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IFCH – Instituto de Filosofia e Ciências Humanas Graduação: Relações Internacionais Matéria: Introdução à Política Internacional Prof.: Paulo Afonso Velasco Júnior Aluno: João Victor Botelho Santos Aluna: Lorranny Marçal Pita A Evolução da Sociedade Internacional Resumo do capítulo 18 do livro de Adam Watson Adam Watson, no capítulo 18 do seu livro “evolução da sociedade internacional”, discute acerca da expansão da ideia do equilíbrio de poder no sistema europeu. Assim como o Tratado de Vestfália, esse novo conceito nada mais é do que uma tentativa de conter uma possível hegemonia que possa dominar as outras nações, que naquele momento é exemplificada pela ameaça de uma coalizão entre França e Espanha. A ideia de que esses dois reinos pudessem se unir sob o comando de uma única coroa fez com que os outros reinos europeus, principalmente a Inglaterra, se erguessem em um movimento anti- hegemônico que resultou no Acordo de Utrecht, de 1714. Os princípios do acordo delegado pelo Reino inglês definiam que para que o neto de Luís XIV assumisse seu lugar como herdeiro da coroa espanhola, ele deveria abdicar de qualquer pretensão à coroa francesa. Os venezianos e outras várias comunidades europeias também não queria uma hegemonia, já que tinham obtido suas independências comerciais com total liberdade para vender para quem quisessem. O “equilíbrio móvel contínuo” para essas comunidades pequenas também era interessante, pois impedia que houvesse uma hierarquia de Estados, deixando-as no mesmo nível de grandes potências. O acordo, dessa forma, ponha limites até mesmo nas ações de Estado em soberanos para que assim não surtissem tensões no Sistema Internacional Europeu. Motivo pelo qual o Acordo de Utrecht é chamado de “la paix anglaise” (a paz inglesa), pois, foi por meio dele que a Grã-bretanha impôs na Europa uma relativa paz que dura até a Revolução Francesa. Watson também aborda o aspecto antifrancês do acordo, pois a França ainda era uma potência de grande poder e, sabendo disso, os britânicos usaram o acordo com uma forma de conter influência francesa. E é com base nessa contenção que o Sistema se multilateraliza, o equilíbrio se apoia em cinco grandes estados (França, Grã-Bretanha, Prússia, Áustria e Rússia) e também em países de segunda classe como Espanha e Dinamarca. Outro fato do século XVIII que Watson analisa é a busca dos interesses do Estado baseados em termos de poder. Para Adam Watson, O sistema europeu pode ser resumido em diagrama de forças que ele compara ao sistema solar, onde os corpos celestes interagem entre si de acordo com suas massas e distâncias, nesse caso, os estados mais fortes submetendo os mais fracos, porém, para que isso funcionasse, deveria ver constantemente um ajuste do equilíbrio para conter essas potências e preservar a independência dos outros Estados. Outro ponto de nota e a mudança na perspectiva política em ferida pelo iluminismo. Enquanto antes era comum a crença de divindade do rei e até de ideias absolutistas de que o rei representava o estado (Luís XIV), em contrapartida, com iluminismo, vem à tona o despotismo e os governantes que não se veem mais acima do povo, mas a serviço dele. É nesse contexto que o autor nos mostra quatro elementos que compõem o sistema europeu, e que estão apoiados no conceito de equilíbrio: direito internacional, legitimidade, diálogo diplomático e o uso da força. • Direito Internacional O direito internacional é proposto como substituinte do sistema hegemônico, pois, Como não haverá mais nenhuma potência na função de ditar regras e como a sociedade de estados do necessita manter o equilíbrio sem acaba com a soberania, os membros soberanos decidiram instaurar normas que regulariam as relações entre eles. Essas regras foram baseadas em condutas pré existentes comum a esses estados, que o historiador Heeren chama de modos e religião dos Estados membros. O objetivo do direito internacional é por ordem ao sistema anárquico, quase uma analogia ao contratualismo da sociedade doméstica, só que sem a perda da independência das soberanias. Watson aponta o estadista suíço Vattel como um dos pensadores do Direito Internacional. Vattel introduz o conceito de “direito das nações” e defende que todos os Estados, grandes ou pequenos, são iguais perante a lei, desde que essa igualdade seja defendida pelo equilíbrio de poder. Porém, havia muita discussão acerca do conflito entre os dois, pois, enquanto direito leva tempo até ser adaptar, o equilíbrio é móvel e tratado com prioridade, porque é ele que assegura o cumprimento das leis. Essa discussão, entretanto, só é resolvida no acordo de Viena. • A legitimidade O Acordo de Utrecht rompeu com as antigas formas de se obter legitimidade. Após ele, não basta apenas a hereditariedade ou apoio de poderes locais, pois, depois de Utrecht é exigido o reconhecimento dos outros Estados da Sociedade Internacional para que o líder exerça sua soberania e fale e aja em nome do seu Estado. • O diálogo diplomático Originário das cortes italianos com método de negociação entre os príncipes, o diálogo diplomático multilateral contínuo teve grande aceitação na sociedade internacional europeia depois de Utrecht. Os jovens nobres eram instruídos no campo diplomático desde os níveis mais baixos antes desse elevarem o eficiente para serem enviados a outras cortes. E, por serem aristocratas, podiam se envolver nas atividades da monarquia na qual estavam instalados. Havia entre os diplomatas dos diferentes países em uma corte uma proximidade amigável que contribuir para a troca de ideias e informações entre eles. O que permitia a eles uma previsão das atitudes do soberano da corte em que estavam alocados e o conhecimento de uma maneira de influencia-los. É só através do diálogo diplomático contínuo que se torna possível a manutenção do equilíbrio de poder e do direito internacional além de outros aspectos da sociedade de estados. • Uso da força O uso da força é usado principalmente quando todas as outras maneiras de manter o equilíbrio por vias diplomáticas se esgotam. A guerra usada em último caso devido a seus elevados custos, era preferível então o uso do exército como demonstração de poder. Havia também a concepção de que apenas as guerras pequenas promoviam ajustes, enquanto as grandes só causavam destruição. Adam Watson termina o capítulo com três análises do século XVIII sobre a sociedade internacional. Ele expõe as visões de Voltaire, Vattel e Heeren. Basicamente as três visões concordam que o equilíbrio de poder foi de suma importância ao Sistema de Estados e reconhecem os fatores únicos que propiciaram a manutenção do Sistema Europeu. Voltaire reconhece a Europa como uma grande república, que mantém relações multilaterais constantes. Vattel fala da importância dada pelo Sistema Europeu a manutenção das independências e da formação de alianças anti-hegemônicas. E Heeren compara o Sistema Macedônio ao Europeu e ressalta a importância da presença da Alemanha no Sistema Europeu na função de esponja que manteria o equilíbrio dentre daquela comunidade de Estados. Por fim, Adam Watson reafirma a importância do equilíbrio dentro da Europa e a singularidade que propiciou o grande amadurecimento de Sistema Europeu.
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