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Jurisprudência - Reserva de plenário III

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JLRA 
Nº 70055118368 (N° CNJ: 0236463-93.2013.8.21.7000) 
2013/CÍVEL 
 
 1 
ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 
PODER JUDICIÁRIO 
TRIBUNAL DE JUSTIÇA 
APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. ART. 7º 
DA LEI ESTADUAL N. 9.228/91. ARGÜIÇÃO DE 
INCONSTITUCIONALIDADE. QUESTÃO 
PREJUDICIAL. RESERVA DE PLENÁRIO. 
Suscitação de incidente de inconstitucionalidade 
da norma sobre a qual a parte apelante esteia o 
direito de manutenção das administrações 
prisionais como até então designadas (art. 7º da 
Lei Estadual n. 9.228/91). 
Legislação que estaria em desacordo com o 
constante no art. 24, inciso I, §§ 1º a 4º, da 
Constituição Federal. 
Deve ser provocada a declaração de 
inconstitucionalidade do art. 7º da Lei Estadual n. 
9.228/91, determinada a remessa do processo ao 
colendo Órgão Especial desta Corte, na 
conformidade do art. 209 do Regimento Interno 
deste Tribunal e da Súmula Vinculante nº 10 do 
STF. 
Suspensão do julgamento do mérito até decisão 
final do órgão competente, por incidência do artigo 
481, parágrafo único, do CPC, e artigos 209 e 211 
do Regimento Interno do TJRGS. 
INCIDENTE DE INCONSTITUCIONALIDADE 
SUSCITADO. 
 
APELAÇÃO CÍVEL 
 
QUARTA CÂMARA CÍVEL 
Nº 70055118368 (N° CNJ: 0236463-
93.2013.8.21.7000) 
 
COMARCA DE PORTO ALEGRE 
ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 
 
APELANTE 
MINISTERIO PUBLICO 
 
APELADO 
 
A CÓR DÃO 
 
Vistos, relatados e discutidos os autos. 
 
 
 
 
 
 
JLRA 
Nº 70055118368 (N° CNJ: 0236463-93.2013.8.21.7000) 
2013/CÍVEL 
 
 2 
ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 
PODER JUDICIÁRIO 
TRIBUNAL DE JUSTIÇA 
Acordam os Desembargadores integrantes da Quarta Câmara 
Cível do Tribunal de Justiça do Estado, à unanimidade, em suscitar incidente 
de inconstitucionalidade. 
Custas na forma da lei. 
Participaram do julgamento, além do signatário, os eminentes 
Senhores DES. ALEXANDRE MUSSOI MOREIRA (PRESIDENTE) E DES. 
EDUARDO UHLEIN. 
Porto Alegre, 18 de dezembro de 2013. 
 
 
DES. JOSÉ LUIZ REIS DE AZAMBUJA, 
Relator. 
 
R E L AT ÓRI O 
DES. JOSÉ LUIZ REIS DE AZAMBUJA (RELATOR) 
Trata-se de apelação cível interposta pelo Estado do Rio 
Grande do Sul em face da sentença proferida nos autos da ação civil pública 
movida pelo Ministério Público, e na qual postulava (1) a nulidade das 
designações de função gratificada de Administrador-Geral de 
Estabelecimento Penal (padrão FG-8) de treze servidores que relaciona, por 
não atenderem ao que dispõe o artigo 75, caput, incisos I, II e III, e parágrafo 
único, da Lei de Execuções Penais (LEP), (2) a condenação do Estado a 
designar novos servidores que atendam a esses mesmos requisitos legais e 
(3) a proibição a reiteração da prática dos atos administrativos tidos por 
ilegais. 
Diz o apelante que os treze servidores relacionados atendem 
aos requisitos do art. 7º da Lei Estadual n. 9.228/91, que prevê a 
possibilidade da assunção da função de direção de estabelecimento penal, a 
servidores que detenham somente escolaridade do 2º grau completo, ou 
 
 
 
 
 
 
JLRA 
Nº 70055118368 (N° CNJ: 0236463-93.2013.8.21.7000) 
2013/CÍVEL 
 
 3 
ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 
PODER JUDICIÁRIO 
TRIBUNAL DE JUSTIÇA 
equivalente. Aduz que, ainda que o estabelecido no referido dispositivo 
esteja em detrimento do artigo 75, inciso I, da Lei de Execuções Penais, 
teriam se submetido, regularmente, a cursos de especialização e 
atualização, nos termos do art. 6º da Lei Estadual n. 9.228/91, não havendo 
prejuízo de dano irreparável na manutenção das administrações prisionais 
como até então designadas. Defende que as investigações, no curso do 
inquérito civil, atestam a existência de agentes que atendem ao requisito 
objetivo exigido pelo artigo 75, inciso I, da LEP. Ademais, sustenta a 
possibilidade de se afetar a continuidade do serviço público prestado. Por 
último, insurge-se contra a aplicação de multa pelo descumprimento da 
decisão judicial, em razão desta ser suportada pelos cofres públicos. 
Apresentadas as contrarrazões, o Ministério Público opinou 
pelo desprovimento do recurso. 
É o relatório. 
V O TO S 
DES. JOSÉ LUIZ REIS DE AZAMBUJA (RELATOR) 
Presentes os pressupostos de admissibilidade recursal, 
conheço do recurso e passo a examinar-lhe as razões. 
Eminentes Colegas. 
Entendo insuperável a suscitação de incidente de 
inconstitucionalidade da norma sobre a qual a parte apelante esteia o direito 
de manutenção das administrações prisionais como até então designadas 
(art. 7º da Lei Estadual n. 9.228/91). 
A questão passa, inicialmente, pela análise do disposto no 75, 
inciso I, da LEP (Lei nº 7.210/84), que exige, para o exercício de cargo de 
Diretor de Estabelecimento Prisional, o diploma em Curso de Nível Superior: 
 
 
 
 
 
 
 
JLRA 
Nº 70055118368 (N° CNJ: 0236463-93.2013.8.21.7000) 
2013/CÍVEL 
 
 4 
ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 
PODER JUDICIÁRIO 
TRIBUNAL DE JUSTIÇA 
Art. 75. O ocupante do cargo de diretor de estabelecimento 
deverá satisfazer os seguintes requisitos: 
I - ser portador de diploma de nível superior de Direito, ou 
Psicologia, ou Ciências Sociais, ou Pedagogia, ou Serviços 
Sociais; 
 
Dispondo em sentido contrário, a Lei Estadual n. 9.228/91, que 
prevê a possibilidade da assunção da função de direção de estabelecimento 
penal, a servidores que detenham somente escolaridade do 2º grau 
completo, ou equivalente. 
Todavia, a referida legislação estaria em desacordo com o 
constante no art. 24, inciso I, §§ 1º a 4º, da Constituição Federal: 
 
Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal 
legislar concorrentemente sobre: 
I - direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e 
urbanístico; 
(...) 
§ 1º No âmbito da legislação concorrente, a 
competência da União limitar-se-á a estabelecer normas 
gerais. 
§ 2º A competência da União para legislar sobre normas 
gerais não exclui a competência suplementar dos Estados. 
§ 3º Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os 
Estados exercerão a competência legislativa plena, para 
atender a suas peculiaridades. 
§ 4º A superveniência de lei federal sobre normas gerais 
suspende a eficácia da lei estadual, no que lhe for contrário. 
 
Assim, deve ser provocada a declaração de 
inconstitucionalidade do art. 7º da Lei Estadual n. 9.228/91, determinada a 
remessa do processo ao colendo Órgão Especial desta Corte, na 
conformidade do art. 209 do Regimento Interno deste Tribunal e da Súmula 
Vinculante nº 10 do STF
1
. 
 
1
 Súmula Vinculante 10 
 
 
 
 
 
 
JLRA 
Nº 70055118368 (N° CNJ: 0236463-93.2013.8.21.7000) 
2013/CÍVEL 
 
 5 
ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 
PODER JUDICIÁRIO 
TRIBUNAL DE JUSTIÇA 
Do exposto, sendo a questão em destaque prejudicial à 
análise do pedido de fundo por este Colegiado, impõe-se o exame do tema 
pelo Tribunal Pleno desta Corte de Justiça, mediante seu Órgão Especial, 
nos termos do art. 481, do CPC, e art. 209, do RITJRGS. 
 
 
DES. EDUARDO UHLEIN (REVISOR) - De acordo com o(a) Relator(a). 
DES. ALEXANDRE MUSSOI MOREIRA (PRESIDENTE) - De acordo com 
o(a) Relator(a). 
 
DES. ALEXANDRE MUSSOI MOREIRA - Presidente - Apelação Cível nº 
70055118368, Comarca de Porto Alegre: "À UNANIMIDADE, SUSCITARAM 
INCIDENTE DE INCONSTITUCIONALIDADE AO ÓRGÃO ESPECIAL 
DESTE TRIBUNAL DE JUSTIÇA." 
 
 
Julgador(a) de 1º Grau: LILIAN CRISTIANE SIMAN 
 
Viola a cláusula de reserva de plenário (CF, artigo 97) a decisão de órgão fracionário de tribunal 
que, embora não declare expressamentea inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do poder 
público, afasta sua incidência, no todo ou em parte. 
Fonte de Publicação DJe nº 117 de 27/6/2008, p. 1. 
DOU de 27/6/2008, p. 1.

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