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SANEAMENTO BÁSICO Prof. Msc. Fábio Maurício Corrêa RESÍDUOS SÓLIDOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL • Em termos quantitativos, esses resíduos correspondem a algo em torno de 50% do peso dos resíduos sólidos urbanos coletados. • Estima-se que a cada 1 m2 construído, 150 kg de resíduos sejam gerados, ou seja, qualquer construção de 250 m2 acarreta na remoção de dez caçambas de resíduos. Disposição irregular de RCC às margens do córrego Macambira. Fonte França (2006) Grande volume de RCC depositado em área de proteção ambiental do Rio Meia Ponte. Fonte França (2006) Britador da Prefeitura de Goiânia (2002) Obs: desativado IMPACTOS IMPACTOS RESOLUÇÃO CONAMA nº 307, de 5 de julho de 2002 Art. 1o Estabelecer diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão dos resíduos da construção civil, disciplinando as ações necessárias de forma a minimizar os impactos ambientais. Art. 2o Para efeito desta Resolução, são adotadas as seguintes definições: I - Resíduos da construção civil: são os provenientes de construções, reformas, reparos e demolições de obras de construção civil, e os resultantes da preparação e da escavação de terrenos, tais como: tijolos, blocos cerâmicos, concreto em geral, solos, rochas, metais, resinas, colas, tintas, madeiras e compensados, forros, argamassa, gesso, telhas, pavimento asfáltico, vidros, plásticos, tubulações, fiação elétrica etc., comumente chamados de entulhos de obras, caliça ou metralha. Art. 3o Os resíduos da construção civil deverão ser classificados, para efeito desta Resolução, da seguinte forma: I - Classe A - são os resíduos reutilizáveis ou recicláveis como agregados, tais como: a) de construção, demolição, reformas e reparos de pavimentação e de outras obras de infra-estrutura, inclusive solos provenientes de terraplanagem; b) de construção, demolição, reformas e reparos de edificações: componentes cerâmicos (tijolos, blocos, telhas, placas de revestimento etc.), argamassa e concreto; c) de processo de fabricação e/ou demolição de peças pré-moldadas em concreto (blocos, tubos, meio-fios etc.) produzidas nos canteiros de obras; II - Classe B: são os resíduos recicláveis para outras destinações, tais como: plásticos, papel/papelão, metais, vidros, madeiras, gesso (Res. 431/2011) e outros; III - Classe C: são os resíduos para os quais não foram desenvolvidas tecnologias ou aplicações economicamente viáveis que permitam a sua reciclagem/recuperação; Ex: resíduo não reciclável misturado, ou contaminado não passível de separação IV - Classe D: são resíduos perigosos oriundos do processo de construção, tais como tintas, solventes, óleos e outros ou aqueles contaminados ou prejudiciais à saúde oriundos de demolições, reformas e reparos de clínicas radiológicas, instalações industriais e outros, bem como telhas e demais objetos e materiais que contenham amianto ou outros produtos nocivos à saúde. Art. 5o É instrumento para a implementação da gestão dos resíduos da construção civil o Plano Integrado de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil, a ser elaborado pelos Municípios e pelo Distrito Federal, o qual deverá incorporar: I - Programa Municipal de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil; e II - Projetos de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil. Art. 9o Os Projetos de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil deverão contemplar as seguintes etapas: I - caracterização: nesta etapa o gerador deverá identificar e quantificar os resíduos; II - triagem: deverá ser realizada, preferencialmente, pelo gerador na origem, ou ser realizada nas áreas de destinação licenciadas para essa finalidade, respeitadas as classes de resíduos estabelecidas no art. 3o desta Resolução; III - acondicionamento: o gerador deve garantir o confinamento dos resíduos após a geração até a etapa de transporte, assegurando em todos os casos em que seja possível, as condições de reutilização e de reciclagem; IV - transporte: deverá ser realizado em conformidade com as etapas anteriores e de acordo com as normas técnicas vigentes para o transporte de resíduos; V - destinação: deverá ser prevista de acordo com o estabelecido nesta Resolução. Art. 10° Os resíduos da construção civil deverão ser destinados das seguintes formas: I - Classe A: deverão ser reutilizados ou reciclados na forma de agregados, ou encaminhados a áreas de aterro de resíduos da construção civil, sendo dispostos de modo a permitir a sua utilização ou reciclagem futura; II - Classe B: deverão ser reutilizados, reciclados ou encaminhados a áreas de armazenamento temporário, sendo dispostos de modo a permitir a sua utilização ou reciclagem futura; III - Classe C: deverão ser armazenados, transportados e destinados em conformidade com as normas técnicas específicas; IV - Classe D: deverão ser armazenados, transportados, reutilizados e destinados em conformidade com as normas técnicas específicas. ESTRATÉGIAS DE GERENCIAMENTO ESTRATÉGIAS DE GERENCIAMENTO É melhor prevenir evitando a geração, do que remediar. SEGREGAÇÃO RESOLUÇÃO 307 (CONAMA, 2002) Art. 4o não geração; a redução; Reutilização reciclagem destinação final. § 1º não poderão ser dispostos em; aterros de resíduos domiciliares; em áreas de “ bota fora”; em encostas; corpos d`água; lotes vagos; em áreas protegidas por Lei. 1ª Geração: - Ident. das Fontes - Minimização; - Quantificação; - Classificação (caract). 2ª Segregação 3ª Manuseio 4ª Acondicionamento e armazenamento 5ª Transporte (interno/externo) 6ª Tratamento 7ª Disposição Final 8ª Treinamento de pessoal 9ª Inspeção/Manutenção 10ª Procedimentos de emergência Etapas do plano de gestão REUSO E RECICLAGEM DE MATERIAIS NO LOCAL • Reutilizar os rejeitos • Implantar coleta seletiva Trabalhar com paginação de revestimento de paredes, pisos e forros; • Projetar formas que tenham uma vida útil maior; • Elaborar plano de corte de madeiras REFORMULAR OU REDESENHAR PRODUTOS USO DA ÁGUA - ONDE PODE SER REDUZIDO? Operações de limpeza Processos Umificação de formas de madeira Irrigação de lajes e peças de concreto Jardinagem Despoeiramento de áreas e vias USO DA ENERGIA – chuveiro – ar condicionado – iluminação – máquinas e equipamentos FORMAS DE EVITAR O DESPERDÍCIO • Comparação entre a argamassa industrializada e a virada em obra • Reduzir a diferença entre o que é projetado e o que é executado • Minimizar a geração de resíduo de azulejo através da paginação • Minimizar o desperdício de madeira na etapa de estrutura – forma e desforma das lajes • Minimizar o desperdício de tijolos na etapa de alvenaria • Aproveitamento das embalagens de tinta para a reciclagem COLETA SELETIVA SEGREGAÇÃO SEGREGAÇÃO NBR15112/2004 Resíduos da construção civil e resíduos volumosos - Áreas de transbordo e triagem – Diretrizes para projeto, implantação e operação. Páginas: 7 NORMAS DA ABNT NBR15113/2004 Resíduos sólidos da construção civil e resíduos inertes - Aterros - Diretrizespara projeto, implantação e operação. Páginas: 12 NBR15114/2004 Resíduos sólidos da construção civil - Áreas de reciclagem - Diretrizes para projeto, implantação e operação. Páginas: 7 NBR15116/2004 Agregados reciclados de resíduos sólidos da construção civil - Utilização em pavimentação e preparo de concreto sem função estrutural – Requisitos. Páginas: 12 NBR15115/2004 Agregados reciclados de resíduos sólidos da construção civil - Execução de camadas de pavimentação – Procedimentos. Páginas: 10 COMO ELABORAR UM PROJETO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL (PGRCC) Identificação do Empreendedor: - Pessoa Jurídica: • Razão Social • Nome Fantasia • Endereço Completo • CNPJ • Alvará • Responsável Legal pela Empresa (nome, CPF, telefone, fax e e-mail) Responsável Técnico pela Obra: • Nome • Endereço Completo • CPF • Telefone/Fax • E-mail • CREA RESPONSÁVEL TÉCNICO PELA ELABORAÇÃO DO PGRCC: O PGRCC deve ser elaborado por um profissional ou equipe técnica devidamente habilitada nas áreas de: Engenharia Civil, Engenharia de Produção Civil, Engenharia Ambiental, Engenharia Química, Engenharia Sanitária, Arquitetura, com inscrição no Conselho de Classe referido • Nome • Endereço Completo • Telefone/Fax • E-mail • Inscrição no Conselho de Classe RESPONSÁVEL TÉCNICO PELA IMPLEMENTAÇÃO DO PGRCC: • Nome • Formação Profissional • Inscrição no Conselho de Classe Obs: apontar, conforme dados acima, os demais integrantes no caso de equipe técnica responsável pela implementação do PGRCC. Caracterização do Empreendimento: •Localização: endereço completo; •Caracterização do Sistema Construtivo (descrever de maneira sucinta as características predominantes da obra) ou processo de demolição; •Apresentação da Planta Arquitetônica de Implantação, incluindo o canteiro de obras, área total do terreno, área de projeção da construção e área total construída; •Número total de trabalhadores, incluindo os terceirizados; •Cronograma de Execução da Obra. Caracterização dos resíduos: Deverá ser estimado o volume de RCC em m³, por classe, tipo e etapa de obra. No caso de construção, deverão ser utilizadas, no mínimo, as seguintes etapas construtivas: - Serviços Gerais/Administração, - Instalação do Canteiro de Obras, - Fundação, - Estrutura, - Fechamento das Alvenarias, - Instalações Prediais e - Revestimento. No caso de demolição, o Gerador deverá descrever as etapas que serão utilizadas para o processo de demolição . Os RCC deverão ser identificados e classificados conforme as Resoluções CONAMA nº 307/2002 e nº 348/2004: Triagem dos resíduos: O gerador deverá descrever os procedimentos adotados quanto à segregação do RCC, a qual deverá ser feita preferencialmente na origem e de acordo com a sua classe. Deverá ser apresentado um croqui que identifique no projeto do canteiro de obras local apropriado para o processo de triagem dos resíduos, o que facilitará a sua remoção e encaminhamento à destinação escolhida. Acondicionamento dos resíduos: Informar o sistema adotado para acondicionamento de RCC para cada classe de resíduo, identificando as características construtivas do mesmo (dimensões e volume). Os locais de armazenamento devem ser escolhidos de modo a facilitar a coleta para o transporte, sem prejudicar o andamento das atividades do empreendimento. Deverão ser identificados de forma a evitar a mistura de resíduos de classes diferentes. Transporte dos resíduos: A transportadora deverá ser identificada, por classe de resíduo e ser devidamente cadastrada e licenciada pelo órgão ambiental competente Deverá constar o volume estimado a ser transportado por cada empresa. Destinação Final: Deverão ser indicadas as áreas de destinação para cada classe ou tipo de resíduo, devidamente autorizadas e licenciadas pelo órgão ambiental competente, apresentando as seguintes informações: • Razão Social • Nome Fantasia • Endereço Completo • CNPJ • Responsável Legal pela Empresa (nome, CPF, telefone, fax e e-mail) • Nº da autorização do órgão ambiental competente Plano de Capacitação O Gerador deverá descrever as ações de sensibilização e educação ambiental para os trabalhadores da construção, visando atingir as metas de minimização, reutilização e segregação dos resíduos sólidos na origem bem como seus corretos acondicionamentos, armazenamento e transporte. Cronograma de Implementação do PGRCC Deverá ser apresentado um cronograma de implementação do PGRCC para todo o período do empreendimento. PRODUÇÃO DE RESÍDUOS RSCCD * ESTIMA-SE QUE PARA CADA 1,0 M2 CONSTRUÍDO, GERA-SE 150 KG. SINDUSCON-SP – 2005. DISTRIBUIÇÃO DOS RESÍDUOS POR CLASSE EXERCÍCIO Dado uma obra de 04 pavimentos tipo residencial com área 568,00m2 determinar o volume de RSCCD gerados e sua composição. 1- Geração de resíduos: 568m2x150Kgf/m2= 85.200Kgf 2. Caçambas de 5000Kg, tara de 1.000Kg 85.200/4000= 21,3 caçambas = 24 caçambas de 5,0T 3. Serão necessários 24 caçambas de 5,0T. 4. Composição: Classe A= 14 Caçambas(60%) Classe B= 5 Caçambas(20%) Classe C= 2,5 Caçambas(10%) Classe D= 2,5 Caçambas(10%)
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