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2017 Interceptação Telefônica

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LEI DE INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA – Lei 9.296/96 
MATERIAL COM QUESTÕES DE CONCURSO e ALGUMAS REFERÊNCIAS À 
SÚMULAS E JULGADOS DOS TRIBUNAIS SUPERIORES 
 
Última atualização legislativa: Nenhuma. 
 
Última atualização questões de concurso: 06/11/2017. 
 
Observações quanto à compreensão do material: 
1) Cores utilizadas: 
 EM VERDE: destaque aos títulos, capítulos, bem como outras informações relevantes, 
etc. 
 EM ROXO: artigos que já foram cobrados em provas de concurso. 
 EM AZUL: Parte importante do dispositivo (ex.: questão cobrou exatamente a 
informação, especialmente quando a afirmação da questão dizia respeito à situação 
contrária ao que dispõe na Lei 9.296/96). 
 EM AMARELO: destaques importantes (ex.: critério pessoal) 
 
2) Siglas utilizadas: 
 MP (concursos do Ministério Público); M ou TJPR (concursos da Magistratura); 
BL (base legal), etc. 
LEI Nº 9.296, DE 24 DE JULHO DE 1996. 
art. 5°, inciso XII da Constituição Federal 
Regulamenta o inciso XII, parte final, 
do art. 5° da Constituição Federal. 
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e 
eu sanciono a seguinte Lei: 
Art. 1º A interceptação de comunicações telefônicas, de qualquer natureza, para 
prova em investigação criminal e em instrução processual penal, observará o disposto nesta 
Lei e dependerá de ordem do juiz competente da ação principal, sob segredo de justiça. 
(TJSE-2008) (MPPR-2016) 
 
(Escrivão de Polícia-PCGO-2013-UEG): Segundo a Constituição Federal, a interceptação 
telefônica está condicionada à prévia autorização judicial, nas hipóteses e na forma que a lei 
estabelecer, para fins de investigação criminal ou instrução processual penal. BL: art. 1º, da 
Lei e art. 5º, XII da CF/88. 
 
OBS: Vide art. 5º, XII da CF: 
XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações 
telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no 
último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei 
estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução 
processual penal; 
Parágrafo único. O disposto nesta Lei aplica-se à interceptação do fluxo de comunicações 
em sistemas de informática e telemática. 
Art. 2° Não será admitida a interceptação de comunicações telefônicas quando ocorrer 
qualquer das seguintes hipóteses: 
I - não houver indícios razoáveis da autoria ou participação em infração penal; (MPPE-
2008) (TJMS-2015) 
II - a prova puder ser feita por outros meios disponíveis; 
(TJPA-2014-VUNESP): No que concerne à interceptação telefônica, regulada pela Lei 
9.296/96, só será admitida se a prova não puder ser feita por outros meios disponíveis. BL: 
art. 2º, II, da Lei. 
III - o fato investigado constituir infração penal punida, no máximo, com pena de 
detenção. (TJMS-2015) (TJPA-2014) (DPEAL-2009) (DPEES-2009) 
(MPPR-2016): Não será admitida a interceptação de comunicações telefônicas se o fato 
investigado constituir infração penal punida, no máximo, com pena de detenção. BL: art. 2º, 
II da Lei. 
(MPSC-2016): A Lei 9296/96 dispõe que não será admitida a interceptação de comunicações 
telefônicas quando ocorrer qualquer das seguintes hipóteses: não houver indícios razoáveis da 
autoria ou participação em infração penal, a prova puder ser feita por outros meios 
disponíveis e o fato investigado constituir infração penal punida, no máximo, com pena de 
detenção. BL: art. 2º, I a III da Lei 9296/96. 
(MPSC-2014): Conforme expressamente determina a Lei 9.296/96, quando todos os fatos 
investigados constituem infração penal punida com pena de detenção, não será admitida a 
interceptação de comunicações telefônicas. BL: art. 2º, III da Lei 9296/96. 
Explicação: É possível a interceptação telefônica somente para os crimes punidos com pena 
de RECLUSÃO. Todavia, se tiver algum crime punido com pena de DETENÇÃO, conexo 
com crime de reclusão, poderá ser permitida a interceptação (STF, HC 83515/RS) 
(MPMG-2013): É possível o uso de prova obtida fortuitamente através de interceptação 
telefônica licitamente conduzida, ainda que o crime descoberto, conexo ao que foi objeto da 
interceptação, seja punido com detenção. BL: Info 361, STF. 
(TJGO-2012-FCC): De acordo com o disposto na Lei no 9.296/96, não será admitida a 
interceptação de comunicações telefônicas se o fato investigado constituir infração penal 
punida, no máximo, com pena de detenção. BL: art. 2º, III da Lei 9296/96. 
Parágrafo único. Em qualquer hipótese deve ser descrita com clareza a situação 
objeto da investigação, inclusive com a indicação e qualificação dos investigados, salvo 
impossibilidade manifesta, devidamente justificada. (MPMS-2013) 
Art. 3° A interceptação das comunicações telefônicas poderá ser determinada pelo 
juiz, de ofício ou a requerimento: (MPRO-2008) (TJGO-2012) (MPMS-2013) 
I - da autoridade policial, na investigação criminal; (MPMS-2013) 
(TRF1-2015-CESPE): A interceptação das comunicações telefônicas poderá ser determinada 
pelo juiz a requerimento da autoridade policial, durante a investigação criminal. BL: art. 3º, I 
da Lei. 
II - do representante do Ministério Público, na investigação criminal E na instrução 
processual penal. (MPMS-2013) (TJGO-2012) 
Art. 4° O pedido de interceptação de comunicação telefônica conterá a demonstração de 
que a sua realização é necessária à apuração de infração penal, com indicação dos meios a 
serem empregados. 
§ 1° Excepcionalmente, o juiz poderá admitir que o pedido seja formulado 
verbalmente, desde que estejam presentes os pressupostos que autorizem a interceptação, 
caso em que a concessão será condicionada à sua redução a termo. (TJPA-2014) (TJBA-
2012) (MPRO-2008) 
(TJMS-2015-VUNESP): Com relação ao pedido de interceptação telefônica, disciplinado 
pela Lei no 9.296/96, assinale a alternativa correta: Poderá ser formulado verbalmente, desde 
que presentes os pressupostos autorizadores e demonstrada a excepcionalidade da situação, 
caso em que a concessão será reduzida a termo. BL: art. 4º, §1º da Lei. 
(TJMG-2014): A interceptação telefônica poderá ser requerida verbalmente ao juiz pela 
autoridade policial, desde que estejam presentes os pressupostos que a autorizem, caso em 
que a concessão será condicionada à sua redução a termo. BL: art. 4º, §1º da Lei. 
§ 2° O juiz, no prazo máximo de vinte e quatro horas, decidirá sobre o pedido. 
(MPMS-2013): O pedido de interceptação telefônica poderá ser formulado verbalmente, caso 
em que a concessão será condicionada à sua redução a termo, devendo a autoridade judiciária 
sobre ela decidir no prazo de vinte e quatro horas. BL: art. 4º, §§1º e 2º da Lei. 
Art. 5° A decisão será fundamentada, sob pena de nulidade, indicando também a forma 
de execução da diligência, que não poderá exceder o prazo de quinze dias, renovável por 
igual tempo uma vez comprovada a indispensabilidade do meio de prova. (TJMS-2015) 
(TJPA-2014) (TJGO-2012) 
(TJSE-2015-FCC): O prazo de duração da interceptação telefônica pode ser seguidamente 
prorrogado, quando a complexidade da investigação assim o exigir, desde que em decisão 
devidamente fundamentada. BL: STJ, AgRg no REsp 1316907/PR. 
(DPECE-2014-FCC): Antonio é investigado em inquérito policial. Para que seja 
determinada interceptação telefônica de suas comunicações de acordo com o texto legal, é 
necessário que a decisão que a decrete indique a forma de execução da diligência. BL: art. 5º 
da Lei. 
(TJBA-2012-CESPE): O prazo de execução da diligência referente à interceptação 
telefônica é de 15 dias, podendo ser prorrogado por diversas vezes, sucessivamente. 
(AGU-2009-CESPE): É possível a prorrogação do prazo de autorização para a interceptação 
telefônica, mesmo que sucessiva, especialmente quandose tratar de fato complexo que exija 
investigação diferenciada e contínua. BL: STF, HC 83.515/RS. 
Art. 6° Deferido o pedido, a autoridade policial conduzirá os procedimentos de 
interceptação, dando ciência ao Ministério Público, que poderá acompanhar a sua realização. 
(TJMS-2015) 
(Agente de Segurança Penitenciária-SERES/PE-2017-CESPE): De acordo com a Lei n.º 
9.296/1996, a interceptação de comunicações telefônicas como meio de prova em 
investigação criminal deve ser deferida por autoridade judicial e conduzida por autoridade 
policial, que deverá dar ciência ao Ministério Público, para que este acompanhe as 
diligências. BL: art. 5º da Lei. 
§ 1° No caso de a diligência possibilitar a gravação da comunicação interceptada, será 
determinada a sua transcrição. (MPRO-2008) 
(TJSE-2015-FCC): A transcrição integral do conteúdo de gravação das interceptações 
telefônicas é dispensável, sendo imprescindíveis tão somente os trechos que digam respeito 
ao investigado − embasadores da denúncia −, para que, assim, exerça o contraditório e a 
ampla defesa. BL: STJ, AgRg no HC 260891/SP. 
§ 2° Cumprida a diligência, a autoridade policial encaminhará o resultado da interceptação 
ao juiz, acompanhado de auto circunstanciado, que deverá conter o resumo das operações 
realizadas. 
§ 3° Recebidos esses elementos, o juiz determinará a providência do art. 8° , ciente o 
Ministério Público. 
Art. 7° Para os procedimentos de interceptação de que trata esta Lei, a autoridade policial 
poderá requisitar serviços e técnicos especializados às concessionárias de serviço público. 
Art. 8° A interceptação de comunicação telefônica, de qualquer natureza, ocorrerá em 
autos apartados, apensados aos autos do inquérito policial ou do processo criminal, 
preservando-se o sigilo das diligências, gravações e transcrições respectivas. 
Parágrafo único. A apensação somente poderá ser realizada imediatamente antes do 
relatório da autoridade, quando se tratar de inquérito policial (Código de Processo Penal, art.10, 
§ 1°) ou na conclusão do processo ao juiz para o despacho decorrente do disposto nos arts. 407, 
502 ou 538 do Código de Processo Penal. 
Art. 9° A gravação que não interessar à prova será inutilizada por decisão judicial, 
durante o inquérito, a instrução processual ou após esta, em virtude de requerimento do 
Ministério Público ou da parte interessada. (MPMG-2010) (MPMS-2013) (TJPA-2014) 
Parágrafo único. O incidente de inutilização será assistido pelo Ministério Público, 
sendo facultada a presença do acusado ou de seu representante legal. (MPRO-2008) 
Art. 10. Constitui crime realizar interceptação de comunicações telefônicas, de 
informática ou telemática, ou quebrar segredo da Justiça, sem autorização judicial ou com 
objetivos não autorizados em lei. 
Pena: reclusão, de dois a quatro anos, e multa. 
(MPSC-2016): A Lei n. 9.296/96 (Interceptação Telefônica), que expressamente regulamenta 
o inciso XII, parte final, do art. 5° da Constituição Federal, prevê pena de reclusão e multa, na 
realização de interceptação telefônica de comunicação, de informática ou telemática, ou 
quebrar segredo de Justiça, sem autorização judicial ou com objetivos não autorizados em lei. 
BL: art. 10 da Lei. 
Art. 11. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. 
Art. 12. Revogam-se as disposições em contrário. 
Brasília, 24 de julho de 1996; 175º da Independência e 108º da República. 
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO 
Nelson A. Jobim 
(Agente da Polícia Civil/AC-2017-IBADE): Euclênio, jornalista, teve seu telefone 
interceptado para que fosse descoberta a fonte de uma reportagem, uma vez que alguém 
repassara informações a ele para uma matéria sobre corrupção no poder público. A polícia 
civil, ao elaborar a representação pela receptação telefônica sustentou que a fonte do 
jornalista participara de um esquema de desvio de verbas públicas e sua identificação seria 
imprescindível para o sucesso da investigação. Nesse contexto, é correto afirmar que a 
interceptação telefônica é ilegal porquanto o jornalista não tenha participação no crime e a 
CRFB/88 estabeleça o sigilo da fonte como direito individual. 
OBS: Observa-se que a interceptação telefônica somente é cabível como ultima ratio, 
mediante ordem judicial e nos termos que a lei estabelecer, para fins de investigação criminal 
e instrução processual penal. No caso em tela, a polícia civil representou pela interceptação 
para averiguar se a fonte de informações do jornalista teria supostamente participado de um 
esquema de desvio de verbas públicas, fundamentando o pedido alegando que a identificação 
de tal fonte seria imprescindível para o sucesso da investigação. Como se vê, a interceptação 
telefônica deveria ser utilizada apenas para fins de investigação criminal, e não para quebrar 
o sigilo da fonte jornalística. Essa última hipótese viola, inclusive, o art. 5º da CRFB, que 
prevê: “XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, 
quando necessário ao exercício profissional”. 
(TJAM-2016-CESPE): A interceptação telefônica é medida subsidiária e excepcional, só 
podendo ser determinada quando não houver outro meio para se apurar os fatos tidos por 
criminosos, sendo ilegal quando for determinada apenas com base em notícia anônima, sem 
investigação preliminar. 
(TJSE-2015-FCC): Admite-se a serendipidade, ou seja, a descoberta de fatos novos 
advindos do monitoramento judicialmente autorizado pode resultar na identificação de 
pessoas inicialmente não relacionadas no pedido da medida probatória, mas que possuam 
estreita ligação com o objeto da investigação, e tal circunstância não invalida a utilização das 
provas colhidas contra esses terceiros. BL: STJ, HC 144137/ES. 
(MPMG-2013): As provas colhidas no bojo de instrução processual penal, desde que obtidas 
mediante interceptação telefônica devidamente autorizada por Juízo competente, admitem 
compartilhamento para fins de instruir procedimento criminal ou mesmo procedimento 
administrativo disciplinar contra outros agentes. 
OBS: É cabível a chamada "prova emprestada" no processo administrativo disciplinar, desde 
que devidamente autorizada pelo Juízo Criminal. Assim, não há impedimento da utilização da 
interceptação telefônica produzida no ação penal, no processo administrativo disciplinar, 
desde que observadas as diretrizes da Lei nº 9.296/96 (MS 14.140/DF).

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