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1 Aula 03 –condução de àgua fria Assunto: Consumo máximo provável; golpe de ariete; Dimensionamento de Barrilete; Dimensionamento do conjunto elevatório 1 CRITÉRIO DO CONSUMO MÁXIMO PROVÁVEL Este critério se baseia na hipótese de que o uso simultâneo dos aparelhos de um mesmo ramal é pouco provável e na probabilidade do uso simultâneo diminuir com o aumento do número de aparelhos. Este critério conduz a diâmetros menores do que pelo critério anterior. Existem diferentes métodos que poderiam ser utilizados para a determinação dos diâmetros das tubulações através desse critério. O método recomendado pela NBR 5626:1998, e que atende ao critério do consumo máximo provável, é o Método da Soma dos Pesos. Este método, de fácil aplicação para o dimensionamento de ramais e colunas de alimentação, é baseado na probabilidade de uso simultâneo dos aparelhos e peças. O método da soma dos pesos consiste nas seguintes etapas: 1º Verificar o peso relativo de cada aparelho sanitário conforme indicado no Quadro 1. 2º Somar os pesos dos aparelhos alimentados em cada trecho de tubulação. 3ºCalcular a vazão em cada trecho da tubulação através da fórmula: PQ 3,0 (l/s) 4º Determinar o diâmetro de cada trecho da tubulação através do ábaco mostrado na Figura 1. 2 Quadro 1: Pesos relativos nos pontos de utilização identificados em função do aparelho sanitário e da peça de utilização. Ou 40 Ou 0,5 Ou 0,5 Ou 1,0 3 Figura 1: Diâmetro e vazões em função dos pesos. O que foi visto até aqui sobre o cálculo do consumo máximo provável é para o trecho. Para o cálculo das colunas é necessário fazer a perda de carga e pressão final. Esse conteúdo será visto mais adiante. 4 EXEMPLO 1) Dimensionar, através do critério do consumo máximo provável, o ramal de alimentação do banheiro da suite de um apartamento, coluna 1, sabendo-se que o prédio tem 14 pavimentos tipo, conforme abaixo representado. Roteiro: 1. Verificar o peso de cada aparelho: 2. Somar os pesos dos aparelhos alimentados pelo ramal 3. Calcular a vazão em cada trecho da tubulação através da equação - Q= 0,3 √ P 4. A partir dos valores do somatório dos pesos ou da vazão determinar o diâmetro da tubulação através do ábaco mostrado na Figura 1. 5 RESPOSTA 1. Verificar o peso de cada aparelho: LAV - BI - VSCD - CH 0,3 - 0,1 - 0,3 - 0,1 2. Somar os pesos dos aparelhos alimentados pelo ramal P = 0,3 + 0,1 + 0,3 + 0,1 = 0,8 3. Calcular a vazão em cada trecho da tubulação através da equação - Q= 0,3 √ P Q = 0,3 √ 0,8 = 0,27 l/s 4. A partir dos valores do somatório dos pesos ou da vazão determinar o diâmetro da tubulação através do ábaco mostrado na Figura 1.5 . 0,8 ou 0,27 l/s ábaco 1.5 Diâmetro do Ramal – ¾” ou 20 mm Figura 2: Desenho isométrico de um banheiro com válvula de descarga. 6 Figura 3: Desenho isométrico de um banheiro com caixa de descarga. GOLPE DE ARIETE É um fenômeno que ocorre nas instalações hidráulica quando a água, ao descer com velocidade elevada pela tubulação, é bruscamente interrompida, ficando os equipamentos da instalação sujeitos a golpes de grande intensidade (elevada pressão). Se um líquido, ao passar por uma calha, tiver sua corrente bruscamente interrompida, seu nível subirá rapidamente, passando a escorrer pelos lados (FIGURA 2). Se tal fenômeno for observado dentro do tubo, o liquido, não tendo por onde sair, provocará um aumento de pressão contra as paredes do tubo, causando sérias conseqüências na instalação. Nas instalações prediais, alguns tipos de válvulas de descarga e registro de fechamento rápido provocam o efeito do golpe de ariete, que tem como principal conseqüência, danos nos equipamentos da instalação = prejuízo. 7 Figura 4: Golpe de ariete. DIMENSIONAMENTO DO BARRILETE Barrilete é o conjunto de tubos que liga as várias células do reservatório superior (em geral, duas) e alimenta as colunas de distribuição. Sua existência permite reduzir ao mínimo as saídas do reservatório reduzindo, assim, os problemas de estanqueidade. Para o cálculo do barrilete fazem-se as seguintes hipóteses: a)cada célula do reservatório fornece uma fração da vazão necessária. Se o reservatório é dividido em duas partes, cada célula fornece metade da vazão; b)adota-se uma perda de carga unitária J, desde a saída do reservatório até o início das colunas, como sendo igual a 8m/100m, ou 0,08 m/m. No dimensionamento, tendo-se a vazão Q (obtida pela fórmula dos pesos, dada pela Norma) e a perda de carga J, adotada na hipótese (b), utiliza-se a fórmula de Fair-Whipple-Hsiao para o dimensionamento. Como em todas as etapas do dimensionamento, adota-se o diâmetro comercial mais próximo, sempre arredondando “para mais”. Já existem algumas válvulas de descarga que possuem dispositivos anti- golpe de ariete, os quais fazem com que o fechamento da válvula se torne mais suave. 8 Figura 5: Barrilete concentrado. Figura 6: Imagem de barrilete. O cálculo do diâmetro do barrilete pode ser pelo método de Hunter. É comum o diâmetro do barrilete ficar entre Ø 3” ou Ø 4”. 9 MÉTODO DE HUNTER - Fixamos a perda de carga em 8% = J = 0,08m/m Ou seja, há uma perda de carga de 0,08 m.c.a. de pressão a cada metro linear de tubulação mca= metros de coluna d’ àgua - a Vazão Total no último pavimento – QB PQ 3,0 sendo P = ao somatório dos pesos acumulados de todas as colunas no último pavimento Então entramos no ábaco de Fair-Whipple-Hsiao, determina-se o diâmetro do barrilete. Figura 3: Àbaco de Fair-Whipple-Hsiao para tubulações de aço galvanizado e ferro fundido. PERDA DE CARGA A vazão no ábaco é em litros por segundo (l/s). O consumo diário calculado é em metros cúbicos por hor a (m3/h). Basta fazer a conversão para (l/s). 10 Figura 4: Ábaco de Fair-Whipple-Hsiao para tubulações de cobre e plástico. 11 EXEMPLO Dimensionar um barrilete, segundo a NBR 5626, que alimenta as 4 colunas de distribuição, conforme desenho e quadro abaixo: 12 RESOLUÇÃO Qb = 0.3 P e J = 8% (somatório dos pesos acumulados) P = (2 X 5,6) + (2X3,9) = 19 QB = 0,3 √19 = 1,31 l/s tubulação em PVC – ábaco (Figura 4) – 1 ½ ” J = 0,08 Para fazer a leitura direta no ábaco, é só criar uma linha entre os pontos J=0,08 e Q=1,31. O prolongamento dessa linha em direção ao ábaco de D dará o seu valor. DIMENSIONAMENTO DO CONJUNTO ELEVATÓRIO Uma instalação elevatória consiste no bombeamento de água de um reservatório inferior para um reservatório superior ou para um reservatório hidropneumático. A NBR 5626 recomenda que, no caso de grandes reservatórios, o tempo de enchimento pode ser de até 6 horas dependendo do tipo de edifício. As recomendações são de 4 horas de funcionamento para prédios de escritórios, 5 horas para prédios de apartamentos e 6 horas para hospitais e hotéis. As instalações elevatórias devem possuir no mínimo duas moto-bombas independentes para garantir o abastecimento de água no caso de falha de uma das unidades.a) Dimensionamento da tubulação de recalque Para o dimensionamento da tubulação de recalque, recomenda-se o uso da fórmula de Forschheimmer, representada pela equação: Onde: DR é o diâmetro da tubulação de recalque (m); Q é a vazão de recalque (m3/s); h é o número de horas de funcionamento da moto-bomba (horas/dia). b) Tubulação de sucção A tubulação de sucção não é dimensionada. Adota-se simplesmente o diâmetro comercialmente disponível, imediatamente superior ao diâmetro de recalque. c) Extravasores 13 Os extravasores, tanto do reservatório superior quanto do inferior, não precisam ser dimensionados. Deve-se adotar um diâmetro comercial imediatamente superior ao diâmetro da alimentação dos reservatórios. d) Potência da moto-bomba A potência da moto-bomba é determinada através da equação: Onde: P é a potência necessária para a moto-bomba (CV); Q é a vazão de recalque (litros/s); Hman é a altura manométrica dinâmica (m); R é o rendimento da moto-bomba (adimensional). O rendimento da moto-bomba é dado pela equação: Onde: Pa é a potência aproveitável; Pm é a potência nominal. As faixas de rendimento das moto-bombas são indicadas no Quadro 2. Rendimento (%) Potência (CV) 40 a 60 ≤ 2 70 a 75 2 < P ≤ 5 80 > 5 Quadro 2: Rendimento da moto-bomba em função da potência. A altura manométrica é dada pela equação: Hman = Hman(rec) + Hman(suc) Onde: Hman é a altura manométrica (m); Hman(rec) é a altura manométrica do recalque (m); 14 Hman(suc) é a altura manométrica da sucção (m); As alturas manométricas de recalque e sucção são dadas, respectivamente, pelas equações de Hman(rec) e Hman(suc) H man(rec) = H est(rec) + J (rec) Onde: Hman(rec) é a altura manométrica do recalque (m); Hest(rec) é a altura estática do recalque (m); Jrec é a perda de carga no recalque (m). H man(suc) = H est(suc) + J (suc) Onde: Hman(suc) é a altura manométrica da sucção (m); Hest(suc) é a altura estática da sucção (m); Jsuc é a perda de carga na sucção (m).
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