processo, por isso se diz que o autor os narra, o réu se defende deles, as 
provas recaem sobre eles, e, por fim, o juiz aprecia e julga esses fatos. 
 Há necessidade, portanto, de se fazer a narração da situação fática, 
obedecendo à metodologia da narrativa jurídica, como: seleção dos fatos 
simples (auxiliam na composição da situação fática) ? e dos fatos jurídicos 
(deles advêm as consequências jurídicas), para que haja maior clareza textual 
na composição da situação fática. 
 Os fatos são narrados na ordem cronológica ou linear, e as formas verbais 
devem ser usadas no passado, na terceira pessoa do singular. 
 (LEITE, Maria Tereza Moura e PALADINO, Valquiria da Cunha. 
Redação Instrumental. 2016, p.) 
Estratégias de Aprendizagem
Indicação de Leitura Específica
 (LEITE, Maria Tereza Moura e PALADINO, Valquiria da Cunha. 
Redação Instrumental. 2016, p.) 
Recursos
 Data show, quadro branco, TV/DVD, consulta e participação regular ao 
conteúdo interativo na Sala Virtual de Aprendizagem (SAVA), leitura de 
capítulos do livro Redação Instrumental, sugerido na bibliografia básica, 
pesquisa individual de peças processuais disponíveis na internet e no conteúdo 
interativo para que o aluno se familiarize mais com a linguagem jurídica. 
Aplicação: articulação teoria e prática
Questão 1 
 Coloque os fatos dos casos concretos 1, 2 e 3 na ordem cronológica ou 
linear, estabelecendo relações lógicas entre os raciocínios, e, em seguida, 
responda às perguntas básicas sobre cada um deles, como: QUEM QUER?, 
QUER O QUÊ?, DE QUEM?, POR QUÊ?, ONDE?,QUANDO?, COMO?. 
A resposta a essas perguntas são importantes porque permitem perceber vários 
pontos relevantes dos casos concretos em estudo. Observe: 
 QUEM QUER? Retrata a parte que o advogado representa/Autor. 
 QUER O QUÊ? - Retrata o pedido, o mérito. 
 DE QUEM? Delimita a parte/ Réu 
 POR QUÊ? Retrata a causa de pedir, fundamentos de fato e de direito 
 ONDE? Sinaliza a competência/lugar 
 QUANDO? É relevante porque se refere à ideia de tempo (dia, mês, ano), 
marcando a relação de anterioridade e posterioridade dos fatos narrados, isto é, 
a sequência cronológica em que os fatos ocorreram 
 COMO? O elemento como é o passo a passo da situação fática e 
auxiliará, inclusive, na interpretação do caso concreto, pois é a Narrativa 
Jurídica propriamente dita. 
CASO CONCRETO 1 
XIV EXAME DA ORDEM /2014 
 Síntese da entrevista realizada com Heitor Samuel Santos, brasileiro, 
solteiro, desempregado, filho de Isaura Santos, portador da identidade 559, CPF 
202, residente e domiciliado na Rua Sete de Setembro, casa 18 ? Manaus ? 
Amazonas ? CEP 999: 
 ( ) teve a CTPS assinada como assistente de estoque. 
 ( ) mas, em parte do horário de trabalho, também realizava as tarefas de 
um analista de compras, pois seu chefe determinava que ele fizesse pesquisa de 
preços e comparasse a sua evolução ao longo do tempo, atividades estranhas à 
sua função de assistente de estoque. 
 ( ) trabalhava de 2ª a 6ª feira, das 8h às 16h45min, com intervalo de 45 
minutos para refeição, e, aos sábados, das 8h às 12h, sem intervalo. 
 ( ) é portador de deficiência e soube que, após a sua dispensa, não houvecontratação de um substituto em condição semelhante. 
 ( ) a empresa possui 220 empregados. 
 ( ) seu e-mail pessoal era monitorado pela empresa porque, na admissão, 
estava ocorrendo um problema na plataforma institucional, daí porque a ex-
empregadora acordou com os empregados que o conteúdo de trabalho seria 
enviado ao e-mail particular de cada um, desde que pudesse fazer o 
monitoramento. 
 ( ) trabalhou na fábrica de componentes eletrônicos Nimbus S.A. situada 
na Rua Leonardo Malcher, 7.070 ? Manaus ? Amazonas ? CEP 210), de 
10.10.2012 a 02.07.2014. 
 ( ) foi dispensado em 2/7/2014, sem justa causa e recebeu sua indenização 
corretamente. 
 ( ) que, em razão disso, o empregador teve acesso a diversos escritos e 
fotos particulares do depoente, inclusive conteúdo que ele não desejava expor a 
terceiros. 
 ( ) durante o contrato sofreu descontos a título de contribuição sindical e 
confederativa, mesmo não sendo sindicalizado. 
Questão 1 
 
CASO CONCRETO 2 
XIV EXAME DA ORDEM /2014 
 Síntese da entrevista feita com Bruno Silva, brasileiro, solteiro, CTPS 
0010, Identidade 0011, CPF 0012 e PIS 0013, filho de Valmor Silva e Helena 
Silva, nascido em 20.02.1990, domiciliado na Rua Oliveiras, 150 ? Cuiabá ? 
CEP 20000-000: 
 ( ) Bruno costumava fazer digitação de trabalhos de conclusão de curso 
para universitários, ganhando em média R$200,00 por mês, mas no período em 
que esteve afastado pelo INSS não teve condição física de realizar esta 
atividade, que voltou a fazer tão logo retornou ao emprego. 
 ( ) No acidente, sofreu amputação traumática de um dedo da mão esquerda 
e se submeteu a tratamento médico e psicológico, gastando com os 
profissionais R$ 2.500,00 entre honorários profissionais e medicamentos e 
levou consigo os recibos. 
 ( ) que teve a CTPS assinada e exercia a função de empacotador, 
recebendo por último o salário de R$ 1.300,00 por mês; que sua tarefa consistia 
em empacotar congelados de legumes numa máquina adquirida para tal fim. 
 ( ) Que foi admitido em 05.07.2011 pela empresa Central de Legumes 
Ltda., situada na Rua das Acácias, 58 ? Cuiabá ? CEP 20000-010, e dispensado 
sem justa causa em 27.10.2013, quando recebeu corretamente as verbas da 
extinção contratual; 
 ( ) No seu retorno ao trabalho, foi comprovada pelos peritos do INSS a 
perda de 20% da sua capacidade laborativa, razão por que foi readaptado a 
outra função. 
 ( ) Em 30.11.2011 sofreu acidente do trabalho na referida máquina, 
quando sua mão ficou presa no interior do equipamento, ficou afastado pelo 
INSS e recebeu auxílio doença acidentário até 20.05.2012, quando retornou ao 
serviço. 
 ( ) A CIPA da empresa, convocada quando da ocorrência do acidente, 
verificou que a máquina havia sido alterada pela empresa, que retirou um dos 
componentes de segurança para que ela trabalhasse com maior rapidez e, assim, 
aumentasse a produtividade. 
CASO CONCRETO 3 
XIV EXAME DA ORDEM /2012 
 
 ( ) O terreno está situado na Rua Cardoso Soares nº 42, no bairro de Lírios, 
na cidade de Condonópolis, no estado de Tocantins. 
 ( ) Em razão disso, Norberto tem sido constantemente sondado a se retirar 
do local, recebendo ofertas de valor insignificante, já que as construtoras 
alegam que o terreno sequer pertence a ele, pois está registrado em nome de 
Cândido Gonçalves. 
 ( ) Norberto da Silva, pessoa desprovida de qualquer bem material, 
adquiriu de terceiro, há nove anos e meio, posse de terreno medindo 240m² em 
área urbana, onde construiu moradia simples para sua família. 
 ( ) Norberto não tem qualquer interesse em aceitar tais ofertas; ao 
contrário, com setenta e dois anos de idade, viúvo e acostumado com a vida na 
localidade, demonstra desejo de lá permanecer com seus filhos. 
 ( ) A posse é exercida ininterruptamente, de forma mansa e pacífica, sem 
qualquer oposição 
 ( ) No último ano, o bairro passou por um acelerado processo de 
valorização devido à construção de suntuosos projetos imobiliários. 
 ( ) São seus vizinhos do lado direito Carlos, do esquerdo Ezequiel e, dos 
fundos, Edgar. 
 
 
Avaliação
 Caso concreto 1: (6 ), ( 4), ( 1), (10 ), (2 ), (5 ), (7 ), ( 8), (9 ), (3) 
 Caso concreto 2: ( 4), ( 3), ( 6), (2 ), (5 ), ( 7), (1 ) 
 Caso concreto 3:( 3), ( 1), ( 7), (5 ), (6), ( 2), (4 ) 
 Casos Concretos 1,2,3 ( Reconhecimento dos elementos da narrativa): 
Produção do aluno. 
Considerações Adicionais
MULTIMÍDIA 
 Assista às séries policiais sugeridas abaixo, pois elas trazem situações em 
que se pode observar,dentre outros aspectos abordados, a seleção de fatos 
relevantes e a ordenação dos fatos:
 * Bones 
 * Castle 
 * CSI: Crime SceneInvestigation 
 * Law &Order: SpecialVictims Unit 
LEITURA 
 A VIDA NÃO É JUSTA e SEGREDO DE JUSTIÇA, ambos de ANDRÉIA 
PACHA 
 Baseada em suas experiências profissionais com casos de família, a autora 
petropolitana traduz em palavras, com maestria, as alegrias e tristezas das 
histórias reais que teve contato na condução dos processos como magistrada, 
demonstrando profundo conhecimento do ofício que exerce e da natureza 
humana. Em crônicas escritas com emoção e delicadeza, narrando disputas, 
amores e desejos de histórias de pais e filhos que chegaram à Justiça nos 
últimos vinte anos. 
REDAÇÃO INSTRUMENTAL - CCJ0130
Semana Aula: 3
REDAÇÃO INSTRUMENTAL
Tema
Produção de Narrativa Jurídica 
Palavras-chave
Seleção dos fatos. Ordem cronológica. Versões sobre o mesmo fato. Modalização. 
Seleção Vocabular. Função persuasiva da Narrativa Jurídica.
Objetivos
- Selecionar os fatos que constarão da narrativa jurídica.
- Construir versões sobre um mesmo fato.
- Produzir versões sobre o mesmo fato.
- Fazer uso da estratégia da modalização da linguagem: seleção vocabular.
- Atentar para a função persuasiva da narrativa.
Estrutura de Conteúdo
 - Seleção dos fatos que constarão da narrativa jurídica. 
 - Construção das versões sobre um mesmo fato. 
 - Produção de uma versão dos fatos que interesse ao polo ativo da 
demanda. 
 - Modalização da linguagem: seleção vocabular. 
 - Função persuasiva da narrativa jurídica. 
Procedimentos de Ensino
 As peças processuais têm um denominador comum, a saber: precisam, em 
primeiro lugar, narrar os fatos importantes do caso concreto, porque o 
reconhecimento de um direito passa pela análise do fato jurídico (gerador do 
conflito) e das circunstâncias em que ocorreu. 
 A seleção vocabular e os fatos selecionados por cada um dos advogados ? 
representantes legais da parte- mostram seu intento acusatório ou defensivo, 
atendendo aos interesses de seu cliente, isto é, narra os fatos do modo que lhe 
interessa. 
 Dessa maneira, a seleção dos fatos da narrativa, principalmente aos que 
dizem respeito ao reforço ou as circunstâncias dos juridicamente relevantes, 
deve ser feita de acordo com as intenções da argumentação daquele que a 
redige. 
 (LEITE, Maria Tereza Moura e PALADINO, Valquiria da Cunha. 
Redação Instrumental. 2016, p.) 
Estratégias de Aprendizagem
Indicação de Leitura Específica
 (LEITE, Maria Tereza Moura e PALADINO, Valquiria da Cunha. Redação 
Instrumental. 2016, p.) 
Recursos
 Data show, quadro branco, TV/DVD, consulta e participação regular ao 
conteúdo interativo na Sala Virtual de Aprendizagem (SAVA), leitura de 
capítulos do livro Redação Instrumental, sugerido na bibliografia básica, 
pesquisa individual de peças processuais disponíveis na internet e no conteúdo 
interativo para que o alunose familiarize mais com a linguagem jurídica. 
Aplicação: articulação teoria e prática
 Os objetivos de cada operador do Direito são diferentes, portanto o 
representante de uma parte envolvida não poderá narrar os fatos de um caso 
concreto com a mesma versão da parte contrária. Portanto o juiz deve sempre 
considerar os dois pontos e vista apresentados pelas partes, dentre outros 
elementos a serem analisados, antes de prolatar decisão dele. Observe:
 
Caso Concreto
 A reclamada contratou o reclamante para exercer a função de marceneiro 
no setor de produção de cozinhas moduladas. O reclamante, ao desempenhar 
sua atividade profissional, foi pregar um gabinete duplo, um dos componentes 
da cozinha modulada, quando o prego se soltou da madeira ao sofrer a batida 
do martelo. O prego atingiu em cheio o olho direito do trabalhador reclamante, 
perfurando-o. Esse infortúnio ocorreu por culpa exclusiva da reclamada, porque 
esta não ofereceu óculos de proteção ao obreiro. Trata-se de um trágico e 
irremediável acidente de trabalho que pôs fim não somente a qualquer 
perspectiva de ascensão profissional do reclamante, mas também o deixou 
deficiente visual para o resto de sua vida.
 
Questão 1
 
 A linguagem forense utilizada pelo advogado na exposição dos fatos no 
caso em questão teve como objetivo produzir uma certa reação emocional no 
receptor (juiz) por meio e uma engenhosa seleção vocabular.
 Comente, em até 10 linhas, a escolha lexical intencional do advogado, 
considerando os valores semânticos de algumas palavras utilizadas na 
construção desse parágrafo.
Questão 2
 Identifique, no parágrafo acima, pelo menos duas informações ou versões 
que a parte contrária não teria narrado. Justifique a sua resposta.
Trabalho de pesquisa: Função persuasiva da narrativa jurídica
 No texto narrativo está presente a transformação no espaço e no tempo, 
buscando-se apenas informar tais fatos ao juiz. Mas, por ser uma criação do 
intelecto humano, a narrativa jurídica assume um ponto de vista que parte 
de seu autor, construída a partir de sua interpretação pessoal, de forma que se 
torna uma tese a ser comprovada pela argumentação.
Questão 3
 Acesse o site do STF ou do STJ e transcreva fragmento de um voto em 
que a narração esteja a serviço da argumentação.
 
 
 
Avaliação
Questão 1 
 No parágrafo não há um embasamento jurídico na exposição dos fatos, mas 
há uma seleção vocabular (substantivos, adjetivos, verbos), permitindo ao 
receptor (juiz) concluir que o reclamante foi vítima do desleixo da reclamada, 
isto é, o reclamante tornou-se deficiente visual por culpa exclusiva da 
reclamada. Essa seleção vocabular reforça a tese da função persuasiva da 
narrativa. 
Questão 2
 A reclamada jamais alegaria que não tinha oferecido óculos de proteção ao 
obreiro e, consequentemente, não assumiria a sua negligência, pois, em 
 
 
momento algum, afirmaria que ?esse infortúnio ocorreu por culpa exclusiva 
dela, isto é, da reclamada. O próprio direito escrito preceitua que ninguém é 
obrigado a criar provas contra si mesmo.Logo, a reclamada não se utilizaria 
desses fatos para não assumir responsabilidade alguma sobre a conduta 
negligente do reclamante (trabalhar sem os óculos). 
Questão 3 
 Sugestão/ Várias possibilidades de respostas : NARRAÇÃO A 
SERVIÇO DA ARGUMENTAÇÃO 
 Informativos do STJ (http://www.stj.jus.br/SCON/infojur/doc.jsp) 
 DANOS MORAIS REFLEXOS. LEGITIMIDADE. 
 Trata-se de REsp em que a controvérsia é definir se os pais da vítima 
sobrevivente de acidente de trânsito têm legitimidade para 
pleitear compensação por danos morais, considerando-se que, na espécie, a 
própria acidentada teve reconhecido o direito a receber a referida compensação 
por tais danos. A Turma assentou que, não obstante a compensação por dano 
moral ser devida, em regra, apenas ao próprio ofendido, tanto a doutrina quanto 
a jurisprudência têm firmado sólida base na defesa da possibilidade de os 
parentes do ofendido a ele ligados afetivamente postularem, conjuntamente 
com a vítima, compensação pelo prejuízo experimentado, conquanto sejam 
atingidos de forma indireta pelo ato lesivo. Observou-se que se trata, na 
hipótese, de danos morais reflexos, ou seja, embora o ato tenha sido praticado 
diretamente contra determinada pessoa, seus efeitos acabam por atingir, 
indiretamente, a integridade moral de terceiros. É o chamado dano moral por 
ricochete, cuja reparação constitui direito personalíssimo e autônomo dos 
referidos autores, ora recorridos. Assim, são perfeitamente plausíveis situações 
nas quais o dano moral sofrido pela vítima principal do ato lesivo atinja, por via 
reflexa, terceiros, como seus familiares diretos, por lhes provocar sentimentos 
de dor, impotência e instabilidade emocional. Foi o que se verificou na espécie, 
em que postularam compensação por danos morais, em conjunto com a vítima 
direta, seus pais, perseguindo ressarcimento por seu próprio sofrimento 
decorrente da repercussão do ato lesivo na sua esfera pessoal, visto que 
experimentaram, indubitavelmente, os efeitos lesivos de forma indireta ou 
reflexa, como reconheceu o tribunal de origem, ao afirmar que, embora conste 
da Inicial que o acidente não atingiu diretamente os pais da vítima, eles 
possuem legitimidade para pleitear indenização, uma vez que experimentaram a 
sensação de angústia e aflição gerada pelo dano à saúde familiar. Diante disso, 
negou-se provimento ao recurso. Precedentes citados: REsp 160.125-DF, DJ 
24/5/1999; REsp 530.602-MA, DJ 17/11/2003; REsp 876.448-RJ, DJe 
21/9/2010; REsp 1.041.715-ES, DJe 13/6/2008, e REsp 331.333-MG, DJ 
13/3/2006. REsp 1.208.949-MG, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 
7/12/2010.
Considerações Adicionais
PROPOSTA DE TRABALHO 1
Leitura do conto "Grávida, porém Virgem” – de Dalton Trevisan. [ Duas 
versões sobre o mesmo fato].
PROPOSTA DE TRABALHO 2
ELUF, Luiza Nagib. A paixão no banco dos réus. São Paulo: Saraiva, 2002.
REDAÇÃO INSTRUMENTAL - CCJ0130
Semana Aula: 4
REDAÇÃO INSTRUMENTAL
Tema
Produção de Narrativa Jurídica 
Palavras-chave
Seleção dos fatos. Ordem cronológica. Versões sobre o mesmo fato. Modalização. 
Seleção Vocabular. Função persuasiva da Narrativa Jurídica.
Objetivos
 - Perceber as diferentes versões sobre um mesmo fato jurídico. 
 - Produzir uma versão dos fatos que interesse ao polo passivo da 
demanda. 
 - Observar a importância de enfrentar pontualmente cada ponto suscitado 
pela parte autora. 
 - Reconhecer a importância da modalização da linguagem: seleção 
vocabular. 
 - Atentar para a função persuasiva da narrativa jurídica. 
Estrutura de Conteúdo
 
 - Construção das diversas versões sobre o mesmo fato. 
 - Produção de uma versão dos fatos que interesse ao polo passivo da 
demanda. 
 - Modalização da linguagem: seleção vocabular 
 - Função persuasiva da narrativa 
Procedimentos de Ensino
 O aluno deve atentar para o fato de que peças processuais têm um 
denominador comum: precisam, em primeiro lugar, narrar os fatos importantes 
do caso concreto, porque o reconhecimento de um direito passa pela análise do 
fato jurídico (gerador da situação fática/lide) e das circunstâncias em que 
ocorreu. 
 Assim, a seleção vocabular e os fatos selecionados por cada um dos 
advogados, representantes legais da parte, mostram seu intento acusatório ou 
defensivo, atendendo aos interesses de seu cliente, isto é, narra os fatos do 
modo como lhe interessa. 
 
 Dessa maneira, a seleção dos fatos da narrativa, principalmente aos que 
dizem respeito às circunstâncias dos juridicamente relevantes, deve ser feita deacordo com as intenções da argumentação daquele que a redige. 
 (LEITE, Maria Tereza Moura e PALADINO, Valquiria da Cunha. 
Redação Instrumental. 2016, p.) 
Estratégias de Aprendizagem
Indicação de Leitura Específica
 (LEITE, Maria Tereza Moura e PALADINO, Valquiria da Cunha. 
Redação Instrumental. 2016, p.) 
Recursos
 Data show, quadro branco, TV/DVD, consulta e participação regular ao 
conteúdo interativo na Sala Virtual de Aprendizagem (SAVA), leitura de 
capítulos do livro Redação Instrumental, sugerido na bibliografia básica, 
pesquisa individual de peças processuais disponíveis na internet e no conteúdo 
interativo para que o aluno se familiarize mais com a linguagem jurídica.
Aplicação: articulação teoria e prática
 Os objetivos de cada operador do Direito são diferentes, porque o 
representante de uma parte envolvida, por exemplo, não poderá narrar os fatos 
de um caso concreto com a mesma versão da parte contrária. Desse modo, o 
juiz deve sempre analisar os dois pontos de vistas apresentados pelas partes: 
 
 Leia os casos concretos abaixo e responda às questões sobre fatos/versões 
propostas ao final de cada um deles: 
Caso Concreto 1
 O réu subtraiu do estabelecimento comercial Andorinha dois pacotes de 
biscoitos e um queijo minas. O réu agiu em estado famélico porque passava por 
necessidade financeira em decorrência de estar desempregado, sem qualquer 
condição de subsistência e esse fato que lhe forçou à execução do pequeno 
delito, mas sem uso de qualquer violência. 
Questão 1 
 A linguagem forense utilizada pelo advogado na versão dos fatos no caso 
em questão teve como objetivo produzir uma certa reação emocional no 
receptor (juiz) por meio e uma engenhosa seleção vocabular. 
 Comente, em até 6 linhas, a escolha lexical intencional do advogado na 
exposição dos fatos, considerando os valores semânticos de algumas palavras 
utilizadas na construção desse parágrafo. 
Caso Concreto 2 
 O empregador alegou que a cópia dos arquivos no pen drive do 
empregado- analista de sistema-, independentemente da falha ocorrida no 
computador dele, poderia ter sido feita em dispositivo que era fornecido pela 
empresa. 
 O empregador afirmou que, após a auditoria interna em que foi constatada 
a cópia dos arquivos, veio a demissão por justa causa por quebra de confiança. 
 A empresa disse, ainda, que os dados eram sigilosos e que houve quebra 
de confiança. 
 
Questão 2 
 A partir do resumo do caso concreto 2, redija uma breve narrativa jurídica 
a favor da parte Ré. 
Caso Concreto 3 
 Mateus foi denunciado porque, em agosto de 2015, supostamente teria se 
dirigido à residência de Maísa e a constrangido a com ele manter conjunção 
carnal, resultando assim na gravidez da suposta vítima, conforme laudo de 
exame de corpo de delito. Narra ainda a Inicial que, embora não se tenha se 
valido de violência real ou de grave ameaça para a prática do ato, o réu teria se 
aproveitado do fato de Maísa ser incapaz de oferecer resistência ao propósito 
criminoso, assim como de validamente consentir, por se tratar de deficiente 
mental, incapaz de reger a si mesma. 
Questão 3
 A partir do resumo do caso concreto 3, produza uma breve narrativa 
jurídica a favor da parte Ré.
Avaliação
 É importante lembrar que a narrativa realizada pela parte Ré normalmente 
é mais difícil, porque tem o compromisso de enfrentar pontualmente cada ponto 
suscitado pela parte autora. 
 
Questão 1
 O réu agiu em estado famélico porque passava por necessidade financeira 
em decorrência de estar desempregado, sem qualquer condição de subsistência 
e esse fato que lhe forçou à execução do pequeno delito, mas sem uso de 
qualquer violência. 
 
Questão 2 
 Caso Concreto 2 
 O empregado assegurou que resolveu salvar os arquivos em pen drive 
depois de ter havido uma falha no seu computador, por estar preocupado com a 
possibilidade de perda daquelas informações, ou seja, por medida de segurança. 
O Réu afirmou desconhecer que se tratava de conduta grave. O empregado 
disse também que não sabia dessa proibição, que as informações sobre esse tipo 
de conduta não foram compartilhadas com ele e que jamais poderia imaginar 
que sua conduta preventiva de um dano futuro pudesse resultar-lhe em uma 
justa causa por quebra de confiança. 
 A analista afirmou também que a falta não teria sido tão grave a ponto de 
ensejar a justa causa, pois não causou prejuízo algum à empresa. 
Caso Concreto 3 
 O Réu desconhecia a alegada condição de tratar-se a vítima de débil 
mental, sendo este um dos requisitos previstos em lei para que se presuma a 
violência, não podendo esta ser presumida. 
 Não sendo a debilidade aparente e, portanto, desconhecida pelo Réu, os 
atos sexuais, nas circunstâncias em que foram praticados, deram-se de forma 
não criminosa por manifesta atipicidade. 
Observação 
 Art. 224 do CP: Presume-se a violência, se a vítima: 
[?] 
 b) é alienada ou débil mental, e o agente conhecia esta circunstância. 
 
 Resposta aberta. Produção textual o aluno. 
 
 
Considerações Adicionais
Direito e Cinema 
 A formação do profissional do direito exige não apenas o domínio da 
técnica jurídica, mas também sólida e ampla formação cultural. É por meio da 
leitura de bons livros clássicos que ampliamos o nosso vocabulário, 
aprimoramos a nossa escrita e expandimos os nossos horizontes de vida, pois o 
nosso olhar passa a ser outro. Função semelhante cumprem os filmes, que nos 
transportam, por meio da linguagem cinematográfica, para diferentes 
realidades, culturas, situações, momentos históricos, sonhos e novas 
aprendizagens de vida. 
 Apresentamos, nesta primeira aula, a relação de alguns filmes que trazem 
temáticas e reflexões importantes para o Direito e para a vida. 
 Assistam a cada um deles, segundo o seu interesse e disponibilidade. 
Muitas vezes a compreensão de um tema complexo é facilitada quando ele nos 
é apresentado por meio de outras formas de linguagem, como a 
cinematográfica, a poética, a fotográfica e a literária. 
 Dessa maneira, unimos de forma prazerosa lazer e formação cultural. 
 Bons filmes e boas leituras!!!! 
REDAÇÃO INSTRUMENTAL - CCJ0130
Semana Aula: 5
REDAÇÃO INSTRUMENTAL
Tema
Produção de Narrativa Jurídica.
Palavras-chave
Identificação do Fato jurídico.Seleção de fatos relevantes . Elementos da Narrativa 
Jurídica.Organização cronológica dos fatos.Tempo verbal.
Objetivos
- Identificar os fatos que constarão da narrativa jurídica.
- Distinguir os fatos juridicamente importantes daqueles que ajudam a compor 
a situação fática com a função de dar-lhe maior clareza.
- Desenvolver raciocínio jurídico que permita aos alunos a compreender que os 
fatos que não são usados, direta ou indiretamente, na fundamentação da tese, 
não precisam ser narrados.
- Compreender a necessidade de organização cronológica dos fatos na narrativa 
jurídica.
Estrutura de Conteúdo
Produção de Narrativa Jurídica
1.1. Seleção de fatos relevantes.
1.2. Presença dos elementos da narrativa jurídica (o quê, quem, onde, quando, 
por quê, como).
1.3. Organização cronológica dos fatos.
1.4. Identificação precisa do fato jurídico.
1.5. Uso adequado do tempo verbal.
1.6. Adequação à norma culta.
1.7. Foco narrativo na terceira pessoa.
Procedimentos de Ensino
 O aluno deve entender que a narrativa jurídica é o relato de todos os fatos 
importantes, que auxiliam na compreensão do caso concreto, e dos relevantes 
juridicamente, porque deles advêm consequências jurídicas, por isso a seleção 
dos fatos é de fundamentalrelevância no discurso jurídico, uma vez que esses 
fatos selecionados que se transformarão em argumentos na argumentação jurídica (ou 
fundamentos jurídicos do pedido).
 A narrativa jurídica deve ser clara em relação ao pedido e a causa de pedir, 
pois, somente, assim, o réu terá condições de compreender qual é a exata 
pretensão do autor e exercer o contraditório. Além disso, o aluno deve entender 
a importância de narrar e descrever todos os fatos relevantes exaustivamente 
para que o juiz possa dar-lhe o Direito.
 O aluno deve perceber ainda que muitos fatos importantes constantes da 
narrativa têm pouca importância jurídica, mas lá estão para fornecer um 
contexto aos fatos jurídicos mais relevantes, pois sem aqueles o restante não 
faria sentido. É preciso, então, que o aluno saiba distinguir fato importante de 
fato jurídico: fato jurídico são os fatos fundamentais dos quais decorre o direito 
de que pensa ter o autor; importante são os fatos secundários que compõem o 
fato jurídico ou que auxiliam na comprovação da sua existência, propiciando 
maior clareza à situação fática.
 Sugerimos, pois, que o professor produza a narrativa jurídica juntamente 
com o aluno, em sala de aula, para que ele entenda melhor o passo a passo 
desse tipo de texto.
(LEITE, Maria Tereza Moura e PALADINO, Valquiria da Cunha. Redação 
Instrumental. 2016, p.)
Estratégias de Aprendizagem
Indicação de Leitura Específica
(LEITE, Maria Tereza Moura e PALADINO, Valquiria da Cunha. Redação 
Instrumental. 2016, p.)
Recursos
RECURSO FÍSICO
 Data show, quadro branco, TV/DVD, consulta e participação regular ao 
conteúdo interativo na Sala Virtual de Aprendizagem (SAVA), leitura de 
capítulos do livro Redação Instrumental, sugerido na bibliografia básica, 
pesquisa individual de peças processuais disponíveis na internet e no conteúdo 
interativo para que o aluno se familiarize mais com a linguagem jurídica.
Aplicação: articulação teoria e prática
 
 
 NADA DE DESCULPAS E MÃOS À OBRA !
 
 Ao procurar um advogado, o cliente fará, logo de início, um relato dos 
acontecimentos que, em sua perspectiva, causaram-lhe prejuízo do ponto de 
vista moral e/ou material. Relatará a sua versão do conflito, marcada, 
geralmente, por comoção, com reiterados detalhes - descrições minuciosas dos 
fatos - nem sempre muito relevantes juridicamente e com muita parcialidade.
 Já aprendemos, nas aulas anteriores, que saber selecionar essas 
informações é muito importante e esse procedimento depende não só do tipo de 
texto que se quer redigir, mas também de uma visão crítica, madura e bastante 
aprimorada, pois desses fatos selecionados que serão construídos os 
argumentos, sem se esquecer da função persuasiva da narrativa.
Proposta de trabalho
 Considere que as informações juridicamente importantes são aquelas que 
precisam constar da narrativa jurídica porque o julgador necessita desses fatos 
para esclarecer o conflito e solucionar a lide. Assim, redija uma narrativa 
jurídica sobre o caso concreto abaixo, selecionando todas as informações 
relevantes em ordem cronológica e verifique, ainda, se constam dela os 
seguintes elementos que a constituem: o quê, quem, por quê, quando, 
onde,como(passo a passo da narrativa). Faça uso dos tempos verbais no 
passado e na terceira pessoa do singular em busca de maior veracidade para os 
fatos narrados.
Caso Concreto
 No dia 9 fevereiro de 2015, em uma segunda-feira ensolarada, Iolanda de 
Araújo Nogueira, aposentada, 72 anos, portadora de doença degenerativa, com 
muita pressa, toda maquiada e com um belo coque e óculos escuros vermelhos, 
com roupas e sapatos estranhos à moda atual, dirigiu-se à agência do Banco do 
Estado do Rio Grande Sul (Banrisul) na cidade de Pelotas, com o propósito de 
sacar dinheiro para custear o seu tratamento médico em Porto Alegre. Ficou em 
duas filas aguardando atendimento, no período das 14h55min às 16h26min.
 Neste intervalo, sentiu-se mal, tendo sido acometida por forte diarreia. 
Pediu, então, à estagiária do banco, moça muito magra e extremamente bem 
vestida, com olhos de ressaca alencariana, acesso ao banheiro, mas foi 
informada de que os banheiros dos funcionários não podiam ser emprestados e 
o destinado aos clientes passava por reformas para tornar-se mais modernoso e 
atraente aos clientes e aos funcionários..
 Sentindo fortes dores abdominais, a aposentada explicou a situação à 
gerente, que prometeu ceder o banheiro privativo assim que dispusesse de uma 
funcionária para acompanhá-la.
 Com a demora, a aposentada pediu a um dos vigilantes da agência, que era 
muito alto, forte e malhado, o telefone da prefeitura e o número da Lei das 
Filas. Como o atraente vigilante não lhe deu atenção, ela resolveu ligar para a 
Brigada Militar (a polícia militar gaúcha). O atendente, após ouvir seu relato, 
desligou o telefone, sem nenhuma explicação.
 Só depois de uma hora, a Srª. Iolanda foi conduzida ao banheiro por uma 
estagiária chamada Helena Miranda.
. Ao sair da agência, acompanhada de Hilda Thomás dos Santos, secretária, 
29 anos, morena, muito elegante e simpática, cliente do Banco, que também se 
encontrava no interior da agência e que se prontificou a servir de testemunha do 
constrangimento, martírio e descaso por que passou, a aposentada registrou 
Boletim de Ocorrência, no qual informou que se sentiu constrangida, 
humilhada e desrespeitada em sua dignidade quando precisou expor o problema 
físico que a acometia, sem que nenhuma providência fosse tomada.
 Matilde Correa, baixinha e nada elegante, gerente da agência bancária, ao 
ser interrogada, alegou que a situação que se criou foi fruto da impaciência da 
cliente, num dia de pagamento de benefícios, em que a agência se encontrava 
cheia e ainda por cima com o aparelho de ar condicionado com defeito . E 
disse, ainda, que a presença de funcionário para acompanhá-la se fazia 
necessária, pois o trajeto até o banheiro privativo dos funcionários passa pelo 
cofre do Banco. (Texto adaptado)
Avaliação
Resposta aberta- Produção do aluno.
 Na correção da narrativa jurídica, deverão ser observados os seguintes tópicos: I) 
seleção adequada de conteúdo e organização cronológica; II) estrutura da narrativa; III) 
adequação dos elementos de coesão e de coerência no discurso jurídico; IV) uso da 
polifonia; V) presença dos elementos da narrativa; VI) observância da modalidade culta 
da língua.
Considerações Adicionais
Direito e Cinema
 A formação do profissional do direito exige não apenas o domínio da 
técnica jurídica, mas também sólida e ampla formação cultural. É por meio da 
leitura de bons livros clássicos que ampliamos o nosso vocabulário, 
aprimoramos a nossa escrita e expandimos os nossos horizontes de vida, pois o 
nosso olhar passa a ser outro. Função semelhante cumprem os filmes, que nos 
transportam, por meio da linguagem cinematográfica, para diferentes 
realidades, culturas, situações, momentos históricos, sonhos e novas 
aprendizagens de vida.
 Apresentamos, nesta primeira aula, a relação de alguns filmes que trazem 
temáticas e reflexões importantes para o Direito e para a vida.
 Assistam a cada um deles, segundo o seu interesse e disponibilidade. 
Muitas vezes a compreensão de um tema complexo é facilitada quando ele nos 
é apresentado por meio de outras formas de linguagem, como a 
cinematográfica, a poética, a fotográfica e a literária.
 Dessa maneira, unimos de forma prazerosa lazer e formação cultural.
 Bons filmes e boas leituras!!!!
1. A FIRMA
 Direção de Sydney Pollack. 1993. EUA. 154 min. (Tema: suspense,baseado na obra homônima, de autoria de John Grisham, mostra o lado obscuro 
de uma grande firma de advocacia que lava dinheiro da máfia. Ela atrai jovens 
advogados, com altos salários, carros, casas e quando eles percebem já estão 
envolvidos nos negócios ilícitos. Importante discussão sobre ética na 
advocacia).
 
2. A CONDENAÇÃO
 Dirigido por Tony Goldwyn. EUA, 2011, 107 min. (Tema: Betty Anne 
(Hilary Swank) e Kenny (Sam Rockwell) são irmãos muito unidos desde a 
infância. Já adultos, Kenny passa a ser perseguido pela polícia local por já ter 
ficha suja. Desta forma sempre que há algum crime acontecendo na cidade ele é 
detido para averiguações, mesmo que não haja o menor indício de sua 
participação. A situação se complica quando ele é preso ao ser acusado de ter 
cometido o assassinato de uma jovem. O caso vai a tribunal e, com vários 
depoimentos contra si, Kenny é condenado à prisão perpétua. Betty Anne 
sempre acreditou em sua inocência e jamais se conformou com a sentença, 
buscando meios de recorrer. Sem dinheiro para pagar um advogado de renome, 
ela decide voltar a estudar para se formar em Direito. O projeto leva anos até 
ser concluído, de forma que possa assumir ela mesma a defesa do irmão em 
uma tentativa de recorrer da pena).
3. AMISTAD
 Dirigido por Steven Spielberg. EUA, 1997, 155 min. (Tema: Após uma 
rebelião,um navio negreiro é tomado por seus escravos. Capturados, param em 
terras norte-americanas, onde geram uma enorme discussão sobre posse, 
abolição e liberdade. Indicado à 4 Oscar).
 
4. CIDADE DE DEUS
 Direção de Fernando Meirelles. Brasil, 2002, 135min. (Tema: Possibilita, 
entre outras riquíssimas discussões, uma abordagem sobre a questão 
do monismo jurídico e do pluralismo).
REDAÇÃO INSTRUMENTAL - CCJ0130
Semana Aula: 6
REDAÇÃO INSTRUMENTAL
Tema
Seleção dos fatos para a produção de Narrativa Jurídica. 
Palavras-chave
Narrativa Jurídica. Seleção dos fatos. Organização cronológica dos fatos. Estratégias 
modalizadoras na produção da narrativa jurídica. Discurso Indireto. A (Im)Pessoalização 
do Discurso.Produção de Narrativa Jurídica.
Objetivos
 - Identificar os fatos que constarão da narrativa jurídica. 
 - Compreender a necessidade de organização cronológica dos fatos na 
narrativa jurídica. 
 - Compreender o fenômeno narrativo não como manipulação da verdade, 
mas como construção de uma versão verossímil dos fatos. 
 - Aplicar as estratégias modalizadoras na produção da narrativa jurídica. 
 - Dimensionar as dificuldades de se exercer a defesa em determinados 
casos concretos. 
Estrutura de Conteúdo
Produção de Narrativa Jurídica 
 1.1. Seleção dos fatos relevantes.
 1.2. Presença dos elementos da narrativa jurídica (o quê, quem, onde, 
quando, por quê, como). 
 1.3. Organização cronológica dos fatos. 
 1.4. Identificação precisa do fato jurídico. 
 1.5. Uso adequado do tempo verbal. 
 1.6. Adequação à norma culta. 
 1.7. Foco narrativo na terceira pessoa / uso do discurso indireto. 
Procedimentos de Ensino
 Devemos propiciar ao aluno a capacidade de desenvolver todas as 
habilidades e competências necessárias à realização dessa tarefa, em especial a 
organização dos fatos na ordem linear; seleção e combinação de informações; 
identificação das características estruturais comuns entre a Inicial e a peça 
Denúncia; uso da norma culta da língua. 
 O aluno deve entender que valorizar ou não palavras e expressões merece 
atenção cuidadosa, pois poderá influenciar na compreensão e persuasão do 
auditório. Essa interpretação das informações, por meio da valoração dos fatos, 
depende não só do Direito positivado, mas também dos mecanismos de 
controle social que influenciam a compreensão do fato jurídico. 
 (LEITE, Maria Tereza Moura e PALADINO, Valquiria da Cunha. 
Redação Instrumental. 2016, p.) 
Estratégias de Aprendizagem
Indicação de Leitura Específica
 (LEITE, Maria Tereza Moura e PALADINO, Valquiria da Cunha. 
Redação Instrumental. 2016, p.) 
Recursos
 Data show, quadro branco, TV/DVD, consulta e participação regular ao 
conteúdo interativo na Sala Virtual de Aprendizagem (SAVA), leitura de 
capítulos do livro Redação Instrumental, sugerido na bibliografia básica, 
pesquisa individual de peças processuais disponíveis na internet e no conteúdo 
interativo para que o aluno se familiarize mais com a linguagem jurídica. 
Aplicação: articulação teoria e prática
 O Promotor de Justiça, ao fazer a Denúncia, assim se expressa: 
 O Representante do Ministério Público, ao final assinado, no uso de suas 
atribuições e na melhor forma de Direito, vem, com base no incluso inquérito 
policial, oferecer DENÚNCIA contra: FULANO DE TAL, pelo cometimento 
de fato delituoso que passa a narrar: [...] 
 Já a Defesa fala de seu lugar discursivo, que apresenta argumentos na 
tentativa de convencimento e persuasão da autoridade julgadora, buscando 
passar para a sociedade uma figura diferente daquela que o Promotor de Justiça 
e o Juiz fizeram de seu cliente. 
 Não é sem propósito a importância da modalização que consiste na atitude 
do operador do Direito em relação ao conteúdo objetivo de sua fala, daquilo 
que ele diz ou afirma. 
 Vimos que um dos elementos discursivos mais empregados na 
modalização consiste na seleção lexical ou vocabular mais conveniente ao 
fortalecimento da tese do cliente, pois, em muitos casos, uma mesma realidade 
pode ser apresentada por vocábulos positivos, neutros ou negativos, tal como 
acontece em: sacrificar / matar / assassinar; cidadão / réu / 
assassino/delinquente. 
 
Questão 1
 Redija, agora, uma narrativa jurídica sobre o caso concreto abaixo, 
selecionando todas as informações relevantes em ordem cronológica e 
verifique, ainda, se constam dela os seguintes elementos que a constituem: o 
quê, quem, por quê, quando, onde, como(passo a passo da narrativa 
jurídica/Denúncia). 
Caso Concreto 
 
 Familiares de Ana Carolina Vieira, de 30 anos, encontrada morta na última 
quarta-feira, 4/11/2015, em São Paulo, afirmam que a dançarina foi ameaçada 
pelo ex-namorado inúmeras vezes antes de ser assassinada. De acordo com a 
empresária Mara Dalila Gomes, prima da vítima, Anderson Leitão, de 30 anos, 
ficou mais agressivo com a jovem após o término do relacionamento, há cerca 
de dois meses. A Delegacia e Polícia teve acesso a áudios gravados por Ana, 
nos quais ela chora após as ligações e ameaças do ex-companheiro. 
 Em um dos desabafos, chorando, a jovem diz: ?Eu não aguento mais o 
Anderson me ligando. Meu Deus! É uma tortura! Eu não sei mais o que fazer. 
O que eu faço??. Em outro áudio, a dançarina revela que já havia sido 
ameaçada de morte pelo rapaz: ?Ele disse que ia me matar, que ia me 
esquartejar?. 
 De acordo com Mara, Ana Carolina decidiu se separar de Leitão após uma 
briga, em Fortaleza, no Ceará. 
 Ele chegou a morar um tempo com ela em São Paulo. Nessa época, a 
gente não soube de brigas entre eles. Mas, há cerca de dois meses, em 3 de 
setembro de 2015, eles tiveram uma discussão aqui em Fortaleza. Ele foi muito 
agressivo com ela. Então, a Ana decidiu que não dava mais, que ele não a 
respeitava. Foi aí que começou o inferno disse Marta.
 Ainda segundo a prima de Ana Carolina, o ex-namorado ligava várias 
vezes ao dia para a dançarina para ameaçá-la. 
 ? Ele ligava cem vezes para ela, direto. Ligava até com número 
desconhecido. Ela atendia e ele dizia: ?E aí? Cansou?. Ele a xingava. Ele é 
doente e enlouqueceu quando viu que ela não queria mais ele. Então, a matou ? 
contou. 
 Os áudios, segundo Marta, foram entregues à polícia de São Paulopelos 
familiares de Ana 
 A empresária diz ainda que a família está pensando em cremar o corpo de 
Ana Carolina em São Paulo e levar as cinzas para Fortaleza. 
 O desejo dela era ser cremada. A gente quer jogar as cinzas na Praia do 
Futuro (no Ceará), o lugar preferido dela, numa cerimônia. 
Mensagens no WhatsApp 
 Igor Holanda, de 27 anos, irmão de Ana Carolina, revelou em seu 
depoimento, nesta quinta-feira, 5/11/2015, que o ex-namorado da jovem, em 
1º e 2/11/2015, se passou por ela em conversas pelo WhatsApp para enganar a 
família, após matá-la. 
 Segundo Igor, o rapaz matou a dançarina no fim de semana e, depois, usou 
o celular da vítima para responder mensagens enviadas pela mãe dela. 
 No domingo, em 1/11/2015, a gente ligava e ela (Ana Carolina) não 
atendia. Minha mãe ficou preocupada e mandou mensagens para ela no 
WhatsApp. Então, ele mandou uma mensagem pelo celular dela (Ana Carolina) 
dizendo: Mãe, tá tudo bem. Estou na praia com minhas amigas. Te amo. 
Beijos?. Mas minha irmã já estava morta. Ele é extremamente inteligente e 
agora vai querer se passar por doido para se safar ? desabafou Igor, que 
acrescentou: Ele queria passar para a nossa família uma ideia de que estava 
tudo bem com ela. 
 A melhor amiga da vítima, que não quer aparecer, diz que o rapaz 
perseguia Ana Carolina desde que o namoro terminou, há seis meses. ?Ela já 
não aguentava mais. Em torno assim de minutos ele ligava mais de 150 vezes 
no celular dela?, conta. 
 A amiga da ex-dançarina disse contou que na última sexta-feira (30) ele 
chegou de Fortaleza e foi direto pro apartamento dela. ?Ela tinha uma foto dele 
na portaria do prédio para ele não entrar. Ele entrou sem o menor problema e 
estava na porta da casa dela. Ela ligou na portaria. 
 Os porteiros foram lá e pediram pra ele sair do prédio. Desde então ele 
ficou em baixo, interfonando insistentemente pra ela e ela tirou o telefone do 
gancho porque ela não conseguia mais?, diz. 
 No domingo (1º/11/15), ela deixou ele subir. ?Ela liberou a entrada porque 
ela estava com pena dele, completa a amiga.
 O estudante não conseguiu dizer para os parentes da bailarina porque 
matou a moça. ?Eu estou arrependido. Vocês acham o quê, que eu vivo quase 
dois anos com uma pessoa e do nada eu estrago com a minha vida e a vida dela 
e eu não estou arrependido? Se eu pudesse, eu dava a minha vida por ela. Eu 
dava a minha vida por ela, mas infelizmente eu não pude. Foi luta. Ela me 
agrediu e eu agredi ela. E eu cheguei ao desespero e eu estrangulei ela?, contou 
Leitão. 
 Na família, todos sabiam do ciúme de Anderson. Ele vai responder por 
homicídio triplamente qualificado. A polícia voltará ao apartamento de Ana 
Carolina para colher mais provas. 
 Fonte: http://extra.globo.com/casos-de-policia/em-audio-ana-carolina-
vieira-chora-apos-ser-ameacada-pelo-ex-namorado-
17969622.html#ixzz3qds4rBNI 
Avaliação
Resposta aberta. Produção textual. 
 Na correção da narrativa jurídica, deverão ser observados os seguintes 
tópicos: I) seleção adequada de conteúdo e organização cronológica; II) 
estrutura da narrativa; III) adequação dos elementos de coesão e de coerência 
no discurso jurídico; IV) uso da polifonia; V) presença dos elementos da 
narrativa; VI) observância da modalidade culta da língua. 
Considerações Adicionais
Direito e Cinema 
 A formação do profissional do direito exige não apenas o domínio da 
técnica jurídica, mas também sólida e ampla formação cultural. É por meio da 
leitura de bons livros clássicos que ampliamos o nosso vocabulário, 
aprimoramos a nossa escrita e expandimos os nossos horizontes de vida, pois o 
nosso olhar passa a ser outro. Função semelhante cumprem os filmes, que nos 
transportam, por meio da linguagem cinematográfica, para diferentes 
realidades, culturas, situações, momentos históricos, sonhos e novas 
aprendizagens de vida. 
 Apresentamos, nesta primeira aula, a relação de alguns filmes que trazem 
temáticas e reflexões importantes para o Direito e para a vida. 
 Assistam a cada um deles, segundo o seu interesse e disponibilidade. 
Muitas vezes a compreensão de um tema complexo é facilitada quando ele nos 
é apresentado por meio de outras formas de linguagem, como a 
cinematográfica, a poética, a fotográfica e a literária. 
 Dessa maneira, unimos de forma prazerosa lazer e formação cultural. 
 Bons filmes e boas leituras!!!! 
1. 12 HOMENS E UMA SENTENÇA 
 Dirigido por Sidney Lumet. EUA, 1957, 95 min. (Tema: Um jovem porto-
riquenho é acusado do brutal crime de ter matado o próprio pai. Quando ele vai 
a julgamento, doze jurados se reúnem para decidir a sentença, levando em 
conta que o réu deve ser considerado inocente até que se prove o contrário. 
Onze dos jurados têm plena certeza de que ele é culpado, e votam pela 
condenação, mas um jurado acha que é melhor investigar mais para que a 
sentença seja correta. Para isso ele terá que enfrentar diferentes interpretações 
dos fatos, e a má vontade dos outros jurados, que só querem ir logo para suas 
casas). 
2. 72 HORAS 
 Dirigido por Paul Haggis. França e EUA, 2010, 123 min. (Tema: John 
Brennan (Russell Crowe) é um professor universitário que leva uma vida 
perfeita, até sua esposa Lara (Elizabeth Banks) ser acusada de ter cometido um 
crime brutal. Ela jura que não é a autora do crime. Após três anos de recursos 
judiciais sem sucesso, John percebe que o único meio de ter sua esposa de volta 
será tirando-a da prisão. Ele tem apenas 72 horas para elaborar o plano e 
executá-lo). 
3. UM CRIME PERFEITO
 Dirigido por Andrew Davis. EUA, 1998, 108 min. (Tema: Emily Bradford 
Taylor (Gwyneth Paltrow), a dona de uma fortuna de 100 milhões de dólares, 
casada com Steven Taylor (Michael Douglas), um rico homem de negócios que 
atravessa uma gravíssima crise financeira que pode arruiná-lo. No entanto, 
Emily está apaixonada por David Shaw (Viggo Mortensen), um pintor 
conhecido do casal. Um dia, Steven vai no apartamento de David para ver seus 
quadros e lhe diz que sabe que sua mulher está tendo um caso com ele e 
também que ele aprendeu pintura quando cumpria sua segunda sentença na 
prisão. Além disto, Steven sabe que David já esteve se aproveitando de outras 
mulheres ricas, mas mesmo assim lhe faz uma proposta: oferece ao pintor 500 
mil dólares para ele sumir, mas antes tem de matar Emily, fazendo com que 
pareça um acidente. Apesar da proposta ser bem incomum, David concorda em 
fazer o serviço). 
REDAÇÃO INSTRUMENTAL - CCJ0130
Semana Aula: 7
REDAÇÃO INSTRUMENTAL
Tema
Seleção dos fatos para a produção de Narrativa Jurídica. 
Palavras-chave
Seleção dos fatos relevantes. Organização cronológica. Construção de uma versão 
verossímil dos fatos. Produção de Narrativa Jurídica.
Objetivos
 - Identificar os fatos que constarão da narrativa jurídica. 
 - Compreender a necessidade de organização cronológica dos fatos na 
narrativa jurídica. 
 - Compreender o fenômeno narrativo não como manipulação da verdade, 
mas como construção de uma versão verossímil dos fatos. 
 - Aplicar as estratégias modalizadoras na produção da narrativa jurídica. 
 - Desenvolver raciocínio jurídico, voltados para a compreensão de que os 
fatos que não serão usados, direta ou indiretamente, na argumentação da tese, 
não precisarão ser narrados. 
Estrutura de Conteúdo
Produção de Narrativa Jurídica 
 1.1. Seleção de fatos relevantes. 
 1.2. Presença dos elementos da narrativa forense (o quê, quem, onde, 
quando, por quê, como). 
 1.3. Organização cronológica dos fatos. 
 1.4. Identificação precisa do fato jurídico 
 1.5. Uso adequado do tempoverbal 
 1.6. Adequação à norma culta. 
 1.7. Foco narrativo na terceira pessoa/ uso do discurso indireto. 
Procedimentos de Ensino
 Propiciar ao aluno a capacidade de desenvolver todas as habilidades e 
competências necessárias à realização dessa produção textual, em especial: 
organização dos fatos na ordem linear; seleção e combinação de informações; 
uso da norma culta da língua. 
 O aluno perceberá que as peças processuais têm um denominador comum, 
a saber: precisam, em primeiro lugar, narrar os fatos importantes do caso 
concreto, porque o reconhecimento de um direito passa pela análise do fato 
jurídico que gerou a situação fática e das circunstâncias em que os fatos 
ocorreram. 
 Os alunos devem entender que tanto a seleção dos fatos quanto a 
vocabular são fundamentais para a persuasão do auditório. A interpretação das 
informações, por meio da valoração dos fatos, depende não só do Direito 
positivado, mas também dos mecanismos de controle social que influenciam a 
compreensão do fato jurídico. 
 Os modalizadores são importantes porque pontuam as marcas textuais 
explícitas ou implícitas que evidenciam a atitude do enunciador-advogado 
diante daquilo que ele afirma. 
Estratégias de Aprendizagem
Indicação de Leitura Específica
 (LEITE, Maria Tereza Moura e PALADINO, Valquiria da Cunha. 
Redação Instrumental. 2016, p.) 
Recursos
 Data show, quadro branco, TV/DVD, consulta e participação regular ao 
conteúdo interativo na Sala Virtual de Aprendizagem (SAVA), leitura de 
capítulos do livro Redação Instrumental, sugerido na bibliografia básica, 
pesquisa individual de peças processuais disponíveis na internet e no conteúdo 
interativo para que o aluno se familiarize mais com a linguagem jurídica. 
Aplicação: articulação teoria e prática
Caso Concreto 
 A partir da leitura do caso concreto abaixo, elabore uma narrativa jurídica 
em defesa da parte Autora. Faça uso da modalidade culta da língua e mantenha-
se fiel ao conteúdo apresentado, sem distorcê-los, sem acrescentar ou criar fato 
algum. Limite-se apenas aos fatos descritos e narrados. 
 O quê? Pedido de indenização por danos morais e materiais. 
 Quem ativo? Direção do parque de diversões Mundo da fantasia 
empreendimentos Ltda e patrocinadores da festa Sábado sem lei no mundo da 
fantasia. 
 Quem passivo? José da Silva, 29 anos, camelô, solteiro, morador da Rua Vale do 
Sossego, 127, Curicica, Jacarepaguá, Rio de Janeiro - RJ. 
 Onde? Parque de Diversões Mundo da Fantasia, Avenida da Alegria, 2789, 
Barra da Tijuca, Rio de Janeiro, RJ. 
 Quando? Mais ou menos às 02h da manhã, em 09/9/2014. 
 Como (selecionar os fatos relevantes e colocá-los na ordem cronológica): 
 - Quando chegaram ao parque, mais ou menos às 23h, o agito corre solto. 
e José da Silva e Laura Medeiros começaram a dançar. 
 - A montanha russa atinge a velocidade de 60 Km/h. Anda sempre em 
posição normal; não tem looping. 
 - José da Silva sai de casa com Laura Medeiros e com a sua galera, às 10h 
da noite; pega um ônibus e vai para a festa Sábado sem lei no mundo da 
fantasia. O grande lance da noite é bebida liberada e dançar até o sol raiar. 
 - José e Laura Medeiros tentam ir para a roda gigante e para o trem 
fantasma, a uma da manhã, mas as filas estão gigantescas. 
 - José cai da montanha russa, despenca de quatro metros de altura, 
atravessa o telhado, arrebenta a cobertura de alumínio antes de cair sobre a 
plataforma. 
 - A perícia vai ao parque no dia 10/9/2014, não encontra nenhum 
problema e libera o brinquedo. 
 - José e Laura Medeiros entram numa de curtir a montanha russa e 
enfrentam 50 minutos de fila.
 - José é levado para o Hospital Luís Jorge, na Barra, 30 minutos depois da 
queda. Ele fica internado no hospital com fraturas múltiplas, afundamento de 
crânio, perfuração do pulmão e fratura da coluna cervical. 
Consequências: os pais de José pretendem ajuizar ação em face do parque, querendo 
indenização constituem você como advogado. 
Depoimentos 
A) Laura Medeiros, 23 anos, comerciária, namorada do Antonio: "ele estava ao meu lado 
e apenas levantou as mãos na descida. Depois de ouvirmos um tranco, um cleck estranho, 
o José foi jogado para fora do carrinho. Ainda tentei segurar ele pela camisa, mas foi tudo 
estranhão, muito rápido, não deu. A 
gente já andou muito naquela montanha russa antes, mas naquele dia tinha uma parada 
estranha". 
B) Violeta Ferreira, 24 anos, operadora de telemarketing, amiga do José: "O bombeiro 
chegou com uma maca meia hora depois. Ainda levei um socão dos seguranças, que não 
deixaram a gente chegar perto do posto médico". 
C) Pedro Nascimento, 45 anos, casado, gerente de manutenção do parque: "Fizemos tudo 
conforme o figurino. Atendemos o rapaz na mesma hora e chamamos os bombeiros. Essa 
garotada vem pras festas e não sabe beber. Pra andar nos brinquedos, tem que ter 
responsabilidade. Pra cair daquele jeito, ele só pode ter ficado de pé, não tem jeito". 
(Banco de Questões ? Estácio/2011/ Adaptado) 
Avaliação
Resposta aberta- Produção do aluno. 
 Na correção da narrativa jurídica, deverão ser observados os seguintes 
tópicos: I) seleção adequada de conteúdo e organização cronológica; II) 
estrutura da narrativa; III) adequação dos elementos de coesão e de coerência 
no discurso jurídico; IV) uso da polifonia; V) presença dos elementos da 
narrativa; VI) observância da modalidade culta da língua. 
Considerações Adicionais
Direito e Cinema
 A formação do profissional do direito exige não apenas o domínio da 
técnica jurídica, mas também sólida e ampla formação cultural. É por meio da 
leitura de bons livros clássicos que ampliamos o nosso vocabulário, 
aprimoramos a nossa escrita e expandimos os nossos horizontes de vida, pois o 
nosso olhar passa a ser outro. Função semelhante cumprem os filmes, que nos 
transportam, por meio da linguagem cinematográfica, para diferentes 
realidades, culturas, situações, momentos históricos, sonhos e novas 
aprendizagens de vida. 
 Apresentamos, nesta primeira aula, a relação de alguns filmes que trazem 
temáticas e reflexões importantes para o Direito e para a vida. 
 Assistam a cada um deles, segundo o seu interesse e disponibilidade. 
Muitas vezes a compreensão de um tema complexo é facilitada quando ele nos 
é apresentado por meio de outras formas de linguagem, como a 
cinematográfica, a poética, a fotográfica e a literária. 
 Dessa maneira, unimos de forma prazerosa lazer e formação cultural. 
 Bons filmes e boas leituras!!!! 
 
1. SACCO E VANZETTI 
 Dirigido por Giuliano Montaldo. França e Itália, 1971, 113 min. (Tema: 
Boston, início dos anos 20. Nicola Sacco (Riccardo Cucciolla) e Bartolomeo 
Vanzetti (Gian Maria Volonté) são dois imigrantes italianos, sendo o primeiro 
um sapateiro e o outro um peixeiro, que são detidos pela polícia. Ninguém 
negava que eram anarquistas, na verdade eles mesmo admitiam, pois 
acreditavam que era a única forma de o homem ser explorado pelo homem. 
Porém era duvidoso que Sacco e Vanzetti fossem culpados de um assassinato, 
que aconteceu em 15 de abril de 1920. O julgamento deles deixou de ser algo 
baseado na justiça e sim na política, pois deviam ser condenados por serem 
estrangeiros e seguirem uma doutrina política que se opunha ao 
conservadorismo, que tinha as rédeas do poder nos Estados Unidos). 
 
2. RISCO DUPLO
 Direção de Bruce Beresford. Alemanha/Canadá/EUA: Paramount, 1999. 
105min. (Tema: o marido simula o próprio assassinato para incriminar a esposa 
e ficar com o seguro de vida. Pode a mulher, depois que sair da prisão, matá-lo 
sem ser maispunida, eis que já cumpriu a pena pelo seu assassinato?). 
3. O PROCESSO 
 Direção de Orson Welles. França/Alemanha/Itália: Continental, 1962. 119min. 
(Tema: baseado no livro de Franz Kafka é um marco na conexão entre direito, literatura e 
cinema). 
REDAÇÃO INSTRUMENTAL - CCJ0130
Semana Aula: 8
REDAÇÃO INSTRUMENTAL
Tema
Discurso jurídico: descritivo, valorativo, normativo 
Palavras-chave
Discurso jurídico: descritivo, valorativo, normativo. Narração a serviço da argumentação. 
Fatos e argumentos.
Objetivos
 - Partir do entendimento de que uma interpretação deve ser ativa, 
construtiva, e não passiva e meramente descritiva. 
 - Compreender que a valoração objetiva do fato assegura a efetividade dos 
direitos, modificando o conteúdo de aplicação de regras antigas e até revogando 
regras ultrapassadas. 
 - Entender a importância da prova dos fatos, da sua qualificação e das 
consequências legais dela decorrentes. 
 - Aprimorar a função argumentativa ou persuasiva da narrativa jurídica. 
Estrutura de Conteúdo
 - Discurso jurídico: descritivo, valorativo, normativo.
 - Narração a serviço da argumentação.
 - Compreender a importância da seleção dos fatos para a produção dos 
argumentos na argumentação jurídica.
Procedimentos de Ensino
 O aluno deve compreender que todo discurso jurídico comporta 
necessariamente três valências, a saber: a descritiva (exposição dos fatos), a 
valorativa (qualificação dos fatos) (fatos transformados em argumentos por 
meio da interpretação) e a normativa (aplicação das Fontes do Direito/ 
conhecimento jurídico). 
 
 As proposições descritivas estabelecem que algo é ou não é, quer dizer, 
que sucedeu algo que afetou uma coisa ou uma pessoa. As proposições 
valorativas apreciam as pessoas e as condutas, qualificando-as de valiosas ou 
desvaliosas. Já as proposições normativas mandam, permitem ou proíbem as 
pessoas de fazer algo ou alguma coisa. 
 Como as proposições descritivas estabelecem que algo é ou não é, a 
característica própria dos juízos descritivos que as integram é que são juízos em 
que se informa ou estabelece se algo é ou não é real. 
Consequentemente, as proposições e os juízos descritivos são proposições ou 
juízos racionais que se podem qualificar de verdadeiros ou falsos, acabando por 
ser o tópico basilar da argumentação forense. 
 Ao se considerar esse entendimento sobre o discurso jurídico, parte-se do 
pressuposto de que uma interpretação deve ser ativa, construtiva, e não passiva 
e meramente descritiva. 
 Os valores, juridicamente considerados, não se confundem com os 
modismos nem com a comoção pública, pois estes são inconstantes. Ao 
contrário, os argumentos de valor impõem-se como instrumentos de 
estabilidade, demolindo conduta ultrapassada, em busca da vivificação e da 
efetivação do Direito e forma mais justa, razoável e humana, por isso deve estar 
sempre contextualizado à luz do contexto histórico político-social em que o 
homem está inserido 
 Desse modo, a seleção daquilo que se narra deve ser criteriosa a fim de 
fornecer base sólida aos argumentos que visam à defesa de uma determinada 
tese. 
 O aluno não pode perder de foco que a narrativa comporta uma função 
argumentativa, pois é da narrativa que se extraem os fatos e as provas que 
servem de base para que se possa inferir uma determinada valoração e, em 
seguida, justificá-la, mediante um tipo de argumento. 
Estratégias de Aprendizagem
Indicação de Leitura Específica
 (LEITE, Maria Tereza Moura e PALADINO, Valquiria da Cunha. 
Redação Instrumental. 2016, p.) 
Recursos
 Data show, quadro branco, TV/DVD, consulta e participação regular ao 
conteúdo interativo na Sala Virtual de Aprendizagem (SAVA), leitura de 
capítulos do livro Redação Instrumental, sugerido na bibliografia básica, 
pesquisa individual de peças processuais disponíveis na internet e no conteúdo 
interativo para que o aluno se familiarize mais com a linguagem jurídica. 
Aplicação: articulação teoria e prática
 O profissional do Direito, diante de um caso concreto, descreve e analisa 
os fatos para, em seguida, valorar esses fatos de acordo com as alternativas 
oferecidas pelas fontes do Direito. Fica, pois, evidente a importância da 
descrição dos fatos e das provas a fim de fornecer os elementos necessários 
para que se compreenda o caso, interprete-o e concretize essa interpretação 
mediante a argumentação. 
 O esquema do discurso jurídico, a seguir, revela estas três valências que se 
operam na construção de cada argumento: a descritiva (exposição dos fatos), a 
valorativa (qualificação dos fatos/fatos transformados em argumentos por meio 
da interpretação) e a normativa (aplicação das Fontes do Direito e/ou 
conhecimento jurídico jurisprudencial ou doutrinário). 
 
DESCRITIVO
 
FATO
 
O cliente de um 
determinado 
hotel fica ferido 
porque, enquanto 
ele dormia, se 
soltou do teto um 
pedaço de gesso. 
 
 
(INTERPRETAÇÃO/ 
 
A queda do gesso 
VALORATIVO
QUALIFICAÇÃO DO 
FATO/ FONTES DO 
DIREITO) 
foi causada por 
negligência do 
hotel. 
NORMATIVO
 
ENQUADRAMENTO 
LEGAL/JUSTIFICATIVA/ 
ESTRUTURA DO 
ARGUMENTO SEM 
DESENVOLVIMENTO 
 
A administração 
do hotel se 
comportou 
negligentemente 
e deve, por isso, 
indenizar o 
cliente. ? 
 (LEITE, Maria Tereza Moura e PALADINO, Valquiria da Cunha. 
Redação Instrumental. 2016, p.) 
 
Questão 1 
 Leia os casos concretos 1 e 2 abaixo, selecione pelo menos quatro fatos 
importantes e produza um esquema à semelhança do que apresentamos 
anteriormente. 
 Atenção! Neste momento, nosso interesse é apenas compreender como 
transformar um fato em argumento persuasivo, razão por que só será feita a 
estrutura lógica do argumento, mas sem o seu desenvolvimento, ou seja, sem o 
desenvolvimento do parágrafo argumentativo propriamente dito. 
 Caso Concreto 1 
 João Paulo de Almeida nasceu de parto normal, com peso inferior ao 
normal, 1800 gramas e com deficiências respiratórias, em 22 de setembro de 
2015, em um hospital particular, cujas despesas foram pagas pela ex- patroa da 
genitora, que cultivava um forte carinho por ela. 
 Mãe e recém-nascido receberam alta hospitalar, 24 horas após o parto. 
 Seis horas depois, mãe e filho retornaram à própria Casa de Saúde São 
Nicolau, no município de São Gonçalo, no Estado do Rio de Janeiro, estando 
este quase desfalecido. 
 O mesmo médico, que tinha dado alta aos dois, socorreu João Paulo, 
introduzindo-lhe uma sonda nasogástrica, mas este veio a falecer de 
insuficiência respiratória e hemorragia digestiva. 
 A causa da morte consta do depoimento do próprio médico e do registro 
de óbito. 
 Segundo o depoimento do próprio médico que atendeu João Paulo, quando 
uma criança nasce com problema de saúde, deve ser transferida para a UTI 
Neonatal, nas 24 horas seguintes ao nascimento, mas isso não foi feito. 
 De acordo com o depoimento da Casa de Saúde São Nicolau, a morte 
ocorreu devido à mãe ser desnutrida e fumante e por ter uma baixa situação 
sócio-econômica e ser a vítima o seu quinto filho. 
(Texto adaptado) 
 Caso Concreto 2
 O veículo dirigido pelo preposto da Ré Transportadora Suave ingressou no 
cruzamento com a Rua Sorocaba, nº 596, em Botafogo, no Rio de Janeiro, sem 
respeitar a placa de Parada Obrigatória existente no local, vindo assim a colidir 
com o veículo de Edgar Magalhães, que trafegava em via preferencial, 
causando-lhe graves sequelas, em 27 de outubro de 2015. O preposto da Ré 
fugiu do local sem prestar socorro à vítima. 
 Não houve perícia no local, somente

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