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Grupo econômico

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DIREITO DO TRABALHO Aula 12/03/2018
Vimos a possibilidade de transferência da titularidade, agora vamos continuar com GRUPO ECONÔMICO.
GRUPO ECONÔMICO: é um conglomerado de empresas com personalidade jurídica própria bem como autonomia, mas com interesses integrados e com a possibilidade de controle administrativo e o acionário. 
 A 
B C , a pessoa jurídica A é a controladora e as pessoas jurídicas B e C são as controladas, aqui nós temos um grupo em que se tem o controle acionário no nome de uma pessoa jurídica e as outras apesarem de serem pessoas jurídicas estão controladas por essa, aqui é possível uma única administração, se tem um controle administrativo e/ou acionário, financeiramente essas pessoas jurídicas são independentes, geralmente nessa formação de grupos se tem uma que é controladora no aspecto financeiro, o que vai caracterizar é exatamente essa interligação, não é meramente a identidade de sócios, porque se pode ter identidade de sócios e não haver grupo econômico, um interesse comum, a reforma trabalhista alterou o parágrafo 2º e 3º do artigo 2º da CLT, em que diz que pra existência de grupo econômico não é simplesmente a necessidade da existência de sócios, é preciso que tenha interesse próprio, uma interligação entre os membros do grupo. 
Ex.: grupo que existia no Sul do país e atividade empresarial é um parque de indústria em que um dos sócios de lá ele tinha uma filha com formação na área de odontologia e abriu uma clínica em Manaus, ele saiu de lá e foi constituir sócio dessa clínica, então esse grupo do sul entrou com processo de falência numa vara de administração e os empregados ajuizaram ação na justiça do trabalho, o advogado dos empregados disse que aquele mesmo membro do grupo era sócio da clínica de Manaus e que existia um grupo econômico entre a clínica de Manaus e as industrias do Sul, nesse caso não existia qualquer ligação, o que aconteceu foi que não foi prudente a decisão do juiz a priori considerando como grupo econômico a indústria e a clínica, o fato a ser mostrado é que não havia qualquer ligação, era meramente uma identidade de sócios 
 Art. 2º - Considera-se empregador a empresa, individual ou coletiva, que, assumindo os riscos da atividade econômica, admite, assalaria e dirige a prestação pessoal de serviço.
§ 1º - Equiparam-se ao empregador, para os efeitos exclusivos da relação de emprego, os profissionais liberais, as instituições de beneficência, as associações recreativas ou outras instituições sem fins lucrativos, que admitirem trabalhadores como empregados.
§ 2o Sempre que uma ou mais empresas, tendo, embora, cada uma delas, personalidade jurídica própria, estiverem sob a direção, controle ou administração de outra, ou ainda quando, mesmo guardando cada uma sua autonomia, integrem grupo econômico, serão responsáveis solidariamente pelas obrigações decorrentes da relação de emprego.
§ 3o Não caracteriza grupo econômico a mera identidade de sócios, sendo necessárias, para a configuração do grupo, a demonstração do interesse integrado, a efetiva comunhão de interesses e a atuação conjunta das empresas dele integrantes. 
É uma união, uma junção de pessoas jurídicas, é preciso que seja comprovado a atuação em conjunto, o interesse em comum no grupo, se são pessoas jurídicas são independentes, mas que há um liame, uma ligação entre as mesmas, existe interesse que são interligados geralmente isso não existe pois são pessoas jurídicas distintas, mas no grupo econômico mesmo que não possa visualizar existe essa ligação entre os membros do grupo econômico, esse interesse pode se manifestar através do controle acionário. O que vai identificar o grupo NÃO é a dominação, existe grupos que mostram que são, ex.: líder, mas outros mascaram, esses que não mostram essa identidade é porque não querem lidar com a responsabilidade.
O objetivo de estudar GRUPO ECONÔMICO no Direito de Trabalho: Objetiva-se oferecer maior garantia aos trabalhadores e evitar manobras fraudulentas, ou seja, o ponto de vista não é empresarial, o que interessa é saber se existe ou não o grupo. 
Existe DOIS tipos de grupo, um grupo horizontal ou coordenação A B C, nesse caso NÃO há controladora, o liame será a administração, NÃO existira a hierarquia, vai ser caracterizado grupo econômico porque há gerência na pessoa jurídica da outra, uma administração em conjunto e outro grupo chamado vertical ou subordinação 
 A 
 B 
C 
já se consegue visualizar que nesse caso se tem um controle acionário e um controle administrativo, se tem uma controladora e controlados, em que possui hierarquia. 
RESPONSABILIDADE: é solidária, ou seja, os membros do grupo são CODEVEDORES quanto aos débitos trabalhistas dos empregados que pertencem a um mesmo grupo. Isso significa que o empregado de uma pessoa jurídica que ingressar com ação na justiça do trabalho contra esse empregador, mas caso queira o empregado pode mover ação contra outra pessoa jurídica que não seja seu empregador ou até mesmo contra todos que pertencem ao grupo econômico, isso significa que são codevedores que é diferente de Coempregadores, como assim? Quando o empregado calcula as verbas trabalhistas ele leva em consideração o contrato que celebrou com o empregador, a regulamentação dele, feito o cálculo é possível que a cobrança seja feita para todas as pessoas jurídicas do grupo econômico enquanto que os Coempregadores significa que o empregado trabalha para todas as pessoas jurídicas logo quando for realizar o cálculo das dívidas trabalhistas deverá levar em consideração o contrato que lhe for mais favorável, isso se CHAMA RESPONSABILIDADE SOLIDARIA ATIVA, o empregado terá que comprovar que trabalhou para todos, mas se existe grupo econômico sempre irá existir coresponsabilidade , então sempre serão codevedores, mas nem sempre será coempregadores, para o direito do trabalho o que importa é responsabilidade solidaria com esse tipo aumenta as chances de receber as verbas rescisórias, ela dá uma proteção maior para o trabalhador. 
LEMBRETE: a sucessão existe quando uma pessoa adquire uma outra empresa, uma outra atividade e essa pessoa passa a ser responsável pelas dívidas, pelo ativo e pelo passivo desta empresa que adquiriu. 
Vai se misturar sucessão e grupo econômico quando a pessoa jurídica A quer adquirir a pessoa jurídica B, se ele adquiriu ele vai ficar responsável pelas dívidas trabalhistas dela logo se um empregado da pessoa jurídica B entra com uma reclamação trabalhista, a pessoa jurídica A não será responsável porque ela não se constituiu membro do GRUPO ECONÔMICO, a responsabilidade será limitada a pessoa jurídica que foi adquirida e não vai valer porque o A está adquirindo uma empresa e não se constituindo parte do GRUPO ECONÔMICO, a obrigação vai ser restrita a empresa que ele está adquirindo. 
TERCEIRIZAÇÃO: ela é um fenômeno que está relacionado com a globalização, neoliberalismo e flexibilização e uma manifestação da flexibilização é a TERCEIRIZAÇÃO porque na TERCEIRIZAÇÃO o empregador busca concentrar/realizar a atividade principal dele e as atividades acessórias/periféricas/meio, outras empresas poderão realizar por um terceiro por esse motivo é chamado TERCEIRIZAÇÃO, se faz isso para que ele concentre a atividade principal e assim a redução de custos/gastos, vai ser reduzido os custos porque esses trabalhadores NÃO serão empregados, eles irão trabalhar para outrem, para terceiro e esse vai ficar responsável pelas verbas trabalhistas por isso que é TERCEIRIZAÇÃO pois a atividade antes que era do empregador, os empregados que exerciam essa atividade é mandado para um terceiro para que o empregador possa se concentrar na atividade principal como consequência se teve a precarização da condição de trabalho.
É uma relação TRILATERAL, em que se tem no polo o empregador, no outro o tomador e no ponto em comum a intermediadora,a TERCEIRIZADA que alguns falam, ou seja, é um vínculo trilateral, o trabalhador tem um vínculo direto com a intermediadora e a intermediadora tem um vínculo direito com o Tomador, são vínculos diferentes, o contrato que o Tomador faz com a Intermediadora é um contrato de natureza civil geralmente é um contrato de prestação de serviços e o contrato que o trabalhador tem com a Intermediadora é um contrato de natureza trabalhista, tem a CTPS – assinatura da carteira de trabalho, ou seja, é um contrato de trabalho logo possui vínculo empregatício e esse trabalhador vai prestar serviços para o Tomador mas não possui relação direta pois falta a subordinação e a pessoalidade, se o trabalhador é empregado da Intermediadora quem vai dirigir a atividade não é o Tomador pois não é empregado dele, se tiver a presença desses DOIS requisitos a TERCEIRIZAÇÃO passa a ser ILÍCITA – fraude e como consequência passa a existir o vínculo empregatício com o tomador.
- PESSOALIDADE: porque o tomador contratou a intermediadora para prestação de serviço, não importa quem irá prestar o serviço por esses motivos que a atividade não pode ser direcionada pelo tomador. 
Difere do GRUPO ECONÔMICO porque nesse tem pessoas independentes, na TERCEIRIZAÇÃO tem uma relação TRILATERAL entre o trabalhador, intermediadora e o empregador, tem um liame entres eles, mas NÃO possui a independência, a autonomia que o GRUPO ECONÔMICO possui. 
É uma relação trilateral formada pelo trabalhador, intermediador – fornecedor da mão de obra e o Tomador de serviço. A Tomadora pode ser também chamada de Cliente pois ela está contratando o serviço da intermediadora 
TIPOS DE TERCEIRIZAÇÃO 
Art. 455 que é a SUBEMPREITADA: 
Ex.: o tomado é o dono da obra e esse contrata uma empreiteira para construir a casa, no projeto de construção se tem uma piscina que essa empreiteira não tem a mão de obra especializada para construção dessa ela irá subempreitar aí passa a ter uma relação trilateral pois vai ter o dono da obra, a empreiteira e a subempreiteira, nesse caso irá ter trabalhadores das duas.
TRABALHO TEMPORÁRIO: regulamentado pela Lei 6.019/74
VIGILÂNCIA: é uma terceirização obrigatória principalmente porque o porte de arma no Brasil não é liberado logo se tem que fazer uma fiscalização por parte do governo. Para o governo seria difícil controlar cada trabalhador ou empregador que tivesse porte de arma, logo para ele é mais fácil fiscalizar a empresa de vigilância. A vigilância NÃO se confunde com segurança, quem tem porte de arma é só o vigilante, aquela pessoa que se vê nas entradas dos shoppings eles são segurança, eles não podem ter porte de arma, só pode contratar um vigilante pessoas através da empresa de vigilância, não se pode dizer que o vigilante é “meu” empregado por isso que se diz que o custo do vigilante é caro pois é terceirizado 
- Sumula 256 substituída pela sumula 331
A TERCEIRIZAÇÃO em geral pode ser temporária/provisória, ou seja, pode fazer um Contrato de Natureza Civil de 1 ano, 2 anos em que terminou o contrato se exclui o vínculo pois é um contrato de prestação de serviço aí o Tomador passa a contratar diretamente os trabalhadores. Mas existe casos em que a TERCEIRIZAÇÃO é permanente, ou seja, é aquela atividade que será sempre TERCEIRIZADA, exemplo disso é vigilante em que além de permanente será obrigatória. 
A TERCEIRIZAÇÃO pode ser de atividade fim ou de atividade meio. A atividade fim é aquela principal, nuclear e aquelas que não tiverem relacionada com ela são considerada atividades meio. Ex.: a atividade fim é a educação, a atividade meio vai ser a limpeza, informática etc. 
TERCEIRIZAÇÃO DO ENTE PÚBLICO: a administração pode terceirizar? PODE, o Art. 37, II CF dá fundamento a terceirização da administração, pode ser tanto a fim como a meio. 
Hoje se discute sobre terceirização pois está acontecendo que se está terceirizando qualquer atividade e isso leva a seguinte pergunta: qual seria o prejuízo na relação de emprego? Pois as diferenças dos trabalhadores contratados diretamente pelo Tomador e os contratados através das Terceirizada é grande além de que cria um ambiente hostil em que a única pessoa que sai ganhando é o Tomador, mas claro que ele percebe que esse ambiente não é favorável para a produção e que essa mão de obra terceirizada não é qualificada.
Responsabilidade na terceirização é subsidiaria, ou seja, existe uma ordem em que primeiro será acionado a intermediadora porque ela é a empregadora caso ela não tenha como arcar aí sim será chamado o Tomador, mas porque a Tomadora é responsável se ela fez o contrato com a intermediadora justamente para não ter responsabilidade? Porque ela se beneficiou do serviço e para evitar fraude pois caso isso não acontecesse poderia o Tomador terceirizar com qualquer empresa inclusive com laranjas sem nenhum patrimônio para passar a responsabilidade para eles. 
Se o Tomador de serviços for a Administração Pública, o que muda? A ADC nº16 é uma Ação Declaratória de Constitucionalidade que diz que o Art. 71 da Lei de Licitação é constitucional, ele diz que celebrado o contrato de Administração Pública, ela irá ficar isenta de responsabilidade porem o STF diz que a administração tem isenção de responsabilidade desde que NÃO haja culpa, ou seja, se o Tomador for a Administração Pública a responsabilidade será subsidiária desde que seja comprovada a culpa, essa culpa seria a ausência de fiscalização, ou seja, a ausência de acompanhamento de pagamento de salário, depósito do FGTS, recolhimento da contribuição previdenciária isso significa que se a administração foi omissa, não fiscalizou, ela irá ser responsabilizada. 
Quando irá ocorrer a terceirização ilícita? Ex.: quando tiver a pessoalidade e a subordinação e se tiver ilicitude terá DUAS consequências: criação do vínculo empregatício + responsabilidade solidária – o trabalhador irá acionar as DUAS e formar vínculo com o Tomador. Na Administração Pública NÃO há possibilidade de formação de vinculo, pois, a terceirização só pode ocorrer através de concurso público. 
TRABALHO TEMPORÁRIO: sofreu alteração pelas leis 13.429 e 13.467 ambas de 2017. 
Ex.: imagina que a pessoa trabalha com chocolate, chega a páscoa se tem o aumento da produção, da demanda de pedidos e se precisa contratar trabalhadores, a tomadora não quer contratar diretamente, o que ela faz? Contrata uma empresa de trabalho temporário para que ela forneça trabalhadores por isso que é classificado também como TERCEIRIZAÇÃO já que tem uma relação trilateral entre a Tomadora, a Intermediadora – empresa que faz o recrutamento, que contrata os trabalhadores, e o Trabalhador Temporário. 
Pode se encontrar DOIS posicionamentos: que a reforma trabalhista autorizou a terceirização de atividade fim e meio ou é possível que se possa terceirizar atividade meio e fim sim desde que seja através da Lei de Trabalho Temporário, tem diferença? SIM, porque na Lei de Trabalho Temporário define que é só durante um prazo de 180 dias, ou seja, NÃO é para qualquer tipo de contratação, a diferença de se contratar através dessa lei é que se tem um lapso temporal, um limite.
RESUMINDO: se tem a relação trilateral em que se tem a possibilidade de passar a responsabilidade e que a lei 13.429 é um exemplo de terceirização.

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