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Fatos e negócios jurídicos Fatos num jurídicos sentido amplo São todos os acontecimentos que trazem reflexo para o mundo do direito, que produzem consequências jurídicas. Seja provocados por eventos da natureza, seja provocados por eventos humanos. Ex: dirigir um carro, é um fato. Bater o veículo, é um fato jurídico pois trouxe consequências ao mundo do jurídico. (negocio jurídico é um acordo de vontades que tem por fim a aquisição da transmissão ou a extinção de direitos.) são classificados entre fatos naturais e fatos humanos Fatos naturais= (Fatos jurídicos) Em sentidos estrito são eventos da natureza São divididos em fatos jurídicos ordinários e extraordinários Fatos jurídicos ordinários são aqueles que naturalmente vão ocorrer independente da vontade humana. EX: nascimento; morte; maioridade aos 18 anos Fatos jurídico (Em sentido amplo) Fatos naturais (Fatos jurídicos em sentido estrito) Fatos humanos (Atos jurídicos) Fatos jurídicos extraordinários são acontecimentos que também provem de eventos da natureza. A diferença é que não é possível saber se vai ou não ocorrer ou que forma ira ocorrer. EX: perda total de veiculo por enchente; casa destelhada por vendaval; desvio do curso de um rio. Fatos Humanos (Atos jurídicos em sentido amplo) São divididos em atos lícitos e ilícitos Atos lícitos são divididos em atos não negociais e atos negociais (negócios jurídicos) Atos jurídicos não negociais, são os atos humanos que não tem intenção negocial e produzem os efeitos que estão previstos na norma jurídica. Atos jurídicos negociais Negócios jurídicos, são os atos humanos com a intenção de produzir um negocio. EX: contrato de compra e venda; contrato de locação; testamento. Adquirir direitos, extinguir direitos, modificar direitos e conservar direitos. Classificação dos negócios jurídicos Quanto ao numero de declarantes Unilaterais, Bilaterais e plurilaterais Unilaterais- são aqueles que depende apenas de uma parte no negocio jurídico. Apenas uma manifestação de vontade, em busca da mesma finalidade. EX: promessa de recompensa, testamento, notificação extrajudicial. Bilaterais depende da manifestação de vontade das duas partes. EX: contrato de compra e venda, contrato de locação, contrato de financiamento. Plurilaterais depende da manifestação mais de duas vontades dirigidas a mesma finalidade, porem em sentido contrários. EX: contrato de seguro coletivo empresarial, contrato de sociedade Quanto as vontades patrimoniais Gratuitos; Onerosos; Neutros e Bifrontes. Grauitos(benéficos) somente uma das partes é beneficiada, sem contraprestação. EX: doação, comodato e renúncia de posse. Onerosos(sinalagmatigcos) são aqueles que ambas as partes obtêm vantagens e tem contraprestações. EX: contrato de compra e venda, contrato de trabalho e consorcio. Também podem ser classificados como: Comutativos: equilíbrio e proporcionalidade nas prestações. (compra, venda e locação) Aleatórios: a prestação das partes não são proporcionais, dependem de fatos incertos e externos. (contrato de seguro, plano de saúde e assistência funeral) Neutros são aqueles que, não são nem gratuitos e nem onerosos, não tem atribuição patrimonial. EX: instituição de bem de família, clausula de incomunicabilidade. Bifrontes podem ser tanto gratuitos quanto onerosos. Depende da manifestação das partes. EX: contrato de deposito: pode ser gratuito ou oneroso ( se for cobrado ser oneroso. Se não cobrar vai ser gratuito.) Doação pura ou com encargo Quanto a forma, podem ser formais ou solenes, não formais (não solenes) ou de forma livre. Formais ou solenes: devem respeitar a forma especial prevista em lei. EX: casamento, cheque, escritura pública de venda de imóvel. Não formais (não solenes) ou de forma livre: as partes escolhem a forma que vão realizar o negócio. EX: recibo, notificação extrajudicial, venda de bens moveis. Quanto ao momento de produção de efeitos Podem ser classificados como inter vivos e mortis causa Inter vivos são aqueles que produzirão efeitos durante a vida da pessoa, produzem efeitos enquanto as partes estão vivas EX: contrato de compra e venda, contrato de locação Mortis causa só produzirão efeitos a pós a morte da pessoa. EX: testamento Quanto a existência Se o negocio jurídico existir por si mesmo ele sera chamado de negocio principal, se ele existir por meio de outro negocio será chamado de acessório. Principais existem por si mesmos. EX: contrato de compra e venda, contrato de locação e prestação de serviços. Acessórios existem em razão de um contrato principal. EX: garantia de um contrato de compra e venda, fiança de contrato de locação, multa em contato de prestação de serviços. Validade dos negócios juridicos Art. 104 CC A validade do negocio jurídico requer: Agente; Objeto; Forma e Manifestação de vontade Deve ser estudado em 3 planos. Plano da existência, plano da validade, plano da eficácia. No plano da existência, verifica-se se o negocio existe. No plano da validade, verifica-se se o negocio é valido de acordo com a norma. No plano da eficácia, se o negocio está produzindo efeitos. Plano da existência Para que exista o negocio tem que ter 4 elementos: Agente, Objeto, Forma e a manifestação de vontade. Exemplos de negócios inexistentes Agente= testamentos em favor de um cachorro. Objeto= contrato de compra e venda da Torre Eiffel Forma= certidão de casamento feita em casa Manifestação de vontade= contrato de compra e venda assinada pelo vendedor Plano de validade, para que o negocio jurídico tenha validade ele precisa ter (Art. 104 CC) Agente capaz Objeto licito, possível, determinado ou determinável. Forma prescrita ou não defesa em lei. Manifestação de vontade livre. Exemplos de negócios que não teriam validade Agente incapaz contrato assinado por menos de 16 anos. Objeto impossível contrato de prestação de serviços de um pintor que morreu antes de pintar o quadro. Forma procuração pública realizada com documentos falsos. manifestação de vontade não é livre contrato assinado por que a pessoa está sob ameaça e uma arma apontada para sua cabeça. Plano da eficácia Se o negocio jurídico está ou não produzindo efeitos. A eficácia (os efeitos) do negócio poderá estar suspensa por uma condição suspensiva ou por um termo inicial. EX: somente comprarei o imóvel se for aprovado o financiamento. (existe, é valido, porem, está suspenso aguardando aprovação) Aluguel de um imóvel para uma temporada de verão, para daqui 6 meses. (é um negocio valido, mas só ira produzir efeitos quando entrar na casa para a temporada.) Agente= quem está realizando o negocio Objeto= o que está sendo negociado Forma= como vamos realizar o negocio (instrumento particular ou publico) Em se tratando de agente capaz deve se levar em consideração a manifestação da vontade (manifestação da vontade é dizer algo com querer interno) Inciso 1 do art. 104 cc, diz que para o negocio jurídico ter validade ele requer um agente capaz. Porem, os incapazes também podem realizar negócios jurídicos desde que estejam devidamente representadas ou assistidas. Negocios jurídicos validos A partir dos 18 anos, com capacidade plena. Pessoa absolutamente incapaz representada por seu representante. Pessoa relativamente incapaz assistida pelo seu assistente. Pessoa jurídica: representada por seu representante legal ou voluntario. Objeto Licito, possível, determinado ou determinável.Objeto licito= aquele que está de acordo com a normas jurídicas, a moral e os bons costumes. Objeto possível= é aquele que é exequível, realizável, praticável, viável. Objeto determinado ou determinável. Objeto determinado= é o objeto certo, que é descrito pela quantidade, gênero e qualidade. Objeto determinável= é o objeto incerto, que é descrito pela quantidade, gênero, mas não se sabe a qualidade. Não tem ou está descrita de forma incompleta. Forma (como o negocio será realizado) Prescrita em lei ou não defesa em lei. Forma prescrita em lei= forma especial Forma prescrita em lei é a forma descrita, prescrita, determinada na lei, A forma prescrita em leu é também denominada forma especial. Ex: certificado de registro e licenciamento de veículos, certidão de casamento e cheque. Forma não defesa em lei. É a forma não proibida, vedada por lei. Não é todo negocio jurídico que tem uma forma prescrita ou defesa em lei. A regra no direito civil é que os negócios jurídicos tem forma livre. Possibilidade jurídica= ato ilícito é invalido. Possibilidade física= ser possível o negocio. Os negócios jurídicos exigem valor econômico. O negocio precisa ser valido, pouco importa se existe ou não a causa(pontes de Miranda) Não existe negocio jurídico se não for valido. Incapacidade relativa Art.105 CC A incapacidade relativa de uma das partes não por ser invocada pela outra em benéfico próprio, nem aproveita aos cointeressados capazes, salvo se, neste caso, for indivisível o objeto do direito ou da obrigação comum. Caso o relativamente incapaz celebre um negócio jurídico sem a assistência de seu assistente, só poderá ser anulado por ela própria ou seu assistente. A outra parte que realiza o negócio não poderá alegar esta incapacidade com o objetivo de alunar o negócio. Se invalidar o negócio feito entre um relativamente capaz de um com capacidade plena, o que tiver a capacidade plena ainda ficara responsável pelo cumprimento do negócio.(salvo se o objeto for indivisível ou a obrigação seja comum) EX: um carro, computador. Negócios feitos com relativamente capaz é anulável (Art.171 cc) em ate 4 anos. Negocio feito com absolutamente incapaz, o negocio é NULO. (Art.166) Art.106 A impossibilidade inicial do objeto não invalida o negocio jurídico se for relativa, ou se cessar antes de realizar a condição a que ele estiver subordinado. Impossibilidade absoluta é aquela que alça a todos e não a pena o devedor. Impossibilidade relativa é aquela que alcança apena o devedor. A impossibilidade para o presente não significa a impossibilidade para o futuro (Silvio de salvo venosa). Impossibilidades absoluta. Venda um bem publico como praça; ruas etc. Venda da herança de uma pessoa viva (Art. 426cc) Escrever um livro de 500 paginas em 1 hora. Impossibilidades relativa Querer invalidar a compra de um apartamento porque ele ainda não foi construído. Venda de uma produção futura da empresa. Contratação de um pintor para pintar uma casa em um dia, para ele pode ser impossível mas para outro pintor não. Condição Art. 121 CC Considera-se condição a clausula que derivando exclusivamente da vontade das partes, Subordinação do efeito do negocio jurídico a evento futuro e incerto. Forma livre ou consensual Art. 107 CC A validade da declaração de vontade não dependera de forma especial, senão quando a lei expressamente exigir. Forma é como se externa a manifestação de vontade EX: verbal, instrumento publico, instrumento particular, gestos. A forma pode ser especial ou Solene, que é a exceção Pode ser de Forma livre ou consensual que é a regra. A teoria adotada pelo código civil é a da forma livre. Exemplos de forma livre ou consensual: recibo, carne de pagamento de loja, ingresso de cinema, contrato de compra e venda de bens moveis etc. Forma especial Art. 108 CC. Não dispondo a lei em contrario, a escritura publica é essencial a validade dos negócios jurídicos que visem a constituição, transferência, modificação ou renuncia dos direitos reais sobre imóveis de valor superior a trina vezes o maior salario mínimo vigente no pais. Prevê um forma especial para realizar negocio jurídico Escritura publica e direitos reais Escritura publica é um documento publico feito em cartório, elaborado por um tabelião. Direitos reais são aqueles previstos no Art. 1.225 CC, como a propriedade, servidões, usufruto, hipoteca. Negócios jurídicos que exigem escritura publica Venda de bem imóvel; usufruto de bem imóvel; hipoteca de bem imóvel; permuta de bem imóvel; desmembramento de bem imóvel. Disposição contrario em lei: contrato particular da minha casa minha vida, valera como escritura publica Art.61 lei 4.380/64 Bens imóveis com valor inferior a 30 salários mínimos. Art. 109 CC no negocio jurídico celebrado com a clausula de não valer sem instrumento publico, este é da substancia do ato. Os contratantes podem exigir a forma de exercer o negocio. Se os contratantes exigirem o instrumento publico, o negocio somente terá validade se for realizado por instrumento publico. A regra é que os negócios jurídicos sejam realizados de forma livre. Mas a forma especial pode ser exigida, pela lei ou pela vontade das partes. Reserva mental Art.110 CC a manifestação de vontade subsiste ainda que seu autor haja feito a reserva mental de não querer o que manifestou, salvo se dela o destinatário tinha conhecimento. Reserva mental é a divergência que existe entre a vontade declarada e a vontade intima da pessoa. A vontade é essencial para a validade do negocio jurídico, mas se dele levar em conta a vontade declarada pela pessoa e não sua vontade intima. O Art. 110 prevê duas possibilidades Quando o destinatário tinha conhecimento da reserva mental. Quando o destinatário não tinha conhecimento da reserva mental. Se o destinatário não tinha conhecimento da reserva legal, prevalecera a vontade manifestada. Se o destinatário tem conhecimento da reserva mental, neste caso o negocio será considerado inexistente. Art. 111 o silencio importa anuência, quando as circunstancias ou os usos o autorizarem, e não for necessária a declaração de vontade expressa. O silencia importa a concordância, mas nem todo tipo de silencio importa anuência. O silencio para si só nada significa. Para o silencio trazer alguma consequência para o mundo do direito ele devera ser, autorizado pela lei; pelas circunstancias; pelos usos(costumes) e ainda não necessitar de declaração de vontade expressa. A regra é que os negócios contenham uma manifestação de vontade declarada, como: recibo; contrato; nota promissória; duplicata; testamento. Estes documentos contem uma manifestação de vontade expressa ou verbal. A doação pura e simples importa anuência. Exigências de vontade expressa: renuncia de direitos, venda de bens imóveis, venda de veículos. Art. 112CC nas declarações de vontade se atendera maia a intenção nelas consubstancias=das do que ao sentido literal da linguagem. Quando houver divergência em um contrato ou em alguma clausula contratual, haverá a necessidade de fazer uma interpretação do contrato ou clausula. Quando a divergência for entre a vontade (intenção) declarada e as palavras empregadas no negocio, terá preferencia a vontade (intenção) das partes. Art.113cc os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa- fé e os usos do lugar de sua celebração. As vezes é necessário interpretar os negócios jurídicos ou de alguma clausula contratual, pois seus termos nem sempre são exatos. Boa-fé subjetiva e Boa-fé objetivaBoa-fé SUBJETIVA diz respeito a uma crença interna da pessoa. A pessoa acredita que está realizando um negocio nos termos da lei e não tem ciência do vicio que incide sobre o negocio. EX: compra de um objeto roubado, compra de um imóvel sem saber que quem está vendendo não é o verdadeiro proprietário. Boa-fé Objetiva é um modelo de conduta baseada na honestidade, na lealdade entre as partes. ´é um padrão de comportamento que se espera dos contratantes e que deve se refletir no negocio jurídico A boa-fé que se refere ao artigo 113cc é a boa-fé objetiva. A BOA-FÉ NOS NEGOCIOS JURIDICOS SE PRESUME, A MÁ-FÉ SE PROVA. Usos do lugar Os negócios jurídicos devem ser interpretados de acordo com os usos do lugar de sua celebração (quais são os costumes do lugar) Ex: comunidade de pescadores; zona agrícola; comunidade indígena. Art.114 CC os negócios jurídicos interpretam-se estritamente. Negócios jurídicos benéficos; renuncia; interpretam-se estritamente Negócios jurídicos benéficos são os negócios gratuitos, em que somente uma parte tem o ônus e a outra parte tem o bônus. Não há contraprestação reciproca entre as partes. (contrato de doação simples; comodato) Renuncia quer dizer abdicar de um direito, abrir mão de um direito. (renuncia de herança, usufruto) Interpretação estrita é aquela que se limita ao texto. É o contrario de interpretação ampliativa, que amplia o sentido da palavra ou do texto. Art.115cc Representação os poderes de representação conferem-se por lei ou pelo interessado. Representação é agir juridicamente em nome de outra pessoa. É quando uma pessoa exerce direitos ou deve deverem em nome de outra pessoa. Existem 2 tipos de representações: Legal e convencional (Voluntaria) Por lei= representação legal Pelo interessado= representação convencional ( voluntaria) A representação legal ocorre quando a lei define quem vai representar a pessoa (natural ou jurídica) Os pais representam os filhos ate os 16 anos, o sindico representa o condomínio. Convencional ou voluntaria ocorre quando uma pessoa (natural ou jurídica) escolhe por vontade própria outra pessoa (natural ou jurídica) para exercer direitos ou deveres em seu nome. Por ser uma escolha baseada na vontade, é que chamamos a representação de convencional ou voluntaria. Forma de exercer a representação convencional é a procuração. A procuração é o instrumento do mandato, ou seja é o documento que autoriza uma pessoa exercer direitos ou deveres em nome de outra. Art.116cc a manifestação de vontade pelo representante, nos limites de seus poderes, produz efeito em relação ao representado. Art.117cc o poder o representante realizar negócios consigo mesmo. Salvo se permitir a lei ou o representado, é anulável o negocio que o representante, no seu interesse ou por conta de outrem, celebrar negocio consigo mesmo. O representante ao exercer o mandato, deve buscar os interesses do representado e não seus próprios interesses, por este motivo ele não pode celebrar negócios consigo mesmo.(deve estar expressa a permissão para o representante faça negocio consigo mesmo.) Art.685cc prevê a procuração em causa própria, mediante o qual o representado autoriza. PARAGRAFO ÚNICO para esse efeito, tem-se como celebrado pelo representante o negocio realizado por aquele em quem os poderes houverem substabelecidos. Substabelecimento quer dizer: passar para outra pessoa, transferir ou nomear um substituto. Transferir os poderes para outra pessoa. Art.118 o representante é obrigado a provar as pessoas, com quem tratar em nome do representado, a sua qualidade e a extensão de seus poderes, sob pena de, não o fazendo, responder pelos atos que estes excederem. Deve provar sua qualidade de representante e provar a extensão de seus poderes. Na representação legal de pessoas naturais o representante provara a sua qualidade de represente por meio de documentos de registro civil ou judiciais, tais como: certidão de nascimento, carteira de identidade, passaporte, termo de tutela. Representação legal de pessoas jurídicas o representante provara sua qualidade de representante por meio de documentos de registro, tais como: contrato social, regimento, estatuto, termo de posse, ata de condomínio. Na representação convencional ou voluntária, tanto de pessoa natural ou jurídica o representante provara sua qualidade de representante pelo instrumento do mandato, que é a procuração. Art.119cc é anulável o negocio concluído pelo representante em conflito de interesses com o representado, se tal fato era ou devia ser do conhecimento de quem com aquele tratou. O conflito de interesses pode acontecer tanto na representação legal quanto na convencional (voluntaria) Ex: entre pais e filhos, entre tutores e tutelados, entre sindico e condômino, entre procurador e representado. O conflito pode ocorres por abuso de direitos ou excesso de poder Abuso de direito pode ocorrer em varias situações, tais como: quando o representante age sem ter os poderes (falso procurador), quando o representante age em seu próprio interesse. Excesso de poder ocorre quando o representante age além dos limites de seus poderes. O negocio concluído no conflito de interesses pode ser anulado ( se a outra parte souber do conflito de interesses.) Se a outra parte não souber do conflito de interesses o negocio será valido. Paragrafo único. é de 180 dias, a contar da conclusão do negocio ou da cessação da incapacidade, o prazo de decadência para pleitear-se a anulação prevista no artigo. Art.120 os requisitos e os efeitos da representação legal são os estabelecidos nas normas respectivas, os da representação voluntaria são da parte especial do código Representação legal= normas respectivas ( normas especiais e código civil) Representação voluntaria = código civil. Art.121cc Condição Considera-se condição a clausula que, derivando exclusivamente da vontade das partes, subordina o efeito do negocio a evento futuro e incerto A condição é uma clausula que é inserida no negocio, pela vontade das partes, e que sujeita a eficácia do negocio ( ou parte dele) a um evento futuro e incerto. A eficácia é a produção de efeitos. Um negocio que tem eficácia é aquele que esta gerando efeitos. Um negocio que não tem eficácia é aquele que não esta gerando efeitos. Negocio jurídico gerando efeitos, contrato de locação em que a parte esta residindo no imóvel e pagando aluguel. Negocio jurídico que a não está gerando efeitos, promessa de compra e venda de um imóvel que somente será adquirido se for aprovado o financiamento. Elementos da condição: vontade das partes, evento futuro e evento incerto. As partes voluntariamente inserem no negocio uma condição. A condição é voluntaria. Por esse motivo a condição é considerada um elemento acidental do negocio, pois ela não é essencial a sua validade. Como a condição deve derivar exclusivamente da vontade das partes, as exigências da lei não são consideradas condições voluntarias, mas sim condições legais. Ex: é exigência da lei ter 18 anos para tirar cnh. Evento futuro A condição deve estar relacionada um evento futuro ex: possível aprovação de um financiamento, possível colação de grau, possível promoção no emprego. Evento incerto A condição tem que estar relacionada a um evento incerto. Ex: ser aprovado no exame da OAB, ser sorteado na mega-sena, ser escolhido para uma vaga de emprego. Condição Suspensiva e Condição Resolutiva Na condição suspensiva, enquanto não se realizar a condição, não haverá a aquisição do direito, e o negócionão surtirá efeitos. Condição resolutiva é aquela que termina (põe fim) a eficácia do negócio. Na condição resolutiva, enquanto não se realizar a condição, o negócio (ou parte dele) produzira efeitos, podendo-se exercer os direitos provenientes do negócio. Assim que implementada a condição o negócio deixara de surtir efeitos e cessarão os direitos provenientes do negócio. Fases da condição Pendencia= a condição está pendente, ainda não correu. Implemento = a condição foi realizada, ocorreu. Frustração= a condição não se realizou, não ocorreu. A condição sempre terá a fase da pendencia, sempre estará aguardando para verificar de a condição ira se implementar (ocorrer) ou se frustrar (não ocorrer) Art.122cc condições ilícitas São ilícitas, em geral. Todas as condições contrarias a lei, a ordem publica ou aos bons costumes; entre as condições defesas se incluem as que privarem de todo efeito o negocio jurídico, ou sujeitam ao puro arbítrio de uma das partes. São ilícitas (proibidas) as condições Contrarias a lei, contrarias a ordem publica, contrarias aos bons costumes, privarem de todo efeito o negocio jurídico, sujeitarem ao puro arbítrio de uma das partes. Contraria a lei: contrato de prestação de serviços em que Davi pagara Felipe somente após a entrega de um carregamento de drogas. Contraria a ordem publica: a empresa delta, pagara a manifestantes para fazerem ameaça em frente seus concorrentes. Contrario aos bons costumes: contrato de locação em que Davi alugara um imóvel a Dani caso ela se prostitua. Condição perplexa(incompreensível): é a condição que impede o negocio produza efeitos, pois é uma condição contraditória incompreensível Condições que se sujeitam ao puro arbítrio de uma das partes. Condição puramente potestativa Quanto a vontade das partes, a condição pode ser: Simplesmente Potestativa = depende da vontade de uma das partes, mas também depende de fatores externos. Puramente Potestativa = depende exclusivamente da vontade de uma das partes. (vedada pela lei) A possibilidade da condição ela pode ser: Fisicamente possível; fisicamente impossível; juridicamente possível; juridicamente impossível. Condições fisicamente possíveis são aquelas que são possíveis pelas leis da própria natureza. Não existe, nas leis da natureza e nas leis da física, motivo que impeça a realização. EX: um nadador profissional ganhara uma quantia em dinheiro se vencer a competição. Condições fisicamente impossíveis são aquelas que não são possíveis pelas leis da natureza, pelas leis da física. Ex: doação de imóvel se alguém que não tem útero engravidar. Para a pessoa sem útero é fisicamente impossível. Condições juridicamente possíveis são aquelas que são possíveis, pois não contrariam o ordenamento jurídico (a lei, a ordem publica e os bons costumes) Ex: se alguém comprar uma tv da promoção ganhara outra. Condições juridicamente impossíveis são aquelas que não são possíveis, pois contrariam o ordenamento jurídico. A norma jurídica não permite que se realizem. Ex: pagamento de um serviço de desmatamento de uma área de preservação permanente. Art.125cc condição suspensiva é uma clausula que pode ser inserida no negocio e que suspende a eficácia desse negocio. Em virtude dessa condição suspensiva a eficácia do negocio fica suspensa. Até que se ocorra ou não a condição. Se ocorrer a condição o negocio surtirá efeitos. Se não ocorrer não surtira efeitos. A condição sempre se refere a um evento futuro e incerto. ( futuro= não ocorreu; incerto = não sabe vai ocorrer) Subordinado a eficácia do negocio jurídico a condição suspensiva, enquanto esta não se verificar, não se terá adquirido o direito a que ele se visa. Ex: condição suspensiva, promessa de recompensa para quem encontrar o cachorro perdido. Arts.123 e 124 cc tratam das consequências das condições impossíveis nos negócios. Art.123 condição impossível quando suspensiva. Art.124 condição impossível quando resolutiva. Condições suspensivas impossíveis Art.123cc invalidam os negócios que lhe são subordinados: as condições física ou juridicamente impossíveis, quando suspensivas. (condição física ou juridicamente impossível, quando suspensiva) Quando a condição for suspensiva, ela invalida o negócio jurídico. Art.124 tem-se por inexistente as condições impossíveis, quando resolutivas, e as de não fazer coisa impossível. Quando a condição Resolutiva for impossível, tem-se por inexiste a condição e não invalida o negócio. (como se a condição nunca tivesse existido) Art.126 se alguém dispuser de uma coisa sob condição suspensiva, e pendente esta, fizer quanto aquelas novas disposições, essas não terão valor, realizadas a condição, se com ela forem incompatíveis. Alguém tem uma coisa que está sob condição suspensiva. A condição suspensiva está pendente, Ainda não ocorreu A pessoa fez novas disposições em relação a coisa que estava sob condição suspensiva. As novas disposições não terão valor (ficarão sem efeito) caso se realize a condição. E a condição for incompatível com as novas disposições. Mas para que essas novas disposições incompatíveis com a condição não tenham valor, o negocio sob condição suspensiva devera ser do conhecimento de terceiros. Ex: por meio de instrumentos publico. Art.127 se for resolutiva a condição, enquanto esta não se realizar, vigorara o negocio jurídico, podendo exercer-se desde a conclusão desde o direito por ele estabelecido. O negocio vigora ate que não se atinge a condição. Enquanto não ocorrer a condição permanece gerando efeitos e eficácia. Art.128cc Sobrevindo a condição resolutiva, extingui para todos efeitos o direito a que ela se opõe ... O negocio deixa de existir quando atingir a resolução resolutiva. Implementado na condição resolutiva. ... mas se aposta a um negocio de execução continuada ou periódica, a sua realização , salvo disposição em contrario, não tem eficácia quanto aos atos já praticados. Desde que compatíveis com a natureza da condição pendente e conforme aos ditames da boa-fe Negocio de execução continuada ou periódica. Ex: recebimento de aluguel, bolsa de estudos ou pensão. Significa que tudo que pago ate o momento, tudo que passou já surtiu efeitos e gerou eficácia não se mexe mais. Art.129cc reputa-se verificada, quando aos efeitos jurídicos, a condição cujo implemento for maliciosamente obstado pela parte a quem desfavorecer, considera-se ao contrario, não verificada a condição maliciosamente levada a efeito por aquele a quem aproveita seu implemento. Há duas cituações... 1) o que ocorre se a pessoa agir de má-fé para impedir (não implementar) a realização da condição... quando isso ocorre o juiz irá considerar como verificada a condição, como se a condição tivesse acontecido. 2) o que ocorre se a pessoa agir de má-fé para realizar (implementar) a condição. Quando isso acontece, o juiz ira considerar como não verificada a condição, como se ela não tivesse acontecido Art. 130cc ao titular do direito eventual, nos casos de condição suspensiva ou resolutiva, é permitido praticar os atos destinados conserva-lo. Direito eventual é o direito incompleto, que ainda não se consumou porque depende de um evento futuro para se concretizar. Fala-se em direito eventual porque a pessoa ainda não tem o direito, ela somente terá o direito se implementar a condição. Oque falta para a pessoa adquirir o direito é o implemento da condição A pessoa que é titular de um direito eventual pode tomar as medidas necessárias para conservar esse direito.TERMO Termo é o dia, ou momento, em que inicia ou extingue a eficácia do negocio jurídico. Termo inicial = quando se inicia Termo final= quando se extingue O termo está condicionado a um evento futuro e certo. Futuro- porque ainda não correu Certo- porque temos a certeza que vai ocorrer. O termo pode ser certo e incerto Certo – sabe-se que vai ocorrer e sabe-se quando vai ocorrer. Incerto – sabe-se que vai ocorrer, mas não sabe quando vai ocorrer. Espécies de termos = Convencional; termo de direito (Legal ou judicial); termo de graça. Termo convencional é aquele que as partes, por vontade própria, inserem em um negocio jurídico. O termo convencional depende da vontade das parte. Termo de direito é o termo que é definido pela lei (termo legal) ou determinado pelo juiz (termo legal) Termo de graça é aquele definido pelo juiz ao devedor para aumentar o prazo de pagamento ou parcelamento de uma divida. O termo também poderá ser ESSENCIAL e NÃO ESSENCIAL. O termo essencial é quando o termo é essencial (fundamental) para a eficácia do negocio, ou seja se o negocio for realizado fora do momento determinado (antes ou depois) ele não terá mais efeito ou utilidade. O termo não essencial é aquele que o termo não é essencial para o negocio, ou seja se o negocio for realizado fora do momento determinado ele continuara surtindo efeitos. Art.131cc o termo inicial suspende o exercício, mas não a aquisição do direito. Quando o negocio jurídico está sujeito a um termo inicial, somente poderá ser exercido após a ocorrência do termo. Ex: aluguel de imóvel para evento futuro 23/04, só terá direito quando chegar a data; inicio de um serviço para daqui 30 dias. Termo final, também chamado de termo resolutivo. É a data em que o negocio deixara de surtir efeitos. Art.132cc Prazo- não confundir termo com prazo. Prazo é o lapso de tempo que vai do termo inicial ao termo final. Prazo também pode ser o transcurso de tempo que vai da declaração de vontade ao termo final. O prazo pode ser certo ou incerto. Prazo certo é aquele fixado a termo certo. Ex: contrato de aluguel por um mês, 01/04/2018 a 01/05/2018 Prazo incerto é aquele fixado a termo incerto. Ex: contrato de comodato (empréstimo gratuito) a contar do dia 01/04/2018 ate a data de morte do comodatário. Os prazos podem ser computados em DIAS; MESES; ANOS; HORAS e CONVENCIONAIS. Salvo disposição legal ou convencional em contrario, computam-se os prazos, excluindo o dia do começo, e incluído o do vencimento. Prazo em dias, exclui-se o dia do começo e inclui-se o dia do vencimento. Os prazos de meses e anos expiram no dia de igual numero do inicio, ou no imediato, se faltar exata correspondência. Os prazos em meses expiram no dia de igual numero de inicio. Prazos em meses se faltar a exata correspondência, os prazos de meses expiram no dia imediato, se faltar exata correspondência.( no próximo dia) Prazos de anos expiram no dia de igual numero de inicio. Os prazos fixados em hora contar-se-ão de minuto a minuto. Se o dia do vencimento cair em feriado (muitas vezes se considera o sábado e domingo), considerar-se-á prorrogado o prazo ate o próximo dia seguinte útil. Meado considera-se em qualquer mês o seu decimo quanto dia. Meado é sempre o dia 15 de cada mês. Art.133cc nos testamentos, presume-se o prazo em favor do herdeiro, e nos contratos, em proveito do devedor, salvo quanto a esses, se do teor do instrumento, ou das circunstancias, resultar que se estabeleceu a benefício do credor, ou ambos os contratantes. Quando houver uma dúvida no prazo, nos testamentos presume-se o prazo em favor do herdeiro. Nos contratos, presume-se o prazo em favor do devedor. Art.134cc negócio jurídico sem prazo. Os negócios jurídicos entre vivos, sem prazo, são exequíveis desde logo, salvo se a execução tiver de ser feita em lugar diverso ou depender de tempo. Deverão ser cumpridos imediatamente. Negocio jurídico que o prestador de serviço deve se deslocar para outro lugar para executar o serviço. Art.136cc ENCARGO OU MODO O encargo não suspende a aquisição nem o exercício do direito, salvo quando expressamente imposto no negocio jurídico, pelo disponente, como condição suspensiva. O beneficiário da liberalidade adquire o direito, e já pode exercer esse direito, desde o seu termo inicial da liberalidade. Se o disponente determinar que o encargo foi imposto como condição suspensiva, nesse caso o beneficiário da liberalidade somente irá adquirir o direito e exercer o direito após implementada a condição. (vide art.125) Encargo é uma restrição imposta a uma liberdade. Liberdade é aquele negocio jurídico gratuito ou benéfico. Ex: doação; empréstimo gratuito(comodato); testamento; promessa de recompensa; usufruto. Ou seja , é uma restrição imposta a uma doação. O encargo impõe uma obrigação, ou um ônus, ao beneficiário. Descumprimento do encargo, o disponente poderá ajuizar uma ação de resolução da liberalidade; ajuizar uma ação de obrigação de fazer, não fazer ou dar. (art.553 e 555 cc) Ninguém é obrigado a aceitar a liberalidade que esteja gravado com um encargo, mas se aceitar será obrigada a cumprir o encargo. Se a pessoa assumiu o encargo deverá cumprir. O encargo não se confunde com uma contraprestação, pois o encargo relaciona-se a uma liberalidade e a contraprestação relaciona-se a uma prestação onerosa. Ex: contrato de compra e venda de carro= pagar o valor do carro. Contrato de aluguel= pagamento do aluguel. São contraprestação. Art.137 encargo ilícito ou impossível. Considera-se não escrito o encargo ilícito ou impossível, salvo se constituir o motivo determinante da liberalidade, caso em que se invalida o negocio. Encargo ilícito é o encargo contrario a norma jurídica. Ex: distribuir tóxicos proibidos por lei; explorar jogos de azar proibidos por lei. Encargo impossível é aquele que pode ser física ou juridicamente impossível. Fisicamente impossível – as leis da natureza não permitem que se realize o encargo. Juridicamente impossível – as normas jurídicas não permitem que se realize o encargo. O encargo ilícito e impossível não invalida o negocio jurídico. Como o encargo não suspende a aquisição nem o exercício do direito (art.136) o beneficiário adquire o direito e já pode exercer esse direito desde o termo inicial da liberalidade, como se não estivesse escrito o encargo. Se estiver expresso no negocio jurídico que o encargo é o motivo determinante da liberalidade e o encargo for ilícito ou impossível, invalida o negocio jurídico.
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