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Livro Branco da Física e da Química Martins, et al 2003

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Livro Branco 
da Física e da Química 
Opiniões dos alunos 2003 
Anabela Martins (coordenadora), 
Adriano Sampaio, 
Ana Paula Gravito, 
Décio R. Martins, 
Edite Ma Fiúza, Isabel Malaquias, 
Ma Manuela F. da Silva, 
Margarida Neves, 
Margarida Valadares, 
Maria da Conceição Costa, 
Miquelina Mendes, 
Rolando Soares 
11"'°, ,' o 
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Fundação Calouste 
Gulbenkian 
Livro Branco 
da Física e da Química 
Opiniões dos alunos 2003 
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PORTUGUESA 
DE QUII 14:" -
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Ficha Técnica 
Título 
r Edição 
ISBN 
Edição 
Autores 
o Livro Branco da Física e da QuílTÚca 
Maio de 2005 
972-99080-3-6 
Sociedade Portuguesa de Física 
Sociedade Portuguesa de QuílTÚca 
Anabela Martins' (coordenadora), Adriano Sampaio2, 
Ana Paula Gravito3, Décio R. Martins4, Edite Ma Fiúza5, 
Isabel Malaquias6, Ma Manuela F. da Silva7, 
Margarida Neves8, Margarida Valadares9, 
Maria da Conceição Costa 10, Miquelina Mendes" e o apoio 
inicial de Rolando Soaresl2 na definição da amostra de 
alunos dos ensinos básico e ecundário 
Escola Secundária D. Pedro V, Lisboa 
Universidade do POrlO 
Observatório da Ciência e do Ensino Superior 
Universidade de Coimbra 
Universidade de Aveiro 
5.7.8 Escola Secundária Fonseca Benevides, Lisboa; 
10 
" 
12 
Casa Pia 
Escola Básica 2,3/Sec José Falcão de Miranda do Corvo 
Escola Secundária de Arganil 
Escola Secundária 1". Benjamim Salgado, Famalicão 
Secretariado Maria José Couceiro da Costa, SPF 
Cristina Campos Lopes, SPQ 
Capa Décio Martins 
Impressão SIG - Soco Ind. Gráfica, Lda. - Camarate 
Preço de capa € 8,00 
Tiragem 1 500 exemplares 
Colaboração das Sociedades Portuguesas de Física e QuílTÚca, Direcção 
Geral da Inovação e Desenvolvimento Curricular (antigos Departamentos 
do Ensino Secundário e do Ensino Básico) e Ob ervatório da Ciência e do 
Ensino Superior. 
Estudo subsidiado pela Fundação Calouste Gulbenkian. 
Índice 
• INTRODUÇÃO 
• Objectivos e Metodologia do estudo ......................................................... .. 
• Motivações para um estudo com alunos sobre a Fí ica e a Química . ......... 2 
A) Motivaçõe ugeridas pela investigação nacional e internacional..... 3 
B) Motivações específicas a nível nacional..... .............. ......................... 8 
• ln talações e equipamentos laboratoriais ..... ... .. ... .. ........ ....................... ...... 11 
• Cronologia do Estudo ...... ..... .. ..................................................................... 14 
• Como está organizado o "Livro Branco da Física e da Química 
- Opiniões dos alunos 2003"? .................... ...... ....................................... .. 1 4 
• CAPÍTULO 1 - CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA 
• População e amostra do estudo .............. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1 7 
- Amostra das escolas.............................................................................. 17 
- Amostra dos alunos ............... ........... ............................................ ........ 1 9 
• Caracterização do aluno que frequentavam as e colas de e tudo ............ 21 
• Sexo, idade, repetências e agrupamento frequentado ................................. 24 
• Repetências, áreas de estudo frequentada no ensino ecundário e opções 
de acesso ao ensino superior .......... ... ..... ........................ .............................. 25 
• Nível de instrução do pai e da mãe .................. ................................... .. .. .... 26 
- Ensino Básico . . . . ............. . . . .... . . . . ...... ........ . . . . . . . . ...... . . . . . . . . . . . . . . . ......... . . . . . . . 26 
- En ino Secundário . .................... ............ . ........ ................. ..................... 27 
- Ensino Superior .. .... . .. ........ . . . ...... . .... .... ... .... ... . .... ....... ........... ... ........ ..... 28 
• Pro seguimento de estudos e cursos que os aluno pretendem seguir ........ 29 
• Intenção de prosseguimento de estudos ................................... ................... 30 
- Ensino Básico .................. ........ .............. ...................... ......................... 30 
- En ino Secundário ..... ........................................................................... 34 
• Curso que o aJuno pretendem seguir ............................. ........................... 35 
- Ensino Básico ............ ........................................................................... 35 
- Ensino Secundário ................................................................................ 36 
- Ensino Superior ................ ................ .............. ..................... ................. 43 
Livro Branco da Física e da Química - Opiniões dos Alunos 2003 
Índice 
• CAPÍTULo 2 - MOTIVAÇÃO PARA O ESTUDO DA FÍSICA E DA QUÍMICA 
• Tipologia de estudo em Física e Química ..... ........... ......... ..... ........ ... .. ...... . . 
• Tempo dedicado a actividades fora da escola ...... ........ ......... .. ...... .. ...... .... . . 
- Ensino Básico ......... ......... ........ ...... .............. .......... ...... .............. .......... . 
- Ensino Secundário .... ......... .... .......... .. .... ............... ...... ........ ............... . .. 
• Tempo ocupado com actividades extracurriculares ......... .......................... .. 
- Ensino Básico . ............. ........ ............. ...... ..... .......... ............. ........... .. .... . 
- Ensino Secundário ....... ........... .................. ............................... .......... .. . 
• Opinião sobre os livros de texto ......... ..... .. ...................... ........ ................... . 
- Ensino Básico .. ....... ... ............ ......... ................... ......... ........ ................. . 
- Ensino Secundário ..... .......... ............................ ... ......... ............... ......... . 
- Ensino Superior .......... ............................... ........... .. ......... ....... .. .......... .. 
• Factores de motivação ... .................... ......... ........ ....... ........ .... ............... ...... . 
- Ensino Básico ...... .... ....................... ..... ........... ......... .. ............. .... ... ... ... . 
- Ensino Secundário .... ......... ....... ... ..... .... ....... .. ..... ........ ..... ... .. .. ...... ...... . . 
- Ensino Superior ..... .............................. ................. .... .......... .......... ... .... . 
• Razões da desmotivação ............ .... ... ........... ......... .. .................. .............. .... . 
- Ensino Básico ..... ........... ....... .......... ..... ................. .... ... ....... ................. . 
- Ensino Secundário .... ... ... ..... ...................... .. .. .................. ................... . . 
- Ensino Superior ............ ........ ........ ................................ .. .......... ..... ..... . . 
45 
47 
47 
48 
50 
50 
50 
51 
51 
52 
52 
53 
53 
54 
55 
57 
57 
58 
59 
• CAPÍTULO 3 -lNTERESSE DOS ASSUNTOS DE FÍSICA E DE QUÍMICA 
II 
• Hábitos de leitura e visualização de programas científicos e tecnológicos.. . 63 
- Ensino Básico ...... .. . . .. . . .. . . . . .. ... ... . . . . . . . . . . . . . . . . ... . . . . .. . . . . ... . . . . . .... . . . . . ...... .. . . . .. 63- Ensino Secundário . . . . .. . .. . . ............. .. . . . . . . . ............. . . . . . ............. ... . . . . ... . . . . . . 64 
- Ensino Superior . . ...... . . . . . ...... . . . . . . ..... . . . . . . . . . . . . . . . .... .. . . . . . . . .. . .. . ..... . . . . . .. ....... . 66 
• Hábitos de leitura e de visualização de programas sobre Ciência e 
Tecnologia da população em geral............ ....... ...... ........ ...... ........... ............ 66 
• Interesse dos assuntos da Física e da Químjca . . . .... . . . . . .... . . . . ... .. . . . . .. . . . . ..... . . . . 6 8 
• Interesse dos assuntos e motivação para o estudo da Física e da Química . ... 69 
• Assuntos dos programas de que os alunos gostam mais . ... . . . .. . . . . . . .. . .. .. ... .. . . 71 
- Ensino Superior . . ....... . . . ...... . . . . . . . . . . . . .. . . . .. . . . . . . . . . ... . . . . . . . . . . . . .. . . . ..... . . . ... ... . . . . 75 
• Disciplinas de opção da componente técnica frequentadas pelos alunos 
dos 11° e 12° anos . . . ...... . . . . .. ... . . . . . .. .. .... . . . . . . ... . .. . . ... .... . . . . ....... . ........ . . . .... . . ... . . . 76 
• Disciplinas frequentadas no tronco comum e na componente técnica 
do 12° ano . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 78 
Livro Branco da Física e da Química - Opiniões dos Alunos 2003 
CAPrTULO 4 - PERSPECTIVAS SOBRE A APRENDIZAGEM DA FÍSICA 
E DAQUÍMICA 
Índice 
• Perspectivas dos alunos sobre o seu desenvolvimento global..................... 83 
- En ino Bá ico ......... . . . ................ . . . . ....... . . . ........ ... . . ........ . . . . . . . . . . . . . . . .. .. ... . . 83 
- Ensino Secundário ... . . ...... ...................... .............. ....... .......................... 84 
- Ensino Superior ... . ................ . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 85 
• Comparação entre a opinião dos alunos do 90 e 1 1 0 anos sobre o 
desenvolvimento global ................... . . . . .................... . . . . ............................... 86 
• Comparação entre a opinião dos aJunos dos 90 e 1 1 0 anos com as 
opiniõe dos professores ...... ..... ... . . ................. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 87 
• De envolvimento global e classificação . ........ . . .......... . . .......... . . . .......... .. ...... 90 
- Ensino Básico ........ . ............................... . ............................... . . ........... . . 90 
- Ensino Secundário..... ..................... ......... ............. ........... ............... ...... 92 
• Desenvolvimento global e interesse dos assuntos de Fí ica e de Quúnica .... 93 
- Ensino Básico .... . . ................... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 94 
- Ensino Secundário ............ . . . . .............................. . . ................... . . . .......... 94 
• Per pectivas sobre os processos de aprendizagem . .... ................................. 95 
- Ensino Básico ... . . ...................................... ........... ..................... . . . . ........ 95 
- Ensino Secundário ......... . . . . . . . .. . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 97 
- En ino Superior . ...... . . . . . . ............. ............. ......... . . . . . ........ . . . . ...... . . . . ......... 99 
• Motivação e aprendizagem ......................... .............................. ................... 1 00 
• Comparação entre as opiniões de alunos e dos professores ........ ............. ... 1 03 
• CAPÍTULO 5 - PERSPECTIVAS SOBRE ACTIVIDADES 
EXPERIMENTAIS 
• Gosto pelas actividades experimentais ............ ...................................... . . .... 105 
• Go to por actividades experimentais, classificação, interesse e motivação ... J 06 
• Por que razões gostam os alunos de actividades experimentai . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1 07 
- Ensino Básico ....................................................................................... lLO 
- Ensino Secundário ................................................................................ LIO 
- Ensino Superior ........... ........ ............ ...................... . . ................... .......... 1 1 I 
• Por que razões não gostam os alunos de actividades experimentais ........... l l2 
- Ensino Básico ......... . . . . . .............. . . . . . ........ . . . ..... . . . ................................. . . 1 1 3 
- Ensino Secundário ........................................ . . . . . ........ ........................... 1 1 4 
- Ensino Superior ...................... .................... . . ......... . . . ........... . ........ . . . . .... J 1 6 
• Procedimentos experimentais que o alunos apreciam mais e consideram 
mais difíceis .. ..... . . . . . ..... . . . . . . ... . . . ... ............................................................... 118 
III 
Livro Branco da Física e da Química - Opiniões dos Alunos 2003 
Índice 
• Proces os de trabalho científico, motivação e classificação ....................... 1 22 
• Razões de obtenção de sucesso nas actividades experimentais .................. 1 25 
- Ensino Básico ....................................................................................... 1 26 
- Ensino Secundário .............. .............. . . . . .................. . . . . . ................... ...... 127 
- En ino Superior ....... . . .......... ................................................................. 1 29 
• CAPÍTULO 6 - A VALlAÇÃO EM FÍSICA E QUÍMICA 
• Aproveitamento e classificação ................................................................... 1 3 1 
- Ensino Básico . . . . . . . . . ....... ...... ..................... ................. ........................... 131 
• Correlação entre as classificações, o interes e, a motivação para o 
estudo de Física e Química e a intenção de prosseguimento de estudos.... 1 32 
- Ensino Secundário . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . ...... . . . . . ... . . . ............. . . ...... ....... . .. . . 133 
• Classificação, metodologias de aprendizagem e nível de instrução dos 
pais dos alunos ............................................................................................ 1 34 
- Ensino Superior ............. .......................................... . . . .......................... 1 36 
• Perspectivas sobre a avaliação .......... ........................................................... 1 37 
• Importância e frequência da avaliação ........................................................ 1 37 
- Ensino Básico ........................................................................... ............ 138 
- Ensino Secundário ................ ................................................................ 1 40 
- Ensino Superior ....... . . ... . . ............................. ........... . . . ..... . . . . ...... ...... . . . ... 143 
• Resultados da análise de conteúdo das respo tas dos alunos do 1 0 ano do 
ensino superior à questão "comentários finais" .......................................... 1 43 
• CAPÍTULO 7 - CONCLUSÕES . . . . . . . . . .. . . ............ .. ...... . . . ...... . . ....... . . ... . . . .... . . ..... 147 
• REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................. 1 75 
IV 
Livro Branco da Física e da Química - Opiniões dos Alunos 2003 
INTRODUÇÃO 
Objectivose Metodologia do estudo 
Com o patrocínio das Sociedades Portuguesas de Física (SPF) e de Química 
(SPQ), com o subsídio da Fundação Calouste Gulbenkian e na sequência da 
publicação do Livro Branco da Física e da Química - Diagnóstico 2000, 
Recomendações 2002, em que se apresentaram as opiniões dos professores 
sobre a s ituação do ensino da Física e da Química, os autores decidiram 
ampliar e prosseguir este estudo, recolhendo opiniões de a lunos sobre a 
aprendizagem daquelas disciplinas durante os ensinos básico e secundário e 
comparando as opiniões dos alunos com as dos professores. O estudo, que 
abrangeu todo o território nacional continental, aborda alguns dos aspectos 
essenciais relacionados com a aprendizagem da Física e da Química e tinha 
como objectivos: 
• Identificar a evolução do interesse e da motivação para o estudo da Física e 
da Química desde o ensino básico até final do secundário e respectivas 
causas; 
• Diagnosticar intenções de prosseguimento de estudos e de cursos que os 
alunos pretendiam seguir nos ensinos secundário (9° ano) e superior ( 1 1 ° 
ano); 
• Identificar metodologias de ensino com que os alunos aprendem melhor; 
• Identificar perspectivas sobre actividades experimentais; 
• Identificar perspectivas sobre programas e aval iação; 
• Comparar opiniões de alunos e professores de Física e Química. 
No presente "Livro Branco da Física e da Química - Opiniões dos Alunos 
2003" apresentam-se e anal isam-se os resultados obtidos a partir da aplicação 
de questionários a amostras aleatórias de alunos dos 9° ano do ensino básico e 
do I I ° ano do ensino secundário e dos alunos que frequentavam as discipl inas 
de Física e de Química do primeiro ano do ensino superior. A escolha da 
amostra de alunos do ensino superior, para obter opiniões sobre o 1 2° ano e 
secundário em geral, foi determinada pelos seguintes factores: ( i ) era 
importante recolher opin iões dos alunos no ú ltimo ano do ensino secundário; 
( i i ) devido à pressão exercida pelos exames nacionais e ao facto dos 
questionários terem sido apl icados entre Maio e Outubro de 2003, os 
professores do 1 2° ano consideraram não haver tempo nem ser oportuno 
aplicá- lo. Os questionários eram constituídos por 22 questões de resposta 
estruturada, sendo a lgumas delas iguais às uti l izadas no questionário apl icado 
aos professores, tendo sido enviados 20 por escola, pelo correio, num total de 
Livro Branco da Física e da Química - Opiniõts dos Alunos 2003 
I ntrodução 
1 0 000 questionários, acompanhados de uma carta com instruções para o 
preenchimento e aplicação dos mesmos. Nesta fase, foram também enviadas 
cartas aos Conselhos Ex·ecutivos para informação dos objectivos do estudo e 
recolha de indicadores demográficos de cada escola, relacionados 
essencialmente com o ensino e aprendizagem da Física e da Química. Os dados 
foram introduzidos e tratados com o programa estatístico SPSS. O presente 
relatório, vai ser distribuído a todas as escolas do país com 9°, 1 1 ° e 1 2° anos e 
às instituições de ensino superior que participaram no estudo. Para a elaboração 
dos questionários uti l i zou-se como quadro de referência: 
• Os resultados obtidos na primeira parte do estudo com as opiniões dos 
professores; 
• Documentos das revisões curriculares de 1 996/2002 e 2003/2004; 
• Recomendações dos programas de Física e Química; 
• Recomendações recolhidas de vários estudos nacionais e internacionais; 
• Estatísticas nacionais recolh idas na página WEB do DAPP - M E; 
• Um estudo pi loto apl icado a cerca de 1 00 alunos em escolas básicas e 
secundárias para val idação do questionário. 
Motivações para um estudo com alunos sobre a Física e a Química 
Foram várias as razões, de ordem legislativa, estrutural , educac ional, 
sociológica e de infra-estruturas, que levaram o grupo de trabalho do Livro 
Branco da Física e da Química a reflectir sobre a importância de recolher as 
opiniões dos alunos que frequentam discipl inas de Física e Química nos 
ensinos básico e secundário. Neste contexto, foram equacionadas algumas 
questões, como por exemplo: 
2 
Por que manifestam os alunos pouco interesse por C iências e sobretudo 
por Física? Por que consideram a Física como um assunto "aborrecido"? 
Será que a falta de motivação para o estudo advém da falta de interesse 
dos assuntos de Física e de Química? Por que razão é tão reduzido o 
número de alunos que escolhe Física? Como expl icar o crescente decl ínio 
da taxa de frequência em cursos de ciências nos ú ltimos anos, quando 
v ivemos numa era em que o desenvolvimento das sociedades assenta cada 
vez mais na ciência e na tecnologia? Que razões levam os alunos a evitar 
as discipl inas de Física e Química, apesar de uma elevada percentagem 
escolher cursos l igados às engenharias e às ciências? O que sentirá, por 
exemplo, um aluno de um curso de engenharia, quando já no ensino 
superior se depara com uma formação secundária incompleta ou 
Livro Branco da Física e da Química - Opiniões dos Alunos 2003 
Introdução 
inexistente em Física ou em Química? O que é que tem sido feito para 
melhorar a atitude negativa em relação às Ciência F ísico-Químicas e em 
especial à componente de Física? Têm sido tidas em conta a preferências 
temáticas dos alunos em termos de programas, isto é, tem sido dada 
preferência, por exemplo, a abordagens de Astronomia ou Bioquímica, 
áreas que parecem ser mais da preferência dos alunos do que a de 
Cinemática (Martins, Valente, 1 982)? Terão ido os programas 
actualizados tendo em conta os interesses dos jovens do século XX I? 
Serão as abordagens de ensino c ientificamente correctas e com uma 
equência lógica que motive os alunos? Que investimento tem sido fe ito 
na melhoria das instalações laboratoriais das escolas básicas e 
secundárias? Que aprofundamento e actual ização da formação dos 
professores de Física e Química tem sido feita, tendo em vista a 
necessidade de fomentar o aumento da motivação dos alunos para o 
estudo daquelas discipl inas e um ensino experimental sempre que 
possível relacionado com a vida do dia-a-dia? 
Questões semelhantes a estas, embora em contextos diferentes, mesmo a nível 
internacional, surgem constantemente na investigação educacional, pelo menos 
nos ú ltimos 20 anos. Por exemplo, no estudo de Woolnough ( 1 994, p . 368), 
pode ler-se H • • • afthough many often very able students in schools are studying 
science and technology with enthusiasm and positive attitudes . . . and 
that . . . There are good science and technology teachers who are able to inspire 
many students in their subjects . . . the attitudes of many other students towards 
science and technology are decidedly negatives ". 
Nas secções seguintes especificam-se, sucintamente, a lgumas das razões que 
motivaram os autores para a realização deste estudo. 
A. Motivações sugeridas pela investigação nacional e 
internacional 
1 . Apesar dos a lunos dos ensinos secundário e superior escolherem para 
frequentar as diferentes c iências curriculares, como Física, Química, B iologia, 
etc. , a investigação educacional faz, geralmente, uma abordagem global da 
C iência, sem distinguir entre os diferentes domínios, quando investiga, por 
exemplo, sobre as ideias, opiniões, percepções ou atitudes dos alunos em 
relação a ". . . processos cientificos, metodologias de ensino, cientistas, 
currículos, etc. " (Wi l l iams et ai, 2003). I sto traduz-se numa lacuna de estudos 
específicos no que diz respeito a opiniões dos alunos sobre problemas 
relacionados com a Física e a Química. 
3 
Livro Branco da Física e da Química - Opiniões dos Alunos 2003 
In trodução 
2. De acordo com a opinião de 64% de professores portugueses de F ísica e 
Química (Martins et ai, 2002, p. 93-99), a falta de motivação / interesse dos 
a lunos é uma das causas das dificuldadesde aprendizagem em Física e 
Química, enquanto que, num estudo realizado em 1 982 (Martins,Valente), 
apenas 45% dos professores referem essa mesma falta de interesse. Estes 
resu l tados indicam uma tendência na diminuição do interesse e da motivação 
dos alunos para o estudo da F ísica e da Química, ao longo dos últ imos 20 anos. 
Por outro lado, alguns estudos internacionais (Woolnough, 1 994; Aikenhead, 
2002; Wi l l iams, 2003) referem também uma diminuição acentuada do 
aproveitamento, do interesse e do gosto por ciências, em geral, e por Física e 
Química, em particular, desde o ensino primário até final do ensino secundário. 
Este facto tem expressão na decrescente taxa de frequência daquelas discipl inas 
no ensino secundário e no ensino superior, em cursos que privi legiem o estudo 
daquelas discipl inas, sobretudo de F ísica. 
3 . Outros estudos internacionais (Kempa, 1 99 1 ; Woolnough, 1 994; E ijkelhof, 
1 998; Wi l l iams et ai, 2003) apontam possíveis causas para a acentuada 
diminuição da frequência em cursos de Física no ensino superior, tais como, por 
exemplo, atitudes dos alunos, importância de experiências anteriores, estrutura 
e conteúdos dos cursos, conteúdos dos curso e escassez de professores de 
F ísica e da descoberta de novos talentos. Algumas das razões invocadas por 
alunos ingleses para não seguirem carreiras no ensino super ior l igadas à ciência 
e à tecnologia, mencionadas naqueles estudos, entre outras, eram por exemplo : 
• A Física é considerada "aborrecida" e difici l ; 
• Cursos com conteúdos de Física muito exigentes no ensino secundár io; 
• A Física necessita de muitos conhecimentos matemáticos; 
• Os exemplos dados em problemas de Física não são relevantes para a vida 
do dia-a-dia e/ou estão desactualizados; 
• Natureza estér i l e impessoal da maior parte dos conteúdos dos cursos de 
Física no ensino secundário; 
• As raparigas reagem sobretudo contra a natureza abstracta e impessoal dos 
conteúdos de Física, a nível do ensino secundário, desejando que os 
assuntos abordados tivessem maior relevância para as suas vidas e para o 
ambiente; 
• Os cursos de Física obrigam a um maior esforço e mais horas de estudo; 
• Falta de uma aprendizagem interactiva e de trabalhos de projecto, 
metodologias encorajadas em outro tipo de cursos; 
• Baixas perspectivas e baixo estatuto atribuídos a estas carreiras: 
• Baixos salários. 
4 
Livro Branco da Física e da Química - Opiniões dos Alunos 2003 
I ntrodução 
Em contrapartida, a Química é uma discipl ina que os alunos consideram 
interessante, apelativa, com l igações à vida do dia-a-dia e cuja frequência quer 
a nível do ensino secundário, quer do superior não levanta grandes problemas, 
mesmo que os níveis de aproveitamento não sejam muito elevados. De acordo 
com dados da investigação dos últimos 50 anos (Herron, Nurrenbern, 1 999), 
estes factos são o efeito do aumento de qual idade do ensino e da aprendizagem 
da Química, a qual reside essencialmente, na mudança de paradigma de um 
ensino "behaviorista- transmissivo" para um ensino "construtivista", centrado 
na interactividade dos a lunos com os materiais e na identificação de ideias 
intuitivas numa perspectiva analítica e interpretativa dos conceitos. o entanto, 
e de acordo com outros dados da investigação educacional1, existem a lgumas 
razões para a falta de aproveitamento em Química, algo diferentes das 
invocadas para a Física, como por exemplo: 
• Falta de estudo regular, o que impede os a lunos de adqu irirem os conceitos 
básicos necessários à compreensão dos mais complexos; 
• I nsuficiente preparação em Matemática; 
• Falta de leitura de textos base e de cumprirem com os trabalhos de casa; 
• Falta de compreensão dos enunciados dos problemas e das actividades 
experimentais; 
• Atitudes negativas e expectativas baixas, mesmo antes de iniciar um curso; 
• Classificações que baixam a média necessária para acesso ao ensino 
superior; 
• Falta de assuntos que interessam aos alunos como por exemplo, Química e 
Ambiente, Química Orgânica e Nuclear, B ioquímica, etc. 
Como desafio para o século XX I , os investigadores propõem a incorporação 
simultânea de método qualitativos e quantitativos a nível da investigação 
- -educacional; a nível do ensino da Química propõem a uti l ização cada vez mais 
acentuada de trabalhos de projecto e resol ução de problemas abertos em 
trabalho de grupo cooperativo (Herron et Nurrenbern, 1 999). 
4 . Os alunos entram no ensino secundário com uma motivação e gosto 
semelhantes por Física, Química e Biologia, talvez porque as encaram como 
"ciências em geral". O ensino das ciências na maioria dos países europeus é um 
ensino integrado (Wi l l iams et aI, 2002, p 324). Neste estudo diz-se ainda que, 
depois dos alunos entrarem no ensino secundário, o seu gosto pela Física 
diminui . U ma das razões apontadas, é o facto dos alunos percepcionarem cada 
1 http://www.chemistrycoach.com/am I going to l ike chemistry.htm 
http://www.ecept.netlchemistry/ 1 9 1 6220.htm 
Livro Branco da Física e da Química - Opiniões dos Alunos 2003 
5 
I ntrodução 
vez menos a Física como contribuindo para soluções ambientais ou médicas e 
mais como requerendo muitas capacidades e conhecimentos matemáticos. Ma 
a principal razão apontada no estudo de Wi l l iams et ai (2002) para esta posição 
negativa do a lunos em relação à Física é a sua percepção de que a Física é 
"aborrec ida e difici l" e a Biologia é "interessante". Este e outro estudo 
(Woolnough, 1 994, p. 369) referem que foram encontradas correlações 
positivas, como por exemplo: 
• Os alunos que consideram a Física interessante no ensino secundário são o 
que e colhem mais esta ciência no ensino superior; 
• Os alunos que optaram por cursos de ciências no ensino secundário, logo a 
seguir ao 1 0° ano, tinham atitudes positivas relativamente a cursos de 
ciência e tecnologia no ensino superior; 
• Os alunos que optaram por cursos não científicos ou mistos tinham atitudes 
negativas em relação à ciência e à tecnologia, não considerando sequer a 
possib i l idade de frequentarem um curso de ciências no ensino superior. 
5. Outra causa da fuga dos alunos de cursos de ciências em geral aparece em 
estudos de investigação em Inglaterra (Woolnough, 1 994, p. 37 1 ), como endo 
a mudança curricular do ensino separado para um estudo integrado das ciências 
nos currículo do ensino básico. Esta alteração afectou : 
( i ) (diminuindo) a escolha de discipl inas de ciências no prosseguimento dos 
estudos no ensino secundário, particularmente evidente na frequência da 
discipl ina de Física quando comparada com a frequência da discipl ina de 
Biologia; 
(ii) (tirando qual idade) a preparação básica para prosseguimento desses mesmos 
estudos. Segundo Woolnough ( 1 994), aquela mudança poderá ter provocado 
principalmente uma deficiente preparação dos alunos na componente mais 
abstracta e matemática da abordagem dos conteúdos científicos no ensino 
básico, o que, naturalmente, se reflectiu numa deficiência dos pré-requisitos 
necessários para o estudo da Física no ensino secundário. 
Estes problemas não se colocam tanto na discipl ina de Química quer no ensino 
secundário, quer no superior. 
6. Em Portugal, cerca de dez anos depois desta aval iação do sistema educativo 
em Inglaterra na área das ciências, optou-se pela integração das ciências no 
ensino básico! A diferença de posição dos alunos face ao interesse no estudo 
das Ciências da Natureza e das Ciências F ísico-Químicas começa logo a 
fazer-se sentir no 3° ciclo do ensino básico (capítulo 2). Esta diferença, poderá 
eventualmente acentuar-se ou diminuir, a partir da entrada em vigor da nova 
revisão curricu lar, que decretou um ensino integrado das ciências nos 7°, 8° e 9° 
6 
Livro Branco da Física e da Química - Opiniões dos Alunos 2003I ntrodução 
anos de escolaridade básica. Evidentemente que o impacte que esta revisão v irá 
a ter no futuro dependerá muito da atitude, metodologias de ensino e formação 
dos professores que irão leccionar estes currículos (Woolnough, 1 994, p. 37 1 ). 
7. Relativamente ao excesso de trabalho e às acrescidas dificu ldades dos 
cursos de Fí ica em relação aos restantes cursos do ensino superior, a situação 
é preocupante, como o demonstram alguns e tudos comparativos europeus 
(Steenstrup et ai, 2002; Eijkelbof, 1 998). Nestes estudos, que relatam e 
anal i sam opiniões dos a lunos do ensino superior, fornecidos por diferentes 
países, pode ler-se que, além da alegada dificu ldade de cursos de Física, exi te 
uma correlação po itiva entre o número de estudantes admitidos e a taxa de 
sucesso. Esta relação é traduzida por um indicador designado por factor 
overrun, entendido como o número médio de anos que os a lunos levam a 
concluir um curso de Física dividido pelo número de anos legalmente 
estabelecidos no plano de estudos desse curso. Mas há com certeza outras 
causas para este prolongamento dos cursos, como por exemplo, o facto de 
muitos alunos começarem a trabaUlar antes de termi narem os estudos. Portugal 
tem uma das mais baixas taxas de sucesso em cursos de Física da Europa quer 
no 1 0 ano, quer no total de anos do curso, mas não há dados sobre o indicador 
overrun (Steenstrup et ai, 2002). 
Os países europeus onde os alunos de Física demoram mais anos a acabar o 
curso são a Itál ia, a Croácia e a Holanda, enquanto que a Bélgica, Roménia e a 
Repúbl ica Checa são os países europeus onde os alunos demoram menos anos a 
concluir as l icenciaturas. Na Europa, o número de horas de estudo dedicadas à 
Física é muito variável, sendo bastante inferior nos países anglo-saxónicos, 
I nglaterra e I rlanda, do que em outros, como por exemplo, a França, a Croác ia 
e a I tál ia . Em termos do número de horas de contacto com professores (aulas, 
sessões de resolução de problemas, computadores, actividades laboratoriais, 
sessõe para tirar dúvidas, etc.), países como Espanha, Letónia, Holanda, 
oruega, Portugal e Roménia são os que apresentam valores mais elevados, 
enquanto que sessões de resolução de problemas são mais frequentes na 
Dinamarca e França e menos em l nglaterra. O número de horas dedicado à 
real ização de trabalho experimentais ou laboratoriais é e levado em Inglaterra, 
na I rlanda, Holanda e Roménia e quase inexistente na Áustria, Bélgica e 
França. O tempo passado no computador é reduzido em países como a Áustria, 
A lemanha, Espanha, I tál ia e Portugal , mas bastante alto na Polón ia. a opmIaO 
dos alunos, a I nglaterra é o país onde os cursos são mais práticos e mais 
centrados na compreensão do que na teorização e memorização. 
8. A nível internacional, todas as entidades envolvidas na área da edu\.:ayãu, 
reconhecem e debatem o problema do insucesso dos alunos em ciências, 
7 
Livro Branco da Física e da Química - Opiniões dos Alunos 2003 
I ntrodução 
sobretudo nas disciplinas de Física e Matemática, o qual se traduz num número 
cada vez menor de alunos que escolhe cursos l igados à Física nos ensinos 
secundário e superior. 
Além de causas imputadas aos próprios professores para esta fuga de a lunos da 
discipl ina de Física no ensino secundário e de cursos no superior em que a 
discipl ina de Física é relevante, muitas outras razões podem ser encontrada no 
próprio s istema educacional . Por exemplo, Wi l l iams (2002) refere que " . . . há 
muitas razões para a existência desta situação, e algumas, como as 
preferências e antecedentes familiares de cada aluno e o estado e remuneração 
das carreiras dos cientistas em geral, e dos fisicos em particular, estão para 
além do controlo dos professores". 
B. Motivações específicas a n ível nacional 
1 . Este trabalho surge num momento que coincide com transformações nos 
ensinos básico e secundário, no contexto da revisão curricular iniciada em 
Setembro de 200 1 e que estabeleceu o carácter opcional das discipl inas de 
Física e Química no ensino secundário em 2003/2004. Esta decisão poderá 
agravar ainda mais o problema da falta de interesse dos alunos no estudo e na 
escolha de carreiras relacionadas com aquelas discipl inas, sobretudo se as 
instituições de ensino superior não forem determinantes na obrigatoriedade da 
real ização de provas de Física no acesso ao ensino superior para os cursos de 
engenharias e ciências. 
2 . Sobre o problema da falta de alunos de F ísica, importa aqui recordar alguns 
excertos do "Parecer da Sociedade Portuguesa de F ísica", emitido em Janei ro 
de 2004, sobre o conteúdo do Documento Orientador da Revisão Curricular do 
Ensino Secundário: 
8 
A Física nas suas vertentes teórica, experimental e aplicada, deve ser um 
elemento estruturante da cultura cientifica do cidadão comum por 
constituir a base das actuais ciências experimentais e das tecnologias que 
delas emergem; 
A Física deve fazer parte da formação básica dos estudantes que 
pretendem iniciar cursos superiores de ciências e engenharia; 
Um bom conhecimento de Física promove a inovação cientifica e 
tecnológica indispensável ao aumento da produtividade. 
Livro Branco da Física e da Química - Opiniões dos Alunos 2003 
I ntrodução 
Noutro documento emitido pelo S indicato Nacional do Ensino Superior na 
I nternet, em Maio de 20042, podia ler-se e passamos a c itar "Através da 
Reforma Curricular, o governo dá explicitamente orientações aos alunos que 
acabam de concluir o 9° ano de que é possível vir a enveredar pela área das 
Ciências e das Tecnologias sem aprofundarem os conhecimentos de Física e 
de Química do ensino obrigatório. Assim, por via administrativa, passa a 
considerar-se oficialmente que se pode enveredar por uma carreira técnica 
sem conhecimentos em áreas estruturais fundamentais. . . . . Uma das razões 
para tornar estas disciplinas opcionais, poderá ser a elevada taxa de 
insucesso, em particular no caso da Física. Compete ao Estado, como entidade 
reguladora, procurar e implementar soluções para as causas deste insucesso, 
em vez de adoptar medidas administrativas que diminuam a frequência de 
disciplinas problemáticas e assim se promova artificialmente o sucesso." 
3 . A actual revisão curricular acentua a necessidade de incrementar um ensino 
experimental . Esta recomendação, já enfatizada na reforma de 1 996, foi em 
grande parte ignorada pelos professores de Física e Química, situação que 
poderá manter-se na actual revisão, se se continuarem a verificar os seguintes 
aspectos: 
1. Falta de laboratórios e equipamentos. A este propósito salientamos a 
contribuição do Programa C iência Viva para uma melhoria significativa das 
condições laboratoriais, entre 1 996 e 200 1 ; 
II. Falta de formação de professores com incidência nas metodologias de 
ensino experimental . 
Outras razões que poderão contribuir para a não real ização de actividades 
experimentais são a não alteração do modelo de exames nacionais no 12° ano 
e a criação dos exames no final do ensino básico (a serem introduzidos em 
2004/2005), apenas nas discipl inas de Matemática e Língua Portuguesa. Esta 
situação é l imitativa dos indicadores da aprendizagem do ciclo de estudos 
básicos e preparação para o prosseguimento de estudos secundários. 
A falta de professores com formação em Física e Ensino da Física é uma 
consequência da diminuição de alunos em cursos de Física no ensino. De facto, 
a discipl ina de Ciências Físico-Químicas, no ensino secundário, é geralmente 
ensinada por professores com l icenciaturas em Química ou com formação 
científica em outras áreas afins, tal como se refere no Livro Branco da Física e 
Química - Diagnóstico 2000, Recomendações 2003 (Martins et al, 2002, p . 
1 8) : apenas 8% dos professores do EB e 1 1 % do ES que leccionavam a 
2 http://www.snesup.pt/debate/actualidadelrevisaocurricular esecun.htm 
9 
Livro Branco da Física e da Química - Opiniões dos Alunos 2003 
In trodução 
discip l ina de C iências Físico-Químicas tinham l icenciaturas na área da Física e 
65% na área da Química. Do total, 69% tinham l icenc iaturas em Engenharia e 
destes últimos, 70% possuíam o curso de Engenharia Química! Apesar do 
esforço em ensinar o melhor possível, os professores l icenciados em Químjca 
de uma maneira geral, poderão não ter o mesmo entusiasmo e "in ight" que os 
professores l icenciados em Física, ao ensinar esta discipl ina, perpetuando assim 
o problema da falta de motivação dos alunos para o estudo da Física. Este facto 
não exclui evidentemente que haja excelentes professores de Física, l icenciados 
em Química e áreas afrns. O que se pretende dizer é que os professores de 
Ciências Físico-Quírruca devem ter uma formação integrada, com igual peso 
das componentes de Física e de Química. Outra consequência do tipo de 
formação dos professores de Física e Química é o facto de o tempo de 
leccionação da componente de Física, sobretudo nos 10° e I I ° anos, ser um 
pouco negligenciado, isto é, a componente de Física é geralmente leccionada 
em menos tempo do que a componente de Química. fsto, apesar das 
recomendações dos programas quer da reforma de 1996, quer da actual, 
apontarem para uma distribuição equitativa do tempo de leccionação dos 
assuntos de Física e de Química. Como em geral os programas acabam por não 
ser cumpridos, isso irá reflectir-se necessariamente no aproveitamento dos 
alunos que frequentam as discipl inas de Física e de Química no 12° ano. Há 
efectivamente um círculo vicioso que poderá apertar-se cada vez mais a partir 
do ano lectivo 2005-2006 uma vez que, como a discipl ina de Física e Química 
passa a ser opcional a partir do 10° ano do ensino secundário, ela poderá vir a 
ser frequentada por um número ainda menor de alunos. 
4 . No panorama educacional actual debatem-se temas de enorme impacte na 
escola como: 
• Qual idade do ensino versus massificação; 
• I ntegração social e educativa; 
• Prolongamento da escolaridade obrigatória até ao 12° ano; 
• Prevenção do abandono escolar; 
• Educação/formação ao longo da vida; 
• Qual ificação das escolas públ icas versus escolas privadas; 
• Ensino regular versus ensino profissional e tecnológico. 
Qualquer destes temas poderá ter repercussões na frequência e aproveitamento 
dos alunos em Física e Química. Apesar da sua importância não serão objecto 
de análise neste estudo. 
10 
Livro Branco da Física e da Quím ica - Opiniões dos Alunos 2003 
I ntrodução 
À semelhança do que se verifica nos países europeus mais desenvolvidos, ou 
daquele onde a educação é uma prioridade efectiva e real, é necessário i nvestir 
nas escolas portuguesas em áreas tão carentes, como: 
• A qual idade dos espaços interiores e exteriores; 
• Os recursos de bibl iotecas e mediatecas; 
• As instalações laboratoriais; 
• A ocupação dos tempos l ivres; 
• O funcionamento de clubes/actividades extracurriculares; 
• As salas de estudo, efectivando a sua substituição por um sistema de 
tutorias previsto no D .L . 1 1 5-N98, de 4 de Maio (apoio individual izado ou 
em grupo por professores); 
• A formação dos professores. 
É evidente que tudo isto impl ica uma política governamental que reconheça que 
investir na educação de um povo é investir no futuro da economia (produção de 
riqueza) e do desenvolvimento democrático: trinta anos são passados sobre os 
ideais de Abri l e os jovens continuam sem direito a uma educação científica e 
humanista de qual idade, porque as escolas e os professores são vistos como locais 
e recursos, respectivamente, nos quais não vale a pena investir! 
É neste contexto que o ensino das ciências tem sido e continuará a ser 
prej udicado, uma vez que é um ensino dispendioso, sobretudo nos recursos de 
que necessita para um ensino eficaz e eficiente. Como os alunos deste estudo 
evidenciam, a motivação para o estudo da Física e da Química é inferior ao 
interesse suscitado pelos assuntos daquelas áreas. 
I nstalações e equipamentos laboratoriais 
Num relatório da DGAE (2002, p . 72) sobre as condições das escolas básicas e 
secundárias para o ensino das c iências na antiga reforma, descreve-se como foi 
identificada a " . . . ausência quase generalizada de um ensino de natureza 
experimental, indicando uma relação essencialmente teórica e verbal com o 
concreto e com os diferentes saberes ". o mesmo relatório pode ler-se na 
página 6, que " . . . a nova organização curricular (1 996) pretende facilitar o 
ensino experimental e a integração das vertentes prática e teórica nas 
diferentes disciplinas de ciências. Para isso, tem de haver mais investimento 
nas escolas em termos de recursos humanos e recursos flsicos e materiais ". 
As tabelas que se seguem contêm dados relativos às 470 escolas e respectivos 
equipamentos laboratoriais, retirados do referido relatório DGAE (2002). 
I I 
Livro Branco da Física e da Química - Opiniões dos Alu nos 2003 
In trodução 
Nos últimos 30 anos foram construída 344 escolas, uma média de cerca de I I 
escolas por ano, com incidência de construção nas décadas de 70 e 80 (tabela 
I ) . Relativamente ao tipo de escola, predominaram as escolas secundárias com 
3° ciclo. Na página 63 do mesmo relatório ( DGAE, 2002) pode ler-se " . . . esta 
tendência diverge dos princípios estabelecidos da Lei de Bases do Sistema 
Educativo que apontam para a oferta do ensino secundário pluricurricular em 
escolas distintas e especializadas ". Esta citação reflecte também a tendência 
vigente na maioria dos países europeus, sobretudo nos países nórdicos e anglo 
- saxónicos, onde as escolas básicas estão separadas das escolas secundárias. 
Tabela J Escolas construídas entre 1 9 70 e 2002 
ES ES/3 E B 2,3/S ESA TOTAL /ano 
1 97 1 -75 7 25 9 - 4 1 
1 976-80 1 0 42 1 7 - 69 
1 9 8 1 -85 1 0 76 2 1 - 1 07 
/ 986-9 1 6 63 22 - 9 1 
> 1 992 7 24 5 - 36 
TOTAL tipo 40 230 74 344 
Anteriores a 1 970 33 88 3 2 1 26 
Total 73 3 1 8 77 2 470 
(DGAE, 2002). ES- Escolas Secundárias; ES/3 Escolas Secundárias com 3° ciclo; EB 
2,3/S Escolas Básicas com Secundário; ESA Escolas de Ensino Artístico. 
Entre as chamadas Escolas Secundárias da tabela 1 , predominavam as que têm 
3° ciclo do Ensino Básico (67%), seguidas das EB 2,3/S (2 1 %) e das ES 
propriamente ditas ( 1 2%). A construção do tipo de escolas EB 2,3/S só devia 
j ustificar-se quando sirvam zonas isoladas onde haverá conveniência, sob o 
ponto de vista económico, na existência de uma escola única por haver poucos 
alunos em cada ano de escolaridade, evitando assim a deslpcação destes a 
grandes distâncias. 
Relativamente à distribuição de escolas do estudo DGAE (2002) pelas 
Direcçõe Regionais de Educação ( DRE) do país, os dados obtidos com este 
estudo e com o dos professores de Física e Química (Martins et ai, 2002), 
evidenciam a existência de uma diferente distribuição entre as escolas do l i toral 
e as do interior do país e entre as escolas da DRE do Norte (DREN - 75%), 
Centro (DREC - 7 1 %)) e Lisboa (DREL - 75%) e as DRE do Sul do Tejo 
(DREALrA - 69% e DREALG - 7%). 
Para fazer face a uma ocupação mínima média de 32 horas semanais para 
turnos de 1 5 a lunos, da anál i se da tipologia de instalações laboratoriais para as 
ciências experimentais. nas 470 escolas incluídas no relatório, seria necessária 
a construção de laboratórios de raiz, de acordo com os dados da tabela 2. 
1 2 
Livro Branco da Física e da Química - Opiniões dos Alunos 2003 
Tabela 2. Número de laboratórios que é necessário construir 
Área científica 
Química 
Biologia/Geologia 
Física 
Física e Química 
Total 
(DGAE, 2002) 
N.· de laboratórios 
1 02 
89 
68 
3 1 
290 
I ntrodução 
No relatório da DGAE (2002) referia-se que, nas470 escolas do estudo era 
necessário construir de raiz, 290 novos laboratórios e fazer obras de 
recuperação e actual ização em 3 1 3 escolas, enquanto que 1 57 não neces­
sitavam de qualquer intervenção. Distribuídas pelas cinco Direcções Regionais 
e de acordo com a tipologia de escolas referidas na tabela I , previa-se a 
necessidade de verbas no valor de cerca de: 
4 760 mi lhões de escudos (23 797 500 €) para a construção, conservação e 
reabi l i tação de espaços laboratoriais, dos quais só 4 000 mi lhões (2 1 950 
000 €) eram necessários para construir 290 novos laboratórios; 
1 0 000 milhões de escudos (50 000 000 €) para apetrechamento em material 
didáctico. 
Se somarmos a estas verbas parciais, a verba necessária para a formação de 
professores de F ísica e Química, com vista à prática dum ensino experi men­
tai efectivo e eficaz, torna-se c laro que o grande i nvesti mento a fazer não 
é prioritariamente em sucessivas reformas curriculares, mas s im em 
infra-estruturas e formação. Embora seja necessária a actual ização de 
conteúdos, ela não é suficiente, como estes dados o evidenciam. O ensino das 
ciências tem sido e continuará a ser prejudicado, uma vez que é um ensino 
dispendioso, sobretudo a nível dos recursos que necessita para ser um ensino 
de qual idade. 
Uma reforma ou revisão curricular pode demorar anos a ser planeada, 
implementada e aval iada, prática pouco comum no nosso país, sobretudo no 
que diz respeito à aval iação, Se efectivamente não for considerado 
simultaneamente O desenvolvimento de infra-estruturas necessárias a uma 
implementação completa e sistemática das reformas, o sucesso dos a lunos em 
qualquer ramo do saber em geral, e, em particular no das ciências 
experimentais, está, à partida, condenado ao fracasso. 
Em Portugal , os resultados dos exames nacionais do 1 20 ano e das provas de 
aferição e diagnóstico do aproveitamento dos alunos dos 4°, 6° e 9° anos da 
13 
Livro Branco da Física e da Química - Opin iões dos Alunos 2003 
I ntrodução 
escolaridade básica, estão longe de ser satisfatórios e comprovativos da 
melhoria do ensino-aprendizagem da Física e da Química. Neste contexto, 
parece l ícito afirmar que a preocupação de governantes, investigadores, 
professores, instituições de ensino, pais e país em geral só terá uma resposta 
eficaz, quando alguns dos problemas aqui abordados forem efectivamente 
resolvidos. Até lá, esperemos que o ensino da Física e da Química, 
especialmente da Física, não desapareça das escolas! 
Cronologia do estudo 
o trabalho desenvolveu-se ao longo de dois anos e passou por várias etapas: 
• Em Junho de 2002 foi apresentada a candidatura à Fundação Calouste 
Gu lbenkian que foi aprovada em Setembro do mesmo ano; 
• Em Dezembro de 2002 o estudo foi aprovado pelos Conselhos Directivos 
das Sociedades Portuguesas de Física e de Química; 
• De Setembro de 2002 a Março de 2003 foram elaborados e validados os 
questionários e seleccionadas as escolas do estudo; 
• Em Abril de 2003, com o apoio do M E (Departamentos do Ensino Básico 
e do Secundário), os questionários foram enviados para as escolas 
seleccionadas; 
• Entre Outubro de 2003 e Maio de 2004 decorreu a aplicação dos 
questionários a alunos do ensino superior; 
• Entre Maio de 2003 e Outubro de 2004 digitalizaram-se e fez-se a análise 
estatística dos dados; 
• Em Abril de 2004 iniciou-se a escrita do relatório final, processo que 
terminou em Fevereiro de 2005 . 
Como está organ izado o "Livro Branco da Física e da Química 
- Opiniões dos Alunos 2003 "? 
O l ivro está organizado em 7 capítu los. Em cada capítulo, com excepção do 
capítulo 7 - Conclusões, agruparam-se os resultados em 3 subtítulos: básico, 
secundário e superior. Cada capítulo inclui ainda e, sempre que possível, u ma 
anál ise comparativa entre as opiniões dos alunos do ensinos básico, secundário 
e superior e a opinião dos professores dos dois primeiros níveis. 
1 4 
Livro Branco da Física e da Química - Opin iões dos Alunos 2003 
I ntrodução 
INTRODUÇÃO 
CAPÍTULO 1 - CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA 
este capítulo descrevem-se as amostras de alunos em função de características 
como, sexo, idade, níveis de instrução do pai e da mãe, repetências nos ensinos 
básico e secundário e opções de acesso ao ensino superior, agrupamentos 
frequentados e agrupamentos e cursos que pretendem seguir e/ou que 
frequentam. Faz-se também uma caracterização sucinta dos alunos que 
frequentavam as escolas do estudo. 
CAPÍTULO 2 - MOTIVAÇÃO PARA O ESTUDO DA FÍSICA E DA 
QUÍM ICA 
Como factores de motivação foram consideradas as horas dedicadas a 
actividades extra curricu lares ( fora e dentro da escola), opiniões sobre os l ivros 
de texto uti l izados nos ensinos básico e secundário, opiniões sobre a motivação 
e desmotivação e respectivas causas. 
CAPÍTULO 3 - INTERESSE DOS ASSUNTOS DE FÍSICA E DE QUÍMICA 
Neste capítulo foram considerados os hábitos de leitura e tipologia de estudo 
em Física e Química, o interesse dos assuntos estudados em Física e Química, 
as perspectivas obre os programas dos 9°, I I ° e 1 2° anos em termos dos temas 
que os alunos gostam mais e discipl inas opcionais da componente técnica 
frequentadas pelos alunos dos I I ° e l 2° anos. 
CAPÍTULO 4 - PERSPECTIV AS SOBRE A APRENDIZAGEM DA 
FÍSICA E DA QUÍMICA 
Neste capítulo apresentam-se as opiniões dos alunos sobre a auto-avaliação do 
desenvolvimento global, os processos de ensino com que aprendem melhor e as 
relações destas variáveis com a classificação, o interesse e a motivação. 
CAPÍTULO 5 - PERSPECTIV AS SOBRE ACTIV IDADES 
EXPERlMENT AIS 
Neste capítulo apresentam-se as perspectivas sobre actividades experimentais, 
incluindo as metodologias de ensino experimental, os processos de trabalho 
científico de que gostam mais e consideram mais dificeis e ainda perspectivas 
sobre as causas do sucesso que obtiveram em trabalhos experimentais em 
Física e Química 
1 5 
Livro Branco da Física e da Química - Opiniões dos Alunos 2003 
I ntrodução 
CAPÍTULO 6 -A V ALlAÇÃO EM FÍSICA E QUÍMICA 
Neste capítulo apresentam-se os resultados das opiniões dos alunos sobre o seu 
aproveitamento e classificação, bem como perspectivas sobre os processos de 
avaliação uti l izados pelos professores. 
CAPÍTULO 7 - CONCLUSÕES 
Neste capítulo apresentam-se os resultados mais relevantes do estudo 
acompanhados de comentários, algumas recomendações pontuais e sugestão de 
questões para futuras investigações de forma a aprofundar os temas cujos 
resultados não são ainda suficientes para dar respostas objectivas aos 
problemas que afligem o ensino e a aprendizagem da Física e da Química. 
REFERÊNCIAS B I BL IOGRÁFICAS 
1 6 
Os autores do 
Livro Branco da Física e da Química - Opinião dos Alunos 2003 
Livro Branco da Física e da Química - Opin iões dos Alunos 2003 
CAPÍ TULO 1 - CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA 
Neste capítulo caracteriza-se a amostra de alunos que responderam a este 
estudo em termos de sexo, idade, nível de instrução do pai e da mãe, 
agrupamento frequentado, repetências, intenções de prosseguimento de estudos 
e cursos que pretendem seguir. 
População e amostra do estudo 
Amostra das escolas 
No ano lectivo de 200 I /2002, existiam em Portugal continental : 800 (4 1 ,5%) 
estabelecimentos escolares do ensino público a ministrar o ensino básico e 1 1 29 
(58,5%) estabelecimentos escolares do ensino público a ministrar o ensino 
secundári03 . A população deste estudo era constituída por todos os alunos que, no 
ano lectivo de 2002/2003, frequentavam o 9° ou o I I ° ano em estabelecimentos 
do ensino público em Portugal Continental . Numa primeira etapa, considerou-se 
que a distribuição dos estabelecimentos de ensino por distritos constituiria um 
parâmetro de estratificação. Numa segunda fase, procedeu-se à selecção aleatóriados estabelecimentos de ensino em cada distrito, mantendo constante a 
percentagem relativamente ao número total de escolas nesses distritos. O tamanho 
da amostra ficou definido em 500 estabelecimentos escolares, correspondendo a 
cerca de 33% da população, distribuídos por 200 escolas que ministravam o 
9° ano e 300 escolas a ministrar o I I ° ano. Este trabalho de selecção teve como 
base a Lista de Códigos das Escolas publicada em 2002 pela Direcção-Geral da 
Administração Educativa ( DGAE) do M inistério da Educação. 
Tal como foi referido na página I da Introdução, para recolha das opin iões de 
alunos sobre o 1 2° ano, recorreu-se à aplicação de questionários a alunos que 
frequentavam já o ensino superior. No ensino superior, a amostra não foi 
recolhida de forma aleatória. Foram contactadas algumas instituições, através 
dos Presidentes dos Departamentos de Física ou de Química, pedindo que 
fossem apl icados os questionários a todos os a lunos que frequentassem as 
discipl inas de Física e Química do primeiro ano, mesmo que os alunos 
frequentassem a instituição há mais anos, e se possível, a a lunos que 
frequentavam as l icenciaturas em ensino da Física e da Química. O único 
critério de selecção da amostra foi o de i nc lu ir no estudo, pelo menos uma 
instituição de ensino superior em cada distrito do país, o que não foi totalmente 
3 Fome: Departamento de Avaliação Prospectiva e Planeamento - Estatísticas Preliminares 
200 1 -2002. 
Livro Branco da Física e da Química - Opiniões dos Alunos 2003 
1 7 
Capítulo 1 - Caracterização da Amostra 
conseguido, por 3 instituições não terem respondido, situadas nos distritos de 
Trás-os-Montes, Minho e Beira Interior. Convém sublinhar que os questionários 
apl icados aos alunos do ensino superior pediam as opiniões daqueles apenas 
sobre o ensino secundário em geral, e em particular, sobre as disciplinas de 
Física e de Química que eventualmente tivessem frequentado no 1 2° ano. 
Nas tabelas 1 . 1 e 1 . 2 estão registados os resultados relativos ao número de 
escolas básicas e secundárias por distrito e tipologia, respectivamente. 
Tabela 1. 1. A mostra estratificada do total das escolas secundárias e das 
escolas com 30 ciclo 
DrSTRJTO 
Aveiro 
Beja 
Braga 
Bragança 
Castelo Branco 
Coimbra 
Évora 
Faro 
Guarda 
Leiria 
Lisboa 
Portalegre 
Porto 
Santarém 
Setúbal 
Viana do Castelo 
Vila Real 
Viseu 
TOTAL 
9° ANO 1 1 ° ANO 
POPULAÇÃO AMOSTRA POPULAÇÃO AMOSTRA 
85 1 6 30 1 9 
24 5 l O 6 
83 
23 
28 
46 
22 
56 
27 
43 
1 78 
23 
1 68 
56 
84 
29 
34 
58 
1 067 
1 6 
4 
5 
9 
4 
I I 
5 
8 
33 
4 
3 1 
I I 
1 6 
5 
6 
I I 
200 
26 
1 3 
1 3 
23 
9 
1 9 
1 5 
23 
90 
7 
57 
28 
4 1 
1 6 
1 8 
26 
464 
1 7 
8 
8 
1 5 
6 
1 2 
1 0 
1 5 
58 
5 
37 
1 8 
27 
1 0 
1 2 
1 7 
300 
Do total de 500 escolas, responderam 243, das quais 67 eram básicas (EB), 1 07 
secundárias (ES), 49 secundárias com 3° c ic lo (ES3), 1 9 básicas com 
secundário (EB2,3/S) e I secundária artística (ESA). A amostra final das 
escolas do estudo representava 49% da amostra inicia l de escolas com 9° e I 1 ° 
anos e cerca de 1 6% da população. 
1 8 
Livro Branco da Física e da Química - Opin iões dos Alunos 2003 
Capítulo 1 - Caracterização da Amostra 
Tabela 1 .2. PercentafZem de resposta por tipolofZia de escola/ensino 
Tipolo2ia de escola FreQuência % 
ES 
EB 
ES3 
EB2,3/S 
ESA 
TOTAL 
1 09 
67 
48 
1 8 
243 
44,8 
27,6 
1 9,8 
7,4 
0,4 
1 00 
Agrupando as respostas pelas 2 categorias definidas, responderam 1 57 escolas 
ES e ES3 (53% das 300 iniciais) e 86 e colas EB e EB2,3/S (43% das 200 
iniciais). 
Amostra dos Alunos 
Foram enviados 1 0 000 questionários para as escolas básicas e secundárias da 
amo tra, aos quais responderam 7 1 1 9 alunos (7 1 %), sendo 3068 do 90 ano e 
405 1 do 1 1 0 ano. Na tabela 1 .3 estão esquematizadas as percentagens de 
respostas do alunos por grau de ensino. 
Tabela 1 .3. Resposta r!;lobal aos questionários por wau de ensino 
Grau de Questionários Questionários Percentagem de 
ensino enviados I N recebidos I N respostas I % 
Básico 4 000 3 068 77 
Secu ndário 6 000 4 05 1 68 
TOTAL l O 000 7 1 1 9 7 1 
N a tabela I A apresenta-se um resumo d a distribuição das escolas e alunos por 
distrito, em relação à amostra inicial . As percentagens da amostra final de 
escolas e alunos foram calculadas, respectivamente, em relação ao total de 
escolas seleccionadas ( I ) e questionários enviados (2) para amostra inicial . 
1 9 
Livro Branco da Física e da Química - Opin iões dos Alunos 2003 
Capítulo 1 - Caracterização da Amostra 
Tabela 1 . 4 Percentagens de resposta das escolas e alunos por distrito, em 
rela�ão à amostra 
Amostra Resl!0stas 
DISTRITO Escolas Alunos Escolas % de Alunos % de 
�I� �2� resj!0sta resj!0sta 
Aveiro 35 700 1 9 54 688 98 
Beja l O 200 3 30 69 35 
Braga 33 660 1 6 48 520 79 
Bragança 1 2 240 4 33 1 99 83 
Castelo Branco 1 3 260 8 62 329 > 1 00* 
Coimbra 24 480 1 8 75 665 > 100* 
Évora 1 0 200 8 80 1 53 77 
Faro 22 440 1 4 64 439 1 00 
Guarda I S 300 1 0 67 273 9 1 
Leiria 23 460 1 0 43 286 62 
Lisboa 9 1 1 820 34 37 987 54 
Portalegre 1 0 200 4 40 1 1 7 59 
Porto 68 1 360 33 49 733 54 
Santarém 28 560 1 7 6 1 437 78 
Setúbal -. 43 860 20 47 682 79 
Viana do Castelo 1 5 300 4 27 85 28 
Vila Real 20 400 6 30 1 1 4 29 
Viseu 28 560 I I 39 324 58 
Não identificada I 1 9 
TOTAL 500 1 0 000 243 49 7 1 1 9 7 1 
* Nestes distritos, o número de questionários recebidos foi superior ao nO de 
questionários enviados 
Apesar do número de escolas respondentes representar apenas 49% das escolas 
inicialmente seleccionadas, o número de questionário enviados por muitas 
escolas ultrapassaram os vinte esperados, em quase todos os distritos. Este 
facto contribuiu, por um lado, para a obtenção de uma amostra de a lunos 
bastante representativa do universo eleccionado, mas, por outro, impediu uma 
anál ise comparativa por distrito. 
Na tabela 1 . 5 apre enta- e a distribuição por distrito do número de alunos 
respondentes por grau de ensino, em percentagem de respostas relativamente 
ao total de a lunos respondentes: 3068 a lunos do 90 ano e 405 1 a l unos do 
I 1 0 ano, respectivamente. 
20 
Livro Branco da Física e da Química - Opiniões dos Alunos 2003 
Capítulo 1 - Caracterização da Amostra 
Tabela 1 .5. Distribuição dos alunos por nível de ensino e por distrito 
DISTRITO A mostra final de alunos 
9° ano % 1 1 ° ano % 
Aveiro 328 1 1 360 9 
Beja 35 1 34 1 
Braga 329 1 1 1 9 1 5 
Bragança 1 23 4 76 2 
Castelo Branco 84 3 245 6 
Coimbra 33 1 1 1 334 8 
Évora 73 2 80 2 
Faro 282 9 1 57 4 
Guarda 1 27 4 1 46 4 
Leiria 1 20 4 1 66 4 
Lisboa 304 1 0 683 1 7 
Portalegre 40 1 77 2 
Porto 323 I I 4 1 0 1 0 
Santarém 1 32 4 305 8 
Setúbal 267 9 4 1 5 l O 
Viana do Castelo 36 1 49 I 
Vi la Real 30 I 84 2 
Viseu 97 3 227 6 
Escola não identificada 7 1 2 
TOTAL 3068 1 00 405 1 100 
Caracterização dos alunos que frequentavam 
as escolas do estudo 
Total / N 
688 
69 
520 
1 99 
329 
665 
1 53 
439 
273 
286 
987 
1 1 7 
733 
437 
682 
85 
1 1 4 
324 
1 9 
7 1 1 9 
Foi feita uma anál i se dos dados estatísticos enviados pelos Conselhos 
Executivos de 1 7 1 escolas correspondentes a 70% das escolas. as 1 7 1 escola 
havia um total de 38 1 1 9 alunos do ensino básico e 64566 a lunos do ensino 
secundário, inscritos nos diferentes agrupamentos de acordo com os dados da 
tabela 1 .6. 
2 1 
Livro Branco da Física e da Química - Opiniões dos Alunos 2003 
Capítu lo 1 - Caracterização da Amostra 
Tabela i . 6. Alunos matriculados no ensino secundário público segundo o 
aRruf}amentoe o ano d I 'd d 2002/2003 e esco an a e em 
7-
Cursos gerais Cursos tecnológicos 
Ano 1 0° J lo 1 2° Total 1 0° 1 1 ° 1 2° Total 
Cientifico-natu ral 1 1 75 1 8924 9763 30438 2 1 00 1 054 1 04 1 4 1 95 
Artes 1 72 1 1 3 1 6 1 360 4397 574 335 26 1 1 1 70 
Sócio-Económicas 2874 1 958 1 84 1 6673 25 O 1 1 59 1 1 06 4845 
Humanidades 4 1 83 2775 3289 1 0247 1 1 93 72 1 687 260 1 
TOTAL 20529 1 4973 16253 5 1 755 6447 3269 3095 1 28 1 1 
Fonte: Dados enviados pelos Conselhos Executivos 
Total 
34633 
5567 
1 1 5 1 8 
1 2848 
64566 
% 
54 
9 
1 8 
20 
1 00 
Da análise da tabela 1 .6, verifica-se que do total de alunos do ensino 
secundário, 54% frequentavam o agrupamento científico-natural e destes 
apenas 1 2 % frequentavam de cursos tecnológicos, 
Tabelai . 7, Aproveitamento dos alunos nas disciplinas de Ciências 
Físico-Químicas, Física e Química * 
Ensino Básico 
Ano l Alunos 
disciplina inscritos 
7° CFQ 1 2998 
8° CFQ 1 2507 
9° CFQ 1 26 / 4 
Total 381 19 
aprovação** 
°/0 
64 
69 
63 
Ensino Secundário 
Anol Alunos aprovação** 
disciplina inscritos % 
1 0° ano 1
'
247 1 58 
1 1 ° ano 8472 76 
CFQ 1 0' e I I " 20943 66*** 
Física - 1 2° ano 2968 5 1 
Química - 1 2°ano 6093 60 
Total 30004 
* Dados fornecidos pelos Conselhos Executivos das escolas do estudo; **número de 
alunos aprovados em relação ao número de alunos inscritos; *** valor médio 
Em relação aos dados sobre o aproveitamento dos 68 1 23 alunos que 
frequentaram as discipl inas de Ciências Físico-Químicas nos ensinos básico e 
secundário e F ísica e Química no 1 2° ano, nas 1 7 1 escolas do estudo, enviados 
pelos Conselhos Executivos, foi calcu lada a taxa de aprovação média de 65%, 
em ambos os níveis de ensino. A taxa de aprovação dos al unos do 7°, 8° e 9° 
anos do ensino básico, na disciplina de C iências Físico-Químicas, no ano 
22 
Livro Branco da Física e da Química - Opiniões dos Alunos 2003 
Capítulo 1 - Caracterização da Amostra 
lectivo de 2002/2003 (tabela 1 . 7 ), não apresenta diferenças significativas entre 
os três anos de escolaridade, embora seja l igeiramente superior no 8° ano e 
superior à taxa de aprovação dos alunos que frequentavam o EB em 1 999 (data 
em que foi real izado o estudo com os professores, Martins et ai, 2002). 
No que diz respeito ao ensino secundário, constatou-se que a taxa de aprovação 
dos a lunos do I I ° ano na discipl ina de C iências Físico-Químicas é superior à 
dos a lunos do 1 0° ano na mesma disc ip l ina. Os dados mostram ainda que o 
número de alunos que frequenta a discipl ina de Física de 1 2° ano é muito 
menor do q ue o número de alunos que frequenta a discipl ina de Química. No 
que diz respeito ao aproveitamento, a taxa de aprovação na discipl ina de 
Química é de 60% e de 5 1 % na discipl ina de Física. 
Tabela 1 .8. Dados referentes aos laboratórios escolares fornecidos pelos 
Conselhos Executivos. 
N° de laboratórios Rafio por escola 
Salas (2003) 2003 1 999* 
Laboratórios de Física 1 46 0,9 0,58 
Salas anexas ou afins aos LF 1 59 0,9 0,82 
Laboratórios de Química 1 76 1 ,0 0,82 
Salas anexas ou afins aos LQ 1 65 1 ,0 0,77 
Salas/ Laboratórios de FQ ** ** 0,07 
Técnicos de laboratório 65 0,4 0,34 
* Dados retirados de Martins et ai, 2002; * * Não há dados relativos a 2003 
A partir da análi e dos dados da tabela 1 .8 podemos concluir que existem mais 
laboratórios de Química do que de Física. Há escolas que não possuem 
laboratórios de Física ou de Química e algumas q ue não têm qualquer 
laboratório, existindo apenas salas adaptadas simultaneamente a laboratórios de 
Física e de Química, sobretudo nas escolas que só têm ensino básico. Tal como 
se verificou no estudo anterior com os professores (Martins et ai, 2002), 
mantém-se o reduzido número de técnicos de laboratório, isto é, de funcionários 
exclusivamente adstritos aos laboratórios de Física e Química, apesar das 
escolas respondentes não serem as mesmas nos dois estudos. Estes dados 
indicam uma tendência de melhoria desde 1 999, pois o número de laboratórios 
de Física e de Química e o número de salas anexas ou afins aos laboratórios 
aumentaram. Os dados recolhidos no presente estudo indicam também a 
existência de pelo menos um laboratório/sala para o ensino experimental por 
23 
Livro Branco da Física e da Química - Opin iões dos Alunos 2003 
Capítulo 1 - Caracterização da Amostra 
escola. Isto poderá estar em consonância com o crescente número de escolas 
construídas e renovadas, tendo em atenção os dados do relatório DGAE (2002). 
Nas 1 7 1 escolas, havia um total de 1 6 1 60 professores, dos quais 1 433 (9%) 
pertenciam aos grupos 4°A e 4°B, para um total de alunos de 68 1 23 que 
frequentaram as discipl inas de C iências Físico-Químjcas nos ensinos básico e 
secundário e Física e Química no 1 2° ano, o que equivale a uma média de 48 
alunos por professor. 
Ensino Superior 
Na tabela 1 .9 apresenta-se a distribuição da amostra de instituições do ensino 
superior que participaram neste estudo e o número de alunos respondentes. 
Tabela 1 . 9. Distribuição da amostra de alunos do ensino superior pelas 
tnstltUlçoes respon d entes 
Tipo de instituição Distrito Alunos (N) 
Univ. do Algarve Algarve 57 
Univ. de Aveiro Aveiro 39 
Univ. de Coimbra Coimbra 1 1 5 
Univ. de Évora Évora 37 
Univ . Nova de Lisboa Lisboa 206 
Univ. Clássica de Lisboa Lisboa 56 
[nst. Superior Pol itécnico Lisboa 60 
Total Lisboa 322 
Univ. do Porto Porto 1 98 
Esc. Superior de Educação Porto 1 3 
Total Porto 2 1 1 
TOTAL 6 781 
-* Percentagem calculada em relaçao ao total de alunos respondentes 
Sexo, idade, repetências e agrupamento frequentado 
Sexo - Responderam a esta questão: 
0/0* 
7 
5 
1 5 
5 
26 
7 
8 
4 1 
2 5 
2 
27 
1 00 
• 3042 (99%) alunos do ensino básico, dos quais 55% dos alunos 
respondentes eram do sexo feminino e 45% do sexo mascul ino; 
• 4029 (99%) alunos do ensino secundário, dos quais 55% dos alunos 
respondentes eram do sexo fem in ino e 45% do sexo mascul i no; 
24 
Livro Branco da Física e da Química - Opiniões dos Alunos 2003 
Capítulo 1 - Caracterização da Amostra 
• 743 (95%) alunos do ensino superior, dos quais 49% dos alunos 
respondentes eram do sexo feminino e 5 1 % do sexo masculino. 
Idade - Responderam a esta questão: 
• 2998 (98%) alunos do ensino básico, com uma média de idades de 1 5,02 
anos, (desvio padrão = 1 ,0 1 ), idade mínima 1 2 anoS (2 alunos) e máxima 20 
anos (3 alunos). 
• 3986 (98%) alunos do ensino secundário, com uma média de idades de 
1 6,75 anos (desvio padrão = 0,84); idade mínima 1 4 anos e máxima 22 
anos. 
• 770 (99%) alunos do ensino superior, com uma média de idades de 1 9,5 anos, 
(desvio padrão = 2,28), idade mínima 1 7 e idade máxima 38 ( I aluno). 
A distribuição por idades dos alunos dos 3 níveis de ensino está representada 
na tabela 1 . 1 0, em percentagem de respostas. 
Tabela 1 . 10. Distribuição das idades dos alunos do estudo (%) 
Idade Básico Secundário Superior 
12 anos 0, 1 
1 3 - 1 4 anos 33,7 0,2 
1 5 anos 42,4 0,5 
1 6 anos 1 4,4 4 1 ,9 
1 7 anos 7,2 44,0 1 ,9 
1 8 - 1 9 anos 2 , 1 1 2,5 65,6 
20 anos 0, 1 0,6 1 3,6 
2 1 -25 anos 0,2 1 6,8 
Mais de 25 anos 2,3 
Total 1 00 1 00 1 00 
Não resQonderam 2,3 3,2 1 ,4 
Média de idades ± 1 5,0 1 ± 1 ,09 1 6,75 ± 0,84 desvio Eadrão 
1 9,50± 2,28 
Repetências, áreas de estudo frequentadas no ensino 
secundário e opções de acesso ao ensino superior 
Apenas 6% dos alunos do I I ° ano e 9% dos alunos do 9° ano estavam a repetir 
o ano respectivo. 
Dos 4000 (98,7%) alunos do 1 1 ° ano que indicaram o agrupamento que 
estavam a frequentar, 93% frequentavam Cursos Gerais e 7% Cursos 
Tecnológicos, distribuídos da seguinte maneira: 
25Livro Branco da Física e da Química - Opiniões dos Alunos 2003 
Capítulo 1 - Caracterização da A mostra 
• 3664 ( 9 1 ,6%) frequentavam o Agrupamento 1 - Científico Natural - Curso 
Geral ; 
• 270 (6,8%) frequentavam Cursos Tecnológicos; 
• 65 ( 1 ,6%) alunos frequentavam o Agrupamento 2, no Curso Geral Artes e 
apenas 1 « 0,5%) aluno frequentava o Curso Tecnológico. 
Dos 774 alunos (99%) do ensino superior que responderam, 64% frequentavam 
um curso que tinha sido a sua primeira opção na candidatura ao ensino 
superior e 68% frequentavam a instituição de ensino superior que tinham 
escolhido em primeira opção. 
Nível de instrução do pai e da mãe 
Uti l izando uma tabela de classificação dos níveis de instrução dos pai s dos 
alunos, dividida em 1 1 categorias, descritas nas tabelas 1 . 1 1 , 1 . 1 2 e 1 . 1 3 , 
foi- lhes pedido para assinalarem qual o nível de instrução quer do pai, quer da 
mãe. 
Ensino Básico 
Responderam a esta questão 2983 alunos do 9° ano (97%) e os resultados estão 
registados na tabela 1 . 1 1 , em percentagens de respostas. 
O nível de instrução dos pais e mães da maioria dos alunos do 9° ano (85%) 
s itua-se entre um nível de instrução mínimo, a instrução primária completa e 
um máximo, o equivalente ao 1 1 0 ano de escolaridade, verificando-se que, em 
média, cerca de 4,5% dos pais e das mães nunca frequentaram a escola ou têm 
a instrução primária incompleta e 1 4% têm o equivalente ao ensino secundário 
( l 0°1 1 1 ° ano). 
Apenas cerca de 1 1 % dos alunos do 9° ano referem que o pai e a mãe têm um 
curso médio ou superior e 3% têm um nível de instrução correspondente a 
pós-graduações, mestrados e doutoramentos. Comparando os níveis de instrução 
do pai e da mãe, verifica-se que, sob o ponto de vista sociológico, existe a 
tendência da maioria dos pais dos alunos do estudo terem o mesmo ou níveis de 
instrução próximos. 
26 
Livro Branco da Física e da Química - Opiniões dos Alunos 2003 
Capítulo 1 - Caracterização da Amostra 
Tabela 1. 1 1. Níveis de instrução do pai e da mãe dos alunos do 90 ano (%) 
unca frequentou a escola / I nst. primária incompleta 
Instrução primária completa 
2° ano l iceal (6° ano escolaridade) 
5° ano l iceal (9° ano escolaridade) 
7° ano l iceal ( 1 0°/ 1 1 ° anos escolaridade) 
Curso médio/pol itécnico 
Curso superior/licenciatura 
Outros (nível superior ao de licenciatura*) 
Total 
* Pós Graduação, Mestrado, Doutoramento 
Ensino Secundário 
Pai Mãe 
4 5 
34 32 
20 23 
17 
14 
3 
5 
3 
1 00 
1 5 
1 4 
2 
6 
3 
1 00 
Responderam a esta questão 400 1 alunos do 1 1° ano (97%) e os resultados 
estão registados na tabela 1. 1 2, em percentagem de respostas. 
Tabela J . 12. Níveis de instrução do pai e da mãe dos alunos do 1 J o ano r>/o) 
unca frequentou a escola/Instrução primária incompleta 
Instrução primária completa 
2° ano l iceal (6° ano escolaridade) 
5° ano l iceal (9° ano escolaridade) 
7° ano liceal ( 1 0°/1 1 ° anos escolaridade) 
Cur o médio/politécnico 
Curso superior/licenciatura 
Outros (nível superior ao de l icenciatura*) 
Total 
* Pós Graduação, Mestrado, Doutoramento 
Pai 
2 
26 
1 3 
1 6 
2 1 
5 
1 2 
5 
1 00 
Mãe 
I 
26 
1 4 
I S 
2 1 
4 
1 4 
5 
1 00 
o nível de instrução da maioria dos pais e mães da maioria dos alunos do 1 1 ° 
ano (76%) s itua-se entre um nível mínimo, instrução primária completa e um 
máximo, equivalente ao actual 1 ] 0 ano escolaridade (antigo 7° ano l iceal) , 
verificando-se ainda que, em média, cerca de 2% dos pais e I % das mães 
nunca frequentaram a escola ou têm a instrução primária incompleta. 
Aproximadamente 17% dos alunos referem que o pai e J 8% a mãe, possuem 
um curso médio ou um curso superior e 5% têm um nível de instrução 
correspondente a pós-graduações, mestrados e doutoramentos. Tal como para 
os alunos do EB, verifica-se a mesma equiva lência entre os n íveis de instrução 
do pa i e da mãe. Há um l igeiro aumento dos n íveis máximos de instrução e 
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Livro Branco da Física e da Química - Opiniões dos Alunos 2003 
Capítulo 1 - Caracterização da Amostra 
diminuição dos mínimos, isto é, em média, o nível de instrução dos pais dos 
alunos do 1 1 ° ano é mais elevado do que o dos pais dos alunos do 9° ano. 
Ensino Superior 
Responderam a esta questão 778 dos alunos do ensino superior (99,6%) e os 
resultados estão registados na tabela 1 . 1 3, em percentagens de respostas. 
Tabela 1. 13. Níveis de instrução do pai e da mãe dos alunos do ensino superior (1/0) 
Pai Mãe 
Nunca frequentou a escola/Inst. primária incompleta 2 3 
Instrução primária completa 25 25 
2° ano l iceal (6° ano escolaridade) 9 I I 
5° ano l iceal (9° ano escolaridade) 1 6 1 5 
7° ano l iceal ( 1 0/ 1 1 ° anos escolaridade) 1 8 1 9 
Curso médiolbacharelato 1 0 6 
Curso superior/licenciatura 1 4 1 7 
Outros (nível superior ao de l icenciatura*) 6 4 
Total 1 00 1 00 
* Pós-Graduação (pai 1,4%; mãe 1, 0%), Mestrado (pai 1, 9%; mãe 1,4%) e 
Doutoramento (pai 2,3%; mãe 1,2%) 
o nível de instrução da maioria dos pais dos alunos do ensino superior (69%) 
situa-se entre um nível mínimo, instrução primária completa e um máximo, 
equivalente ao actual J J O ano escolaridade (antigo 7° ano l iceal), 
verificando-se ainda que, em média, cerca de 2% dos pais e 3% das mães 
nunca frequentaram a escola ou têm a instrução primária incompleta e 1 9% 
possuem o equivalente ao ensino secundário. Aproximadamente 24% dos 
alunos referem que o pai e 23% a mãe, possuem um curso méd io ou um curso 
superior e uma méd ia de 5% têm níveis de instrução correspondentes a 
pós-graduações, mestrados e doutoramentos. 
No gráfico 1 . 1 apresentam-se os resultados globais dos alunos dos 9° e 1 1 ° anos 
e ensino superior em percentagem de respostas, tendo-se associado os resultados 
correspondentes às categorias 1 - nunca frequentou a escola e 2- instrução 
primária incompleta e às categorias 9- pós-graduação, 1 0- mestrado e 
1 1 - doutoramento 
28 
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Capítulo 1 - Caracterização da Amostra 
Gráfico l . l. Percentagens médias dos níveis de instrução dos pais dos alunos 
do estudo (%) 
35 
30 
25 '" c .. 20 bJl 
.! c 1 5 '" '" ... .. c.... 1 0 
5 
O limII 
x"l; '? � 
n í ve i s de i n s trução 
I!I EB+ES Pai � EB+ES M ãe D ESup Pai � ESup M ãe I 
o nível de instrução dos pais e das mães da maioria dos alunos do estudo (33% 
EB, 26% ES, 25% ESup.) é o 4° ano de escolaridade, embora este nível de 
instrução predomine sobretudo entre os pais e mães dos alunos do EB (gráfico 
1 . 1 ) . G lobalmente, o nível de instrução dos pais e mães dos alunos do 1 1 ° ano é 
significativamente mais e levado do que o dos alunos do 9° ano e o dos alunos 
que frequentavam o ensino superior é também mais elevado do que o dos 
alunos dos 9° e I I ° anos. 
Prosseguimento de estudos e cursos que os alunos pretendem 
seguir 
Nesta secção anal isam-se os resu ltados das respostas dos alunos às questões 
colocadas sobre as suas expectativas no prosseguimento de estudos e cursos 
que pretendiam seguir no ensino secundário e ensino superior, respectivamente. 
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Capítulo 1 - Caracterização da Amostra 
I ntenção de prosseguimento de estudos 
Ensino Básico 
Numa das questões colocadas aos alunos do 9° ano, perguntava-se se 
pretendiam prosseguir os seus estudos no ensino secundário, com 3 opções de 
resposta: 1 - sim; 2- não e 3- não sei. Seguidamente, pedia-se para assinalarem 
o tipo de cursos e área de estudos onde pretendiam prosseguir os seus estudos 
no ensino secundário, de acordo com a especificação da tabela 1 . 1 5 . 
Responderam 3029 (99%) alunos do 9° ano, dos quais 87% dizem querer 
prosseguir

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