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Artigo Margareth Silva Santos Peçanha

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UCAM – UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
MARGARETH SILVA SANTOS PEÇANHA
EDUCAÇÃO JESUÍTICA
A EDUCAÇÃO NO BRASIL COLÔNIA
GUAPIMRIM
2015
UCAM – UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
MARGARETH SILVA SANTOS PEÇANHA
EDUCAÇÃO JESUÍTICA
A EDUCAÇÃO NO BRASIL COLÔNIA
Artigo Científico Apresentado à Universidade Candido Mendes – UCAM, como requisito parcial para obtenção do título de Especialista em História do Brasil.
GUAPIMRIM 
2015
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EDUCAÇÃO JESUÍTICA
A EDUCAÇÃO NO BRASIL COLÔNIA
Margareth Silva Santos Peçanha�
RESUMO
	
	O presente artigo tem como objetivo a introdução de um modelo de educação na época do Brasil colônia. O mesmo é uma revisão bibliográfica que fala da introdução da educação no Brasil através dos jesuítas, onde passaremos primeiramente pelo conceito de colônia e posteriormente em como foi introduzida essa forma de educação que era regulamentada por um documento chamado Ratio Studiorum. Mostraremos também, a grande dependência de que eram obrigados os jesuítas a cumprir. Tendo os mesmos, somente a função de catequizar os índios para que cumprissem as necessidades da metrópole. Veremos também como de forma indireta foram os principais responsáveis pela escravização dos nativos, bem como, o legado tanto histórico, quanto financeiro deixado por eles após a sua expulsão.
PALAVRAS-CHAVE: Jesuítas, Estado português, Brasil colônia.
Introdução
	Quando falamos de educação nos primórdios do descobrimento do Brasil, ou seja, na época do Brasil colônia, devemos nos reportar aos fatos que antecederam a sua criação, esses fatos marcaram o surgimento de uma nova era na história mundial, e que até hoje influencia na educação brasileira.
	Os precursores da educação brasileira foram os jesuítas, os mesmos chegaram em nosso território em março de 1549, trazidos pelo primeiro governador geral, Tomé de Souza, provindos da Companhia de Jesus, criada por Santo Inácio de Loyola, que tinham como objetivo partir para qualquer lugar do mundo levando a fé católica. 
	Sob o comando do Padre Manoel da Nóbrega, fundaram a primeira escolar elementar brasileira, isso com apenas quinze dias após sua chegada, em Salvador, onde seu mestre era o Irmão Vicente Rodrigues, com apenas 21 anos de idade, tornando-se o primeiro professor a lecionar dentro do território brasileiro, onde durante 50 anos dedicou-se exclusivamente ao ensino e a propagação da fé religiosa.
	Um dos jesuítas mais conhecido e o que mais atou dentro da educação brasileira foi José de Anchieta, que tornou-se mestre do Colégio de Piratinga, ficando famoso ao escrever na areia da praia os “Poemas à Virgem Maria” e por ter sido autor do livro “Arte de gramática da língua mais usada na costa do Brasil”.
	Os jesuítas se dedicaram principalmente a pregação da fé católica e ao trabalho de educação, percebendo com isso que para converter os índios a essa fé, era necessário que os mesmos soubessem ler e escrever. De acordo com Raymundo (1988, p.43):
“A Ordem dos Jesuítas não foi, entretanto, criada só com fins educacionais; ademais, parece que no começo não figuravam esses fins entre os propósitos, que eram antes a confissão, a pregação e a catequização. Seu recurso principal eram os chamados “exercícios espirituais”, que exerceram enorme influência anímica e religiosa ente os adultos. Todavia pouco a pouco a educação ocupou um dos lugares mais importantes, senão mais importante, entre as atividades da Companhia”. Raymundo (1988, p.43)
	As escolas jesuíticas seguiam a regulamentação de um documento chamado Ratio atque Instituto Studiorum, escrito por Inácio de Loyola, e chamado abreviadamente de Ratio Studiorum. Os jesuítas não se aterão somente em ensinar as primeiras letras, eles além do curso elementar, ministravam cursos de Letras e Filosofia, a nível secundário, bem como, o curso de Teologia e Ciências Sagradas a nível superior, que tinha como principal objetivo formar sacerdotes..
	Porém, com a criação das cidades e a descobertas de que os índios estavam aprendendo a ler e escrever, surgiu o interesse dos colonizadores de integrá-los a esse processo colonizador, entrando em conflito com a vontade dos jesuítas, que era a de convertê-los ao cristianismo e aos valores europeus, já para os colonos, usá-los como escravos.
	Com todo esse acontecimento restaram aos jesuítas afastar os mesmos dos colonizadores, criando as chamadas reduções ou missões, no interior do território brasileiros. Dentro dessas missões, os índios passavam por um processo de catequização e aprendiam o trabalho agrícola, que garantiam aos jesuítas uma fonte de renda.
	Porém, as missões contribuíram para facilitar a captura dos índios pelos colonos, já que as mesmas transformaram os índios nômades em sedentários. Foram possíveis aos colonos capturarem, às vezes, tribos inteiras.
	Esses primeiros mentores da educação brasileira permaneceram em nosso território durante duzentos e dez anos, sendo expulsos de todas as colônias portuguesas, a mando de Sebastião José de Carvalho, o Marquês de Pombal. Com essa expulsão os jesuítas deixaram um patrimônio de 25 residências, 36 missões, 17 colégios e seminários, além de escolas de primeira letras, onde havia casas da Companhia de Jesus, além de pequenos seminários. Esse momento trouxe ao Brasil, uma ruptura histórica no processo de educação, pois, todo esse processo implantado e consolidado como modelo educacional, deixou de existir.
	O objetivo desse artigo é mostrar de forma sucinta esse modelo de educação e o quanto isso influenciou e influencia até hoje os métodos de educação em nosso território.
Desenvolvimento
	Ao falarmos de educação na época da colonização no Brasil, tempos que antes de mais nada, entendermos a realidade da época, mediante ao ponto de vista econômico, cultural, religioso e político. Mas, como retratarmos essa época se as fontes de pesquisa são poucas, sobre esse período. Quem se dedicavam a escrever eram os jesuítas, seus alunos, ou pessoas influenciadas por eles.
	A literatura brasileira, propriamente dita, não existia. Existia sim literaturas escritas por portugueses, e por sua vez editadas em Portugal e lidas, em sua grande maioria, pelos próprios portugueses que habitavam as colônias brasileiras, ou pelos mamelucos (filho de índio com o homem branco), que eram alfabetizados pelos jesuítas. As descrições que os autores davam sobre o Brasil; suas regiões, organização social, costumes, etc., foram encontrados em escritos, textos literários, como a Carta de Pero Vaz de Caminha; nos “sermões que os jesuítas usavam durante suas festividades religiosas e nas missas para divulgar sua visão de mundo e impor suas ideias”.
	Quando começamos a analisar toda a problemática da educação no Brasil no inicio da colonização, entramos no contexto histórico, de que o mesmo era parte de uma descoberta e de uma colonização, nos levando com isso, ao conceito de colônia, aos cursos políticos, religioso e econômico de nossos colonizadores, que os incluíram e transformaram nossa terra em uma Colônia portuguesa. E, por fim, entrarmos no processo e na relação entre o modelo de colonização portuguesa dentro de nosso território e a Igreja Católica.
	Quando falamos em colônia, queremos dizer que o país colonizado, é um “país” dependente, ou seja, sem autonomia política e econômica para administrar seu próprio destino. A metrópole (ou país colonizador), é que traça os objetivos e necessidades, que na verdade irão existir para suprir as suas necessidades próprias. A relação de dependência entre que estava sendo colonizado e quem estava colonizado era denominada sistema colonial, que enquadrou-se no capitalismo comercial europeu entre os séculos XV e XVIII. A essência desse sistema era o total monopólio da metrópole sobre o comércio da colônia. A economia da colonial transformava-se em economia periférica, aquela que tinha a função de gerarriqueza para a economia central metropolitana. Esse era o verdadeiro papel histórico de uma colônia.
	Lucros extraordinários eram apropriados pela burguesia mercantil metropolitana, pois, eram elas que tinha o direito de comercializar os produtos que eram gerados em sua colônia, além, de serem os únicos que tinham produtos manufaturados para vender em sua colônia, vendendo-os a baixíssimo custo, e obrigando a sua colônia a consumi-los a altos preços. Isso gerou a acumulação de capital comercial dos grupos empresariais que faziam parte da burguesia mercantil europeia.
	Novais (1975, In: Ribeiro, 1992: 20), nos diz que a política colonial inscreveu-se através dessa acumulação apresentando-se,
“Como um tipo particular de relações políticas, com dois elementos: um centro de decisão (metrópole) e outro (colônia) subordinado, relações através das quais se estabelece o quadro institucional para que a vida econômica da metrópole seja dinamizada pelas atividades coloniais”. Novais (1975, In: Ribeiro, 1992: 20)
	Como colônia, nosso país, entra dentro do contexto histórico de colonização europeu moderno, cono surgimento dos Estados nacionais e da expansão comercial marítima portuguesa. Foram esses Estados nacionais, que tinha condições de empreenderem, tendo inicialmente um alto custo, mas por sua vez, tornando-se mais forte e poderoso, ampliando ainda mais o seu império. Eram somente esses Estados que tinham condições de arcar com tudo aquilo que envolvia, segurança, construção de esquadras, escolas, sendo ainda, aquele capaz de conseguir o apoio da Religião como forma de conter a população.
	Os portugueses com a necessidade de se adequar a procura europeia e garantir o seu monopólio sobre suas terras conquistadas, passaram a investir em agricultura. A monocultura da cana-de-açúcar, foi sua principal atividade, pois, dava a possibilidade de obter lucros extraordinários à burguesia comercial portuguesa, por ser um produto privilegiado na Europa. Esse tipo de plantio, além de possibilitar lucros, possibilitava o povoamento e organização das defesas de suas colônias, principalmente a brasileira, já que países como a França e Holanda, que já traficavam o pau-brasil, tinham muita cobiça sobre essas terras.
	Nosso sistema colonial foi organizado através da produção escravocrata. Iniciou-se sobre os índios, porém, com a grande dificuldade de lidar com os mesmos, a escravidão passou a se fundamentar em mão de obra negra, vindo da África. Era um regime cruel de exploração dos índios e dos negros africanos, onde podia-se ver um contradição entre a civilização cristã e a realidade econômica social que foi ditada pelos próprios cristão portugueses (os jesuítas eram opositores a essa escravidão e a quantidade de mortes dos naturais das terras brasileiras). Com a criação da agricultura de latifúndio, principalmente a açucareira, e posteriormente a de tabaco e algodão, a burguesia comercial brasileira, para obter cada vez mais lucro, passou a intensificar o tráfico de escravos africanos.
	Nesse momento histórico, a educação ainda não era considerada uma atividade social importante, e a sua implantação foi feita somente de forma que viesse a convir e a interessar a camada dirigente, onde tinha o propósito de ser a articuladora entre os interesses da metrópole e as atividades da colônia.
	Quando falamos da relação entre o Estado português e a Igreja Católica, nos deparamos, com a total fidelidade de Portugal mediante a autoridade papal. Foi Portugal um dos poucos países, que aceitou de forma irrestrita, todas as decisões do Concílio de Trento (décimo nono conselho ecumênico reconhecido pela Igreja Católica Romana. Foi convocado pelo papa Paulo III, em 1542, e durou entre 1545 e 1563). Com essa fidelidade, Portugal, conseguiu diversos benefícios da Santa Sé, surgindo com isso o padroado. Para Cunha, a Igreja Católica se tornou com isso, a parte burocrática do Estado português, porém, tal situação, só não era vivenciada pela Companhia de Jesus. Com o apadrinhamento, passou a ser de competência do Rei de Portugal, a escolha dos Bispos, bem como, o direito de construir igrejas, mosteiros, oratórios, capelas, enviar missionários, e até decretar censuras e regras eclesiásticas, sem contar que era dele também o poder de cobrar e administrar os dízimos eclesiásticos, devidos por aqueles que habitavam a terra do padroado. Foi através desse regime que a Igreja passou a ser domínio do Estado, e com isso, caso o dízimo não fosse suficiente para custear as despesas eclesiásticas, o rei tinha a responsabilidade de assumir esses custos através dos cofres do Estado.
	Com isso o papel de eminentemente colonizador no Brasil, representada por suas ordens religiosas, como, os franciscanos, beneditinos, e a mais destacada a Companhia de Jesus, a Igreja Católica, passou a receber subsídios do Estado português.
	A educação jesuítica, não ficou restrita somente no período da colonização, ela ultrapassou períodos, e encontra-se em menos ou em maior quantidade em todos eles uma vaga lembrança desse sistema de educação, marcando com isso profundamente a educação brasileira, no tocante ao ensino religioso em nosso sistema educacional.
	Se considerarmos a educação formal, escolarizada, no Brasil, temos os padres jesuítas, como os primeiros professores a lecionar em solo brasileiro, mas ao considerarmos que antes do descobrimentos, viviam aqui, uma população ameríndia, temos um conceito de educação incalculável, considerando-se assim que antes da Companhia de Jesus, existiam outras educações, ou seja temos com isso, outras histórias dentro da educação brasileira. Fausto (2002, p.37), no diz:
“Quando os europeus chegaram à terra que viria a ser o Brasil, encontraram uma população ameríndia bastante homogênea em termos culturais e linguístico, distribuída ao longo da costa e na bacia dos rios Paraná – Paraguai”. (Fausto, 2002, p.37)
	Esse lado da educação ainda é pouco estudado, mas para que o processo de colonização seja entendido, devemos compreender a função que desempenharam os jesuítas no desenvolvimento da sociedade brasileira e nas suas questões sobre a educação.
	Criada em 1534, por Santo Inácio de Loyola, com o objetivo de enfrentar as críticas reformistas e a expansão do protestantismo. Foi mediante a isso que os jesuítas, tinha uma atuação de “soldados de Cristo”, atuando na educação e no ensino. Ensinavam através de seminários, colégios e universidades em solo europeu, com o objetivo de recuperar a posição dominante da Igreja Católica Romana, enquanto em suas áreas de descobrimentos, seus trabalhos educacionais, eram feito dentro das missões, com o objetivo de conquista e preservação dos povos que ainda não tinham sido atingidos por essa expansão protestante. É nesse sentido, que o papel do jesuíta, era de grande importância no Brasil, no que diz a educação e catequese dos índios e de seus colonos.
	Durante o período que os jesuítas permaneceram no Brasil, tiveram um grande destaque, na criação da sociedade brasileira, tanto no que se diz em educação, catequese e organização burocrática.
	Tomé de Souza, trouxe os primeiros jesuítas, que eram comandados pelo padre Manuel de Nóbrega, que tinham como objetivo converter os índios à fé católica através da educação e da catequese.
	Foi na Bahia e em São Vicente, que começou a funcionar, as primeiras escolas de ler e escrever, que tinham como alunos meninos órfãos, que aprendiam para se tornar sacerdotes capazes de ajudar os jesuítas no seu trabalho de catequese, isso em 1505. Já em 1953, chega no Brasil, José de Anchieta, que sob o comando de Manoel da Nóbrega, espalhou a obras jesuítica pelo país, principalmente em São Paulo, Rio de Janeiro, Pernambuco e Bahia. Em 1570, os jesuítas já possuíam cinco escolas de nível elementar e três escolas de nível médio.
	Subsidiadas pelo Estado português, essas escolas e colégios, eram obrigados a formar sacerdotes gratuitamente para a catequese, além de instruir e educar os índios, os filhos doscolonos brancos e os mamelucos nascidos nessa terra. Esse ensinamentos eram fundamentados e incutir ideias que preservassem os valores morais, a cultura cristã europeia, e principalmente, ideias contra o protestantismo.
	Com isso tudo, iniciou-se a criação de escolas elementares secundárias, que se espalharam até 1759, ano em que os jesuítas foram banidos do país por ordem do Marquês de Pombal.
	Diferentemente dos colégios europeus, fundados também por jesuítas, o objetivo, a nível superior, dos mesmos era educar e preparar os filhos daqueles que se enriqueceram com as atividades mercantis, transformando-os em futuros dirigentes dessa sociedade. Já no Brasil a prioridade era a do ensino elementar, onde em alguns colégios preparavam a elite dirigente local e, enviavam a mesma para um curso superior em Portugal.
	A característica do ensino jesuítico no Brasil colonial se deu da seguinte forma: foi implementada através de um formalismo pedagógico, onde se havia uma contradição no que eram ensinados nas escolas e a realidade moral da colônia e os princípios cristãos europeus. Fazendo com que houvesse uma contraposição entre o formal e o real, ou seja, o que era ensinado nas escolas, nas Igrejas era efetivamente diferente do que era vivido na prática, ficando o que era exposto ao seu público uma distância da realidade, sendo com isso, tudo sendo imposto.
	O ensino dado pelos jesuítas se estruturava e tinha um currículo, advindo de um ensinamento livresco, que trazia a herança “anticientífica” do Ratio Studiorum, onde a classe dominante absorve toda uma cultura que a diferença da classe dominada, o povo rude, a plebe. 
	De acordo com Cunha, o Ratio Studiorum, tinha um currículo e um método único, dividindo a educação em dois graus, onde se havia o domínio elementar da leitura, da escrita e do cálculo. Essa divisão era composta em ensino inferior (equivalente ao ensino médio), onde se ensinava gramática, humanidade e oratória e, ensino superior (universitário), onde se ensinava filosofia e teologia.
	Mediante essa unidade de ação e cultivo da disciplina, os jesuítas adaptaram ao Brasil a proposta do Ratio Studiorum, estruturando no país 4 grades curriculares: o curso elementar, o curso de humanidades, o curso de artes e o de teologia.
	Resumidamente, o curso elementar ensinava ler, escrever e contar, além da doutrina católica; o curso de humanidades era ministrado em latim, com o ensino da gramática, da retórica e das humanidades, onde, a língua grega e a hebraica foram substituídas pelo tupi-guarani, facilitando com isso as ações dos jesuítas dentro das missões; já o curso de artes era ensinado as disciplinas de lógica, física, matemática, ética e metafísica, e tinha o objetivo de formar bacharéis e licenciados, servido de introdução para os cursos universitários de direito, medicina e cânones, ministrados em Coimbra, Portugal; o curso de teologia, tinha o objetivo de conferir o grau de doutor, e tinha como disciplina a teologia moral e a teologia especulativa (dogmas católicos).
	O Rei de Portugal, para manter dua autoridade e a total dependência de sua colônia, proibiu a criação de universidades no Brasil. 	
	Os colégios eram utilizados pelos jesuítas para a catequese dos nativos inicialmente, mas posteriormente passaram a ser utilizados somente para instruir os descendentes dos colonizadores, ficando os índios, os mestiços e os negros apenas a educação voltada para o trabalhos através do convívio.
	A Companhia de Jesus veio para o Brasil com uma concepção evangelizadora, que estava expressa nos Regimentos, que foram entregues a Tomé de Souza, por D. João III, onde ele “recomendava expressamente a conversão dos indígenas á fé católica pela catequese e pela instrução’. (Hollanda, 3º livro).
	Segundo Fausto (2002, p.49), quando analisamos a concepção evangelizadora da Companhia de Jesus nos mostra que a concepção missionária,
“Constituiu no esforço de transformar os índios, através do ensino, em “bons cristãos significava também adquirir os hábitos de trabalhos dos europeus, com o que se criaria um grupo de cultivadores indígenas flexível às necessidades da colônia”. Fausto (2002, p.49)
Conclusão
	É nesse sentido que podemos entender que a verdadeira razão da Companhia de Jesus navegou até a nossa terra, com sua concepção de encarar a vida e o mundo, como condutores do catequismo e da instrução educacional, tornando nosso país em um país católico, onde a língua portuguesa passou a ser a sua principal língua, sendo os defensores da cultura cristã ocidental e os formadores da elite dominante. 
	Mesmo sendo os opositores e os resistentes a cultura por assimilação de outra, foram os principais responsáveis pela facilitação da escravidão dos nativos, pelo fato de serem obrigados a cumprir o acordo firmado entre a Igreja Católica e o Estado Português.
	Deixaram um legado, onde até hoje sua forma de educação influencia todas as formas de educação existentes em nosso país e, acumularam com isso uma enorme riquezas, onde, de acordo com Fernando de Azevedo (1944, In. Ribeiro, 1992, p.29), já possuíam: “ 36 residências, 36 missões e 17 colégios e seminários, sem contar os seminários menores e escolas de ler e de escrever” .
	Eles foram os principais organizadores da colonização portuguesa no Brasil. Estando a serviço da coroa portuguesa, transformando os índios em cristãos que foram adequados através da catequização e da evangelização às necessidades da colônia.
	Nesse cotexto a perspectiva político/educacional, foi baseada na fé, na guerra contra as ideias protestantistas e na preservação dos valores morais e da propagação da cultura cristã de base europeia, sendo expulso por entrarem em conflito com o poder real português, que passaram a considerá-los com um verdadeiro Estado dentro do Estado português.
REFERÊNCIAS 
CUNHA, Luis Antônio. A universidade temporã. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1980.
FAUSTO, Boris. História do Brasil. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo – EDUSP, 2002.
NOVAIS, Fernando A. O Brasil nos quadros do antigo sistema colonial. In. Carlos Guilherme (org.). Brasil em perspectiva. São Paulo: Difel.
PRADO, Caio Jr. Formação do Brasil contemporâneo – colônia. São Paulo: Brasiliense, 1977.
RAYMUNDO, Gislene Miotto Catolino. Os princípios da modernidade nas práticas educativas dos jesuítas. 1998. 143 p. Dissertação (Mestrado). Universidade Estadual de Maringá.
RIBEIRO, Maria Luiza Santos. Historia da educação brasileira: a organização escolar. São Paulo: Cortez, autores associados, 1992. Anchieta. José. Cartas.
�	Licenciatura em Estudos Sociais na área de História pela UNIVERSO e Pós-graduação História do Brasil Pedagógicas pela Universidade Candido Mendes.

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