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EMPREENDEDORISMO EMPREENDEDORISMO Cátia Regina Raulino Roberto Padilha Moia © Copyright 2017 da Dtcom. É permitida a reprodução total ou parcial, desde que sejam respeitados os direitos do Autor, conforme determinam a Lei n.º 9.610/98 (Lei do Direito Autoral) e a Constituição Federal, art. 5º, inc. XXVII e XXVIII, “a” e “b”. Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Ficha catalográfica elaborada pela Dtcom. Bibliotecária – Andrea Aguiar Rita CRB) Reitor Prof. Celso Niskier Pro-Reitor Acadêmico Maximiliano Pinto Damas Pro-Reitor Administrativo e de Operações Antonio Alberto Bittencourt Coordenação do Núcleo de Educação a Distância Viviana Gondim de Carvalho Redação Dtcom Análise educacional Dtcom Autoria da Disciplina Cátia Regina Raulino, Roberto Padilha Moia Validação da Disciplina Marcio Mori Designer instrucional Milena Rettondini Noboa Banco de Imagens Shutterstock.com Produção do Material Didático-Pedagógico Dtcom Sumário 01 O conceito de empreendedorismo ........................................................................................7 02 Perfil do Empreendedor ........................................................................................................13 03 O processo de empreendedorismo e as partes envolvidas ..........................................20 04 Etapas do processo de empreender ..................................................................................27 05 Ser empreendedor ..................................................................................................................34 06 Oportunidades e Ideias no Empreendedorismo ...............................................................42 07 Fontes de novas ideias ..........................................................................................................49 08 A criatividade empreendedora .............................................................................................57 09 Técnicas de desenvolvimento de criatividade ..................................................................64 10 Bloqueios mentais ..................................................................................................................72 11 Entendendo os conceitos de missão, visão e valores .....................................................79 12 O processo visionário no empreendedorismo ..................................................................87 13 Desenvolvimento da visão de negócio ...............................................................................94 14 Elementos de suporte ao empreendedorismo .............................................................. 101 15 A importância do feedback para o desenvolvimento de um negócio ..................... 109 16 Definição de plano de negócios e sua importância ..................................................... 116 17 Definindo os objetivos e público-alvo do plano de negócios ..................................... 123 18 Estrutura de um plano de negócios ................................................................................. 130 19 Criando um plano de negócios eficiente ........................................................................ 137 20 Colocando o plano de negócios em prática ................................................................... 144 O conceito de empreendedorismo Cátia Raulino e Roberto Padilha Introdução Muitas pessoas sonham em abrir o próprio negócio, ou seja, desejam entrar no mundo do empreendedorismo. Porém, muitas delas não sabem exatamente o que significa o termo empre- endedorismo. Logo, não sabem se realmente estão aptas a isso. Compreender o significado do termo empreendedorismo é o ponto de partida para uma pessoa que pretenda ser empreendedora. No caso do Brasil, o empreendedorismo tem despertado o interesse de pessoas que investem em micro e pequenos negócios gerando, em muitos casos, empregos e impostos para o desen- volvimento. A contribuição delas é essencial à economia brasileira, pois são diversas as formas de atuação do empreendedorismo empresarial. Aqui iremos tratar a respeito do conceito de empreendedorismo, fazendo relação com a importância que ele tem para o desenvolvimento da economia do País e para as pessoas que nele vivem. Você conhecerá um pouco mais sobre as diferentes formas de atuação permitidas pela legislação dentro do empreendedorismo. Objetivos de aprendizagem Ao final desta aula, você será capaz de: • conhecer o surgimento do empreendedorismo e seu contexto no Brasil e no mundo. • compreender o conceito de empreendedorismo. 1 Empreendedorismo Ao iniciarmos nosso estudo, saiba que o empreendedorismo no Brasil tem sido muito incen- tivado principalmente por entidades de apoio, como por exemplo o Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas). Mas para que possamos aprofundar mais o tema é impor- tante conhecer o conceito de empreendedorismo. De acordo com Dornelas (2012, p. 28), o termo empreendedorismo significa “[...] o envolvimento de pessoas e processos que, em conjunto, levam à transformação de ideias em oportunidades”. Esse conceito conduz à necessidade de que essas oportunidades devem ser implementadas para que possam surgir novos negócios no mercado, ressaltando que o envolvimento das pessoas é um ponto crucial para o sucesso dos negócios. FIQUE ATENTO! A prática do empreendedorismo está associada ao envolvimento do empreende- dor e a um conjunto de processos que possam viabilizar e colocar em prática um novo negócio. – 7 – TEMA 1 O conceito de empreendedorismo na prática começou a ser aplicado no Brasil a partir dos anos 90. Embora já existisse antes, esta ocorrência prática iniciou-se efetivamente em função da abertura da economia, e o auge se deu a partir de 2000. Com a introdução de novos produtos, ser- viços e tecnologias a taxa de desemprego começou a aumentar, e os empreendedores brasileiros viram uma grande oportunidade de iniciarem negócios próprios. Figura 1 – Empreendedorismo gerando renda Fonte: Andrey_Popov/Shutterstock.com A aplicação do conceito de empreendedorismo também traz benefícios à economia por meio da criação e desenvolvimento de novas micros e pequenas empresas. De acordo com Ferreira, Santos e Serra (2010. p.. 3), “[...] são as pequenas e novas empresas e não as grandes corporações as maiores geradoras de empregos”. Em outras palavras, o desenvolvimento do empreendedo- rismo está associado diretamente à criação de micro e pequenas empresas. EXEMPLO Segundo a revista Pequenas Empresas & Grandes Negócios, atualmente no Brasil existem três empresas atuando no setor de bijuterias. Os principais polos de produ- ção estão localizados nas cidades de Limeira (SP), Guaropé (RS) e Cariri (CE). Nesse segmento da economia a participação das micro e pequenas empresas corresponde a 85% do mercado. O empreendedorismo no setor depende muito mais da criativida- de e empenho do empreendedor do que de grandes investimentos financeiros. 2 A importância das micro e pequenas empresas É importante compreender que a prática do empreendedorismo conduz ao surgimento de diversas micro e pequenas empresas espalhadas no País, aumentando a produtividade e o emprego, além de gerar renda às pessoas e de dinamizar os negócios. De acordo com o Sebrae (2014), as micro e pequenas empresas representam 53,4% do PIB (Produto Interno Bruto) brasi- leiro no setor de comércio; 22,5% do PIB no setor da indústria e 36,3% no de serviços. EMPREENDEDORISMO – 8 – FIQUE ATENTO! A participação das micro e pequenas empresas no PIB brasileiro vem crescendo a cada ano, sendo o setor de comércio o mais representativo desse aumento. Para a geração de emprego, o Sebrae (2014) aponta que os pequenos negócios no setor de serviçosrepresentam 44% dos empregos formais, e no setor de comércio esse número chega a aproximadamente 70%. Com relação ao número de empresas de pequeno porte, no setor de servi- ços elas já são mais de 98% do total de empresas no país. No comércio o número de empresas de pequeno porte já supera 99%. Por fim, no setor da indústria o número de pequenos negócios está acima dos 95%. Esses dados só ressaltam a importância das micro e pequenas empresas para o desenvolvimento brasileiro. Figura 2 – Desenvolvimento de pequenos negócios Fonte: Rawpixel.com/Shutterstock.com SAIBA MAIS! No estudo “Participação das Micro e Pequenas Empresas na Economia Brasileira”, publicado pelo Sebrae, é possível pesquisar mais sobre a importância das micro e pequenas empresas no Brasil. Você pode acessá-lo em: <http://www.sebrae. com.br/Sebrae/Portal%20Sebrae/Estudos%20e%20Pesquisas/Participacao%20 das%20micro%20e%20pequenas%20empresas.pdf>. 3 As diferentes formas do empreendedorismo empresarial Você precisa saber que para uma pessoa atuar de forma legalizada no empreendedorismo ela deve formalizar a empresa. É o chamado empreendedorismo empresarial. O empreendedor empresarial pode ser entendido, conforme Dolabela (2008, p. 25), como: EMPREENDEDORISMO – 9 – “[...] indivíduo que cria uma empresa, qualquer que seja ela; pessoa que compra uma empre- sa e introduz inovações, assumindo riscos, seja na forma de administrar, seja na forma de vender, fabricar, distribuir ou fazer propaganda dos seus produtos e/ou serviços, agregando novos valores; empregado que introduz inovações em uma organização, provocando o sur- gimento de valores adicionais”. Essa atuação no empreendedorismo empresarial pode se dar por meio de uma empresa na forma de Microempreendedor Individual (MEI), Microempresa, Empresa de Pequeno Porte ou empresas de médio e de grande portes, como no quadro a seguir. Quadro 1 – As empresas Tipos empresariais Faturamento anual MEI Até R$ 60.000,00 ME Até R$ 360.000,00 EPP Até R$ 3.600.000,00 Normais (médio e grande portes) Superior a R$ 3.600.000,00 Fonte: elaborado pela AUTORA O Sebrae aponta as principais características e diferenças entre os tipos de empresas. Vamos conhecê-las a seguir. • Microempreendedor Individual: esta categoria foi criada para permitir a uma pessoa trabalhar por conta própria e legalizada. Esse tipo de negócio se enquadra para aqueles empreendedores que tenham receita bruta anual de até R$ 60.000,00, podendo optar pelo Simples Nacional. Este valor muda para R$ 81.000 a partir de 2018, em função da Lei Complementar 155, de 27 de outubro de 2016. Observe que há uma restrição para esse tipo de empresa. O microempreendedor pode empregar apenas uma pessoa e não pode configurar no quadro social de outra empresa, ou seja, não pode fazer parte de nenhuma outra empresa como sócio. FIQUE ATENTO! Caso o microempreendedor individual obtenha uma receita bruta anual superior aos R$ 60.000,00, ele deve ser enquadrado como microempresa para continuar atu- ando dentro da legislação. • Microempresa: esse tipo de empresa contempla a sociedade empresarial, a sociedade simples, a empresa individual e o empresário. A microempresa deve estar registrada nos órgãos competentes e sua receita bruta anual deve ser igual ou inferior a R$ 360.000,00 (com a mudança na legislação a partir de 2018 o valor passa a R$ 500.00,00). • Empresa de Pequeno Porte: é considerada uma Empresa de Pequeno Porte aquela cujo faturamento anual seja superior a R$ 360.000,00 e inferior a R$ 3.600.000,00. A única EMPREENDEDORISMO – 10 – ressalva é que se obtiver receitas extras oriundas de exportações esse tipo de empresa não deixa de se enquadrar como de pequeno porte, desde que essas receitas extras não ultrapassem R$ 3.600.000,00. Este valor será aumentado para R$ 4.800.000,00 também em razão da Lei Complementar 155, de 27 de outubro de 2016. EXEMPLO De acordo com o Sebrae, em 2013 o número de microempresas que exportaram foi de 4.716 estabelecimentos. No caso das de pequeno porte essa quantidade chegou a 6.215 empresas. Essas empresas, juntas, foram responsáveis pelo volume de US$ 2,0 bilhões em exportações naquele ano. No segmento de microempresas os setores de comércio e indústria tiveram praticamente o mesmo peso, porém entre as peque- nas empresas o setor de indústria destacou-se, com quase 67% das exportações. Figura 3 – Exportações brasileiras Fonte: Suwin/Shutterstock.com No Brasil, para que uma pessoa possa exercer uma atividade econômica empresarial ela necessariamente precisa abrir uma empresa. Dessa maneira, o empreendedor trabalha seguindo a legislação e consegue obter algumas vantagens, como por exemplo acesso a crédito, investidores, aquisição de insumos e matéria-prima mais baratos, entre outras. SAIBA MAIS! Para conhecer mais sobre a constituição de uma empresa e sobre as regras para o seu enquadramento, você pode consultar o portal do Sebrae: <http://www.sebrae. com.br/sites/PortalSebrae/artigos/entenda-as-diferencas-entre-microempresa- pequena-empresa-e-mei,03f5438af1c92410VgnVCM100000b272010aRCRD>. EMPREENDEDORISMO – 11 – Fechamento Concluímos a unidade relativa ao conceito de empreendedorismo. Agora, você já conhece o significado do empreendedorismo, quais são seus principais benefícios e as formas de empreen- dedorismo empresarial. Nesta aula você teve a oportunidade de: • conhecer o conceito de empreendedorismo; • compreender a importância do setor ao desenvolvimento brasileiro, à geração de empregos e ao crescimento da economia; • identificar as formas de atuação no empreendedorismo empresarial observando a legislação; • aprender a diferenciar categorias empresariais de acordo com o faturamento bruto anual. • entender as vantagens de ter um negócio legalizado. Referências BRASIL. Lei Complementar n. 155, de 27 de outubro de 2016. Presidência da República. Brasí- lia. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LCP/Lcp155.htm. Acesso em: 21 nov. 2016. DOLABELA, Fernando. O Segredo de Luísa. Rio de Janeiro: Sextante, 2008. DORNELAS, José. Empreendedorismo: transformando ideias em negócios. 4. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2012. FERREIRA, Manuel Portugal; SANTOS, João Carvalho; SERRA, Fernando A. Ribeiro. Ser Empreen- dedor: pensar, criar e moldar a nova empresa. São Paulo: Saraiva, 2010. ALBUQUERQUE, ELIETE. Beleza imune a crises. Pequenas Empresas & Grandes Negócios. Dispo- nível em: <http://revistapegn.globo.com/Empresasenegocios/0,19125,ERA455186-2481,00.html>. Acesso em: 04 out. 2016. SEBRAE. As Micro e Pequenas Empresas na Exportação Brasileira – 1998-2013 – Brasil. Disponível em < http://www.sebrae.com.br/Sebrae/Portal%20Sebrae/Anexos/As%20MPE%20 na%20expota%C3%A7%C3%A3o%20brasileira_Brasil_2013.pdf> Acesso em: 04 out. 2016. ________. Participação das Micro e Pequenas Empresas na Economia Brasileira. Julho, 2014. Disponível em: <http://www.sebrae.com.br/Sebrae/Portal%20Sebrae/Estudos%20e%20Pesquisas/ Participacao%20das%20micro%20e%20pequenas%20empresas.pdf> Acesso em: 03 out. 2016. _________. Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas. Entenda as diferenças entre microempresa, pequena empresa e MEI. Disponível em: < http://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/ entenda-as-diferencas-entre-microempresa-pequena-empresa-e-mei,03f5438af1c92410VgnVCM 100000b272010aRCRD >. Acesso em: 03 out. 2016. EMPREENDEDORISMO – 12 – Perfil do Empreendedor Cátia Raulino e Roberto Padilha Introdução Para que o empreendedorismo possa acontecer é necessário que existam pessoas dispostas a empreender, os chamados empreendedores. Um empreendedor possui alguns traços que o iden- tificam e facilitam seu envolvimento com um novo negócio. A partir da identificação desses traços a pessoapercebe que tem maiores chances de obter algum sucesso quando se lança no mercado. Porém, o que acontece na maioria das vezes é que a pessoa não possui um perfil empre- endedor e se lança no mercado com a ideia de que terá sucesso em seu negócio. O que acon- tece em muitos casos é justamente o oposto, a pessoa, por não ter o perfil empreendedor, acaba cometendo diversos erros e, por consequência, não consegue empreender e vê o sonho naufragar. Identificar os traços de um empreendedor é uma tarefa básica para quem pretende empreender. Aqui vamos tratar da identificação do perfil de um empreendedor, conhecendo suas princi- pais características e influências sobre o comportamento empreendedor. Você conhecerá um pouco mais sobre os mitos que envolvem o empreendedor e os traços mais comuns em uma pessoa empreendedora. Objetivos de aprendizagem Ao final desta aula você será capaz de: • identificar os tipos de empreendedores; • conhecer as características de um empreendedor. 1 Empreendedor voluntário e empreendedor involuntário Primeiramente, saiba que existem dois tipos básicos de empreendedores, o voluntário e o involuntário. O empreendedor voluntário é aquele que nasceu para empreender, é seu desejo fazer aquilo. De acordo com Ferreira, Santos e Serra (2010, p. 28): [...] muitas pessoas começam a pensar no empreendedorismo como opção de carreira. Isso significa que essas pessoas já se envolvem, pesquisam e trabalham pensando em ser empreendedoras. Esse tipo de empreendedor possui uma motivação própria e está dispos- to a desenvolver o seu próprio negócio. Já o empreendedorismo involuntário ocorre quando a pessoa não pensava ou não traba- lhava com a ideia de ser empreendedor. É o caso de um herdeiro, que sempre foi empregado e ganhou como herança um negócio. Ele se vê obrigado a empreender. Outra situação muito comum – 13 – TEMA 2 é quando alguém não consegue se recolocar no mercado de trabalho e vê a abertura do próprio negócio como única saída. Em ambas as situações estas pessoas não foram e não estão prepa- radas para ser empreendedoras. FIQUE ATENTO! O fato de um empreendedor ser involuntário não significa que ele não poderá de- senvolver características de um empreendedor voluntário, como por exemplo força de vontade e liderança. 2 Principais mitos sobre o empreendedor Você precisa saber que muitos mitos cercam o empreendedor e acabam dificultando a cria- ção de novos negócios no mercado. De acordo com Ferreira, Santos e Serra (2010, p. 32 e 34), os principais mitos sobre o empreendedor são: • os empreendedores já nascem prontos: isso é um mito, uma vez que uma pessoa pode desenvolver a visão empreendedora; • assumem riscos excessivos: este é outro mito, pois o empreendedor assume riscos, porém calculados. • são patrões de si mesmos e têm dificuldades de trabalhar em equipe: também é um mito, porque os empreendedores de sucesso dividem as tarefas e responsabilidades com suas equipes de trabalho. Figura 1 – Mito da motivação apenas pelo dinheiro Fonte: ESB Professional/Shutterstock.com EMPREENDEDORISMO – 14 – • são motivados principalmente pelo dinheiro: nem sempre é verdade, muitos empreen- dem, por exemplo, para realizar um sonho ou melhorar o ambiente em que vivem; • pessoas com mais idade não podem empreender: esse é um grande mito, pois quanto mais experiência, melhores as chances de sucesso. EXEMPLO Um dos maiores empreendedores mundiais, Walt Disney nem sempre desfrutou de sucesso e faliu no começo da carreira. Sua primeira produtora de filmes não conseguia cumprir os prazos e acabou acumulando prejuízos, fazendo com que ele quebrasse. Nessa época ele era jovem e somente depois, com mais experiência, conseguiu emplacar a Disney. Esse exemplo derruba o mito de que pessoas mais velhas não podem empreender. 3 Os traços do empreendedor Para que uma pessoa possa ser empreendedora ela deve possuir algumas características básicas. Ferreira, Santos e Serra (2010, p. 25) citam os principais traços de um empreendedor: • Tomam iniciativa para criar algo novo e de valor, tanto para ele quanto para seus clientes. • O empreendedor para desenvolver seu negócio necessita ter tempo e se esforçar em busca do sucesso. • Conquista recompensas financeiras, independência, realização pessoal, além do reco- nhecimento da sociedade. • Assumir riscos (financeiros, sociais e psicológicos) em decorrência dos fracassos. FIQUE ATENTO! É importante ressaltar que os empreendedores que não possuem as caracterís- ticas podem desenvolvê-las por meio de várias ações, como estudos, análises e outras mudanças de postura e comportamento. Nem sempre um empreendedor será nato. Esses são os principais traços que podem auxiliar ou determinar quem está preparado para ser um empreendedor. A observância mínima desses critérios facilita o processo de empreender e ajuda na seleção natural de quem tem ou não o perfil empreendedor. EMPREENDEDORISMO – 15 – Figura 2 – Característica do empreendedor: tempo para criar Fonte: Pathdoc/Shutterstock.com Perceba que levar em conta os critérios não garante, entretanto, o sucesso do empreendedor. Para isso é necessário estar atento a algumas características de empreendedores de sucesso. SAIBA MAIS! No artigo “Qual é o seu perfil empreendedor?”, do professor e consultor Marcos Hashimoto, publicado na revista Pequenas Empresas & Grandes Negócios, o autor menciona que nenhum empreendedor é completo, mas que as deficiências podem ser supridas por outras pessoas da equipe. Acesse em: http://revistapegn.globo.com/Revista/Common/0,,EMI174207-17141,00- QUAL+E+O+SEU+PERFIL+EMPREENDEDOR.html. 4 As principais características do empreendedor de sucesso Como aprendemos até agora, para que um empreendedor seja considerado de sucesso ele deve possuir algumas características. Vamos, então, identificá-las. De acordo com Dornelas (2012), entre essas características estão: saber tomar decisões; explorar ao máximo as oportu- nidades; ser determinado e dinâmico, otimista e apaixonado pelo que está fazendo; ser líder e formador de equipe; ser bem relacionado; ser organizado e planejar tudo; ter algum conhecimento sobre o negócio e sobre gestão; assumir riscos calculados e criar algum valor para a sociedade. Ainda segundo Dolabela (2008, p. 32): “[...] essa lista pode ser ampliada com outras características, como: considerar o fracasso como um resultado normal; seguir um modelo ou uma pessoa que o influencie; captar, utilizar e controlar recursos; traduzir os pensamentos em ações, aprender a definir a visão de seu negócio, possui consciência do ambiente em que vive e identifica possíveis oportunidades”. EMPREENDEDORISMO – 16 – Figura 3 – Empreender: otimismo e paixão Fonte: Rus/Shutterstock.com FIQUE ATENTO! É preciso observar que muitos empreendedores fracassam por demorarem a tomar decisões. Lembre-se de que você deve explorar ao máximo as oportunidades, po- rém deve ser ágil na tomada de decisão sobre como trabalhá-las. Em síntese, o sucesso do empreendedor é uma combinação de fatores. De acordo com Ferreira, Santos e Serra (2010, p. 25), o sucesso “[...] inclui desde a personalidade orientada para a ação e a rea- lização pessoal até as atitudes empreendedoras, o acreditar em si próprio e em suas capacidades”. EXEMPLO A empresa Cacau Show nasceu do sonho de seu fundador, Alexandre Costa. Ele co- meçou vendendo ovos de páscoa para os vizinhos com o objetivo de ganhar algum dinheiro. Daí à criação da empresa foi um pulo. Entre suas principais características estão persistência e dedicação, além de ter aceitado correr riscos calculados para conseguir realizar seu sonho. Outra característica foi a sua personalidade, que faci- litou a implementação do negócio. Atualmente ele possui diversaslojas no país, no sistema de franquia, empregando milhares de pessoas. EMPREENDEDORISMO – 17 – Figura 4 – Empreendedores e sucesso Fonte: ProStockStudio/Shutterstock.com Ferreira, Santos e Serra apontam que colaboram também para o sucesso de um empreende- dor o contexto social onde ele está inserido e o reconhecimento de uma oportunidade. SAIBA MAIS! Para conhecer mais sobre as características de empreendedores de sucesso, você pode ler um texto sobre o assunto no portal da revista Exame. Acesse no link: < http://exame.abril.com.br/pme/noticias/5-principais-caracteristicas-de-um- empreendedor-de-sucesso>. Fechamento Concluímos a unidade relativa ao perfil do empreendedor. Agora, você já conhece as diferen- ças entre empreendedor voluntário e empreendedor involuntário e quais são os principais mitos sobre o empreendedor. Também conheceu os principais traços do empreendedor, bem como aprendeu sobre as características dos empreendedores de sucesso. Além disso, pôde conhecer alguns exemplos práticos que envolveram essas características. Nesta aula você teve a oportunidade de: • compreender as diferenças entre o que caracteriza um empreendedor voluntário, que se preparou, e o involuntário, que se tornou empreendedor; • aprender os principais mitos que envolvem o empreendedor; • conhecer os principais traços e características de um empreendedor de sucesso. • entender que o sucesso de um empreendedor é resultado da combinação de fatores, como personalidade e contexto social envolvendo o negócio. EMPREENDEDORISMO – 18 – Referências DOLABELA, Fernando. O Segredo de Luísa. Rio de Janeiro: Sextante, 2008. DORNELAS, José. Empreendedorismo: transformando ideias em negócios. 4. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2012. FERREIRA, Manuel Portugal; SANTOS, João Carvalho; SERRA, Fernando A. Ribeiro. Ser Empreen- dedor: pensar, criar e moldar a nova empresa. São Paulo: Saraiva, 2010. HASHIMOTO, Marcos. Qual é o seu perfil empreendedor? Revista Pequenas Empresas & Grandes Negócios. Disponível em: < http://revistapegn.globo.com/Revista/Common/0,,EMI174207- 17141,00-QUAL+E+O+SEU+PERFIL+EMPREENDEDOR.html> Acesso em: 11 out. 2016. LAM, Camila. Exame.com. 5 principais características de um empreendedor de sucesso. Disponível em: < http://exame.abril.com.br/pme/noticias/5-principais-caracteristicas-de-um- empreendedor-de-sucesso> Acesso em: 10 out. 2016. EMPREENDEDORISMO – 19 – O processo de empreendedorismo e as partes envolvidas Cátia Raulino Introdução O administrador e o empregado estão diretamente ligados ao empreendedorismo em si, já que farão parte da gestão e das operações dos negócios dos empreendedores. Contudo, vale ressaltar que há muitas diferenças entre as funções de empreendedores, administradores e empregados. Ao final desta aula, você será capaz de: • entender o papel desenvolvido pelas partes envolvidas no processo empreendedor. 1 As diferenças entre o empreendedor, o administrador e o empregado (Intraempreendedor) O empregado, o empreendedor e o administrador são agentes diferentes dentro do empreen- dedorismo. Cada um possui sua própria função e atuação, porém obviamente haverá algumas simi- laridades. Você estudará essas diferenças e semelhanças quanto a funções e a formas de atuação. Entenda que é comum nos depararmos com uma enorme dificuldade em delimitar a atuação dos administradores. Por serem profissionais capazes de atuar em múltiplas áreas, defini-los em uma única frente de trabalho seria um grande erro. Conforme Chiavenato (2006, p. 43), é possível perceber, contudo, que quando uma empresa se desenvolve, os empreendedores acabam tendo dificuldades em tomar decisões mais básicas, de rotina na gestão, pois dão maior prioridade a questões estratégicas, com as quais se sentem mais à vontade. A partir disso há a necessidade de bons administradores dentro do empreendedorismo. Para começar, compreenda as diferenças entre os administradores e os empreendedores em uma série de aspectos. De acordo com Filion (1997), “[...] o gerente é voltado para a organização de recursos, enquanto o empreendedor é voltado para a definição de contextos”. Podemos dizer que o empreendedor é um administrador com algumas características a mais. Já segundo Dornelas (2012), pode-se notar que um empreendedor bem-sucedido tem ainda como característica própria o conhecimento sobre o seu negócio, o que poucos possuem, pois isso exige tempo e experiência. Esse empreendedor de sucesso também se diferencia dos demais pelo planejamento constante que realiza porque tem visão de futuro. Observe, a seguir, algumas diferenças entre empreendedores e administradores. – 20 – TEMA 3 Quadro 1 – Administradores X empreendedores Tenta otimizar os recursos para atingir metas Estabelece a visão e os objetivos; depois localiza os recursos Opera dentro de estrutura pré-existente Define tarefas e papéis que criam uma estrutura de organização “A chave é se adaptar as mudanças” A chave é iniciar as mudanças Padrão de trabalho implica análise racional Padrão de trabalho implica imaginação e criatividade Apoiado na cultura de afiliação Apoiado na cultura de liderança Fonte: DOLABELA, 2008, p. 35 FIQUE ATENTO! Para que fique mais fácil a compreensão, lembre-se de que o empreendedor terá todas as suas características e ainda as características do administrador. Dornelas (20012 p. 49) apresenta diferenças e semelhanças entre ambas as funções no empreendedorismo: [..] quando se compara o papel e função do administrador com o do empreendedor vemos muita semelhança entre ambos, isto é, o empreendedor é um administrador mas com al- guns pontos convergentes em relação a [sic] média dos gerentes ou executivos, pois os empreendedores são mais visionários do que a maioria dos gerentes comuns. Perceba, porém, que os empreendedores nem sempre serão bons administradores, assim como os administradores nem sempre serão empreendedores. SAIBA MAIS! Leia este artigo sobre diferenças e semelhanças entre administradores e empre- endedores para complementar seu estudo: <http://www.administradores.com.br/ artigos/economia-e-financas/empreendedor-e-administrador-diferencas-similari- dades-e-dificuldades/23692/>. Para Dornelas (2001, p. 4), pode-se comparar o que é domínio do empreendedor e o que é domínio do administrador a partir de cinco dimensões: “[...] orientação estratégia, análise das opor- tunidades, comprometimento dos recursos, controle dos recursos e estrutura gerencial.” Estas dimensões deixam mais claras as diferenças entre ambos. EMPREENDEDORISMO – 21 – EXEMPLO Vamos pensar no exemplo de uma montadora. Enquanto o empreendedor estará focado em novas versões dos carros, lançamentos, observando os movimentos do mercado, o administrador estará focado em metas, nas vendas etc. É preciso destacar também que quando o empreendedor assume as funções, os papéis e as atividades do administrador de forma a complementar a ponto de saber utilizá-los no momento adequado para atingir seus objetivos, ele estaria sendo um administrador completo, que incor- pora as várias abordagens existentes sem se restringir a apenas uma delas e interage com o seu ambiente para tomar as melhores decisões. (DORNELAS, 2012). Figura 1 – As visões distintas Fonte: Taiga/Shutterstock.com Por outro lado, quando falamos em empregados obviamente poderemos ou não estar falando de administradores, já que além destes, uma empresa contará com diversos outros colaboradores. Segundo Chiavenato (2006), os empregados são os responsáveis por operacionalizar todas as ideias e oportunidades geradas pelos empreendedores, sendo muito importantes para o sucesso de um negócio. É aí que surge o conceito de intraempreendedores. Podemos encontrá-los dentro das organi-zações (DORNELAS, 2012). FIQUE ATENTO! As empresas precisam incentivar o intraempreendedorismo, caso contrário não co- lherão os resultados que pode trazer. EMPREENDEDORISMO – 22 – Conheça agora uma outra definição a respeito de intraempreendedorismo (CHIAVENATO, 2000, p. 87): [...] é um processo que ocorre dentro de uma empresa existente, independente de seu porte e leva-a não somente a novos negócios, mas também a outras atividades e orientações inovadoras como o desenvolvimento de novos produtos, serviços, tecnologias, técnicas administrativas, estratégias e posturas competitivas. SAIBA MAIS! Para aprofundar um pouco mais seus estudos a respeito, leia “Empreendedorismo e intraempreendedorismo. É preciso aprender a voar com os pés no chão”, de Edmundo Brandão Dantas. O texto está disponível em: <www.bocc.ubi.pt/pag/ dantas-edmundo-empreendedorismo.pdf>. Figura 2 – Os intraempreendedores Fonte: Mascha Tace/Shutterstock.com Aproveitar os trabalhadores que querem assumir responsabilidades, que têm grande necessidade de expressão individual e de mais liberdade na estrutura organizacional contribui para a formação do domínio empreendedor interno. Por isso, deve ser trabalhado como instrumento de gestão. EXEMPLO Uma empresa possui três funcionários no Marketing. Dois deles executam tudo que é pedido a eles. O terceiro tem proatividade, costuma criar campanhas para apresentar à diretoria, campanhas internas de conscientização de metas etc. O ter- ceiro precisa que este intraempreendedorismo seja incentivado, pois está apoiando a empresa diretamente com seu perfil empreendedor. EMPREENDEDORISMO – 23 – Chiavenato (1999, p. 176) explica que “[...] o intraempreendedorismo se reflete mais intensa- mente nas atividades empreendedoras, bem como nas orientações da alta direção das organizações. Esse empenho empreendedor pode ser apresentado em quatro elementos-chaves.” São eles: • novo empreendimento: criação de um novo negócio dentro da organização, desenvol- vimento de um novo mercado e de novos produtos ou serviços. • espírito de inovação: aperfeiçoamento dos produtos, serviços ou processos atuais ou o desenvolvimento de novos processos, produtos e serviços. • autorrenovação: tem conotação de mudança estratégica da organização, mudando o enfoque na qual foi criada, adaptando-se às novas exigências e oportunidades. • proatividade: assume riscos na condição de experimentos e por isso é arrojada na busca por oportunidades. O intraempreendedorismo é uma forma moderna de gerir as organizações, já que desperta nos colaboradores um protagonismo, uma vontade de fazer diferente, e se destacar trará grandes benefícios aos empreendedores. FIQUE ATENTO! Saiba que dentro da organização, mesmo para quem não é o dono ou não tenha cargo de gestão é possível incorporar posturas e qualidades empreendedoras, tra- zendo benefícios à organização. E qual é a diferença entre os três: administradores, empreendedores e intraempreendedores? Vamos entender. • Administradores: são responsáveis pela gestão do negócio. • Empreendedores: são donos das ideias, do conhecimento, do negócio, visionários. • Intraempreendedores: são empregados que possuem perfil empreendedor, que enxer- gam além, sendo criativos e gerando oportunidades. Perceba que estamos falamos em semelhança também! Os três buscam sucesso em sua atuação, crescimento da empresa e realização das metas e objetivos traçados pela organização, ou seja, estão unidos na busca do sucesso dessa organização. EMPREENDEDORISMO – 24 – Figura 3 – União Fonte: Rawpixel.com/Shutterstock.com Como vimos, empregados, empreendedores e administradores são agentes diferentes, com atuações próprias, porém com um objetivo em comum levarão o negócio ao sucesso. Fechamento Concluímos neste tema que empreendedores, empregados e administradores possuem dife- rentes funções e podem atuar juntos pela empresa. Nesta aula, você teve a oportunidade de: • conhecer os conceitos de administrador, empreendedor e empregado; • compreender o conceito de intraempreendedorismo; • identificar diferenças e similaridades entre os três agentes. Referências CHIAVENATO, Idalberto. Administração de empresas: teoria, processo e prática. Rio de Janeiro: Campus, 2006. ______. Gerenciando pessoas: como transformar os gerentes em gestores de pessoas. Rio de Janeiro: Campus, 2005. ______. Série Iniciação à administração. Rio de Janeiro: Campus, 2005. ______. Construção de talentos: coaching & mentoring. Rio de Janeiro: Campus, 2002. ______. Administração nos novos tempos. Rio de Janeiro: Campus, 2000. ______. Introdução à Teoria Geral de Administração. Rio de Janeiro: Campus, 2000. ______. Introdução à Teoria Geral de Administração. Rio de Janeiro: Campus, 1999. DOLABELA, Fernando. O Segredo de Luísa. Rio de Janeiro: Sextante, 2008. EMPREENDEDORISMO – 25 – _______. Sonhos e riscos bem calculados. São Paulo: Saraiva, 2010. DORNELAS, José. Empreendedorismo: transformando ideias em negócios. 4. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2012. FERREIRA, Manuel Portugal; SANTOS, João Carvalho; SERRA, Fernando A. Ribeiro. Ser Empreen- dedor: pensar, criar e moldar a nova empresa. São Paulo: Saraiva, 2010. RAZA, Claudio. Empreendedor e Administrador: diferenças, similaridades e dificuldades. Empreende- dores.com. Disponível em: http://www.administradores.com.br/artigos/economia-e-financas/empre- endedor-e-administrador-diferencas-similaridades-e-dificuldades/23692/. Acesso em: 11 nov. 2016. DANTAS, Edmundo Brandão. Empreendedorismo e Intra-Empreendedorismo. É preciso aprender a voar com os pés no chão. Disponível em: http://www.bocc.ubi.pt/pag/dantas-edmundo-empre- endedorismo.pdf. Acesso em: 11 nov. 2016. EMPREENDEDORISMO – 26 – Etapas do processo de empreender Cátia Raulino Introdução Você sabe como se desenvolve o processo empreendedor ou processo de empreender? Ele possui fases bem definidas e serão estas fases que determinarão o sucesso ou não de um negó- cio, como você estudará a seguir. Objetivos de aprendizagem Ao final desta aula, você será capaz de: • compreender cada etapa do processo empreendedor. • identificar as tarefas necessárias em cada etapa do processo de empreender. 1 Os fatores que influenciam no processo empreendedor Para começar, é importante conhecer algumas características e contextos que envolvem o processo de empreender. De acordo com Chiavenato (2005, p.17) O processo empreendedor abrange todas as atividades, as funções e as ações relaciona- das com a criação de uma nova empresa. Todos os negócios operam em um ambiente geral, que é composto de uma multiplicidade de variáveis que interagem dinamicamente entre si, como variáveis econômicas, sociais, tecnológicas, culturais, legais, demográficas e ecológicas. Todas essas variáveis causam impactos profundos em todas as empresas, sem qualquer discriminação. Estes fatores mencionados pelo autor influenciam o negócio de forma muito direta, portanto são bastante importantes em nosso estudo. Outro autor, Dornelas (2015), classificou-os em: fato- res pessoais, fatores sociológicos, fatores organizacionais e questões encontradas nos ambientes em cada fase do processo empreendedor. Vamos entendê-los. Conforme o autor, os fatores pessoais têm ligação direta com experiência, educação, satis- fação e com a posição do agente no processo empreendedor. Por outro lado, os fatores sociológi- cos consideram desde a criação até as equipes nas quais o agente estará inserido. Já os fatores organizacionais serão todos internos e terão relação direta com a estrutura da empresa, a cultura, a estratégia etc. Por sua vez, as questões ligadas ao ambiente estarão relacionadas aos fatores que cada ambiente apresentará. – 27 –TEMA 4 FIQUE ATENTO! Saiba que os fatores organizacionais podem ser modificados e melhorados pelo empreendedor, por isso é tão importante identificar cada um deles. Vamos conhecer a relação entre os fatores e as fases do processo empreendedor: Figura 1 – Fatores Fatores Pessoais • realização pessoal • assumir riscos • valores pessoais • educação • experiência Fatores Pessoais • assumir riscos • insatisfação com o trabalho • ser demitido • educação • idade Fatores Sociológicos • networking • equipes • influência dos pais • família • Modelos (pessoas) de sucesso Fatores Pessoais • empreenderdor • lider • gerente • visão Fatores Organizacionais • equipe • estratégia • estrutura • cultura • produtos Inovação Evento inicial Implementação Crescimento Ambiente • oportunidade • criatividade • Modelos (pessoas) de sucesso Ambiente • competição • recursos • incubadoras • políticas públicas Ambiente • competidores • clientes • fornecedores • investidores • bancos • advogados • recursos • políticas públicas Fonte: adaptada de DORNELAS, 2015. Todos os fatores que estamos estudando precisam ser levados em consideração, pois terão uma relação direta com o sucesso do negócio como um todo. EXEMPLO Os valores pessoais estão diretamente ligados à capacidade de inovação. Uma pes- soa com valores abertos, mente aberta, sempre terá capacidade de inovação maior. EMPREENDEDORISMO – 28 – A influência desses fatores nos negócios é explicitada por Chiavenato (2007, p. 168) Os fatores pessoais são importantes em todas as etapas – inovação, evento inicial, imple- mentação e crescimento -, apenas mudando o tipo de influência que exerce conforme a etapa. Os fatores sociológicos circulam nas etapas evento inicial e implementação como um fator de influência pessoal. Também os fatores organizacionais estão vinculados à eta- pa de crescimento, justamente por se tratarem da etapa de desenvolvimento do empreen- dimento, onde há influência de pessoas, estrutura, produto. Já o ambiente externo circula por todas as fases e, também, muda conforme a etapa do processo empreendedor. FIQUE ATENTO! Alguns fatores pessoais são mais difíceis de serem modificados. Falamos daqueles que estão diretamente ligados às pessoas, como por exemplo a personalidade. Vamos, porém, dar um foco maior ao estudo do processo empreendedor em si, já que o conhe- cendo você compreenderá melhor como estes fatores se relacionam com cada uma das fases. SAIBA MAIS! Leia artigo de José Dornelas sobre como os fatores podem gerar bons empreendedores. O texto está disponível em. <http://www.josedornelas.com.br/ artigos/como-fazer-mais-empreendedores-bem-sucedidos/>. 2 As quatro fases do processo empreendedor (Identificar e avaliar a oportunidade; desenvolver o plano de negócios; determinar e captar os recursos necessários e gerenciar a empresa criada) O processo empreendedor, segundo Dornelas (2015), será dividido em quatro fases. Observe que o processo se iniciará com a identificação da oportunidade e sua avaliação. Logo em seguida será desenvolvido o plano de negócios. Após, serão estabelecidos e captados os recursos para que na última fase seja necessário apenas gerenciar a empresa já criada. Antes de entrarmos em cada fase, vejamos o esquema apresentado na figura a seguir: EMPREENDEDORISMO – 29 – Figura 2 – As fases do processo empreendedor • criação e abrangência da oportunidade • valores percebidos e reais da oportunidade • riscos e retornos da oportunidade • oportunidade versus habilidades e metas pessoais • situação dos competidores Identificar e avaliar a oportunidade • recursos pessoais • recursos de amigos e parentes • angels • capitalistas de risco • bancos • governo • incubadoras Determinar e captar os recursos necessários • Sumário executivo • O conceito do negócio • Equipe de gestão • Mercado e competidores • Marketing e vendas • Estrutura e operação • Análise estratégica • Plano financeiro • Anexos Desenvolver o plano de negócios • estilo de gestão • fatores críticos de sucesso • identificar problemas atuais e potenciais • implementar um sistema de controle • profissionalizar a gestão • entrar em novos mercados Gerenciar a empresa criada Fonte: adaptada de DORNELAS, 2015. Ainda segundo Dornelas (2015, p.169) Embora as fases sejam apresentadas de forma sequencial, nenhuma delas precisa ser completamente concluída para que se inicie a seguinte. Por exemplo, ao se identificar e avaliar uma oportunidade (Fase 1), o empreendedor deve ter em mente o tipo de negócio que deseja criar (Fase 4). Muitas vezes ocorre ainda outro ciclo de fases antes de se con- cluir o processo completo. EXEMPLO Um empreendedor ao elaborar o primeiro plano de negócios irá apresentá-lo a al- guém que possa tornar-se um investidor. Este investidor dá ao empreendedor como feedback várias críticas e sugere a ele que primeiramente mude a concepção do plano para depois procurá-lo novamente. Nesse caso, o processo chegou apenas até a Fase 3 e voltou novamente à Fase 1, recomeçando um novo ciclo sem a con- clusão do anterior. Quando situações como estas ocorrem, o empreendedor deve esforçar-se ainda mais à busca de melhorias. EMPREENDEDORISMO – 30 – Vejamos cada uma das fases. • Fase 1 - Identificar e analisar a oportunidade: nesta fase, o empreendedor transformará sua ideia em algo real. Estudará o negócio como um todo, mercado, concorrentes e abrangência. Segundo Dornelas (2015), nesta fase poderá ser utilizado o modelo de Timmons. Essa metodologia será usada para levantar informações necessárias na ava- liação do negócio e resultará em um plano de negócios estruturado na segunda fase. FIQUE ATENTO! O modelo de Timmons também pode ser usado diretamente na criação do plano de negócios. Vamos, então, conhecer com mais detalhes esse modelo. Quadro 1 – Modelo de Timmons Oportunidade A identificação, avaliação, formatação e captura/exploração da oportunidade. Recursos Os recursos que o empreendedor dispõe ou deve buscar e que serão alocados para a exploração da oportunidade identificada Pessoas A equipe que trabalhará em conjunto com o empreendedor e transformará as idéias em um negócio de sucesso Fonte: adaptado de DORNELAS, 2015. Conforme se pode observar na figura, o modelo traz os três pontos principais que o negócio precisa para ter sucesso: uma boa oportunidade, recursos e as pessoas certas. O modelo costuma ser usado também na elaboração do plano de negócios, mas sua utilização desde a Fase 1 facilitará o processo. • Fase 2 – Desenvolver o plano de negócios: Dornelas (2006, p. 43) explica que O plano de negócios pode ser considerado a principal ferramenta de gestão do empreende- dor. Muito se fala a respeito deste documento nos dias atuais, mas poucos empreendedores sabem como elaborar um e por que o plano de negócios pode definir o sucesso ou fracasso de um negócio. Cabe lembrar que não se aplica apenas aos negócios em fase inicial de desenvolvimento, mas pode e deve ser utilizado por qualquer empresa, em qualquer estágio. É importante ressaltar que o processo de negócio pode ser executado a qualquer momento e a partir da fase que se desejar. Não é necessário obrigatoriamente seguir uma sequência rígida. Porém, no desenvolvimento do plano em si todos os aspectos devem ser levados em considera- ção: previsões, recursos, anexos, riscos, marketing, operações, financeiro etc. EMPREENDEDORISMO – 31 – • Fase 3 – Determinar e captar os recursos necessários: no início do processo já foi defi- nido o valor necessário. Nessa fase, serão definidas as fontes dos recursos, podendo ser pessoais, de incubadoras, governamentais,de terceiros etc. A definição dos recur- sos e como serão captados é essencial para que o empreendedor saiba como o negócio será financiado. Figura 3 – É preciso definir a fonte de recursos Fonte: Melpomene/Shutterstock.com Definindo os recursos e sua fonte, o empreendedor poderá passar à Fase 4. • Fase 4 – Gerenciar a empresa criada: muitas vezes as três fases anteriores acontecem sem maiores problemas, porém é exatamente nesta fase que eles começam a apare- cer, e aí tudo aquilo que foi planejado precisa ser colocado em prática. Vale lembrar que nem sempre se tem a experiência necessária ou nem tudo que se planejou deu certo. Se o negócio for novo, a Fase 4 é o momento adequado para se minimizar os proble- mas iniciais, apertar os parafusos e ajustar tudo aquilo que fugiu ao planejamento. Se o negócio já estiver andando, esta fase será sempre a fase de garantir que o planeja- mento seja devidamente respeitado. SAIBA MAIS! Para que você possa compreender de forma prática o processo empreendedor, leia este artigo de José Dornelas sobre a execução prática: <http://www.josedornelas. com.br/artigos/4-3-executando-o-processo-empreendedor/>. EMPREENDEDORISMO – 32 – Fechamento Ao estudar este tema você pôde entender o que é importante em cada etapa do processo de empreender e o que é necessário para ser bem-sucedido. Nesta aula, você teve a oportunidade de: • conhecer as características e o contexto do processo de empreender; • saber que fatores pessoais, sociológicos, organizacionais e questões encontradas nos ambientes podem influenciar o processo de empreender; • aprender sobre cada fase ou etapa do processo de empreender: identificar e analisar a oportunidade (Fase 1), desenvolver o plano de negócios (Fase 2), identificar e captar recursos (Fase 3) e gerenciar a empresa (Fase 4). • entender que essas fases são fundamentais e podem até mesmo ocorrer simultaneamente. Referências BARONET, John. Criatividade na concepção de empresas. In: FILION, Louis; DOLABELA, Fernando. (Org.) Boa Ideia! E Agora? São Paulo: Cultura Editores Associados, 2000. BARON, Robert; SHANE, Scott. Empreendedorismo: uma visão do processo. São Paulo: Thomson Learning, 2007. CHIAVENATO, Idalberto. Empreendedorismo: dando asas ao espírito empreendedor. São Paulo: Saraiva, 2005. DORNELAS, José. Empreendedorismo: transformando ideias em negócios. 4. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2012. DORNELAS, José. Empreendedorismo: transformando ideias em negócios. 4. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2015. DOLABELA, Fernando. Boa ideia! E agora? Plano de negócio, o caminho seguro para criar e geren- ciar sua empresa. São Paulo: Cultura Editores Associados, 2003. _________ Empreendedorismo. Como montar um plano de negócios simples e prático. 2011. Dispo- nível em: <http://www.josedornelas.com.br/artigos/900/>. Acesso em: 06 dez. 2016. DORNELAS, J. Empreendedorismo: transformando ideias em negócios. 4. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2006. FARIA, Maria de Fátima Bruno de; ALENCAR, Eunice M. L. Soriano de. Estímulos e barreiras à criati- vidade no ambiente de trabalho. RAUSP - Revista de Administração da Universidade de São Paulo São Paulo, v. 31, n. 2, 50-61, 1996. FERREIRA, Manuel Portugal; SANTOS, João Carvalho; SERRA, Fernando A. Ribeiro. Ser Empreen- dedor: pensar, criar e moldar a nova empresa. São Paulo: Saraiva, 2010. MACHADO, Carlos Roberto. Aprendendo a pensar. Texto baseado no livro Ideias Criativas: como vencer seus bloqueios mentais, autor James L. Adams. Disponível em: <http://cienciarn.com.br/ arquivos/APRENDENDO_A_PENSAR.pdf>. Acesso em: 04 nov. 2016. OSTERTAG, Oskar; OSTERTAGOVÁ, Eva; HUNADY, Robert. Morphological matrix applied within the design project of the manipulator frame. Rio de Janeiro: Elsevier, Procedia Engineering, 2012. EMPREENDEDORISMO – 33 – Ser empreendedor Cátia Raulino Introdução O empreendedor é a peça-chave de todo nosso conteúdo. Compreender suas características, sua forma de pensar e agir são muito importantes para que possamos traçar um perfil do processo empreendedor como um todo. Objetivos de aprendizagem: Ao final desta aula, você será capaz de: • identificar as características de um empreendedor; • compreender o que é ser empreendedor; • perceber os perigos mais comuns aos novos negócios, que devem ser evitados pelo empreendedor; • reconhecer as habilidades do empreendedor (técnicas, gerenciais e pessoais). 1 Características de um empreendedor No cenário econômico atual, muito se utiliza o termo empreendedor para fazer referência a pessoas que investem em uma ideia ou que estão em ascensão no mercado, mesmo em tempos de crise. Mas você já refletiu sobre o que significa de fato ser empreendedor? Segundo Dolabela (1999, p. 44), “[...] o empreendedor é alguém capaz de desenvolver uma visão, mas não só. Deve persuadir terceiros, sócios, colaboradores, investidores, convencê-los de que sua visão poderá levar todos a uma situação confortável no futuro”. Para o autor, os empreendedores são os agentes responsáveis por pegar uma oportunidade e transformá-la em sucesso. Para isso, sabemos que é preciso uma série de atitudes, tais como criati- vidade, energia, confiança, perseverança e força de vontade para alcançar o resultado final desejado. FIQUE ATENTO! Os grandes autores na área do empreendedorismo, como Filion (1999), Dolabela (1999), entre outros, costumam classificar as habilidades do empreendedor. No en- tanto, é importante destacarmos que não necessariamente todos os empreendedores possuirão todas as características. EXEMPLO Um empreendedor poderá ser muito criativo e inovador, por exemplo, mas não con- seguir ter liderança. Neste caso, ele poderá suprir esta falta com a contratação de um líder ou desenvolver essa capacidade. – 34 – TEMA 5 Mas afinal, quais são as características comuns aos empreendedores? No quadro a seguir, conheça aquelas qualidades atribuídas por Filion (1999, p. 9) aos empreendedores. Quadro 1 – As características dos empreendedores Características Empreendedoras Inovação Otimismo Tolerância à ambiguidade e à incerteza Liderança Orientação para resultados Iniciativa Riscos moderados Flexibilidade Capacidade de aprendizagem Independência Habilidade para conduzir situações Habilidade na utilização de recursos Criatividade Necessidade de realização Sensibilidade a outros Energia Autoconsciência Agressividade Tenacidade Autoconfiança Tendência a confiar nas pessoas Originalidade Envolvimento a longo prazo Dinheiro como medida de desempenho Fonte: adaptado de FILION, 1999, p. 9. Perceba que as características serão marcantes e encontradas na maioria dos empreendedo- res, mas isso não quer dizer que sua ausência impedirá alguém de empreender. Quando o autor fala em agressividade, por exemplo, ele está referindo-se ao ato de ser competitivo e buscar muito seus objetivos. Além disso, os empreendedores devem possuir paciência, força de vontade e muita calma para que cada um de seus passos seja dado corretamente e isso leve ao sucesso de seu negócio. Segundo Filion (1999, p. 91), uma pesquisa realizada por Begley e Boyd identificou também cinco dimensões psicológicas dos empreendedores, as quais são essenciais no sucesso dos negócios: • necessidade de realização: o estímulo para a superação é cultural; • localização do controle: o empreendedor deseja sempre estar no controle de sua vida; • tolerância ao risco: os empreendedores correm riscos, porém os que correm os mode- rados ainda são os mais bem-sucedidos; • tolerância à ambiguidade: os empreendedores passam por situações ambíguas, já que muitas das ocorrências do processo empreendedor são enfrentadas pela primeira vez; • comportamento do tipo A: os empreendedores têm a capacidade de fazer muitas coi- sas ao mesmo tempo.Lembre-se também de que se um empreendedor possuir todas as características, então, ótimo. Porém, se não as tiver, nada impede que trabalhe no sentido de desenvolvê-las. EMPREENDEDORISMO – 35 – 2 Ser empreendedor Podemos afirmar que, com base em Filion (1999), empreendedor é aquele que inicia algo novo, enxerga o que ninguém mais faz, enfim, aquele que consegue realizar antes, aquele que sai da área do sonho, do desejo, e parte para a ação, transformando seus planos e ideias em realidade. Segundo Filion (1999, p. 10), “Ser empreendedor significa, acima de tudo, ser um realizador que produz novas ideias através da congruência entre criatividade e imaginação”. Diferentemente das demais pessoas, os empreendedores possuem a capacidade de realizar. Talvez essa seja a característica mais marcante de todo o processo visionário: o potencial de reali- zação. Os empreendedores são capazes de tirar as ideias do papel, certificar-se de sua viabilidade e ainda motivar os demais sobre aquilo que planeja. FIQUE ATENTO! Quando falamos em processo visionário, estamos tratando da teoria visionária de Filion, teoria responsável por criar as chamadas visões empreendedoras que são ne- cessárias e precisam ser desenvolvidas para que um negócio alcance seu sucesso. O empreendedor, de acordo com Dolabela (2008), precisa saber persuadir os agentes do processo empreendedor como sócios e colaboradores, para que acreditem naquilo que ele deseja desenvolver. Ainda sobre as características dos empreendedores, Filion (1999) desenvolveu uma pesquisa sobre comportamentos de empreendedores bem-sucedidos. Esta pesquisa permite aos empre- endedores identificarem as características que devem ser aperfeiçoadas ou aquelas que devem possuir para alcançar o sucesso. Ainda segundo Filion (1999, p. 10), “Os estudiosos procuram identificar, entre os empreendedores mais bem-sucedidos, características comuns para chegar à forma mais adequada de comportamento”. Para ajudar nesse processo, o autor desenvolveu um quadro de autoavaliação, em que o empreendedor poderá identificar suas características e, portanto, direcionar seus esforços para o que realmente precisa ser desenvolvido. Quadro 2 – Quadro de Autoavaliação Característica desejável Muito baixa Baixa Média Alta Muito Alta Elevadíssima Iniciativa pessoal Busca de oportunidades Perseverança Comprometimento Qualidade do trabalho EMPREENDEDORISMO – 36 – Característica desejável Muito baixa Baixa Média Alta Muito Alta Elevadíssima Eficiência Coragem de assumir riscos Fixação de metas objetivas Busca de informações Planejamento e monitoração (controle) Capacidade de persuasão Capacidade de fazer contatos Independência Autonomia Autocontrole Fonte: FILION, 1999, p. 14. Deste modo, o empreendedor poderá avaliar suas próprias características, buscando poten- cializar o que tem de positivo e minimizar suas deficiências. SAIBA MAIS! Leia artigo do Sebrae sobre ser empreendedor e aprimore ainda mais seus conhe- cimentos. Acesse o texto em: <http://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/bis/o- -que-e-ser-empreendedor,ad17080a3e107410VgnVCM1000003b74010aRCRD>. Considerando as características que podem compor o perfil de um empreendedor, também é de se esperar que existam ‘armadilhas’ que impeçam o sucesso de uma ideia ou negócio. Acom- panhe-nos para conhecer quais são os perigos mais comumente encontrados em novos negócios, os quais devem ser evitados pelo empreendedor. 3 Os perigos mais comuns aos novos negócios que devem ser evitados pelo empreendedor Você já viu em noticiários o quanto se fala em novos negócios que fracassam logo no pri- meiro ano de funcionamento? Pois bem, vejamos alguns perigos mais comuns em novos negó- cios que podem comprometer o seu sucesso, com base em Chiavenato (2007). EMPREENDEDORISMO – 37 – • A falta de identificação com o que realmente será o negócio em si. • A falta de reconhecimento do público-alvo que se deseja atingir. • A não compreensão sobre o tipo societário que é melhor indicado. • Planejamento financeiro malfeito ou inexistente. • Falta de estudo para a escolha correta da localização do negócio. • Incapacidade de gerir operacionalmente. • Falta de conhecimento sobre processos de produção, custos e riscos. • Falta de conhecimento sobre a concorrência no ramo de mercado. • Desconhecimento sobre o mercado de fornecedores. • Falta de conhecimento e capacidade de vendas e promoção de produtos/serviços. • Falta de tato com o cliente. Saiba que além dessas características, existe uma série de outros fatores que podem levar um negócio ao fracasso. Na pesquisa realizada por Filion (1999), foi identificado o percentual da participação de cada um dos fatores que contribui para o declínio de um negócio. Com isso, ainda que cada caso tenha sua especificidade, podemos ter uma dimensão do peso dos fatores que mais contribuem para falência de empresas. Quadro 3 – Os fatores responsáveis pelo fracasso dos negócios Fatores econômicos – 72% • Incompetência do empreendedor • Falta de experiência de campo • Falta de experiência gerencial • Experiência desequilibrada Inexperiência – 20% • Lucros insuficientes • Juros elevados • Perda de mercado • Mercado consumidor restrito • Nenhuma viabilidade futura Vendas insuficientes – 11% • Fraca competitividade • Recessão econômica • Vendas insuficientes • Dificuldade de estoque • Localização inadequada Despesas excessivas – 8% • Dívidas e cargas demasiadas • Despesas operacionais elevadas Outras causas – 3% • Negligência • Capital insuficiente • Clientes insatisfeitos • Fraudes • Ativos insuficientes Fonte: FILION, 1999, p. 210. EMPREENDEDORISMO – 38 – Conforme mostra o quadro, os fatores econômicos e a inexperiência são os principais cul- pados pelos problemas nos negócios. Com isso, estes dois fatores merecem atenção especial por parte dos empreendedores. FIQUE ATENTO! Embora representem apenas 3%, outras causas precisam ser tratadas de alguma forma, já que também impactam nos negócios. Já falamos em características comuns aos empreendedores, o que significa de fato ser um empreendedor e também conhecemos os pontos críticos que podem levar um negócio ao fra- casso e, portanto, devem ser evitados por empreendedores. Agora, continue conosco para conhe- cer as habilidades que são pertinentes aos empreendedores. 4 Habilidade do empreendedor (técnicas, gerenciais e pessoais) Afinal, o que é habilidade? Para Dornelas (1999, p. 34), habilidade significa “[...] a facilidade para utilizar as capacidades físicas e intelectuais. Manifesta-se por meio de ações executadas com base no conhecimento que o indivíduo possui por já ter vivido situações similares”. Segundo Dornelas (2012), o empreendedor deverá desenvolver algumas habilidades, sendo elas classificadas como: técnicas, gerenciais e pessoais. O autor ainda menciona que (2012, p. 30), “na habilidade técnica, deve possuir conhecimento da esfera em que atua, procurando ouvir, mas também saber falar e, principalmente, trabalhar em equipe, ser organizado e um líder nato. Ou seja, essa habilidade está ligada ao ato de ouvir as pessoas e tirar delas todas as informações, ser organizado, saber liderar e trabalhar em equipe.” Figura 1 – Transformando ideias em oportunidades Fonte: venimo/Shutterstock.com. EMPREENDEDORISMO – 39 – Por outro lado, nas habilidades gerenciais, podemos afirmar que haverá a inclusão das áreas envolvidas na criação, desenvolvimento e gerenciamento de uma nova empresa, incluindo aí desde o marketing até a administração propriamente dita, ou seja, é a habilidade de saber administrar a empresa como um todo, para que as ideias que um dia teve, realmente,sejam oportunidades de resultado. Ou seja, as habilidades pessoais são aquelas que o empreendedor precisa ter para que alcance os resultados. Elas não se diferenciam muito das características sendo, portanto, a habili- dade de arriscar-se, de inovar, de negociar, de ser persistente etc. SAIBA MAIS! Aprofunde os seus conhecimentos sobre as habilidades que todo empreendedor deve ter. Leia o artigo disponível em: <http://exame.abril.com.br/pme/5-habilidades- que-todo-empreendedor-deve-ter/>. O empreendedor precisa ter determinadas habilidades, desenvolver as mais importantes, mas, além disso, existem aspectos de personalidade e psicológicos que realmente serão diretamente favoráveis ou não para seu sucesso. Porém, quando falamos de aspectos psicológicos, a questão de desenvolvê-los nem sempre é tão simples, por isso geralmente são natas dos empreendedores. EXEMPLO Um empreendedor conseguirá, com certeza, desenvolver a capacidade de ter ini- ciativa, mas desenvolver a capacidade de se colocar no lugar dos outros já não é algo tão fácil de desenvolver, pois, muitas vezes, está ligada aos bloqueios cultu- rais. Podemos perceber isso quando um empreendedor de país ocidental entra em contato com empreendedores ou empresários de países orientais. Por mais que ambos tenham iniciativa, devido à grande quantidade de diferenças culturais, não é garantido que qualquer um deles terá capacidade de se colocar no lugar do outro. Portanto, lembre-se de que um conjunto de características e habilidades podem ser comuns aos empreendedores e, mesmo que um indivíduo não possua todas elas, é possível que trabalhe no sentido de aprimorar aquelas que julgar pertinentes ao meio em que atua. Fechamento Chegamos ao fim de nossa aula sobre ser empreendedor. Nosso foco neste tema foi tratar sobre o empreendedor em si. Ele que é nosso principal agente envolvido em todo o processo de empreendedorismo. Nesta aula, você teve a oportunidade de: • conhecer quais são as características de um bom empreendedor; • compreender quais as habilidades de um bom empreendedor; EMPREENDEDORISMO – 40 – • identificar quais os riscos que podem levar um negócio ao fracasso; • compreender o que significa ser empreendedor. Referências CHIAVENATO, Idalberto. Administração de empresas: teoria, processo e prática. Rio de Janeiro: Campus, 2006. ______. Empreendedorismo: dando asas ao espírito empreendedor. São Paulo: Saraiva, 2007. ______. Empreendedorismo: dando asas ao espírito empreendedor. São Paulo: Saraiva, 2009. ______. Gerenciando pessoas: como transformar os gerentes em gestores de pessoas. Rio de Janeiro: Campus, 2005. ______. Série Iniciação à administração. Rio de Janeiro: Campus, 2005. ______. Construção de talentos: coaching & mentoring. Rio de Janeiro: Campus, 2002. ______. Administração nos novos tempos. Rio de Janeiro: Campus, 2000 DOLABELA, Fernando. Boa ideia! E agora? Plano de negócio, o caminho seguro para criar e geren- ciar sua empresa. São Paulo: Cultura Editores Associados, 2003. DORNELAS, José Carlos Assis. Empreendedorismo. Rio de Janeiro: Campus, 2001. ______. Como montar um plano de negócios simples e prático. Publicado em: 31 mar. 2011. Dispo- nível em: <http://www.josedornelas.com.br/artigos/900/>. Acesso em: 21 dez. 2016. ____. Brasil é o país que possui a maior taxa de empreendedores no G20. Publicado em: 29 abr. 2011. Disponível em: <http://www.josedornelas.com.br/artigos/o-brasil-e-o-pais-que-possui-a- -maior-taxa-de-empreendedores-no-g20/>. Acesso em: 21 dez. 2016. ______. Empreendedorismo: transformando ideias em negócios. 4. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2012. ______. Empreendedorismo: transformando ideias em negócios. 4. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2015. FILION, Louis Jacques. Empreendedorismo: empreendedores e proprietários-gerentes de peque- nos negócios (1999). Revista de Administração, São Paulo v. 34, n. 2, p. 05-28. ______. O Empreendedorismo como Tema de Estudos Superiores: Empreendedorismo, ciência, técnica e arte. Brasília: CNI – Instituto Euvaldo Lodi, 1999. LAM, Camila. 5 habilidades que todo empreendedor deve ter. Revista Exame [online]. Publicado em: 11 dez. 2014. Disponível em: <http://exame.abril.com.br/pme/5-habilidades-que-todo-empre- endedor-deve-ter/>. Aceso em: 09 jan. 2017. MCCLELLAND, David et al. Power is the great motivator. Harvard business review, January- February, 1995. SEBRAE Nacional. O que é ser empreendedor. Publicado em: 03 maio 2016. Disponível em: <http://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/bis/o-que-e-ser-empreendedor,ad17080a3e- 107410VgnVCM1000003b74010aRCRD>. Acesso em: 09 jan. 2017. EMPREENDEDORISMO – 41 – Oportunidades e Ideias no Empreendedorismo Cátia Regina Raulino Introdução As ideias e as oportunidades são importantes ferramentas do empreendedorismo e de seus processos. Não é difícil encontramos pessoas que consideram ambas a mesma coisa, o que está totalmente incorreto. Conhecer ambas as ferramentas e suas diferenças propiciará a você, aluno, a oportunidade de evoluir seus conceitos a respeito de como lidar com elas e consequentemente o tornará um profissional preparado para agir caso ambas ocorram. Objetivos de aprendizagem Ao final desta aula, você será capaz de: • conhecer as diferenças entre oportunidades e ideias para empreender; • identificar oportunidades de negócios. 1 Diferença entre ideia e oportunidade Você saberia identificar alguma diferença entre oportunidades e ideias quando falamos de empreender? É normal que você imagine se tratarem de sinônimos, porém não são. Mas, então, quais são essas diferenças? Primeiro, vamos entender o que é cada uma delas para que, assim, você consiga compreender as diferenças facilmente. As ideias nada mais são do que a representação mental de algo que desejamos colocar em prática, ou seja, as ideias aparecem em um plano de abstração. São ainda apenas pensamentos, que serão ou não colocados em prática pelo empreendedor. As ideias podem ser fonte de grandes negócios ou nem ao menos saírem do plano da abstração. Isso dependerá de como o empreen- dedor lidará com elas. FIQUE ATENTO! Saiba que a mente consiste em um conjunto de estados continuamente em desen- volvimento, compartilhando informações. Logo, sempre que você tiver novas ideias, estará desenvolvendo seu cérebro. – 42 – TEMA 6 Figura 1 – As ideias. Fonte: patpitchaya/Shutterstock.com Segundo Chiavenato (2008, p.129), “Uma ideia é o primeiro e mais óbvio dos actos da per- cepção pelo facto de se limitar ao simples conhecimento de algo. Trata-se de uma imagem ou representação mental de um objeto. A ideia é também o conhecimento puro e racional, que se deve às naturais condições do nosso entendimento; ao plano e à disposição que se ordena na fantasia para a formação de uma obra; e à intenção de fazer algo.” EXEMPLO Você está lendo a respeito de um novo nicho de mercado e de repente pensa: próxi- mo de onde moro existe um ponto comercial que seria perfeito para isso. Perceba que você acaba de ter uma ideia. Para que você consiga assimilar mais facilmente o conceito de ideia, imagine que ela será sempre o início de tudo e que, uma vez colocada em prática, se tornará realidade. Agora observe que com as ideias os empreendedores farão uma série de questionamentos, como: • uma ideia me trará dinheiro? • alguém poderá roubar minhas ideias? • tenho como proteger minhas ideias? E o que seriam, então, as oportunidades? Vamos conhecer o conceito apresentado por Ferreira et al (2010, p. 142): “Uma oportunidade de negócio acontece quando a oferta de uma ideia encontra-se com a necessidade de alguém disposto a pagar por ela ou a investir nela. Portanto, antes de tudo o empreendedor deve estar con- vencido de que está identificando uma boa oportunidade de negócios em umadeterminada ideia”. Podemos, portanto, imaginá-las juntas, como mostra o Quadro 1, a seguir: EMPREENDEDORISMO – 43 – Ideias Desenvolvimento Oportunidade de negócios Figura 2 – Ciclo das ideias. Fonte: Elaborado pelo autor, 2016. É importante ressaltar que nem sempre uma ideia resultará em uma oportunidade de negó- cio, e caberá ao empreendedor fi ltrar as ideias que realmente sejam aplicáveis e colocá-las em prática com qualidade para que possam, consequentemente, gerar oportunidades reais. EXEMPLO Em um dia chuvoso, você observa que algumas pessoas não levam guarda-chuvas e, então, vem a seguinte ideia: por que não vender guarda-chuvas? Mas em seu Es- tado chove muito pouco, e por isso você mesmo conclui que se trata de uma ideia que não deveria seguir, não enxergando nela uma oportunidade. Dornelas (2012, p. 49) ressalta que “[...] uma ideia, para ter valor, não pode fi car isolada e deve ser transformada em algo viável, a fi m de suprir as necessidades de um público-alvo que pertence a um nicho de mercado mal explorado. Dessa forma, identifi ca-se uma oportunidade. Nesse caso, o empreendedor deve conhecer o mercado de atuação, ter visão de negócio, ser prático quando necessário, identifi car suas defi ciências, proteger sua ideia e conhecer seus concorrentes.” E você, saberia identifi car quando ideias realmente podem se tornar oportunidades de negó- cios? E o que uma oportunidade precisa ter para gerar novos negócios? É o que veremos a partir de agora! SAIBA MAIS! O Sebrae/SC apresenta em seu site informações sobre a diferença entre ideias e oportunidades. Acesse em: <http://www.sebrae-sc.com.br/leis/default.asp?vcdtex- to=5352&%5E%5E>. 2 Uma Oportunidade de Negócios Você consegue perceber quando as oportunidades de negócio aparecem? Pois bem, muitas pessoas não! Mas como fazer para conseguir identifi car quando uma boa oportunidade de negócios aparece? EMPREENDEDORISMO – 44 – Figura 3 – As dúvidas. Fonte: ollyy/shutterstock.com O autor Daniel Muzyka (2011, p. 22) conceitua oportunidade da seguinte forma: “A oportuni- dade, em termos práticos, pode, portanto, ser definida como um conceito negocial que, se transfor- mado em um produto ou serviço tangível oferecido por uma empresa, resultará em lucro financeiro.” Existe um provérbio chinês que diz que oportunidade “é o oásis que move a caravana”. Por- tanto, caberá ao empreendedor perceber as boas oportunidades e colocá-las em prática. FIQUE ATENTO! É preciso perceber que em se tratando de um bom negócio, ideias que não são transformadas em oportunidades palpáveis jamais sairão do campo das expectativas. As oportunidades de negócios podem ter diversas fontes. Elas podem aparecer a qualquer momento, enquanto lemos um jornal, em conversas com amigos e parentes, ao percebermos uma necessidade de adaptação de produtos e serviços preexistentes, por meio de um anúncio ou programa de tevê ou rádio, pesquisas de patentes e licenciamentos, participação em congressos e conferências do setor etc., ou seja, de qualquer fonte de informação. Diante disso, sempre caberá ao empreendedor utilizar a criatividade para conseguir identifi- cá-las, estruturar o negócio em volta das oportunidades de mercado para, então, transformá-las em fonte geração de riqueza. Antes de transformar uma ideia, um empreendedor precisará inicialmente avaliar se é esta ideia é boa ou não, para que não gaste tempo, dinheiro e energia em coisas desnecessárias. Para realizar essa avaliação, se a oportunidade de negócio é ou não boa, o empreendedor terá que se fazer algumas perguntas. Veja a seguir. • Qual é o negócio? • Qual é o mercado deste negócio? EMPREENDEDORISMO – 45 – • Qual é o produto ou serviço que quero vender? • Qual é o melhor caminho para começar? • Qual é a viabilidade financeira? • Qual é o investimento inicial? • Quais são os riscos e as potencialidades? • Quais são as vantagens competitivas? • Quais pessoas farão parte da equipe gerencial? • Quais os custos de saída? O empreendedor deve, assim, avaliar todas as questões antes de elaborar o plano de negócios. FIQUE ATENTO! Lembre-se de que essas perguntas precisam ser operacionalizadas com estudos de mercado, criação de planos de risco, pesquisas e outras ferramentas para que as respostas sejam encontradas. Segundo Muzyka (2011, p. 24), “[...] as oportunidades apresentam potenciais e riscos dife- rentes. Algumas pessoas perseguem oportunidades de risco e de potencial elevados, já outras preferem aquelas com risco e retornos menores.” Figura 4 – Análises das Ideias. Fonte: Sergey Nivens/Shutterstock.com Sem as respostas para estas perguntas, investir em uma ideia é um grande risco, já que pode não se tratar de uma boa oportunidade. O empreendedor jamais deverá levar em consideração apenas sua intuição ou instinto, pois corre o risco de ter seu investimento perdido. EMPREENDEDORISMO – 46 – SAIBA MAIS! Para complementar o aprendizado, leia o artigo “Como transformar uma ideia em uma oportunidade de negócio”, que está disponível no link: http://exame.abril.com. br/pme/noticias/como-transformar-uma-ideia-em-uma-oportunidade-de-negocio>. Fechamento Concluímos nossa aula sobre oportunidades e ideias. Compreender essa diferença e tudo que ela significa é fundamental ao empreendedor. Você percebeu de forma clara que se tratam de coisas distintas, e ambas são importantes para que um negócio seja promissor. Nesta aula você teve a oportunidade de: • compreender o conceito de ideias; • compreender o conceito de oportunidades; • identificar a importância existente na correta utilização das ideias; • entender as diferenças entre oportunidades e ideias; • conhecer de que forma uma ideia pode se tornar uma boa oportunidade de negócio; • saber que empreender é o ato de dar vida às ideias com cuidado e seguindo uma série de análises, para que possam se tornar uma real oportunidade de negócios. Referências CHIAVENATO, Idalberto. Empreendedorismo - dando asas ao espírito empreendedor. São Paulo: Saraiva, 2008. DORNELLAS, José. Empreendedorismo: transformando ideias em bons negócios. São Paulo: Atlas, 2015. DOLABELA, Fernando. O Segredo de Luísa. Rio de Janeiro: Sextante, 2008. DOLABELA, Fernando. Sonhos e riscos bem calculados. São Paulo: Saraiva, 2010. HEISE, DANIEL. Como transformar uma ideia em uma oportunidade de negócio. Exame.com. Disponível em: <http://exame.abril.com.br/pme/noticias/como-transformar-uma-ideia-em-uma- oportunidade-de-negocio>. Acesso em: 05 out. 2016. FERREIRA, Manuel Portugal; SANTOS, João Carvalho; SERRA, Fernando A. Ribeiro. Ser Empreen- dedor: pensar, criar e moldar a nova empresa. São Paulo: Saraiva, 2010. EMPREENDEDORISMO – 47 – MUZYKA D. F. Identificando oportunidades de mercado. In: BIRLEY, S.; MUZYKA, D. F; Tradução de Lucinda, Cláudio Ribeiro de. Revisão de técnica de Hastings, David Felipe. Dominando os desafios do empreendedor. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2011. Sebrae/SC. Qual a diferença entre ideia e oportunidade? Disponível em: <http://www.sebrae-sc. com.br/leis/default.asp?vcdtexto=5352&%5E%5E%3E> Acesso em: 05 out. 2016. EMPREENDEDORISMO – 48 – Fontes de novas ideias Cátia Regina Raulino Introdução Você provavelmente tem ideias com alguma frequência, como qualquer pessoa. Em nosso estudo compreenderemos que as ideias têm origem a partir de diferentes fontes. E, como estamos vivendo na era tecnológica, a quantidade de fontes disponíveis é ainda maior. Será a partir dessas novas ideias que uma série de oportunidades poderá surgir e, consequentemente, algumas pode- rão ser fonte de empreendedorismo. Objetivos de aprendizagem Ao final desta aula, você será capaz de: • identificar as principais fontes existentes para novas
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