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Dos Direitos e Garantias Fundamentais REVISÃO GERAL

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Dos Direitos e Garantias Fundamentais
CAPÍTULO I
DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem; 
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação;   
Da Responsabilidade Civil
 CAPÍTULO I
Da Obrigação de Indenizar
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.
Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem.
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.
Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes.
Art. 928. O incapaz responde pelos prejuízos que causar, se as pessoas por ele responsáveis não tiverem obrigação de fazê-lo ou não dispuserem de meios suficientes.
Parágrafo único. A indenização prevista neste artigo, que deverá ser eqüitativa, não terá lugar se privar do necessário o incapaz ou as pessoas que dele dependem.
Art. 929. Se a pessoa lesada, ou o dono da coisa, no caso do inciso II do art. 188, não forem culpados do perigo, assistir-lhes-á direito à indenização do prejuízo que sofreram.
Art. 930. No caso do inciso II do art. 188, se o perigo ocorrer por culpa de terceiro, contra este terá o autor do dano ação regressiva para haver a importância que tiver ressarcido ao lesado.
Parágrafo único. A mesma ação competirá contra aquele em defesa de quem se causou o dano (art. 188, inciso I).
Art. 931. Ressalvados outros casos previstos em lei especial, os empresários individuais e as empresas respondem independentemente de culpa pelos danos causados pelos produtos postos em circulação.
Art. 932. São também responsáveis pela reparação civil:
I - os pais, pelos filhos menores que estiverem sob sua autoridade e em sua companhia;
II - o tutor e o curador, pelos pupilos e curatelados, que se acharem nas mesmas condições;
III - o empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e prepostos, no exercício do trabalho que lhes competir, ou em razão dele;
IV - os donos de hotéis, hospedarias, casas ou estabelecimentos onde se albergue por dinheiro, mesmo para fins de educação, pelos seus hóspedes, moradores e educandos;
V - os que gratuitamente houverem participado nos produtos do crime, até a concorrente quantia.
Art. 933. As pessoas indicadas nos incisos I a V do artigo antecedente, ainda que não haja culpa de sua parte, responderão pelos atos praticados pelos terceiros ali referidos.
Art. 934. Aquele que ressarcir o dano causado por outrem pode reaver o que houver pago daquele por quem pagou, salvo se o causador do dano for descendente seu, absoluta ou relativamente incapaz.
Art. 935. A responsabilidade civil é independente da criminal, não se podendo questionar mais sobre a existência do fato, ou sobre quem seja o seu autor, quando estas questões se acharem decididas no juízo criminal.
Art. 936. O dono, ou detentor, do animal ressarcirá o dano por este causado, se não provar culpa da vítima ou força maior.
Art. 937. O dono de edifício ou construção responde pelos danos que resultarem de sua ruína, se esta provier de falta de reparos, cuja necessidade fosse manifesta.
Art. 938. Aquele que habitar prédio, ou parte dele, responde pelo dano proveniente das coisas que dele caírem ou forem lançadas em lugar indevido.
Art. 939. O credor que demandar o devedor antes de vencida a dívida, fora dos casos em que a lei o permita, ficará obrigado a esperar o tempo que faltava para o vencimento, a descontar os juros correspondentes, embora estipulados, e a pagar as custas em dobro.
Art. 940. Aquele que demandar por dívida já paga, no todo ou em parte, sem ressalvar as quantias recebidas ou pedir mais do que for devido, ficará obrigado a pagar ao devedor, no primeiro caso, o dobro do que houver cobrado e, no segundo, o equivalente do que dele exigir, salvo se houver prescrição.
Art. 941. As penas previstas nos arts. 939 e 940 não se aplicarão quando o autor desistir da ação antes de contestada a lide, salvo ao réu o direito de haver indenização por algum prejuízo que prove ter sofrido.
Art. 942. Os bens do responsável pela ofensa ou violação do direito de outrem ficam sujeitos à reparação do dano causado; e, se a ofensa tiver mais de um autor, todos responderão solidariamente pela reparação.
Parágrafo único. São solidariamente responsáveis com os autores os co-autores e as pessoas designadas no art. 932.
Art. 943. O direito de exigir reparação e a obrigação de prestá-la transmitem-se com a herança.
 CAPÍTULO II
Da Indenização
Art. 944. A indenização mede-se pela extensão do dano.
Parágrafo único. Se houver excessiva desproporção entre a gravidade da culpa e o dano, poderá o juiz reduzir, eqüitativamente, a indenização.
Art. 945. Se a vítima tiver concorrido culposamente para o evento danoso, a sua indenização será fixada tendo-se em conta a gravidade de sua culpa em confronto com a do autor do dano.
Art. 946. Se a obrigação for indeterminada, e não houver na lei ou no contrato disposição fixando a indenização devida pelo inadimplente, apurar-se-á o valor das perdas e danos na forma que a lei processual determinar.
Art. 947. Se o devedor não puder cumprir a prestação na espécie ajustada, substituir-se-á pelo seu valor, em moeda corrente.
Art. 948. No caso de homicídio, a indenização consiste, sem excluir outras reparações:
I - no pagamento das despesas com o tratamento da vítima, seu funeral e o luto da família;
II - na prestação de alimentos às pessoas a quem o morto os devia, levando-se em conta a duração provável da vida da vítima.
Art. 949. No caso de lesão ou outra ofensa à saúde, o ofensor indenizará o ofendido das despesas do tratamento e dos lucros cessantes até ao fim da convalescença, além de algum outro prejuízo que o ofendido prove haver sofrido.
Art. 950. Se da ofensa resultar defeito pelo qual o ofendido não possa exercer o seu ofício ou profissão, ou se lhe diminua a capacidade de trabalho, a indenização, além das despesas do tratamento e lucros cessantes até ao fim da convalescença, incluirá pensão correspondente à importância do trabalho para que se inabilitou, ou da depreciação que ele sofreu.
Parágrafo único. O prejudicado, se preferir, poderá exigir que a indenização seja arbitrada e paga de uma só vez.
Art. 951. O disposto nos arts. 948, 949 e 950 aplica-se ainda no caso de indenização devida por aquele que, no exercício de atividade profissional, por negligência, imprudência ou imperícia, causar a morte do paciente, agravar-lhe o mal, causar-lhe lesão, ou inabilitá-lo para o trabalho.
Art. 952. Havendo usurpação ou esbulho do alheio, além da restituição da coisa, a indenização consistirá em pagar o valor das suas deteriorações e o devido a título de lucros cessantes; faltando a coisa, dever-se-á reembolsar o seu equivalente ao prejudicado.
Parágrafo único. Para se restituir o equivalente, quando não exista a própria coisa, estimar-se-á ela pelo seu preço ordinário e pelo de afeição, contanto que este não se avantaje àquele.
Art. 953. A indenização por injúria, difamação ou calúnia consistirá na reparação do dano que delas resulte ao ofendido.
Parágrafo único. Se o ofendido não puder provar prejuízo material, caberá ao juiz fixar,eqüitativamente, o valor da indenização, na conformidade das circunstâncias do caso.
Art. 954. A indenização por ofensa à liberdade pessoal consistirá no pagamento das perdas e danos que sobrevierem ao ofendido, e se este não puder provar prejuízo, tem aplicação o disposto no parágrafo único do artigo antecedente.
Parágrafo único. Consideram-se ofensivos da liberdade pessoal:
I - o cárcere privado;
II - a prisão por queixa ou denúncia falsa e de má-fé;
III - a prisão ilegal.
Conceito de nexo causal
O nexo causal é, também, nominado de nexo de causalidade, nexo etiológico ou relação de causalidade das leis naturais.
Devemos raciocinar que o nexo causal é o liame que une a conduta do agente ao dano.
É por meio do exame da relação causal que concluímos quem foi o causador do dano. Trata-se de um elemento indispensável.
Destacamos que a responsabilidade dispensa a culpa, mas nunca dispensará o nexo causal.
Se a vítima do dano não identificar o nexo causal que leva o ato danoso ao responsável, não há com ser indenizada.
Sendo assim, para que ocorra obrigação de indenizar, é preciso que se demonstre a relação entre a ação (ou omissão) do agente  e o dano.
Sem que se estabeleça esse vínculo de causa e efeito, o Estado Juiz não pode julgar um pedido procedente em sede de uma ação de responsabilidade civil.
Para tanto, ainda que inexista de maneira típica, em sede de responsabilidade civil, uma expressa previsão legal, vemos nos termos do art. 13 do CP uma fundamentação por analogia, como se lê:Decreto-lei n° 2.848, de 7 de dezembro de 1940 – CP:
TÍTULO II - Do Crime
Relação de causalidade
Art. 13 - O resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável a quem lhe deu causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido.
Responsabilidade Penal
A responsabilidade será penal quando as normas jurídicas protetivas dos interesses sociais objetivarem o resguardo da integridade de bens de valores elevados e indisponíveis, entre os quais, os direitos da personalidade do homem: a vida, a liberdade, a honra, a saúde física e mental.
A sanção à violação das regras de conduta de não lesar a integridade física e a propriedade de outrem são “pesadas”, justamente por serem infrações consideradas pela sociedade como de maior potencial ofensivo, como, por exemplo, no crime de homicídio do art. 121 do CP – Pena - reclusão, de 6 (seis) a 20 (vinte) anos.
Como a descrição da conduta penal é sempre uma tipificação restrita, em princípio, a responsabilidade penal ocasiona o dever de indenizar.
Por esta razão, a sentença penal condenatória faz coisa julgada no cível quanto ao dever de indenizar o dano decorrente da conduta criminal, na forma dos artigos: 91, I do Código Penal; 63 do CPP e 515, VI do NCPC.
Sendo assim, as jurisdições penal e civil em nosso país são independentes, mas há reflexos no juízo cível, não só sob o mencionado aspecto da sentença penal condenatória como também porque não podemos discutir no cível a existência do fato e da autoria do ato ilícito, se essas questões foram decididas no juízo criminal e encontrarem-se sob o manto da coisa julgada, art. 64 do CPP e 935 do CC
Responsabilidade Civil
A responsabilidade civil é uma conduta ilícita de repercussão menos gravosa. Sendo certo que nem toda conduta gera um ilícito civil é punível, descrita pela lei penal, já a recíproca é verdadeira, embora em ambas haja a responsabilidade. A responsabilidade civil é assim considerada de menor gravidade e o interesse de reparação é privado, embora com interesse social, não afetando, a princípio, a segurança pública.
Para o ilícito civil, embora se possam equacionar modalidades de reparação em espécie, o denominador comum será sempre, ao final, a reparação em dinheiro como o lenitivo mais aproximado que existe no Direito para reparar ou minorar um mal causado, seja ele de índole patrimonial ou exclusivamente moral, como atualmente permite expressamente a Constituição.
A responsabilidade civil leva em conta, primordialmente, o dano, o prejuízo, o desequilíbrio patrimonial, embora em sede de dano exclusivamente moral, o que se tem em mira é a dor psíquica ou o desconforto comportamental da vítima. No entanto, é básico que, se não houver dano ou prejuízo a ser ressarcido, não temos por que falar em responsabilidade civil: simplesmente não há por que responder.
Fonte: hvostik / Shutterstock
Responsabilidades Contratual e Extracontratual
Existe uma distinção tradicional entre a responsabilidade contratual, que decorre do inadimplemento de obrigação assumida no contrato, e a responsabilidade extracontratual (delitual ou aquiliana) que deflui da violação de obrigação emanada da lei.
Responsabilidade Contratual
Esta responsabilidade tem desempenhado importante papel para facilitar a prova da culpa do inadimplente.
Entende a doutrina e a jurisprudência que, no caso da obrigação de resultado, assumida por uma das partes, o simples fato de ter ocorrido o inadimplemento importa em presunção de culpa, cabendo ao devedor que não cumpriu a sua obrigação fazer a prova da ocorrência de força maior, caso fortuito, culpa do outro contratante ou outro fato que possa excluir a responsabilidade.
Para tanto, vejamos o arts. 389 e 390 da Lei 10.406 de 2002:
Título IV - Do Inadimplemento das Obrigações
Capítulo I - Disposições Gerais
Art. 389. Não cumprida a obrigação, responde o devedor por perdas e danos, mais juros e atualização monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, e honorários de advogado.
Art. 390. Nas obrigações negativas o devedor é havido por inadimplente desde o dia em que executou o ato de que se devia abster.
Responsabilidade Subjetiva
Baseada na culpa em sentido lato, culpa ou dolo.
É a análise integral do art. 186 da Lei 10.406 de 2002 que define o ato ilícito:
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.
Destacamos que, nesta modalidade, temos a explícita utilização, para fins da apuração da responsabilidade, do art. 373 do NCPC, vejamos:
Art. 373. O ônus da prova incumbe:
I - ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu direito;
II - ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor.
A análise deve ser sob a ótica de que o ônus da prova incumbe em que polo da ação se encontra. Há o dever, sempre, de provar (estabelecendo o nexo de causalidade).
Logo, por fim, na responsabilidade subjetiva o ônus da prova é, para a constituição do direito da parte Autora.
Fonte: Meilun / Shutterstock
Responsabilidade Objetiva
Independe de qualquer falha humana (culpa) ou desejo de causar dano (dolo) e decorre de uma simples relação de causalidade (nexo causal).
Tal modalidade desnecessita da prova efetiva para a constituição dos direitos do autor. Flexibilizando assim o descrito no artigo 373 do NCPC acima descrito.
• Entretanto, tal modalidade de apuração não desonera de forma absoluta o dever do autor de constituir a prova, minimamente, do alegado. Conforme o art. 319, VI do NCPC:
Lei 13.105 de 2015 – NCPC
Art. 319. A petição inicial indicará: (...)
VI - as provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos alegados;
(...)
Observação: Provas – Indicação, relevância, qualificação, eventual produção.
Exemplo: pericia
• Sedimenta o tema, por amostragem, o seguinte enunciado de súmula do TJRJ:
Enunciado nº. 330 - "Os princípios facilitadores da defesa do consumidor em juízo, notadamente o da inversão do ônus da prova, não exoneram o autor do ônus de fazer, a seu encargo, prova mínima do fato constitutivo do alegado direito:
No tocante à responsabilidade civil objetiva no CC, temos como principal expoente o art. 927, parágrafo único do CC. Pois tal dispositivo é uma cláusula geral, ou seja, a responsabilidade civil será objetiva por determinação legal ou quando a atividade normalmente desenvolvida implicarem risco. Desta resultando as demais previsões legais.
Art. 927: Aquele que por ato ilícito causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.
• Agora vamos ler o parágrafo único do artigo 927 CC:
Art. 927 Parágrafo único – haverá obrigação de reparar o dano independentemente de culpa, nos casos especificados em lei ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano, implicar por sua natureza risco para os direitos de outrem.
Então, há casos em que a responsabilidade civil será objetiva porque a natureza da atividade envolve risco. A lei não diz que a responsabilidade civil é objetiva, mas ela permite que o juiz, examinando o caso concreto, conclua que determinada natureza da atividade é de risco e passe a responsabilidade civil a ser objetiva.
Sendo assim, há responsabilidade civil objetiva quando a lei disser e quando, no caso concreto, você concluir que a natureza da atividade desenvolvida envolve risco. Como, por exemplo, quando quem causa o dano o exerce em atividade profissional.
Responsabilidade civil pelo fato de outrem
Como regra atribuível da responsabilidade civil temos a forma direta. Nesta, a própria pessoa que causou um ato ilícito, responde pelo mesmo.
Entretanto, na responsabilidade civil pelo fato de outrem alguém, que não o causador direto do dano, irá responder pelo ato ilícito. Essa responsabilidade decorre de uma relação existente entre o causador e o responsabilizável por força de lei.
Tudo perfeitamente previsto nos termos art. 932 c/c 933, ambos do CC e outras previsões a serem estudadas.
São vários os tipos de responsabilidade civil pelo fato de outrem:
Responsabilidade dos pais pelos atos dos filhos menores de idade;
Responsabilidade dos tutores e curadores;
Responsabilidade do incapaz;
Responsabilidade do empregador ou comitente ;
10.406 de 2002:
Art. 932. São também responsáveis pela reparação civil:
I - os pais, pelos filhos menores que estiverem sob sua autoridade  e em sua companhia ;
É uma questão do exercício do poder de família, os pais (assim considerados de sexos diferentes ou não ou, ainda sob união estável ou similar, biológicos ou não) responderão objetivamente pelos danos causados pelos filhos menores de idade. Isso porque aos pais incumbe o dever de direcionar a conduta dos seus filhos menores de idade e, consequentemente, responder por seus atos.
Para tanto, temos a seguinte base legal, verbis:
	CRFB/88
Art. 226. A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado.
(...)
§ 5º Os direitos e deveres referentes à sociedade conjugal são exercidos igualmente pelo homem e pela mulher.
	
	Lei 10.406 de 2002:
Art. 1.566. São deveres de ambos os cônjuges:
(...)
IV - sustento, guarda e educação dos filhos;
	Enunciados da Jornada de Direito Civil do STJ:
	
	Enunciado CJF nº 450 - Art. 932, I: Considerando que a responsabilidade dos pais pelos atos danosos praticados pelos filhos menores é objetiva, e não por culpa presumida, ambos os genitores, no exercício do poder familiar, são, em regra, solidariamente responsáveis por tais atos, ainda que estejam separados, ressalvado o direito de regresso em caso de culpa exclusiva de um dos genitores.
Enunciado CJF nº 451 – Arts. 932 e 933: A responsabilidade civil por ato de terceiro funda-se na responsabilidade objetiva ou independente de culpa, estando superado o modelo de culpa presumida.
Enunciado CJF nº 590 – A responsabilidade civil dos pais pelos atos dos filhos menores, prevista no art. 932, inc. I, do Código Civil, não obstante objetiva, pressupõe a demonstração de que a conduta imputada ao menor, caso o fosse a um agente imputável, seria hábil para a sua responsabilização.
Responsabilidade do incapaz
O incapaz (os incisos I e II do art. 932) poderá responder subsidiariamente com o patrimônio próprio, caso aquele que deveria ter o dever de fazê-lo não o puder, desde que não comprometa sua vida socioeconômica normal.
Lei 10.406 de 2002:
Art. 928. O incapaz responde pelos prejuízos que causar, se as pessoas por ele responsáveis não tiverem obrigação de fazê-lo ou não dispuserem de meios suficientes.
Parágrafo único. A indenização prevista neste artigo, que deverá ser equitativa, não terá lugar se privar do necessário o incapaz ou as pessoas que dele dependem.
	Enunciados CJF :
	
	Enunciado CJF nº 39 – Art. 928: A impossibilidade de privação do necessário à pessoa, prevista no art. 928, traduz um dever de indenização equitativa, informado pelo princípio constitucional da proteção à dignidade da pessoa humana. Como consequência, também os pais, tutores e curadores serão beneficiados pelo limite humanitário do dever de indenizar, de modo que a passagem ao patrimônio do incapaz se dará não quando esgotados todos os recursos do responsável, mas se reduzidos estes ao montante necessário à manutenção de sua dignidade.
Enunciado CJF nº 40 – Art. 928: O incapaz responde pelos prejuízos que causar de maneira subsidiária ou excepcionalmente como devedor principal, na hipótese do ressarcimento devido pelos adolescentes que praticarem atos infracionais nos termos do art. 116 do Estatuto da Criança e do Adolescente, no âmbito das medidas socioeducativas ali previstas.
Enunciado CJF nº 41 – Art. 928: A única hipótese em que poderá haver responsabilidade solidária do menor de 18 anos com seus pais é ter sido emancipado nos termos do art. 5º, parágrafo único, inc. I, do novo Código Civil.
Responsabilidade do empregador ou comitente
Essa responsabilidade decorre da força de relação jurídica trabalhista, em que o empregador responde, objetivamente, pela conduta do seu empregado, desde que o ato ilícito cometido seja no pleno exercício de atividade do trabalho. Sua previsão legal é a seguinte:
	Lei 10.406 de 2002:
Art. 932. São também responsáveis pela reparação civil:
III - o empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e prepostos, no exercício do trabalho que lhes competir, ou em razão dele;
	
	O art. 34 da lei 8.078 de 1990 prevê instituto análogo, senão vejamos:
Lei 8.078 de 1990:
Art. 34. O fornecedor do produto ou serviço é solidariamente responsável pelos atos de seus prepostos ou representantes autônomos.
Tema que é interpretado com a responsabilidade civil dos médicos, quando integrantes de corpo clínico.
	Enunciados CJF :
	
	Enunciado CJF nº 191 Art. 932: A instituição hospitalar privada responde, na forma do art. 932, III, do Código Civil, pelos atos culposos praticados por médicos integrantes de seu corpo clínico.
Responsabilidade objetiva
Convém atentar que as modalidades de reponsabilidade descritas têm a sua apuração na modalidade objetiva. Logo, elas são julgadas sem a necessidade de comprovação de culpa. Tudo por força do art. 933 do CC, in verbis:
Lei 10.406 de 2002:
Art. 933. As pessoas indicadas nos incisos I a V do artigo antecedente, ainda que não haja culpa de sua parte, responderão pelos atos praticados pelos terceiros ali referidos.
Ratificamos esta previsão positivada através do entendimento do seguinte enunciado:
	Enunciados CJF :
	
	Enunciado CJF nº 451 Arts. 932 e 933: A responsabilidade civil por ato de terceiro funda-se na responsabilidade objetiva ou independente de culpa, estando superado o modelo de culpa presumida.
Fato da coisa
Teoria da guarda:
Ao tema adota-se a teoria da guarda intelectual, ou seja, "guarda é aquele que tem a direção intelectual da coisa, que se define como poder de dar ordens, poder de comando, esteja ou não em contato material com ela" - Caio Mário da Silva Pereira.
São vários os tipos de responsabilidade civil pelo fato da coisa:
Responsabilidade civil por fato de animais;
Responsabilidade civil por ruína de edifício;
Responsabilidade civil por coisas lançadas ou caídas de prédio;
Responsabilidade civil pelo contrato de depósito – estacionamentos.
Responsabilidade civil por ruína de edifício
Lei 10.406 de 2002:
Art. 937. O dono de edifício ou construção responde pelos danos que resultarem de sua ruína,se esta provier de falta de reparos, cuja necessidade fosse manifesta.
A responsabilidade pela guarda e consequente manutenção precária é do proprietário/dono da edificação, pois do seu comportamento ilícito o evento dano ocorreu. Como a responsabilidade é objetiva, basta apresentar o liame existente entre esses pressupostos (ato ilícito e dano) através do nexo de causalidade.
Sendo tal responsabilidade apurada na forma objetiva:
	Enunciados CJF :
	
	Enunciado CJF nº 556 - Art. 937: A responsabilidade civil do dono do prédio ou construção por sua ruína, tratada pelo art. 937 do CC, é objetiva. Artigo: 937 do Código Civil.
Responsabilidade civil por coisas lançadas ou caídas de prédio 
Lei 10.406 de 2002:
Art. 938. Aquele que habitar prédio, ou parte dele, responde pelo dano proveniente das coisas que dele caírem ou forem lançadas em lugar indevido.
Haverá responsabilidade pelas coisas caídas ou lançadas em lugar indevido, que cause dano. Diverso do tema anterior, o habitante (por exemplo, locador) responderá por este ilícito. Caso em que a legitimidade passiva não necessariamente é do proprietário, por não ser o habitante. Como nos demais temas a responsabilidade é objetiva.
Conforme o enunciado a seguir:
	Enunciados CJF :
	Enunciado CJF nº 557 – Art. 938: Nos termos do art. 938 do CC, se a coisa cair ou for lançada de condomínio edilício, não sendo possível identificar de qual unidade, responderá o condomínio, assegurado o direito de regresso. Artigo: 938 do Código Civil.
Responsabilidade civil pelo contrato de depósito – estacionamentos
A guarda de veículo em estacionamento envolve a tipicidade do contrato de depósito. Pelo qual tem o dever de guardar e restituí-la nas mesmas condições da entrega.
Lei 10.406 de 2002:
Art. 627. Pelo contrato de depósito recebe o depositário um objeto móvel, para guardar, até que o depositante o reclame.
Art. 629. O depositário é obrigado a ter na guarda e conservação da coisa depositada o cuidado e diligência que costuma com o que lhe pertence, bem como a restituí-la, com todos os frutos e acrescidos, quando o exija o depositante.
O STJ pacificou o tema, desde 04/04/1995 quando da publicação da súmula 130:
	Enunciados CJF :
	
	Enunciado de súmula do STJ nº 130 - A empresa responde, perante o cliente, pela reparação de dano ou furto de veiculo ocorridos em seu estacionamento.
Destacamos a exposição de motivos que levou este Tribunal a este entendimento:
"A empresa que permite aos seus empregados utilizarem-se do seu parqueamento, aparentemente seguro e dotado de vigilância, assume dever de guarda, tornando-se civilmente responsável por furtos de veículos a eles pertencentes ali ocorridos".
"Conclusão que se impõe diante da evidência de que a empresa, ao assim proceder, aufere, como contrapartida ao comodismo e segurança proporcionados, maior e melhor produtividade dos funcionários, notadamente por lhes retirar, na hora do trabalho, qualquer preocupação quanto à incolumidade de seus veículos"
Referências:
REsp n. 195.664/SP, Relator o Ministro Sálvio de Figueiredo Teixeira, 4ª Turma, DJ de 28/6/1999.
REsp 1484908/MG, Rel. Ministro Marco Aurélio Belizze, 3ª Turma, DJe 18/03/2015.
Logo, remunerado ou não, haverá responsabilidade por tais danos. Subentendendo que a “gratuidade” nada mais é do que um facilitador, um chamariz, um atrativo para uma visita às instalações daquele que disponibiliza tal serviço.
Lei 9.656/98 – definições legais
A lei 9.656 de 1998 dispõe sobre os planos e seguros privados de assistência à saúde, que é a consequência do mandamus autorizativo constitucional dos artigos 196, 197 e 199, verbis:
Constituição Federal deste, mediante contrato de direito público ou convênio, tendo preferência as 
E, em seu artigo 1 e incisos e art. 35-F, temos as seguintes definições:
	
	
	Lei 9.656 de 1998:
Art. 1º Submetem-se às disposições desta Lei as pessoas jurídicas de direito privado que operam planos de assistência à saúde, sem prejuízo do cumprimento da legislação específica que rege a sua atividade, adotando-se, para fins de aplicação das normas aqui estabelecidas, as seguintes definições:
	O que é plano privado de assistência à saúde
	
	Lei 9.656 de 1998
Art. 1º (...)
I – Plano Privado de Assistência à Saúde: prestação continuada de serviços ou cobertura de custos assistenciais a preço pré ou pós-estabelecido, por prazo indeterminado, com a finalidade de garantir, sem limite financeiro, a assistência à saúde, pela faculdade de acesso e atendimento por profissionais ou serviços de saúde, livremente escolhidos, integrantes ou não de rede credenciada, contratada ou referenciada, visando a assistência médica, hospitalar e odontológica, a ser paga integral ou parcialmente às expensas da operadora contratada, mediante reembolso ou pagamento direto ao prestador, por conta e ordem do consumidor;
	O que é operadora de plano de assistência à saúde
	
	Lei 9.656 de 1998: Art. 1º (...) II - Operadora de Plano de Assistência à Saúde: pessoa jurídica constituída sob a modalidade de sociedade civil ou comercial, cooperativa, ou entidade de autogestão, que opere produto, serviço ou contrato de que trata o inciso I deste artigo;
	Abrangência de aplicabilidade dos planos de saúde privados
	
	Lei 9.656 de 1998: Art. 35-F. A assistência a que alude o art. 1º desta Lei compreende todas as ações necessárias à prevenção da doença e à recuperação, manutenção e reabilitação da saúde, observados os termos desta Lei e do contrato firmado entre as partes.
	Aplicabilidade da Lei 8.078 de 1990 aos contratos que envolvem relações de consumo
	
	Lei 9.656 de 1998: Art. 35-G. Aplicam-se subsidiariamente aos contratos entre usuários e operadoras de produtos de que tratam o inciso I e o § 1º do art. 1º desta Lei as disposições da Lei nº 8.078, de 1990.
Podemos afiançar que o sistema de saúde privado é consequência de autorização da Constituição Federal que define, na Lei 9.656 de 1998, a sua operacionalização.
Do plano-referência de assistência à saúde
A ANS define uma lista de consultas, exames e tratamentos, denominada Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde, que os planos de saúde são obrigados a oferecer, conforme cada tipo de plano - ambulatorial, hospitalar com ou sem obstetrícia, referência ou odontológico. 
Essa lista é válida para os planos contratados a partir de 02 de janeiro de 1999, os chamados planos novos. É válida também para os planos contratados antes dessa data, mas somente para aqueles que foram adaptados à Lei dos Planos de Saúde.
	Lei 9.656 de 1998:
	
	Art. 10. É instituído o plano-referência de assistência à saúde, com cobertura assistencial médico-ambulatorial e hospitalar, compreendendo partos e tratamentos, realizados exclusivamente no Brasil, com padrão de enfermaria, centro de terapia intensiva, ou similar, quando necessária a internação hospitalar, das doenças listadas na Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde, da Organização Mundial de Saúde, respeitadas as exigências mínimas estabelecidas no art. 12 desta Lei, exceto [...].
Termo de consentimento esclarecido (ou informado)
Com o avanço cada dia mais eloquente dos direitos humanos, o ato médico, em regra, só alcança sua verdadeira dimensão e o seu incontrastável destino quando se tem o consentimento do paciente ou de seus responsáveis legais. Desse modo, todo procedimento profissional, geralmente, necessita de uma autorização prévia.
Esse fundamento atende ao princípio da autonomia ou da liberdade, onde todo indivíduo tem por consagrado o direito de ser autor do seu próprio destino e de optar pelo caminho que quer dar a sua vida. Assim, a ausência desse requisito pode caracterizar infrações aos ditames da Ética Médica, a não ser em delicadas situações confirmadas por iminente perigo de vida. Além disso, exige-se não só o consentimento puro e simples, mas o consentimento esclarecido
	
	Deve-se levar em conta, por isso, o "pacientepadrão razoável" - aquele que a informação é capaz de ser entendida e que possa satisfazer às expectativas de outros pacientes nas mesmas condições socioeconômicas e culturais. Não há necessidade que essas informações sejam tecnicamente detalhadas e minuciosas. Apenas que sejam corretas, honestas, compreensíveis e legitimamente aproximadas da verdade que se quer informar. 
	
	
	Registre-se ainda que o primeiro consentimento (consentimento primário) não exclui a necessidade de consentimentos secundários. Desse modo, por exemplo, um paciente que permite seu internamento em um hospital não está, com isso, autorizando o uso de qualquer meio de tratamento ou de qualquer procedimento.
	
	
	Admite-se também que, em qualquer momento da relação profissional, o paciente tem o direito de não mais consentir uma determinada prática ou conduta, mesmo já consentida por escrito, revogando, assim, a permissão outorgada (princípio da revogabilidade). O consentimento não é um ato irretratável e permanente. E ao paciente não se pode imputar qualquer infração de ordem ética ou legal.
	
“Consentimento formado” é ponto central da responsabilidade civil médica.
Miguel Kfouri Neto afirma, ainda, que o consentimento formado é:
Um instrumento que permite um maior entendimento entre o clínico e o enfermo, evitando que um problema de relacionamento se encaminhe ao Judiciário.
Responsabilidade civil das operadoras por atos/fatos de seus credenciados/conveniados e temas correlacionados 
O tema deve ser iniciado com a explícita previsão sumular do STJ pertinente ao tema:
Enunciado de súmula STJ nº 469 - Aplica-se o Código de Defesa do Consumidor aos contratos de plano de saúde.
  É indiscutível a aplicabilidade e integração entre as normas de consumo e as de saúde, na exposição de motivos da criação da súmula 469 temo
  Precedentes Originários:
"Tratando-se de contrato de plano de saúde de particular, não há dúvidas que a convenção e as alterações ora analisadas estão submetidas ao regramento do Código de Defesa do Consumidor, ainda que o acordo original tenha sido firmado anteriormente a entrada em vigor, em 1991, dessa Lei. Isso ocorre não só pelo CDC ser norma de ordem pública (art. 5º, XXXII, da CF), mas também pelo plano de assistência médico hospitalar firmado pelo autor ser um contrato de trato sucessivo, que se renova a cada mensalidade."
(REsp 418572 SP, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado em 10/03/2009, DJe 30/03/2009)
  "[...] o plano de assistência à saúde, apresenta natureza jurídica de contrato de trato sucessivo, por prazo indeterminado, a envolver transferência onerosa de riscos, que possam afetar futuramente a saúde do consumidor e seus dependentes, mediante a prestação de serviços de assistência médico-ambulatorial e hospitalar, diretamente ou por meio de rede credenciada, ou ainda pelo simples reembolso das despesas. Como característica principal, sobressai o fato de envolver execução periódica ou continuada, por se tratar de contrato de fazer de longa duração, que se prolonga no tempo; os direitos e obrigações dele decorrentes são exercidos por tempo indeterminado e sucessivamente. 
Regido pelo CDC, para além da continuidade na prestação, assume destaque o dado da "catividade" do contrato de plano de assistência à saúde, reproduzida na relação de consumo havida entre as partes. O convívio ao longo de anos a fio gera expectativas para o consumidor no sentido da manutenção do equilíbrio econômico e da qualidade dos serviços. Esse vínculo de convivência e dependência, movido com a clara finalidade de alcançar segurança e estabilidade, reduz o consumidor a uma posição de "cativo" do fornecedor." 
  (REsp 1106557 SP, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 16/09/2010, DJe 21/10/2010)
Situação essa expressamente prevista na principal lei que regula os planos de saúde privados:
Lei 9.656 de 1998:
Art. 17- A. As condições de prestação de serviços de atenção à saúde no âmbito dos planos privados de assistência à saúde por pessoas físicas ou jurídicas, independentemente de sua qualificação como contratadas, referenciadas ou credenciadas, serão reguladas por contrato escrito, estipulado entre a operadora do plano e o prestador de serviço.
§ 1º São alcançados pelas disposições do caput os profissionais de saúde em prática liberal privada, na qualidade de pessoa física, e os estabelecimentos de saúde, na qualidade de pessoa jurídica, que prestem ou venham a prestar os serviços de assistência à saúde a que aludem os arts. 1º e 35-F desta Lei, no âmbito de planos privados de assistência à saúde.
§ 2º O contrato de que trata o caput deve estabelecer com clareza as condições para a sua execução, expressas em cláusulas que definam direitos, obrigações e responsabilidades das partes, incluídas, obrigatoriamente, as que determinem:
I - o objeto e a natureza do contrato, com descrição de todos os serviços contratados;
II - a definição dos valores dos serviços contratados, dos critérios, da forma e da periodicidade do seu reajuste e dos prazos e procedimentos para faturamento e pagamento dos serviços prestados; 
III - a identificação dos atos, eventos e procedimentos médico-assistenciais que necessitem de autorização administrativa da operadora;
IV - a vigência do contrato e os critérios e procedimentos para prorrogação, renovação e rescisão;
V - as penalidades pelo não cumprimento das obrigações estabelecidas.
E, por fim, neste item, temos que a responsabilidade civil pelo serviço de saúde é enquadrada no CDC, especialmente no seu art. 14:
	
	
	Lei 8.078 de 1990
Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos.
§ 1° O serviço é defeituoso quando não fornece a segurança que o consumidor dele pode esperar, levando-se em consideração as circunstâncias relevantes, entre as quais:
I - o modo de seu fornecimento;
II - o resultado e os riscos que razoavelmente dele se esperam;
III - a época em que foi fornecido.
Doenças preexistentes
O tema é regulado pelo art. 11 da Lei 9,656 de 1998 e operacionalizado pela Resolução Normativa DC/ANS nº 162 de 17/10/2007, que estabelece a obrigatoriedade da Carta de Orientação ao Beneficiário; dispõe sobre Doenças ou Lesões Preexistentes (DLP), destacando quanto a esta segunda a definição doença preexistente e a conduta a ser tomada pelo plano de saúde e pelo usuário.
Limitação de tempo de internação
A cláusula limitativa de internação, constante de planos de saúde, não pode ser acolhida diante do enunciado no CDC e na legislação hoje em vigor: a limitação do número de dias de internação não prevalece quando o doente tiver a necessidade, reconhecida pelo médico que ordenou a sua baixa em estabelecimento hospitalar, de ali permanecer por mais tempo do que o inicialmente previsto no contrato de seguro saúde. A natureza desse contrato e a especificidade do direito a que visa proteger estão a exigir sua compreensão à luz do direito do contratante que vem a necessitar do seguro para o pagamento das despesas a que não pode se furtar, como exigência do tratamento de sua saúde.
Clique aqui para ver o Art. 35 da Lei 9.656 de 1998 que trata da limitação de tempo de internação.
Prazos de carência e situações de urgência e emergência
Os temas são previstos na Lei 9.646 de 1998 de forma expressa, incluindo a definição e distinção entre urgência e emergência.
CARÊNCIA - PRAZOS
COBERTURA EMERGENCIAL E URGENCIAL
Reajustamento de preços por mudança de faixa etária e o Estatuto do Idoso
Isso acontece porque, em geral, por questões naturais, quanto mais idosa a pessoa, mais necessários e mais frequentes se tornam os cuidados com a saúde. As faixas etárias variam conforme a data de contratação do plano e os percentuais de variação precisam estar expressos no contrato.As faixas etárias para correção variam conforme a data de contratação do plano, sendo que os percentuais de variação têm que estar expressos no contrato. Veja, a seguir, em qual caso o seu contrato se encontra. Com expressa limitação normativa da Lei 9.656 de 1998:
	Lei 9.656 de 1998
	
	
Art. 35-E. A partir de 5 de junho de 1998, fica estabelecido para os contratos celebrados anteriormente à data de vigência desta Lei que:
I - qualquer variação na contraprestação pecuniária para consumidores com mais de sessenta anos de idade, estará sujeita à autorização prévia da ANS [...].
E, tais percentuais de ajustes têm que estar expressamente contratadas. Segue quadro oriundo da ANS que faz uma relação entre contratação faixa etária e normativo:
Mídias sociais
Podem ser conceituadas como tecnologias e ações online empregadas por pessoas (naturais ou jurídicas), com fins de publicizar ou propagar conteúdos (imagens, textos etc). Gerando a disseminação de conhecimento, visualização, opiniões e perspectivas.
Seus diversos formatos, atualmente, podem ser materializados por meio de textos, imagens (estáticas e vídeo) e áudios. Sempre com o objetivo de permitir que seus usuários interajam instantaneamente entre si mundialmente.
Há vários tipos diferentes de mídias sociais. Atualmente podemos elencar as seguintes:
Normas aplicáveis
O normativo Pátrio aplicável ao tema de forma específica são:
Lei nº 12.965, de 23 de abril de 2014 – Regula o marco civil na internet
Decreto nº 8.771, de 11 de maio de 2016 – Regula a Lei 12.965 de 2014
Destacamos que tais normativos fazem alusão, específica e geral às seguintes leis clicando em cada uma delas.
Resumidamente:
Obrigação do site/provedor de informar a origem das imagens
	É plena a liberdade de expressão em qualquer veículo de comunicação social. Mas tal plenitude não compreende liberdade absoluta. Essa premissa é de origem Constitucional, como se lê:
	
	CRFB/1988:
Art. 220. A manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a informação, sob qualquer forma, processo ou veículo não sofrerão qualquer restrição, observado o disposto nesta Constituição.
§ 1º - Nenhuma lei conterá dispositivo que possa constituir embaraço à plena liberdade de informação jornalística em qualquer veículo de comunicação social, observado o disposto no art. 5º, IV, V, X, XIII e XIV.
	E não poderia haver previsão legal diversa quanto à norma que regula a internet:
	
	Lei nº 12.965 de 2014:
Art. 3º A disciplina do uso da internet no Brasil tem os seguintes princípios: 
I - garantia da liberdade de expressão, comunicação e manifestação de pensamento, nos termos da Constituição Federal;
	A liberdade de comunicação esbarra no limite da sua responsabilização, com o devido processo legal. Tanto que:
	
	Lei nº 12.965 de 2014:
Art. 3º A disciplina do uso da internet no Brasil tem os seguintes princípios: VI - responsabilização dos agentes de acordo com suas atividades, nos termos da lei;
	A consequência é que os provedores de internet deverão informar à autoridade administrativa os dados que permitam a identificação da autoria de publicação que seja tipificada como ilícita:
	
	Lei nº 12.965 de 2014:
Art. 10. A guarda e a disponibilização dos registros de conexão e de acesso a aplicações de internet de que trata esta Lei, bem como de dados pessoais e do conteúdo de comunicações privadas, devem atender à preservação da intimidade, da vida privada, da honra e da imagem das partes direta ou indiretamente envolvidas. 
§ 3º O disposto no caput não impede o acesso aos dados cadastrais que informem qualificação pessoal, filiação e endereço, na forma da lei, pelas autoridades administrativas que detenham competência legal para a sua requisição.
Decreto nº 8.771 de 2016:
Art. 11. As autoridades administrativas a que se refere o art. 10, § 3º, da Lei nº 12.965, de 2014, indicarão o fundamento legal de competência expressa para o acesso e a motivação para o pedido de acesso aos dados cadastrais.
§ 1º O provedor que não coletar dados cadastrais deverá informar tal fato à autoridade solicitante, ficando desobrigado de fornecer tais dados.
§ 2º São considerados dados cadastrais:
I - a filiação;
II - o endereço; e
III - a qualificação pessoal, entendida como nome, prenome, estado civil e profissão do usuário. § 3º Os pedidos de que trata o caput devem especificar os indivíduos cujos dados estão sendo requeridos e as informações desejadas, sendo vedados pedidos coletivos que sejam genéricos ou inespecíficos.
Art. 15. Os dados de que trata o art. 11 da Lei nº 12.965, de 2014, deverão ser mantidos em formato interoperável  e estruturado, para facilitar o acesso decorrente de decisão judicial ou determinação legal, respeitadas as diretrizes elencadas no art. 13 deste Decreto.
Dano à imagem
A imagem é o conjunto de traços e caracteres de uma pessoa (natural ou jurídica) que a individualiza no meio social. A pessoa natural caracteriza-se por rosto, olhos, cabelos, perfil etc. Já a pessoa jurídica caracteriza-se por logo, nome fantasia, caracteres etc.
É um bem personalíssimo, emanação de uma pessoa, através da qual projeta-se, identifica-se e individualiza-se no meio social e é passível de valoração financeira.
Por tais características, é passivo de sofrer dano como a exposição humilhante, vexatória, retratando intimidade pessoal ou sexual. Entre outros fatores que o Direito ainda não percebeu.
LEGITIMIDADE ATIVA
LEGITIMIDADE PASSIVA
A Responsabilidade: Previsões Normativas
Como se pode ler abaixo, as pessoas (naturais ou jurídicas) não podem ser violadas no seu direito mais basilar de vida e sofrerem danos, sob pena de responsabilização nos termos Constitucional e Civil correspondentes:
Art. 5 (...) - CRFB/1988:
Art. 21. - Lei 10.406 de 2002:
Art. 17. - Lei 10.406 de 2002:
Art. 20. - Lei 10.406 de 2002:
Art. 52. - Lei 10.406 de 2002:
Súmula STJ nº 227:
CRFB/1988:
Art. 5. (...)
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação;
Do ofensor
Lei 10.406 de 2002:
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.
Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes.
Do provedor da mídia social
Lei nº 12.965 de 2014:
Art. 21. O provedor de aplicações de internet que disponibilize conteúdo gerado por terceiros será responsabilizado subsidiariamente pela violação da intimidade decorrente da divulgação, sem autorização de seus participantes, de imagens, de vídeos ou de outros materiais contendo cenas de nudez ou de atos sexuais de caráter privado quando, após o recebimento de notificação pelo participante ou seu representante legal, deixar de promover, de forma diligente, no âmbito e nos limites técnicos do seu serviço, a indisponibilização desse conteúdo. 
Parágrafo único. A notificação prevista no caput deverá conter, sob pena de nulidade, elementos que permitam a identificação específica do material apontado como violador da intimidade do participante e a verificação da legitimidade para apresentação do pedido.
Aplicação das normas de consumo ao sistema bancário
O sistema bancário é reconhecidamente um serviço prestado ao consumidor. Seja a título bancário, financeiro ou de crédito. Tudo nos termos do art. 3, § 2 da Lei 8.078 de 1990.
Art. 3º Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividade de produção, montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou prestaçãode serviços.
§ 1º (...).
§ 2º Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, mediante remuneração, inclusive as de natureza bancária, financeira, de crédito e securitária, salvo as decorrentes das relações de caráter trabalhista.
Entretanto, não foi sempre assim. A Adin 2.591, julgada em 07/06/2006, foi assim ementada:
Ementa: Código de defesa do consumidor. Art. 5º, XXXII, da CB/88. Art. 170, v, da CB/88. Instituições financeiras. Sujeição delas ao código de defesa do consumidor, excluídas de sua abrangência a definição do custo das operações ativas e a remuneração das operações passivas praticadas na exploração da intermediação de dinheiro na economia [art. 3º, § 2º, do CDC]. Moeda e taxa de juros. Dever-poder do Banco Central do Brasil. Sujeição ao código civil.
Logo, a decisão revelou-se aplicável o CDC às instituições financeiras, exceto com relação à volatilidade do mercado (juros).
Outra consequência, e não poderia ser diferente, considerando a hierarquia e as competências atribuídas têm a decisão o STJ o seguinte:
Súmula STJ nº 297- O código de defesa do consumidor é aplicável às instituições financeiras.
Tendo na sua exposição de motivos:
Resp 175.795/RS, Rel. Ministro WALDEMAR ZVEITER, TERCEIRA TURMA, julgado em 09/03/1999, DJ 10/05/1999, p. 171.
Cédula de crédito comercial - embargos à execução - capitalização mensal dos juros - código de defesa do consumidor.
I - Os bancos, como prestadores de serviços especialmente contemplados no art. 3º, parágrafo segundo, estão submetidos às disposições do Código de Defesa do Consumidor.
REsp 387.805/RS, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 27/06/2002, DJ 09/09/2002, p. 226.
(...) Os bancos ou instituições financeiras, como prestadores de serviços especialmente contemplados no art. 3º, § 2º, estão submetidos às disposições do CDC.
(...)
Contrato de Conta-Corrente
“Consoante magistério do Prof. Carlos Roberto Gonçalves, “contrato de conta-corrente é aquele em que o banco registra, em contabilidade própria, o débito e o crédito, as remessas e os saques, podendo o depositante verificar o saldo a qualquer tempo. Os depósitos são escriturados em conta individual dos depositantes. As partes são o banco e o correntista e os depósitos denominam-se remessas” (Direito civil brasileiro, vol. III. São Paulo: Saraiva, 2004, p. 643).
Por consectário a Eminente Doutrinador, existe um contrato tipicamente oneroso e de serviço.
Quando o advogado Frank McNamara (foto), presidente da Hamilton Credit Corporation esqueceu a carteira na hora de pagar um almoço no restaurante Major's Cabin Grill em Nova York, em 1949, jamais teria imaginado que, menos de 70 anos depois, sua ideia de assinar um cartão e depois liquidar a conta, daria origem ao "cartão de crédito", instrumento tão utilizado como meio de pagamento, sendo responsável por quase 60% das transações correntes do planeta.
É um meio de pagamento eletrônico que possibilita o portador adquirir bens e/ou serviços, pelo preço à vista, nos estabelecimentos credenciados e realizar saques de dinheiro em equipamentos eletrônicos habilitados.
O cartão pode ser emitido para pessoas físicas ou para pessoas jurídicas.
O cartão contém, geralmente, as seguintes características:
Fonte: http://www.abecs.org.br/
Autorregulação
O Código de Ética e Autorregulação é um sistema de autodisciplina complementar às normas já existentes, cujos princípios fundamentais são:
(a) a transparência das relações;
(b) o respeito e cumprimento à legislação vigente;
(c) a expansão sustentável do número de portadores de cartões no mercado brasileiro e de estabelecimentos credenciados;
(d) a adoção de comportamento ético e compatível com as boas práticas comerciais;
(e) a liberdade de iniciativa, livre concorrência e função social;
(f) a proibição de práticas que infrinjam ou estejam em desacordo com o Código de Ética e Autorregulação;
(g) o estímulo às boas práticas de mercado.
Ainda, prevê regras gerais de conduta para as associadas, englobando políticas de atendimento aos clientes, orientação para o uso consciente do cartão, diretrizes de relacionamento, publicidade consciente e adequação legal.
Além disso, um dos objetivos da autorregulação é dar maior especificidade ao ordenamento já existente, detalhando, do início ao fim, todo o processo de uso do cartão de crédito, ou seja, da oferta até o seu eventual cancelamento.
Desde então, a autorregulação da ABECS vem crescendo e normatizando outros temas relevantes ao setor de meios eletrônicos de pagamento em seus Anexos e Normativos (todos disponíveis, na íntegra, na sessão de normas da Autorregulação).
Fonte: http://www.abecs.org.br/abecs-autorregulacao
Normativos de AutorRegulação, exemplos:
002 - Registro de Ocorrências
006 - Envio de Cartão de Crédito
Fonte: http://www.abecs.org.br/autorregulacao-normas
 ABECS - 002 - REGISTRO DE OCORRÊNCRMA ABECS - 006 - ENVIO DE CARTÃO DE CRÉDITO
Juros abusivos
Antes de mais nada, temos que saber como premissa ao entendimento do tema o que é juros.
Assim nos define o festejado Pontes de Miranda, Tratado, 25/15:
Juro é o fruto do dinheiro. É o que o credor recebe do devedor, além da importância da dívida. "Entende-se por juros o que o credor pode exigir pelo fato de ter prestado ou de não ter recebido o que se lhe devia prestar".
Entendemos assim que juros é a remuneração, in casu, de um serviço prestado.
Mas indo ao cerne de nossa questão o que são juros abusivos? A questão já foi definida pelo STJ, como se pode observar no aresto:
Processo AgRg no REsp 747522 / RS
Relator(a) Ministro ARI PARGENDLER (1104)
Órgão Julgador T3 - TERCEIRA TURMA
Data do Julgamento 02/09/2008
Data da Publicação/Fonte DJe 20/11/2008
Ementa:
CONSUMIDOR. CONTRATO BANCÁRIO. CONCEITO DE JUROS REMUNERATÓRIOS ABUSIVOS.
Do ponto de vista jurídico, são abusivos apenas os juros remuneratórios que destoam da média do mercado sem estarem justificados pelo risco próprio do negócio — conclusão que, no entanto, depende de prova in concreto.
Apenas pode ser considerado como juros abusivos aqueles praticados acima da média do mercado de forma injustificada. Devem ser provados casuisticamente, de forma técnica (planilhado) para sua configuração.
Inexiste fórmula mágica ou decisão judicial que destoe desta premissa.
Tanto que o STJ publicou em 15/06/2015 o seguinte enunciado de súmula:
Súmula STJ nº 541 – A previsão no contrato bancário de taxa de juros anual superior ao duodécuplo da mensal é suficiente para permitir a cobrança da taxa efetiva anual contratada.
Cuja exposição de motivos pode ser sintetizada no seguinte acórdão assim ementado:
CONTRATO BANCÁRIO. AÇÃO REVISIONAL. AGRAVO REGIMENTAL. CAPITALIZAÇÃO DE JUROS. PACTUAÇÃO EXPRESSA. SÚMULAS N. 5 E 7 DO STJ.
1. Nos contratos bancários firmados posteriormente à entrada em vigor da MP n. 1.963-17/2000, reeditada sob o n. 2.170-36/2001, é lícita a capitalização mensal dos juros, desde que expressamente prevista no ajuste.
A previsão no contrato bancário de taxa de juros anual superior ao duodécuplo da mensal é suficiente para permitir a cobrança da taxa efetiva anual contratada (Recurso Especial repetitivo n. 973.827/RS).
2. É insuscetível de exame na via do recurso especial questão relacionada com a existência da incidência de capitalização de juros em contrato bancário, pois, para tanto, é necessário o reexame do respectivo instrumento contratual. Súmulas n. 5 e 7 do STJ.
3. Agravo regimental desprovido.
(AgRg no AREsp 227.946/DF, Rel. Ministro JOÃO OTÁVIO DE NORONHA, TERCEIRA TURMA, julgado em 11/06/2013, DJe 18/06/2013).
Normativos da FEBRABAN – SARB (Sistema de Autorregulação Bancária)
A Federação Brasileira de Bancos (FEBRABAN), cumprindo sua vocação de representar o setor bancário e de fortalecer sua relação com a sociedade, liderou, em conjunto com os maiores bancos do país, a criação do sistema brasileiro de autorregulação bancária.
A autorregulação possibilitará aos bancos, em conjunto com a sociedade,harmonizar o sistema bancário, suplementando as normas e os mecanismos de controle já existentes.
O SARB estabelece padrões ainda mais elevados de conduta às Instituições Financeiras.
Mais do que acrescentar um conjunto de normas à já extensa e rigorosa lista de regras aplicáveis ao sistema bancário, a proposta central do Sistema é a de firmar um compromisso efetivo dos bancos com seus consumidores, reconhecendo que é possível e oportuno ir além do estritamente legal. A ANATEL: Generalidades
As agências reguladoras foram criadas para fiscalizar a prestação de serviços públicos praticados pela iniciativa privada. Além de controlar a qualidade na prestação do serviço, estabelecem regras para o setor. Além disso, devem garantir a participação do consumidor nas decisões pertinentes do setor regulado.
Elas são criadas por leis e, entre as principais funções de uma agência reguladora, estão:
• Elaboração de normas disciplinadoras para o setor regulado
• Fiscalização dessas normas
• Defesa de direitos do consumidor
• Gestão de contratos de concessão de serviços públicos delegados
• Incentivo à concorrência, minimizando os efeitos dos monopólios naturais e desenvolvendo mecanismos de suporte à concorrência
Realizadas as reclamações, processos administrativos são instaurados e, dependendo do caso, a empresa poderá ser multada ou sofrer sanções administrativas, como a suspensão temporária do fornecimento do serviço.
Também tem a capacidade de expedir normas operacionais e de serviço, como forma de regulamentar a atividade econômica fiscalizada, adaptando-se ao ritmo de desenvolvimento tecnológico e ao crescente atendimento das demandas dos consumidores.
Sendo assim, temos a ANATEL (Agência Nacional de Telecomunicações), criada em 1997, que promove o desenvolvimento das telecomunicações no país. A ANATEL tem independência administrativa e financeira e não está subordinada a nenhum órgão de governo.
A Anatel tem poderes de outorga, regulamentação e fiscalização e deve adotar medidas necessárias para atender ao interesse do cidadão no setor de telecomunicações.
A aplicabilidade das normas da ANATEL relativos às relações de consumo
O artigo 7º d Lei 8.078 de 1990 gera uma relação de permeabilidade com as demais fontes do direito que guardam pertinência com a proteção e defesa do consumidor. É previsão legal aberta do sistema consumerista que faz com que o microssistema consumerista seja constantemente atualizado e pormenorizado em decorrência da integração com outras fontes complementares dos direitos do consumidor.
Destacamos que a primeira linha de defesa e proteção do consumidor é a Lei 8.078 de 1990. Entretanto, isso não impede, desde que seja mais benéfica ao consumidor, o emprego de fontes complementares.
	Eis sua reprodução:
	
	Lei 8.078 de 1990:
Art. 7 - Os direitos previstos neste código não excluem outros decorrentes de tratados ou convenções internacionais de que o Brasil seja signatário, da legislação interna ordinária, de regulamentos expedidos pelas autoridades administrativas competentes, bem como dos que derivem dos princípios gerais do direito, analogia, costumes e equidade.
	Passemos a uma singela análise exemplificativa:
	
	Art. 7:
Os direitos previstos neste código não excluem outros decorrentes de (...) regulamentos expedidos pelas autoridades administrativas competentes...
A Lei n° 9.472, de 16 de julho de 1997, em seu artigo 19, define as competências da ANATEL, a saber:
Art. 19. À Agência compete adotar as medidas necessárias para o atendimento do interesse público e para o desenvolvimento das telecomunicações brasileiras, atuando com independência, imparcialidade, legalidade, impessoalidade e publicidade, e especialmente:
I - implementar, em sua esfera de atribuições, a política nacional de telecomunicações;
IV - expedir normas quanto à outorga, prestação e fruição dos serviços de telecomunicações no regime público;
VI - celebrar e gerenciar contratos de concessão e fiscalizar a prestação do serviço no regime público, aplicando sanções e realizando intervenções;
X - expedir normas sobre prestação de serviços de telecomunicações no regime privado;
XI - expedir e extinguir autorização para prestação de serviço no regime privado, fiscalizando e aplicando sanções;
XII - expedir normas e padrões a serem cumpridos pelas prestadoras de serviços de telecomunicações quanto aos equipamentos que utilizarem;
XIII - expedir ou reconhecer a certificação de produtos, observados os padrões e normas por ela estabelecidos;
XIV - expedir normas e padrões que assegurem a compatibilidade, a operação integrada e a interconexão entre as redes, abrangendo inclusive os equipamentos terminais;
XV - realizar busca e apreensão de bens no âmbito de sua competência;
XVI - deliberar na esfera administrativa quanto à interpretação da legislação de telecomunicações e sobre os casos omissos;
XVII - compor administrativamente conflitos de interesses entre prestadoras de serviço de telecomunicações;
XVIII - reprimir infrações dos direitos dos usuários;
XIX - exercer, relativamente às telecomunicações, as competências legais em matéria de controle, prevenção e repressão das infrações da ordem econômica, ressalvadas as pertencentes ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE).
Sendo assim, a ANATEL é a entidade que tem a legitimidade e capacidade técnica de melhor regulação pertinente às telecomunicações.
Principais normativos
Como função típica de regular o extenso mercado de telecomunicações, considerando o objeto de nossas aulas, nos limitamos às normas pertinentes as relações de consumo.
A seguir, detalhes acerca das normas apresentadas.
1. Resolução ANATEL nº 477 de 2007 – SMP - Serviço Móvel Pessoal
Discriminamos alguns direitos pertinentes a este normativo:
DEFINIÇÃO GERAIS
DIREITOS DOS USUÁRIOS
Art. 6º Respeitadas as disposições constantes deste Regulamento bem como as disposições constantes do Termo de Autorização, os Usuários do SMP têm direito a:
I - liberdade de escolha de sua prestadora;
V - conhecimento prévio de toda e qualquer alteração nas condições de prestação do serviço que lhe atinja;
VI – obter, mediante solicitação, a suspensão do serviço prestado;
X - resposta eficiente e pronta, pela prestadora, às suas reclamações, solicitações de serviços, pedidos de informação, consultas e correspondências;
XII - reparação pelos danos causados pela violação dos seus direitos;
XXIII - transferência de titularidade de seu Contrato de Prestação do SMP;
APLICAÇÃO DO CPDC
Art. 9º Os direitos e deveres previstos neste Regulamento não excluem outros previstos na Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990, na regulamentação aplicável e nos contratos de prestação firmados com os Usuários do SMP.
2. Resolução ANATEL nº 614 de 2013 - SCM - Serviço de Comunicação Multimídia
Discriminamos alguns direitos pertinentes a este normativo:
DAS DEFINIÇÕES
Art. 4º Para os fins deste Regulamento, aplicam-se as seguintes definições:
I - Acesso em Serviço: acesso que está ativado e prestando serviço ao usuário;
II - Área de Prestação de Serviço: área geográfica de âmbito nacional onde o SCM pode ser explorado conforme condições preestabelecidas pela Anatel;
III - Assinante: pessoa natural ou jurídica que possui vínculo contratual com a Prestadora para fruição do SCM;
IV - Centro de Atendimento: órgão da Prestadora de SCM responsável por recebimento de reclamações, solicitações de informações e de serviços ou de atendimento ao Assinante;
V - Conexão à Internet: habilitação de um terminal para envio e recebimento de pacotes de dados pela Internet, mediante a atribuição ou autenticação de um endereço IP;
VII - Informação Multimídia: sinais de áudio, vídeo, dados, voz e outros sons, imagens, textos e outras informações de qualquer natureza.
XII - Plano de Serviço: documento que descreve as condições de prestação do serviço quanto às suas características, ao seu acesso, manutenção do direito de uso, utilização e serviços eventuais e suplementares a eleinerentes, preços associados, seus valores e as regras e critérios de sua aplicação;
XIII - Prestadora: pessoa jurídica que mediante autorização presta o SCM;
XIX - Setor de Atendimento: estabelecimento que pode ser mantido pela Prestadora, no qual o Assinante tem acesso ao atendimento presencial prestado por pessoa devidamente qualificada para receber, orientar, esclarecer e solucionar qualquer solicitação efetuada;
XXI - Velocidade: capacidade de transmissão da informação multimídia expressa em bits por segundo (bps), medida conforme critérios estabelecidos em regulamentação específica.
CONTRATO
Art. 39. Deve constar do contrato de prestação do serviço com o Assinante:
I - a descrição do seu objeto;
II - os direitos e obrigações da Prestadora, constantes do Capítulo III deste Título;
III - os direitos e deveres dos Assinantes, constantes do Capítulo V deste Título;
IV - os encargos moratórios aplicáveis ao Assinante;
V - a descrição do sistema de atendimento ao Assinante e o modo de proceder em caso de solicitações ou reclamações;
VI - o número do Centro de Atendimento da Prestadora, a indicação dos endereços para atendimento por correspondência e por meio eletrônico, e os endereços dos Setores de Atendimento da Prestadora, quando existirem, ou a indicação de como o Assinante pode obtê-los; 
VII - as hipóteses de rescisão do Contrato de Prestação do SCM e de suspensão dos serviços a pedido ou por inadimplência do Assinante;
VIII - a descrição do procedimento de contestação de débitos;
IX - os critérios para reajuste de preços, cuja periodicidade não pode ser inferior a doze meses, a menos que a lei venha regular a matéria de modo diverso;
X - os prazos para instalação e reparo.
3. Resolução ANATEL nº 488 de 2007 - STA - Serviço de TV por Assinatura
Discriminamos alguns direitos pertinentes a este normativo:
DEFINIÇÕES
Art. 2º Para fins deste Regulamento são adotadas as seguintes definições:
II - Assinante: pessoa natural ou jurídica que firma contrato com a Prestadora para fruição do serviço;
III - Assinatura: valor pago periodicamente pelo Plano de Serviço contratado;
IX - Ponto-Principal: primeiro ponto de acesso à programação contratada com a Prestadora instalado no endereço do Assinante;
X - Ponto-Extra: ponto adicional ao ponto principal, de acesso à programação contratada, ativado no mesmo endereço do ponto principal do Assinante;
XI - Ponto-de-Extensão: ponto adicional ao ponto principal, de acesso à programação contratada, ativado no mesmo endereço do Ponto-Principal do Assinante, que reproduz, integral e simultaneamente, sem qualquer alteração, o canal sintonizado no Ponto-Principal ou no Ponto-Extra.
DOS DIREITOS DOS ASSINANTES
Art. 3º São direitos do Assinante:
I - acesso aos serviços de televisão por assinatura, com padrões de qualidade e regularidade adequados à sua natureza em sua Área de Prestação de Serviço, conforme condições ofertadas ou contratadas; 
II - liberdade de escolha de sua Prestadora e do Plano de Serviço;
III - não discriminação quanto às condições de acesso e fruição do serviço, desde que presentes as condições técnicas necessárias, observado o disposto na regulamentação vigente;
IV - prévio conhecimento das condições de contratação, prestação, fidelização e suspensão dos serviços, especialmente, dos preços cobrados, bem como a periodicidade e o índice aplicável, em caso de reajuste;
VI - não suspensão do serviço sem sua solicitação, salvo por débito diretamente decorrente de sua utilização ou por descumprimento de condições contratuais;
VII - respeito à sua privacidade nos documentos de cobrança e na utilização de seus dados pessoais pelas Prestadoras do serviço;
VIII - obtenção de resposta às solicitações de informações e às reclamações apresentadas junto às Prestadoras do serviço, podendo o Assinante exigir que a resposta seja dada por escrito;
X - reparação dos danos causados pela violação de seus direitos;
XI - adequada prestação do serviço que satisfaça às condições de regularidade, respeito no atendimento, cumprimento de normas e prazos procedimentais;
XIII - restabelecimento da prestação dos serviços:
a) em até 48 (quarenta e oito) horas, contadas a partir da quitação dos débitos pendentes; ou 
b) em até 24 (vinte e quatro) horas, a partir da comprovação da quitação ou de erro de cobrança nos termos da legislação vigente.
XXI - devolução, em dinheiro, das quantias pagas em decorrência de cobrança indevida, por valor igual ao dobro do que pagou em excesso, acrescido dos mesmos encargos aplicados pela prestadora aos valores pagos em atraso;
DAS INTERRUPÇÕES DO SERVIÇO E DAS QUEDAS DO SINAL
Art. 6º O Assinante que tiver o serviço interrompido, por tempo superior a 30 (trinta) minutos, deve ser compensado pela Prestadora, por meio de abatimento ou ressarcimento, em valor proporcional ao da Assinatura, correspondente ao período de interrupção.
§ 1º No caso de programas pagos individualmente, a compensação será feita pelo seu valor integral, independente do período de interrupção.
§ 2º A duração da interrupção de que trata o caput, o valor e a forma de compensação devem:
I – constar no documento de cobrança do mês em que se der a interrupção se esta ocorrer antes da sua emissão; ou
II – constar do documento de cobrança do mês subsequente em que se der a interrupção se esta ocorreu após a emissão deste.
Art. 7º As manutenções preventivas, ampliações da rede ou quaisquer alterações no sistema, que provocarem queda da qualidade dos sinais transmitidos ou a Interrupção do Serviço oferecido pelas Prestadoras, deverão ser realizadas, preferencialmente, em dias úteis e comunicadas aos Assinantes potencialmente afetados, informando a data e a duração da interrupção, com antecedência mínima de 3 (três) dias.
DA SUSPENSÃODO SERVIÇO A PEDIDO DO ASSINANTE
Art. 12. O Assinante que estiver adimplente pode requerer à Prestadora, sem ônus, a suspensão do serviço contratado, uma única vez, a cada período de 12 (doze) meses, pelo prazo mínimo de 30 (trinta) dias e o máximo de 120 (cento e vinte) dias, mantendo a possibilidade de restabelecimento, sem ônus, da prestação do serviço contratado no mesmo endereço.
Parágrafo único. A prestadora tem o prazo de 24 (vinte e quatro) horas para atender à solicitação a que se refere este artigo.

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