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Resumo Sistema Imune Inato

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Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● IMUNOLOGIA 
1 
 
www.medresumos.com.br 
 
 
IMUNIDADE INATA 
 
 Como já sabemos, a resposta imune é divida em resposta imune inata e resposta imune adquirida que, embora 
ambas aconteçam simultaneamente, cada uma apresenta células específicas para cada tipo de resposta. 
O sistema imune inato é a forma de imunidade que nasce com a pessoa, sem precisar de substâncias ou 
estruturas exteriores, ou seja, é a primeira resposta de defesa do organismo. 
É a imunidade fornecida pelos macrófagos (células fagocitárias); pela pele, que é uma barreira de proteção 
contra micro-organismos invasores; por substâncias químicas presentes no corpo (na pele principalmente); pelo sistema 
complemento (um complexo de proteínas que atuam na imunidade). Portanto, é uma imunidade nativa, natural e 
inespecífica, ou seja, não tem preferencia de qual micro-organismo invasor esse tipo de sistema atua. Ele apenas 
defende o organismo de forma rápida, inespecífica e aguda. 
Apesar de ser inespecífica e rápida (respostas agudas), a resposta imune inata ativa a imunidade adaptativa. 
Podemos indentificar, portanto, algumas diferenças entre esses dois tipos de resposta imune: 
 
 
 Especificidade: Os micro-organismos apresentam estruturas comuns entre eles denominadas de padrões 
moleculares associados a patógenos (PAMPs), de modo que é por meio desses padrões que as células da 
resposta imune inata os reconhece. É por isso que não há diferença de especificidade pelo sistema imune inato, 
uma vez que os PAMPs são estruturas em comum a todos os micro-organismos. Diferentemente da imunidade 
adaptativa, que reconhece peptídios específicos dos micro-organismos, que serão degradados e apresentados, 
para serem reconhecidos especificamente por receptores dos linfócitos (TCR e BCR). 
 Receptores: os receptores das células dos dois tipos de respostas são codificados de maneira diferente. Os 
receptores da imunidade inata são representados por receptores da linhagem germinativa (lipopolissacarídeos, 
resíduos de N-formil metionina, receptores de manose e de scavenger), com uma diversidade limitada. Já a 
produção dos receptores da resposta imune adaptativa acontece por recombinação somática de genes para que 
haja uma alta especificidade de receptores. 
 Distribuição dos receptores: células do sistema imune inato apresentam receptores não-clonais (receptores 
idênticos em todas as células de uma mesma linhagem). Já as células do sistema imune adaptativo são da série 
clonal (clones de linfócitos com especificidades distintas expressam receptores diferentes). 
 Discriminação entre peptídeos próprios e não-próprios: a imunidade inata é capaz de diferenciar as células 
do hospedeiro das do agente invasor, de modo que as células do primeiro não são reconhecidas. Bem como 
ocorre no sistema imune adaptativo, sendo que nesta, a diferenciação é baseada na seleção contra-linfócitos 
auto-reativos (que quando falha, dá origem a autoimunidade). 
Arlindo Ugulino Netto. 
IMUNOLOGIA 2016 
Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● IMUNOLOGIA 
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COMPONENTES DA IMUNIDADE INATA 
 
BARREIRAS 
 Camadas epiteliais: impedem a entrada de microrganismos, atuando como barreira para entrada de 
componentes estranhos para o organismo. 
 Defensinas: enzimas com função microbicida (morte microbiana). 
 Linfócitos intra-epiteliais: linfócitos presentes no epitélio (que não têm características de resposta adquirida) 
que causam a morte microbiana. 
 
CÉLULAS EFETORAS CIRCULANTES 
 Neutrófilos: fagocitose inicial e morte de microrganismos. 
 Macrófagos: fagocitose eficiente de microrganismos, secreção de citocinas que estimulam a inflamação. Caso 
seja necessário, ele serve como um apresentador de antígeno, solicitando um outro tipo de resposta imune. 
 Células NK: responsável pela lise de células infectadas e ativação de macrófagos. É um tipo de linfócito que, 
como exceção, não participa da reposta imune adquirida por não possuir TCR ou BCR (receptores de alta 
especificidade). 
 
PROTEÍNAS EFETORAS CIRCULANTES 
 Complemento: causam a morte de microrganismos, opsonização (facilitação da fagocitose) e ativação de 
leucócitos. Quando as células do complemento são ativadas, geram uma cascata de ativações que terminam na 
formação de um complexo de ataque à membrana, que se liga ao microrganismo, na tentativa de causar lise no 
mesmo. 
 Lectina de ligação à manose (colectina): opsonização de microrganismos, ativação do complemento (via da 
lectina). 
 Proteína C-reativa (pentraxina): 
opsonização de microrganismos e 
ativação do complemento. A 
presença da bactéria ativa a PCR, 
servindo como um fator facilitador 
da fagocitose, se ligando a bactéria 
e eliminando cargas que repelem a 
bactéria e o macrófago. A PCR é 
mensurada em processos de 
inflamação aguda. 
 Fatores da coagulação: bloqueio dos tecidos infectados. 
 
CITOCINAS 
 TNF, IL-1, quimiocinas: inflamação; 
 IFN-α, IFN-β: resistência à infecção viral; 
 IFN-γ: ativação de macrófagos; 
 IL-12: produção de IFN-γ pelas células NK e pelas células T; 
 IL-15: proliferação de células NK; 
 IL-10, TGF-β: controle da inflamação. 
 
 
RESISTÊNCIA NATURAL EXTERNA 
 
PELE 
A pele é a principal barreira externa do sistema imune inato. A sua superfície lipofílica é constituída de células 
mortas ricas em queratina, uma proteína fibrilar, que impede a entrada de micro-organismos. As secreções ligeiramente 
ácidas e lípidicas das glândulas sebácea e sudorípara criam um microambiente cutâneo hostil ao crescimento excessivo 
de bactérias. Podemos destacar alguns componentes da mesma, como: 
 Queratinócitos: células que formam uma placa protetora impedindo a entrada de agentes estranhos no 
organismo por meio da pele. 
 Pelo: função de controlar e limitar a entrada e contato de microrganismos com a superfície epitelial. 
 Glandulas sebácias e sebo 
 Enzimas como defensinas, catalecidinas e lisosimas. 
 Microbiota da pele 
 
 
Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● IMUNOLOGIA 
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EPITÉLIO RESPIRATÓRIO 
 Está em contato com o meio externo por meio da boca e nariz. Tem como mecanismos de resistencias naurais: 
 Microbiota 
 Cílios 
 Muco 
 Enzimas (amilase, lisozima) 
 
EPITÉLIO GASTRO-INTESTINAL 
 Microbiota 
 Peristaltismo 
 Ác. Clorídrico 
 Saliva/ Enzimas (amilase, lisozima) 
 
SISTEMA UROGENITAL 
 Microbiota 
 Urina (pH e fluidez) 
 Muco (canal endocervical) 
 Enzimas (esperminas e espermidinas) 
 
 
RESISTÊNCIA NATURAL INTERNA – CÉLULAS DO SISTEMA IMUNE INATO 
 A resistência natural interna do sistema imune inato reúne aquelas células que, sem uma avidez específica por 
antígenos, têm capacidade de fagocitá-los, produzir citocinas (e outros mediadores), além de apresentar esses 
antígenos, ativando o sistema imune adaptativo. 
 
MACRÓFAGOS (MØ) 
São células de grandes dimensões do tecido conjuntivo, ricos em lisossomos, que 
fagocitam elementos estranhos ao corpo. Os macrófagos derivam dos monócitos do sangue 
(que se direcionam aos tecidos e se denominam como macrófagos) e de células conjuntivas 
ou endoteliais. Intervêm na defesa do organismo contra infecções. Possuem duas grandes 
funções na resposta imunitária: fagocitose e destruição do microrganismo; e apresentação 
de antigénios a linfócitos T. Suas funções mais relevantes são: 
 Fagocitose 
 APC (apresentação de antígenos para os linfócitos) 
 Secreção de citocinas e mediadores 
 
NEUTRÓFILOS 
Os neutrófilos são uma classe de células sanguíneas leucocitárias, que fazem parte do 
sistema imunitário do corpo humano. São leucócitos polimorfonucleados, têm um tempo de vida 
médio de 6h no sangue e 1-2 dias nos tecidos e são os primeiros a chegar às áreas de inflamação, 
tendo uma grande capacidade de fagocitose. Estão envolvidos na defesa contra bactérias e 
fungos. Os neutrófilos possuem receptores na sua superfície como os receptores de proteínas do 
complemento,receptores do fragmento Fc das imunoglobulinas e moléculas de adesão. Tem 
como funções: 
 Fagocitose: Ao fagocitar forma-se o fagossomo onde os microrganismos serão mortos pela liberação de enzimas 
hidrolíticas e de espécie reativa de oxigénio. O consumo de oxigênio durante a reação de espécies de oxigênio é 
chamado de queima respiratória que nada tem a ver com respiração celular ou produção de energia; 
 Secreção de Citocinas e Mediadores; 
 Degranulação: liberam grânulos específicos ou "secundários" (Lactoferrina e Catelicidina); Grânulos azurófilos 
ou "primários" (Mieloperoxidase, Proteína de aumento da permeabilidade /bactericida (BPI), Defensina e Serino 
protease neutrófilo elastase e Catepsina G); Grânulos terciários (Catepsina, Gelatinase). 
 
CÉLULAS NK 
As células exterminadoras naturais ou células NK (do inglês Natural Killer Cell) são um tipo de linfócito 
(glóbulos brancos do sangue) e naturais do sistema imunológico de defesa. Elas são activadas em resposta a vários 
diferentes estímulos, nomeadamente por citocina produzidos por outros elementos do sistema imunitário, por 
estimulação dos receptores FcR, presentes na sua membrana celular, que reconhecem a porção Fc das imunoglobulinas 
e pelos receptores de ativação ou inibição, específicos das células NK. 
As células NK são citotóxicas (tóxicas para a célula) e identificam as células que estão com vírus 
(consequentemente comprometidas) e as destroem. 
As células NK são componentes importantes na defesa imunitária não especifica. Partilham um progenitor 
comum com os linfócitos T. São originárias da medula óssea e são descritos como grandes e granulares. Estas células 
Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● IMUNOLOGIA 
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não destroem os micro-organismos patogênicos diretamente, tendo uma função mais relacionada com a destruição de 
células infectadas ou que possam ser cancerígenas. Não são células fagocíticas. Destroem as outras células através do 
enfraquecimento da membrana plasmática, causando difusão de água e íons para o interior da célula e aumentando o 
seu volume interno até um ponto de ruptura no qual ocorre a lise. São quimicamente caracterizadas pela presença de 
CD56 e ausência de CD3. 
Podemos destacar as seguintes funções: 
 Vigilância 
 Apoptose 
 
OBS
1
: PAMPs e PRRs. Os patógenos 
possuem moléculas altamente conservadas 
presentes em suas células. Essas moléculas 
são chamadas de PAMPs (padrões 
moleculares associados aos patógenos). O 
S.I. Inato reconhece esses PAMPs por meio 
dos PRRs (receptores de reconhecimento de 
padrões; Ex: receptores Toll-like ou TLRs). 
 Receptor Toll-like  LPS, RAS, 
bactérias GRAM negativas; 
 Receptor Manose  manose 
presente nos microrganismos. 
 Receptor Transmembrana 7 α-hélice 
 peptídeos N-formil metionil. 
 
 
 
 
 
OBS²: Função microbicida dos fagócitos - Fagocitose 
1. Reconhecimento: reconhecimento dos padrões (PAMPs) 
pelos PRRs. 
2. Emissão dos pseudópodes para que ocorra o 
envolvimento dos microrganismos 
3. Formação da vesícula endocítica (fagossoma) ou 
engolfamento. 
4. Fusão do lisossomo com o fagossoma, formando o 
fagolisossomo, no qual ocorre a liberação de enzimas 
lisossômicas. 
5. Morte dos micro-organismos: os mecanismos de morte 
interacelular, induzidos nos neutrofilos e nos macrófagos, 
podem ser de dois tipos: 
 Mecanismo de morte intracelular independente de oxigênio: o microrganismo morre devido ao acúmulo 
de ácido láctico produzido pela própria célula hospedeira, proveniente do metabolismo anaeróbio da 
glicose. O acumulo desse acido causa diminuição do pH intracelular, criando um abiente bactericida ou 
bacteriostático, dependendo da bactéria em questão. 
 Mecanismos de morte intracelular dependente de oxigênio: a endocitose de microrganismos aumenta o 
consumo de oxigenio nas células fagocíticas, o que desencadeia o chamado desvio da hexose 
monofosfato (“explosão respiratória”) e a formação de intermediários reativos de oxigênio (ROI, reactive 
oxygen intermediates). A ativação desses mecanismos envolve a participação de duas enzimas 
principais: 
o A NADPH oxidase (fagócito oxidase), que remove um hidrogenio do NADPH para formar 
NADP+, convertendo simultaneamente o O2 e, radical superóxido. O radical superóxido, pela 
presença de um elétron não partilhado, torna-se extremamente reativo e é toxico para várias 
espécies bacterianas. 
o A superóxido dismutase (SOD), que catalisa a reação na qual radicais de superóxidos são 
convertidos em peróxido de hidrogênio (H2O2) e O2. O H2O2, produzido pela ação superóxido 
dismutase, é degradado pela mieloperoxidase, na presença de íons cloro e iodo para produzir 
hipoclorito ou hipoiodeto, também tóxicos para espécies bacterianas. Esses produtos gerados 
pela ação da mieloperoxidase são tóxicos para uma série de microrganismos incluindo 
bactérias, vírus, fungos, Mycoplasma, Chlamydia, Leishmania donovani e Schistossoma 
mansoni. 
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 Mecanismo de morte intracelular dependente de nitrogênio (RNI): uma via de morte intracelular 
dependente de oxigenio leva a produção de intermediários reativos de nitrogênio. A principal molécula 
produzida por esta via é o oxido nítrico (NO), uma molécula diatomica sintetizada e a partir do 
aminoácido L- arginina, tóxica para bactérias, protozoários e células tumorais. A produção de NO por 
macrófagos depende da expressão da enzima iNOS (sintase induzida de óxido nítrico), cuja a produção 
é estimulada por moléculas como o LPS (em bactérias gram-negativas). O iNOS catalisa a reação que 
remove de forma oxidativa o átomo de nitrogenio guanidino terminal da L-arginina para formar o NO e L-
citrulina. O NO, em meio líquido, é altamente reativo e instável. Essa alta instabilidade faz essas 
moléculas reagirem entre si, com água e oxigenio, gerando outro radial, o dióxido de nitrogenio (NO2), 
nitrito e nitrato. 
 
OBS³: Função das células NK. As NK cells são responsáveis por eliminar células infectadas com vírus e células 
tumorais. O macrófago infectado produz citocinas (como a IL-12) que servem como mediadores para as células NK (que 
possuem receptores para a IL-12), que, quando estimuladas por esta interleucina, passam a produzir o IFN-γ, que tem a 
função de estimular a lise do macrófago. De forma mais detalhada, há duas formas de as células NK reconhecerem 
macrófagos infectados e macrófagos normais: 
 Os macrófagos normais expressam um MHC 
de receptor de células próprias. A célula NK 
apresenta dois receptores: um receptor que 
ativa e outro que inativa a sua ação. Quando 
ocorre a ligação NK-macrófago, o receptor 
ativante se liga com o MHC específico do 
macrófago e o receptor inativante se liga com 
o MHC da classe I próprio (presente em 
organelas próprias do organismo). Agindo 
simultaneamente, o receptor inibitório 
predomina, realizando a remoção de fosfatos 
da NK, induzindo a sua inibição. 
 Macrófagos infectados apresentam o seu 
MHC da classe I inativado, o que impede o 
reconhecimento inibitório pela NK, ativando a 
ação citotóxica da NK. 
 
 
PROTEÍNAS 
 
PROTEÍNAS DO SISTEMA COMPLEMENTO 
 São proteases que se tornam ativas na presença 
do micro-organismo, e passam a atuar em cascata e 
culminam com a lise do mesmo, formando uma estrutura 
proteica chamada de MAC (complexo de ataque á 
membrana). Em síntese, o sistema complemento é 
formado por um conjunto de proteínas ativadas em 
cascata, sendo suas funções: lise celular, a opsonização, o 
desenvolvimento do processo inflamatório e a retirada de 
complexos imunes (complexos antígeno-anticorpo) da 
circulação. As moléculas desse sistema, produzidas na sua 
grande maioria no fígado, estão presentes no plasma 
sanguíneo na forma ativa ou em baixo nível de ativação 
espontânea. 
 A ativação das moléculas do sistema complemento 
pode ocorrer pela via clássica (ativada pela associação de 
antígenos a molécula de IgG ou IgM), via alternativa(ativada diretamente por alguns tipos de antígenos sem a 
participação de moléculas de imunoglobulinas) e via da 
lectina. 
 Com a presença do anticorpo, a via clássica, de 
maneira específica, é ativada (portanto, faz parte do 
sistema imune adaptativo). Já a via alternativa se inicia 
sem ser necessária a presença do anticorpo (inespecífica). 
O modo de como se inicia a ativação de cada via é a única 
diferença entre elas. 
Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● IMUNOLOGIA 
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 Cabe a nós iniciarmos a cascata de ativações do sistema complemento a partir da via alternativa, que está 
enquadrada no sistema imune inato, que é mais antiga, em termos evolucionários, que a via clássica. Na ativação do 
complemento pela via alternativa, há algumas moléculas comuns à via clássica, como C3, C4, C5, C6, C7, C8 e C9. 
 A ativação da via alternativa ocorre porque, no sangue, há sempre uma concentração de C3, protease que na 
forma íntegra, fica inativa, sendo classificada como uma pró-enzima. Ao dar-se início na via alternativa, ocorre hidrólise 
da C3, quebrando-a em duas proteases: C3b e C3a. A primeira é responsável por se depositar na membrana da 
bactéria, com função de opsonização e fagocitose. A segunda está envolvida no processo de inflamação. Quando a C3b 
se dissocia da membrana do micro-organismo, esta se liga e ativa a enzima C5 convertase, que cliva outra protease C5 
em C5a (também relacionada com o processo inflamatório) e C5b (associa-se às moléculas C6, C7, C8 e C9, formando 
um poro na membrana celular chamado de MAC, levando-a à lise, de forma similar ao que ocorre na ativação pela via 
clássica). 
 
 
PROTEÍNAS DE FASE AGUDA 
 São proteínas que se ativam na presença de 
microrganismo (principalmente de bactérias, que 
possuem em sua parede estruturas que ativam as 
mesmas), aumentando a sua concentração na corrente 
sanguínea. São sintetizadas normalmente pelo fígado, 
determinando uma concentração basal no sangue. Mas 
na presença do microrganismo, o fígado intensifica a 
produção das mesmas. 
 Todas elas servem como opsoninas que facilitam 
a fagocitose. 
 Proteína C Reativa: se liga, principalmente, à 
fosforilcolina presente na membrana das 
bactérias, facilitando a fagocitose das mesmas. 
 Lectina (proteínas que se ligam a manose): 
realizam a mesma função da PCR, mas se ligam 
a manose da membrana bacteriana. 
 Fibrinogênio 
 Proteína amiloide do soro 
 
OBS
4
: As estruturas com as quais as proteínas de fase aguda se ligam são classificadas como PAMPs, uma vez que 
são estruturas comuns nas bactérias patogênicas. 
 
 
CITOCINAS 
 IFN- α: infecção viral. 
 IFN- β: infecção viral. 
 TNF- α: inflamação; atua no hipotálamo para desencadear a febre. 
 IL-1: inflamação; atua no hipotálamo para desencadear a febre. 
 IL-6: estimula o fígado a produzir mais citocinas. 
 IL-12: + NK. 
 IFN- γ: + macrófagos; estimula o fígado a produzir mais citocinas; 
induz o macrófago à lise; estimula a medula óssea para produzir mais 
células. 
 IL-6: + Proteínas C Reativa, PMN. 
 IL-10: controle. 
 
OBS
5
: Corticoides inibem a secreção de algumas citocinas, 
diminuindo a sintomatologia do processo inflamatório. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● IMUNOLOGIA 
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INFLAMAÇÃO 
 É um mecanismo de defesa da imunidade inata, em que há o recrutamento de células e síntese de mediadores 
sempre no intuito de proteger o organismo contra a invasão. 
 Frente a uma agressão ao organismo, esta pode ser do tipo infecciosa (causada por elementos biológicos) e 
não-infecciosa, que danificam o tecido íntegro. É esse dano que desencadeia um processo inflamatório como resposta 
de defesa do organismo, em que as células do sistema imune participam ativamente para reparar o tecido danificado 
(cicatrização). 
A inflamação (do Latim inflammatio, atear fogo) ou processo inflamatório é uma resposta dos organismos 
vivos homeotérmicos a uma agressão sofrida. Entende-se como agressão qualquer processo capaz de causar lesão 
celular ou tecidual. Esta resposta padrão é comum a vários tipos de tecidos e é mediada por diversas substâncias 
produzidas pelas células danificadas e células do sistema imunitário que se encontram eventualmente nas proximidades 
da lesão. 
Como sabemos, a inflamação pode também ser considerada como parte do sistema imunitário, o chamado 
sistema imune inato, assim denominado por sua capacidade para deflagar uma resposta inespecífica contra padrões de 
agressão previamente e geneticamente definidos pelo organismo agredido. Esta definição se contrapõe à da imunidade 
adquirida, ou aquela onde o sistema imune identifica agentes agressores específicos segundo seu potencial antigênico. 
Neste último caso o organismo precisa entrar em contato com o agressor, identificá-lo como estranho e potencialmente 
nocivo e só então produzir uma resposta. 
 
FISIOPATOLOGIA (MECANISMO DE INSTALAÇÃO) 
À agressão tecidual se seguem imediatamente fenômenos vasculares 
mediados principalmente pela histamina. O resultado é um aumento localizado e 
imediato da irrigação sanguínea, que se traduz em um halo avermelhado em torno da 
lesão (hiperemia ou rubor). Em seguida tem início a produção local de mediadores 
inflamatórios que promovem um aumento da permeabilidade capilar e também 
quimiotaxia, processo químico pelo qual células polimorfonucleares, neutrófilos e 
macrófagos são atraídos para o foco da lesão. Estas células, por sua vez, realizam a 
fagocitose dos elementos que estão na origem da inflamação e produzem mais 
mediadores químicos, dentre os quais estão as citocinas (como, por exemplo, o fator 
de necrose tumoral e as interleucinas), quimiocinas, bradicinina, prostaglandinas e 
leucotrienos. Também as plaquetas e o sistema de coagulação do sangue são 
ativados visando conter possíveis sangramentos. Fatores de adesão são expressos 
na superfície das células endoteliais que revestem os vasos sanguíneos 
internamente. Estes fatores irão mediar a adesão e a diapedese de monócitos 
circulantes e outras células inflamatórias para o local da lesão. 
Em resumo, todos estes fatores atuam em conjunto, levando aos eventos celulares e vasculares da inflamação. 
Resulta em um aumento do calibre de capilares responsáveis pela irrigação sanguínea local, produzindo mais hiperemia 
e aumento da temperatura local (calor). O edema ou inchaço ocorre a partir do aumento da permeabilidade vascular aos 
componentes do sangue, o que leva ao extravassamento do líquido intravascular para o espaço intersticial extra-celular. 
A dor, outro sintoma característico da inflamação, é causada primariamente pela estimulação das terminações nervosas 
por algumas destas substâncias liberadas durante o processo inflamatório, por hiperalgesia (aumento da sensibilidade 
dolorosa) promovida pelas prostaglandinas, mas também em parte por compressão relacionada ao edema. 
 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
 Classicamente, a inflamação é constituída pelos 
seguintes sinais e sintomas: 
1. Calor: aumento da temperatura no local devido a 
atuação de citocinas no hipotálamo 
2. Rubor (hiperemia): causado por uma alteração 
vascular local, aumentando o fluxo sanguíneo na 
região para atender a demanda de células. 
3. Edema (inchaço): desencadeado pelo aumento do 
espaçamento entre as células endoteliais dos vasos, 
causando o extravasamento de células e líquido para 
o espaço intesticial, aumentando o volume 
extracelular no local. 
4. Dor: compressão de nervos pelo edema e pela 
liberação de alguns mediadores responsáveis pela 
sensação de dor (como a bradicinina) 
5. Perda da função 
 
http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/4/41/NeutrophilerAktion.png
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OBS
6
: No processo inflamatório, é secretado o Fator XII 
(de Hangeman), que estimula vários sistemas e 
cascatas relacionados com o processo inflamatório: 
cascata da coagulação, sistema fibrinolíticoe 
sistema das cininas. 
 Cascata da coagulação: é ativado no intuito de 
formar um coágulo no objetivo de estancar o sangue 
e evitar uma consequente perda de sangue no local. 
Há também a liberação de mediadores como 
peptídeios quimiotáticos, que atraem, quimicamente, 
polimorfonucleares. 
 Sistema fibrinolítico: degrada o coágulo para que o 
sangue flua normalmente e para que haja reparo 
tecidual, ativando, simultaneamente, o sistema 
complemento. 
 Sistema das cininas: dá origem as bradicininas, 
que autam estimulando a sensação de dor. 
 
ETAPAS DA MIGRAÇÂO CELULAR 
 Fase de rolamento: primeiramente, o macrófago, dentro dos tecidos, fagocita o agente invasor e inicia a 
secreção de mediadores (como o TNF-α e IL-1) que, além de aumentar a viscosidade do sangue no local 
fazendo com que as celulas fluam mais lentamente, estimulam células epiteliais e células do sistema imune a 
expressar moléculas de adesão. Até a célula do sistema imune encontrar o local próprio de adesão e penetração 
no tecido, ela realiza um rolamento sobre o endotelio. No endotélio, sob o efeito do TNF-α, é induzida a 
expressão de E-selectina (E=endotélio) e L-selectina (L=leucócito), permitindo que estas células passem pelo 
rolamento sobre o endotélio. Esse tipo de associação, de fraca afinidade, propicia um tipo de adesão temporária 
entre o endotélio e a célula, fazendo-a rolar sobre o mesmo. 
 Fase de adesão celular: moléculas que propiciam forte adesão, como as integrinas, entre o endotélio e as 
células sanguineas são expressas. Além dessas moléculas, citocinas quimiotáticas (quimiocinas) são produzidas 
por macrófagos ativados e outras células e se associam ao endotélio vascular. 
 Fase de diapedese (transmigração): as células aderidas ao endotélio por meio dessas interações fazem a 
diapedese ou a transmigração para o tecido por interação homóloga entre as moléculas CD31 (expressas pelo 
neutrofilo) e a célula endotelial. Durante esse processo, há a secreção intensa de quimiocinas, fazendo com 
que haja uma mudança na conformação do citoesqueleto do leucócito e este penetre em direção aos tecidos, 
por meio das fenestrações dos vasos. 
 
 
OBS
7
: Inicialmente, em uma resposta inflamatória, os neutrófilos são os primeiros 
a aumentar em concetração no local, aumentando o pico em 6h após o início da 
inflamação. Por isso que em uma inflamação crônica, não há presença de 
neutrófilo (como na asma), pois os neutrófilos são células que respondem apenas 
no início. Após algumas horas, porém, cai a concentração de neutrófilos para 
aumentar de concentração outras células como eosinófilos e monócitos. 
 
Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● IMUNOLOGIA 
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www.medresumos.com.br 
 
OBS
8
: Proteínas relacionadas no processo de migração celular: 
 Selectina: carboidratos que se ligam entre si, presente 
tanto nos leucócitos quando no endotélio. Porém, essa 
ligação se dá de maneira fraca, o que permite que o 
leucócito circule ao longo da parede endotelial à procura 
de interações mais firmes. 
 Integrinas: confere a adesão da segunda fase da 
migração. Está presente nos monócitos, macrófagos, 
células dendríticas e neutrófios, ligando-as ao epitélio, 
que apresenta ICAMs (molécula de adesão intercelular). 
 Imunoglobulinas: apresentam-se lateralemnte nas 
células do SI e no endotélio. 
 
 
 
 
 
 
 
 
COLABORAÇÃO – IMUNIDADE INATA X IMUNIDADE ADQUIRIDA 
 A resposta imune inata se comunica 
com a resposta adquirida, de forma que um 
componente de uma resposta auxilia os 
componentes da outra. 
 O macrófago, por exemplo, quando não 
consegue por si só destruir agentes invasores, 
ele libera citocinas e coestimuladores que 
solicitam o auxílio de células da resposta imune 
adquirida. 
 A própria ativação do sistema 
complemento, quando há a presença de 
microrganismo, há a ativação simultânea de 
linfócitos B, que apresentam receptores que 
reconhecem proteínas do sistema complemento, 
estabelecendo uma integração das duas 
respostas.

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