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Filosofia, Comunicação e Ética
Denise Henrique Mafra
27/03/2018
Capítulo 6 - 1ª parte: O que é globalização
ARANHA, Maria Lúcia de Arruda & MARTINS, Maria Helena Pires. Temas de Filosofia. 3a ed. São Paulo: Moderna, 2005.
O que é globalização?
As sociedades tradicionais mudam muito lentamente, o que permite as novas gerações a adaptação segura a herança recebida. A extrema rapidez das mudanças, porém, tem nos deixado perplexos. 
Na sociedade contemporânea, as noticias não chegam como antigamente, no "lombo dos burros"; ao contrário, podem se disseminar instantaneamente por todo o globo, pelas infovias. 
Do mesmo modo, as crenças solidificadas perdem a força que dava segurança as decisões importantes, enquanto a diversidade das culturas oferece a possibilidade de adesão a ideias mais díspares, colocando em xeque a visão de mundo com aspirações a "verdade absoluta".
Vivemos o tempo da globalização, como se o mundo fosse uma grande aldeia.
Globalização: "pode ser definida como a intensificação das relações sociais em escala mundial, que ligam local idades distantes de tal maneira que acontecimentos locais são modelados por eventos ocorrendo a muitas milhas de distancia e vice-versa." 
(Anthony Giddens)
A sociedade em rede
Essa transformação radical ocorrida nas ultimas décadas deve-se, principalmente, ao impacto das novas tecnologias eletroeletrônicas, que revolucionaram os meios de comunicação de massa, tais como radio, televisão, vídeo, jornal, revistas de grande circulação, redes informatizadas como a internet etc. 
Os novos meios são responsáveis pela rápida e ampla difusão da informação, ao mesmo tempo que trazem o risco de massificar e homogeneizar, podendo descaracterizar as culturas tradicionais e diluir as diferenças individuais. 
Desde o final dos anos de 1960 e meados de 1970, teve inicio a revolução da tecnologia da informação, inaugurando o mundo novo da sociedade em rede. O sociólogo catalão Manuel Castells cita alguns exemplos de redes, com seus conjuntos de nos interconectados, em que cada nó depende do tipo de rede em que se encontram.
 Rede dos fluxos financeiros globais: mercados de bolsas de valores e suas centrais de serviços auxiliares.
• Rede global da nova mídia: sistemas de TV, estúdios de entretenimento, meios de computação gráfica, equipes para cobertura jornalística e equipamentos moveis. 
• Rede politica que governa a união europeia: conselhos nacionais de ministros e comissários europeus. 
• Rede de tráfico de drogas campos de coca e de papoula, laboratórios clandestinos, pistas de aterrissagem secretas, gangues de rua e instituições financeiras para lavagem de dinheiro. 
Uma nova sociedade
As grandes descobertas tecnológicas no campo da automação, da robótica e da microeletr6nica transformaram radicalmente não só as fabricas, como o setor de serviços, a cidade e o campo, as residências, os transportes e a comunicação 
A influência esmagadora da mídia e da informática no cotidiano das pessoas faz mudar a maneira de sentir e de pensar, devido ao predomínio da imagem e da informação abundante e fragmentada, fatores que provocam inclusive alterações na percepção de tempo e de espaço.
No mundo do trabalho muitos conceitos se alteraram, a ampliação significativa do setor de serviços, acelerada pelo refinamento da sociedade informatizada, deslocou cada vez mais o núcleo das atividades para a região urbana.
Uma nova sociedade
Nas fábricas, a produção em massa, típica da rigidez do fordismo, tem sido substituída pela exigência de maior flexibilidade, que não só evita a padronização dos produtos, como também requer um trabalhador com formação abrangente, capaz de se readaptar com rapidez a condições sempre diferentes. 
Para tanto, será preciso uma educação que estimule a iniciativa, a capacidade de decisão, a criatividade e a disponibilidade para o novo. 
Do ponto de vista econômico, na maior parte do globo predomina o modo de produção capitalista. Com a queda do Muro de Berlim, em 1989, e a adesão de muitos países socialistas a economia de mercado, viu-se fortalecido o neoliberalismo, bem como os mecanismos do capital transnacionalizado. 
Política e globalização
Ainda que as nações mantenham sua soberania e não desapareçam no mundo que se globaliza, cada vez mais existem instituições intergovernamentais interessadas em restabelecer o equilíbrio de forças, posta em perigo pelos países mais poderosos. 
Esse "fórum" mundial não se restringe aos poderes governamentais constituídos, mas está aberto também aos representantes dos variados grupos representativos da sociedade civil, que lutam por bandeiras as mais diversas - ecologia, direitos humanos e emancipação dos excluídos do poder, como mulheres, negros e gays - e extravasam as fronteiras nacionais com reivindicações em termos mundiais. 
 No que se refere estritamente a questão da globalização, são inúmeros os movimentos de oposição, ou pelo menos de reivindicação, de uma globalização alternativa, mais democrática e menos excludente.
Política e globalização
Outro setor em que notamos mudanças fantásticas é o das relações interpessoais. 
0 comportamento dos indivíduos, suas expectativas e os padrões de socialização também foram profundamente alterados com a globalização em curso. 
Não só devido as transformações já referidas, que interferem na vida de cada um de nós, mas, segundo o jurista e filósofo italiano Norberto Bobbio, graças a maior das revoluções silenciosas de nossos tempos, que, foi a transformação das relações entre os sexos, isto é, da relação de gêneros. 
É também essa a opinião do historiador Eric Hobsbawm, quando diz que no século XX ocorreu uma profunda:
"Revolução moral e cultural, uma dramática transformação das convenções de comportamento social e pessoal. As mulheres foram cruciais nessa revolução cultural que girou em torno das mudanças na família tradicional e nas atividades domésticas de que as mulheres sempre tinham sido o elemento central". 
"Vejo sinais de uma recomposição da família, a medida que milhões de homens parecem estar prontos para desistir de seus privilégios e trabalhar ao lado das mulheres, para encontrar novas formas de amar, compartilhar e ter filhos. Na verdade, acredito que a reconstrução das famílias sob formas igualitárias seja o alicerce necessário para a reconstrução da sociedade pela base. 
(...) A mudança mais fundamental das relações de experiência na era da informação e sua passagem para um padrão de interação social construído sobretudo pela experiência real da relação. Hoje em dia, as pessoas mais produzem formas de sociabilidade que seguem modelos de comportamento." 
(Manuel Castells)
A cultura diante dos processos de globalização
O processo de globalização cultural é fortemente marcado pela divulgação dos valores da indústria cultural ocidental, principalmente da norte-americana. 
Ou seja: como na economia e na politica, os processos de globalização não são simétricos, não são abertos para todos, de modo igualitário. Pelo contrário, dão oportunidades para que o poder dos países centrais se exerça, alargando mercados, trazendo novos valores, modos de vida, sonhos de consumo. 
Boaventura de Sousa Santos chama de localismo globalizado quando determinado fenômeno cultural local e globalizado com sucesso. É o caso da expansão da língua inglesa da difusão do fast food como modo de alimentação, não só em metrópoles, mas também nas pequenas cidades; dos padrões do cinema comercial de Hollywood, que também promove o "modo americano de viver" desde o final da segunda guerra mundial; dos padrões de música popular; dos parques temáticos etc. 
O que se globaliza, nesse caso, é a cultura dos vencedores, que valorizam as manifestações culturais dos países centrais em detrimento da cultura dos lugares periféricos. A vitória traz a possibilidade de ditar os termos da integração, da competição e da exclusão, e aquilo que era próprio de um local e universalizado, permitindo-se até a inclusão de culturasdiferentes, mas somente como subalternas e alternativas.
O segundo modo de produzir a globalização, ainda de acordo com Boaventura Santos, denominado de globalismo localizado, é a contrapartida e o complemento do anterior, agora visto a partir da ótica das culturas periféricas. 
E o impacto produzido pelas práticas e pelos imperativos transnacionais decorrentes dos localismos globalizados sobre as condições locais. 
As culturas locais são desintegradas, porque a tradição é desestruturada e, eventualmente, reestruturada sob a forma de inclusão subalterna: podemos citar o uso turístico de sítios históricos, cerimônias religiosas, do artesanato, da natureza e da vida selvagem que devem ser restaurados, equipados e estruturados segundo os padrões e as expectativas dos turistas internacionais.
As consequências da globalização da cultura - algumas positivas e outras negativas - são bastante variadas. 
Do lado positivo, há hoje uma facilidade de se conhecer outras culturas, seja por meio do turismo; dos restaurantes que oferecem culinária de diversos países; dos filmes de diferentes origens - como os indianos, iranianos, argentinos, suecos, espanhóis, irlandeses e outros, que fogem do padrão do cinema comercial norte-americano -; da televisão por assinatura, que oferece programas de e sobre vários países, etnias, usos e costumes de locais e comunidades remotas; sem esquecer que também se editam livros de autores do mundo todo em todo o mundo. 
Do lado negativo, a consequência mais discutida é a possibilidade de que a cultura mundial seja homogeneizada, isto é, que haja o nivelamento de todos os produtos culturais, uma vez que seriam produzidos por um mesmo sistema técnico, para atender ao mercado planetário.
Segundo 0 soci610go Renato Ortiz4, 0 processo de homogeneização também pode ser visto sob duas 6ticas: a otimista e a pessimista. Na visão otimista, 0 isolamento entre os seres humanos de diversas partes do mundo seria rompido, levando ao reconhecimento mutuo e a comunhão. Na visão pessimista, traria a padronização da conduta e a sociedade apresentaria uma face unidimensional, consumindo os mesmos objetos simbólicos (moda, cinema, literatura, culinária, musica etc.) para suprir suas necessidades e seus desejos. 
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Para resolver o conflito entre esses pontos de vista, o sociólogo Renato Ortiz propõe que a globalização seja vista como transversalidade algo que atravessa a cultura local, regional e nacional. 
A cultura mundializada não existe apenas como ideologia, mas se materializa no cotidiano dos indivíduos que compartilham os mesmos interesses, as mesmas necessidades, o mesmo imaginário.
 Nesse sentido, não se cria a unidimensionalidade, mas se dá espaço para a manifestação da multiplicidade cultural, em que as reivindicações locais específicas convivem com a produção global, que não pertence àquele território geográfico. 0 particular continua existindo, porém envolto por uma trama que conecta as partes em um todo mais amplo. 
E necessario destacar que a transversalidade nao elimina 0 fato de que a cultura global aspira a um lugar de dominagao e pressupoe acomodagoes e conflitos peculiares a cada caso. Não sendo um processo homogêneo, a sua influencia pode ser maior ou menor, dependendo da forga da cultura local para responder as necessidades da comunidade, do acesso a informação de outras partes do mundo e do acesso aos meios de comunicação.
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Por uma globalização alternativa
Vivemos hoje um tipo de globalização comandado pelas forças do capitalismo neoliberal, que, apesar de ser um sistema econômico capaz de produzir riqueza e acelerar a progresso, com significativo poder político, mostrou-se incapaz de distribuí-la de maneira justa, o mundo sofre com problemas como fome, mortalidade infantil, falta de saneamento básico devido a concentração de renda e de terras nas mãos de poucos.
Além disso, em nome das forças econômicas, as países se mantêm insensíveis - ou reagem muito lentamente - aos apelos dos movimentos ecológicos que denunciam as agressões ao equilíbrio da natureza. Não por acaso, também a poluição é um fenômeno global: as chuvas ácidas que ocorriam na Suécia e na Noruega na década de 1960, prejudicando a criação de salmões e trutas, resultavam da emissão de gases de indústrias da Inglaterra e da Alemanha. 
Outro exemplo é a da formação do buraco na camada de ozônio da estratosfera, provocado par certos gases usados na fabricação de refrigeradores e que muitas indústrias resistiam a substituir.
o descontentamento com a descompasso entre meios e fins, em que a mercado e mais importante que a ser humano, estimula a cria<;ao de grupos ecologicos desde ha algum tempo. Em 1996, no Mexico, um movimento antiglobaliza<;ao ocorreu no Primeiro Encontro Internacional pela Humanidade e contra a Neoliberalismo.
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 A fenômeno da globalização trouxe transformações e impactos tanto positivos quanta negativos, que podemos ver com otimismo ou pessimismo. Tudo dependerá de como as forças com interesses antagônicos se confrontem, para que possamos garantir a esperança de que um outro mundo melhor seja possível.

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