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PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA (Salvo Automaticamente)

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Identificação
	Nome
	MARCIO WILLIAN ASSUNÇÃO PEREIRA
	RA
	
	Curso
	PÓS GRADUAÇÃO EM DIREITO E PROCESSO PENAL
	Período de ingresso
	2017/1
A análise dos fatores utilizados para o emprego do principio da insignificância e a sua aplicação nos dias atuais
1. Introdução
O Principio da insignificância, conhecido por tratar de casos de pouca ou nenhuma relevância tem chegado a mais alta corte do país. É um tema bastante relevante tanto para os aplicadores do direito, quanto para os réus.
Este princípio opera como limitador de tipicidade na esfera penal, pois torna o fato antes punível como atípico, eliminando sua dimensão material. Ocorre que este princípio não está expresso na lei, gerando dúvidas sobre a sua validade e aplicabilidade pelos magistrados.
Um fato interessante no presente estudo foi notado, pois durante a pesquisa realizada, constatou-se que para ser apreciado e aplicado, o principio da insignificância deverá estar sob ótica dos Tribunais Superiores, geralmente na forma de Habeas Corpus, pois os juízes de primeiro grau têm encontrado dificuldade e resistência para reconhecer e aplicar a tese da bagatela.
Delimitação do Tema
Este projeto de pesquisa delimitou-se em colher informações sobre quais os fatores determinam o principio da insignificância e a sua aplicação nos dias atuais. Como ele pode refletir e/ou contribuir para diminuir ou inchar do sistema carcerário brasileiro, como pode ser empregado adequadamente o princípio da insignificância de acordo com o referencial teórico.
Problematização
Buscou-se reunir dados/informações com o propósito de responder as seguintes perguntas: Quais fatores determinam o emprego do principio da insignificância? A sua aplicação nos dias atuais? E como a aplicação deste princípio pode refletir ou contribuir no sistema carcerário brasileiro.
1.3 Hipótese
Se há fatores que determinam o emprego do princípio da insignificância, se ocorre à necessidade de um emprego mais adequado do principio da insignificância e se o seu emprego deste princípio reflete ou não no sistema carcerário brasileiro.
 1.4 Objetivo Geral
O presente trabalho tem como objetivo geral verificar quais os fatores são analisados para o emprego do princípio da insignificância, sua aplicação nos dias atuais e sua influencia no sistema carcerário brasileiro. 
1.5 Objetivos Específicos
Localizar quais são os autores que tratam sobre o assunto, e o posicionamento dos tribunais com relação ao principio da insignificância.
Determinar qual é o posicionamento majoritário e o que é usualmente aplicado.
Identificar e analisar os fatores utilizados para o emprego do princípio da insignificância.
Examinar a aplicabilidade do emprego do principio da insignificância em crimes de maior potencial ofensivo.
Identificar em quais crimes o princípio da insignificância é recorrentemente empregado nos tribunais brasileiro.
Verificar a influencia do princípio da insignificância no sistema carcerário brasileiro.
1.6 Justificativa
Com a necessidade do emprego adequado do principio da insignificância essa pesquisa justifica-se através do estudo dos fatores analisado para o emprego do principio da insignificância e do uso nos dias atuais. Verificar os efeitos no sistema carcerário brasileiro. 
2.0 Referencial Teórico
Princípio da Insignificância surgiu inicialmente no Direito Civil, derivado do brocardo de minimus non curat praetor. Em outras palavras, o Direito Penal não deve se ocupar de assuntos irrelevantes, incapazes de lesar o bem jurídico. 
Na década de 70 do século passado, foi incorporado ao Direito Penal pelos estudos de Claus Roxin.
FUNCIONA COMO CAUSA DE EXCLUSÃO DA TIPICIDADE.
DESEMPENHA UMA INTERPRETAÇÃO RESTRITIVA DO TIPO PENAL. 
Ocorre neste caso a tipicidade formal, isto é, a adequação entre o fato praticado pelo agente e a lei penal incriminadora, não havendo, entretanto tipicidade material, compreendida como o juízo de subsunção capaz de lesar ou ao menos colocar em perigo o bem jurídico penalmente protegido. Exclui-se a tipicidade do crime de dano ou furto quando a coisa alheia não tem qualquer significação para o proprietário. 
Não confundir, porém, com coisa subtraída de pequeno valor, onde há apenas abrandamento da pena.
Eugênio Raul Zaffaroni posiciona-se no sentido de que o princípio da insignificância é um desmembramento da tipicidade do crime o qual chama de “tipicidade conglobante”. Acredita-se que a tipicidade da conduta quando não lesiva ao bem jurídico tutelado irá levar à exclusão do crime e conseqüentemente a um “desafogamento” dos processos na justiça visto que a análise do fato será feita diretamente em seu nascedouro.
Para Maurício Antônio Ribeiro Lopes, existe uma considerável distinção entre “princípio da insignificância” e “delito de bagatela”, dizendo que:
“É enorme a distância entre os conceitos, desta forma, a lesão caracterizada medicamente como um mero eritema (que causa um simples rubor na vítima), conquanto possa ser registrada por perícia imediata ou confirmada por testemunhas, é de significação ridícula para justificar-se a imposição de pena criminal face à não adequação típica da mesma, posto que a noção de tipicidade, modernamente, engloba um valor lesivo concreto e relevante para a ordem social. Assim, nesse caso, tem-se a inexistência da tipicidade do crime face à incidência do princípio da insignificância por falta de qualidade do resultado lesivo. Não há crime”.
Já quanto ao Crime de Bagatela:
A lesão corporal, por sua vez, que provoca na vítima incapacidade para suas ocupações habituais por uma ou duas semanas, ou que tenha perturbado temporariamente o funcionamento de membro, órgão, sentido, função – e que, portanto, jamais poderia ser reputada insignificante – pode dispor de um modelo processual mais célere, condicionando-se, mesmo, a iniciativa da ação penal à vítima, ou, deferindo o perdão judicial nos casos em que houver pronta e justa reparação do dano, poderá ser considerada como crime de bagatela.
Traça também que “o conceito de delito de bagatela não está na dogmática jurídica, sendo opinião geral que nenhum instrumento legislativo ordinário ou constitucional o define ou acata formalmente. É de criação exclusivamente doutrinária e pretoriana, o que se faz justificar como autênticas fontes de Direito”.
Segundo Diomar Ackel Filho,
O princípio da insignificância se ajusta à eqüidade e correta interpretação do Direito. Por aquela, acolhe-se um sentimento de justiça, inspirado nos valores vigentes em sociedade, liberando-se o agente, cuja ação, por sua inexpressividade, não chega a atentar contra os valores tutelados pelo Direito Penal. Por esta, exige-se uma hermenêutica mais condizente do Direito, que não se pode ater a critérios inflexíveis de exegese, sob pena de desvirtuar o sentido da própria norma e se conduzir a graves injustiças.
O STF, devido à flagrante dificuldade de se aferir o grau de lesividade do comportamento de um lado no caso concreto e, por outro, à necessidade da observância da inafastabilidade da máxima importância da tutela que cumpre ao Direito Penal, adotou alguns critérios vetores para a aplicação do princípio da insignificância ou bagatela, entendendo-se ser de aplicação cumulativa. São eles:
1) a mínima ofensividade da conduta do agente;
2) nenhuma periculosidade social da ação;
3) o reduzido grau de reprovabilidade do comportamento;
4) inexpressividade da lesão jurídica provocada.
A 2ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), no julgamento do Habeas Corpus nº. 138.697, realizado na sessão da última terça-feira (16), reformou decisão do Superior Tribunal de Justiça e concedeu a ordem, determinando o trancamento do processo em que o réu era acusado de furto de um telefone celular, avaliado no valor de R$ 90,00.
A 5ª Turma do STJ havia determinado a execução imediata da pena sob a alegação de que o celular tinha um valor superior a 10% do salário mínimo, além de ser reincidente o acusado. O MinistérioPúblico Federal, naquela oportunidade, acolhia a mesma tese.
O voto do relator do caso no STF, Ministro Ricardo Lewandowski, foi em sentido contrário, tendo sido acompanhado pelos demais integrantes da Turma. Agora, e mais uma vez, prevaleceu a tese de que a reincidência, por si só, não impede a aplicação do princípio da insignificância. Em seu voto, Lewandowski afirmou:
“Destarte, ao perceber que não se reconheceu a aplicação do princípio da insignificância, tendo por fundamento uma única condenação anterior, na qual o ora paciente foi identificado como mero usuário, entendo que ao caso em espécie, ante inexpressiva ofensa ao bem jurídico protegido, a ausência de prejuízo ao ofendido e a desproporcionalidade da aplicação da lei penal, deve ser reconhecida a atipicidade da conduta.”
Aliás, este entendimento já havia sido exposto pela mesma 2ª Turma em um Habeas Corpus (137.290), julgado em fevereiro deste ano. Na ocasião, por maioria de votos, concedeu-se a ordem para reconhecer a atipicidade da conduta da paciente que havia tentado subtrair de um supermercado dois frascos de desodorante e cinco frascos de goma de mascar, avaliados em R$ 42,00, mesmo o paciente possuindo registros criminais.
Pois bem, acertada foi a decisão da Turma e oxalá este entendimento vingue, contaminando os demais integrantes da Corte.
Como se sabe, o princípio da insignificância foi pensado por Claus Roxin, na década de 60, a partir do princípio da adequação social, anteriormente criado por Welzel. Segundo Roxin, em linhas gerais, era necessário introduzir no sistema penal um outro princípio que permitisse, em alguns tipos penais, excluir os danos de pouca importância, pois, como diz, Ferrajoli, “la necesaria lesividad del resultado, cualquiera que sea la concepción que de ella tengamos, condiciona toda justificación utilitarista del derecho penal como instrumento de tutela y constituye su principal límite axiológico externo. Palabras como ‘lesión’, ‘daño’ y ‘bien jurídico’ son claramente valorativas.”[1]  
Ora, se a conduta do agente não lesa (ofende) o bem jurídico tutelado, não causando nenhum dano, ou, no máximo, um dano absolutamente insignificante, não há fato a punir por absoluta inexistência de tipicidade, pois “la conducta que se incrimine ha de ser inequivocamente lesiva para aquellos valores e intereses expresivos de genuínos ‘bienes juridicos’.”[2]
Como dissemos acima, “el origen del estudio de la insignificancia se remonta al año 1964, cuando Claus Roxin formuló una primigenia enunciación, la que fuera reforzada – desde que se contemplaba idéntico objeto – por Claus Tiedemann, con el apelativo de delitos de bagatela.”[3]
Assim, como ensina Cezar Roberto Bitencourt, “a tipicidade penal exige uma ofensa de alguma gravidade aos bens jurídicos protegidos, pois nem sempre qualquer ofensa a esses bens ou interesses é suficiente para configurar o injusto típico.”[4]
Na verdade, trata-se da aplicação no Direito Penal do velho adágio latino minima non curat praetor.
O saudoso penalista e Ministro do Superior Tribunal de Justiça, Francisco de Assis Toledo,  já ensinava que, nada obstante Welzel considerar que “o princípio da adequação social bastaria para excluir certas lesões insignificantes“, Claus Roxin “propôs a introdução, no sistema penal, de outro princípio geral para a determinação do injusto, o qual atuaria igualmente como regra auxiliar de interpretação. Trata-se do denominado princípio da insignificância, que permite, na maioria dos tipos, excluir os danos de pouca importância. Não vemos incompatibilidade na aceitação de ambos os princípios que, evidentemente, se completam e se ajustam à concepção material do tipo que estamos defendendo. Segundo o princípio da insignificância, que se revela por inteiro pela sua própria denominação, o direito penal, por sua natureza fragmentária só vai até onde seja necessário para a proteção do bem jurídico. Não deve ocupar-se de bagatelas.”
Por fim, observa-se, mais uma vez, que a 5ª Turma do STJ já havia determinado a execução imediata da pena, o que demonstra a absurda temeridade da admissibilidade da execução provisória da pena, possibilidade reconhecida, desgraçadamente, pelo Supremo no julgamento do Habeas Corpus nº. 126282.
Rômulo de Andrade Moreira, Procurador de Justiça do Ministério Público da Bahia e Professor de Direito Processual Penal da Faculdade de Direito da Universidade Salvador – UNIFACS.
Website
AN�LISE DETALHADA DO PRINC�PIO DA INSIGNIFIC�NCIA - PENAL - �MBITO JUR�DICO
Texto do livro: (Ambito-juridico.com.br, 2017)
Bibliografia: Ambito-juridico.com.br. (2017). An�lise detalhada do princ�pio da insignific�ncia - Penal - �mbito Jur�dico. [online] Available at: http://www.ambito-juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=16481&revista_caderno=3 [Accessed 1 Aug. 2017].
APLICAÇÃO DO PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA É CONSOLIDADA PELA 2ª TURMA DO SUPREMO
Texto do livro: (Justificando, 2017)
Bibliografia: Justificando. (2017). Aplicação do princípio da insignificância é consolidada pela 2ª turma do Supremo. [online] Available at: http://justificando.cartacapital.com.br/2017/05/17/aplicacao-do-principio-da-insignificancia-e-consolidada-pela-2a-turma-do-supremo/ [Accessed 1 Aug. 2017].
PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA OU BAGATELA
Texto do livro: (Jusbrasil, 2017)
Bibliografia: Jusbrasil. (2017). Princípio da Insignificância ou Bagatela. [online] Available at: https://paulamicheletto.jusbrasil.com.br/artigos/112021033/principio-da-insignificancia-ou-bagatela [Accessed 1 Aug. 2017].

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