Buscar

Direito Administrativo (8) Bens Públicos

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 6 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 6 páginas

Prévia do material em texto

DIREITO ADMINISTRATIVO (8)
BENS PÚBLICOS
1 CLASSIFICAÇÃO
	Tradicionalmente a doutrina divide o domínio público em sentido estrito e em sentido amplo, sendo esse último o poder que o Estado exerce sobre todos os bens que se encontram no território nacional (que justifica as intervenções restritivas na propriedade/soberania). 
A doutrina moderna denomina o antigo domínio em sentido amplo de domínio iminente e a expressão “domínio público” atualmente é sempre enxergada em sentido estrito, significando propriedade, os bens de domínio público são aqueles pertencentes ao Estado.
A doutrina tradicional afirmava que são bens públicos aqueles pertencentes as pessoas jurídicas de Direito Público e às pessoas jurídicas de Direito Privado vinculados a prestação de serviço público. A proteção ao bem público é uma proteção à sociedade. 
Esse entendimento foi alterado com o advento do CC/02, art. 98 que define bens públicos como sendo os bens das pessoas jurídicas de Direito Público Interno, sendo todos os outros privados não importando a quem pertençam. A lei utilizou como único critério a titularidade do bem, não importando a sua destinação.
Contudo, o CC deve ser lido de forma sistemática. Todos os bens privados que estiverem atrelados a prestação de serviços públicos gozam das garantias inerentes aos bens públicos. 
A destinação será utilizada como critério de classificação:
(a) Uso comum – bens que o Estado conserva para serem utilizados pelas as pessoas em geral, a utilização ordinária desses bens é livre não depende de consentimento (praias, praças).
(b) Uso Especial – são os bens que o Estado conserva com finalidade pública específica. Podem ser de uso especial direto, o Estado conserva com finalidade específica de utilização pelo Estado, compõem a máquina do Estado (carro oficial), e de uso especial indireto, não compõem diretamente a máquina do estatal nem são destinadas para a utilização geral (terras tradicionalmente ocupadas pelos índios).
(c) Bens Dominicais – são bens que não possuem destinação pública. São públicos porque pertencem a uma pessoa jurídica de Direito Público (terras devolutas).
Os bens atrelados a uma finalidade pública, sejam de uso comum ou especial, são bens afetados. Os bens que não possuem destinação pública são desafetados. Mas essa classificação não é estanque, o bem que não possui finalidade pública pode passar a ter e o bem que possui pode deixar de ter (afetação ou desafetação).
A afetação ocorre pelo simples uso pelo Estado. A princípio não é econômico (ineficiente) a existência de bens desafetados. A desafetação deve ser formal, pode ser feita por meio de lei ou ato administrativo. É possível que bens de uso especial a desafetação pode ocorrer por fatos da natureza.
Os bens públicos gozam de garantias que decorrem da supremacia do interesse público sobre o interesse privado. 
(a) Impenhorabilidade – não se admite a constrição judicial e penhora de bens públicos. É desnecessária porque o Estado garante o juízo das ações contra ele com seu próprio orçamento. Mesmo os bens dominicais são impenhoráveis. Basta que o bem seja qualificado como público, independentemente da sua destinação.
(b) Não onerabilidade – não incide sobre os bens públicos direitos reais de garantia (penhor, hipoteca e anticrese). Podem incidir direitos de uso.
(c) Imprescritibilidade – prescrição aquisitiva, não podem ser usucapidos. Súmula 340 STF. Não interessa a destinação do bem. Mesmo sobre bem dominical não é admitida. O STJ tem entendido que a utilização continua de um bem público por particular sem que haja justo título não configura posse, mas mera detenção. 
Os terrenos de marinha pertencem à União. As pessoas que residem beira mar possuem enfiteuse. O CC/02 proibiu a concessão de novas enfiteuses, mas não extinguiu as antigas. É direito real sobre coisa alheia de caráter perpétua. O proprietário é titular do domínio real e o enfiteuta é titular do domínio útil. A qualidade de enfiteuta pode ser usucapida. Usucapião de domínio útil, desde que pertencente a particular.
(d) Inalienabilidade ou Alienabilidade Condicionada – respeitadas as condições legais é possível a alienação de bens públicos. Art. 17, Lei 8666. Para alienar qualquer bem público é necessária a desafetação. Bem de uso especial enquanto conservar essa qualidade é inalienável. Deve haver declaração de interesse público na alienação, avaliação prévia do bem e licitação. Se o bem for imóvel, deve haver autorização legislativa específica. Em se tratando de bem imóvel da União, além da desafetação e autorização legal, é necessária autorização presidencial (Lei 9.636/98). 
2 USO PRIVATIVO OU ANORMAL
A utilização ordinária de bens públicos é livre, não há necessidade de autorização do Poder Público. Contudo, em determinadas situações o particular pretende realizar alguma utilização anormal, privativa. Ex. casamento na praia. O Poder Público deverá então verificar se essa utilização especial não impede a utilização normal pelas outras pessoas. 
Portanto, esse tipo de utilização depende de consentimento do Estado, que pode se dá por meio de autorização, permissão ou concessão de uso de bem público. Tanto a autorização como a permissão são atos administrativos unilaterais discricionários (pode ser feito pela administração pública analisando os critérios de oportunidade e conveniência) e precários (pode ser desfeito a qualquer tempo sem direito a indenização, não gera direito adquirido). O que diferencia uma da outra é o interesse. A autorização de uso é feita no interesse do particular e a permissão é feita quando há também interesse público. 
Embora a permissão de uso seja ato unilateral, se houver interesse de mais de uma pessoa deve haver licitação. A lei estabelece que na permissão de uso, se houver prazo determinado deve-se respeitar o prazo (ato deixa de ser precário). 
Já a concessão, não é ato unilateral. Possui natureza de contrato administrativo, possuindo prazo determinado. Se extinto antes do prazo enseja direito à indenização. Normalmente é realizada nas hipóteses em que o particular irá investir um pouco mais na utilização do bem (box no mercado). Portanto, o prazo representa uma garantia para a amortização do investimento no bem.
Há ainda a concessão de direito real de uso – feita para a urbanização/industrialização de áreas públicas. E a concessão de uso para fins de moradia.
Se o bem público for um bem dominical, pode ser utilizado pelo particular mediante títulos de direito privado como locação, arrendamento, enfiteuse, concessão de Direito real de uso, cessão de uso, etc. São contratos regidos pelo Direito Privado.
3 BENS EM ESPÉCIE
O art. 20 da CRBF, regulamentado pelo Decreto Lei 9760/46, define quais são os bens públicos pertencentes à União e o art. 26 define quais são os bens pertencentes aos Estados, sendo os remanescentes pertencentes aos Municípios. 
Em direção ao oceano há uma faixa de 12 milhas marítimas (mar territorial) que pertence a União. Depois dessa faixa, há uma faixa de 200 milhas (plataforma continental e zona econômica exclusiva), de acordo com a CRFB os recursos naturais aqui encontrados pertencem a União. Note-se que não é a plataforma bem público federal, apenas os recursos lá encontrados são de titularidade da União.
Em direção ao país há uma faixa de 33 contados da linha de preamar (terreno de marinha), que pertence à União. Preamar é maré alta. Em 1831 fez-se uma média de marés altas no país, sendo determinada uma linha de preamar.
 Observação: em caso de aterro ou se por qualquer motivo a distância entre o mar e a terra for aumentada, há acréscimo aos terrenos de marinha (não se calcula novamente a distância para determinar os 33 metros de terreno).
Terminando o mar, adentrando o país, a faixa de terra de 150km contada das fronteiras com outros países chama-se faixa de fronteira. Os terrenos que se encontram em faixa de fronteira são necessários à garantia da segurança nacional. Não pertencem à União. 
As terras tradicionalmente ocupadaspor índios pertencem à União. 
As terras devolutas são bens pertencentes aos Estados membros em que estão localizadas, salvo as necessárias à fortificação das fronteiras, construção militares, comunicação das vias federais e proteção do meio ambiente, que pertencem à União. 
Rios e corrente de águas pertencem aos Estados membros que estão localizados, salvo os rios que vem ou vão para outro país e rios que banham mais de um Estado da Federação pertencem à União. 
Os potenciais de energia hidráulica (extrair energia da água) pertencem à União.

Outros materiais