Buscar

Comportamento Verbal na Clinica

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 33 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 33 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 33 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Numa interação clínica, a maior parte da 
interação baseia-se no comportamento 
verbal. 
 
Na categorização que criou, Skinner (1957) 
pôde observar padrões de interação operante 
específicos ao controle do comportamento do 
outro. 
 
 
 É preciso entender que tudo o que o cliente 
relata (verbal) vem de uma história de 
reforço que selecionou tal relato. 
 
 
 
 
 Ex: “Eu me dôo para as pessoas, sou 
altruísta. Não consigo ter uma relação sexual 
em que a mulher não chegue ao orgasmo”. 
 
“É o produto comportamental que dá 
consistência ao relato verbal. O analista 
de comportamento transforma o relato 
(...) em uma descrição precisa das 
contingências em funcionamento, 
avançando além do relato” (Guilhardi, 
Diretrizes para ação terapeuticas). 
 Para a clínica, basicamente podemos 
selecionar 4 categorias mais relevantes: 
 
 Mando 
 Tato 
 Intraverbal 
 Autoclíticos 
 
Os 3 primeiros referem-se aos operantes 
primários enquanto que o último condiz com 
o processo de elaboração verbal. 
 
O mando é o comportamento verbal em que 
o falante especifica um reforçador ou 
comportamento do ouvinte. É controlado por 
uma O.E. (privação ou est. aversiva), e 
mantido por uma consequência reforçadora 
específica. 
 
 “Eu falei com a P. que gostaria de sair com 
ela, mas ela quis levar o namorado. Daí eu 
virei: ‘não dá pra irmos só nós duas?’” 
 
 
 
 Tato é o operante verbal que está sob 
controle de um estímulo antecedente (não 
verbal). É mantido por reforço generalizado 
pois favorece muitas vezes o ouvinte que 
carece de informações sobre o falante. 
 
 “Como está se sentindo?” 
 “Sinto que estou perdendo o controle, não 
sei mais como agir com ele. Fico triste pois 
tudo que fiz deu errado” 
 
 
 Intraverbal é o operante que está sob 
controle de um estímulo antecedente verbal. 
É mantido por reforço generalizado. 
 
 Você tem dificuldades para aceitar um não 
na relação com as pessoas? 
 Sim, até porque você já viu como é um 
libriano né?! 
 Passos (2004) afirma que: “O autoclítico é o 
comportamento verbal que comenta ou qualifica 
outras porções de comportamento verbal, inclusive 
outros autoclíticos, ao descrever sua força, apontar 
suas circunstâncias controladoras, negar afirmações 
que vêm em seguida [...]” (p.196). 
 
 Função primordial: modificar a eficácia e o efeito dos 
operantes de primeira ordem sobre o ouvinte. 
 Portanto, o comportamento autoclítico consiste de 
unidades de comportamento verbal que comentam, 
qualificam, enfatizam, ordenam, coordenam e 
alteram a função de outros comportamentos verbais 
9 
 Todos os operantes citados anteriormente não 
são corretamente identificados sem que se 
descreva a função do ouvinte na interação. 
 
 Audiência é o conceito dado a todo o processo 
de controle de estímulos, indicativo de punição 
ou reforço, seleção da temática abordada e até 
mesmo dos autoclíticos evocados na interação. 
 
Cliente é audiência para o terapeuta e terapeuta 
é audiência para o cliente 
 
 
 Para o autor há algumas vantagens em considerar o cliente 
enquanto audiência: 
1. Significado pelo uso: conceitos são selecionados em 
comunidades verbais específicas, ou seja, usar os termos 
e sentidos do cliente aumenta o controle de estímulos e 
compreensão sobre o que o terapeuta aborda; 
 
2. “Escuta do terapeuta”: suprime aversivos condicionados, 
evita operantes verbais manipulativos, sinaliza reforço, 
amplia repertório e facilita modelagem; Para Skinner 
(1953/1994, 1974/2000), o autoconhecimento não é 
inato, e sim construído por meio das demandas da 
comunidade verbal, a qual exige que as pessoas 
descrevam não só o seu comportamento, mas também as 
variáveis das quais este é função. Se o relato é punido, 
este repertório comportamental é enfraquecido, 
impossibilitando, portanto, o autoconhecimento. 
3. Redução da “assimetria” na terapia: facilita 
o controle antecedente e amplia a eficácia 
do terapeuta enquanto forte SD. Quanto 
maior o distanciamento menor a eficácia 
das falas do terapeuta e mais chance de 
“vaidade cega” controlar o mesmo. 
 
 Audiência “não punitiva”: neste caso, a 
“qualidade” da audiência em terapia 
significa o sucesso ou insucesso do 
processo. 
 Solteira, 20 anos, filha única de mãe solteira, 
histórico de abandono por parte do pai. 
 
 Queixa: cortes por todo corpo, agressividade, 
depressão. 
 
 Mãe ia nas primeiras sessões, mas não era 
“autorizada” a falar com o terapeuta. 
 
 Abandonara 2 terapeutas que apresentaram 
discurso parecido com o da mãe. 
 
 Meio social crítico e impaciente reforçava 
intermitentemente junto a punições. 
 “Consciente” dos efeitos do próprio 
comportamento em afastar as pessoas. 
 
 Terapeuta se colocou “neutro” sem nenhum 
questionamento crítico e “óbvio” sobre o que ela 
esperava que iria ocorrer com o comportamento 
dela. 
 
 Busca por temas de interesse dela (até mesmo 
músicas). 
 
 Redução da esquiva = redução dos cortes, análise 
funcional. 
 A maioria dos clientes apresenta uma história 
de controle aversivo que gerou: 
 
 1)Supressão condicionada do repertório 
verbal; 
• “Acho que não queria vir hoje a terapia pois 
sei que tá cansado de ouvir minha ladainha sobre 
o Ricardo” (perigo de uso da punição em algumas 
abordagens) 
 2)Manipulação como subproduto 
(contracontrole verbal: ironia, deboche, 
dúvida, etc.). 
 
 Segundo Skinner (1957) o controle aversivo ou a 
privação de reforçadores importantes atuando 
sobre o repertório verbal do cliente gera a 
manipulação verbal como resposta de fuga-
esquiva. 
 
O termo “manipulativo” trata da arbitrariedade 
que sustenta o comportamento verbal 
analisado. 
 
 Importante distinção: 
 
No comportamento verbal manipulativo, os 
operantes em geral ocorrem em função de 
reforço para o falante, mesmo que às custas de 
perda de reforçadores para o ouvinte. 
 
 A topografia verbal do cliente é controlada 
mais pela presença do ouvinte do que pelo 
ambiente não-verbal. 
• Gera padrão manipulativo pois o sujeito 
freqüentemente está privado de algo ou sob controle de 
condições aversivas. 
 
 É um operante do tipo mando que é emitido com 
topografia de uma descrição verbal (tato). Por mais que 
possa perder um pouco a eficácia do mando por não 
especificar um reforçador para o ouvinte, reduz também 
possibilidade de punição. Caso a punição seja sinalizada, 
o falante pode falar que foi um erro de interpretação do 
ouvinte. 
 
 “Virei para minha colega e falei que as coisas estavam 
difíceis pra mim” 
 
 “Minha amiga perguntou impaciente: se você precisa de 
mais tempo para juntar dinheiro, porque não fala de 
uma vez?”. 
 
 O mando disfarçado parece se tornar 
“insustentável” no meio social. A comunidade 
verbal após discriminar a função das verbalizações 
passa a punir o falante. Contudo, este passa a 
buscar outros contextos em que tal operante 
poderá ser reforçado (terapia é um deles) 
 Cuidado! Ser receptivo e se antecipar em solicitações indiretas do 
cliente pode ser reforço a uma complexa classe de mandos 
disfarçados. 
 
 Medeiros (2002) sugere como procedimento reagir 
aos mandos disfarçados como se fossem realmente 
tatos. JUSTIFIQUE??? 
 
 
 Não reforçar o mando disfarçado, reforçando como 
tato: 
 Não se utilizou de punição, evitando esquiva; 
 Aumento da variabilidade, privilegiando o reforço diferencial 
(podendo então se reforçar os mando diretos; 
 Produz tolerância ao atraso do reforço (tolerânciaà frustração); 
 
 Instruir a emissão de mandos diretos. 
 
 Apontar os efeitos da manipulação verbal, no 
terapeuta e nos outros (principalmente em termos 
dos prejuízos a longo prazo) 
 
 19 anos, veio do interior para fazer o pré-
vestibular. 
 
Nunca foi exigida de nada, apenas em 
momentos específicos em que se esperava 
algum desempenho acadêmico/profissional. 
 
 Considerada “a princesa” da família, 
apresentava repertório bem caricato de 
manipulação (mimo) 
 Começou uma faculdade em Biomédicas que 
exigia muito dela. Sem repertório, passou a se 
esquivar dormindo nos momentos que tinha que 
estudar. 
 
 Em um dado momento a situação na faculdade 
ficou insustentável, estava quase reprovando se 
não mudasse seu comportamento. 
 
 Trouxe a mãe (sem avisar) para a terapia para 
“discutir” sobre o melhor caminho na resolução 
do problema. 
 Neste caso, assim como no mando disfarçado, a 
topografia do operante é alterada para reduzir a 
probabilidade do contato com punição e aumento 
da probabilidade de reforço. 
 Topografia de mando sob controle de uma outra OE 
que não a especificada. 
 
 “Jogue sua aliança ao mar que eu nunca mais te 
procuro” 
 “Quero que fique ao meu lado para sermos felizes” 
 
 
 
 Incoerência entre um relato e os 
comportamentos emitidos é um bom 
exemplo de manipulação verbal. 
 
O controle não se dá pelo tato, mas pela 
presença de uma audiência específica. 
 
 
 Distorção do tato pode ocorrem em função de 
reforçamento positivo ou estimulação aversiva. 
 
 Nestes casos, ao relatar um fato ocorrido (tato 
puro) o sujeito foi punido, entretanto, devido ao 
atraso da contingência, a punição não atua sobre o 
comportamento relatado, mas sim sobre o 
comportamento de relatar. 
 
 A emissão do tato distorcido na clínica sinaliza 
controle aversivo do terapeuta ou generalização 
para a clínica de outros contextos sociais aversivos. 
 
 
 Falta de repertório para produção de reforçadores 
generalizados (ex: status) também se relaciona ao 
tato distorcido. 
 Pais reforçam tatos distorcidos dos filhos: reforço 
imediato e menos trabalho na educação. 
 
 Deve-se evitar (não é uma regra proibitiva!!!) 
instruções sobre o que fazer fora do consultório 
(pois esses reforçadores serão arbitrários) e 
privilegiar a relação terapêutica como mote para 
reforçar naturalmente novas respostas. 
 
 
 Estudamos o comportamento verbal exatamente pelo 
fato de que (nos humanos) o comportamento verbal 
exerce controle sobre o comportamento não verbal. 
 
 Ponto importante: fornecer regras para o cliente tem 
sua eficácia muito comprometida, pois poderá apenas 
estabelecer comportamento intraverbal. 
 “A dedicação e organização nos estudos é fundamental” 
(cliente completamente desorganizado que não passa no 
vestibular após 6 anos de tentativas) 
 
 O terapeuta deve treinar auto-observação no cliente 
assim como tatear seus comportamentos em termos da 
tríplice contingência. 
 
O questionamento e alteração das regras pode ser 
feito através: 
 
 Elucidando as consequências a longo prazo; 
 
 Melhorar a descrição do relato dos eventos, 
ampliando o controle do tato até que a descrição 
torne-se adequada; 
 
 Expondo o cliente a suas próprias regras de maneira 
planejada (teste) e solicitando uma análise 
posterior das mesmas. 
Op. primários apresentado com muitos 
recursos editivos (floreios). 
 
 A edição é considerada manipulativa estar 
sob controle maior por parte de um ouvinte 
do que da contingência. 
 
Um discurso rebuscado demonstra esquiva 
condicionada e generalização para outros 
contextos. 
 
 
• 47 anos, divorciado. 
• Queixa: ansiedade, dificuldade de defender 
postura oral adequada frente a situações do 
trabalho em que há pessoas de hierarquia 
elevada. 
“Eu não tenho problemas pessoais. O único 
problema aqui é a questão que eu travo na 
hora de defender minha postura em alguns 
momentos no trabalho”. 
 
 
• Histórico de muito controle aversivo na 
família, “cada um corre atrás do seu”. 
 
• Regras do tipo: “se descansar o outro rouba”, 
“a vida é uma selva”, “ninguém faz nada de 
graça”. 
 
• Falta de contato com reforçadores 
“gratuitos”. Todos oferecidos por 
desempenho. 
 
O cliente emocionado ao contar uma forte 
decepção amorosa: 
 
 C: Eu estou com minha credulidade abalada. Ela 
havia minado todos os pilares da relação. 
 T: Inácio, como você está se sentindo agora? 
 C: Eu creio que estou bem. Não acho que eu 
deveria estar sentindo nada demais agora. 
Deveria? 
 T: Não deveria, mas teria este direito. Me 
emociona o que você contou, mas você tenta 
formalizar o que diz até mesmo na hora de falar 
de um sofrimento... 
 
 O controle de estímulos oferecido via metáforas 
parece bastante eficaz por oferecer no episódio 
verbal propriedade de uma contingência difícil de 
tatear. 
 
 É um recurso diferenciado pois reduz a aversividade 
no questionamento de regras e comportamentos 
assim como permite a descrição de contingências 
do futuro. 
 
 É operação motivacional para a clínica, pois torna 
preciso o controle verbal sobre o cliente e tende a 
emocionar o mesmo.

Outros materiais