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Arthur Rosinski do Nascimento Teoria das estruturas II Catalogação elaborada pelo Setor de Referência da Biblioteca Central UNIUBE Nascimento, Arthur Rosinski do. N17t Teoria das estruturas II / Arthur Rosinski do Nascimento. – Uberaba: Universidade de Uberaba, 2016. 213 p. : il. Programa de Educação a Distância – Universidade de Uberaba. ISBN: 978-85-7777-568-2 1. Teoria das estruturas. 2. Estruturas estaticamente indeterminadas. I. Universidade de Uberaba. Programa de Educação a Distância. II. Título. CDD 624.171 © 2017 by Universidade de Uberaba Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de sistema de armazenamento e transmissão de informação, sem prévia autorização, por escrito, da Universidade de Uberaba. Universidade de Uberaba Reitor Marcelo Palmério Pró-Reitor de Educação a Distância Fernando César Marra e Silva Coordenação de Graduação a Distância Sílvia Denise dos Santos Bisinotto Editoração e Arte Produção de Materiais Didáticos-Uniube Projeto da capa Agência Experimental Portfólio Edição Universidade de Uberaba Av. Nenê Sabino, 1801 – Bairro Universitário Arthur Rosinski do Nascimento Possuo graduação em Engenharia Civil pela Universidade Estadual de Maringá (2011). Sou especialista em Gerenciamento de Projetos pela Universidade Estadual de Maringá (2013). Atualmente, estou cursando mestrado em Engenharia Civil, na área de Estruturas, pela Universidade estadual de Maringá (início em 2015). Sobre o autor Sumário Capítulo 1 Apresentação do método dos deslocamentos ...............9 1.1 Método dos deslocamentos ............................................................................. 11 1.1.1 Exemplo de aplicação 1 (MARTHA, 2010) ............................................ 19 Capítulo 2 Método dos deslocamentos com simplificações de deslocabilidades................................................................................29 2.1 Simplificações de deslocabilidades ................................................................. 30 2.1.1 Exemplo de aplicação 2 (SUSSEKIND, 1987) ...................................... 40 2.1.2 Exemplo de aplicação 3 (SORIANO, 2006) .......................................... 48 Capítulo 3 Método dos deslocamentos aplicado em pórticos planos .....59 3.1 Exemplos de aplicação em pórticos planos .................................................... 60 3.1.1 Exemplo de aplicação 4 (MARTHA, 2010) ............................................ 60 Capítulo 4 Método dos deslocamentos aplicado em grelhas .........81 4.1 Método dos deslocamentos aplicado em grelhas ........................................... 82 4.1.1 Incógnitas do problema .......................................................................... 82 4.1.2 Número de incógnitas – Deslocabilidade interna .................................. 83 4.1.3 Número de incógnitas – Deslocabilidade externa ................................. 84 4.1.4 Grandezas Fundamentais ...................................................................... 84 4.1.5 Exemplo de aplicação 5 (MARTHA, 2010) ............................................ 85 4.1.6 Exemplo de aplicação 6 (SUSSEKIND, 1987) ...................................... 98 Capítulo 5 Método dos deslocamentos aplicados em barras inclinadas e barras com rigidez infinita .............................................115 5.1 Método dos deslocamentos aplicado a barras inclinadas .............................. 116 5.1.1 Exemplo de aplicação 7 (MARTHA, 2010) ............................................ 117 5.2 Método dos deslocamentos aplicado a barras infinitamente rígidas .............. 127 Capítulo 6 Método dos deslocamentos aplicado em estruturas com deslocamentos prescritos .................................................................139 6.1 Método dos deslocamentos aplicado em estruturas com deslocamentos prescritos ................................................................................................................ 140 6.1.1 Exemplo de aplicação 9 (OLIVEIRA JÚNIOR) ...................................... 141 6.1.2 Exemplo de aplicação 10 (OLIVEIRA JÚNIOR) .................................... 152 Capítulo 7 Processo de cross ..........................................................165 7.1 Processo de cross ........................................................................................... 166 7.1.1 Exemplo de aplicação 11 (SORIANO, 2006) ......................................... 178 7.1.2 Exemplo de aplicação 12 (SORIANO, 2006) ........................................ 183 Capítulo 8 Introdução à análise matricial de estrutura – método da rigidez direta ......................................................................................189 8.1.1 Sistema de Coordenadas Generalizadas .............................................. 191 8.1 Método da rigidez direta .................................................................................. 191 8.1.2 Matriz de rigidez de uma barra no sistema local ................................... 192 8.1.3 Matriz de rigidez local no sistema global ............................................... 195 8.1.4 Montagem da matriz de rigidez global ................................................... 198 8.1.5 Montagem das cargas nodais combinadas no vetor das forças generalizadas globais...................................................................................... 203 8.1.6 Imposição de equilíbrio aos nós isolados .............................................. 208 8.1.7 Consideração das condições de apoio .................................................. 209 CONCLUSÃO ........................................................................................................ 212 REFERÊNCIAS ..................................................................................................... 213 As estruturas hiperestáticas são estruturas indeterminadas utilizan- do-se somente as equações da estática. Portanto, a análise destas estruturas é feita utilizando técnicas mais elaboradas para que se possam calcular todas as variáveis do problema. O estudo das estruturas estaticamente indeterminadas é o conteúdo que vem na sequência das estruturas isostáticas e resistência dos materiais, pois os grandes métodos de aná- lises de estruturas usam estruturas auxiliares isostáticas na qual é possível o cálculo das deformações para nas superpo- sições de forças ou deslocamentos obter resultados da es- trutura real. Desta forma, torna-se imprescindível que o leitor tenha conhecimentos básicos destas disciplinas. Os dois principais métodos de análise são o Método das Forças e o Método dos Deslocamentos. Este conjunto de capítulos tem a intenção de apresentar o segundo método apresentado anterior- mente. Tal método, por sua simplicidade e única forma de solução, tem sido muito utilizado em análises de estruturas feitas tanto ma- nualmente, quanto por computadores. Assim, a sequência dos assuntos abordados neste material está apresentada a seguir. O primeiro capítulo apresentará os principais conceitos na qual se baseia o Método dos Deslocamentos, sendo este, um método de análise de estruturas hiperestáticas. Apresentação O Capítulo II apresentará as simplificações permitidas nas estru- turas para facilitar a análise manual, podendo assim, o engenhei- ro avaliar o comportamento das estruturas rapidamente mediante cálculos simples apresentando exemplos de vigas hiperestáticas resolvidas. O terceiro capítulo demonstrará um exemplo de análise peloMétodo dos Deslocamentos de pórtico plano. O quarto capítulo exporá as considerações que devem ser feitas para a análise de estruturas do tipo grelha pelo Método dos Deslo- camentos, utilizando-se de vários exemplos resolvidos para fixação do assunto. O quinto capítulo fará a análise de estruturas planas que possuem barras inclinadas ou com rigidez muito elevadas, po- dendo considerá-las rígidas. No Capítulo VI serão expostos exemplos de análise de estruturas hi- perestáticas que estão submetidas a recalques de apoios. O Capítulo VII abordará o Processo de Cross, técnica de análise que utiliza os conceitos do Método dos Deslocamentos para o cálculo manual de estruturas sem o uso de equações de equilíbrio, consistindo em um método iterativo de análise estrutural. E no último capítulo, será exi- bido o Método da Rigidez Direta, ou Análise Matricial de Estruturas, desenvolvido para a implementação computacional que trata ampla- mente as estruturas hiperestáticas, com todos os seus graus de liber- dade, sem a consideração das possíveis simplificações e com suas restrições de deslocamentos impostos pelos apoios. Arthur Rosinski do Nascimento Introdução Apresentação do método dos deslocamentos Capítulo 1 Este capítulo foi desenvolvido conforme teorias e exemplos de aplicação apresentados nos livros de Martha (2010) e Soriano (2006), feitas as devidas considerações do autor deste material. A análise estrutural é a etapa do projeto estrutural em que é feita a idealização do comportamento da estrutura. De uma maneira geral, ela tem como objetivo a determinação de esforços internos e externos, e das correspondentes tensões, bem como a determinação dos deslocamentos e correspondentes deformações da estrutura que está sendo projetada. As metodologias de cálculo são procedimentos matemáticos que resultam das hipóteses adotadas na concepção do modelo estrutural. As condições matemáticas que o modelo estrutural tem que satisfazer para representar adequadamente o comportamento da estrutura real podem ser dividas nos seguintes grupos: • Condições de equilíbrio; • Condições de compatibilidade entre deslocamentos e deformações; • Condições sobre o comportamento dos materiais que compõem a estrutura. A imposição destas condições é a base dos métodos da análise estrutural, isto é, as formas como essas condições 10 UNIUBE • Revisar o conteúdo de análise de estruturas isostáticas pelo Princípio dos Deslocamentos Virtuais, a fim de, ao concluir a disciplina, o (a) aluno(a) poder ter condições de avaliar qualquer estrutura, seja ela isostática ou hiperestática; • Apresentar alguns conceitos fundamentais do Método dos Deslocamentos; • Organizar a metodologia para avaliação de uma estrutura hiperestática qualquer; • Compreender, mediante exemplos de cálculo o uso do Método dos Deslocamentos. • Método dos Deslocamentos • Exemplo de aplicação 1 Objetivos Esquema são impostas definem as metodologias dos chamados Métodos Básicos da Análise de Estruturas: Método das Forças e Método dos Deslocamentos. Este capítulo está direcionado para a análise de estruturas reticuladas hiperestáticas, por meio do Método dos Deslocamentos, e parte do princípio que você, aluno(a), tenha conhecimentos de análise de estruturas isostáticas e resistência dos materiais. UNIUBE 11 Método dos deslocamentos1.1 A metodologia de análise do método consiste em “somar uma série de soluções básicas (chamadas de casos básicos) que satisfazem as condições de compatibilidade, mas não satisfazem as condi- ções de equilíbrio da estrutura original, para na superposição, res- tabelecer as condições de equilíbrio” (MARTHA, 2010, p.299). Figura 1 – Configuração deformada de um pórtico plano forma- da pela superposição de configurações deformadas elementares Fonte: Martha (2010, p.300) Na Figura 1, a configuração deformada elementar do caso (0) iso- la o efeito da solicitação externa (carregamento), sendo que essa configuração deformada é tal que os nós (extremidades das bar- ras) da estrutura apresentam deslocamentos e rotações nulos. A configuração deformada nesse caso corresponde à situação de engastamento perfeito da viga (barra horizontal) devida à carga 12 UNIUBE uniformemente distribuída aplicada. As demais configurações de- formadas mostradas nessa figura, dos casos (1) a (7), correspon- dem a imposições de deslocamentos e rotações nodais isolados. A superposição de configurações deformadas mostrada na Figura 1 indica que a configuração deformada final de uma estrutura re- ticulada pode ser parametrizada pelas componentes de desloca- mentos e rotações dos nós da estrutura. Com base nisso, a seguinte definição é feita: “Deslocabilidades são as componentes de deslocamentos e rotações nodais que estão livres, isto é, que devem ser conhecidas para determinar a configu- ração deformada de uma estrutura” (MARTHA, 2010, p.300). O modelo estrutural utilizado nos casos básicos é o de uma es- trutura cinematicamente determinada obtida a partir da estrutura original pela adição de vínculos na forma de apoios fictícios. Esse modelo é chamado de Sistema Hipergeométrico (SH). Os apoios fictícios adicionados à estrutura para impedir as deslocabili- dades são numerados de acordo com a numeração das deslocabilida- des, isto é, o apoio 1 impede a deslocabilidade D1, e assim por diante. Figura 2 - Sistema Hipergeométrico do pórtico plano da Figura 1 Fonte: Martha (2010, p.301) UNIUBE 13 O sistema hipergeométrico é utilizado para isolar as diversas com- ponentes cinemáticas da estrutura, isto é, isolar os efeitos de cada uma de suas deslocabilidades. A base da discretização do problema analítico-estrutural pelo método dos deslocamentos está na existência de soluções fundamentais para barras isoladas. Estas soluções baseiam-se no fato de que, conhe- cendo a configuração deformada de uma barra e a solicitação externa que atua em seu interior, é sempre possível determinar os esforços internos na barra e as forças e momentos que devem atuar em suas extremidades para mantê-la em equilíbrio isoladamente. A configuração deformada elementar de cada caso básico é impos- ta por meio de forças e momentos fictícios que atuam nas direções das deslocabilidades. O equilíbrio final da estrutura é garantido im- pondo-se, na superposição dos casos básicos, valores nulos para essas forças e momentos fictícios. SINTETIZANDO No caso (0), as forças e momentos fictícios são os termos de car- gas , que equilibram a estrutura na configuração deformada de engastamento perfeito. Nos casos (j), as forças e momentos fictícios são coeficientes de rigidez globais , que equilibram a estrutura em uma configuração deformada tal que a deslocabilidade e as demais são nulas. 14 UNIUBE O ponto de partida para a determinação dos termos de carga no caso (0) é a situação de engastamento perfeito em que todas as desloca- bilidades são mantidas fixas. O cálculo dos termos de carga é obtido mediante o Método das Forças ou por meio de tabelas de engasta- mento perfeito como a Tabela 1 a seguir, retirada de Pinheiro (2010). Mediante as reações de momento fletor, pode-se, a partir das equa- ções de equilíbrio, realizar o cálculo das reações verticais. UNIUBE 15 Tabela 1 – Momentos de engastamento perfeito 16 UNIUBE Tabela 01 – Momentos de engastamento perfeito Fonte: Pinheiro (2010, pp.6-7) UNIUBE 17 Para a determinação dos coeficientes de rigidez globais dos casos (j), o ponto de partida é uma configuração deformada elementar conhecida de cada caso básico. O conceito adotado para se de- terminarem os coeficientes de rigidez globais de um caso básico é: dada uma configuração deformada de um modelo estrutural do qual se conhecem todasas desloca- bilidades, é sempre possível determinar as forças e momentos que, atuando nas direções das des- locabilidades, equilibram o modelo na configura- ção deformada imposta (MARTHA, 2010, p.332). Os coeficientes de rigidez globais de cada caso básico (j) são de- terminados a partir de coeficientes de rigidez locais associados à configuração deformada a que cada barra é submetida na imposi- ção da configuração deformada do caso básico. Os coeficientes de rigidez locais são determinados a partir de soluções fundamentais para barras isoladas, determinadas pelo princípio dos deslocamen- tos virtuais, conforme ilustra a Figura a seguir. Figura 3 - Coeficientes de rigidez local axial de uma barra isolada Fonte: Martha (2010, p.276) 18 UNIUBE Figura 4 - Coeficientes de rigidez local à fle- xão de uma barra isolada sem articulação Fonte: Martha (2010, p.278) Figura 5 - Coeficientes de rigidez local à torção de uma barra isolada Fonte: Martha (2010, p.285) Figura 6 – Coeficientes de rigidez local à flexão de uma barra com articulação na esquerda Fonte: Martha (2010, p.281) UNIUBE 19 As equações finais do Método dos Deslocamentos expressam o equi- líbrio dos nós da estrutura nas direções das deslocabilidades. Por isso, é conveniente introduzir uma convenção de sinais para forças e momentos que facilite a definição de condições de equilíbrio. Isto vai acarretar uma nova convenção de sinais para esforços normais, esforços cortantes e momentos fletores em quadros planos. Tabela 2 - Convenção de sinais adotada para quadros planos no Método dos Deslocamentos Fonte: Martha (2010, p.308) 1.1.1 Exemplo de aplicação 1 (MARTHA, 2010) Determine o diagrama de momentos fletores do pórtico hiperestáti- co sabendo que a relação entre a área e o momento de inércia das barras da estrutura é (A/I=2 m-2). 20 UNIUBE Figura 7 – Exemplo 1.0 Fonte: Martha (2010, p.315) O primeiro passo é identificar as deslocabilidades dos nós da estru- tura e definir o Sistema Hipergeométrico. A princípio, temos três nós a serem analisados, dois apoios e um en- contro entre as duas barras. Os apoios são engastes e, portanto, não possuem nenhuma deslocabilidade. Já o nó que une a barra horizontal com a vertical, não tem nenhuma restrição quanto aos deslocamen- tos. Por se tratar de uma estrutura plana, este nó possui três desloca- mentos, o horizontal, o vertical e a rotação, sendo identificados como deslocabilidades D1, D2 e D3, respectivamente, conforme Figura 8. Na mesma figura é apresentado o sistema hipergeométrico, no qual se busca impedir todos os deslocamentos possíveis com a inserção de apoios fictícios. O apoio de primeiro gênero horizontal impede a deslocabilidade D1, o vertical a D2 e a chapa rígida a D3. Figura 8 – Exemplo 1.1 Fonte: Martha (2010, p.315) UNIUBE 21 Os casos básicos utilizam o sistema hipergeométrico como estrutu- ra auxiliar, por meio da qual os efeitos isolados são impostos. Caso (0) – Solicitação externa (carregamento) isolada no SH O caso (0) isola o efeito da solicitação externa, isto é, do carrega- mento aplicado. Dessa forma, as cargas externas são aplicadas no SH com D1=0, D2=0 e D3=0. Nesse caso, as forças e os momen- tos que aparecem nos apoios fictícios são os termos de cargas. Figura 9 – Exemplo 1.2 Fonte: adaptada de Martha (2010) O primeiro índice do termo de carga β refere-se ao número de or- dem da deslocabilidade. O segundo índice, ao número do caso (zero neste caso). Os sentidos de orientação dos termos de carga são sempre no sentido positivo, conforme Tabela 2 de convenção de sinal. O sentido correto é determinado pelo sinal do termo, con- forme reação calculada. O cálculo do termo de carga é feito mediante a tabela de momento fletor para vigas engastadas (Tabela 1), seguida da aplicação das 22 UNIUBE equações de equilíbrio. No caso (0) o carregamento da tabela de momentos, para as duas barras, corresponde à linha 9 da Tabela 1, fazendo a distância “a” igual a zero. A parte direita da Figura 9 apresenta os valores das reações em cada apoio. O valor do termo de carga é o somatório das reações na direção das deslocabilidades. Neste caso, o termo de carga é igual ao somatório das reações das duas barras que estão na direção da deslocabilidade D1 (horizontal). O mesmo raciocínio é se- guido para obtenção do valor do , só que para a direção de D2 (vertical). O é o somatório dos momentos fletores no nó em que é aplicada a chapa (vínculo fictício), por tratar-se de um deslocamento do tipo rotação. Caso (1) – Deslocabilidade D1 isolada no SH Figura 10 – Exemplo 1.3 Fonte: Martha (2010, p.316) UNIUBE 23 O caso (1) isola o efeito da deslocabilidade D1, mantendo nulos os valores das outras. Conforme indicado na Figura 10, a deslocabilidade D1 é colocada em evidência. Considera-se um valor unitário para D1, sendo o efeito de D1=1 multiplicado pelo valor final que D1 deverá ter. O primeiro índice do coeficiente de rigidez global K refere-se ao nú- mero de ordem da deslocabilidade. O segundo índice, ao número do caso (um neste caso). O sentido de orientação dos termos de carga é sempre no sentido positivo, conforme tabela de convenção de sinal. O sentido correto é determinado pelo sinal do termo, con- forme reação calculada. Os coeficientes de rigidez global são obtidos em funções de coefi- cientes de rigidez de barras isoladas. Estes termos são chamados de coeficientes de rigidez locais, calculados de acordo com as so- luções fundamentais, conforme apresentado nas Figuras 11 a 14. Observa-se na Figura 10 como os coeficientes de rigidez locais das barras contribuem para os coeficientes de rigidez globais da estrutura. Por exemplo, a força K11, que deve atuar na direção glo- bal de D1 para dar configuração deformada onde D1=1, é obtida pela soma do coeficiente de rigidez axial EA/6 da barra horizontal com o coeficiente de rigidez transversal 12EI/(4³) da barra vertical. Vê-se também que em nenhuma das duas barras aparecem for- ças verticais no nó deslocado para dar a configuração deformada imposta. Assim, não há contribuição para o coeficiente de rigidez global K21, o que resulta em um valor nulo. De forma análoga, o coeficiente de rigidez global K31 recebe uma contribuição nula da barra horizontal, pois esta sofre apenas uma deformação axial, e uma contribuição do momento 6EI/42 vindo da barra vertical. Nos casos seguintes, os coeficientes de rigidez global são calcula- dos de forma análoga. 24 UNIUBE Caso (2) – Deslocabilidade D2 isolada no SH Figura 11 – Exemplo 1.4 Fonte: Martha (2010, p.317) Caso (3) – Deslocabilidade D3 isolada no SH Figura 12 – Exemplo 1.5 Fonte: Martha (2010, p.317) UNIUBE 25 O equilíbrio da estrutura é restabelecido quando se anulam os efei- tos dos apoios fictícios do SH. A partir dos resultados obtidos nos casos mostrados anteriormente, pode-se utilizar a superposição dos casos para restabelecer as condições de equilíbrio do nó in- terior. As resultantes de forças e momentos externos nesse nó de- vem ser nulas como feito a seguir. Podem-se generalizar esses resultados, escrevendo uma equação de equilíbrio na direção da deslocabilidade Di, para uma estrutura com n deslocabilidades. Esse sistema de equações resulta em soluções das deslocabilida- des em função do EI. 26 UNIUBE Reflita A configuração deformada final da estrutura é mostrada na Figura 13. Observa-se que os sinais dos deslocamentos e da rotação são consistentes: D1 é positivo (da esquerda para a direita), D2 é nega- tivo (de cima para baixo) e D3 é negativo (sentido horário). Figura 13 – Exemplo 1.6 Fonte: Martha (2010, p.318) Uma vez determinados os valores das deslocabilidades, os diagra- mas finais de esforços da estrutura do exemploem estudo também podem ser obtidos pela superposição dos diagramas de cada um dos casos básicos. Por exemplo, os momentos fletores finais (M) podem ser obtidos pela superposição dos diagramas de momentos fletores (Mi) dos casos básicos: Sendo que M corresponde ao momento real da estrutura no nó que se deseja calcular, o ao momento neste mesmo nó do caso (0) e os momentos e ao momento neste mesmo nó dos casos (1), (2) e (3), respectivamente. UNIUBE 27 IMPORTANTE! Esse resultado pode ser generalizado para todos os esforços internos – esforços normais finais (N), esforços cortantes fi- nais (Q) e momentos fletores finais (M) – de uma estrutura com n deslocabilidades: Para que se possam aplicar as fórmulas anteriores, é preciso, em todos os casos básicos, calcular as forças e momentos atuantes em todos os nós da estrutura. Considerações finais O Método dos Deslocamentos apresentado neste capítulo é um dos métodos de análises de estruturas hiperestáticas mais utilizados na engenharia. Como se pôde verificar, é fácil a identificação das in- cógnitas do problema. Estas são as deslocabilidades, ou graus de liberdade, dos nós da estrutura. Isto faz com que haja apenas um único conjunto solução para os problemas hiperestáticos, uma vez que, dependendo do tipo de estrutura, os graus de liberdade nos nós serão sempre os mesmos. 28 UNIUBE Estruturas do tipo pórticos planos possuem três graus de liberdade por extremidade de barras. Já as treliças possuem dois graus de liberdade. Estruturas espaciais, seis graus de liberdade. Isto faz com que se torne fácil a montagem dos sistemas de equilíbrios que devem ser satisfeitos. Em contrapartida, estruturas complexas, com muitas ligações entre barras, haverá muitas incógnitas na solução do problema. Isto é uma das principais desvantagens do método. Porém, como será visto nos próximos capítulos, existem técnicas para que se possam reduzir as deslocabilidades da estrutura. Importante frisar que o Método dos Deslocamentos parte de casos básicos que satisfazem as condições de compatibilidade, ou seja, há continuidade de deslocamentos, para, na superposição dos efeitos, retornar a condição de equilíbrio dos nós. Desta forma, esse método segue processos contrários ao aplicado no Método das Forças, sendo assim, métodos considerados duais na análise de engenharia. Arthur Rosinski do Nascimento Introdução Método dos deslocamentos com simplifi cações de deslocabilidades Capítulo 2 Como pode ser percebida, a análise de estruturas pelo Método dos Deslocamentos é feita a partir de um sistema hipergeométrico único em que são restringidas todas as deslocabilidades dos nós da estrutura. Não há outro sistema hipergeométrico que possa ser atribuído ao problema. Já no Método das Forças, há diversos sistemas principais que solucionam a análise. Devido a isto é que os programas computacionais utilizam o Método dos Deslocamentos nas análises automáticas. Entretanto, conforme os números de ligações entre barras aumentam, os números de incógnitas do problema a ser resolvido pelo Método dos Deslocamentos também aumentam, tornando os cálculos manuais muito trabalhosos. Assim, de forma a facilitar os cálculos manuais, sem provocar resultados muito divergentes e confi áveis, são adotadas algumas simplifi cações para conseguir reduzir o número de deslocabilidades de uma estrutura. No decorrer deste capítulo serão explicadas cada uma delas e apresentados vários exemplos de aplicação para melhor compreensão do assunto. Este capítulo será desenvolvido conforme teorias e exemplos de aplicação apresentados nos livros de Martha (2010), Sussekind (1987) e Soriano (2006), feitas as devidas considerações do autor deste material. • Apresentar todas as simplificações existentes que podem ser adotadas para auxiliar no cálculo manual de estruturas hiperestáticas pelo Método dos Deslocamentos; • Compreender a notável diferença de esforço de cálculo quando se considera, ou não, as simplificações possíveis; • Apresentar o conceito de contraventamento e como ele ajuda a identificar as deslocabilidades de uma estrutura; • Apresentar exemplos de aplicações da metodologia de cálculo para vigas contínuas. • Simplificações de Deslocabilidades • Exemplo de aplicação 2 • Exemplo de aplicação 3 Objetivos Esquema Simplificações de deslocabilidades2.1 A aplicação do método dos deslocamentos para a resolu- ção manual de uma estrutura é muito trabalhosa devido ao número excessivo de incógnitas (deslocabilidades) que re- sulta da solução, mesmo para estruturas simples, e à com- plexidade na consideração de barras inclinadas. Para solução manual dos problemas de estruturas, são introduzi- das simplificações no comportamento das barras com respeito às suas deformações. As simplificações adotadas são as seguintes: UNIUBE 31 a. Eliminação dos trechos em balanços; b. Consideração de barras inextensíveis; c. Eliminação das deslocabilidades do tipo rotação de nós quan- do todas as barras adjacentes são articuladas no nó. A primeira simplificação é um macete de cálculo, visto que os tre- chos em balanços podem ser calculados como uma estrutura isos- tática engastada no ponto de contato com a estrutura. Figura 14 – Separação do trecho em balanço de um pórtico plano Fonte: Martha (2010, p.333) A segunda simplificação é muito adotada nas análises de estrutu- ras, assim como o Método das Forças faz. Esta simplificação con- sidera que as barras não se deformam axialmente. Isto quer dizer que os dois nós extremos de uma barra só podem se deslocar relativamente na direção transversal ao eixo da barra, ou en- tão que a distância, na direção do eixo indeformado, entre os dois nós extremos de uma barra não se altera quando esta se deforma transversalmente. 32 UNIUBE Figura 14 – Redução do número de deslocabilidades para o pórtico da Figura 1 Fonte: Martha (2010, p.334) Seja, então, a barra AB indicada na Figura 15, representando uma barra genérica de uma estrutura: devido aos esforços que solicitam a barra, ela se deformará assumindo a posição A’B’. A passagem da posição AB para a posição A’B’ pode ser encarada como resul- tante das seguintes deformações, independentes umas das outras: Figura 15 – Deslocamentos em uma barra genérica da estrutura Fonte: Sussekind (1987, p.2) UNIUBE 33 Concluindo, basta conhecer os valores de , e para obter- mos o diagrama de momentos fletores e, a partir dele, os demais diagramas solicitantes para uma barra de uma estrutura, já que a translação da barra não introduz qualquer esforço na mesma. A terceira simplificação pode ser adotada, pois uma rótula, na qual con- vergem duas barras, articula as seções adjacentes de ambas as barras, ou seja, o momento fletor em todas as extremidades em uma ligação rotulada é igual a zero. Assim, não é necessária a inserção do vínculo fictício do tipo chapa para impedir a rotação na ligação rotulada. Aqui faremos a seguinte classificação entre os tipos de deslocabilidades: a. Deslocabilidades internas: são do tipo rotação; b. Deslocabilidades externas: são do tipo translação; c. di: número de deslocabilidades internas; d. de: número de deslocabilidades externas. Seja a estrutura da Figura 16. Sabemos que as incógnitas do pro- blema são as rotações e deslocamentos lineares dos nós B e C, já que os engastes A e D não sofrem deformações. Figura 16 – Exemplo teórico Fonte: Sussekind (1987, p.5) 34 UNIUBE No caso, entretanto, o nó C não apresenta deslocamentos lineares, pois o apoio de primeiro gênero impede a componente vertical e o engaste D, a componente horizontal (consideração de barras inextensíveis) de des- locamento. Assim, a única incógnita do nó C será sua rotação. Também o nó B nãoapresentará deslocamentos lineares, pois suas componentes vertical e horizontal serão impedidas, respectivamen- te, pelos engastes A e D (consideração de barras inextensíveis), de modo que a única incógnita, também no nó B, será a rotação. Concluindo, o número de incógnitas do problema é igual a dois, número de nós internos rígidos (não rotulados) da estrutura. Dizemos que o número de deslocabilidades internas de uma estrutura plana é igual ao número de rotações de nós que precisamos conhecer para poder resolvê-la. Em outras palavras, o número de deslocabilida- des internas (di) de uma estrutura é igual ao número de nós internos rígidos que ela possui (não incluindo os nós extremos apoiados ou engastados e, evidentemente, os nós internos rotulados). Seja agora, a estrutura da Figura 17. Como todos os seus nós internos são rotulados, não precisamos conhecer as rotações das barras nestes nós (em outras palavras, não há deslocabilidades internas a considerar). Resta-nos analisar o problema dos deslocamentos lineares dos mesmos para conhecemos o número de incógnitas do problema. Iniciando esta análise pelo nó D, vemos que ele não terá componente vertical de deslocamento, devido a presença do engaste A (consideração de barras inextensíveis que despreza as deformações axiais); nada impede, no entanto, seu deslo- camento na direção horizontal, que se constituirá na primei- ra incógnita do problema. Para caracterizar esta incógnita, indicaremos um apoio do primeiro gênero em D (ver parte UNIUBE 35 direita da figura a seguir), mostrando que seria necessária a existência de mais um vínculo na estrutura para que o nó D não possuísse deslocabilidades lineares. Figura 17 – Exemplo teórico Fonte: Sussekind (1987, p.6) Tudo que foi feito para o nó D vale, também, para o nó G, que pode se deslocar na direção horizontal (o deslocamento vertical estando impedido pelo engaste C); para caracterizar esta nova incógnita, in- dicaremos um apoio de primeiro gênero em G, mostrando que seria necessária a existência de mais este vínculo na estrutura para que o nó C não possuísse deslocabilidades lineares. Assim, caso existissem os apoios adicionais de primeiro gênero (1) e (2) indicados na Figura 17, os nós D e G seriam indeslocáveis linearmente, o que acarretaria, também, a indeslocabilidade linear dos nós E e F, de acordo com os conceitos de contraventamento e as regras da triangulação, que são, segundo Martha (2010): 1. Um nó que estiver ligado a dois nós fixos à translação por duas barras inextensíveis não alinhadas também fica fixo à translação; 2. Um conjunto de barras inextensíveis agrupadas em uma trian- gulação se comporta como um corpo rígido. 36 UNIUBE Explicando o exemplo citado, como o nó E está ligado a dois nós fixos por duas barras inextensíveis (sendo o nó B fixo pelo engaste e o nó D fixo pelo engaste em A e pelo apoio fictício de primeiro gênero [1]), também fica fixo à translação. A mesma análise vale para o nó F que está ligado a dois nós fixos (E e G) por barras inextensíveis. Definiremos, então, que número de deslocabilidades externas (de) de uma estrutura é igual ao número de apoios do primeiro gênero que a ela precisamos acrescentar para que todos os seus nós fi- quem sem deslocamentos lineares. Observações: a. No caso da estrutura da figura anterior, os nós D, E, F, G terão des- locamentos horizontais (que seriam, à primeira vista, as incógnitas do problema), mas apenas os deslocamentos dos nós D e G são incógnitas independentes (pois o deslocamento horizontal de E, por estar ligado a D por uma barra horizontal, será igual ao de D; e o deslocamento horizontal de F, por estar ligado a E e G, será função dos deslocamentos destes dois pontos e, portanto, em última aná- lise, dos deslocamentos de D e G). Assim, o número de incógnitas independentes do problema (que é o número de deslocabilidades externas da estrutura) é apenas 2. b. É usual chamar-se às estruturas que possuem deslocabilida- des externas de estruturas deslocáveis, e aquelas que não as possuem (mesmo tendo deslocabilidades internas) de estru- turas indeslocáveis. Como as incógnitas do problema são as rotações dos nós internos rígidos da estrutura (traduzidas pelo valor di) e os deslocamentos UNIUBE 37 lineares independentes de seus nós (traduzidos por de), dizemos que o número total de deslocabilidades d de uma estrutura (igual ao número total de incógnitas de sua resolução pelo método das deformações) é dado pela soma de seu número de deslocabilida- des interna (di) e externa (de). Podemos, então, escrever: Para melhor entender os conceitos do contraventamento, analisa- remos os exemplos a seguir. Figura 18 - SH de um pórtico com dois pavimentos sem barras diagonais Fonte: Martha (2010, p.343) Da Figura 18 (pórtico com dois pavimentos sem contraventamen- to), sabe-se que o número de deslocabilidade interna é igual ao número de nós internos rígidos que ela possui (não incluindo os nós extremos apoiados ou engastados e, evidentemente, os nós internos rotulados). Assim di é igual a 4, sendo representados pelos apoios fictícios no SH mostrado na parte direita da figura. Os engastes dos pilares da estrutura restringem somente o deslo- camento vertical dos pilares, sendo assim necessário adicionar o apoio 5 para impedir o movimento horizontal do nó da esquerda do primeiro pavimento (o nó que tem a chapa 3). Isso faz com que, pela regra 1 do contraventamento (apresentada anteriormente), o nó da direita desse pavimento não tenha deslocamento. Isto é, o 38 UNIUBE nó com a chapa 4 tem seus movimentos impedidos pois está ligado por duas barras inextensíveis e não alinhadas a dois nós fixos à translação (o nó com o apoio 5 e o nó da base na direita), formando uma triangulação. Portanto, não é necessário inserir mais apoios fictícios nesse pavimento. Observe que o apoio 5 pode ser coloca- do tanto no nó da esquerda quanto no da direita para impedir o des- locamento horizontal desse pavimento (os nós do pavimento não têm deslocamentos verticais pois as colunas são inextensíveis). Por raciocínio análogo, no segundo pavimento do pórtico da Figura 18, é necessário adicionar apenas o apoio 6 para fixar os nós des- se pavimento. Parte-se da condição de que os nós do primeiro pavimento já estão fixos. Outros exemplos são apresentados a seguir (com seus respectivos SH) e cabe ao leitor interpretá-los de acordo com as regras para determinação do número de deslocabilidades e as simplificações possíveis apresentadas até aqui. Figura 19 - SH de um pórtico com dois pavimen- tos e uma diagonal no primeiro pavimento Fonte: Martha (2010, p.343) UNIUBE 39 Figura 20 - SH de um pórtico com dois pavimen- tos e uma diagonal em cada pavimento Fonte: Martha (2010, p.343) Figura 21 - SH de um pórtico com dois pavimentos e con- traventado em uma baia por pavimento Fonte: Martha (2010, p.344) Figura 22 - SH de um pórtico com três painéis sem diagonais Fonte: Martha (2010, p.344) Figura 23 - SH de um pórtico com três painéis e uma diagonal no painel central Fonte: Martha (2010, p.344) 40 UNIUBE Figura 24 - SH de um pórtico com três painéis e duas diagonais Fonte: Martha (2010, p.344) Figura 25 - SH de um pórtico com três painéis e três diagonais Fonte: Martha (2010, p.344) 2.1.1 Exemplo de aplicação 2 (SUSSEKIND, 1987) Calcular as deslocabilidades da estrutura a seguir. O primeiro passo para a resolução de estruturas hiperestáticas pelo Método dos Deslocamentos, é a identificação das deslocabilidades e a definição do sistema hipergeométrico (SH) com a inserção dos vínculos fictícios para impedir os deslocamentos possíveis em todos os nós. Figura 26 – Exemplo 2.0 Fonte: Sussekind (1987, p.20) UNIUBE 41 Assim,o SH é apresentado conforme a Figura 27. Para impedir as rotações que aparecem no nó B e C foram inseridas chapas rígidas nos mesmos. Já para o deslocamento horizontal que pode ocorrer na barra entre os nós B e C, foi inserido um apoio de primeiro gênero no mesmo sentido no nó C (poderia ter sido também inserido no nó B). Figura 27 – Exemplo 2.1 Fonte: Sussekind (1987, p.20) A diferença entre o sistema principal e a estrutura real é que exis- tirá rotação dos nós B e C (às quais chamemos D1 e D2) e haverá um deslocamento horizontal de barra BC (ao qual chamemos D3). Assim, empregando o princípio da superposição de efeitos, poderí- amos dizer que a resolução da estrutura real seria igual à soma dos quatro casos indicados nas figuras a seguir, representando a reso- lução da estrutura do sistema principal para os efeitos isolados do carregamento externo e de cada uma das deslocabilidades. Como desconhecemos os valores D1, D2 e D3, arbitramos um valor, por exemplo, unitário para estas deformações, devendo os efeitos as- sim obtidos serem multiplicados pelos valores corretos que serão encontrados para D1, D2 e D3 ao fim do problema. 42 UNIUBE Figura 28 – Exemplo 2.2 Fonte: adaptada de Sussekind (1987) No caso (0) – parte “a” da Figura 28 – temos a resolução de duas vigas biengastadas AB e BC para o carregamento externo, cujos momentos de engastamento perfeito em B e em C, indicados na UNIUBE 43 figura a seguir, representam a ação das chapas 1 e 2 sobre a estru- tura do sistema principal para que os nós B e C não girem, dando momentos resultantes em B e C, respectivamente, iguais a: Figura 29 – Exemplo 2.4 Fonte: adaptada de Sussekind (1987) Devido ao carregamento externo e aos momentos de engastamen- to perfeito que existem nas barras, aparecerão as reações de apoio FA e FB1 na barra 1 e FB2 e FC2 na barra 2; as reações FA, FB2 e FC2 irão para os apoios que a estrutura possui, indo a reação FB1 para o apoio do primeiro gênero fictício (3) indicado no sistema principal. No caso, então, teríamos: Nas partes “b” e “c” da Figura 28 (caso (1) e caso (2), respectiva- mente), temos a resolução do sistema principal para rotação unitá- ria de um de seus nós. Aparecerão nestes nós, conforme sabemos, momentos iguais à sua rigidez local, indo para os outros nós da barra momentos iguais ao produto desta rigidez pelo coeficiente 44 UNIUBE de transmissão. Assim, para o caso (1) – parte “b” da Figura 28 – temos o esquema detalhado indicado na figura a seguir, quando D1=1, a partir do qual obtemos: Figura 30 – Exemplo 2.5 Fonte: adaptada de Sussekind (1987) Para o caso (2) – parte “c” da Figura 28 – temos o esquema detalhado indicado na figura a seguir, quando D2=1, a partir do qual obtemos: Figura 31 – Exemplo 2.6 Fonte: o autor UNIUBE 45 Para o caso (3) – parte “d” da Figura 28 – temos o esquema detalhado indicado na figura a seguir, quando D3=1, a partir do qual obtemos: Figura 32 – Exemplo 2.7 Fonte: adaptada de Sussekind (1987) Voltando, agora, ao esquema da Figura 28 que resolve a estrutura a partir do conhecimento dos valores de D1, D2 e D3, vemos que, como não existem na estrutura dada as chapas 1 e 2 e o apoio 46 UNIUBE do primeiro gênero 3 colocados no sistema principal, estes valores de D1, D2 e D3 têm que ser tais que não existam ações estáticas finais das chapas e do apoio adicional do primeiro gênero sobre a estrutura do sistema principal, pois, assim, o mesmo reproduzirá, fielmente o comportamento estático e elástico da estrutura dada. Assim, devemos ter que o momento final exercido pelas chapas sobre os respectivos nós deve ser nulo, bem como deve ser nula a força exercida pelo apoio fictício do primeiro gênero sobre a barra BC (isto é, não existem cargas momento aplicadas em B e C e não existe carga horizontal aplicada à estrutura dada em C). Pelo emprego do princípio de superposição de efeitos, o seguinte sistema de equações de compatibilidade estática do sistema prin- cipal adotado com a estrutura dada, é obtido: Deste sistema calcula-se o D1, D2 e D3. Observações: a. O trabalho de resolução de uma estrutura pelo método das deformações, conforme ilustra o exemplo anterior, é o traba- lho de resolução de um sistema n x n de equação lineares, sendo n o número total de deslocabilidades da estrutura dada. b. O sistema de equações anterior pode ser escrito na forma matricial: UNIUBE 47 Ou mais simplificadamente: Ao vetor { }, onde a ação do agente solicitante externo se faz sen- tir, chamamos vetor dos termos de carga. A matriz [K], quadrada e simétrica, por força do teorema de Betti, chamamos matriz de rigidez (pois transforma deslocamentos em forças ou rotações em momentos, conforme o caso), sendo fun- ção, apenas, do sistema principal adotado (independendo comple- tamente do agente solicitante externo). A resolução de uma estrutura pelo método das deformações é dada pela inversão de sua matriz de rigidez multiplicado pelo vetor dos termos de carga. Roteiro para o Método dos Deslocamentos: 1. Escolha do sistema principal (obtido bloqueando-se as des- locabilidades internas com chapas rígidas e as deslocabilida- des externas com apoios adicionais do primeiro gênero). 2. Resolução do sistema principal para o agente solicitante ex- terno, obtendo-se o vetor { }, e para cada uma das deforma- ções incógnitas Di, com o valor arbitrado inicialmente igual a 1, obtém-se a matriz [K]. 3. Cálculo das deformações (incógnitas) Di, pela expressão: 48 UNIUBE 4. Obtenção dos efeitos finais pela expressão genérica: Onde E é o efeito que se deseja calcular (momento, esforço normal ou cortante). 2.1.2 Exemplo de aplicação 3 (SORIANO, 2006) Faz-se a determinação dos diagramas de esforços seccionais da viga representada na Figura 33, em que E=2,1.107kN/m². Figura 33 – Exemplo 3.0 Fonte: Soriano (2006, p.144) Determinação das deslocabilidades Inicialmente, podemos simplificar o balanço de três metros à esquerda da viga. Para fazer isto, precisa-se obter um sistema de forças e mo- mentos equivalentes a ele. Percebe-se, facilmente, que a força vertical de 50kN pode ser transferida ao nó que apoia o balanço juntamente UNIUBE 49 com um momento fletor gerado por ela neste mesmo ponto, tendo valor de 150kN.m (50kN vezes o braço de alavanca de 3m). Assim, a viga simplificada é apresentada na Figura 34. Figura 34 – Exemplo 3.1 Fonte: Soriano (2006, p.144) As deslocabilidades são obtidas conforme apresentado anteriormen- te, sendo as deslocabilidades internas (di) igual ao número de nós internos rígido (com exceção dos extremos apoiados) e as desloca- bilidades externas (de) igual ao número de apoios de primeiro gênero necessário para que os nós fiquem sem deslocamentos lineares. Então, como só temos um nó interno rígido (os outros dois são extremos e com apoios) di=1 – existe uma rotação D1 no apoio interno a viga – precisando inserir uma chapa rígida neste ponto para impedir o deslocamento existente. Em contrapartida, não é necessário inserir apoios de primeiro gênero nos nós da estrutu- ra, pois o apoio de segundo gênero à esquerda restringe todos os deslocamentos horizontais da viga (uma vez que as barras são inextensíveis) e os apoios verticais restringem os deslocamentos verticais em seus nós. Assim, define-se o sistema hipergeométrico (SH) conforme a Figura 35. 50 UNIUBE Figura 35 – Exemplo 3.2 Fonte: Soriano (2006, p.144) Definido o SH é preciso resolvê-lo para todos os casos básicos, conforme segue: Caso (0) – Solicitação externa (carregamento) isolada no SH Neste caso, considera-se que todas as deslocabilidades Di são nu- las, fazendo atuar no SH somente o carregamento real. A inserção de chapas rígidas nos nós restringe as rotaçõesfazendo-os traba- lhar como se houvesse um engaste neste ponto. A configuração da viga no caso (0) é ilustrada conforme figura a seguir. Os momentos e reações verticais estão indicados conforme sentido positivo de cada um. UNIUBE 51 Figura 36 – Exemplo 3.3 Fonte: o autor O cálculo do momento Mb1 é feito de acordo com as tabelas de momentos apresentadas anteriormente (ver carregamento 9 e 16 com a viga que apresenta apoio fixo à esquerda e engaste à direita da Tabela 1). Cada carregamento gera um momento diferente no ponto do engaste na viga 1. Assim, Mb1 é calculado como segue: O sinal negativo indica que o momento atua no sentido contrário ao adotado inicialmente. A reação horizontal no apoio A é igual a zero. Assim, para o cálculo das reações verticais A e B1, basta aplicar as equações de equilíbrio na barra 1. 52 UNIUBE O cálculo do momento Mb2 é feito de acordo com as tabelas de mo- mentos apresentadas anteriormente (ver carregamento 1 com a viga que apresenta apoio fixo à direita e engaste à esquerda da Tabela 1). Para o cálculo das reações verticais B2 e C, basta aplicar as equa- ções de equilíbrio na barra 2. A viga apresentada a seguir mostra o resumo dos momentos fleto- res calculados anteriormente. Ressalta-se aqui que o sinal positivo refere-se a momentos que atuam no sentido anti-horário. Figura 37 – Exemplo 3.4 Fonte: Soriano (2006, p.145) O termo de carga é igual ao somatório de momentos fletores de en- gastamento perfeito que atuam no nó em que foi inserido a chapa fictícia 1. Lembrando que o primeiro índice refere-se ao número de ordem da deslocabilidade e o segundo índice ao caso analisado. Assim, UNIUBE 53 Caso (1) – Deslocabilidade D1 isolada no SH Neste caso, desconsidera-se todo o carregamento externo e faz- se todas as deslocabilidades iguais a zero, com exceção da com índice 1. Assim, D1=1 atuando em seu sentido positivo (anti-horá- rio). Com este deslocamento, as barras 1 e 2 da viga sofrem uma deformação conforme apresentado na Figura 38. Figura 38 – Exemplo 3.5 Fonte: Soriano (2006, p.145) O cálculo do momento Mb1 é feito de acordo com as equações de- finidas nas soluções básicas apresentadas anteriormente e apre- sentado a seguir. Figura 39 – Exemplo 3.6 Fonte: o autor 54 UNIUBE O caso básico destacado anteriormente refere-se às situações em que a viga é apoiada do lado esquerdo (representado pela rótula) e engastado do lado direito. A rotação sofrida nesta solução básica está no sentido anti-horário (positivo). Desta solução, comparando com o trecho 1 da viga, percebe-se que o momento da figura ante- rior é igual ao momento Mb1, a reação da esquerda corresponde ao Va e a da direita igual ao Vb1. Assim, temos: O cálculo do momento Mb2 é feito de acordo com as mesmas equa- ções definidas nas soluções básicas utilizadas no cálculo do Mb1. Deve-se ter atenção agora, pois o engaste está do lado esquerdo e o apoio (rótula) do lado direito. Assim, basta rotacionar o caso básico 180° que a rotação ficará à direita ainda no sentido positivo. A reação vertical à esquerda ficará para cima e à direita para baixo conforme Figura 49 (os valores continuam os mesmos). Figura 40 – Exemplo 3.7 Fonte: o autor UNIUBE 55 Assim, O coeficiente de rigidez global K11 é numericamente igual à força/ momento para impor D1=1 ao sistema principal e é obtido pela soma dos coeficientes de rigidez locais no ponto onde foi inserido o apoio fictício. Como o deslocamento é uma rotação, somam-se os momentos de engaste perfeito que foi calculado no apoio B. Assim, Pelo emprego do princípio de superposição de efeitos, a seguinte equação de compatibilidade estática do sistema principal é adotado. Assim, Cálculo das reações de apoio Para o cálculo das reações, basta aplicar a seguinte fórmula: Assim, 56 UNIUBE O primeiro valor entre parênteses nos cálculos anteriores, são os valores das reações obtidas no caso (0). O segundo valor entre pa- rênteses são os valores das reações obtidos no caso (1) somados e multiplicados pelo valor D1. A partir destas reações, consegue-se obter os diagramas, uma vez que não há reações que não foram calculadas. Figura 41 – Exemplo 3.8 Fonte: Soriano (2006, p.147) Podem-se obter os diagramas de momento fletor e esforço cortante e normal pela mesma equação que foi utilizada no cálculo das re- ações, porém com os valores destes esforços nos nós calculados nos casos básicos do método. UNIUBE 57 Considerações finais A possibilidade da adoção de técnicas para redução das desloca- bilidades torna o Método dos Deslocamentos uma forma fácil e rá- pida para análises manuais de estruturas. Ou seja, o principal pro- blema do método, que é o grande número de incógnitas, pode ser minimizado reduzindo o esforço de cálculo de quem fará o estudo. A consideração de barras inextensíveis, ou seja, a não con- sideração dos efeitos da deformação das barras para os es- forços axiais, não é um conceito exclusivo do Método dos Deslocamentos. Isso também é feito no Método das forças, no qual, em cálculos manuais para pórticos planos, por exemplo, despreza-se a componente da integral dos esforços normais virtuais que multiplicam os deslocamentos relativos internos reais, por ser insignificante quando comparado com os efeitos da integral do momento fletor. Importante observar também que todas as simplificações devem ser analisadas antes de serem utilizadas. Por exemplo, estruturas atiran- tadas, cujos cabos se deformam muito ao esforço axial, o conceito de barra inextensível não deve ser adotado para este elemento. Outra observação importante é que o conceito de barras inextensí- veis é apenas uma simplificação e não uma verdade absoluta. Por exemplo, um pórtico contraventado, como o da Figura 19, não quer dizer que não sofrerá deslocamentos horizontais, mas sim que, como as barras sofrem pouca deformação longitudinal, a estrutura terá um deslocamento horizontal muito pequeno a ponto de poder ser desprezada esta translação. Outro exemplo que pode ser apresentado aqui, que explica o que foi dito no parágrafo anterior, é que grandes coberturas 58 UNIUBE metálicas são contraventadas em vários vãos e não somente em um. Isto porque as barras se deformam axialmente e, se somado à contribuição de cada deslocamento das barras ao longo dos seus eixos, este deslocamento acumulado poderá ter grandes proporções. Assim, para concluir, uma análise bem feita dependerá muito dos conhecimentos técnicos e teóricos de cada engenheiro para que tenha resultados fiéis à situação real que está se modelando. Arthur Rosinski do Nascimento Introdução Método dos deslocamentos aplicado em pórticos planos Capítulo 3 Em uma análise de estruturas é preciso adotar modelos estruturais que idealizam o comportamento de estruturas reais. Por exemplo, podemos analisar um prédio por meio de vigas contínuas, nas quais as reações de apoios são transferidas aos pilares até os carregamentos serem transmitidos às fundações. Outra forma de analisar um prédio é através de pórticos planos, compostos por vigas e pilares representados por elementos de barras contidas em um mesmo plano. Este pórtico recebe carregamento direto de solicitações externas ou então de reações de vigas que se apoiam neste pórtico. Há ainda a possibilidade de se analisar o prédio por meio de pórticos espaciais, composto por barras distribuídas nos três eixos do espaço. A concepção do modelo estrutural é uma tarefa muito difícil nas análises de estruturas e são baseadas em diversos fatores como geometria, comportamento dos materiais, tipos de ligações entre barras, tipos de solicitações etc. A adoção de pórticos planos como modelo estrutural é frequentemente utilizada em construçõesde pequeno porte. Assim, este capítulo torna- se importante, pois explica como aplicar o Método dos Deslocamentos nas análises de pórticos planos hiperestáticos. Este capítulo será desenvolvido conforme teorias e exemplos de aplicação apresentados no livro de Martha (2010), feitas as devidas considerações do autor deste material. • Aplicar a rotina de cálculo em modelos estruturais do tipo pórtico espacial; • Utilizar as simplificações para os cálculos dos esforços internos pelo Método dos Deslocamentos; • Identificar as deslocabilidades externas mediante exemplos de aplicação em pórticos planos; • Compreender os efeitos das deslocabilidades externas quando assumem valores iguais a 1 nos casos básicos. • Exemplos de Aplicação em Pórticos Planos • Exemplo de aplicação 4 Objetivos Esquema Exemplos de aplicação em pórticos planos3.1 3.1.1 Exemplo de aplicação 4 (MARTHA, 2010) Calcule os diagramas de esforços internos o pórtico plano a seguir. Considere o módulo de elasticidade igual a E e momento de inércia igual a I. Figura 42 – Exemplo 4.0 Fonte: Martha (2010, p.354) UNIUBE 61 Determinação das deslocabilidades Parada obrigatória As deslocabilidades internas (di) são iguais ao número de nós internos rígidos (com exceção dos extremos apoiados) e as deslocabilidades externas (de) igual ao número de apoios de primeiro gênero necessário para que os nós fiquem sem deslocamentos lineares. O único nó rígido da estrutura é o que une as três barras (di=1), existindo neste, uma rotação D1. Desta forma, torna-se necessário inserir uma chapa rígida neste ponto para impedir tal deslocamento. Os nós do engaste são nós fixos. O nó da rótula, por estar ligado ao engaste por uma barra inextensível não se desloca verticalmen- te, porém, nada impede deste deslocar-se no sentido horizontal. Apesar de o nó que une as três barras estar ligado a um engaste por uma barra inextensível, este apoio, tampouco o de segundo gênero, é capaz de impedir o deslocamento horizontal do mesmo. O deslocamento vertical deste nó é impedido pelo engaste e pelo apoio de segundo gênero. Assim, a única deslocabilidade externa é o deslocamento horizontal (D2) da barra entre a rótula e o nó que une as três barras (de=1), sendo necessária a inserção de um apoio de primeiro gênero nesta direção em algum destes dois nós. Optou-se por inserir o apoio de segundo gênero no nó da rótula, definindo assim o sistema hipergeométrico (SH). 62 UNIUBE Figura 43 – Exemplo 4.1 Fonte: Martha (2010, p.354) Definido o SH é preciso resolvê-lo para todos os casos básicos, conforme segue: Caso (0) – Solicitação externa (carregamento) isolada no SH Neste caso, considera-se que todas as deslocabilidades Di são nu- las, fazendo atuar no SH somente o carregamento real. A inserção de chapas rígidas nos nós restringe as rotações fazendo-os traba- lhar como se houvesse um engaste neste ponto. A configuração do pórtico no caso (0) é ilustrada conforme Figura 44. Os momentos e as reações estão indicadas conforme sentido positivo de cada um. UNIUBE 63 Figura 44 – Exemplo 4.2 Fonte: o autor O cálculo do momento MA1 é feito de acordo com as tabelas de momentos apresentadas anteriormente (ver carregamento 1 com a viga que apresenta apoio fixo à direita e engaste à esquerda da Tabela 1). Assim, MA1 é calculado como segue: O sinal positivo indica que o momento atua no sentido adotado inicialmente. A reação horizontal no apoio A é igual a zero. Assim, para o cálculo das reações em A e B1, basta aplicar as equações de equilíbrio na barra 1. 64 UNIUBE Como não há carregamento na barra 2 e na 4, não há momentos e reações nos nós deste trecho. Resta, então, o cálculo da barra 3. O cálculo dos momentos da barra 3 é feito de acordo com as tabe- las de momentos apresentadas anteriormente (ver carregamento 1 com a viga biengastada da Tabela 1 – como a carga distribuída de 12kN/m está para a esquerda o apoio C da tabela corresponde ao apoio C da estrutura e o nó D da tabela o D da estrutura). Assim, Para o cálculo das reações C3 e D, basta aplicar as equações de equilíbrio na barra 3. UNIUBE 65 O pórtico apresentado a seguir mostra o resumo das reações cal- culadas anteriormente. Figura 45 – Exemplo 4.3 Fonte: Martha (2010, p.354) O termo de carga é igual ao somatório de momentos fletores de engastamento perfeito que atuam no nó em que foi inserido a chapa 1. Lembrando que o primeiro índice refere-se ao número de ordem da deslocabilidade e o segundo índice ao caso analisado. Assim, Já o termo de carga é igual ao somatório das reações que estão na direção da deslocabilidade D2. Assim, O sinal negativo indica que ambas as reações estão direcionadas para a esquerda. 66 UNIUBE Caso (1) – Deslocabilidade D1 isolada no SH Neste caso, desconsidera-se todo o carregamento externo e faz-se todas as deslocabilidades iguais a zero, com exceção da com índi- ce 1. Assim, D1=1 atuando em seu sentido positivo (anti-horário). Com este deslocamento, as barras 2, 3 e 4 do pórtico sofrem uma deformação conforme apresentado na figura a seguir. Figura 46 – Exemplo 4.4 Fonte: adaptada de Martha (2010) Pela Figura 46 é necessário calcular os coeficientes de rigidez glo- bal nas barras 2, 3 e 4 que sofreram deslocamentos com a rotação do nó C, como indicado. Assim, serão apresentados a seguir os cálculos de cada barra separadamente. O cálculo da barra 2 é feito de acordo com as equações definidas nas soluções básicas apresentadas anteriormente e reapresentado a seguir. Figura 47 – Exemplo 4.5 Fonte: adaptada de Martha (2010) UNIUBE 67 O caso básico destacado anteriormente se refere às situações em que a viga é apoiada do lado esquerdo (representado pela rótula) e engastado do lado direito. A rotação sofrida nesta solução básica está no sentido anti-horário (positivo) no engaste. Percebe-se que o momento da figura anterior é igual ao momento MC2, a reação da esquerda corresponde ao VB2 e a da direita igual ao VC2. Assim, temos: O cálculo da barra 3 é feito de acordo com as equações definidas nas soluções básicas apresentadas anteriormente e reapresentado na Figura 48. Figura 48 – Exemplo 4.6 Fonte: adaptada de Martha (2010) 68 UNIUBE O caso básico destacado anteriormente se refere às situações em que a viga é bi engastada. A rotação sofrida nesta solução básica está no sentido anti-horário (positivo) no engaste de baixo. Assim, O cálculo da barra 4 é feito de acordo com as equações definidas nas soluções básicas apresentadas anteriormente e reapresentado na Figura 49. Figura 49 – Exemplo 4.7 Fonte: adaptada de Martha (2010) O caso básico destacado anteriormente se refere às situações em que a viga é apoiada em uma extremidade e engastada em outra. UNIUBE 69 A rotação sofrida nesta solução básica está no sentido anti-horário (positivo) no engaste. Assim, O pórtico mostrado a seguir ilustra o resumo dos momentos e rea- ções calculados no Caso (1). Figura 50 – Exemplo 4.8 Fonte: adaptada de Martha (2010) 70 UNIUBE IMPORTANTE! Uma informação importante a ser explicada neste exemplo, é que todas as reações calculadas (coeficientes de rigidez locais, ou re- ações de engaste perfeito) que estiverem nas direções dos apoios reais da estrutura, devem ser transferidas com valor e sentido cal- culados para estes apoios. Por exemplo, a reação vertical VB2 calculada na barra 2, por estar na direção do apoio vertical do engaste da barra 1, foi transferida para este apoio, sendo mantido o sentido e módulo. Como outro exemplo, a reação VC2 calculada também na barra 2, por estar nas direções dos apoios verticais do engaste da barra 3 e do apoio de segundo gênero da barra 4, foi transferidacom o mesmo sentido, porém, com o módulo dividido em 2 (por tratar-se de dois apoios). O coeficiente de rigidez global K11 e K21 é numericamente igual à força/momento para impor D1=1 ao sistema principal e é obtido pela soma dos coeficientes de rigidez locais no ponto onde foi inse- rido o apoio fictício. No nó em que foi inserida a chapa rígida soma- se os momentos de engaste perfeito. No nó em que foi inserido o apoio de primeiro gênero fictício, somam-se as reações que foram calculadas no sentido orientado pelo apoio. Assim, UNIUBE 71 Caso (2) – Deslocabilidade D2 isolada no SH Neste caso, desconsidera-se todo o carregamento externo e faz-se todas as deslocabilidades iguais a zero, com exceção da com índice 2. Assim, D2=1 atuando em seu sentido positivo (da esquerda para a direita). Com este deslocamento, as barras 1, 3 e 4 do pórtico sofrem uma deformação conforme apresentado na figura a seguir. Figura 51 – Exemplo 4.9 Fonte: adaptada de Martha (2010) Pela Figura 51 é necessário calcular os coeficientes de rigidez glo- bal nas barras 1, 3 e 4 que sofreram deformações com o desloca- mento horizontal da barra 2 para a direita, como indicado. Assim, serão apresentados a seguir os cálculos de cada barra separada- mente. A barra 2 sofreu somente deslocamento horizontal de corpo rígido, não gerando esforços internos. O cálculo da barra 1 é feito de acordo com as equações definidas nas soluções básicas apresentadas anteriormente e apresentado a seguir. 72 UNIUBE Figura 52 – Exemplo 4.10 Fonte: adaptada de Martha (2010) O caso básico destacado anteriormente se refere às situações em que o pilar é rotulado em cima e engastado em baixo. O desloca- mento horizontal sofrido nesta solução básica está no sentido posi- tivo, da esquerda para a direita na rótula. Assim, temos: O cálculo da barra 3 é feito de acordo com as equações definidas nas soluções básicas apresentadas anteriormente e apresentado a seguir. UNIUBE 73 Figura 53 – Exemplo 4.11 Fonte: adaptada de Martha (2010) O caso básico destacado anteriormente se refere às situações em que a barra é bi engastada. O deslocamento sofrido nesta solução básica está no sentido positivo (da esquerda para a direita) no en- gaste de baixo. Assim, O cálculo da barra 4 é feito de acordo com as equações definidas nas soluções básicas apresentadas anteriormente e apresentado a seguir. 74 UNIUBE Figura 54 – Exemplo 4.12 Fonte: adaptada de Martha (2010) O caso básico destacado anteriormente se refere às situações em que a barra é apoiada em uma extremidade (inferior) e engastada em outra (superior). O deslocamento sofrido ocorre no engaste e para a esquerda. Devido o deslocamento da barra 4 ser para a direita, conforme apresentado na estrutura do Caso (2), todos os sentidos apresentados na figura anterior deverão ser invertidos. Assim, O pórtico mostrado a seguir ilustra o resumo dos momentos e rea- ções calculados no Caso (2). UNIUBE 75 Figura 55 – Exemplo 4.13 Fonte: adaptada de Martha (2010) O coeficiente de rigidez global K11 e K21 é numericamente igual à força/momento para impor D2=1 ao sistema principal e é obtido pela soma dos coeficientes de rigidez locais no ponto onde foi inse- rido o apoio fictício. No nó em que foi inserida a chapa rígida soma- se os momentos de engaste perfeito. No nó em que foi inserido o apoio de primeiro gênero fictício, somam-se as reações que foram calculadas na direção do apoio. Assim, Pelo emprego do princípio de superposição de efeitos, a seguinte equação de compatibilidade estática do sistema principal é adotada. 76 UNIUBE Assim, Cálculo das reações de apoio RELEMBRANDO Para o cálculo das reações, basta aplicar a seguinte fórmula: Reações no engaste da barra 1: O primeiro valor entre parênteses nos cálculos anteriores são os valores das reações obtidas no caso (0). O segundo valor entre UNIUBE 77 parênteses são os valores das reações obtidas no caso (1) multi- plicados pelo valor D1. O terceiro valor entre parênteses são os va- lores das reações obtidas no caso (2) multiplicados pelo valor D2. Reações no engaste da barra 3: Reações no apoio da barra 4: A partir destas reações, consegue-se obter os diagramas, uma vez que não há reações que não foram calculadas. a. Diagrama de momento fletor 78 UNIUBE b. Diagrama de esforço cortante c. Diagrama de esforço normal Figura 56 – Exemplo 4.14 Fonte: o autor Uma forma alternativa de construir os diagramas de esforços é uti- lizando a fórmula do cálculo das reações, mas para o esforço que se deseja conhecer em cada nó. UNIUBE 79 Por exemplo, para saber o momento fletor, esforço cortante e esfor- ço normal no nó C da barra 4, faz-se como apresentado a seguir: O momento é positivo no sentido anti-horário. O diagrama de mo- mento fletor indica qual lado da seção está tracionando, conforme indicado no diagrama anterior. O esforço cortante é positivo, conforme convenção de sinais, quan- do tende a girar a barra no sentido horário. O esforço normal é positivo, conforme convenção de sinais, quan- do tende a sair da barra, tracionando a mesma. O mesmo deve ser feito para cada nó até completar todos os diagramas. Considerações finais A diferença entre os exemplos apresentados no Capítulo II e neste Capítulo é a presença das deslocabilidades externas. A identifica- ção dos graus de liberdade em vigas contínuas é feita facilmente, uma vez que os únicos deslocamentos são as rotações nos nós internos. Quando se tem barras contidas em um plano, deve-se atentar para as possíveis deslocabilidades externas. 80 UNIUBE A presença de barras rotuladas e engastadas em um plano irá con- figurar as linhas deformadas nos elementos estruturais. É preciso que se resolvam diversos exercícios para compreender e fixar a metodologia de cálculo para estes tipos de estruturas. Um fato que é preciso ter muita atenção é a transferência das for- ças reativas nas coordenadas locais aos apoios, pois são por meio delas que são calculadas as reações de apoio da estrutura real. Um ponto importante a se destacar aqui, é como calcular os coe- ficientes de rigidez dos casos básicos nas direções das desloca- bilidades externas. Quando se tem somente uma deslocabilidade externa, o cálculo do coeficiente de rigidez na direção desta des- locabilidade pode ser feito somando-se as forças reativas nas bar- ras que estão na mesma direção e alinhadas com o apoio fictício, ou então fazendo-se o equilíbrio de forças que estão atuando nos apoios reais na direção desta deslocabilidade. Agora, quando se tem mais de uma deslocabilidade externa, os coeficientes de rigidez nas direções destas, só podem ser calcula- dos somando-se as forças reativa nas barras que estão na mesma direção e alinhadas com os apoios fictícios. Arthur Rosinski do Nascimento Introdução Método dos deslocamentos aplicado em grelhas Capítulo 4 Conforme descrito no início do capítulo anterior a defi nição do modelo estrutural é uma das etapas mais importantes do projeto e análise estrutural. Lá, foram descritas algumas possibilidades de modelagem para a análise de um prédio. Um modelo muito utilizado para a representação do comportamento real da estrutura é o modelo de grelhas. As grelhas são estruturas planas, ou seja, todos os elementos estruturais estão contidos no mesmo plano, porém o carregamento que solicita a estrutura possui a direção normal (perpendicular) a este plano. Uma grelha pode representar um conjunto de vigas de todo o pavimento e que estão apoiadas simplesmente nos pilares. Sendo assim, este capítulo torna-se importante, pois fornece ao aluno mais uma alternativa diferente para a análise de estruturas hiperestáticas. Para que se possamcompreender os cálculos desenvolvidos neste capítulo, o(a) aluno(a) deve conhecer o comportamento de grelhas isostáticas, cálculo de momentos fl etores e torçores, transmissão de momentos nos nós rígidos de ligação entre barras etc. A única diferença encontrada neste capítulo em relação ao que já foi apresentado até o momento, é o aparecimento • Identificar as deslocabilidades em modelos estruturais do tipo grelha; • Compreender a solução fundamental que relaciona a torção em torno do eixo de uma barra e calcular os coeficientes de rigidez à torção; • Aplicar a rotina de cálculo em modelos estruturais do tipo grelha. • Método dos Deslocamentos Aplicados a Grelhas • Incógnitas do problema • Número de incógnitas – deslocabilidade interna • Número de incógnitas – deslocabilidade externa • Grandezas fundamentais • Exemplo de aplicação 5 • Exemplo de aplicação 6 Objetivos Esquema dos coeficientes de rigidez à torção que só aparece em estruturas tridimensionais e em grelhas. Este capítulo será desenvolvido conforme teorias e exemplos de aplicação apresentados nos livros de Martha (2010) e Sussekind (1987) feitas as devidas considerações do autor deste material. Método dos deslocamentos aplicado em grelhas4.1 4.1.1 Incógnitas do problema No caso de estruturas espaciais, precisaremos conhecer a rota- ção e o deslocamento linear resultantes de cada extremidade das barras que compõem a estrutura. Esta rotação será dada por suas componentes nos eixos x, y e z e o deslocamento linear por suas UNIUBE 83 componentes nos eixos x, y e z em um total de 6 incógnitas por nó da estrutura espacial, nos casos mais gerais. Por hipótese, uma barra de grelha não tem solicitações axiais, apre- sentando efeitos de flexão e cisalhamento transversais ao plano e efeito de torção. A figura a seguir mostra a convenção adotada para os eixos locais e para as deslocabilidades locais de uma barra de grelha. As deslocabilidades estão indicadas com seus sentidos positivos e as setas duplas indicam rotações. Figura 57 – Deslocabilidades em nós de uma grelha Fonte: Martha (2010, p.286) Para as grelhas (supostas situadas no plano xy e carregadas na dire- ção z), precisaremos conhecer as rotações em x e y e o deslocamento linear em z, em um total de 3 incógnitas por nó, nos casos gerais. 4.1.2 Número de incógnitas – Deslocabilidade interna Para o caso de estruturas espaciais, o número de deslocabilida- des internas é igual ao triplo do número de nós internos, rígidos, que a estrutura possui, pois que, para cada um deles, precisa- mos conhecer suas componentes de rotação em torno de cada um dos eixos coordenados. 84 UNIUBE Para o caso de grelhas, o número de deslocabilidades internas é igual ao dobro do número de nós internos, rígidos, que ela possui, pois, supondo a grelha situada no plano xy, não haverá componen- te de rotação em torno do eixo z. 4.1.3 Número de incógnitas – Deslocabilidade externa Este número de incógnitas independentes é traduzido pelo número de apoios do primeiro gênero que precisamos acrescentar à estru- tura para torná-la sem deslocabilidades lineares na direção do eixo z (direção dos eixos das forças). 4.1.4 Grandezas Fundamentais Considere a imposição de uma rotação por torção ϕA na extremida- de esquerda de uma barra isolada, enquanto a rotação na outra ex- tremidade é mantida nula (ϕB=0), tal como mostra a figura a seguir. Também considere a imposição de uma rotação ϕB na extremidade da direita, mantendo ϕA nula. São utilizadas setas duplas para re- presentar rotações e momentos torçores. Os momentos torçores TA e TB que atuam nas extremidades da barra para impor essas configurações deformadas também estão indicados na figura a seguir com seus sentidos positivos. Como não existe carregamento no interior da barra, o momento torçor é constante ao longo da barra. UNIUBE 85 Figura 58 – Coeficientes de rigidez local à torção de uma barra isolada Fonte: Martha (2010, p.285) Define-se genericamente o parâmetro Kϕ como o coeficiente de ri- gidez à torção: 4.1.5 Exemplo de aplicação 5 (MARTHA, 2010) DICAS A aplicação do método dos deslocamentos em grelhas segue a mesma metodologia do que está apresentado até o momento, inclusive as simplificações possíveis de serem adotadas. Uma observação a ser feita é que as considerações de barras inex- tensíveis para as barras das grelhas não têm efeito algum, pois não há translações possíveis no plano de atuação da estrutura, uma vez que todos os carregamentos estão aplicados perpendi- cularmente a este plano. 86 UNIUBE Como visto anteriormente, cada nó da grelha que não tem restrição aos deslocamentos, tem três deslocabilidades, sendo duas internas, referentes aos deslocamentos do tipo rotação nos eixos x e y (supon- do xy o plano da estrutura) e uma externa (deslocabilidade no eixo z). Desta forma, para impedir tais deslocabilidades é necessário a inser- ção de duas chapas rígidas fictícias (na direção das rotações) e um apoio de primeiro gênero (na direção da translação sobre o eixo z). Assim, para exemplificar a aplicação do método dos deslocamen- tos em grelhas, é apresentada a situação a seguir. Figura 59 – Exemplo 5.0 Fonte: adaptada de Martha (2010, p.383) As deslocabilidades existentes na estrutura anterior são duas rotações nos nós internos na direção do eixo X e duas rotações, também nos nós internos na direção do eixo Y. Considerando que os apoios de primeiro gênero externos são rotulados, são desprezadas as rotações existentes nos mesmos (por simplifi- cação). Como não há (por definição de grelhas) cargas nas dire- ções dos eixos X e Y, não há deslocamentos translacionais nas direções dos mesmos e rotações na direção do eixo Z. Desta forma, o Sistema Hipergeométrico e as deslocabilidades exis- tentes estão indicados na Figura 60. UNIUBE 87 Figura 60– Exemplo 5.1 Fonte: Martha (2010, p.383) Caso (0) – Solicitação externa isolada no SH Como todas as cargas atuantes na estrutura estão sobre os eixos das barras, não aparecerão momentos torçores nas mesmas. As reações de momento estão apresentadas na Figura 61. Figura 61 – Exemplo 5.2 Fonte: adaptada de Martha (2010) 88 UNIUBE RELEMBRANDO Para o cálculo do β10 é somado todos os momentos fletores que estão na direção da deslocabilidade 1 e atuando no nó em que foi inserida a chapa rígida 1. Para o cálculo do β20 é somado todos os momentos fletores que estão na direção da deslocabilidade 2 e atuando no nó em que foi inserida a chapa rígida 2. Para o cálculo do β30 é somado todos os momentos fletores que estão na direção da deslocabilidade 3 e atuando no nó em que foi inserida a chapa rígida 3. Para o cálculo do β40 é somado todos os momentos fletores que estão na direção da deslocabilidade 4 e atuando no nó em que foi inserida a chapa rígida 4. Lembrando que o vetor momento fletor atua perpendicular à barra fletida e o momento torçor atua na direção da barra torcida. Caso (1) – Deslocabilidade D1 isolada no SH A deslocabilidade D1 (rotação em torno do eixo X) é aplicada iso- ladamente no sistema hipergeométrico. Assim, são calculadas as reações de momento e verticais barra por barra, como segue. A primeira barra a ser considerada é a AB e tem como solução bá- sica a barra a seguir. UNIUBE 89 Figura 62 – Exemplo 5.3 Fonte: o autor Assim, as reações das soluções fundamentais são: A segunda barra a ser considerada é a barra BC. Figura 63 – Exemplo 5.4 Fonte: o autor 90 UNIUBE Assim, as reações das soluções fundamentais são: A terceira barra a ser considerada é a barra BE. A rotação D1 em torno do eixo X flete as barras AB e BC como mostrado anterior- mente, mas torce a barra CB. Desta forma, a solução fundamental
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