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TCE EM SAÚDE MENTAL - CAPSI

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KESLEY PRISCILA TAVARES DE SOUZA
	
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE ESTÁGIO BÁSICO EM INSTITUIÇÕES DE SAÚDE
	
FACULDADE DA FUNDAÇÃO EDUCACIONAL ARAÇATUBA
ARAÇATUBA
NOV/2016
KESLEY PRISCILA TAVARES DE SOUZA
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE ESTÁGIO BÁSICO EM INSTITUIÇÕES DE SAÚDE
Trabalho de Conclusão de Estágio realizado em cumprimento ao Estágio Básico em intuições de saúde 
Orientação da Prof. Simone Pantaleão
	
FACULDADE DA FUNDAÇÃO EDUCACIONAL ARAÇATUBA
ARAÇATUBA
NOV/2016
1 Introdução
A Psicologia da Saúde (PS) emergiu, na década de 70, do século passado, uma época de grandes alterações políticas, sociais, econômicas, e culturais.							 Ela abre a Psicologia para dois campos até então pouco considerados: a saúde como dimensão diferente das doenças; as doenças físicas como campo diferente das doenças mentais onde até então a Psicologia era deixada de lado. 
Discutir questões ligadas aos conceitos, à compreensão e à elaboração de modos de encarar a saúde, a doença e os cuidados, ao longo do contexto histórico, coloca em evidência “a questão da evolução histórica da [própria] prática médica como instituição que detém a legitimidade hegemônica do domínio desse cuidado e dos saberes relativos à doença e à saúde” (Ornellas, 1999, p. 20).
 Segundo Sevalho (1993), a saúde e doença na antiguidade estavam associadas a uma questão mágica, como no caso das concepções dos antigos povos da Mesopotâmia, uma vez que para eles as doenças eram provocadas por influências de entidades sobrenaturais, com as quais o ser humano não podia competir. Um tempo depois a doença passou a ser explicada no âmbito das crenças religiosas, sendo, portanto, determinação dos deuses.
Já no século XX, falar sobre saúde e doença era tomar como referencial o modelo biomédico. Época esta, onde uma concepção reducionista de doença era difundida resumindo a mesma ao aspecto biológico, deixando de levar em consideração outros elementos relevantes que podem interferir na mesma. 																							Assim, o processo de adoecer estava reduzido ao biológico (visão reducionista), enquanto que a saúde era diretamente associada ao conhecimento disponível sobre a doença, ou seja, saúde era igual à ausência de doença.											O ingresso do psicólogo brasileiro no contexto hospitalar (tanto hospitais psiquiátricos como gerais) colaborou para o processo de consolidação do profissional como parte das equipes de saúde (Angerami-Camon, 2006).									Ainda as práticas psicológicas contemporâneas foram profundamente afetadas pelo ingresso do fazer psicológico nas políticas públicas de modo geral, especialmente no contexto da saúde.
Junto com este novo fazer da psicologia, muitas epidemias surgiram nas últimas décadas no Brasil, dentre estas o presente trabalho propõe dar um destaque ao crescimento da dependência química.
A sociedade atual vem passando por um drama que atinge milhares de cidadãos e muitas famílias. O uso de drogas e a dependência química segundo o relatório mundial sobre drogas (2013) mostra a extensão do problema associado com novas substâncias psicoativas e o impacto mortal que elas podem ter sobre seus usuários. As drogas continuam a pôr em risco a saúde e o bem-estar de pessoas em todo o mundo. Tornando assim uma ameaça para a saúde, estabilidade, segurança de regiões inteiras e para o desenvolvimento econômico e social da nação. O abuso de drogas lícitas e ilícitas é uma preocupação mundial. O álcool e o tabaco são as drogas que mais matam em todo o mundo. Seu uso frequente causa prejuízos sociais, psíquicos e biológicos, além de implicações para a vida futura dos usuários.
Neste contexto a psicologia tem papel fundamental, pois através de seus instrumentos técnicos e teóricos, propõe uma atuação significativa, trabalhando junto a uma rede de profissionais da saúde contribuindo para resolução de questões sociais relevantes, tais como a dependência química
2 Objetivos
2.1 Objetivo Geral
Através do acompanhamento terapêutico, o presente trabalho tem como objetivo geral promover a saúde emocional dos dependentes químicos da população em situação de rua, ligados ou não ao Centro de Atenção Psicossocial (CAPS AD) – Araçatuba – SP, culminando em um documentário advindo das vivências e relatos dos acompanhantes e acompanhados.
Objetivos Específicos
Proporcionar redução do estigma internalizado;
Promover condutas que tendem a integrar o Acompanhado no meio social do qual se isolou e foi isolado;
Provocar sentidos e emoções através da arte interventiva;
Conscientizar sobre os riscos e danos causados pela utilização de drogas;
Favorecer autorreflexão;
Promover o fortalecimento da rede social dos participantes.
Promover e melhorar as relações interpessoais no contexto familiar.
3. Justificativa
 	A escolha do tema dependência química e alcoólica tem como razão principal um problema que assola a nossa sociedade, considerando que uma ilícita e outra lícita; que álcool é a droga mais consumida no mundo e que é por muitas vezes, a porta de entrada para outros vícios, bem como o tabaco, a maconha, cocaína; etc, e que essas drogas afetam sobremaneira a capacidade intelectual, memória e destrói a vida social e afetiva do dependente, muito há que ser feito, trabalhado e estudado sobre esse fenômeno mundial, que tem ligação direta com problemas econômico-socio-cultural, a Psicologia da Saúde muito tende a contribuir para auxílio à demanda de trabalho acerca desse tema e cada vez mais se intensifica, dado o número alarmente de envolvidos. O Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (CAPSAD), que mesmo contando com equipes especializadas, composta por profissionais, sendo eles, médicos, enfermeiros, assistentes sociais, comunidades e psicólogos, que compõem a rede, tendem a contar com frentes de trabalho, cada vez mais intensificados, com cunhos altamente estratégicos a fim de combater o álcool e as drogas que são considerados um problema biopsicossocial. Há que se salientar que por se tratar de saúde ser um completo bem estar física, mental e social, a Psicologia da Saúde possui nessa problemática, um vasto campo de observação e intervenção.
4 Desenvolvimento
4.1 Fundamentação Teórica
4.1.1Psicologia da saúde( Não esta pronto)
A psicologia da saúde é a ciência que busca responder estas e outras questões a respeito da forma como seu bem-estar é afetado pelo que você pensa, sente e faz. Implica em três domínios: saúde física, saúde psicológica e saúde social. Está última envolve ter boas habilidades interpessoais, relacionamentos significativas com amigos e família, e apoio social em épocas de crise, também estando relacionado com fatores socioculturais em saúde , como o status socioeconômicos, a educação, a etnicidade, a cultura e o gênero.
4.1.2 Álcool e Droga 
4.12.1 Pessoas em situação de rua em risco e vulnerabilidade
A condição de risco e vulnerabilidade dos moradores de rua, nos grandes centros urbanos, está associada a todo tipo de exclusão social. São diversos os fatores de natureza econômica, políica e social que contribuem para esse fenômeno. Vários estudos mostram que o abuso de drogas surge como um aspecto relevante diante da fragilidade a que está exposta essa população, sendo o álcool a substância mais usada no contexto de rua. O modelo tradicional de família, com todos os membros vivendo sob o mesmo teto, está em fase de transformação. Diversos fatores, como desemprego, exclusão social, violência, falta de moradia, entre outros, contribuem para esse fenômeno. Essas condições levam, muitas vezes, a uma fragilidade das relações familiares, em que a saída para a rua representa uma alternativa possível para o enfrentamento das dificuldades. Noto et al (2004), em estudo realizado com crianças
e adolescentes em situação de rua, relataram que as diiculdades da família se acentuam quando há a ausência dos pais ou de um deles. Esses fatores colocam a família diante de muitos desafios, como o enfrentamento da violência domésica, associadaao abuso de drogas. Para algumas crianças, a situação de rua foi favorecida por adultos responsáveis por elas, devido ao abuso de bebidas alcoólicas e/ou outras drogas. Esse é um fenômeno global e de proporções alarmantes (LE ROUX; SMITH, 1998).
Alguns estudos realizados sobre prevenção ao uso de drogas concluíram que as ações mais eicazes são aquelas que abordam os aspectos psicossociais e trabalham as habilidades de resistência ao consumo, bem como as crenças relacionadas a ele (DE MICHELI et al, 2004). Esse aspecto é de extrema importância quando se trata de moradores de rua, tanto adultos como crianças, na medida em que essas habilidades desempenham um efeito protetor, esimulando a resiliência (capacidade de enfrentamento das situações adversas), quase sempre presente nessa população (PALUDO; KOLLER, 2005). Para eles, as insituições de atendimento representam uma importante referência no encaminhamento para os diversos problemas e também uma oportunidade de dar novo signiicado à sua trajetória de vida. Dessa forma, é fundamental estabelecer políicas públicas considerando o conhecimento dos profissionais envolvidos nessas insituições (SANTOS; BASTOS, 2002). Considerando o exposto, uma modalidade de intervenção que vem sendo constantemente apontada para essa população em diversos trabalhos realizados é a capacitação dos proissionais nas insituições de atendimento já existentes, preparando-os para lidar com as situações de crise da população em situação de rua, momento em que apresentam menos resistência e normalmente buscam ajuda nas insituições para tratamento, orientação, procura da família etc. Com isso, os proissionais que atendem a população de moradores de rua estarão mais preparados também para perceber essa fase de pronidão para receber ajuda e realizar os encaminhamentos necessários, com um trabalho em rede de serviços ariculada (VARANDA; ADORNO, 2004; SANTOS; BASTOS, 2002; MAGNANI, 2002; AUERSWALD; EYRE, 2002; SCANLON et al 1998).
Essa intervenção é proposta, por esses proissionais, em aividades simples e criaivas,
uilizando música, esportes, pintura, dança, jogos educaivos diversos, leituras, etc. Muitos trabalhos já vêm sendo realizados, em todo o país (NOTO et al, 2004; FUNDAçãO PROJETO TRAVESSIA, 2004; ORTIZ, 2001). Além disso, ganha especial importância o trabalho em rede de todas as demais áreas: educação, cultura, saúde, mídia, possibilitando um melhor atendimento em todas as diferentes áreas do conhecimento (SANTANA et al, 2004; RAUPP; MILNITSKY-SAPIRO, 2005).
Para isso, é primordial e necessária a formulação de políicas públicas voltadas para
intervenções que considerem a inclusão social a parir da construção e da ariculação das redes sociais já existentes, de forma integrada.
4.1.3 Acompanhamento terapêutico
É um trabalho clínico que visa promover a autonomia e a reinserção social, bem como uma melhora na organização subjetiva do sujeito em existência sofrimento, por meio da ampliação da circulação e da apropriação de espaços públicos e privados.
Considerado uma prática na área da saúde que tem como principal característica o fato de ser uma atividade que não fica restrita ao espaço físico de uma determinada instituição – hospital, consultório ou escola, por exemplo. Suas possibilidades de intervenção são tão variadas quanto as suas definições e as histórias que abordam o seu “nascimento”. Essa multiplicidade aparece também no modo de problematizar o acompanhamento terapêutico como uma prática no campo da saúde, que pode ser tanto tomado como um programa quanto como uma estratégia de intervenção. 
O surgimento do hospital-dia, dos psicofármacos, da comunidade terapêutica, assim como as questões suscitadas pela reforma psiquiátrica, possibilitaram a invenção de uma prática que, com o passar do tempo, passou a ser denominada acompanhamento terapêutico. 
Nesse sentido, podemos dizer que essa prática está diretamente vinculada à necessidade de criação de novos métodos de atenção intensiva de cuidado à saúde que vão configurando-se a partir da segunda metade do século XX. É no contexto de uma certa “urgência sanitária” que podemos entender a criação do hospital-dia e das comunidades terapêuticas e situar o papel que a própria produção de psicofármacos desempenhou naquele momento. É nesse contexto – onde está ocorrendo uma mudança significativa na perspectiva de cuidado aos doentes, se comparada com as práticas usadas nos clássicos manicômios – que vão se engendrar as condições para que a prática do AT possa desenvolver-se no campo da saúde. 
Funções Desempenhadas :
Além de Atores/personagens, são roteiristas, diretor e cenógrafo é uma sequência de encontros, criam e recriam uma trama de tempo presente. Roteiro e Cenário se revelam no momento da cena, impedindo atores de ensaiarem suas falas, a criação está, não no ato da interpretação, mas na própria constituição da história.
Papel do Acompanhante: ele Acompanhante só o é por acompanhar o acompanhado e seu papel consiste em estar junto como acompanhado em dias e horário combinado.
Acompanhado, é aquele que nos dias e horários marcados terá alguém do seu lado, que o acompanhe em sua solidão e movimente sua imobilidade, alguém para compartilhar, na própria vivencia a intensidade de seu sofrimento. Neste encontro de dois, não há muito que dizer, somente na história é possível conhecê-los. Personagens variam conforme a historias, historias distinguem conforme personagens.
A ideia não é pensar um dos atores do processo e sim a união, o encontro que aí se estabelece, o processo vivido conjuntamente é o principal interesse. É preciso entender, é preciso ser entendido. É preciso escutar, é preciso falar. Acima de tudo estabelecer um tipo de comunicação. 
Comunicar-se por meio da fala e da escuta requer para além do interesse, uma língua comum, são tarefas poucos simples.
Perigos no processo Terapêutico
Risco da Surdez, não escuta, supremacia de um sobre outro não é eficaz, fazer da técnica o ídolo, procurando assim evitar a ansiedade do primeiro encontro, faz do método um escudo. Existe a Imprevisibilidade do processo e assim não é sem ansiedade que se vive o imprevisível. 
Na própria vivencia, no próprio encontro, acontece o processo conjunto de criação é orientado pelo, e no, encontro, acompanhante e acompanhado percorrem um trajeto sem roteiro, em um continuo de suspense e revelação, a cada passo, uma trilha particular. Este processo sem partitura de Apoio, não se tem notas, não se sabe o sabe o tom. A cada compasso cria-se, uma nova possibilidade. A composição é feita a dois, cantar fora do tom é uma possibilidade.
Composição de dois, compromisso entre dois, erros e acertos dispensam aplausos ou julgamento, uma criação sem show, não se apresenta, não sobe ao palco, sem tribunal ou plateia, não há veredicto sobre o ato.
Fica claro que o objetivo do A.T é promover condutas que tendem a integrar o acompanhado no meio social do qual se isolou e foi isolado. Para isso e imprescindível: Ouvi-lo em seu delírio, compreende-lo em sua fragilidade e acompanha-lo em sua desolação.
4.1.4 Abordagem fenomenológica - Acrescentar situações
“O terapeuta existencial é o codificar e o decodificar de emoções. É o ar. O ser. O nada. O existir. É o dia que termina em cada entardecer. É o muçum, peixe que, na seca, cava um buraco no barro e aí permanece até que as aguas desapareçam. É a margarida desfolhada depois da Primavera. São as lágrimas, o sorriso. O pranto de dor e de alegria. O terapeuta existencial é a busca de um processo. É um pedido de ajuda. É a noite de tranquilidade.” Angerami Camon, 2006
Conforme cita Bello (2006, p.17) a fenomenologia é uma escola filosófica cujo pai e mestre é Edmund Husserl, essencialista. Iniciou na Alemanha em fins do século 19 e na primeira metade do século 20. Heidegger foi um de seus seguidores, mas por divergirem em alguns aspectos se inclinou para o método existencialista.
	A palavra fenomenologia vem do grego fenômeno significa aquilo que se mostra e logia capacidade de refletir,portanto é a capacidade de refletir daquilo que se mostra como também do que está oculto.
A psicologia não pode ser apenas um conjunto de conhecimentos técnicos a serviço de qualquer finalidade. O ser humano, objeto de estudo da psicologia, tem que ser captado em seu movimento, e isso só pode ser feito movimentando-se, inserindo-se num processo. Husserl propõe a fenomenologia, onde sujeito e objeto, homem e mundo são inseparáveis.
Sobre o método fenomenológico Husserl diz que ele é um caminho formado de duas etapas: 
Redução eidética: a busca do sentido dos fenômenos: 
Redução transcendental, que tratará como é o sujeito que busca o sentido.
 As duas etapas falam da compreensão do sentido das coisas. É óbvio que para algumas coisas, a apreensão do sentido não é complicada, pois este se revela na própria função da coisa enquanto objeto. Todavia, para tantas outras, cresce, e muito, a complexidade da apreensão do sentido. 
Husserl afirma que para o ser humano é muito importante compreender o sentido das coisas, mas nem todas as coisas são imediatamente compreensíveis. De qualquer modo, compreender o sentido das coisas é uma possibilidade humana. Como o que nos interessa é o sentido das coisas, deixamos de lado tudo aquilo, que não é o sentido do que queremos compreender, e buscamos, principalmente, o sentido. (BELLO, 2006, p.21)
Forghieri (2004, p.17) apud Husserl (1986, p.172) “O método fenomenológico move-se, integralmente, em atos de reflexão, mas a reflexão tem, aqui, um sentido próprio que precisa ser esclarecido”. O ser humano vive no mundo, porém não se encontra delimitado ao seu momento atual, como também ao passado e futuro (aquilo que pode vir a ser). Refletindo então, sobre o que é essencial em sua vida. Sapienza, (2008 p. 23) terapia é oportunidade de a pessoa poder olhar, de novo, para o que foi vivido e passou- ou não passou-, para o que é vivido agora, e autentificar tudo como sendo dele.
Entende- se por existência como o ser no mundo, onde somos atingidos por tudo (o que desejamos ou não), e algumas vezes perdemos o sentido, no qual sentimos ameaçados perante alguma coisa. E a terapia é um pouco isto, possibilidade de dirigir um olhar diferente para a própria existência, reformular significados. SAPIENZA, 2008 p. 27.
Angerami Camon, 2006 cita que o “cuidado é algo mais que um ato e uma atitude entre outras. Heidegger ensina que, do ponto de vista existencial, o cuidado se acha a priori, antes de toda atitude e situação do ser humano, o que significa dizer que está em toda atitude e situação de fato”.
O primeiro modo refere-se ao cuidado no mundo e relacionado com o mundo dos entes simplesmente dados, sua expressão está no ser-aí ao relacionar-se com outras pessoas. A preocupação seria o cuidado com os seres deste mundo que se relacionam constantemente, é o cuidar propriamente dito, direcionado à existência do outro e não a uma coisa de que se ocupa (HEIDEGGER, 2001). 
Angerami Camon, 2006 aponta atitudes de amor do psicoterapeuta, sendo:
Acolhimento: acolher o sujeito em sua dor e sofrimento é condição básica para que ele possa se entregar ao processo psicoterápico com confiança e determinação.
Empatia: é um sentimento de compreensão e unidade emocional com alguém, de modo que uma emoção sentida por uma pessoa é vivenciada em alguma medida por outra que se empatiza com ela.
Disponibilidade emocional: é aceitar que o sujeito é um ser com valores e conceitos de homem e de mundo diferentes dos seus.
Fé inquebrantável na condição humana: se não acreditarmos que o sujeito tem em si a condição de superação de seus desatinos, não podemos jamais ser psicoterapeutas.
Partilha: é dividir com o sujeito suas dores, angústias e desatinos existenciais.
O amor é transformador e, seguramente, quebra as possíveis barreiras de desamor vividas pelo sujeito. Ao manifestar uma postura de partilha, o psicoterapeuta esta propiciando ao sujeito expressar sentimentos de afeto que podem estar escamoteados em sua vida de tal modo que ele possa re-siginificar valores e o próprio escopo de sua vida Angerami Camon, 2006, p. 123.
O olhar exclusivamente individual, por vezes, biológico, caminha para a consideração do contexto onde e como se insere o sujeito, atentando para os aspectos culturais, econômicos e sociais. Mais do que o sintoma, busca-se contato com o sofrimento do cliente. A prioridade não é mais encontrar, nomear e classificar a doença para, então, decidir como deve se dar o tratamento ou cura. 
Fenomenologia e arte no acompanhamento terapêutico
4.2 Caracterização da instituição
Benedita Fernandes nasceu em 27/06/1883 na cidade de Campos Novos da Cunha (SP).
Portadora de “Doença Mental”, perambulou pelas cidades da região noroeste de nosso Estado, até localizar-se na cidade de Penápolis.
Nesta época, em razão de fortes crises e na falta de hospital especializado, foi entregue aos cuidados da Polícia Civil, passando a morar na cadeia pública. O carcereiro Predial e depois Sr. João Marchesi, deram assistência à mulher doente, principalmente com passes.
 Contava Benedita Fernandes, depois de uma crise muito forte, recebeu um chamamento libertador, uma voz que lhe dizia: “Benedita, se promete consagrar-te, inteiramente, aos enfermos e pobres, sairás curada daqui”.
Livre do mal que perturbava, Benedita Fernandes, veio para Araçatuba, onde uniu-se a um grupo de pessoas de boa vontade, iniciando seu trabalho filantrópico no Patrimônio de Dona Ida, atualmente, bairro Santana.
Após formar um Centro Espírita, contando com a ajuda de pessoas pobres e humildes “levantou casas de madeiras para atender crianças e obsidiados”.
Sendo assim, aos 06/03/1932, nas dependências do Centro Espírita Paz, Amor e Caridade, no bairro Santana, aconteceu a fundação da “Associação das Senhoras Cristãs".
Em 01/11/1933, foi inaugurado o prédio próprio da Associação das Senhoras Cristãs, à rua Newton Prado, 178 (hoje rua Benedita Fernandes) atendendo de início crianças necessitadas com a “Casa da Criança” e o “Asilo Dr. Jaime de Oliveira”, para doentes mentais.
Dinâmica, Benedita Fernandes ampliou o seu trabalho de assistência aos pobres, inaugurando a 19/04/1943, o “Albergue Noturno Dr. Plácido Rocha”. Logo depois surgiu a “Escola mista do Abrigo João de Deus”, e a “Escola Dr. Valadão Furquim”.
Para levar diante tais empreendimentos, Benedita Fernandes recorria à sociedade araçatubense, além de autoridades regionais, visto que gozava de grande prestígio e respeito.
Benedita Fernandes faleceu às 01:30 horas do dia 09/10/1947, vítima de “Colapso Cardíaco”, na sede da Associação, em Araçatuba.
Após seu falecimento, o Asilo Dr. Jaime de Oliveira transformou-se no Sanatório “Benedita Fernandes”, numa justa homenagem a sua fundadora. O Hospital ou Santatório Benedita Fernandes deixou de atender novas internações no dia 18/11/2015. A instituição ainda cuida de 13 pacientes moradores que aguardam a definição da RAPS (Rede de Atenção Psicossocial) para serem inseridos no projeto de SRT (Serviço de Residência Terapêutica).
**Como ilustração, transcrevemos abaixo, trecho do livro "DAMA DA CARIDADE": "Certa feita, autoridades teriam solicitado ao presidente Getúlio Vargas que tomassem alguma atitude para cercear as atividades espíritas, em expansão. Segundo as informações correntes, o Presidente teria respondido "como poderia tomar tal atitude se, até na longíngua noroeste, existia uma BENEDITA FERNANDES dando atendimento a órfãos e doentes mentais? E não atendeu a sombria solicitação..."
** Dados extraídos do livro Dama da Caridade, de autoria de Antônio Cesar Perri de Carvalho, edição de 1982 e do artigo da Folha da Região de 23/01/2008, do Monsenhor Luso da Cunha Sornas. 
 
Algumas passagens de BENEDITA FERNANDES: 
 
"Certa feita, as crianças não tinham o que comer. Benedita explicou-lhes que se elas fossem ao portão, Jesus as auxiliaria. Elas se postaram à entrada do Lar, com o estômago a doer. Ora, passava por ali um homem chamado Ricieri, que era vendedor numa carrocinha, de buchos, rins,fígado, um tripeiro, enfim. Ricieri perguntou-lhes o que elas faziam ali fora. - "Estamos esperando Jesus para nos dar de comer". Ele lhes respondeu: "− Digam pois lá dentro, para a mãezinha de vocês, que Jesus chegou! E daquele dia em diante, com as sobras do tripeiro, não houve mais fome por lá. Ainda, ele também, em cada casa que parava, falava aos fregueses daquele pequeno abrigo e muitos passaram a auxiliar." Após a morte de Benedita Fernandes, Ricieri já doente,  sabedor que Divaldo Franco estaria dando uma Palestra, na residência do casal Irene e Aristides Silva, no Flamengo, para lá então se dirigiu com a esposa Matilde e com os confrades Ana e Geraldo Guimarães. Divaldo Franco, na sua discrição, naquele dia, tomando conhecimento do caso do doente, disse-lhe de chofre, para espanto de todos que ali se encontravam:"− É, Ricieri, você, como todos nós, vai desencarnar, mas há aqui um venerando Espírito a me dizer que irá recebê-lo e auxiliá-lo no trânsito pós-morte. Diz-me ela também, que você a conhece bem, desde os tempos das sobras... Está ela a agradecer, a dizer obrigada pelas sobras!" "− Sobras? Ah, então é D. Benedita Fernandes! Pergunte-lhe se eu não poderia ter uma moratória. Preciso de um tempo para terminar a obra dos esgotos no Lar de crianças da minha cidade. Divaldo, será que posso pedir além da moratória, que minhas dores sejam minimizadas?" Divaldo ficou a escutar Benedita Fernandes. "− Ela me diz que sim, que a moratória ser-lhe-á concedida. Mais tarde, você sentirá uma dor forte no coração e no pulmão. Aí será chegada a hora da viagem..." −completa-lhe Divaldo. Depois, o médium oferece ao doente a terapêutica do passe renovador e suave perfume balsâmico invade o ambiente. Ricieri e a esposa Matilde foram para casa; para espanto dos médicos, a dor havia passado. Um ano após esses acontecimentos, o bondoso tripeiro já havia terminado os esgotos do abrigo, quando sentiu uma fortíssima e aguda dor no peito, avisou a mulher, deitou-se e, tranquilamente, desencarnou, auxiliado, certamente, por esse Espírito dedicado que se chama Benedita Fernandes. A psicografia de Francisco Xavier registra o trabalho de Benedita Fernandes, que é intitulada Num Domingo de Calor, assinada por Hilário Silva, e publicada pelo Anuário Espírita 1964 (IDE).
 "Conta-se que, um dia, Benedita Fernandes viu jogado a um monturo, morto, e quase devorado por urubus, o corpo de um mendigo, seu conhecido, que pela carência socioemocional, era considerado louco. Ela ali mesmo jurou que jamais alguém, considerado louco, ou mesmo os loucos, ficariam sem o seu amparo. Passou a recolhê-los e abrigá-los num quartinho. Quando em crise, os dementes avançavam para ela, mas essa mulher de seios fartos, cabelos carapinha e sorriso de esperança, sentava-se numa cadeira próxima, aconchegava-os ao seu regaço, colocava a cabeça dos desvairados no seu colo, acalmava-os com preces, passes e boas palavras e a crise ia regredindo, e eles ficavam calmos, pacificados pela força irresistível do amor".
 "O Prefeito da cidade, vendo que aquela era uma boa causa, passou a auxiliá-la com recursos financeiros, mas um dia, esse dinheiro, essencial, passou a não mais chegar. E ela, ao reclamá-lo com o Prefeito, soube que não mais o teria. Não titubeou. Era mulher de fibra vigorosa, avisou ao mandatário que soltaria os loucos todos por não poder sustentá-los. Eles ficaram então, por algumas horas, vagando pela cidade de Araçatuba e, assim, Benedita Fernandes obteve novamente a subvenção e pôde continuar a deles tratar".
 "Benedita Fernandes, abnegada fundadora da Associação das Senhoras Cristãs, de Araçatuba, no Estado de São Paulo, foi convidada para uma reunião de damas consagradas à caridade, para exame de vários problemas ligados a obras de assistência. E porque se dedicava, particularmente, aos obsidiados e doentes mentais, não pode esquivar-se. Entretanto, a presença da conhecida missionária causava espécie. O domingo era de imenso calor e Benedita ostentava compacto mantô de lã, apenas compreensível em tempo de frio. – Mania! – cochichava alguém, à pequena distância. – De tanto lidar com malucos, a pobre espírita enlouqueceu... – dizia elegante senhora à companheira de poltrona, em tom confidencial. – Isso é pura vaidade, – falou outra – ela quer parecer diferente. – Caso de obsessão! – certa amiga lembrou em voz baixa. – Benedita, porém, opinava nos temas propostos, cheia de compreensão e de amor. Em meio aos trabalhos, contudo, por notar agitações na assembléia, a presidente alegou que Benedita suava por todos os poros, e, em razão disso, rogou a ela que tirasse o mantô por gentileza. Benedita Fernandes, embora constrangida, obedeceu com humildade e só aí as damas presentes puderam ver que a mulher admirável, que sustentava em Araçatuba dezenas de enfermos, com o suor do próprio rosto, envergava singelo vestido de chitão com remendos enormes".
 Nos anos 70 e 80, Divaldo Pereira Franco psicografou várias mensagens de autoria de Benedita Fernandes. Estas estão incluídas em livros do mesmo médium. Por ocasião do cinquentenário de suas obras, lançamos um livro sobre Benedita – Dama da Caridade (já citado acima),  inicialmente editado pela então União Municipal Espírita de Araçatuba, na qual reunimos informações sobre a vida e as ações desta notável obreira, bem como as mensagens espirituais dela ou alusivas a ela. 
4.3 Metodologia
4.3.1 Participantes
Pessoas em situação de rua e ou assistidos pelo Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (CAPS AD). 
4.3.2 Procedimentos
 Consistirá em trinta horas de atividade interventivas, sendo administradas entre os meses de março à maio do ano de 2017, pelos alunos de Psicologia do nono Semestre Diurno da Fundação Educacional Araçatuba (Fac-FEA). A máxima da presente intervenção, contará sob a ótica fenomenológica, com o Acompanhamento Terapêutico (AT), permeando a arte, bem como o teatro como agente de transformação e outros elementos como a poesia, a música, estrategicamente adicionados, também como fatores de provocação de sentimentos e reações espontâneas, tendo a possibilidade de reunir materiais para um documentário.
4.3.3 Cronograma das atividades 
O cronograma é dividido em duas tabelas, sendo elas Tabela I e Tabela II. 
A Tabela I consta atividades desenvolvidas na primeira fase do projeto, em que os alunos tiveram contato com a instituição de 10 horas, supervisão e desenvolvimento deste Projeto em 20 horas, no segundo semestre do ano de 2016. 
A Tabela II mostra a intenção de por em prática os objetivos específicos do projeto elaborado na primeira fase, porém no primeiro semestre do ano letivo de 2017, com 30 horas de atuação, 30 horas de supervisão e desenvolvimento de relatório final como conclusão da intervenção. 
 
TABELA I- Contato de 10 horas com a instituição e elaboração de projeto 
	Atividades 
	Agosto 
	Setembro 
	Outubro 
	Novembro 
	Dezembro 
	Supervisão 
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	Visitas 
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	Relatórios 
	x
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	Leituras 
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	x
 
 
TABELA II- Contato de 30 horas com a instituição e elaboração de relatório final 
	Atividades 
	Fevereiro 
	Março 
	Abril 
	Maio 
	Junho 
	Supervisão
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	Desenvolvimento prático dos objetivos
	
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	Relatórios
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	Leituras
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		SEMANAS
	ATIVIDADES
	
	Reunião com a direção do CAPS AD
	
	Apresentação dos estagiários a população em situação de rua e acolhimento
	
	Escuta e acolhimento- Músicas
	
	Escuta e acolhimento- Livros
	
	Escuta e acolhimento- Oficina de Pintura
	
	Escuta e acolhimento- Dramatização da pintura
	
	Escuta e acolhimento- Jogos lúdicos
	
	Teatro (Cenas)
	
	Teatro (Cenas)
	
	Apresentação no CAPS Teatro (Cenas)
4.4 Análise Textual e teórico das observações
5 Conclusão
6 Referência Bibliográfica
BARBOSA, A. C. Acompanhante-acompanhado: História de dois.
7 Anexos

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