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UCA001 Empreendedorismo completo

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EMPREENDEDORISMO
EMPREENDEDORISMO
 Cátia Regina Raulino
Roberto Padilha Moia
© Copyright 2017 da Dtcom. É permitida a reprodução total ou parcial, desde que sejam respeitados os 
direitos do Autor, conforme determinam a Lei n.º 9.610/98 (Lei do Direito Autoral) e a Constituição Federal, 
art. 5º, inc. XXVII e XXVIII, “a” e “b”. 
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(Ficha catalográfica elaborada pela Dtcom. Bibliotecária – Andrea Aguiar Rita CRB)
Reitor Prof. Celso Niskier
Pro-Reitor Acadêmico Maximiliano Pinto Damas
Pro-Reitor Administrativo e de Operações Antonio Alberto Bittencourt
Coordenação do Núcleo de Educação a Distância Viviana Gondim de Carvalho 
Redação Dtcom
Análise educacional Dtcom
Autoria da Disciplina Cátia Regina Raulino, Roberto Padilha Moia
Validação da Disciplina Marcio Mori
Designer instrucional Milena Rettondini Noboa
Banco de Imagens Shutterstock.com
Produção do Material Didático-Pedagógico Dtcom
Sumário
01 O conceito de empreendedorismo ........................................................................................7
02 Perfil do Empreendedor ........................................................................................................13
03 O processo de empreendedorismo e as partes envolvidas ..........................................20
04 Etapas do processo de empreender ..................................................................................27
05 Ser empreendedor ..................................................................................................................34
06 Oportunidades e Ideias no Empreendedorismo ...............................................................42
07 Fontes de novas ideias ..........................................................................................................49
08 A criatividade empreendedora .............................................................................................57
09 Técnicas de desenvolvimento de criatividade ..................................................................64
10 Bloqueios mentais ..................................................................................................................72
11 Entendendo os conceitos de missão, visão e valores .....................................................79
12 O processo visionário no empreendedorismo ..................................................................87
13 Desenvolvimento da visão de negócio ...............................................................................94
14 Elementos de suporte ao empreendedorismo .............................................................. 101
15 A importância do feedback para o desenvolvimento de um negócio ..................... 109
16 Definição de plano de negócios e sua importância ..................................................... 116
17 Definindo os objetivos e público-alvo do plano de negócios ..................................... 123
18 Estrutura de um plano de negócios ................................................................................. 130
19 Criando um plano de negócios eficiente ........................................................................ 137
20 Colocando o plano de negócios em prática ................................................................... 144
O conceito de empreendedorismo
Cátia Raulino e Roberto Padilha
Introdução
Muitas pessoas sonham em abrir o próprio negócio, ou seja, desejam entrar no mundo do 
empreendedorismo. Porém, muitas delas não sabem exatamente o que significa o termo empre-
endedorismo. Logo, não sabem se realmente estão aptas a isso. Compreender o significado do 
termo empreendedorismo é o ponto de partida para uma pessoa que pretenda ser empreendedora.
No caso do Brasil, o empreendedorismo tem despertado o interesse de pessoas que investem 
em micro e pequenos negócios gerando, em muitos casos, empregos e impostos para o desen-
volvimento. A contribuição delas é essencial à economia brasileira, pois são diversas as formas de 
atuação do empreendedorismo empresarial.
Aqui iremos tratar a respeito do conceito de empreendedorismo, fazendo relação com a 
importância que ele tem para o desenvolvimento da economia do País e para as pessoas que nele 
vivem. Você conhecerá um pouco mais sobre as diferentes formas de atuação permitidas pela 
legislação dentro do empreendedorismo. 
Objetivos de aprendizagem
Ao final desta aula, você será capaz de:
 • conhecer o surgimento do empreendedorismo e seu contexto no Brasil e no mundo.
 • compreender o conceito de empreendedorismo.
1 Empreendedorismo
Ao iniciarmos nosso estudo, saiba que o empreendedorismo no Brasil tem sido muito incen-
tivado principalmente por entidades de apoio, como por exemplo o Sebrae (Serviço Brasileiro de 
Apoio às Micro e Pequenas Empresas). Mas para que possamos aprofundar mais o tema é impor-
tante conhecer o conceito de empreendedorismo. De acordo com Dornelas (2012, p. 28), o termo 
empreendedorismo significa “[...] o envolvimento de pessoas e processos que, em conjunto, levam 
à transformação de ideias em oportunidades”. Esse conceito conduz à necessidade de que essas 
oportunidades devem ser implementadas para que possam surgir novos negócios no mercado, 
ressaltando que o envolvimento das pessoas é um ponto crucial para o sucesso dos negócios.
FIQUE ATENTO!
A prática do empreendedorismo está associada ao envolvimento do empreende-
dor e a um conjunto de processos que possam viabilizar e colocar em prática um 
novo negócio.
 – 7 – 
TEMA 1
O conceito de empreendedorismo na prática começou a ser aplicado no Brasil a partir dos 
anos 90. Embora já existisse antes, esta ocorrência prática iniciou-se efetivamente em função da 
abertura da economia, e o auge se deu a partir de 2000. Com a introdução de novos produtos, ser-
viços e tecnologias a taxa de desemprego começou a aumentar, e os empreendedores brasileiros 
viram uma grande oportunidade de iniciarem negócios próprios.
Figura 1 – Empreendedorismo gerando renda
Fonte: Andrey_Popov/Shutterstock.com 
A aplicação do conceito de empreendedorismo também traz benefícios à economia por meio 
da criação e desenvolvimento de novas micros e pequenas empresas. De acordo com Ferreira, 
Santos e Serra (2010. p.. 3), “[...] são as pequenas e novas empresas e não as grandes corporações 
as maiores geradoras de empregos”. Em outras palavras, o desenvolvimento do empreendedo-
rismo está associado diretamente à criação de micro e pequenas empresas.
EXEMPLO
Segundo a revista Pequenas Empresas & Grandes Negócios, atualmente no Brasil 
existem três empresas atuando no setor de bijuterias. Os principais polos de produ-
ção estão localizados nas cidades de Limeira (SP), Guaropé (RS) e Cariri (CE). Nesse 
segmento da economia a participação das micro e pequenas empresas corresponde 
a 85% do mercado. O empreendedorismo no setor depende muito mais da criativida-
de e empenho do empreendedor do que de grandes investimentos financeiros.
2 A importância das micro e pequenas empresas
É importante compreender que a prática do empreendedorismo conduz ao surgimento 
de diversas micro e pequenas empresas espalhadas no País, aumentando a produtividade e o 
emprego, além de gerar renda às pessoas e de dinamizar os negócios. De acordo com o Sebrae 
(2014), as micro e pequenas empresas representam 53,4% do PIB (Produto Interno Bruto) brasi-
leiro no setor de comércio; 22,5% do PIB no setor da indústria e 36,3% no de serviços.
EMPREENDEDORISMO
 – 8 – 
FIQUE ATENTO!
A participação das micro e pequenas empresas no PIB brasileiro vem crescendo a 
cada ano, sendo o setor de comércio o mais representativo desse aumento.
Para a geração de emprego, o Sebrae (2014) aponta que os pequenos negócios no setor de 
serviçosrepresentam 44% dos empregos formais, e no setor de comércio esse número chega a 
aproximadamente 70%. Com relação ao número de empresas de pequeno porte, no setor de servi-
ços elas já são mais de 98% do total de empresas no país. No comércio o número de empresas de 
pequeno porte já supera 99%. Por fim, no setor da indústria o número de pequenos negócios está 
acima dos 95%. Esses dados só ressaltam a importância das micro e pequenas empresas para o 
desenvolvimento brasileiro.
Figura 2 – Desenvolvimento de pequenos negócios
Fonte: Rawpixel.com/Shutterstock.com
SAIBA MAIS!
No estudo “Participação das Micro e Pequenas Empresas na Economia Brasileira”, 
publicado pelo Sebrae, é possível pesquisar mais sobre a importância das micro 
e pequenas empresas no Brasil. Você pode acessá-lo em: <http://www.sebrae.
com.br/Sebrae/Portal%20Sebrae/Estudos%20e%20Pesquisas/Participacao%20
das%20micro%20e%20pequenas%20empresas.pdf>.
3 As diferentes formas do 
empreendedorismo empresarial
Você precisa saber que para uma pessoa atuar de forma legalizada no empreendedorismo 
ela deve formalizar a empresa. É o chamado empreendedorismo empresarial. O empreendedor 
empresarial pode ser entendido, conforme Dolabela (2008, p. 25), como:
EMPREENDEDORISMO
 – 9 – 
“[...] indivíduo que cria uma empresa, qualquer que seja ela; pessoa que compra uma empre-
sa e introduz inovações, assumindo riscos, seja na forma de administrar, seja na forma de 
vender, fabricar, distribuir ou fazer propaganda dos seus produtos e/ou serviços, agregando 
novos valores; empregado que introduz inovações em uma organização, provocando o sur-
gimento de valores adicionais”. 
Essa atuação no empreendedorismo empresarial pode se dar por meio de uma empresa 
na forma de Microempreendedor Individual (MEI), Microempresa, Empresa de Pequeno Porte ou 
empresas de médio e de grande portes, como no quadro a seguir.
Quadro 1 – As empresas
Tipos empresariais Faturamento anual
MEI Até R$ 60.000,00
ME Até R$ 360.000,00
EPP Até R$ 3.600.000,00
Normais (médio e grande portes) Superior a R$ 3.600.000,00
Fonte: elaborado pela AUTORA
O Sebrae aponta as principais características e diferenças entre os tipos de empresas. Vamos 
conhecê-las a seguir.
 • Microempreendedor Individual: esta categoria foi criada para permitir a uma pessoa 
trabalhar por conta própria e legalizada. Esse tipo de negócio se enquadra para aqueles 
empreendedores que tenham receita bruta anual de até R$ 60.000,00, podendo optar 
pelo Simples Nacional. Este valor muda para R$ 81.000 a partir de 2018, em função da 
Lei Complementar 155, de 27 de outubro de 2016. Observe que há uma restrição para 
esse tipo de empresa. O microempreendedor pode empregar apenas uma pessoa e não 
pode configurar no quadro social de outra empresa, ou seja, não pode fazer parte de 
nenhuma outra empresa como sócio. 
FIQUE ATENTO!
Caso o microempreendedor individual obtenha uma receita bruta anual superior 
aos R$ 60.000,00, ele deve ser enquadrado como microempresa para continuar atu-
ando dentro da legislação.
 • Microempresa: esse tipo de empresa contempla a sociedade empresarial, a sociedade 
simples, a empresa individual e o empresário. A microempresa deve estar registrada nos 
órgãos competentes e sua receita bruta anual deve ser igual ou inferior a R$ 360.000,00 
(com a mudança na legislação a partir de 2018 o valor passa a R$ 500.00,00). 
 • Empresa de Pequeno Porte: é considerada uma Empresa de Pequeno Porte aquela cujo 
faturamento anual seja superior a R$ 360.000,00 e inferior a R$ 3.600.000,00. A única 
EMPREENDEDORISMO
 – 10 – 
ressalva é que se obtiver receitas extras oriundas de exportações esse tipo de empresa 
não deixa de se enquadrar como de pequeno porte, desde que essas receitas extras 
não ultrapassem R$ 3.600.000,00. Este valor será aumentado para R$ 4.800.000,00 
também em razão da Lei Complementar 155, de 27 de outubro de 2016.
EXEMPLO
De acordo com o Sebrae, em 2013 o número de microempresas que exportaram foi 
de 4.716 estabelecimentos. No caso das de pequeno porte essa quantidade chegou 
a 6.215 empresas. Essas empresas, juntas, foram responsáveis pelo volume de US$ 
2,0 bilhões em exportações naquele ano. No segmento de microempresas os setores 
de comércio e indústria tiveram praticamente o mesmo peso, porém entre as peque-
nas empresas o setor de indústria destacou-se, com quase 67% das exportações. 
Figura 3 – Exportações brasileiras
Fonte: Suwin/Shutterstock.com
No Brasil, para que uma pessoa possa exercer uma atividade econômica empresarial ela 
necessariamente precisa abrir uma empresa. Dessa maneira, o empreendedor trabalha seguindo a 
legislação e consegue obter algumas vantagens, como por exemplo acesso a crédito, investidores, 
aquisição de insumos e matéria-prima mais baratos, entre outras.
SAIBA MAIS!
Para conhecer mais sobre a constituição de uma empresa e sobre as regras para o 
seu enquadramento, você pode consultar o portal do Sebrae: <http://www.sebrae.
com.br/sites/PortalSebrae/artigos/entenda-as-diferencas-entre-microempresa-
pequena-empresa-e-mei,03f5438af1c92410VgnVCM100000b272010aRCRD>.
EMPREENDEDORISMO
 – 11 – 
Fechamento
Concluímos a unidade relativa ao conceito de empreendedorismo. Agora, você já conhece o 
significado do empreendedorismo, quais são seus principais benefícios e as formas de empreen-
dedorismo empresarial. 
Nesta aula você teve a oportunidade de: 
 • conhecer o conceito de empreendedorismo;
 • compreender a importância do setor ao desenvolvimento brasileiro, à geração de 
empregos e ao crescimento da economia;
 • identificar as formas de atuação no empreendedorismo empresarial observando a 
legislação;
 • aprender a diferenciar categorias empresariais de acordo com o faturamento bruto 
anual.
 • entender as vantagens de ter um negócio legalizado.
Referências 
BRASIL. Lei Complementar n. 155, de 27 de outubro de 2016. Presidência da República. Brasí-
lia. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LCP/Lcp155.htm. Acesso em: 21 
nov. 2016.
DOLABELA, Fernando. O Segredo de Luísa. Rio de Janeiro: Sextante, 2008. 
DORNELAS, José. Empreendedorismo: transformando ideias em negócios. 4. ed. Rio de Janeiro: 
Elsevier, 2012. 
FERREIRA, Manuel Portugal; SANTOS, João Carvalho; SERRA, Fernando A. Ribeiro. Ser Empreen-
dedor: pensar, criar e moldar a nova empresa. São Paulo: Saraiva, 2010. 
ALBUQUERQUE, ELIETE. Beleza imune a crises. Pequenas Empresas & Grandes Negócios. Dispo-
nível em: <http://revistapegn.globo.com/Empresasenegocios/0,19125,ERA455186-2481,00.html>. 
Acesso em: 04 out. 2016.
SEBRAE. As Micro e Pequenas Empresas na Exportação Brasileira – 1998-2013 – Brasil. 
Disponível em < http://www.sebrae.com.br/Sebrae/Portal%20Sebrae/Anexos/As%20MPE%20
na%20expota%C3%A7%C3%A3o%20brasileira_Brasil_2013.pdf> Acesso em: 04 out. 2016.
________. Participação das Micro e Pequenas Empresas na Economia Brasileira. Julho, 2014. 
Disponível em: <http://www.sebrae.com.br/Sebrae/Portal%20Sebrae/Estudos%20e%20Pesquisas/
Participacao%20das%20micro%20e%20pequenas%20empresas.pdf> Acesso em: 03 out. 2016.
_________. Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas. Entenda as diferenças entre microempresa, 
pequena empresa e MEI. Disponível em: < http://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/
entenda-as-diferencas-entre-microempresa-pequena-empresa-e-mei,03f5438af1c92410VgnVCM
100000b272010aRCRD >. Acesso em: 03 out. 2016. 
EMPREENDEDORISMO
 – 12 – 
Perfil do Empreendedor 
Cátia Raulino e Roberto Padilha
Introdução
Para que o empreendedorismo possa acontecer é necessário que existam pessoas dispostas 
a empreender, os chamados empreendedores. Um empreendedor possui alguns traços que o iden-
tificam e facilitam seu envolvimento com um novo negócio. A partir da identificação desses traços 
a pessoapercebe que tem maiores chances de obter algum sucesso quando se lança no mercado.
Porém, o que acontece na maioria das vezes é que a pessoa não possui um perfil empre-
endedor e se lança no mercado com a ideia de que terá sucesso em seu negócio. O que acon-
tece em muitos casos é justamente o oposto, a pessoa, por não ter o perfil empreendedor, acaba 
cometendo diversos erros e, por consequência, não consegue empreender e vê o sonho naufragar. 
Identificar os traços de um empreendedor é uma tarefa básica para quem pretende empreender.
Aqui vamos tratar da identificação do perfil de um empreendedor, conhecendo suas princi-
pais características e influências sobre o comportamento empreendedor.
Você conhecerá um pouco mais sobre os mitos que envolvem o empreendedor e os traços 
mais comuns em uma pessoa empreendedora. 
Objetivos de aprendizagem
Ao final desta aula você será capaz de:
 • identificar os tipos de empreendedores;
 • conhecer as características de um empreendedor.
1 Empreendedor voluntário e 
empreendedor involuntário
Primeiramente, saiba que existem dois tipos básicos de empreendedores, o voluntário e o 
involuntário. O empreendedor voluntário é aquele que nasceu para empreender, é seu desejo fazer 
aquilo. De acordo com Ferreira, Santos e Serra (2010, p. 28):
 [...] muitas pessoas começam a pensar no empreendedorismo como opção de carreira. 
Isso significa que essas pessoas já se envolvem, pesquisam e trabalham pensando em ser 
empreendedoras. Esse tipo de empreendedor possui uma motivação própria e está dispos-
to a desenvolver o seu próprio negócio.
Já o empreendedorismo involuntário ocorre quando a pessoa não pensava ou não traba-
lhava com a ideia de ser empreendedor. É o caso de um herdeiro, que sempre foi empregado e 
ganhou como herança um negócio. Ele se vê obrigado a empreender. Outra situação muito comum 
 – 13 – 
TEMA 2
é quando alguém não consegue se recolocar no mercado de trabalho e vê a abertura do próprio 
negócio como única saída. Em ambas as situações estas pessoas não foram e não estão prepa-
radas para ser empreendedoras.
FIQUE ATENTO!
O fato de um empreendedor ser involuntário não significa que ele não poderá de-
senvolver características de um empreendedor voluntário, como por exemplo força 
de vontade e liderança.
2 Principais mitos sobre o empreendedor
Você precisa saber que muitos mitos cercam o empreendedor e acabam dificultando a cria-
ção de novos negócios no mercado. De acordo com Ferreira, Santos e Serra (2010, p. 32 e 34), os 
principais mitos sobre o empreendedor são:
 • os empreendedores já nascem prontos: isso é um mito, uma vez que uma pessoa pode 
desenvolver a visão empreendedora;
 • assumem riscos excessivos: este é outro mito, pois o empreendedor assume riscos, 
porém calculados.
 • são patrões de si mesmos e têm dificuldades de trabalhar em equipe: também é um 
mito, porque os empreendedores de sucesso dividem as tarefas e responsabilidades 
com suas equipes de trabalho.
Figura 1 – Mito da motivação apenas pelo dinheiro
Fonte: ESB Professional/Shutterstock.com
EMPREENDEDORISMO
 – 14 – 
 • são motivados principalmente pelo dinheiro: nem sempre é verdade, muitos empreen-
dem, por exemplo, para realizar um sonho ou melhorar o ambiente em que vivem;
 • pessoas com mais idade não podem empreender: esse é um grande mito, pois quanto 
mais experiência, melhores as chances de sucesso. 
EXEMPLO
Um dos maiores empreendedores mundiais, Walt Disney nem sempre desfrutou 
de sucesso e faliu no começo da carreira. Sua primeira produtora de filmes não 
conseguia cumprir os prazos e acabou acumulando prejuízos, fazendo com que ele 
quebrasse. Nessa época ele era jovem e somente depois, com mais experiência, 
conseguiu emplacar a Disney. Esse exemplo derruba o mito de que pessoas mais 
velhas não podem empreender.
3 Os traços do empreendedor
Para que uma pessoa possa ser empreendedora ela deve possuir algumas características 
básicas. Ferreira, Santos e Serra (2010, p. 25) citam os principais traços de um empreendedor:
 • Tomam iniciativa para criar algo novo e de valor, tanto para ele quanto para seus clientes.
 • O empreendedor para desenvolver seu negócio necessita ter tempo e se esforçar em 
busca do sucesso.
 • Conquista recompensas financeiras, independência, realização pessoal, além do reco-
nhecimento da sociedade.
 • Assumir riscos (financeiros, sociais e psicológicos) em decorrência dos fracassos.
FIQUE ATENTO!
É importante ressaltar que os empreendedores que não possuem as caracterís-
ticas podem desenvolvê-las por meio de várias ações, como estudos, análises e 
outras mudanças de postura e comportamento. Nem sempre um empreendedor 
será nato.
Esses são os principais traços que podem auxiliar ou determinar quem está preparado para 
ser um empreendedor. A observância mínima desses critérios facilita o processo de empreender e 
ajuda na seleção natural de quem tem ou não o perfil empreendedor. 
EMPREENDEDORISMO
 – 15 – 
Figura 2 – Característica do empreendedor: tempo para criar
Fonte: Pathdoc/Shutterstock.com
Perceba que levar em conta os critérios não garante, entretanto, o sucesso do empreendedor. 
Para isso é necessário estar atento a algumas características de empreendedores de sucesso.
SAIBA MAIS!
No artigo “Qual é o seu perfil empreendedor?”, do professor e consultor Marcos 
Hashimoto, publicado na revista Pequenas Empresas & Grandes Negócios, 
o autor menciona que nenhum empreendedor é completo, mas que as 
deficiências podem ser supridas por outras pessoas da equipe. Acesse em: 
http://revistapegn.globo.com/Revista/Common/0,,EMI174207-17141,00-
QUAL+E+O+SEU+PERFIL+EMPREENDEDOR.html.
4 As principais características do empreendedor 
de sucesso
Como aprendemos até agora, para que um empreendedor seja considerado de sucesso 
ele deve possuir algumas características. Vamos, então, identificá-las. De acordo com Dornelas 
(2012), entre essas características estão: saber tomar decisões; explorar ao máximo as oportu-
nidades; ser determinado e dinâmico, otimista e apaixonado pelo que está fazendo; ser líder e 
formador de equipe; ser bem relacionado; ser organizado e planejar tudo; ter algum conhecimento 
sobre o negócio e sobre gestão; assumir riscos calculados e criar algum valor para a sociedade.
Ainda segundo Dolabela (2008, p. 32):
 “[...] essa lista pode ser ampliada com outras características, como: considerar o fracasso 
como um resultado normal; seguir um modelo ou uma pessoa que o influencie; captar, utilizar 
e controlar recursos; traduzir os pensamentos em ações, aprender a definir a visão de seu 
negócio, possui consciência do ambiente em que vive e identifica possíveis oportunidades”.
EMPREENDEDORISMO
 – 16 – 
Figura 3 – Empreender: otimismo e paixão
Fonte: Rus/Shutterstock.com
FIQUE ATENTO!
É preciso observar que muitos empreendedores fracassam por demorarem a tomar 
decisões. Lembre-se de que você deve explorar ao máximo as oportunidades, po-
rém deve ser ágil na tomada de decisão sobre como trabalhá-las. 
Em síntese, o sucesso do empreendedor é uma combinação de fatores. De acordo com Ferreira, 
Santos e Serra (2010, p. 25), o sucesso “[...] inclui desde a personalidade orientada para a ação e a rea-
lização pessoal até as atitudes empreendedoras, o acreditar em si próprio e em suas capacidades”. 
EXEMPLO
A empresa Cacau Show nasceu do sonho de seu fundador, Alexandre Costa. Ele co-
meçou vendendo ovos de páscoa para os vizinhos com o objetivo de ganhar algum 
dinheiro. Daí à criação da empresa foi um pulo. Entre suas principais características 
estão persistência e dedicação, além de ter aceitado correr riscos calculados para 
conseguir realizar seu sonho. Outra característica foi a sua personalidade, que faci-
litou a implementação do negócio. Atualmente ele possui diversaslojas no país, no 
sistema de franquia, empregando milhares de pessoas.
EMPREENDEDORISMO
 – 17 – 
Figura 4 – Empreendedores e sucesso 
Fonte: ProStockStudio/Shutterstock.com
Ferreira, Santos e Serra apontam que colaboram também para o sucesso de um empreende-
dor o contexto social onde ele está inserido e o reconhecimento de uma oportunidade.
SAIBA MAIS!
Para conhecer mais sobre as características de empreendedores de sucesso, 
você pode ler um texto sobre o assunto no portal da revista Exame. Acesse no 
link: < http://exame.abril.com.br/pme/noticias/5-principais-caracteristicas-de-um-
empreendedor-de-sucesso>.
Fechamento
Concluímos a unidade relativa ao perfil do empreendedor. Agora, você já conhece as diferen-
ças entre empreendedor voluntário e empreendedor involuntário e quais são os principais mitos 
sobre o empreendedor. Também conheceu os principais traços do empreendedor, bem como 
aprendeu sobre as características dos empreendedores de sucesso. Além disso, pôde conhecer 
alguns exemplos práticos que envolveram essas características.
Nesta aula você teve a oportunidade de: 
 • compreender as diferenças entre o que caracteriza um empreendedor voluntário, que 
se preparou, e o involuntário, que se tornou empreendedor;
 • aprender os principais mitos que envolvem o empreendedor;
 • conhecer os principais traços e características de um empreendedor de sucesso.
 • entender que o sucesso de um empreendedor é resultado da combinação de fatores, 
como personalidade e contexto social envolvendo o negócio.
EMPREENDEDORISMO
 – 18 – 
Referências
DOLABELA, Fernando. O Segredo de Luísa. Rio de Janeiro: Sextante, 2008. 
DORNELAS, José. Empreendedorismo: transformando ideias em negócios. 4. ed. Rio de Janeiro: 
Elsevier, 2012. 
FERREIRA, Manuel Portugal; SANTOS, João Carvalho; SERRA, Fernando A. Ribeiro. Ser Empreen-
dedor: pensar, criar e moldar a nova empresa. São Paulo: Saraiva, 2010. 
HASHIMOTO, Marcos. Qual é o seu perfil empreendedor? Revista Pequenas Empresas & Grandes 
Negócios. Disponível em: < http://revistapegn.globo.com/Revista/Common/0,,EMI174207-
17141,00-QUAL+E+O+SEU+PERFIL+EMPREENDEDOR.html> Acesso em: 11 out. 2016.
LAM, Camila. Exame.com. 5 principais características de um empreendedor de sucesso. 
Disponível em: < http://exame.abril.com.br/pme/noticias/5-principais-caracteristicas-de-um-
empreendedor-de-sucesso> Acesso em: 10 out. 2016.
EMPREENDEDORISMO
 – 19 – 
O processo de empreendedorismo 
e as partes envolvidas 
Cátia Raulino
Introdução
O administrador e o empregado estão diretamente ligados ao empreendedorismo em si, já que 
farão parte da gestão e das operações dos negócios dos empreendedores. Contudo, vale ressaltar 
que há muitas diferenças entre as funções de empreendedores, administradores e empregados.
Ao final desta aula, você será capaz de:
 • entender o papel desenvolvido pelas partes envolvidas no processo empreendedor.
1 As diferenças entre o empreendedor, o 
administrador e o empregado (Intraempreendedor)
O empregado, o empreendedor e o administrador são agentes diferentes dentro do empreen-
dedorismo. Cada um possui sua própria função e atuação, porém obviamente haverá algumas simi-
laridades. Você estudará essas diferenças e semelhanças quanto a funções e a formas de atuação.
Entenda que é comum nos depararmos com uma enorme dificuldade em delimitar a atuação 
dos administradores. Por serem profissionais capazes de atuar em múltiplas áreas, defini-los em 
uma única frente de trabalho seria um grande erro. Conforme Chiavenato (2006, p. 43), é possível 
perceber, contudo, que quando uma empresa se desenvolve, os empreendedores acabam tendo 
dificuldades em tomar decisões mais básicas, de rotina na gestão, pois dão maior prioridade a 
questões estratégicas, com as quais se sentem mais à vontade. A partir disso há a necessidade 
de bons administradores dentro do empreendedorismo. 
Para começar, compreenda as diferenças entre os administradores e os empreendedores em 
uma série de aspectos. De acordo com Filion (1997), “[...] o gerente é voltado para a organização de 
recursos, enquanto o empreendedor é voltado para a definição de contextos”. Podemos dizer que 
o empreendedor é um administrador com algumas características a mais. 
Já segundo Dornelas (2012), pode-se notar que um empreendedor bem-sucedido tem ainda 
como característica própria o conhecimento sobre o seu negócio, o que poucos possuem, pois 
isso exige tempo e experiência. Esse empreendedor de sucesso também se diferencia dos demais 
pelo planejamento constante que realiza porque tem visão de futuro.
Observe, a seguir, algumas diferenças entre empreendedores e administradores.
 – 20 – 
TEMA 3
Quadro 1 – Administradores X empreendedores
Tenta otimizar os recursos para atingir metas
Estabelece a visão e os objetivos; depois localiza os 
recursos
Opera dentro de estrutura pré-existente
Define tarefas e papéis que criam uma estrutura de 
organização
“A chave é se adaptar as mudanças” A chave é iniciar as mudanças
Padrão de trabalho implica análise racional Padrão de trabalho implica imaginação e criatividade
Apoiado na cultura de afiliação Apoiado na cultura de liderança
Fonte: DOLABELA, 2008, p. 35
FIQUE ATENTO!
Para que fique mais fácil a compreensão, lembre-se de que o empreendedor terá 
todas as suas características e ainda as características do administrador.
Dornelas (20012 p. 49) apresenta diferenças e semelhanças entre ambas as funções no 
empreendedorismo:
[..] quando se compara o papel e função do administrador com o do empreendedor vemos 
muita semelhança entre ambos, isto é, o empreendedor é um administrador mas com al-
guns pontos convergentes em relação a [sic] média dos gerentes ou executivos, pois os 
empreendedores são mais visionários do que a maioria dos gerentes comuns.
Perceba, porém, que os empreendedores nem sempre serão bons administradores, assim 
como os administradores nem sempre serão empreendedores.
SAIBA MAIS!
Leia este artigo sobre diferenças e semelhanças entre administradores e empre-
endedores para complementar seu estudo: <http://www.administradores.com.br/
artigos/economia-e-financas/empreendedor-e-administrador-diferencas-similari-
dades-e-dificuldades/23692/>. 
Para Dornelas (2001, p. 4), pode-se comparar o que é domínio do empreendedor e o que é 
domínio do administrador a partir de cinco dimensões: “[...] orientação estratégia, análise das opor-
tunidades, comprometimento dos recursos, controle dos recursos e estrutura gerencial.” Estas 
dimensões deixam mais claras as diferenças entre ambos.
EMPREENDEDORISMO
 – 21 – 
EXEMPLO
Vamos pensar no exemplo de uma montadora. Enquanto o empreendedor estará 
focado em novas versões dos carros, lançamentos, observando os movimentos do 
mercado, o administrador estará focado em metas, nas vendas etc.
É preciso destacar também que quando o empreendedor assume as funções, os papéis e as 
atividades do administrador de forma a complementar a ponto de saber utilizá-los no momento 
adequado para atingir seus objetivos, ele estaria sendo um administrador completo, que incor-
pora as várias abordagens existentes sem se restringir a apenas uma delas e interage com o seu 
ambiente para tomar as melhores decisões. (DORNELAS, 2012).
Figura 1 – As visões distintas
Fonte: Taiga/Shutterstock.com
Por outro lado, quando falamos em empregados obviamente poderemos ou não estar falando 
de administradores, já que além destes, uma empresa contará com diversos outros colaboradores. 
Segundo Chiavenato (2006), os empregados são os responsáveis por operacionalizar todas as ideias e 
oportunidades geradas pelos empreendedores, sendo muito importantes para o sucesso de um negócio.
É aí que surge o conceito de intraempreendedores. Podemos encontrá-los dentro das organi-zações (DORNELAS, 2012).
FIQUE ATENTO!
As empresas precisam incentivar o intraempreendedorismo, caso contrário não co-
lherão os resultados que pode trazer.
EMPREENDEDORISMO
 – 22 – 
Conheça agora uma outra definição a respeito de intraempreendedorismo (CHIAVENATO, 
2000, p. 87):
[...] é um processo que ocorre dentro de uma empresa existente, independente de seu porte 
e leva-a não somente a novos negócios, mas também a outras atividades e orientações 
inovadoras como o desenvolvimento de novos produtos, serviços, tecnologias, técnicas 
administrativas, estratégias e posturas competitivas.
SAIBA MAIS!
Para aprofundar um pouco mais seus estudos a respeito, leia “Empreendedorismo 
e intraempreendedorismo. É preciso aprender a voar com os pés no chão”, de 
Edmundo Brandão Dantas. O texto está disponível em: <www.bocc.ubi.pt/pag/
dantas-edmundo-empreendedorismo.pdf>. 
Figura 2 – Os intraempreendedores
Fonte: Mascha Tace/Shutterstock.com
Aproveitar os trabalhadores que querem assumir responsabilidades, que têm grande necessidade 
de expressão individual e de mais liberdade na estrutura organizacional contribui para a formação do 
domínio empreendedor interno. Por isso, deve ser trabalhado como instrumento de gestão.
EXEMPLO
Uma empresa possui três funcionários no Marketing. Dois deles executam tudo 
que é pedido a eles. O terceiro tem proatividade, costuma criar campanhas para 
apresentar à diretoria, campanhas internas de conscientização de metas etc. O ter-
ceiro precisa que este intraempreendedorismo seja incentivado, pois está apoiando 
a empresa diretamente com seu perfil empreendedor.
EMPREENDEDORISMO
 – 23 – 
Chiavenato (1999, p. 176) explica que “[...] o intraempreendedorismo se reflete mais intensa-
mente nas atividades empreendedoras, bem como nas orientações da alta direção das organizações. 
Esse empenho empreendedor pode ser apresentado em quatro elementos-chaves.” São eles:
 • novo empreendimento: criação de um novo negócio dentro da organização, desenvol-
vimento de um novo mercado e de novos produtos ou serviços. 
 • espírito de inovação: aperfeiçoamento dos produtos, serviços ou processos atuais ou 
o desenvolvimento de novos processos, produtos e serviços. 
 • autorrenovação: tem conotação de mudança estratégica da organização, mudando o 
enfoque na qual foi criada, adaptando-se às novas exigências e oportunidades. 
 • proatividade: assume riscos na condição de experimentos e por isso é arrojada na 
busca por oportunidades.
O intraempreendedorismo é uma forma moderna de gerir as organizações, já que desperta 
nos colaboradores um protagonismo, uma vontade de fazer diferente, e se destacar trará grandes 
benefícios aos empreendedores.
FIQUE ATENTO!
Saiba que dentro da organização, mesmo para quem não é o dono ou não tenha 
cargo de gestão é possível incorporar posturas e qualidades empreendedoras, tra-
zendo benefícios à organização. 
E qual é a diferença entre os três: administradores, empreendedores e intraempreendedores? 
Vamos entender.
 • Administradores: são responsáveis pela gestão do negócio.
 • Empreendedores: são donos das ideias, do conhecimento, do negócio, visionários.
 • Intraempreendedores: são empregados que possuem perfil empreendedor, que enxer-
gam além, sendo criativos e gerando oportunidades.
Perceba que estamos falamos em semelhança também! Os três buscam sucesso em sua 
atuação, crescimento da empresa e realização das metas e objetivos traçados pela organização, 
ou seja, estão unidos na busca do sucesso dessa organização.
EMPREENDEDORISMO
 – 24 – 
Figura 3 – União
Fonte: Rawpixel.com/Shutterstock.com
Como vimos, empregados, empreendedores e administradores são agentes diferentes, com 
atuações próprias, porém com um objetivo em comum levarão o negócio ao sucesso.
Fechamento
Concluímos neste tema que empreendedores, empregados e administradores possuem dife-
rentes funções e podem atuar juntos pela empresa.
Nesta aula, você teve a oportunidade de:
 • conhecer os conceitos de administrador, empreendedor e empregado;
 • compreender o conceito de intraempreendedorismo;
 • identificar diferenças e similaridades entre os três agentes.
Referências 
CHIAVENATO, Idalberto. Administração de empresas: teoria, processo e prática. Rio de Janeiro: 
Campus, 2006.
______. Gerenciando pessoas: como transformar os gerentes em gestores de pessoas. Rio de 
Janeiro: Campus, 2005.
______. Série Iniciação à administração. Rio de Janeiro: Campus, 2005.
______. Construção de talentos: coaching & mentoring. Rio de Janeiro: Campus, 2002.
______. Administração nos novos tempos. Rio de Janeiro: Campus, 2000.
______. Introdução à Teoria Geral de Administração. Rio de Janeiro: Campus, 2000.
______. Introdução à Teoria Geral de Administração. Rio de Janeiro: Campus, 1999.
DOLABELA, Fernando. O Segredo de Luísa. Rio de Janeiro: Sextante, 2008. 
EMPREENDEDORISMO
 – 25 – 
_______. Sonhos e riscos bem calculados. São Paulo: Saraiva, 2010. 
DORNELAS, José. Empreendedorismo: transformando ideias em negócios. 4. ed. Rio de Janeiro: 
Elsevier, 2012. 
FERREIRA, Manuel Portugal; SANTOS, João Carvalho; SERRA, Fernando A. Ribeiro. Ser Empreen-
dedor: pensar, criar e moldar a nova empresa. São Paulo: Saraiva, 2010. 
RAZA, Claudio. Empreendedor e Administrador: diferenças, similaridades e dificuldades. Empreende-
dores.com. Disponível em: http://www.administradores.com.br/artigos/economia-e-financas/empre-
endedor-e-administrador-diferencas-similaridades-e-dificuldades/23692/. Acesso em: 11 nov. 2016.
DANTAS, Edmundo Brandão. Empreendedorismo e Intra-Empreendedorismo. É preciso aprender 
a voar com os pés no chão. Disponível em: http://www.bocc.ubi.pt/pag/dantas-edmundo-empre-
endedorismo.pdf. Acesso em: 11 nov. 2016.
EMPREENDEDORISMO
 – 26 – 
Etapas do processo de empreender 
Cátia Raulino
Introdução
Você sabe como se desenvolve o processo empreendedor ou processo de empreender? Ele 
possui fases bem definidas e serão estas fases que determinarão o sucesso ou não de um negó-
cio, como você estudará a seguir.
Objetivos de aprendizagem
Ao final desta aula, você será capaz de:
 • compreender cada etapa do processo empreendedor.
 • identificar as tarefas necessárias em cada etapa do processo de empreender.
1 Os fatores que influenciam 
no processo empreendedor
Para começar, é importante conhecer algumas características e contextos que envolvem o 
processo de empreender. De acordo com Chiavenato (2005, p.17)
O processo empreendedor abrange todas as atividades, as funções e as ações relaciona-
das com a criação de uma nova empresa. Todos os negócios operam em um ambiente 
geral, que é composto de uma multiplicidade de variáveis que interagem dinamicamente 
entre si, como variáveis econômicas, sociais, tecnológicas, culturais, legais, demográficas 
e ecológicas. Todas essas variáveis causam impactos profundos em todas as empresas, 
sem qualquer discriminação.
Estes fatores mencionados pelo autor influenciam o negócio de forma muito direta, portanto 
são bastante importantes em nosso estudo. Outro autor, Dornelas (2015), classificou-os em: fato-
res pessoais, fatores sociológicos, fatores organizacionais e questões encontradas nos ambientes 
em cada fase do processo empreendedor. Vamos entendê-los.
Conforme o autor, os fatores pessoais têm ligação direta com experiência, educação, satis-
fação e com a posição do agente no processo empreendedor. Por outro lado, os fatores sociológi-
cos consideram desde a criação até as equipes nas quais o agente estará inserido. Já os fatores 
organizacionais serão todos internos e terão relação direta com a estrutura da empresa, a cultura, 
a estratégia etc. Por sua vez, as questões ligadas ao ambiente estarão relacionadas aos fatores 
que cada ambiente apresentará.
 – 27 –TEMA 4
FIQUE ATENTO!
Saiba que os fatores organizacionais podem ser modificados e melhorados pelo 
empreendedor, por isso é tão importante identificar cada um deles.
Vamos conhecer a relação entre os fatores e as fases do processo empreendedor:
Figura 1 – Fatores
Fatores Pessoais
 • realização pessoal
 • assumir riscos
 • valores pessoais
 • educação
 • experiência
Fatores Pessoais
 • assumir riscos
 • insatisfação com o 
trabalho
 • ser demitido
 • educação
 • idade
Fatores 
Sociológicos
 • networking
 • equipes
 • influência dos pais
 • família
 • Modelos (pessoas) 
de sucesso
Fatores Pessoais
 • empreenderdor
 • lider
 • gerente
 • visão
Fatores 
Organizacionais
 • equipe
 • estratégia
 • estrutura
 • cultura
 • produtos
Inovação Evento inicial Implementação Crescimento
Ambiente
 • oportunidade
 • criatividade
 • Modelos (pessoas) 
de sucesso
Ambiente
 • competição
 • recursos
 • incubadoras
 • políticas públicas
Ambiente
 • competidores
 • clientes
 • fornecedores
 • investidores
 • bancos
 • advogados
 • recursos
 • políticas públicas
Fonte: adaptada de DORNELAS, 2015.
Todos os fatores que estamos estudando precisam ser levados em consideração, pois terão 
uma relação direta com o sucesso do negócio como um todo.
EXEMPLO
Os valores pessoais estão diretamente ligados à capacidade de inovação. Uma pes-
soa com valores abertos, mente aberta, sempre terá capacidade de inovação maior.
EMPREENDEDORISMO
 – 28 – 
A influência desses fatores nos negócios é explicitada por Chiavenato (2007, p. 168)
Os fatores pessoais são importantes em todas as etapas – inovação, evento inicial, imple-
mentação e crescimento -, apenas mudando o tipo de influência que exerce conforme a 
etapa. Os fatores sociológicos circulam nas etapas evento inicial e implementação como 
um fator de influência pessoal. Também os fatores organizacionais estão vinculados à eta-
pa de crescimento, justamente por se tratarem da etapa de desenvolvimento do empreen-
dimento, onde há influência de pessoas, estrutura, produto. Já o ambiente externo circula 
por todas as fases e, também, muda conforme a etapa do processo empreendedor.
FIQUE ATENTO!
Alguns fatores pessoais são mais difíceis de serem modificados. Falamos daqueles 
que estão diretamente ligados às pessoas, como por exemplo a personalidade.
Vamos, porém, dar um foco maior ao estudo do processo empreendedor em si, já que o conhe-
cendo você compreenderá melhor como estes fatores se relacionam com cada uma das fases.
SAIBA MAIS!
Leia artigo de José Dornelas sobre como os fatores podem gerar bons 
empreendedores. O texto está disponível em. <http://www.josedornelas.com.br/
artigos/como-fazer-mais-empreendedores-bem-sucedidos/>.
2 As quatro fases do processo empreendedor 
(Identificar e avaliar a oportunidade; desenvolver o plano de negócios; 
determinar e captar os recursos necessários e gerenciar a empresa criada)
O processo empreendedor, segundo Dornelas (2015), será dividido em quatro fases. Observe 
que o processo se iniciará com a identificação da oportunidade e sua avaliação. Logo em seguida 
será desenvolvido o plano de negócios. Após, serão estabelecidos e captados os recursos para 
que na última fase seja necessário apenas gerenciar a empresa já criada.
Antes de entrarmos em cada fase, vejamos o esquema apresentado na figura a seguir:
EMPREENDEDORISMO
 – 29 – 
Figura 2 – As fases do processo empreendedor
 • criação e abrangência da oportunidade
 • valores percebidos e reais da 
oportunidade
 • riscos e retornos da oportunidade
 • oportunidade versus habilidades e 
metas pessoais
 • situação dos competidores
Identificar e avaliar a oportunidade
 • recursos pessoais
 • recursos de amigos e parentes
 • angels
 • capitalistas de risco
 • bancos
 • governo
 • incubadoras
Determinar e captar os recursos 
necessários
 • Sumário executivo
 • O conceito do negócio
 • Equipe de gestão
 • Mercado e competidores
 • Marketing e vendas
 • Estrutura e operação
 • Análise estratégica
 • Plano financeiro
 • Anexos
Desenvolver o plano de negócios
 • estilo de gestão
 • fatores críticos de sucesso
 • identificar problemas atuais e 
potenciais
 • implementar um sistema de controle
 • profissionalizar a gestão
 • entrar em novos mercados
Gerenciar a empresa criada
Fonte: adaptada de DORNELAS, 2015.
Ainda segundo Dornelas (2015, p.169)
Embora as fases sejam apresentadas de forma sequencial, nenhuma delas precisa ser 
completamente concluída para que se inicie a seguinte. Por exemplo, ao se identificar e 
avaliar uma oportunidade (Fase 1), o empreendedor deve ter em mente o tipo de negócio 
que deseja criar (Fase 4). Muitas vezes ocorre ainda outro ciclo de fases antes de se con-
cluir o processo completo.
EXEMPLO
Um empreendedor ao elaborar o primeiro plano de negócios irá apresentá-lo a al-
guém que possa tornar-se um investidor. Este investidor dá ao empreendedor como 
feedback várias críticas e sugere a ele que primeiramente mude a concepção do 
plano para depois procurá-lo novamente. Nesse caso, o processo chegou apenas 
até a Fase 3 e voltou novamente à Fase 1, recomeçando um novo ciclo sem a con-
clusão do anterior. Quando situações como estas ocorrem, o empreendedor deve 
esforçar-se ainda mais à busca de melhorias.
EMPREENDEDORISMO
 – 30 – 
Vejamos cada uma das fases.
 • Fase 1 - Identificar e analisar a oportunidade: nesta fase, o empreendedor transformará 
sua ideia em algo real. Estudará o negócio como um todo, mercado, concorrentes e 
abrangência. Segundo Dornelas (2015), nesta fase poderá ser utilizado o modelo de 
Timmons. Essa metodologia será usada para levantar informações necessárias na ava-
liação do negócio e resultará em um plano de negócios estruturado na segunda fase.
FIQUE ATENTO!
O modelo de Timmons também pode ser usado diretamente na criação do plano 
de negócios.
Vamos, então, conhecer com mais detalhes esse modelo. 
Quadro 1 – Modelo de Timmons
Oportunidade
A identificação, avaliação, formatação e captura/exploração da oportunidade.
Recursos
Os recursos que o empreendedor dispõe ou deve buscar e que serão alocados para a 
exploração da oportunidade identificada
Pessoas
A equipe que trabalhará em conjunto com o empreendedor e transformará as idéias 
em um negócio de sucesso
Fonte: adaptado de DORNELAS, 2015.
Conforme se pode observar na figura, o modelo traz os três pontos principais que o negócio precisa 
para ter sucesso: uma boa oportunidade, recursos e as pessoas certas. O modelo costuma ser usado 
também na elaboração do plano de negócios, mas sua utilização desde a Fase 1 facilitará o processo.
 • Fase 2 – Desenvolver o plano de negócios: Dornelas (2006, p. 43) explica que 
O plano de negócios pode ser considerado a principal ferramenta de gestão do empreende-
dor. Muito se fala a respeito deste documento nos dias atuais, mas poucos empreendedores 
sabem como elaborar um e por que o plano de negócios pode definir o sucesso ou fracasso 
de um negócio. Cabe lembrar que não se aplica apenas aos negócios em fase inicial de 
desenvolvimento, mas pode e deve ser utilizado por qualquer empresa, em qualquer estágio.
É importante ressaltar que o processo de negócio pode ser executado a qualquer momento 
e a partir da fase que se desejar. Não é necessário obrigatoriamente seguir uma sequência rígida. 
Porém, no desenvolvimento do plano em si todos os aspectos devem ser levados em considera-
ção: previsões, recursos, anexos, riscos, marketing, operações, financeiro etc. 
EMPREENDEDORISMO
 – 31 – 
 • Fase 3 – Determinar e captar os recursos necessários: no início do processo já foi defi-
nido o valor necessário. Nessa fase, serão definidas as fontes dos recursos, podendo 
ser pessoais, de incubadoras, governamentais,de terceiros etc. A definição dos recur-
sos e como serão captados é essencial para que o empreendedor saiba como o 
negócio será financiado.
Figura 3 – É preciso definir a fonte de recursos
Fonte: Melpomene/Shutterstock.com
Definindo os recursos e sua fonte, o empreendedor poderá passar à Fase 4.
 • Fase 4 – Gerenciar a empresa criada: muitas vezes as três fases anteriores acontecem 
sem maiores problemas, porém é exatamente nesta fase que eles começam a apare-
cer, e aí tudo aquilo que foi planejado precisa ser colocado em prática. Vale lembrar que 
nem sempre se tem a experiência necessária ou nem tudo que se planejou deu certo. 
Se o negócio for novo, a Fase 4 é o momento adequado para se minimizar os proble-
mas iniciais, apertar os parafusos e ajustar tudo aquilo que fugiu ao planejamento. Se 
o negócio já estiver andando, esta fase será sempre a fase de garantir que o planeja-
mento seja devidamente respeitado.
SAIBA MAIS!
Para que você possa compreender de forma prática o processo empreendedor, leia 
este artigo de José Dornelas sobre a execução prática: <http://www.josedornelas.
com.br/artigos/4-3-executando-o-processo-empreendedor/>.
EMPREENDEDORISMO
 – 32 – 
Fechamento
Ao estudar este tema você pôde entender o que é importante em cada etapa do processo de 
empreender e o que é necessário para ser bem-sucedido.
Nesta aula, você teve a oportunidade de:
 • conhecer as características e o contexto do processo de empreender;
 • saber que fatores pessoais, sociológicos, organizacionais e questões encontradas nos 
ambientes podem influenciar o processo de empreender;
 • aprender sobre cada fase ou etapa do processo de empreender: identificar e analisar 
a oportunidade (Fase 1), desenvolver o plano de negócios (Fase 2), identificar e captar 
recursos (Fase 3) e gerenciar a empresa (Fase 4).
 • entender que essas fases são fundamentais e podem até mesmo ocorrer 
simultaneamente.
Referências
BARONET, John. Criatividade na concepção de empresas. In: FILION, Louis; DOLABELA, Fernando. 
(Org.) Boa Ideia! E Agora? São Paulo: Cultura Editores Associados, 2000. 
BARON, Robert; SHANE, Scott. Empreendedorismo: uma visão do processo. São Paulo: Thomson 
Learning, 2007.
CHIAVENATO, Idalberto. Empreendedorismo: dando asas ao espírito empreendedor. São Paulo: 
Saraiva, 2005.
DORNELAS, José. Empreendedorismo: transformando ideias em negócios. 4. ed. Rio de Janeiro: 
Elsevier, 2012. 
DORNELAS, José. Empreendedorismo: transformando ideias em negócios. 4. ed. Rio de Janeiro: 
Elsevier, 2015. 
DOLABELA, Fernando. Boa ideia! E agora? Plano de negócio, o caminho seguro para criar e geren-
ciar sua empresa. São Paulo: Cultura Editores Associados, 2003.
_________ Empreendedorismo. Como montar um plano de negócios simples e prático. 2011. Dispo-
nível em: <http://www.josedornelas.com.br/artigos/900/>. Acesso em: 06 dez. 2016.
DORNELAS, J. Empreendedorismo: transformando ideias em negócios. 4. ed. Rio de Janeiro: 
Elsevier, 2006. 
FARIA, Maria de Fátima Bruno de; ALENCAR, Eunice M. L. Soriano de. Estímulos e barreiras à criati-
vidade no ambiente de trabalho. RAUSP - Revista de Administração da Universidade de São Paulo 
São Paulo, v. 31, n. 2, 50-61, 1996.
FERREIRA, Manuel Portugal; SANTOS, João Carvalho; SERRA, Fernando A. Ribeiro. Ser Empreen-
dedor: pensar, criar e moldar a nova empresa. São Paulo: Saraiva, 2010. 
MACHADO, Carlos Roberto. Aprendendo a pensar. Texto baseado no livro Ideias Criativas: como 
vencer seus bloqueios mentais, autor James L. Adams. Disponível em: <http://cienciarn.com.br/
arquivos/APRENDENDO_A_PENSAR.pdf>. Acesso em: 04 nov. 2016.
OSTERTAG, Oskar; OSTERTAGOVÁ, Eva; HUNADY, Robert. Morphological matrix applied within 
the design project of the manipulator frame. Rio de Janeiro: Elsevier, Procedia Engineering, 2012.
EMPREENDEDORISMO
 – 33 – 
Ser empreendedor
Cátia Raulino
Introdução
O empreendedor é a peça-chave de todo nosso conteúdo. Compreender suas características, 
sua forma de pensar e agir são muito importantes para que possamos traçar um perfil do processo 
empreendedor como um todo.
Objetivos de aprendizagem:
Ao final desta aula, você será capaz de:
 • identificar as características de um empreendedor;
 • compreender o que é ser empreendedor;
 • perceber os perigos mais comuns aos novos negócios, que devem ser evitados pelo 
empreendedor;
 • reconhecer as habilidades do empreendedor (técnicas, gerenciais e pessoais).
1 Características de um empreendedor
No cenário econômico atual, muito se utiliza o termo empreendedor para fazer referência a 
pessoas que investem em uma ideia ou que estão em ascensão no mercado, mesmo em tempos 
de crise. Mas você já refletiu sobre o que significa de fato ser empreendedor? Segundo Dolabela 
(1999, p. 44), “[...] o empreendedor é alguém capaz de desenvolver uma visão, mas não só. Deve 
persuadir terceiros, sócios, colaboradores, investidores, convencê-los de que sua visão poderá 
levar todos a uma situação confortável no futuro”. 
Para o autor, os empreendedores são os agentes responsáveis por pegar uma oportunidade e 
transformá-la em sucesso. Para isso, sabemos que é preciso uma série de atitudes, tais como criati-
vidade, energia, confiança, perseverança e força de vontade para alcançar o resultado final desejado.
FIQUE ATENTO!
Os grandes autores na área do empreendedorismo, como Filion (1999), Dolabela 
(1999), entre outros, costumam classificar as habilidades do empreendedor. No en-
tanto, é importante destacarmos que não necessariamente todos os empreendedores 
possuirão todas as características.
EXEMPLO
Um empreendedor poderá ser muito criativo e inovador, por exemplo, mas não con-
seguir ter liderança. Neste caso, ele poderá suprir esta falta com a contratação de 
um líder ou desenvolver essa capacidade.
 – 34 – 
TEMA 5
Mas afinal, quais são as características comuns aos empreendedores? No quadro a seguir, 
conheça aquelas qualidades atribuídas por Filion (1999, p. 9) aos empreendedores.
Quadro 1 – As características dos empreendedores
Características Empreendedoras
Inovação Otimismo Tolerância à ambiguidade e à incerteza
Liderança Orientação para resultados Iniciativa
Riscos moderados Flexibilidade Capacidade de aprendizagem
Independência Habilidade para conduzir situações Habilidade na utilização de recursos
Criatividade Necessidade de realização Sensibilidade a outros
Energia Autoconsciência Agressividade
Tenacidade Autoconfiança Tendência a confiar nas pessoas
Originalidade Envolvimento a longo prazo Dinheiro como medida de desempenho
Fonte: adaptado de FILION, 1999, p. 9.
Perceba que as características serão marcantes e encontradas na maioria dos empreendedo-
res, mas isso não quer dizer que sua ausência impedirá alguém de empreender. Quando o autor fala 
em agressividade, por exemplo, ele está referindo-se ao ato de ser competitivo e buscar muito seus 
objetivos. Além disso, os empreendedores devem possuir paciência, força de vontade e muita calma 
para que cada um de seus passos seja dado corretamente e isso leve ao sucesso de seu negócio.
Segundo Filion (1999, p. 91), uma pesquisa realizada por Begley e Boyd identificou também cinco 
dimensões psicológicas dos empreendedores, as quais são essenciais no sucesso dos negócios: 
 • necessidade de realização: o estímulo para a superação é cultural;
 • localização do controle: o empreendedor deseja sempre estar no controle de sua vida;
 • tolerância ao risco: os empreendedores correm riscos, porém os que correm os mode-
rados ainda são os mais bem-sucedidos; 
 • tolerância à ambiguidade: os empreendedores passam por situações ambíguas, já que 
muitas das ocorrências do processo empreendedor são enfrentadas pela primeira vez;
 • comportamento do tipo A: os empreendedores têm a capacidade de fazer muitas coi-
sas ao mesmo tempo.Lembre-se também de que se um empreendedor possuir todas as características, então, 
ótimo. Porém, se não as tiver, nada impede que trabalhe no sentido de desenvolvê-las.
EMPREENDEDORISMO
 – 35 – 
2 Ser empreendedor
Podemos afirmar que, com base em Filion (1999), empreendedor é aquele que inicia algo 
novo, enxerga o que ninguém mais faz, enfim, aquele que consegue realizar antes, aquele que sai 
da área do sonho, do desejo, e parte para a ação, transformando seus planos e ideias em realidade.
Segundo Filion (1999, p. 10), “Ser empreendedor significa, acima de tudo, ser um realizador 
que produz novas ideias através da congruência entre criatividade e imaginação”.
Diferentemente das demais pessoas, os empreendedores possuem a capacidade de realizar. 
Talvez essa seja a característica mais marcante de todo o processo visionário: o potencial de reali-
zação. Os empreendedores são capazes de tirar as ideias do papel, certificar-se de sua viabilidade 
e ainda motivar os demais sobre aquilo que planeja.
FIQUE ATENTO!
Quando falamos em processo visionário, estamos tratando da teoria visionária de 
Filion, teoria responsável por criar as chamadas visões empreendedoras que são ne-
cessárias e precisam ser desenvolvidas para que um negócio alcance seu sucesso.
O empreendedor, de acordo com Dolabela (2008), precisa saber persuadir os agentes do processo 
empreendedor como sócios e colaboradores, para que acreditem naquilo que ele deseja desenvolver.
Ainda sobre as características dos empreendedores, Filion (1999) desenvolveu uma pesquisa 
sobre comportamentos de empreendedores bem-sucedidos. Esta pesquisa permite aos empre-
endedores identificarem as características que devem ser aperfeiçoadas ou aquelas que devem 
possuir para alcançar o sucesso. Ainda segundo Filion (1999, p. 10), “Os estudiosos procuram 
identificar, entre os empreendedores mais bem-sucedidos, características comuns para chegar à 
forma mais adequada de comportamento”. 
Para ajudar nesse processo, o autor desenvolveu um quadro de autoavaliação, em que o 
empreendedor poderá identificar suas características e, portanto, direcionar seus esforços para o 
que realmente precisa ser desenvolvido.
Quadro 2 – Quadro de Autoavaliação
Característica desejável Muito baixa Baixa Média Alta
Muito 
Alta Elevadíssima
Iniciativa pessoal
Busca de oportunidades
Perseverança
Comprometimento
Qualidade do trabalho
EMPREENDEDORISMO
 – 36 – 
Característica desejável Muito baixa Baixa Média Alta
Muito 
Alta Elevadíssima
Eficiência
Coragem de assumir riscos
Fixação de metas objetivas
Busca de informações
Planejamento e monitoração 
(controle)
Capacidade de persuasão
Capacidade de fazer contatos
Independência
Autonomia
Autocontrole
Fonte: FILION, 1999, p. 14.
Deste modo, o empreendedor poderá avaliar suas próprias características, buscando poten-
cializar o que tem de positivo e minimizar suas deficiências.
SAIBA MAIS!
Leia artigo do Sebrae sobre ser empreendedor e aprimore ainda mais seus conhe-
cimentos. Acesse o texto em: <http://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/bis/o-
-que-e-ser-empreendedor,ad17080a3e107410VgnVCM1000003b74010aRCRD>.
Considerando as características que podem compor o perfil de um empreendedor, também é 
de se esperar que existam ‘armadilhas’ que impeçam o sucesso de uma ideia ou negócio. Acom-
panhe-nos para conhecer quais são os perigos mais comumente encontrados em novos negócios, 
os quais devem ser evitados pelo empreendedor.
3 Os perigos mais comuns aos novos negócios 
que devem ser evitados pelo empreendedor
Você já viu em noticiários o quanto se fala em novos negócios que fracassam logo no pri-
meiro ano de funcionamento? Pois bem, vejamos alguns perigos mais comuns em novos negó-
cios que podem comprometer o seu sucesso, com base em Chiavenato (2007).
EMPREENDEDORISMO
 – 37 – 
 • A falta de identificação com o que realmente será o negócio em si. 
 • A falta de reconhecimento do público-alvo que se deseja atingir.
 • A não compreensão sobre o tipo societário que é melhor indicado.
 • Planejamento financeiro malfeito ou inexistente.
 • Falta de estudo para a escolha correta da localização do negócio.
 • Incapacidade de gerir operacionalmente.
 • Falta de conhecimento sobre processos de produção, custos e riscos. 
 • Falta de conhecimento sobre a concorrência no ramo de mercado.
 • Desconhecimento sobre o mercado de fornecedores.
 • Falta de conhecimento e capacidade de vendas e promoção de produtos/serviços. 
 • Falta de tato com o cliente.
Saiba que além dessas características, existe uma série de outros fatores que podem levar 
um negócio ao fracasso. Na pesquisa realizada por Filion (1999), foi identificado o percentual da 
participação de cada um dos fatores que contribui para o declínio de um negócio. Com isso, ainda 
que cada caso tenha sua especificidade, podemos ter uma dimensão do peso dos fatores que 
mais contribuem para falência de empresas.
Quadro 3 – Os fatores responsáveis pelo fracasso dos negócios
Fatores econômicos – 72%
 • Incompetência do empreendedor
 • Falta de experiência de campo
 • Falta de experiência gerencial
 • Experiência desequilibrada
Inexperiência – 20%
 • Lucros insuficientes
 • Juros elevados
 • Perda de mercado
 • Mercado consumidor restrito
 • Nenhuma viabilidade futura
Vendas insuficientes – 11%
 • Fraca competitividade
 • Recessão econômica
 • Vendas insuficientes
 • Dificuldade de estoque
 • Localização inadequada
Despesas excessivas – 8%
 • Dívidas e cargas demasiadas
 • Despesas operacionais elevadas
Outras causas – 3%
 • Negligência
 • Capital insuficiente
 • Clientes insatisfeitos
 • Fraudes
 • Ativos insuficientes
Fonte: FILION, 1999, p. 210.
EMPREENDEDORISMO
 – 38 – 
Conforme mostra o quadro, os fatores econômicos e a inexperiência são os principais cul-
pados pelos problemas nos negócios. Com isso, estes dois fatores merecem atenção especial 
por parte dos empreendedores.
FIQUE ATENTO!
Embora representem apenas 3%, outras causas precisam ser tratadas de alguma 
forma, já que também impactam nos negócios.
Já falamos em características comuns aos empreendedores, o que significa de fato ser um 
empreendedor e também conhecemos os pontos críticos que podem levar um negócio ao fra-
casso e, portanto, devem ser evitados por empreendedores. Agora, continue conosco para conhe-
cer as habilidades que são pertinentes aos empreendedores.
4 Habilidade do empreendedor 
(técnicas, gerenciais e pessoais)
Afinal, o que é habilidade? Para Dornelas (1999, p. 34), habilidade significa “[...] a facilidade 
para utilizar as capacidades físicas e intelectuais. Manifesta-se por meio de ações executadas 
com base no conhecimento que o indivíduo possui por já ter vivido situações similares”.
Segundo Dornelas (2012), o empreendedor deverá desenvolver algumas habilidades, sendo 
elas classificadas como: técnicas, gerenciais e pessoais. O autor ainda menciona que (2012, p. 
30), “na habilidade técnica, deve possuir conhecimento da esfera em que atua, procurando ouvir, 
mas também saber falar e, principalmente, trabalhar em equipe, ser organizado e um líder nato. Ou 
seja, essa habilidade está ligada ao ato de ouvir as pessoas e tirar delas todas as informações, ser 
organizado, saber liderar e trabalhar em equipe.”
Figura 1 – Transformando ideias em oportunidades
Fonte: venimo/Shutterstock.com.
EMPREENDEDORISMO
 – 39 – 
Por outro lado, nas habilidades gerenciais, podemos afirmar que haverá a inclusão das áreas 
envolvidas na criação, desenvolvimento e gerenciamento de uma nova empresa, incluindo aí desde o 
marketing até a administração propriamente dita, ou seja, é a habilidade de saber administrar a empresa 
como um todo, para que as ideias que um dia teve, realmente,sejam oportunidades de resultado.
Ou seja, as habilidades pessoais são aquelas que o empreendedor precisa ter para que 
alcance os resultados. Elas não se diferenciam muito das características sendo, portanto, a habili-
dade de arriscar-se, de inovar, de negociar, de ser persistente etc.
SAIBA MAIS!
Aprofunde os seus conhecimentos sobre as habilidades que todo empreendedor 
deve ter. Leia o artigo disponível em: <http://exame.abril.com.br/pme/5-habilidades-
que-todo-empreendedor-deve-ter/>.
O empreendedor precisa ter determinadas habilidades, desenvolver as mais importantes, mas, 
além disso, existem aspectos de personalidade e psicológicos que realmente serão diretamente 
favoráveis ou não para seu sucesso. Porém, quando falamos de aspectos psicológicos, a questão 
de desenvolvê-los nem sempre é tão simples, por isso geralmente são natas dos empreendedores.
EXEMPLO
Um empreendedor conseguirá, com certeza, desenvolver a capacidade de ter ini-
ciativa, mas desenvolver a capacidade de se colocar no lugar dos outros já não é 
algo tão fácil de desenvolver, pois, muitas vezes, está ligada aos bloqueios cultu-
rais. Podemos perceber isso quando um empreendedor de país ocidental entra em 
contato com empreendedores ou empresários de países orientais. Por mais que 
ambos tenham iniciativa, devido à grande quantidade de diferenças culturais, não é 
garantido que qualquer um deles terá capacidade de se colocar no lugar do outro.
Portanto, lembre-se de que um conjunto de características e habilidades podem ser comuns 
aos empreendedores e, mesmo que um indivíduo não possua todas elas, é possível que trabalhe 
no sentido de aprimorar aquelas que julgar pertinentes ao meio em que atua.
Fechamento
Chegamos ao fim de nossa aula sobre ser empreendedor. Nosso foco neste tema foi tratar 
sobre o empreendedor em si. Ele que é nosso principal agente envolvido em todo o processo 
de empreendedorismo. 
Nesta aula, você teve a oportunidade de:
 • conhecer quais são as características de um bom empreendedor;
 • compreender quais as habilidades de um bom empreendedor;
EMPREENDEDORISMO
 – 40 – 
 • identificar quais os riscos que podem levar um negócio ao fracasso;
 • compreender o que significa ser empreendedor.
Referências
CHIAVENATO, Idalberto. Administração de empresas: teoria, processo e prática. Rio de Janeiro: 
Campus, 2006.
______. Empreendedorismo: dando asas ao espírito empreendedor. São Paulo: Saraiva, 2007.
______. Empreendedorismo: dando asas ao espírito empreendedor. São Paulo: Saraiva, 2009.
______. Gerenciando pessoas: como transformar os gerentes em gestores de pessoas. Rio de 
Janeiro: Campus, 2005. 
______. Série Iniciação à administração. Rio de Janeiro: Campus, 2005.
______. Construção de talentos: coaching & mentoring. Rio de Janeiro: Campus, 2002. 
______. Administração nos novos tempos. Rio de Janeiro: Campus, 2000
DOLABELA, Fernando. Boa ideia! E agora? Plano de negócio, o caminho seguro para criar e geren-
ciar sua empresa. São Paulo: Cultura Editores Associados, 2003.
DORNELAS, José Carlos Assis. Empreendedorismo. Rio de Janeiro: Campus, 2001.
______. Como montar um plano de negócios simples e prático. Publicado em: 31 mar. 2011. Dispo-
nível em: <http://www.josedornelas.com.br/artigos/900/>. Acesso em: 21 dez. 2016.
____. Brasil é o país que possui a maior taxa de empreendedores no G20. Publicado em: 29 abr. 
2011. Disponível em: <http://www.josedornelas.com.br/artigos/o-brasil-e-o-pais-que-possui-a-
-maior-taxa-de-empreendedores-no-g20/>. Acesso em: 21 dez. 2016.
______. Empreendedorismo: transformando ideias em negócios. 4. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2012. 
______. Empreendedorismo: transformando ideias em negócios. 4. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2015. 
FILION, Louis Jacques. Empreendedorismo: empreendedores e proprietários-gerentes de peque-
nos negócios (1999). Revista de Administração, São Paulo v. 34, n. 2, p. 05-28.
______. O Empreendedorismo como Tema de Estudos Superiores: Empreendedorismo, ciência, 
técnica e arte. Brasília: CNI – Instituto Euvaldo Lodi, 1999.
LAM, Camila. 5 habilidades que todo empreendedor deve ter. Revista Exame [online]. Publicado 
em: 11 dez. 2014. Disponível em: <http://exame.abril.com.br/pme/5-habilidades-que-todo-empre-
endedor-deve-ter/>. Aceso em: 09 jan. 2017.
MCCLELLAND, David et al. Power is the great motivator. Harvard business review, January- February, 1995.
SEBRAE Nacional. O que é ser empreendedor. Publicado em: 03 maio 2016. Disponível em: 
<http://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/bis/o-que-e-ser-empreendedor,ad17080a3e-
107410VgnVCM1000003b74010aRCRD>. Acesso em: 09 jan. 2017.
EMPREENDEDORISMO
 – 41 – 
Oportunidades e Ideias no 
Empreendedorismo
Cátia Regina Raulino
Introdução 
As ideias e as oportunidades são importantes ferramentas do empreendedorismo e de seus 
processos. Não é difícil encontramos pessoas que consideram ambas a mesma coisa, o que está 
totalmente incorreto.
Conhecer ambas as ferramentas e suas diferenças propiciará a você, aluno, a oportunidade 
de evoluir seus conceitos a respeito de como lidar com elas e consequentemente o tornará um 
profissional preparado para agir caso ambas ocorram.
Objetivos de aprendizagem
Ao final desta aula, você será capaz de:
 • conhecer as diferenças entre oportunidades e ideias para empreender;
 • identificar oportunidades de negócios.
1 Diferença entre ideia e oportunidade
Você saberia identificar alguma diferença entre oportunidades e ideias quando falamos de 
empreender? É normal que você imagine se tratarem de sinônimos, porém não são. Mas, então, 
quais são essas diferenças? Primeiro, vamos entender o que é cada uma delas para que, assim, 
você consiga compreender as diferenças facilmente.
As ideias nada mais são do que a representação mental de algo que desejamos colocar em 
prática, ou seja, as ideias aparecem em um plano de abstração. São ainda apenas pensamentos, 
que serão ou não colocados em prática pelo empreendedor. As ideias podem ser fonte de grandes 
negócios ou nem ao menos saírem do plano da abstração. Isso dependerá de como o empreen-
dedor lidará com elas.
FIQUE ATENTO!
Saiba que a mente consiste em um conjunto de estados continuamente em desen-
volvimento, compartilhando informações. Logo, sempre que você tiver novas ideias, 
estará desenvolvendo seu cérebro.
 – 42 – 
TEMA 6
Figura 1 – As ideias.
Fonte: patpitchaya/Shutterstock.com
Segundo Chiavenato (2008, p.129), “Uma ideia é o primeiro e mais óbvio dos actos da per-
cepção pelo facto de se limitar ao simples conhecimento de algo. Trata-se de uma imagem ou 
representação mental de um objeto. A ideia é também o conhecimento puro e racional, que se deve 
às naturais condições do nosso entendimento; ao plano e à disposição que se ordena na fantasia 
para a formação de uma obra; e à intenção de fazer algo.”
EXEMPLO
Você está lendo a respeito de um novo nicho de mercado e de repente pensa: próxi-
mo de onde moro existe um ponto comercial que seria perfeito para isso. Perceba 
que você acaba de ter uma ideia.
Para que você consiga assimilar mais facilmente o conceito de ideia, imagine que ela será 
sempre o início de tudo e que, uma vez colocada em prática, se tornará realidade.
Agora observe que com as ideias os empreendedores farão uma série de questionamentos, 
como: 
 • uma ideia me trará dinheiro?
 • alguém poderá roubar minhas ideias?
 • tenho como proteger minhas ideias?
E o que seriam, então, as oportunidades?
Vamos conhecer o conceito apresentado por Ferreira et al (2010, p. 142): “Uma oportunidade 
de negócio acontece quando a oferta de uma ideia encontra-se com a necessidade de alguém 
disposto a pagar por ela ou a investir nela. Portanto, antes de tudo o empreendedor deve estar con-
vencido de que está identificando uma boa oportunidade de negócios em umadeterminada ideia”.
Podemos, portanto, imaginá-las juntas, como mostra o Quadro 1, a seguir:
EMPREENDEDORISMO
 – 43 – 
Ideias Desenvolvimento Oportunidade de negócios
Figura 2 – Ciclo das ideias.
Fonte: Elaborado pelo autor, 2016.
É importante ressaltar que nem sempre uma ideia resultará em uma oportunidade de negó-
cio, e caberá ao empreendedor fi ltrar as ideias que realmente sejam aplicáveis e colocá-las em 
prática com qualidade para que possam, consequentemente, gerar oportunidades reais.
EXEMPLO
Em um dia chuvoso, você observa que algumas pessoas não levam guarda-chuvas 
e, então, vem a seguinte ideia: por que não vender guarda-chuvas? Mas em seu Es-
tado chove muito pouco, e por isso você mesmo conclui que se trata de uma ideia 
que não deveria seguir, não enxergando nela uma oportunidade.
Dornelas (2012, p. 49) ressalta que “[...] uma ideia, para ter valor, não pode fi car isolada e deve 
ser transformada em algo viável, a fi m de suprir as necessidades de um público-alvo que pertence 
a um nicho de mercado mal explorado. Dessa forma, identifi ca-se uma oportunidade. Nesse caso, 
o empreendedor deve conhecer o mercado de atuação, ter visão de negócio, ser prático quando 
necessário, identifi car suas defi ciências, proteger sua ideia e conhecer seus concorrentes.” 
E você, saberia identifi car quando ideias realmente podem se tornar oportunidades de negó-
cios? E o que uma oportunidade precisa ter para gerar novos negócios? É o que veremos a partir 
de agora!
SAIBA MAIS!
O Sebrae/SC apresenta em seu site informações sobre a diferença entre ideias e 
oportunidades. Acesse em: <http://www.sebrae-sc.com.br/leis/default.asp?vcdtex-
to=5352&%5E%5E>.
2 Uma Oportunidade de Negócios
Você consegue perceber quando as oportunidades de negócio aparecem?
Pois bem, muitas pessoas não! Mas como fazer para conseguir identifi car quando uma boa 
oportunidade de negócios aparece?
EMPREENDEDORISMO
 – 44 – 
Figura 3 – As dúvidas.
Fonte: ollyy/shutterstock.com
O autor Daniel Muzyka (2011, p. 22) conceitua oportunidade da seguinte forma: “A oportuni-
dade, em termos práticos, pode, portanto, ser definida como um conceito negocial que, se transfor-
mado em um produto ou serviço tangível oferecido por uma empresa, resultará em lucro financeiro.”
Existe um provérbio chinês que diz que oportunidade “é o oásis que move a caravana”. Por-
tanto, caberá ao empreendedor perceber as boas oportunidades e colocá-las em prática.
FIQUE ATENTO!
É preciso perceber que em se tratando de um bom negócio, ideias que não são 
transformadas em oportunidades palpáveis jamais sairão do campo das expectativas.
As oportunidades de negócios podem ter diversas fontes. Elas podem aparecer a qualquer 
momento, enquanto lemos um jornal, em conversas com amigos e parentes, ao percebermos 
uma necessidade de adaptação de produtos e serviços preexistentes, por meio de um anúncio ou 
programa de tevê ou rádio, pesquisas de patentes e licenciamentos, participação em congressos 
e conferências do setor etc., ou seja, de qualquer fonte de informação. 
Diante disso, sempre caberá ao empreendedor utilizar a criatividade para conseguir identifi-
cá-las, estruturar o negócio em volta das oportunidades de mercado para, então, transformá-las 
em fonte geração de riqueza.
Antes de transformar uma ideia, um empreendedor precisará inicialmente avaliar se é esta 
ideia é boa ou não, para que não gaste tempo, dinheiro e energia em coisas desnecessárias.
Para realizar essa avaliação, se a oportunidade de negócio é ou não boa, o empreendedor terá 
que se fazer algumas perguntas. Veja a seguir.
 • Qual é o negócio? 
 • Qual é o mercado deste negócio?
EMPREENDEDORISMO
 – 45 – 
 • Qual é o produto ou serviço que quero vender?
 • Qual é o melhor caminho para começar?
 • Qual é a viabilidade financeira?
 • Qual é o investimento inicial?
 • Quais são os riscos e as potencialidades?
 • Quais são as vantagens competitivas?
 • Quais pessoas farão parte da equipe gerencial?
 • Quais os custos de saída? 
O empreendedor deve, assim, avaliar todas as questões antes de elaborar o plano de negócios.
FIQUE ATENTO!
Lembre-se de que essas perguntas precisam ser operacionalizadas com estudos 
de mercado, criação de planos de risco, pesquisas e outras ferramentas para que 
as respostas sejam encontradas.
Segundo Muzyka (2011, p. 24), “[...] as oportunidades apresentam potenciais e riscos dife-
rentes. Algumas pessoas perseguem oportunidades de risco e de potencial elevados, já outras 
preferem aquelas com risco e retornos menores.”
Figura 4 – Análises das Ideias.
Fonte: Sergey Nivens/Shutterstock.com
Sem as respostas para estas perguntas, investir em uma ideia é um grande risco, já que pode 
não se tratar de uma boa oportunidade. O empreendedor jamais deverá levar em consideração 
apenas sua intuição ou instinto, pois corre o risco de ter seu investimento perdido.
EMPREENDEDORISMO
 – 46 – 
SAIBA MAIS!
Para complementar o aprendizado, leia o artigo “Como transformar uma ideia em 
uma oportunidade de negócio”, que está disponível no link: http://exame.abril.com.
br/pme/noticias/como-transformar-uma-ideia-em-uma-oportunidade-de-negocio>.
Fechamento
Concluímos nossa aula sobre oportunidades e ideias. Compreender essa diferença e tudo 
que ela significa é fundamental ao empreendedor. Você percebeu de forma clara que se tratam de 
coisas distintas, e ambas são importantes para que um negócio seja promissor.
Nesta aula você teve a oportunidade de: 
 • compreender o conceito de ideias;
 • compreender o conceito de oportunidades;
 • identificar a importância existente na correta utilização das ideias;
 • entender as diferenças entre oportunidades e ideias;
 • conhecer de que forma uma ideia pode se tornar uma boa oportunidade de negócio;
 • saber que empreender é o ato de dar vida às ideias com cuidado e seguindo uma série 
de análises, para que possam se tornar uma real oportunidade de negócios.
Referências
CHIAVENATO, Idalberto. Empreendedorismo - dando asas ao espírito empreendedor. São Paulo: 
Saraiva, 2008.
DORNELLAS, José. Empreendedorismo: transformando ideias em bons negócios. São Paulo: 
Atlas, 2015.
DOLABELA, Fernando. O Segredo de Luísa. Rio de Janeiro: Sextante, 2008.
DOLABELA, Fernando. Sonhos e riscos bem calculados. São Paulo: Saraiva, 2010. 
HEISE, DANIEL. Como transformar uma ideia em uma oportunidade de negócio. Exame.com. 
Disponível em: <http://exame.abril.com.br/pme/noticias/como-transformar-uma-ideia-em-uma-
oportunidade-de-negocio>. Acesso em: 05 out. 2016.
FERREIRA, Manuel Portugal; SANTOS, João Carvalho; SERRA, Fernando A. Ribeiro. Ser Empreen-
dedor: pensar, criar e moldar a nova empresa. São Paulo: Saraiva, 2010. 
EMPREENDEDORISMO
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MUZYKA D. F. Identificando oportunidades de mercado. In: BIRLEY, S.; MUZYKA, D. F; Tradução de 
Lucinda, Cláudio Ribeiro de. Revisão de técnica de Hastings, David Felipe. Dominando os desafios 
do empreendedor. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2011.
Sebrae/SC. Qual a diferença entre ideia e oportunidade? Disponível em: <http://www.sebrae-sc.
com.br/leis/default.asp?vcdtexto=5352&%5E%5E%3E> Acesso em: 05 out. 2016. 
EMPREENDEDORISMO
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Fontes de novas ideias
Cátia Regina Raulino
Introdução
Você provavelmente tem ideias com alguma frequência, como qualquer pessoa. Em nosso 
estudo compreenderemos que as ideias têm origem a partir de diferentes fontes. E, como estamos 
vivendo na era tecnológica, a quantidade de fontes disponíveis é ainda maior. Será a partir dessas 
novas ideias que uma série de oportunidades poderá surgir e, consequentemente, algumas pode-
rão ser fonte de empreendedorismo.
Objetivos de aprendizagem
Ao final desta aula, você será capaz de:
 • identificar as principais fontes existentes para novas

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