Buscar

CONSTITUIÇÃO ANTERIOR X CONSTITUIÇÃO NOVA

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 15 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 6, do total de 15 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 9, do total de 15 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Prévia do material em texto

FAMA- FACULDADE DE MACAPÁ
BACHARELADO EM DIREITO
ALEX CALDAS REIS
ARINALDO FRAZÃO FERNANDES
ADRIEL WALLISON AMARAL FERREIRA
CARLOS ALBERTO DA SILVA E SILVA
DORIVAN COELHO
MANUELA GARCÊZ MORAES
MARIANNA PAIVA
NARCISO SANCHES DE OLIVEIRA FILHO
REGIANE CORRÊA
RENATO 
WALNAYA DA SILVA SOUSA
CONSTITUIÇÃO ANTERIOR X CONSTITUIÇÃO NOVA
LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL X CONSTITUIÇÃO NOVA
MACAPÁ
2017
ALEX CALDAS REIS
ARINALDO FRAZÃO FERNANDES
ADRIEL WALLISON AMARAL FERREIRA
CARLOS ALBERTO DA SILVA E SILVA
DORIVAN COELHO
MANUELA GARCÊZ MORAES
MARIANNA PAIVA
NARCISO SANCHES DE OLIVEIRA FILHO
REGIANE CORRÊA
WALNAYA DA SILVA SOUSA
CONSTITUIÇÃO ANTERIOR X CONSTITUIÇÃO NOVA
LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL X CONSTITUIÇÃO NOVA
Trabalho apresentado à disciplina Direito Constitucional como requisito avaliativo para obtenção de nota parcial Bimestral do curso de Bacharelado em Direito do 1° semestre da Faculdade de Macapá, tendo como orientador. 
Prof: Léo Furtado
MACAPÁ
2017
1-INTRODUÇÃO
“Estamos diante de um dos temas mais fascinantes do direito, qual seja, o do direito intertemporal”, segundo Pedro Lenza. Sendo o mesmo uma ferramenta que evidencia o respeito ao direito adquirido do cidadão. O objetivo do presente trabalho é lacônico sobre a correlação entre a Constituição Anterior e a Nova Constituição, ou seja, a analogia do direito com o passado, presente e futuro. 
O Poder Constituinte é responsável por elaborar uma nova constituição. E com o advento dessa nova Constituição, o que acontece com a Ordem Jurídica Anterior, E com as normas que foram elaboradas na vigência da Constituição anterior? Serão revogadas? Serão reeditadas? Perderão a validade? Essas e outras questões serão abordadas no decorrer no trabalho.
2-CONSTITUIÇÃO ANTERIOR X CONSTITUIÇÃO NOVA
LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL X CONSTITUIÇÃO NOVA
A Constituição é o ato de constituir, de estabelecer e de firmar. Contém normas referentes à estruturação do Estado, à formação dos poderes públicos, forma de governo e aquisição do poder de governar, distribuição de competências, direitos, garantias e deveres do cidadão. A constituição individualiza os órgãos competentes para a edição de normas jurídicas, legislativas ou administrativas. Deste modo,é alei maior ou norma de ordem superior. Portanto, éa ordem jurídica fundamental e suprema de um Estado. 
“A Constituição pode ser entendida como o conjunto de normas fundamentais que exterioriza os elementos essenciais de um Estado, segundo Kelsen”
Com o ingresso de uma nova Constituição no ordenamento jurídico de um Estado, presenciam-se os seguintes fenômenos:
1- Recepção: A legislação infraconstitucional que não for contrária à nova ordem constitucional é por ela recepcionada, admitida como válida. Não seria razoável inutilizar toda a legislação ordinária construída ao longo dos tempos. Continuam válidos todos os atos legislativos editados na vigência do ordenamento jurídico anterior, sendo recebidos e adaptados à nova ordem jurídica, não precisando serem reeditados, recriados ou refeitos, mediante outra manifestação legislativa.
A legislação infraconstitucional recebe a natureza que a nova ordem constitucional reservou para a matéria (Ex: CTN foi recepcionada como lei complementar, embora tenha sido criada sob a forma de lei ordinária).
2 - Recepção material de normas constitucionais: É a persistência de normas constitucionais anteriores que conservam, em caráter secundário, a qualidade anterior de normas constitucionais.
Essas normas são recebidas por prazo determinado, em decorrência de seu caráter precário.
Ex: art. 34, caput e § 1º do ADCT. Que garantem, expressamente, como norma Constitucional no novo ordenamento jurídico, a continuidade de artigos da Constituição anterior.
Contudo, pela própria natureza do Poder Constituinte Originário, que é a de criar um novo Estado, isto é, romper de vez com o antigo ordenamento jurídico, a recepção material só será admitida se assim determinar, expressamente, a nova Constituição; caso contrário, as normas anteriores serão revogadas.
3 - Revogação: As leis não recepcionadas pela nova ordem jurídica perdem a sua vigência, por força dos efeitos ab-rogativos do ditame da revogação. Não é necessário preceito revogatório expresso para que sejam assim; Assim, todas as pautas de comportamento desconformes com o novo texto maior saem da ordem jurídica, automaticamente.
A simples manifestação constituinte de primeiro grau concretiza, imediatamente, o ditame da revogação, haja vista que “Lex posterior derogat priori" (lei posterior derroga a anterior).
4 - Repristinação: Presencia-se o fenômeno da repristinação quando uma lei volta a vigorar, eis que revogada aquela que a revogara. A Lei de Introdução ao Código Civil, em seu art. 2º,§3º, veda expressamente a repristinação: “Salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por ter a lei revogadora perdido a vigência”. Também não se admite o fenômeno da repristinação no direito constitucional, salvo se houver expressa previsão no texto da nova Constituição. A legislação infraconstitucional revogada pela vigência de uma Constituição não se restaura pelo surgimento de uma nova Lei Maior.
Como ilustração, vejamos o entendimento do STF sobre o assunto
“EMENTA: Agravo regimental – Não tem razão o agravante. A recepção de lei ordinária como lei complementar pela Constituição posterior a ela só ocorre com relação aos seus dispositivos em vigor quando da promulgação desta, não havendo que pretender-se a ocorrência de efeito repristinatório, porque o nosso sistema jurídico, salvo disposição em contrário, não admite repristinação (artigo 2.º, § 3.º, da Lei de Introdução ao Código Civil). Agravo a que se nega provimento” (AGRAG 235.800/RS, rel. Min. Moreira Alves, DJ, 25.06.1999, P.16, Ement. V. 01956-13, p. 2660, 1ª Turma – original sem grifos).
3-INCONSTITUCIONALIDADE SUPERVENIENTE
Nos casos em que as normas infraconstitucionais produzidas antes do advento da nova Constituição e que sejam incompatíveis com a mesma, não há que se falar em inconstitucionalidade; apenas, como visto, em revogação por ausência de recepção.
Conforme previsto no art. 102, I, a, da CF/88 – o Supremo Tribunal Federal (STF), não admite a teoria da inconstitucionalidade superveniente de ato normativo elaborado antes do advento da nova Constituição. Fala-se, apenas, caso sejam compatíveis, em recepção; ou, caso incompatíveis, revogação por ausência de recepção.
Assim sendo e, de acordo com o STF, vigora o princípio da contemporaneidade; isto é, uma lei só é constitucional caso obedeça aos preceitos legais da Constituição sob a qual ela foi produzida.
5 - Desconstitucionalização: É o fenômeno segundo o qual as normas da antiga Constituição, desde que compatíveis com a nova sistemática jurídica, permanecem em vigor, mas com a forma de lei infraconstitucional.
Como regra, não existe no Brasil. Porém poderá ser imposta pelo Poder Constituinte Orignáriose , expressamente, a requerer
Trata-se da recepção - pela nova Constituição - das normas da Constituição anterior, que são compatíveis com o novo ordenamento jurídico; agora, porém, com o status de norma infraconstitucional. 
6 - Mutação Constitucional: Trata-se de um processo informal de modificação do conteúdo, sem que ocorra qualquer alteração em seu texto. É o que ocorre com o surgimento de um novo costume constitucional ou quando o STF altera o sentido de uma norma da Constituição por meio da interpretação.
7 - "VacatioConstitutionis":É o período de tempo entre a publicação de uma nova Constituição e a sua entrada em vigor.
4-CONSTITUIÇÃO DO BRASIL DE 1967
A Constituição  Brasileira de 1967 foi aprovada pelo Congresso Nacional o qual fora transformado em Assembleia Constituinte através do Ato Institucional n. 4, sendo atribuída a prerrogativa de poder constituinte originário. Os membros da oposiçãoforam banidos e a Carta Constitucional foi organizada sob pressão e encomenda dos militares, os quais preconizavam legalizar e institucionalizar o regime ditatorial militar.
 Nesse ínterim, vale ponderar o que asseveram Marcos Arruda e César Caldeira:
“A necessidade da elaboração de nova constituição com todos os atos institucionais e complementares incorporados, foi para que houvesse a reforma administrativa brasileira e a formalização legislativa, pois a Constituição de 18 de Setembro de 1946 estava conflitando desde 1964 com os atos e a normatividade constitucional, denominada institucional”.
Pode-se depreender a partir do posicionamento supra citado que esta Carta procurou institucionalizar o regime ditatorial, ampliando os poderes do Executivo em detrimento do Legislativo e Judiciário, engendrando uma organização hierárquica constitucional. O Poder Executivo exercia, com caráter exclusivo, a prerrogativa de criar emendas constitucionais, sem a anuência do Poder Judiciário e legislativo.
Faz-se mister considerar que esta Carta Constitucional tornou-se, na maioria de suas matérias, inerte, devido à imposição do Ato Institucional n. 5 (1968) e pela Emenda n. 1 (1969).
As principais medidas do texto constitucional são as seguintes:
1. Estribou todo o arcabouço de poder na Segurança Nacional;
2. Aumentou os poderes da União e do Poder Executivo em conflito com os interesses dos demais Poderes;
3. Ocorreu reformulação do sistema tributário nacional;
4. É conferido ao Poder Executivo o condão de legislar em matéria de orçamento e segurança;
5. Ação de suspensão de direitos políticos e individuais (art. 151. Aquele que abusar dos direitos individuais previstos nos §§ 8º, 23, 27 e 28);
6. Eleição indireta para Presidente da República;
7. Instituiu-se a pena de morte para crimes de segurança nacional;
8. Abre margem para posterior imposição de leis de censura e banimento;
9. Aniquilou a autonomia dos Municípios;
10. Autorização para expropriação.
O Ato Institucional Número Quatro, ou AI-4 foi baixado por Humberto de Alencar Castelo Branco em 7 de dezembro de 1966, com a intenção de organizar e discutir uma nova Constituição ao Brasil que seria condizente ao governo militar instaurado em 1964.
Castelo Branco, por meio do AI-4, convocou o Congresso Nacional para a votação e promulgação do projeto de Constituição, que revogava definitivamente a Constituição de 1946. Esta já havia recebido tantas emendas, que estava totalmente descaracterizada. No Ato está descrito os pareceres e caminhos que deverão ser seguidos para a elaboração da nova Constituição - que será derrubada apenas pela formulação da Constituição de 1988, três anos após o término do Regime Cívil- Militar.
O presidente Castelo Branco foi designado a reunir uma Comissão Mista, composta por onze senadores e onze deputados - todos da sua escolha.
Então, no dia 24 de janeiro de 1967, foi Outorgada pelo Congresso Nacional uma nova Constituição, a quinta da história do país, quarta do período republicano. Essa Constituição, que dava grandes poderes ao presidente da República, seria modificada pela Emenda Constitucional n° 1, de 17 de outubro de 1969, que tornou o poder político ainda mais centralizado nas mãos do Executivo.
O Ato Institucional Número Cinco (AI-5) foi o quinto de dezessete grandes decretos emitidos pela ditadura militar nos anos que se seguiram ao golpe de estado de 1964 no Brasil. Os atos institucionais foram a maior forma de legislação durante o regime militar, dado que, em nome do "Comando Supremo da Revolução" (liderança do regime), derrubaram até a Constituição da Nação, e foram aplicadas sem a possibilidade de revisão judicial.
O AI-5, o mais infame de todos os Atos Institucionais, foi emitido pelo presidente Artur da Costa e Silva em 13 de dezembro de 1968.Isso resultou na perda de mandatos de parlamentares contrários aos militares, intervenções ordenadas pelo presidente nos municípios e estados e também na suspensão de quaisquer garantias constitucionais que eventualmente resultaram na institucionalização da tortura, comumente usada como instrumento pelo Estado.
Os militares golpistas reduziram as liberdades individuais e coletivas, suspenderam direitos e garantias constitucionais, e passaram a governar através dos execráveis Decretos-lei, usurpando a competência do Poder Legislativo.
5-EMENDA DE 1969
Editada em 17 de outubro de 1969, a emenda n° 1 foi decretada pela junta militar entrando em vigor no dia 30 de novembro deste mesmo ano, fomentando assim, grandes modificações na Carta de 1967.
A Junta Militar ficou no comando do governo brasileiro por intermédio do Ato Institucional n° 12 que permitia que os militares governassem temporariamente, enquanto o Presidente Arthur Costa da Silva estivesse afastado do cargo pelo motivo de doença, assim, sob a ótica do AI 5 tanto o Congresso Nacional quanto a Assembleia Legislativa encontravam-se literalmente fechados. Notadamente, esta emenda ao qual abordamos foi outorgada pelos militares.
 Paulatinamente, o trato a esta emenda modificou significativamente o texto da Carta de 67, como os padrões de governo que estava decretado e assim, transparecer de legitimidade aos atos praticados pelos militares, em especial aos Atos Institucionais (AI) vigentes naquela época. Como principais características desta “constituição” evidenciamos:
Apelidada pelos juristas de Constituição de 1969;
Aumento do mandato presidencial para cinco anos (quinquênio);
Estabelecimento de eleições indiretas para o cargo de governador do Estado;
Extinção das imunidades dos parlamentares;
Concebida como “constituição” mais autoritária da história;
Conferiu amplos poderes ao poder executivo federal, na figura do Presidente da República.
	É relevante entendermos o posicionamento da doutrina minoritária, para Montoro (1975) a emenda a qual estamos tratando não trouxe grandes alterações no ordenamento jurídico, já a doutrina majoritária é oponente a esta afirmação, pois segundo Silva:
Teórica e tecnicamente não se tratou de uma emenda, mas de uma nova constituição. A emenda só serviu como mecanismo de outorga, uma vez que verdadeiramente se promulgou texto integralmente reformulado, a começar pela denominação que se lhe deu: Constituição da República Federativa do Brasil, enquanto a de 1967 se chamava apenas da Constituição do Brasil (p. 89, 2016).
	Vale ressaltar, que O Supremo Tribunal Federal tem um consenso harmonizado que diz ser o documento produzido em 69 uma nova Carta, pelas razões estruturais e pela maneira impositiva do novo documento. Por essa razão o entendimento é de que não tratou-se de uma emenda, mas sim de uma nova Carta Magna.
Mas, é extremamente notável compreendermos que é praticamente pacífico entre a maioria dos especialistas que, o documento apresentado não foi a Constituição Federal de 1969, mas tão somente uma releitura da Carta de 1967, neste âmbito se esclarece o porquê desta emenda ser apelidada de “Constituição de 1969”.								Contudo, quando do estabelecimento da Constituição Federal de 1988, a nossa atual Carta, o que foi revogado na verdade foi a Carta Magna de 1967 com sua interpretação de 1969.
6-CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DE 1988
“Constituição Cidadã”, desde os últimos governos militares nosso País experimentou um novo momento de redemocratização, conhecido como abertura. Esse processo se acelerou a partir do governo de Em 15 de março de 1974, o general Ernesto Geisel assume a presidência da República. Em seu discurso, Geisel comprometia-se em recuperar o desenvolvimento econômico e reimplantar a democracia. A frase “distensão lenta, segura e gradual”, caracterizou o seu governo. Esse processo de redemocratização, também conhecido como abertura, teve o fulcro e mobilização de várias instituições civis, entre elas a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).
O sucessor na Presidência da República, eleito de forma indireta, foi o general João Baptista Figueiredo, assumindo o cargo em 1979. Com a multiplicação de apoiopela anistia de presos e exilados, o Presidente ratificou a Lei da Anistia, a qual fora votada no Congresso. Depois de diversas campanhas, sendo a mais conhecida a “Diretas-já”, mesmo sendo derrotada, contribuiu de forma significativa para que, em 1985, de forma indireta, o poder fosse devolvido a um civil. Dessa forma, os valores democráticos foram restabelecidos aos cidadãos brasileiros e a Nova República pôs termo às ditaduras militares.
9.2. Características
Em novembro de 1986, uma Assembleia Nacional Constituinte foi eleita a fim de elaborar uma nova Constituição. Em 5 de outubro de 1988, com transmissão ao vivo pela imprensa televisionada brasileira, a nova Lei Maior foi promulgada. Contendo 245 artigos na parte permanente e 73 no Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, as principais características dessa Constituição estão a seguir arroladas:
1. Assegura princípios fundamentais ínsitos à necessidade humana, servindo de fulcro o princípio da dignidade da pessoa humana (CF, art. 1º a 4º);
2. Instituiu-se o Superior Tribunal de Justiça, substituindo o Tribunal Federal de Recursos;
3. Estabeleceu o mandado de segurança coletivo (CF, art. 5º, LXX), mandado de injunção (CF, art. 5º, LXXI) e habeas data (CF, art. 5º, LXXII).
4. Reforma eleitoral, estabelecendo a faculdade de exercício do direito do voto aos analfabetos e brasileiros maiores de dezesseis e menores de dezoito anos;
5. A propriedade atenderá a sua função social (CF, art. 5º, XXIII);
6. Repúdio ao racismo, passando a ser crime inafiançável (CF, art. 4º, VIII);
7. Assegura aos índios a posse permanente de suas terras;
8. Assenta novos direitos trabalhistas (CF, art. 7º).
Por todos os avanços que podemos verificar na Constituição de 1988, o deputado Ulisses Guimarães, o qual presidiu a Assembleia Constituinte, a denominou de Constituição-cidadã. É interessante destacar também que, com base no art. 64 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, exemplares da Constituição do Brasil foram distribuídos por todo o país. Por fim, em 1993, ocorreu um plebiscito sobre a forma e sistema de governo. Nessa ocasião, o povo brasileiro (a grande maioria sem discernimento sobre o assunto), decidiu pela manutenção da república presidencialista. Paulo Bonavides faz uma importante exposição:
“O destino da nova Constituição do Brasil vai depender em larga parte da adequação do novo instrumento às enormes exigências de uma sociedade em busca de governos estáveis e legítimos, dos quais possa a Nação esperar a solução de seus problemas cruciais de natureza política e estrutural.” 
7-CARACTERES DIFERENCIADORES E CORRELATOS
Observa-se que a Constituição brasileira de 1988 apresenta certa identidade principiológica com a Constituição de 34 e a Constituição de 46. A Carta de 1934 teve méritos de cunho progressista, ao institucionalizar uma revisão na estrutura político-social brasileira, como por exemplo, as políticas de inclusão social que se sucederam na época. É importante reiterar que a Lei Maior de 34 contribuiu significativamente para a consolidação da democracia no Brasil. O próprio preâmbulo desta Carta ratifica tais conclusões, quando aduz: “organizar um regime democrático, que assegure à Nação a unidade, a liberdade, a justiça e o bem-estar social e econômico”.  Do mesmo modo, a Constituição de 46 também apresenta aspectos correlatos ao apresentar caráter democrático e ao pressupor avanços no que tange aos direitos fundamentais do cidadão brasileiro.
Pode-se notar que se empregaram meios a fim de relacionar os direitos sociais, os quais asseguram certa igualdade e dignidade, ínsitos na Constituição de 1988, com os princípios de igualdade política concernentes ao tradicional liberalismo estrito, presente na Constituição de 1891, o qual preconiza a intervenção do Estado na economia capitalista por intermédio de políticas de índole keynesiana e populista, oferecendo oportunidades iguais para todos. Faz-se necessário esclarecer que em relação ao Neoliberalismo, doutrina de grande aceitação nas últimas décadas do século XX, a Constituição brasileira de 1988 apresenta acentuadas divergências. Segundo o Dicionário eletrônico Aurélio século XXI: “O neoliberalismo se contrapõe à tendência anterior de aumento da intervenção governamental, em economias capitalistas, como resultado da adoção de políticas sociais de natureza assistencial e de políticas econômicas keynesianas”. 
Parece claro, portanto, que a Carta Magna de 1988 está correlacionada com os princípios keynesianos, ao idealizar “o Estado como provedor de condições mínimas de renda, educação, saúde, etc., consideradas como direitos dos cidadãos”. Esta doutrina do WelfareState constitui-se como preceito da Constituição de 1891 e que atinge a atual Carta brasileira. De forma sintética, podemos dizer que o liberalismo (que não se confunde com o neoliberalismo) está presente, em alguns pontos, na Constituição atual, diferentemente do neoliberalismo que prega a redução do papel do estado no âmbito sócio-econômico, o qual diverge do atual modelo constitucional brasileiro.
Faz-se oportuno salientar o interessante posicionamento de Jorge Miguel ao explanar sobre a inserção da palavra Deus no preâmbulo da Constituição, sendo que a única a excluí-la foi a de 1891, sob influência do cientificismo:
“A Carta de 1824 invocou o Deus cristão e católico: Santíssima Trindade. Os constituintes de 1934 puseram sua confiança em Deus. Os de 1946 alegam sob a proteção de Deus. A Carta de 1967 invoca a proteção de Deus. Em 1988, os constituintes voltam ao texto de 46 e de lá se inspiram ao promulgar a Carta sob a proteção de Deus”.
O preâmbulo da atual Carta Magna além de ser o mais extenso de todas as Constituições, elucida que o Poder Constituinte pertence ao Povo, conforme esquematiza Jorge Miguel
8-LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL
	É a norma, preceito, regramento, regulamento e lei que estão hierarquicamente abaixo da Constituição Federal. A Constituição Federal é considerada a Lei Maior do Estado, e as demais normas jurídicas são consideradas infraconstitucionais, pois são inferiores às regras previstas na Constituição.
9-CONCLUSÃO
Comparando-se Portanto, que a constituição anterior outorgada pelo regime militar no ano de 1967,com a posterior de 1988 conhecida e titulada por “Constituição Cidadã” ocasionaram uma mudança extremamente visivel no ordenamento juridico brasileiro. Entendemos, que naquele momento, saindo o País de uma longa ditadura que durou mais de vinte anos na qual morreram milhares de brasileiros, afora outros tantos que foram torturados e exilados e ainda chocados com a morte do Presidente Tancredo Neves, depositário das grandes esperanças e aspirações do povo brasileiro, a Assembléia Nacional Constituinte produziu a melhor Constituição que, na circunstância, poderia produzir, com avanços sociais extraordinários, além da consagração de direitos e garantias fundamentais entre outros.
10-REFERÊNCIAS
LENZA, Pedro. Direito Constitucional esquematizado, 13 ed. rev., atual. eampl..ed. Saraiva, 2009.
CANOTILHO, j.j. Gomes, MOREIRA, Vidal. Fundamentos da constituição. Coimbra Editora. 1991, p. 41
MONTORO, Eugênio Franco. O município da Constituição Brasileira. São Paulo. Educ. 1975
SILVA, José Afonso da. Curso de direito constitucional positivo/ José Afonso da Silva. – 39. Ed., ver. E atual./ até a Emenda Constitucional n 90, de 15.9.2015 – São Paulo: Malheiros, 2016. 
História e Vida integrada de Nelson Piletti& Claudino Piletti.

Outros materiais