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Esterilizao de artigos em unidades hospitalares (1)

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Coordenação de Controle de Infecção Hospitalar 
 CCIH/HUCFF/UFRJ 
Agosto 2013 
 1 
 
ESTERILIZAÇÃO DE ARTIGOS EM UNIDADES HOSPITALARES 
 
I – INTRODUÇÃO 
 
Esterilização é o processo que se utiliza de agentes químicos ou físicos para destruir todas as formas de 
vida microbiana. Convencionalmente considera-se um artigo estéril quando a probabilidade de 
sobrevivência dos microrganismos que os contamina é menor do que 1: 1.000.000. Esse critério é o 
principio básico dos testes biológicos usualmente utilizados para controlar o processo de esterilização. É 
preciso que se saiba que a definição dos processos de esterilização inclui parâmetros para esterilização 
previamente definidos em condições laboratoriais. Um destes parâmetros é a carga microbiana 
(“bioburden”), que é o termo utilizado para denominar a quantidade de microrganismos presente no 
objeto a ser esterilizado. Todos os processos de esterilização, a nível hospitalar, baseiam-se em 
bioburden de 106 esporos por campo. Por exemplo, para as mesmas condições de esterilização o fator 
de segurança diminui de 10 –2 (1:100) se o bioburden aumentar de 106 para 107. A limpeza prévia é o 
principal fator que reduz a carga bacteriana dos artigos, podendo reduzir até 04 log de organismos 
contaminantes. Portanto, quanto mais limpo estiver um artigo, menor as chances de haver falhas na 
esterilização. A sobrevivência de microrganismos ao processo de esterilização pode decorrer de falhas 
humanas e mecânicas. As principais falhas humanas, além da limpeza deficiente, são emprego de 
invólucros inadequados, confecção de pacotes demasiadamente grandes, posicionamento incorreto na 
câmara de esterilização, tempo de exposição insuficiente ao agente esterilizante, entre outras. Apenas o 
teste biológico negativo não garante a esterilidade dos artigos. 
 
II – ESTRUTURA FUNCIONAL E ORGANIZACIONAL DA CENTRAL DE MATERIAL E 
ESTERILIZAÇÃO (CME) 
A CME deve estar localizada próxima aos serviços que supre, em local distante da circulação do público 
e que seja de uso restrito aos funcionários que atuam na área. As paredes e pisos devem ser de material 
resistente, lavável, de fácil limpeza, liso, sem frestas ou saliências que propiciem o acúmulo de sujidade. 
As janelas amplas, altas e teladas. Recomenda-se um sistema adequado de exaustão, ventilação e 
iluminação. A disposição dos equipamentos, das pias e das bancadas de trabalho, deve permitir um 
fluxo contínuo sem retrocesso e sem cruzamento de material limpo com material contaminado. As 
dimensões da CME devem ser proporcionais ao tamanho e complexidade da unidade de saúde. Deve 
ser dividida em: 
a) Área Contaminada – Local destinado a receber os artigos contaminados e a executar os 
procedimentos de limpeza e secagem do material. 
b) 
 
 Coordenação de Controle de Infecção Hospitalar 
 CCIH/HUCFF/UFRJ 
Agosto 2013 
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c) Área Limpa – Local destinado à execução dos procedimentos de preparo, acondicionamento, 
esterilização, armazenamento e distribuição do material. 
 
A Portaria do ministério da saúde n° 1884/GM de 11/11/94 estabelece as seguintes áreas: 
 
� Área para lavagem de materiais – 0.08m2/leito. A área mínima de 8m2; 
� Área para recepção e preparo de roupa limpa – 0,25m2/leito.Área mínima de 4m2; 
� Área de preparo de material – 0,25m2/leito. Área mínima de 12m2; 
� Área de esterilização – O tamanho depende do n° de equipamentos utilizados. A distância mínima 
entre as autoclaves é de 60cm; 
� Área para armazenagem e distribuição de material estéril – 0,2m2/ leito. Área mínima de 10m2; 
 
FLUXO DO MATERIAL NA CENTRAL DE MATERIAL 
 
Área contaminada 
⇓ 
Recebimento 
Limpeza, lavagem, secagem 
⇓ 
Área Limpa 
⇓ 
Preparo 
Desinfecção ou 
Esterilização 
⇓ 
Armazenamento 
 
ATENÇÃO! Recomenda-se que haja uma barreira física separando a área contaminada da área limpa. 
 
O Enfermeiro deve ser o responsável pelo setor, devendo investir em treinamento e reciclagem do 
pessoal auxiliar, na elaboração de manuais operacionais, na supervisão e controle das operações, 
efetuar testes de controle microbiológico e participar junto a CCIH de medidas preventivas. 
 
III – SELEÇÃO E PREPARO DO MATERIAL PARA ESTERILIZAÇÃO 
As medidas relativas à esterilização devem ser compreendidas e implementadas pela categorização dos 
graus de risco de aquisição de infecção implicados com o uso destes artigos pelos pacientes. Possibilita 
a aplicação correta e mais econômica dos meios de limpeza, desinfecção e esterilização. 
 
 
 Coordenação de Controle de Infecção Hospitalar 
 CCIH/HUCFF/UFRJ 
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� Artigos críticos – São todos os artigos que entram em contato com tecidos subepiteliais, sistema 
vascular e em outros tecidos estéreis. Estes artigos devem ser esterilizados. Ex.:cateteres cardíacos, 
artigos cirúrgicos. 
 
� Artigos semi – críticos – São todos os artigos que entram em contato com a mucosa e pele não 
intacta. A desinfecção de alto nível é suficiente. Ex.: tubo orotraqueal, equipamento respiratório. 
 
� Artigos não críticos – São todos os artigos que entram em contato com a pele íntegra. Dependendo 
da particularidade do artigo e grau de contaminação, poderá ser apenas lavado com água e sabão 
ou receber desinfecção de nível intermediário ou baixo. Ex.: termômetro, comadres. 
 
LIMPEZA DOS ARTIGOS 
Consiste na lavagem, enxágüe e secagem do material. Uma limpeza eficiente consiste na retirada total 
de matéria orgânica e pirógenos depositados em diversas partes do material. Pode ser: 
 
� Manual – Utilizando-se instrumentos simples como escovas, estiletes. 
� Mecânica – Utilizando-se outros equipamentos como máquinas lavadoras ou de ultra-som. 
 
Para a maioria dos artigos, quando utilizamos a limpeza mecânica é necessária uma inspeção após a 
lavagem, verificando a presença de resíduos, funcionalidade e deterioração do material. Os produtos na 
linha de limpadores enzimáticos são recomendados como uma opção de limpeza, facilitam a ação 
mecânica, reduzindo potencialmente os riscos ocupacionais. Além de serem excelentes removedores de 
matéria orgânica, estes limpadores enzimáticos não causam danos por corrosão aos instrumentais e 
artigos médicos cirúrgicos, são atóxicos, biodegradáveis e de fácil manipulação. A água p/ lavagem do 
material deve ser desmineralizada, desionizada e desalinizada. 
ATENÇÃO! Ao realizar esta etapa o profissional deve estar paramentado com os equipamentos de 
proteção individual (EPI) – Luvas de borracha antiderrapantes e de cano longo, avental impermeável, 
gorro, máscara e óculos de proteção. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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PASSO A PASSO 
 
MATERIAL NECESSÁRIO 
 
� Pia com cuba funda ou bacias de plástico. 
� Água corrente. 
� Soluçãodesencostaste enzimática. 
� Lupa. 
� Escova de nylon, estilete. 
 
PROCEDIMENTOS PONTOS IMPORTANTES 
Imergir o material em solução desincrostante enzimática 
pelo tempo mínimo de 5’. O tempo total dependerá da 
sujidade do material. 
Utilizar EPI durante todo o processo. 
 
 
 
 
Escovar os artigos, peça por peça, cuidadosamente no 
sentido das ranhaduras. 
 
 
Não utilizar nenhum tipo de abrasivo (esponja de aço, 
saponáceo, etc) para não danificar o material; 
 
Usar seringas para limpar e enxaguar a luz dos artigos; 
 
Utilizar torneiras com bicos de pressão para facilitar a 
limpeza de artigos longos e com luz; 
 
 Utilizar estiletes se necessário na remoção do material 
orgânico; 
Enxaguar em água corrente. Retirar todo excesso de sabão. 
Secar o material por gravidade e com tecido, no caso de 
metais para evitar que fiquem manchados. 
 
Examinar minuciosamente cada peça verificando a 
integridade do artigo e a presença de qualquer tipo de 
resíduo. 
 
Lavar novamente o artigo com resíduo. Separar o material 
danificado e comunicar à chefia imediata; 
 
 O material deve ficar completamente seco; 
 
Encaminhar para desinfecção ou esterilização. Observar a classificação do artigo segundo risco potencial 
de transmissão de infecção 
 
OBSERVAÇÕES 
 
� Após limpeza na máquina ultra-sônica, os artigos devem ser enxaguados e secos. Resultados 
satisfatórios são alcançados de 3 a 5 minutos quando a freqüência do banho ultra-sônico é de 35 
kHz. Os artigos de metais diferentes não devem ser colocados juntos. Os instrumentos cromados ou 
com partes de plástico e os endoscópios podem ser danificados pela vibração mecânica da máquina. 
� Seguir o manual de instruções das lavadoras automáticas ou ultra-sônicas na escolha do detergente 
e na manutenção das mesmas. 
� Não utilizar qualquer sabão no preparo das seringas de vidro e enxágua-las com água destilada. 
� Os instrumentais articulados devem ser lubrificados após a limpeza de acordo com o fabricante. Os 
lubrificantes devem ser solúveis a água para permitir a penetração do vapor. Não utilizar silicone ou 
óleo mineral. 
 
 
 
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� Equipamentos com motor não devem ser imersos em água ou colocados nas lavadoras automáticas 
ou ultra-sônicas. A limpeza deve ser executada de acordo com as instruções do fabricante. Preferir 
furadoras metálicas autoclaváveis. 
 
INVÓLUCROS 
 
Uma das principais características das embalagens utilizadas para esterilização de materiais é a de ter a 
capacidade de preservar a esterilidade após o processo de esterilização e durante a armazenagem do 
material, sendo que tais embalagens devem: 
♦ Permitir o processo de esterilização. 
♦ Ser apropriada para o material e para o método de esterilização. 
♦ Permitir a secagem, aeração e dissipação do agente esterilizante. 
♦ Manter a esterilidade após o processo ter sido completado. 
♦ Apresentar massa e gramatura regular, não contendo claros. Quando a estrutura do papel é 
examinada à transparência, ela não deve apresentar partes mais claras ou menos transparentes que 
outras. 
♦ Ser resistente à umidade; ser livres de furos e rasgos. 
♦ Ser livre de ingredientes tóxicos. 
♦ Não gerar partículas. 
♦ Proporcionar selagem adequada e ser resistente. 
♦ Permitir liberação do conteúdo sem contaminação. 
♦ Ser economicamente viável e fácil de se encontrar no mercado. 
 
As recomendações da Associação Americana de Enfermeiras de Centro Cirúrgico (AORN) para seleção 
e uso de sistemas de embalagens para processos de esterilização, publicadas em maio de 1996, 
incluem os tecidos, os não tecidos, papel (papel grau cirúrgico) e os containers rígidos. É crescente a 
necessidade de normas Brasileira das embalagens. A ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas 
emitiu até o momento três normas técnicas sobre o assunto, a NBR 12.946 sobre o papel grau cirúrgico, 
a NBR 13.386 sobre embalagens para esterilização em óxido de etileno e a NBR 13.387 para 
esterilização em radiação ionizante. Outros tipos de embalagens como o algodão cru não tem ainda 
processo de normalização Enumeraremos as principais embalagens disponíveis no mercado, suas 
vantagens e limitações. 
 
 
 
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a) Tecido de algodão cru –. As instituições hospitalares não dispõem de estrutura para assegurar a 
limitação da quantidade máxima de reprocessamentos possíveis. A falta de regulamentação de 
manufatura faz com que o consumidor não obtenha orientação nem garantias por parte do fabricante 
na escolha do tecido, além do numero possível de reprocessamento. Por essas incertezas, os 
artigos assim embalados têm, normalmente, prazo de validade curto. De acordo com a NBR 14.028 
o tecido de algodão cru deve conter 56 fios/m2 e o uso de embalagem dupla é imprescindível, além 
de outras especificações descritas. Por estas dificuldades deve-se preferir outros tipos de invólucros. 
Além disto, outros fatores devem ser considerados: 
 
� Temperatura e umidade relativas devem ser controladas tanto na estocagem da embalagem, para 
não desidratar os tecidos, como dos materiais esterilizados embalados em tecido. Segundo a AORN, 
os tecidos devem ser mantidos à temperatura de 18 a 22°C e umidade relativa de 35 a 70%; para 
evitar o superaquecimento durante o processo de esterilização e para permitir a penetração do 
vapor. 
� Utilizar sempre embalagem de tecido recentemente lavada para restaurar o teor de umidade das 
fibras. 
� Nunca reesterilizar embalagens que não tenham sido lavadas. 
� Nunca passar a ferro ou na calandra as embalagens que sofrerão processo de esterilização. 
b) Papéis – A tecnologia dos papéis destinados à embalagem de material esterilizado evoluiu bastante. 
Assim o uso de papéis comuns e de baixa qualidade como papel tipo manilha, toalha e outros com 
superfície e massas irregulares contendo amido, corantes e poucos flexíveis e resistentes, não é 
indicado. Os papéis que atendem os requisitos básicos de qualidade são: 
 
1. Papel Grau Cirúrgico ⇒ É permeável ao vapor e ao óxido de etileno. A ABNT estabelece as 
seguintes especificações técnicas por meio na NBR 12.946: 
 
� Poros de 0,22µ de diâmetro. 
� Resistência à tração e perfuração. 
� Possuir no máximo 3mm2/m2 de sujeira. 
� PH entre 6 e7 
� Quantidade máxima de amido de 1.5% 
� Absorção de água nas duas faces de no máximo 30g/m2. A embalagem pode apresentar-se com 
duas faces de papel ou uma de papel e outra com filme transparente. Utiliza-se papel grau cirúrgico 
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laminado com polipropileno em autoclaves a vapor saturado sob pressão, e com polietileno para 
esterilização à óxido de etileno. 
� Umidade máxima de 7% 
� Porcentagem de cloreto inferior a 0.05% 
� Gramatura de 60 a 80 g/m2 
� A etiqueta de identificaçãodeve conter as seguintes informações: tipo de papel, gramatura, diâmetro, 
formato e, massa da bobina, número de ordem de fabricação ou lote. 
Obs.: Este invólucro não pode ser dobrado ou preso com elástico. 
 
 2 – Papel Crepado ⇒ É a principal alternativa ao tecido de algodão. É composta por celulose tratada, 
resistente a temperatura até 150°C por 1h. Vantagens: 
 
� Eficiente à esterilização pelo vapor e óxido de etileno. 
� Flexível, com facilidade para amoldar-se sendo um produto indicado na confecção de campos e 
aventais cirúrgicos. 
O papel crepado quando comparado ao tecido de algodão apresenta como desvantagem menor 
resistência à tração. 
 
Filmes Transparentes – Devem ter um processo de selagem que garanta a integridade do pacote. A 
embalagem dupla não é rotineiramente necessária, pode ser utilizada durante o empacotamento 
composto por vários artigos pequenos. Esses filmes, compondo-se numa embalagem com o papel grau 
cirúrgico, apresentam a vantagem de permitir a visualização do conteúdo. Durante a esterilização as 
partes de papel devem se colocadas juntas. 
 
c) Tyvec - Compatível com óxido de etileno, vapor, peróxido de hidrogênio e radiação gama. Suporta 
altas temperaturas (280°C), tem alta resistência a tração e excelente barreira microbiana. O seu uso 
em larga escala é limitado pelo alto custo. 
 
d) Lâminas de alumínio e caixas, cestos, bandejas metálicas – As lâminas de alumínio devem ter 
uma espessura de 0,025 a 0,050 mm, são usadas somente na esterilização por calor seco, 
atualmente em desuso. As caixas, cestos ou bandejas metálicas podem ser utilizadas na 
esterilização por vapor se forem perfuradas e recobertas com embalagens permeáveis ao vapor. 
 
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e) Vidros refratários – Devem ser resistentes as altas temperaturas. São indicados para esterilização 
de líquidos e podem ser utilizados tanto em estufa quanto em autoclaves. 
 
f) Conteiners – São caixas perfuradas com proteção dos orifícios através de filtros de papel grau 
cirúrgico, tecido ou não tecido. Estão indicadas observando-se a qualidade dos filtros e periodicidade 
de troca dos filtros. 
 
g) Não tecido – O não tecido SMS é o resultado da união de três camadas de não tecido 100% 
polipropileno. São duas lâminas externas de “spunbond” e uma interna de “meltblown”. Pode ser 
utilizado em autoclaves a vapor, óxido de etileno e plasma de peróxido de hidrogênio. Atende 
satisfatoriamente os critérios de qualidade de uma embalagem, alem de atender às normas de 
padrão internacionais de qualidade, sendo inclusive submetido a testes de resistência à tração, ao 
alongamento, resistência ao rasgo, à coluna d’água sob pressão, repelência à água e óleos, 
eficiência de filtração de bactérias. O fabricante do SMS orienta por escrito como usar as 
embalagens e os métodos de escolha das diferentes gramaturas e tamanhos levando em conta o 
volume e peso do material. 
OBSERVAÇÕES 
♦ Não utilizar caixas sem furos ou semi-abertas em autoclaves 
♦ Os invólucros de papel e os de não tecido não devem ser reutilizados. 
♦ As embalagens de tecidos podem ser reutilizadas após lavagem para retirada de sujeira e 
recomposição das fibras. 
♦ Tecidos de algodão não podem possuir remendos, desgastes, furos, rasgos ou cerzidos, pois desta 
forma comprometem a qualidade da embalagem. A temperatura e umidade relativa do setor de 
estocagem devem ser controladas para não desidratar as fibras do tecido. É preciso utilizar 
embalagens de tecido recentemente lavadas e nunca reesterilizar sem pré-lavagem. 
♦ Eliminar o ar do conteúdo dos invólucros de filme antes da selagem dos pacotes. O ar atua como 
barreira ao calor e a umidade e a sua expansão pode danificar a embalagem. 
 
 
 
 
 
 
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TIPOS DE INVÓLUCROS E PROCESSO DE ESTERILIZAÇÃO COMPATÍVEIS 
 
Tipo de invólucro autoclaves a vapor Calor seco 
 
Óxido de etileno Peróxido de hidrogênio 
Tecido de algodão Sim 
 
Não Não Não 
Papel Grau cirúrgico Sim Não Sim Não 
Papel crepado Sim Não Sim Não 
Papel kraft Sim Não Não Não 
Filmes transparentes Sim Não Sim Não 
Lâmina de alumínio Não Sim Não Não 
Caixas metálicas Sim Sim Sim Sim 
Vidro refratário Sim Sim Não Não 
Tyvec Sim Não Sim Sim 
Não-tecido Sim Não Sim Sim 
 
IV – PROCESSOS DE ESTERILIZAÇÃO 
 
ESTERILIZAÇÃO POR VAPOR SATURADO SOB PRESSÃO - AUTOCLAVES 
Empregada na esterilização de artigos resistentes ao calor e a umidade. É realizado em vasos de 
pressão denominados autoclaves, onde os microrganismos são destruídos pela ação combinada do 
calor, da pressão e da umidade, que promovem a termocoagulação e a desnaturação das proteínas da 
estrutura genética celular. Portanto, os fatores críticos são: o calor, a umidade, o tempo, a pressão e a 
qualidade do vapor. Quando há aumento da temperatura, o tempo necessário para esterilização diminui 
e vice-versa e não se pode obter uma redução na temperatura do vapor saturado sem correspondente 
diminuição da pressão e vice-versa. Em regiões de elevadas altitudes, é necessário usar maiores 
pressões do vapor para se obter a mínima variação de temperatura para esterilização. Quanto à 
qualidade do vapor, nas autoclaves mais utilizadas é o vapor saturado seco, por ser a forma mais efetiva 
de vapor para a esterilização. Nesta forma o vapor é capaz de circular por convecção. Este processo 
permite sua penetração em objetos porosos. O ciclo de esterilização inclui: 
 
� Drenagem do ar – Condição necessária para que o vapor admitido entre em contato com todos os 
artigos colocados na câmara de esterilização. O tamanho dos pacotes, a sua distribuição na câmara 
e a sobrecarga desta podem prejudicar a exaustão e , consequentemente, comprometer a qualidade 
da esterilização. 
 
� Admissão do vapor – A esterilização inicia-se após a retirada do ar e a admissão do vapor, quando 
a câmara atinge a temperatura previamente estabelecida. O período de exposição compreende três 
fases: 
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(a) Tempo de penetração do vapor: período de tempo necessário para que a carga atinja a temperatura 
da câmara. 
(b) Tempo de esterilização: período de tempo considerado necessário para destruição de todas as 
formas de vida microbiana. 
(c) Intervalo de confiança: período de segurança adicional que se acrescenta ao ciclo, geralmente 
metade do tempo de esterilização. 
O tempo de exposição começa a ser marcado no instante em que a câmara atinge a temperatura da 
esterilização previamente estabelecida, demonstrada pelo termômetro. 
 
� Exaustão do vapor – Inicia-se após o término do período de exposição e é executada por uma 
válvula ou condensador. Existem dois tipos de exaustão: 
I. Exaustão rápida: Adequada na exaustão de artigos sólidos como roupas e instrumentos. 
II. Exaustãolenta: adequada na esterilização de substâncias líquidas, para evitar a ebulição, 
extravasamento ou ruptura do recipiente. 
 
� Secagem da carga – É obtida pelo calor das paredes da câmara em atmosfera rarefeita. Nas 
autoclaves convencionais a carga é seca a uma pressão negativa de 2 a 10 mmHg entre 15 e 45 
minutos. Nas autoclaves de auto vácuo a secagem é feita a uma pressão negativa de 50mmHg em 
apenas 5 minutos. 
 
As autoclaves podem ser divididas em dois tipos básicos: 
 
1) Autoclaves gravitacionais - Neste modelo o ar é removido por gravidade. Este processo é 
relativamente lento e permite a permanência de ar residual. Em geral, são adequados para 
esterilização de materiais desempacotados. Para materiais porosos ou densos, esse tipo de 
equipamento é menos eficaz do que outros métodos de remoção de ar. Alguns materiais podem não 
sofrer exposição suficiente ao tempo e temperatura adequados para esterilização. 
2) Autoclaves pré-vácuo - Neste modelo o ar é removido previamente, com formação de vácuo, 
quando o vapor é admitido penetra instantaneamente nos pacotes, com pouca chance de ar residual. 
Devido a este mecanismo o processo é mais rápido e eficiente. O vácuo pode ser obtido através de 
uma bomba de sucção com formação de vácuo num único pulso (alto vácuo) ou através de seguidas 
injeções e retiradas rápidas de vapor em temperaturas ligeiramente inferior à do processo (pulsos de 
pressurização). O segundo sistema é mais eficiente. 
 
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OBSERVAÇÃO 
Esterilização ultra-rápida(flash sterilization) podem ser realizadas em autoclaves específicas, de pequeno 
porte, programadas para operar sem o ciclo de secagem e com o material desempacotado, foi proposta 
para resolver problemas emergências de contaminação acidental de instrumentos essenciais durante as 
cirurgias. Os artigos processados desta maneira devem ser utilizados imediatamente. Existem 
autoclaves fabricadas para artigos empacotados, porém estes também saem úmidos e, portanto após o 
ciclo devem ser manuseados de forma asséptica. As próteses não podem ser esterilizadas por este 
método. O controle da esterilização deve ser realizado com testes físicos, químicos e biológicos, de 
acordo com orientações do fabricante. O indicador biológico deve ser realizado diariamente. 
 
Limpeza das autoclaves 
 
Realizar a limpeza do equipamento diariamente 
� Umedecer o pano e passá-lo no sabão neutro. Não ensaboar o pano e nem formar espumas; 
� Iniciar a limpeza pelo interior do equipamento. Paredes laterais, suportes, fundo e porta; 
� Enxaguar o pano e retirar o sabão, voltando a passar no equipamento. 
� Secar com pano limpo e seco 
� Repetir o procedimento no lado de fora 
� Nas autoclaves flash seguir as orientações do fabricante 
Incluir: empacotamento do material 
 
 
 
ATENÇÃO: Os artigos articulados devem ser empacotados abertos e o mais desmontado possível. 
 
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ESTERILIZAÇÃO PELO PROCESSO DE VAPOR SATURADO SOB PRESSÃO DE ACORDO COM 
TEMPERATURA E TEMPO DE EXPOSIÇÃO 
TEMPERATURA 121° C 132° C ALTO VÁCUO 
132° 
MATERIAL TEMPO DE EXPOSIÇÃO 
Roupas, escovas de fibras 
sintéticas, material de 
borracha, material de aço 
inox ou outro tipo de metal, 
instrumentos metálicos 
colocados em bandejas, ou 
caixas metálicas perfuradas, 
lâminas de corte, tesoura, 
serra, vidros. 
30’ 15’ 4’ 
 
 
ESTERILIZAÇÃO ULTRA-RÁPIDA (FLASH) – PARÂMETROS DE CICLOS DE ESTERILIZAÇÃO 
Tipo de Esterilizador Tipo de Carga Temperatura (°C) Tempo do Ciclo (min) 
Gravitacional 
Metal, itens não porosos, sem lumes 
 
Metal com lumes, itens porosos (ex., 
borracha, plástico). 
132 
 
132 
3 
 
10 
Pré – vácuo 
Metal, itens não porosos, sem lumes 
 
Metal com lumes, itens porosos (ex., 
borracha, plástico). 
132 
 
132 
3 
 
4 
 
 
Disposição dos Artigos Dentro da Câmara 
 
Nas autoclaves gravitacionais, artigos de superfícies como bandejas, bacias, e instrumentais não devem 
ser esterilizados com artigos de espessura como campo cirúrgico, aventais, compressas e outros. Os 
pacotes devem ser posicionados para que o vapor possa fluir por todos os itens. As autoclaves devem 
ser carregadas observando que haja um espaçamento de 25 a 50mm entre todos os pacotes e entre eles 
e as paredes da câmara, sendo que o volume do material não deve exceder 80% da capacidade do 
aparelho. O tempo de penetração do agente esterilizante é menor quando os pacotes são colocados 
corretamente dentro da câmara. Os pacotes maiores devem ser colocados na parte inferior da câmara e 
os menores, por cima para facilitar o fluxo do vapor através dos espaços entre os pacotes menores. Os 
jarros, bacias frascos, e outros artigos que apresentam concavidade devem ser colocados com sua 
abertura para baixo, para facilitar o escoamento de água resultante da condensação do vapor. Os 
pacotes não devem exceder 30cm/30cm/50cm. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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PASSO A PASSO 
 
PROCEDIMENTO PONTOS IMPORTANTES 
Carregar a autoclaves com os artigos que requerem o 
mesmo tempo de esterilização, devidamente 
acondicionados 
- Nas autoclaves de exaustão por gravidade utilizar 
apenas 80% de sua capacidade 
- Nas autoclaves de auto-vácuo, a carga deve ocupar 
mais de 10% da sua capacidade 
- Dispor os pacotes maiores na parte inferior do 
aparelho e os menores na parte superior 
- Colocar os recipientes como jarros, bacias, etc. em 
posição que facilite a remoção do ar e o escoamento 
do vapor 
- Evitar que os pacotes encostem na parede do 
autoclaves. Posicionando-os verticalmente. 
- Manter um espaço de 3cm entre os pacotes 
- Utilizar luvas de amianto na colocação e retirada dos 
pacotes 
Fechar a autoclaves e ligá-la, verificando se a pressão e a 
temperatura estão mantendo os níveis adequados para 
iniciar o ciclo de esterilização. 
- Seguir a tabela de tempo de esterilização 
- Observar se a pressão e a temperatura estão se 
mantendo durante todo o ciclo 
Aguardar o término do ciclo Nas autoclaves manuais, após o tempo de esterilização, 
abrir lentamente a válvula para que haja exaustão do 
vapor. 
 
Entreabrir a porta do aparelho e aguardar 5 a 10’(alto 
vácuo) e 20 a 25’(gravitacional), para permitir a secagem 
completa do material 
Os pacotes não devem sair úmidos da autoclaves. 
Retirar os pacotes Não colocar os pacotes em superfícies frias para evitar a 
condensação do vapor residual que umedecerá os pacotes 
externamentee internamente. 
 
Anotar nos pacotes a data da esterilização e data limite da 
validade 
O prazo de validade dependerá do tipo de invólucro e 
condições de estocagem do material 
Obs.: Anotar registro da carga, hora, data, temperatura, e nome do funcionário que a processou. 
 
 
Falhas no Processo 
 
Inspeções periódicas e manutenção de acordo com o fabricante são necessárias para garantir o bom 
funcionamento da máquina. Um calendário de manutenção preventiva deverá ser estabelecido de acordo 
com a recomendação do fabricante. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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CAUSAS DOS PRINCIPAIS DEFEITOS DE FUNCIONAMENTO DAS AUTOCLAVES 
DEFEITO AUTOCLAVE COM GERAÇÃO 
ELÉTRICA DE VAPOR 
AUTOCLAVE COM GERAÇÃO 
ELÉTRICA DE VAPOR ATRAVÉS DE 
CALDEIRA 
A pressão de vapor na câmara não 
alcança o desejado 
-Resistência queimada 
-Falta de fase 
-Filtro entupido 
-Excesso de água ou de entrada de 
água 
-Pressostato ou termostato danificado 
ou desregulado 
-Válvula redutora desregulada 
-Suprimento de vapor baixo 
-Purgadores ou filtros entupidos 
-Pressostato ou termostato danificado 
ou desregulado. 
A temperatura não alcança o 
desejado 
-O dreno da câmara está entupido 
-O termostato ou pressostato está 
desregulado 
-Purgador danificado ou sujo 
-Filtro entupido 
-Esquecimento de fechar a válvula de 
segurança 
-O dreno da câmara está entupido 
-O termostato ou pressostato está 
desregulado 
-Purgador danificado ou sujo 
-Filtro entupido 
-Esquecimento de fechar a válvula de 
segurança 
O redutor da autoclaves não permite 
mais regulagem 
-Necessita trocar ou reparar o redutor. -Necessita trocar ou reparar o redutor. 
Vapor excessivo na área de 
esterilização 
-Necessita trocar ou reparar o redutor -Necessita trocar ou reparar o redutor. 
Poça de água na câmara -O vapor está escapando através da 
válvula de segurança, que precisa ser 
trocada 
-O vapor está escapando através da 
válvula de segurança, que precisa ser 
trocada. 
Os pacotes saem molhados -O vapor está úmido e não saturado 
-O nível de água deve estar elevado 
-O tempo de secagem necessita ser 
maior. 
-Os pacotes estão mal colocados ou 
encostados nas paredes ou entre si 
-Dreno sujo 
 -Filtro ou expurgador entupido ou 
defeituoso 
-A pressão de vapor não é suficiente. 
-O vapor está úmido e não saturado 
-O tempo de secagem necessita ser 
maior. 
-Os pacotes estão mal colocados ou 
encostados nas paredes ou entre si 
-Dreno sujo 
 -Filtro ou expurgador entupido ou 
defeituoso 
-A pressão de vapor não é suficiente 
-Deve estar faltando um quebrador de 
umidade 
A carga líquida ferve na autoclaves. -Abertura da porta demasiado rápida, 
deve-se aguardar pelo menos cinco 
minutos com a porta entra aberta. 
-Abertura da porta demasiado rápida, 
deve-se aguardar pelo menos cinco 
minutos com a porta entra aberta. 
Perda de vapor pela porta -Necessita trocar a guarnição 
-Porta desregulada ou empenada 
-Macanismo defeituoso 
-Necessita trocar a guarnição 
-Porta desregulada ou empenada 
-Macanismo defeituoso 
Vapor escapa pela válvula de 
segurança 
-Válvula desregulada ou danificada 
-Excesso de pressão, examinar o 
registro do manômetro. 
-Válvula desregulada ou danificada 
-Excesso de pressão, examinar o 
registro do manômetro. 
Piloto não acende -Lâmpada queimada ou desligada 
-Fusível queimado 
-Lâmpada queimada ou desligada 
Fusível queimado 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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ESTERILIZAÇÃO POR ÓXIDO DE ETILENO (OE) 
 
É uma alternativa de processo de esterilização para artigos sensíveis ao calor. A efetividade deste 
processo esterilizante é uma conjugação de fatores microbiológicos, físicos e químicos. O ciclo 
propriamente dito carece de acompanhamento de parâmetros físicos e químicos, envolvendo o controle 
de temperatura, de umidade, de concentração do agente esterilizante, de pressão de trabalho (negativa 
e positiva) e tempo de exposição à condição esterilizante. No aspecto operacional do ciclo, o controle 
rígido da pressão negativa, com profundidade e repetitividade pré-estabelecidas, e pureza do ar ou gás 
com que se quebra tais pressões são ainda fundamentais, assim como a monitorização de resíduos 
ambiental e nos produtos, após a esterilização. Da mesma forma que para os outros métodos de 
esterilização, o material deve estar limpo e seco antes do empacotamento. A sujeira impede a 
esterilização e a umidade pode produzir resíduos tóxicos que não são removidos pela aeração. A 
portaria interministerial n° 04, de 31 de julho de 1991, publicada em 9 de agosto de 1991, regulamenta 
os seguintes aspectos normativos: cadastro, registro, responsabilidades do estabelecimento, 
embalagem, rotulagem, transporte, condições mínimas de instalação, operação, controle, segurança do 
ambiente, do profissional e do processo de esterilização, re-esterilização e reprocessamento por gás 
óxido de etileno. Uma nova portaria encontra-se em fase de apreciação, publicada no diário oficial em 16 
de dezembro de 1997. O óxido de etileno irrita a pele e mucosas. A exposição ao gás pode resultar em 
câncer, anormalidades do sistema reprodutor incluindo alterações genéticas e doenças neurológicas. 
Porem pode ser utilizado com segurança sob condições controladas. 
 
Processo de aeração => Quando é utilizada uma unidade aeradora separada, os artigos devem 
permanecer na cesta da unidade de esterilização ou numa cesta não absorvente de OE durante o 
transporte. O material deve ser arrastado e não empurrado e ser transportado o mais rápido possível. 
Equipamentos específicos de proteção individual devem ser utilizados. O tempo de aeração depende do 
tipo do material, tais como, a composição, o tamanho do artigo, a preparação e o empacotamento, o tipo 
da mistura de OE, e o padrão de penetração da temperatura na câmara de aeração. O respeito ao tempo 
de aeração dos artigos é fundamental para que o OE residual seja reduzido para níveis aceitáveis. O 
fabricante deve fornecer o tempo de aeração dos seus produtos, incluindo as embalagens. 
 
 
 
 
 
 
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ESTERILIZAÇÃO POR PERÓXIDO DE HIDROGÊNIO 
Devido sua inativação pela presença da catalase na matéria orgânica, só pode ter aplicações em artigos 
previamente limpos e secos. Esterilizadores que operam a baixa temperatura utilizando-se tanto peróxido 
de hidrogênio como ácido peracético como substrato para formação de plasma vêm sendo estudados 
como alternativa ecologicamente viável para esterilização de artigos termossensíveis.. O plasma tem 
sido chamado como o 4° estágio da matéria, diferente dos outros estados: líquido, sólido e gás. A AORN 
(1997) considera que a esterilização pelo plasma de peróxido de hidrogênio pode ser utilizada em 
serviços de esterilização, deacordo com as recomendações do fabricante, sendo que estes 
equipamentos devem ser monitorizados tanto química quanto microbiologicamente. É uma alternativa 
interessante na esterilização de artigos sensíveis ao calor e a umidade. Este processo também pode ser 
considerado uma alternativa viável na substituição ao sistema de esterilização pelo vapor, pois não 
oxida, não degrada o fio, pontas ou sulcos de instrumentos cirúrgicos. Para esterilização de instrumentos 
com lumes longos (>31cm) e estreitos (< 6mm de diâmetro) são necessários adaptadores de peróxido de 
hidrogênio, os quais ainda não foram aprovados pelo FDA. Instrumentos com lumes estreitos e fundo 
fechado não devem ser esterilizados por este processo. O processo requer embalagens que não 
contenham em sua composição materiais derivados de celulose. Tais embalagens são compostas de 
Tyvek siliconizado e Mylar (polietileno em uma tripla camada). É indicado também o uso de um não 
tecido constituído de polipropileno 100%, repelente a líquidos, com grau de permeabilidade e resistência 
adequados. O ciclo de esterilização é realizado em aproximadamente em 75’. As exigências para 
instalação do equipamento e o risco de toxicidade para o profissional de saúde são infinitamente 
menores que as do óxido de etileno. 
 
V - CONTROLE DA ESTERILIZAÇÃO 
Um programa de controle de esterilização, incluindo métodos físicos, químicos e biológicos deve ser 
utilizado para demonstrar a eficiência do processo. Todos os itens esterilizados devem conter o nome do 
material, identificação do esterilizador usado, o número da carga, a data de validade da esterilização, 
horário da esterilização, nome do responsável pelo empacotamento. Devem ser registrados todos os 
testes realizados. A supervisão de todas as cargas por um responsável é uma pratica obrigatória para 
que os materiais sejam liberados com maior segurança. 
 
 
 
 
 
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TESTES FÍSICOS 
Testes de desempenho do equipamento envolvem a observação dos parâmetros apresentados pelo 
mesmo durante o processo de esterilização. Recomenda-se a leitura da temperatura e pressão 
regularmente durante a fase de esterilização propriamente dita em autoclaves. Manômetros e 
registradores do equipamento devem ser validados periodicamente. 
 
TESTES QUÍMICOS 
Constam de tiras de papel impregnadas com tinta termocrômica que mudam de cor quando expostas à 
temperatura por tempo suficiente. Podem ser classificados como indicadores específicos de temperatura 
ou indicadores de múltiplos parâmetros do processo (tempo, temperatura e vapor), os últimos 
denominados de integradores. Estes indicadores não devem ser utilizados como critério único de 
eficiência de esterilização. A sua utilização rotineira fornece leitura imediata de falhas no equipamento 
com relação à penetração do vapor ou concentração do óxido de etileno. Existem diferentes tipos de 
indicadores internos, de acordo com o processo de esterilização. Devem ser utilizados dentro dos 
pacotes, em locais de difícil acesso à penetração do vapor ou dificuldade de remoção do ar em 
autoclaves. Os indicadores externos são fitas auto-adesivas utilizadas unicamente para diferenciar os 
pacotes processados dos não processados. 
 
TESTE DE BOWIE AND DICK 
 É um teste utilizado para determinar a eficácia do sistema de vácuo na autoclave pré-vácuo. Este teste 
deve ser realizado a cada dia em que a autoclave será usada, antes da primeira carga processada. Em 
pacotes preparados pelo hospital podem ser utilizados campos recentemente lavados e dobrados, um 
em cima do outro, de modo a formar uma pilha de 25-28cm de altura. Várias fitas com indicador químico 
são aderidas em papel não encerado em forma de cruz ou diagonais e o papel inserido dentro do pacote 
de campos, o qual deverá ser colocado no centro da câmara interna, acima do dreno, com a autoclave 
vazia. O ciclo recomendado é de 3,5 – 4 minutos a 134°C, podendo ser omitida a secagem. Após o 
processo, este papel é examinado a fim de verificar se há homogeneidade na revelação das fitas 
químicas. Se apresentar área não revelada indica que há formação de bolsões de ar e que o 
equipamento deve ser revisto. 
 
 
 
 
 
 
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TESTES BIOLÓGICOS 
 Um indicador biológico é uma preparação padronizada de esporos bacterianos contendo em torno de 
106 esporos por unidade de papel de filtro. O uso de indicadores biológicos é o único meio de assegurar 
que o conjunto de todas as condições de esterilização está adequado, porque os microrganismos são 
diretamente testados quanto ao seu crescimento ou não após a aplicação do processo. Comumente 
encontram-se indicadores biológicos preparados para comercialização, porém também podem ser 
preparados no laboratório hospitalar, desde que esteja gabaritado para isto. As preparações comerciais 
devem indicar o número de esporos por veículo, número do lote, data de expiração, condições de 
armazenamento, valores D e Z característicos e as condições da determinação de resistência térmica, 
indicações de uso, incluindo o meio de subcultura e condições de incubação. Para o calor úmido e OE 
existem preparações que podem ser incubadas na própria central de esterilização. Após a esterilização o 
indicador biológico processado será incubado juntamente com um indicador controle que não tenha sido 
esterilizado. Deve-se aguardar o tempo necessário para o crescimento da cepa. Normalmente o 
crescimento se dá em torno de 24 horas, mesmo assim deve-se aguardar até 07 dias (indicadores de 
primeira geração) de incubação para conhecer o resultado final. Tempos menores (indicadores de 
segunda geração) são recomendados por alguns fabricantes (48horas) e podem ser usados se o 
processo for devidamente padronizado. Já existe no mercado um indicador biológico de terceira geração 
com leitura rápida (de 1 a 3 horas), o qual foi considerado adequado para uso quando comparado com 
indicadores biológicos tradicionais e indicadores químicos. As etapas da realização dos testes biológicos 
devem seguir as orientações do fabricante. 
A freqüência mínima indicada de uso dos indicadores biológicos é semanal. A AORN orienta a realização 
diária dos testes biológicos para autoclaves. Existem recomendações de uso em todas as cargas com 
próteses (AORN, 1997) e que estas não sejam utilizadas até o resultado final da incubação. No caso de 
óxido de etileno o teste deve ser feito a cada carga (AORN, 1997). 
Atenção! Na situação de falha de algum método de controle da esterilização recolher toda s as cargas 
relacionadas aos teste químico ou biológico e solicitar manutenção do aparelho. 
 
VI – CONDIÇÕES DE ESTOCAGEM 
O material estéril deve ser estocado separadamente dos materiais não estéreis, a fim de reduzir o nível 
de contaminantes externos. A distância entre os pacotes deve ser aproximadamente superior a 30cm do 
piso e inferior a 50cm do teto. É desejável que sejam estocados em ambientes com umidade relativa (30 
a 60%) e temperatura (25°C) controladas de modo a não favorecer o crescimento microbiano. O local de 
armazenamento não deve exceder a 75% de umidaderelativa, porém a baixa umidade é também 
indesejável porque pode produzir danos nos tecidos por ressecamento. Prateleiras com portas mantém 
 
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por mais tempo a esterilidade do artigo, mas se isto não for viável, é importante restringir o acesso e 
movimentação na sala de estocagem. 
 
VII - PRAZO DE VALIDADE DA ESTERILIZAÇÃO 
O prazo de validade da esterilização independe do processo ao qual o artigo foi submetido. Diversos 
autores divergem quanto aos prazos de validade da esterilização. Alguns autores consideram que o 
prazo de validade deve ser estabelecido por cada serviço de acordo com o tipo de invólucro, condições 
de estocagem (prateleira aberta ou fechada, limpeza, temperatura e umidade), número e condições de 
manipulações dos pacotes antes do uso, uso de cobertores para poeiras e método de selagem das 
embalagem. No nosso serviço estabelecemos que o prazo de validade para materiais embalados com 
tecido de algodão é de 30 dias, papel Kraft 14 dias e para os outros invólucros de 6 meses. O prazo de 
validade para os outros invólucros não está determinado na literatura e o fabricante deve ser consultado. 
Estes prazos podem ser alterados de acordo com uma melhor definição da literatura. A permanência do 
material esterilizado nos setores deve ser a menor possível. 
 
VIII - TRANSPORTE DE MATERIAL 
Materiais contaminados devem ser transportados em veículos limpos, os quais devem sofrer desinfecção 
c/ álcool a 70% no final do dia. Devem ser protegidos com técnica de duplo empacotamento ou ser 
transportado dentro de recipientes rígidos com tampa. Os materiais esterilizados devem ser distribuídos 
de maneira a não contaminá-los.

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