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Alterçoes pós morte EVZ UFG (1)

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Universidade Federal de Goiás 
Escola de Veterinária 
Departamento de Medicina Veterinária 
Setor de Patologia Animal 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ALTERAÇÕES PÓS-MORTE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Goiânia 
2005 
 
Setor de Patologia Animal da Escola de Veterinária da UFG Caixa Postal 131 – Campus Samambaia 
CEP: 74001- 970 – Goiânia – Goiás Telefones: (62) 521.1580/1584 – Fax: (62) 521.1597 – 
E-mail: patologia@vet.ufg.br 
2
 
ALTERAÇÕES PÓS-MORTE 
 
1. ALTERAÇÕES CADAVÉRICAS 
 
 
 1.1. Introdução 
 
 Alterações pós-morte ou cadavéricas, são todas aquelas 
alterações observadas num cadáver e que, comprovadamente, não tenham 
ocorrido no indivíduo em vida. 
 É de grande importância o conhecimento das alterações 
cadavéricas a fim de se evitar que se confundam as alterações decorrentes 
da morte e as lesões provocadas em vida pelas doenças. Além disso, seu 
conhecimento possibilita, muitas vezes, estimar a hora da morte em casos 
de Medicina Legal. 
O termo tanatognose significa estudo da morte e o cronotanatognose 
significa estimativa da hora da morte Esses termos derivam da língua 
grega onde khrónos significa tempo ; thanatos , morte e gnosis significa, 
conhecimento. 
 Enquanto o termo necrose refere-se a morte de um tecido em um 
indivíduo vivo, a morte somática significa a morte do indivíduo como um 
todo. É mais sensato caracterizar a morte pelo somatório de uma série de 
fenômenos: perda da consciência; desaparecimento dos movimentos e do 
tônus muscular; parada dos movimentos respiratórios e do batimento 
cardíaco; perda da ação reflexa a estímulos táteis, térmicos e dolorosos; 
parada das funções cerebrais. 
 Morte somática é a ruptura do equilíbrio biológico e físico-químico 
fundamentais à manutenção da vida. 
Tanatologia é o ramo da patologia que se ocupa com o estudo da 
morte. 
1.2. Classificação 
 
 
 
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CEP: 74001- 970 – Goiânia – Goiás Telefones: (62) 521.1580/1584 – Fax: (62) 521.1597 – 
E-mail: patologia@vet.ufg.br 
3
 A classificação das alterações pós-morte que segue é baseada na 
modificação do aspecto geral do cadáver. 
 
 1.2.1. Alterações cadavéricas abióticas: são aquelas que não 
modificam o cadáver no seu aspecto geral. Divide-se em: 
 
 
 
 a) IMEDIATAS - significam morte somática, clínica ou geral. 
 
 a.1. Insensibilidade 
 a.2. Imobilidade 
 a.3. Parada das Funções Cardíaca e Respiratória 
 a.4. Inconsciência 
 a.5. Arreflexia 
 
Após a morte, existe uma série de alterações seqüências previstas 
que podem ser modificadas na dependência de condições fisiológicas pré 
morte, das condições ambientais e do tipo de morte, se intencional, natural 
ou acidental. 
 
 
 b) MEDIATAS ou CONSECUTIVAS - significam autólise. 
 
 b.1. Livor mortis ou hipostase cadavérica 
 b.2. Algor mortis ou frialdade cadavérica 
 b.3. Rigor mortis ou rigidez cadavérica 
 b.4. Coagulação do sangue 
 b.5. Embebição pela Hemoglobina 
 b.6. Embebição pela Bile 
 b.7. Timpanismo ou meteorismo pós-morte 
 b.8. Deslocamento, Torção ou Ruptura de Vísceras 
 b.9. Pseudo-prolapso retal 
 
 1.2.2. Alterações cadavéricas transformativas: são aquelas que 
modificam o cadáver no seu aspecto geral, inclusive dificultando o trabalho 
de análise dos achados. Significam decomposição, putrefação ou heterólise. 
Sob o ponto de vista prático, só se deve realizar a necropsia se houver 
envolvimento judicial. Essa alterações podem ser classificadas em: 
 
 
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 a) Pseudo-melanose 
 b) Enfizema tecidual 
 c) Maceração 
 d) Coliquação 
 e) Redução Esquelética 
 
 2. FATORES QUE INFLUENCIAM NO APARECIMENTO PRECOCE 
OU TARDIO DAS ALTERAÇÕES CADAVÉRICAS 
 
 2.1. Temperatura ambiente: 
 Quanto mais alta a temperatura, maior a velocidade de 
aparecimento das alterações. As temperaturas baixas inibem a ação e a 
síntese de enzimas proteolíticas, bem como o crescimento bacteriano. 
 
 2.2. Tamanho do animal: 
 Quanto maior o animal, mais difícil seu resfriamento e 
maior a velocidade de instalação das alterações cadavéricas. 
 
 2.3. Estado de nutrição: 
 Quanto maior o teor de glicogênio muscular mais tempo 
levará o Rigor mortis para se instalar. 
 Porém, quanto melhor alimentado o animal, maior e 
mais gordo ele estará, dissipando menos calor e com maior velocidade de 
instalação das demais alterações cadavéricas. 
 
 2.4. Causa mortis: 
 Infecções clostridiais e septicemias com hipertermia pré-
agônica, tétano, intoxicações com estricnina e traumatismos encefálicos com 
tetania e hipertermia aceleram a instalação de alterações cadavéricas. 
 
 2.5. Cobertura tegumentar: 
 Pêlos, penas, lã e camada de gordura diminuem a 
dissipação de calor e aumentam a velocidade de instalação das alterações 
cadavéricas. 
 Exemplo: suíno, ovelha lanada. 
 
 
 3. RECONHECIMENTO DAS ALTERAÇÕES CADAVÉRICAS 
 
 
 
 Num exame superficial do cadáver nota-se em primeiro lugar a 
paralisação do coração e respiração. Esta paralisação não é simultânea, 
 
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visto que os batimentos cardíacos persistem mais tempo que os movimentos 
respiratórios. 
 A morte somática de um indivíduo não acarreta a morte simultânea de 
todos os seus tecidos. Células individuais ou tecidos podem permanecer 
vivos durante um curto e variável período de tempo após a morte clínica, 
possibilitando assim os transplantes de órgãos. Algumas atividades podem 
continuar como terminação de mitoses já iniciadas e a capacidade fertilizante 
dos espermatozóides, mesmo após a morte, por algum tempo. 
 A autólise é a auto digestão dos tecidos produzida pelas enzimas 
lisossômicas citoplasmáticas, após a morte. Em alguns tecidos, tais como 
as mucosas do estômago ou da vesícula biliar, fígado, pâncreas, testículo e 
rim as alterações autolíticas são rápidas, já no tecido tegumentar, muscular e 
no ósseo os fenômenos autolíticos são mais lentos. Em geral quanto mais 
diferenciado for o tecido, mais rápida será a instalação do processo de 
autólise, devido ao alto índice metabólico e, por conseguinte, maior 
necessidade de nutrientes e oxigênio. Assim os tecidos parenquimatosos se 
autolisam mais rapidamente que o tecido conjuntivo. 
 A autólise precoce traz como conseqüência a perda de detalhes 
celulares e tintoriais, que podem causar alguma confusão e dificuldade para 
o diagnóstico diferencial com os processos degenerativos. O citoplasma 
torna-se granuloso e hialino, há perda dos limites celulares e de afinidade 
pelos corantes. A ausência de reação inflamatória e a ocorrência de 
hemólise intravascular diferenciam estas alterações da necrose. 
 
 
3.1. Alterações Cadavéricas Abióticas : 
 
 
 A. Algor Mortis 
 
 É o resfriamento do corpo em função da parada dos processos 
metabólicos e perda progressiva das fontes energéticas. 
 
 1. Sinonímia: Arrefecimento cadavérico, frialdade cadavérica, frigor 
mortis. 
 
 2. Verificação: Resfriamento gradual do cadáver, até alcançar (ou 
ultrapassar, devido à dissipação do calor por evaporação) a temperatura 
ambiente. 
 
 3. Aparecimento após a morte: Depende da espécie, do estado de 
nutrição,da temperatura ambiente e da causa mortis. Em geral, torna-se 
perceptível três a quatro horas após a morte. 
 
 4. Mecanismo de formação: Com a parada das funções vitais, 
inclusive do sistema termorregulador e com a evaporação atuando nas 
 
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superfícies corporais, dissipando o calor, inicia-se um resfriamento gradual 
do corpo até equilibra-se com a temperatura ambiente. 
 
 5. Observações: Considera-se, em geral, a queda na temperatura 
corporal de um grau centígrado por hora após a morte (1oC/ hora). 
 
 Caso o animal apresente tetania ou movimento de pedalagem 
intensos pré-agônicos, tais como os ocorridos no tétano, na intoxicação por 
estricnina e nos traumatismos do SNC, pode ocorrer inicialmente uma 
elevação na temperatura corpórea mesmo após a morte. 
 Nos animais obesos a densa camada de gordura no 
subcutâneo funciona com isolamento ao interpor-se entre os órgãos e o meio 
externo constitui um obstáculo para o resfriamento do cadáver. Também 
quanto maior o animal, mais difícil seu resfriamento. Nos locais onde a 
temperatura é mais quente o desenvolvimento do algor mortis é mais lento 
que em ambientes frios. 
 
 B. Livor Mortis 
 
É a acomodação gravitacional do sangue para o lado de decúbito do 
animal 
 
 1. Sinonímia: Lividez cadavérica, hipostase cadavérica. 
 
 2. Verificação: Manchas violáceas, nos locais de declive, que 
desaparecem pela compressão digital. 
 
 3. Aparecimento após a morte: Entre duas e quatro horas, se o 
animal permanece na mesma posição. 
 
 4. Mecanismo de formação: Com a parada da função cardíaca ocorre 
o acúmulo de sangue nas regiões mais baixas por ação da gravidade, uma 
vez que já não existe mais uma força oposta desenvolvida pelo 
bombeamento do sangue pelo coração. 
 
 5. Observação: Diferenciar da congestão hipostática, fenômeno 
circulatório, que ocorre com o animal em vida e que predispõe à processos 
diversos em virtude da desvitalização tecidual. 
 
 Logo após a morte, o sangue nas veias escorre por ação da 
gravidade em direção às partes mais baixas do corpo em contato com o 
solo, é a hipostase cadavérica ou sanguínea. 
 A hipostase cadavérica que se estabelece nas regiões de 
declive, provoca o aparecimento na pele de manchas azuladas ou violáceas 
que recebem o nome de manchas hipostáticas ou lividez. Estas são pouco 
evidentes nas áreas de contato do corpo com a superfície (áreas de 
pressão). 
 
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 Mediante pressão ou mudando a posição do cadáver o sangue se 
desloca passivamente, permitindo assim diferenciar tais manchas das 
hemorragias cutâneas. Também nas vísceras observamos as manifestações 
características da hipostase cadavérica. 
 Deste modo, as manchas cadavéricas vistas na posição de declive do 
corpo e dos órgãos internos permitem saber a posição que ficou o cadáver 
após a morte. 
 
 
 
 C. Rigor Mortis 
 
 É a condição em que os músculos mostram-se rígidos e contraídos, 
não sendo possível a movimentação passiva das articulações. Após a morte 
somática ocorre a interrupção da circulação do sangue, no entanto a 
atividade muscular continua até a redução dos substratos energéticos 
celulares. Muito calor é produzido nesse período imediatamente após a 
morte e ocorre a diminuição progressiva do pH do músculo. O nível de 
oxigênio, o trifosfato de adenosina (ATP) e a creatina-fosfato também 
diminuem. 
Este enrijecimento está relacionado com a contração pós-morte das 
fibras musculares à medida que o ATP decresce. O ATP pode ser 
ressintetizado a partir do glicogênio e por isso há retardamento do 
enrijecimento dos músculos de animais bem alimentados e com alto teor de 
glicogênio muscular. As fibras musculares se encurtam desencadeando a 
fase de rigor. Esse processo é semelhante à contração muscular 
 
 1. Sinonímia: Rigidez cadavérica 
 
 2. Verificação: Tentando mover a mandíbula e as articulações das 
extremidades. Com a rigidez dos músculos, as articulações tendem a 
apresentar pouca mobilidade. 
 
 3. Aparecimento após a morte: Em torno de duas a quatro, 
dependendo principalmente do estado de nutrição do animal e da causa 
mortis. Nos animais caquéticos e nos que morreram de tétano, traumatismos 
no SNC, de intoxicações ou após exercícios musculares (movimentos de 
pedalagem), ocorre mais precocemente. 
 
 4. Duração: Em torno do 12 a 24 horas, dependendo do estado de 
nutrição e da causa mortis, sendo menos pronunciado e duradouro naqueles 
animais que morreram caquéticos ou após exercícios musculares intensos. 
 
 
 
 
 
 
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 5. Mecanismos de formação: 
 
 a) Fase pré-rigor: Apesar da morte somática, o tecido 
muscular permanece ativo por algum tempo, com o glicogênio de reserva 
mantendo os ATP’s necessários ao metabolismo vital das fibras. O ATP é 
importante para manter a actina e a miosina separadas, durante o 
relaxamento muscular. Como não há oxigenação, ocorre aumento do ácido 
lático e diminuição do pH e do fosfato de creatina. 
 
 b) Fase de rigor: Devido a redução da concentração de 
ATP, as fibras de actina e miosina permanecem ligadas estabelecendo um 
estado de contração da fibra muscular até que sejam destruídas pela 
autólise e ou heterólise. 
 c) Fase de pós-rigor: Com a destruição da actina e 
miosina por enzimas proteolíticas, ocorre o relaxamento dos músculos. Esta 
fase indica o final da rigidez cadavérica e o inicio dos fenômenos 
putrefativos. 
 
 6. Observações: O enrijecimento tende a iniciar-se nos músculos 
involuntários atingindo posteriormente os voluntários, na seguinte seqüência: 
 Coração - na 1a hora após a morte; 
 Músculos respiratórios; 
 Músculos mastigatórios; 
 Músculos peri-oculares - promovendo a retração ocular; 
 Músculos do pescoço; 
 Músculos dos membros anteriores 
 Músculos do tronco; 
 Músculos dos membros posteriores. 
 
 O término do enrijecimento segue esta mesma ordem. 
 
 Em geral, temperaturas entre 5 ºC a 32ºC fazem com que a 
rigidez progrida na ordem cronológica citada anteriormente. 
 
ALTERAÇÕES BIOQUÍMICAS QUE DETERMINAM O RIGOR MORTIS: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 MORTE 
 
 
AUSÊNCIA DE CIRCULAÇÃO 
 
 
DIMINUIÇÃO DO OXIGÊNIO 
 
 
FLACIDEZ DA MUSCULATURA PRÉ-RIGOR 
 
 
Utilização do glicogênio 
 
 
AUMENTO DA GLICÓLISE ANAERÓBICA 
 
 
 
 Produção de ATP Ácido lático (aumenta) 
 
 
 
 
 Exaustão do ATP Redução do pH 
 (Actina /miosina permanecem unidas ) 
 
 
 
 
 RIGOR MORTIS 
 
 
 
DESTRUIÇÃO DAS LIGAÇÕES DE MIOFIBRILAS PELAS ENZIMAS AUTOLÍTICAS 
 
 
 
FLACIDEZ MUSCULAR PÓS-RIGOR 
 
 
 
 
 
 
 
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D. Coagulação do Sangue 
 
 1. Verificação: Aparecimento de coágulos vermelhos (cruóricos), 
amarelos (lardáceos) e ou mistos nas câmaras cardíacas e nos vasos. 
 
 2. Aparecimento após a morte: Em torno de duas horas. 
 
 3. Duração: Em torno de oito horas, com posterior hemólise do 
coágulo e formação de um líquido vermelho escuro. 
 
 4. Mecanismo de formação: Células endoteliais, leucócitos e 
plaquetas em hipóxia liberam a enzima tromboquinase que irá desencadear 
a formação de coágulos. 
 
 5. Observações: O coágulo post-morte deve ser diferenciado do 
trombo. 
 
 COÁGULO TROMBO 
 Aspecto 
 liso 
gelatinoso 
 elástico 
brilhante 
Aspecto 
 seco 
 friável 
inelástico 
Está sempre solto do 
sistema 
 cardiovascular 
 Esta sempre bem 
aderido à parede 
vascular/ cardíaca, 
quando retirados à 
necropsia deixam uma 
superfície rugosa e 
sem brilho. 
 
 
 O coágulo lardáceo é mais observado em animais que 
morreram por enfermidades que cursam com alterações na composição 
sanguínea, como o aumento dos glóbulos brancos presentes em processos 
infecciosos, diminuição da quantidade de eritrócitos ou ainda a presença de 
toxinas na circulação com alteração plaquetária que desencadearia a 
liberação dos fatores precursores da coagulação determinando a formação 
do coágulo. 
 
 O coágulo misto tem base inferior vermelho escura e a superior 
amarelo-acinzentado e consistência elástica, representando a separação das 
hemácias dos elementos sanguíneos da linhagem branca. É comum no 
eqüino, onde a velocidade de hemossedimentação é maior. 
 
 
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E) Embebição pela Hemoglobina 
 
 1. Sinonímia: Embebição hemolítica ou sanguínea. 
 
 2. Verificação: Manchas avermelhadas nos endotélios vasculares, no 
endocárdio e nas vizinhanças de vasos, mais evidenciáveis em tecidos 
claros como omento, mesentério, tecido subcutâneo. 
 
 3. Aparecimento após a morte: Em até de oito horas. 
 
 4. Mecanismo de formação: Devido à hemólise do coágulo, ocorre 
liberação da hemoglobina, que se difunde no vaso e na periferia deste. 
As hemácias contidas nos vasos sanguíneos com o passar do tempo 
sofrem hemólise e liberam a hemoglobina que livre, se infiltra nos tecidos e 
pode corar ligeiramente a luz dos vasos tais como a artéria aorta, o 
endocárdio ou as superfícies serosas, resultando em uma cor vermelha com 
variação de tonalidade dependendo da quantidade de pigmento 
hemoglobínico livre e variando do vermelho claro ao escuro. 
É chamada Embebição Hemolítica, que freqüentemente está 
associada aos fenômenos iniciais de autólise do cadáver. 
 
 5. Observações: A embebição pela hemoglobina deve ser 
diferenciada das hemorragias subendocárdicas e subendoteliais. Para isto 
basta fazer um corte e observar a profundidade da alteração. Na hemorragia 
a mancha avermelhada toma uma tonalidade mais viva e é sempre mais 
profunda; enquanto que na embebição pela hemoglobina a mancha é 
apenas superficial. 
 
 F) Embebição pela Bile 
 
 
1. Verificação: Constatação de uma coloração amarelo-esverdeada 
nos tecidos circunvizinhos à vesícula biliar. 
 
 2. Aparecimento após a morte: Muito variável. 
 
2. Mecanismo de formação: A ação dos sais biliares promove uma 
autólise rápida da parede da vesícula que facilita a difusão dos 
pigmentos biliares que determina uma coloração semelhante a 
esses pigmentos nas estruturas próximas (fígado, estomago e 
intestinos) a vesícula. 
 
 
 
 
 
 
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G) Meteorismo Pós-morte 
 
 
Distensão abdominal provocada pela formação de gases no sistema 
digestivo em decorrência da fermentação e putrefação do conteúdo 
gastrointestinal com a multiplicação de bactérias produtoras de gás. 
 
 
 1. Sinonímia: Timpanismo cadavérico. 
 
 2. Verificação: Distensão abdominal por gases formados no tubo 
gastrointestinal. 
 
 3. Aparecimento após a morte: Muito variável. 
 
 
 4. Mecanismo de formação: A fermentação e putrefação do conteúdo 
gastrointestinal ocasiona grande volume de gás, que distende as vísceras, 
aumentando a pressão intra-abdominal. 
 
 
 5. Observações: O meteorismo pos morte deve ser diferenciado do 
meteorismo ante morte. 
 
 
 
 
 DIFERENÇAS ENTRE METEORISMO ANTE E PÓS- MORTE 
METEORISMO PÓS-MORTE METEORISMO ANTE-MORTE 
 
Ausência de alterações 
circulatórias na parede do tubo 
gastrointestinal 
Hiperemia e hemorragia na parede 
gastrointestinal 
Compressão de órgãos vizinhos 
(fígado e baço) devido a distensão 
do rumem e intestino. 
 
 
 
 H) Deslocamento, Torção e Ruptura de vísceras. 
 
 
 
1. Verificação: Modificação na posição das vísceras, às vezes com 
torção e até ruptura das mesmas. 
 
2. Mecanismo de formação: A fermentação e putrefação do conteúdo 
gastrointestinal produzem gases que deslocam vísceras, forçando-
 
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13
as muitas vezes a mudar de posição, distenderem e torcerem, às 
vezes, conforme a distensão e/ou a torção podem se romper. 
 
3. Observações: Tais alterações pos morte, devem ser diferenciadas 
das distopias, das torções e das rupturas de vísceras ante-morte, 
que são muito comuns em eqüinos, com base na ausência de 
alterações circulatórias (congestão, edema e hemorragia) , que 
ocorrem nas alterações ante-morte. 
 
 
 
 I) Prolapso retal cadavérico 
 
É a exteriorização da ampola retal pós-morte. 
 
 1. Sinonímia: Pseudo- prolapso retal. 
 
 2. Verificação: Exteriorização da ampola retal, com ausência de 
alterações circulatórias indicando um processo ante-morte. 
 
 3. Mecanismo de formação: Aumento da pressão intra-abdominal e 
intrapélvica causado pelo meteorismo pós-morte é o fator desencadeador 
desta alteração. 
 
 4. Observações: É mais comum em herbívoros. Deve ser diferenciado 
do prolapso ante-morte com base na ausência de alterações circulatórias no 
processo pós-morte. 
 
 
 
 3.2. Alterações Cadavéricas Bióticas ou Transformativas 
 
 Heterólise ou putrefação são termos que se aplicam à 
destruição de um tecido por enzimas proteolíticas produzidas por bactérias 
decompositoras (saprófitas), geralmente provindos do trato intestinal, que 
decompõem (putrefazem) o organismo, alterando de tal maneira suas 
características de modo a torná-lo impróprio para a necropsia. Os clostrídios 
normalmente presentes nas fezes são os mais comuns na putrefação. Entre 
as substância mal cheirosas formadas durante este processo incluem-se: 
amônia, sulfeto de hidrogênio, indol escatol, putrescina e a cadaverina. 
Como conseqüência da heterólise, podem ocorrer as seguintes 
alterações: 
 
 
 
 
 
 
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CEP: 74001- 970 – Goiânia – Goiás Telefones: (62) 521.1580/1584 – Fax: (62) 521.1597 – 
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 a) Pseudo-melanose 
 
Presença de manchas cinza-esverdeadas nas vísceras e pele produto 
dasulfameta-hemoglobina derivada do gás sulfidrico com a hemoglobina. 
 
 1. Sinonímia: Manchas de putrefação. 
 
2. Verificação: Manchas irregulares, cinza-esverdeadas, na pele da 
região abdominal e em órgãos vizinhos aos intestinos. 
 
3. Mecanismos de formação: O ácido sulfídrico (H2S) oriundo das 
putrefações reage com o ferro liberado da hemoglobina após a 
hemólise formando o sulfureto de ferro que cora os tecidos em cinza 
esverdeado. 
 
 
 b) Enfisema cadavérico 
 
 Gases originados da putrefação surgem no interior das vísceras e 
tecido subcutâneo. 
 
 1. Sinonímia: Crepitação pós-morte. 
 
 2. Verificação: Crepitação no tecido subcutâneo, muscular e em 
órgãos parenquimatosos. Este fenômeno ocorre inicialmente no fígado e 
posteriormente em outras vísceras. 
 
4. Mecanismos de formação: A proliferação de bactérias putrefativas 
decompõem os tecidos levando à formação de pequenas bolhas 
de gás sulfídrico ( H2S). 
 
 
 
 c) Maceração 
 
 1. Verificação: Fragmentação tecidual e desprendimento das 
mucosas. 
 
 2. Mecanismo de formação: As enzimas proteolíticas geradas pela 
proliferação bacteriana agem nos tecidos tornando-os friáveis. 
 
 
 
 
 
 
 
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 d) Coliquação 
 
É a liquefação dos tecidos causada pela proliferação de bactérias 
saprófitas e pode ser observada facilmente em órgãos parenquimatosos 
(fígado e rim). 
 
 1. Sinonímia: Liquefação parenquimatosa pós-morte. 
 
 2. Verificação: Perda progressiva do aspecto e estrutura das vísceras, 
que se tornam amorfa e liquefeitas. 
 3. Mecanismo de formação: Enzimas proteolíticas geradas pela 
proliferação bacteriana decompõem e liquefazem o parênquima das 
vísceras. 
 
Observação: Ocorrência extremamente precoce na medular de 
adrenal, não significando, neste órgão, putrefação. Também o pâncreas é 
muito sensível à autólise devido ao seu conteúdo enzimático. 
 
 
 e) Redução Esquelética 
 
 1. Sinonímia: Esqueletização. 
 
 2. Verificação:Após a dissolução dos tecidos moles.

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