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Teoria Geral do crime

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Prévia do material em texto

Teoria Geral do crime 
Conduta analítica 
ITER CRIMINIS 
Conceito 
Cogitação-Atos preparatórios- Atos executórios-
Consumação 
 
Conatus 
Teoria > Objetiva- Subjetiva 
Tempus Regit Actum 
é uma expressão jurídica latina que significa literalmente o tempo 
rege o ato, no sentido de que os atos jurídicos se regem 
pela lei da época em que ocorreram. Porém, existem duas 
exceções possíveis que consistem na validade da lei a algo ocorrido 
anteriormente ao início de sua vigência (retroatividade) e 
futuramente à revogação da referida (ultratividade). 
A norma a aplicar é aquela que está em vigor à data da prática do 
ato, i. e, os fatos complexos de produção sucessiva regem-se pelo 
regime do tempo em que foram constituídos. Não obstante, caso o 
fato constitutivo produza efeitos jurídicos que se prolongam no 
tempo, pode-se aplicar a nova norma, sem que se afete as 
legítimas expectativas dos interessados. Neste caso, tem de haver 
um compromisso com o princípio da tutela da expectativa; sendo o 
mesmo nos sentidos dos atos jurídicos. 
Aplicasse a lei penal no tempo, aplicação da lei vigente. 
Aplicação da lei penal no espaço 
Extraterritorialidade 
Art. 7º - Extraterritorialidade 
 Este dispositivo descreve situações em que a lei brasileira se aplica a fatos que não foram 
praticados dentro do território nacional, mas que ainda assim o Brasil se reserva o direito de 
julgá-los. 
 
 As hipóteses arroladas no inciso I do art. 7.º do Código Penal elencam 
situações em que se aplica a lei brasileira, ainda que tribunal estrangeiro já tenha 
conhecido o fato e condenado, ou absolvido, o seu autor (conforme §1.º do art. 
7. do CP). Considera-se aqui a extraterritorialidade incondicionada. 
 As hipóteses arroladas no inciso II do art. 7.º do Código Penal contêm 
situações em que o Brasil também pune fatos praticados fora do território 
nacional. Contudo, a incidência da norma penal brasileira e a ação penal em 
tribunal pátrio impõem a implementação das condições previstas no §2.º do art. 
7.º do Código Penal. 
 
 É o que doutrina chama de extraterritorialidade condicionada. 
 
Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: 
I - os crimes: 
a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da República; 
b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Estado, 
de Território, de Município, de empresa pública, sociedade de economia mista, 
autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público; 
c) contra a administração pública, por quem está a seu serviço; 
d) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil; 
II - os crimes: 
a) que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir; 
b) praticados por brasileiro; 
c) praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de 
propriedade privada, quando em território estrangeiro e aí não sejam julgados. 
§ 1º - Nos casos do inciso I, o agente é punido segundo a lei brasileira, ainda 
que absolvido ou condenado no estrangeiro. 
§ 2º - Nos casos do inciso II, a aplicação da lei brasileira depende do concurso 
das seguintes condições: 
a) entrar o agente no território nacional; 
b) ser o fato punível também no país em que foi praticado; 
c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a 
extradição; 
d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido a pena; 
e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, não estar 
extinta a punibilidade, segundo a lei mais favorável. 
§ 3º - A lei brasileira aplica-se também ao crime cometido por estrangeiro contra 
brasileiro fora do Brasil, se, reunidas as condições previstas no parágrafo 
anterior: 
a) não foi pedida ou foi negada a extradição; 
b) houve requisição do Ministro da Justiça 
 
Extradição é o ato mediante o qual um Estado entrega a outro Estado 
indivíduo acusado de haver cometido crime de certa gravidade ou que 
já se ache condenado por aquele, após haver-se certificado de que os 
direitos humanos do extraditando serão garantidos. 
Geralmente é concedida por causa de um tratado bi ou multilateral que 
vincule as partes. Na ausência desse tratado, pode acontecer extradição 
mediante declaração de reciprocidade. Ou seja, um estado concede a 
extradição de um indivíduo em troca de outro solicitado. 
Expulsão, só deve ser aplicada aos estrangeiros que perturbam 
efetivamente a tranquilidade ou a ordem pública e constituam perigo 
ou ameaça para esta. Não é considerada como pena, apenas como uma 
medida preventiva de polícia. Assim dispõe o Art. 65 da Lei dos 
Estrangeiros: "É passível de expulsão o estrangeiro que, de qualquer 
forma, atentar contra a segurança nacional, a ordem política ou social, 
a tranquilidade ou moralidade pública e a economia popular, ou cujo 
procedimento o torne nocivo à conveniência e aos interesses 
nacionais". 
Caso o estrangeiro for expulso, este só pode voltar ao país se o decreto 
de expulsão for revogado. É proibida a expulsão de estrangeiro que 
tenha cônjuge ou filho brasileiro, dependente de economia paterna. 
Deportação é a determinação de saída compulsória de estrangeiro que 
ingressou de modo irregular no território nacional ou que, apesar da entrada 
regular, sua estadia encontra-se irregular. O estrangeiro é notificado e lhe é 
dado prazo para a saída do Brasil, caso contrário poderá ser preso, para fim de 
deportação. Tal prisão se dá por ordem de juiz federal, não se admitindo mais a 
antiga prisão administrativa, no regime anterior à Constituição de 1988. 
Na deportação o estrangeiro pode reingressar no país, apenas estando regular 
novamente, ao contrário da expulsão. 
 
 Conceito analítico do crime 
Traz os requisitos do crime- Fato típico e antijurídico 
O código penal vigente não define o que é crime, deixando a 
elaboração para a doutrina. E esta tem procurado definir o 
ilícito penal sob três aspectos diferentes. Definição formal, 
material e formal analítico da infração penal. 
Conceito Material 
As definições materiais visam identificar por que o legislador 
prevê punição para certos fatos, e não para outros. É um 
conceito aberto que guia o legislador para definir quais 
condutas ofendem bens juridicamente tutelados, merecedores 
de pena. Segundo ensina Roxin, “o conceito material de crime é 
prévio ao Código Penal e fornece ao legislador um critério 
político-criminal sobre o que o Direito Penal deve punir e o que 
deve deixar impune” 
Sendo assim, o Estado que irá valorar os bens da vida, 
protegendo-os por meio da lei penal. Para a sociedade, a 
conduta que gera lesão ao bem jurídico tutelado tem um 
sentido forte e único, que na lição de Roberto Lyra pode ser 
exemplificado: 
“Todos hão de saber, porque sentirão, o que devemos exprimir 
pela palavra crime. Julgamos criminologicamente, quando 
irrompe dentro de nós, diante de certos fatos, a sentença 'isto 
é um crime'! Este clamor provém da civilização que não se 
limita a 'invólucro dentro do qual arde a paixão selvagem do 
homem' (Carlyle). Há até uma sistematização subjetiva 
lançada na consciência humana através de um direito natural 
que ficou no verbo e agora será conquista, convicção, ação” 
Conceito Formal 
É a concepção do direito acerca do delito, em que se respeita o 
princípio da reserva legal, para o qual nullum crimen, nulla 
poena sine praevia lege, ou seja, não há crime sem lei anterior 
que o defina, nem pena sem lei anterior que a comine. 
Preocupa-se com o aspecto externo, nominal. Entram aqui 
definições como a de que “crime é uma conduta (ação ou 
omissão) contrária ao Direito, a que a lei atribui uma pena” 
Conceito Analítico 
Esse conceito não difere, na essência, do conceito formal. 
Trata-se do “conceito formal fragmentado em elementosque 
propiciam o melhor entendimento da sua abrangência 
O conceito analítico de crime é o mais aceitado pela doutrina 
hodiernamente. Pode ser conceituado como a ação humana, 
antijurídica, típica, culpável e punível. A punibilidade é a 
possibilidade de aplicar a pena, porém não é elemento do 
crime. Hungria nos ensina que “um fato pode ser típico, 
antijurídico, culpado e ameaçado de pena, isto é, criminoso, e, 
no entanto, anormalmente deixar de acarretar a efetiva 
imposição de pena” 
Adotando o conceito analítico e a teoria finalista, passa-se à 
analisar os elementos do crime, quais sejam, conduta típica, 
antijurídica e culpável. 
Antijuridicidade ou Ilicitude 
É a contrariedade de uma conduta em relação ao ordenamento 
jurídico. “Limita-se à observação da existência da 
anterioridade da norma em relação à conduta do agente, e se 
há contrariedade entre ambas, onde transparece uma natureza 
meramente formal da ilicitude.” 
Trata-se de um prisma que leva em consideração o aspecto 
formal da antijuridicidade (contrariedade da conduta com o 
Direito), bem como o seu lado material (causando lesão a um 
bem jurídico tutelado. “A antijuridicidade é una, material 
porque invariavelmente implica a afirmação de que um bem 
jurídico foi afetado, formal porque seu fundamento não pode 
ser encontrado fora da ordem jurídica” 
Segundo Mirabete, “diz-se que a tipicidade é o indício da 
antijuridicidade, que será excluída se houver uma causa que 
elimine sua ilicitude.” Exemplificando, matar alguém é fato 
típico, mas não será antijurídico se o agente o fez por estar em 
estado de necessidade ou em legítima defesa. Não havendo 
crime nessas hipóteses. 
Culpabilidade 
É um juízo de reprovação social que incide sobre o fato e seu 
autor. Entra na esfera interna do agente, no seu âmago. Trata-
se do elemento subjetivo do crime. Sob a ótica da teoria 
normativa pura, proveniente do finalismo, o agente que é 
“imputável, atua com consciência potencial de ilicitude, e tem a 
possibilidade e a exigibilidade de atuar de outro modo 
seguindo as regras impostas pelo Direito”, é culpável. 
É preciso perguntar se o sujeito quis o resultado ou se ao 
menos podia prever que o evento iria ocorrer. Para falar em 
culpa precisamos desses dois elementos, vontade e 
previsibilidade. E foram esses elementos que serviram de base 
para a criação de dois conceitos jurídico-penais importantes: o 
dolo (vontade) e a culpa em sentido estrito (previsibilidade). 
O conceito de culpabilidade evoluiu muito, havendo diversas 
teorias a respeito. As principais são a psicológica e a 
normativa. Nas palavras de Noronha: 
“as duas teorias operam em setores diferentes; porém não se 
repudiam porque a psicológica vincula estritamente o 
indivíduo ao ato, enquanto a normativa refere-se à ilicitude 
desse proceder. Destacando-se, pois, na culpabilidade, esses 
dois elementos.” 
Para a psicológica, ao realizar fato típico e antijurídico, 
somente se completaria a noção de infração penal se estivesse 
presente o dolo ou a culpa, que vinculariam, subjetivamente, o 
agente ao fato por ele praticado. Somente se analisaria a 
culpabilidade uma vez existente a imputabilidade penal. 
Na normativa ou psicológico-normativa leva-se em conta o 
juízo de reprovação social. A imputabilidade passa a ser 
elemento da culpabilidade e não pressuposto. A culpabilidade 
exige dolo ou culpa, elementos psicológicos do agente, e 
também a reprovabilidade como juízo de valor sobre o fato. Só 
então haveria consciência ou previsibilidade de tal resultado. 
A doutrina não pode aceitar a teoria psicológico-normativa, 
pois o dolo não pode ser ao mesmo tempo elemento do fato e 
elemento da culpabilidade pelo fato. Chegando-se assim, à 
teoria da culpabilidade ou teoria normativa pura. 
Se a conduta, sob a ótica do finalismo, é uma movimentação 
corpórea, voluntária e consciente com uma finalidade, logo, o 
ser humano possuí uma finalidade que é analisada desde logo 
sob o prisma doloso ou culposo. “Portanto, para tipificar uma 
conduta já se ingressa na análise do dolo ou da culpa, que se 
situam na tipicidade, e não na culpabilidade” 
Ainda assim, não se exclui inteiramente da culpabilidade o 
dolo ou a culpa. Segundo Mirabete, “o dolo ocupa dupla 
posição: em primeiro lugar, como realização consciente e 
volitiva das circunstâncias objetivas (no fato típico), e, em 
segundo, como portador do desvalor da atitude interna que o 
fato expressa.” Nessa esteira, o art. 59 do Código Penal observa 
a intensidade do dolo ou o grau de culpa do agente para fixação 
da pena. Essa dupla posição pode ser classificada como 
culpabilidade formal e material. 
“A culpabilidade formal é a censurabilidade merecida pelo 
autor do fato típico e antijurídico, dentro dos critérios que a 
norteiam, isto é, se houver imputabilidade, consciência 
potencial da ilicitude e exigibilidade de atuação conforme o 
Direito. Porém, a culpabilidade material é a censura 
realizada concretamente, visualizando-se o fato típico e 
antijurídico e conhecendo-se o seu autor, imputável, com 
consciência potencial do ilícito e que valendo-se de seu livre- 
arbítrio, optou pelo injusto sem estar fundado em qualquer 
causa de exclusão de culpabilidade, por fatores de 
inexigibilidade de conduta diversa.” 
Fato Típico 
Para que o fato seja típico, deve se enquadrar perfeitamente à 
norma abstrata positivada. O fato típico é composto pela 
tipicidade, conduta, resultado e nexo causal. Isso porquê o fato 
típico é a síntese da conduta ligada ao resultado pelo nexo 
causal, amoldando-se ao modelo legal incriminador. Quando 
ocorre uma ação ou omissão, pode haver um resultado 
juridicamente relevante. Se tal resultado é dotado de 
tipicidade, está presente o fato típico. 
 
 
Conduta (ação ou omissão) 
Resultado 
Nexo casual 
Tipicidade 
Conduta 
Como exposto acima, há duas teorias principais a respeito da 
conduta. A causalista e a finalista. Há também as teorias social 
e funcional. 
A teoria causalista considerava conduta o movimento corpóreo 
capaz de repercutir no mundo exterior, sem qualquer 
valoração, neutro. O dolo e a culpa eram analisados apenas ao 
final, em sede de culpabilidade. Segundo ensina Juarez 
Tavarez, “o isolamento da culpabilidade do conceito de delito 
representa uma visão puramente pragmática do Direito Penal, 
subordinando-o de modo exclusivo à medida penal e não aos 
pressupostos de sua legitimidade” 
Critica-se essa posição clássica, pois “está-se cindindo um 
fenômeno real, separando-se a ação voluntária de seu conteúdo 
(o fim do agente ao praticar a ação) e ignorando-se que toda 
ação humana tem sempre um fim.” Isso dificultaria a 
conceituação de tentativa, por exemplo, pois o fato típico não 
ocorre, embora o agente o pretendesse. 
A finalista conceitua conduta como a ação ou omissão, 
voluntária e consciente, implicando em um comando de 
movimentação ou inércia do corpo humano, voltado a uma 
finalidade. Toma-se aqui o conceito de conduta como gênero, 
sendo ação e omissão suas espécies. 
O finalismo, mais dinâmico e atual, avalia tais elementos já no 
fato típico, dentro da conduta. Esta para ser penalmente 
relevante tem que ser dolosa ou culposa. Hans Welzel, 
considerando que se trata de um juízo de realidade, e não 
fictício, deslocou o dolo e a culpa da culpabilidade para o fato 
típico. 
Entretanto, há finalistas que não admitem a possibilidade de se 
elaborar um conceito genérico de conduta, envolvendo ação e 
omissão, visualizando-as separadamente. 
A teoria social conceitua conduta como o comportamento 
voluntário e consciente socialmente relevante. É uma teoria 
mista entre a causalista e finalista. Tendo em vista que algo 
socialmente importante pode ser muito vago e abstrato, esta 
teoria não encontrou muitos adeptos. 
Para a teoria funcional,“conduta é a ação ou omissão 
voluntária e consciente capaz de evidenciar uma autêntica 
manifestação da personalidade, explicitando a esfera anímico-
espiritual do ser humano” 
Para qualquer uma destas teorias é indispensável a existência 
do binômio vontade e consciência. 
Vontade é o querer ativo, apto a levar o ser humano a praticar 
um ato. Este querer deve ser apto a desencadear movimentos 
corpóreos tendentes à realização dos seus propósitos. 
Consciência é “a possibilidade que o ser humano possui de 
separar o mundo que o cerca dos próprios atos, realizando um 
julgamento moral de suas atitudes.”[19] Significa ter noção 
clara da diferença entre realidade e ficção. 
A conduta é seguida da ação, consciente, voluntaria, 
humana e com uma finalidade. 
( finalidade que pode ser com dolo ou culpa) 
Dolo direto e indireto 
O dolo eventual ocorre quando o agente aceita o risco 
de produzir o resultado. 
O dolo direto ou determinado configura-se quando o agente 
prevê um resultado, dirigindo sua conduta na busca de realizá-
lo. Já no dolo indireto ou indeterminado, o agente, com a sua 
conduta, não busca resultado certo e determinado. O dolo 
indireto possui suas formas, quais sejam, dolo alternativo e 
dolo eventual. Alternativo ocorre quando o agente prevê e quer 
um ou outro dos resultados possíveis da sua conduta, e o 
eventual, quando a intenção do agente se dirige a um 
resultado, aceitando, porém, outro também previsto e 
consequente possível da sua conduta. 
Culpa consciente e inconsciente 
A culpa consciente prevê o resultado, mas espera que ele 
não ocorra, supondo evita-lo com sua habilidade. 
 Na culpa inconsciente, o agente não prevê o resultado, 
que, entretanto, era objetiva e subjetivamente previsível. 
 Consciência Vontade 
Dolo direto Prevê o resultado Quer o resultado 
Dolo eventual Prevê o resultado Não quer, mas assume o risco 
Culpa consciente Prevê o resultado 
Não quer, não assume risco e pensa poder 
evitar 
Culpa 
inconsciente 
Não prevê o resultado (que era 
previsível) 
Não quer e não aceita o resultado 
 
 Resultado 
Ação causada pela conduta 
 
Há dois conceitos para definir o resultado. O naturalístico e o 
jurídico ou normativo. 
Segundo o jurídico ou normativo, o resultado “é a modificação 
gerada no mundo jurídico, seja na forma de dano efetivo ou de 
dano potencial, ferindo interesse protegido pela norma penal”. 
Portanto, se a conduta fere um interesse juridicamente 
protegido, causa um resultado. 
Uma conceituação naturalística, afirma que resultado é a 
modificação do mundo exterior provocado pelo 
comportamento humano voluntário. É “o efeito natural da ação 
que configura a conduta típica, ou seja, o fato tipicamente 
relevante produzido no mundo exterior pelo movimento 
corpóreo do agente e a ele ligado por relação de causalidade”. 
O resultado natural de um homicídio por exemplo, seria a 
morte da vítima. 
O critério jurídico foi adotado pelo legislador pátrio. 
Entretanto, prevalece na doutrina o conceito naturalístico de 
resultado. Assim, faz-se a divisão dos crimes de atividade 
(formais e de mera conduta) e de resultado (materiais). 
No crime formal, não é necessária a concretização daquilo que 
é pretendido pelo agente. O resultado jurídico previsto no tipo 
ocorre paralelamente à conduta. O tipo menciona o 
comportamento e o resultado, mas não exige a produção deste 
último para a sua consumação. 
O crime de mera conduta não prevê nenhum resultado. A ação 
ou omissão já caracteriza o crime. A ocorrência de eventual 
resultado do crime formal caracteriza o chamado exaurimento 
do tipo penal, que nada influi na consumação, visto que ocorre 
após esta fase. 
Crime material é aquele em que a lei descreve uma ação e um 
resultado, e exige a ocorrência deste para que o delito se 
consume. O crime de estelionato, em que a lei descreve uma 
ação, qual seja, "empregar fraude para induzir ou manter 
alguém em erro", e um resultado, qual seja, "obter vantagem 
ilícita em prejuízo alheio" (art. 171 do Código Penal). Assim, o 
estelionato só se consuma com a obtenção da vantagem ilícita 
visada pelo agente. 
Observe-se que “a relação de causalidade somente tem real 
importância no cenário dos crimes materiais, isto é, aqueles 
que necessariamente relacionam a conduta a um resultado 
concreto, previsto no tipo”. 
 Nexo Causal 
( qual a causa do crime, nasceu na conduta do agente 
ou não tem relação com o crime) 
Para se entender o nexo causal, é necessário analisar o conceito 
de causa. Causa é a conexão, ligação que existe numa sucessão 
de acontecimentos que pode ser entendida pelo homem. 
Causar, é motivar, produzir fenômeno natural que independe 
de definição. Para se apurar se alguma circunstância fática é 
causa de um crime, deve-se utilizar o critério do juízo de 
eliminação. Abstrai-se determinado fato do contexto e se ainda 
assim o resultado persiste, ele não é causa do resultado. 
Há duas posições doutrinárias predominantes acerca do nexo 
causal. A teoria da causalidade adequada e a da equivalência 
das condições. 
O Código Penal brasileiro, ao resolver a questão do nexo de 
causalidade, adotou a teoria da condition sine qua non ou 
da equivalência dos antecedentes causais. No seu artigo 13, 
caput, 2.ª parte, que é considerada causa a ação ou omissão 
sem a qual o resultado não teria ocorrido. Atribui relevância 
causal a todos os antecedentes do resultado, considerando que 
nenhum elemento, de que depende a sua produção, pode ser 
excluído da linha de desdobramento causal. Causa é toda 
condição do resultado, e todos esses elementos antecedentes 
têm o mesmo valor. 
A crítica mais severa que se faz à teoria da conditio sine qua 
non é a que diz respeito à sua extensão. Seria causa do 
homicídio a fabricação da arma utilizada pelo agente, ou o 
comerciante que vendeu o rebenque utilizado em um crime de 
lesão corporal. “Cairíamos no que se denomina regressus ad 
infinitum: todos os agentes das condições antecedentes 
responderiam pelo crime, pois teriam contribuído 
materialmente para o evento.” 
Embora a lei diga que a omissão também é causa do resultado 
criminoso “não há, contudo, nexo causal entre a omissão e o 
resultado, uma vez que do nada, nada surge. O omitem-te 
responde pelo resultado não porque causou o resultado, mas 
porque não agiu para impedi-lo, realizando a conduta a que 
estava obrigado.” 
Já a teoria da causalidade adequada ensina que um 
determinado evento somente será produto da ação humana 
quando esta tiver sido apta e idônea a gerar o resultado. 
O corte do nexo causal é feito de maneira diferente nas duas 
teorias. Na primeira, a inexistência de dolo ou culpa ocasiona o 
corte. A venda de uma arma que será utilizada para cometer 
um homicídio não é causa, caso o vendedor não tenha noção da 
finalidade do uso da arma. 
Na segunda teoria, a ação deve ser idônea a gerar o resultado. 
A venda da arma jamais seria considerada causa, pois não é 
idônea a esse tipo de resultado. Vale dizer que armas não são 
vendidas com o propósito de causar crimes de homicídio. 
Hoje, na Europa, há uma terceira teoria que visa sanar os 
problemas existentes com as duas anteriores. A teoria da 
imputação objetiva, que tem por finalidade imputar ao agente 
a prática de um resultado delituoso apenas quando o seu 
comportamento tiver criado, realmente, um risco não tolerado, 
nem permitido, ao bem jurídico. 
Entretanto, há grande divergência entre a doutrina que a 
sustenta sobre as situações em que deve haver punição ou não. 
Por ora, a teoria da equivalência dos antecedentes, adotada 
pelo direito penal brasileiro, é menos sujeita a erros. 
Tipicidade 
É a correspondência entre o tipo e o fato material 
(fato material é tudo que ocorre na conduta) 
 
É a adequação de uma conduta ou fatoconcreto à norma 
jurídica positivada. Isto é, a correspondência perfeita, a 
adequação exata entre o fato concreto e a descrição legal. Como 
nos ensina Damásio, “tipicidade é a correspondência entre o 
fato praticado pelo agente e a descrição de cada espécie de 
infração contida na lei penal incriminadora.” 
O Código Penal pátrio prevê ainda a tipicidade por extensão, 
que é a aplicação conjunta do tipo penal incriminador, previsto 
na Parte Especial com uma norma de extensão, prevista na 
Parte Geral, tendo por finalidade construir a tipicidade de 
determinado delito. É o que se dá com a tentativa. 
A doutrina moderna afirma que o tipo penal tem duas funções. 
Uma é a da garantia, oriunda do princípio da legalidade. A 
outra é a de indicar a antijuridicidade do fato, sendo a 
tipicidade o seu indício. Praticado o fato típico, presume-se que 
seja antijurídico, presunção que apenas cessará diante da 
existência de uma causa que a exclua. Se uma pessoa mata 
outra, é uma conduta típica (matar alguém) e a princípio 
antijurídica, porém se comete tal conduta em legítima defesa, 
não é antijurídico o fato. 
A ausência de tipicidade é chamada de atipicidade, que “pode 
ser total, como, por exemplo, no exercer o meretrício, ou 
específica, quando inexistente um elemento objetivo que 
caracteriza determinado crime, como, por exemplo, não ser 
recém-nascida a vítima morta pela mãe (em se tratando de 
infanticídio).” 
Muitas vezes, é possível aplicar diferentes normas a um mesmo 
fato natural, o que é chamado de conflito aparente de normas. 
São dois seus requisitos: unidade de fato e a pluralidade de 
normas que identificam o mesmo fato delituoso. Para resolver 
esse problema são aplicados os princípios da especialidade; o 
da subsidiariedade, da consunção e o da alternatividade. 
 Atipicidade: Quando o fato não possui todos elementos legais 
para se constituir em um delito. 
A atipicidade (ausência de tipicidade) é uma das teses 
defensivas mais utilizadas e efetivas, pois, como a 
nomenclatura sugere, sem tipicidade não há fato típico e, 
consequentemente, não há crime, devendo o réu ser absolvido. 
ERRO DE TIPO 
 
Tipo é a descrição legal da norma proibitiva, vale dizer, é a 
norma que descreve condutas (previstas abstratamente) que 
são criminosas. Quando o indivíduo pratica um fato e ele se 
subsume na descrição legal, tem-se o crime, surgindo ai o “ius 
puniendi” do Estado. Porém, podem ocorrer circunstâncias 
que, se objetivamente constatadas, excepcionarão o poder de 
punir do Estado e dentre estas exceções encontra-se o erro de 
tipo. 
O erro de tipo está no art. 20, “caput”, do Código Penal. 
Ocorre, no caso concreto, quando o indivíduo não tem plena 
consciência do que está fazendo; imagina estar praticando uma 
conduta lícita, quando na verdade, está a praticar uma conduta 
ilícita, mas que por erro, acredite ser inteiramente lícita. 
O erro sobre o fato típico diz respeito ao elemento cognitivo, o 
dolo, vale dizer, a vontade livre e consciente de praticar o 
crime, ou assumir o risco de produzi-lo (Dolo Direto e Eventual 
respectivamente, CP art. 18, I). 
Por isso, de acordo com o que dispõe o art. 20, caput, do CP, o 
erro de tipo exclui o dolo e, portanto, a própria tipicidade 
(como visto, o dolo foi deslocado para Tipicidade de acordo 
com a Teoria Finalista). Observe não há qualquer mácula à 
culpabilidade, por força disso, se o erro for vencível, haverá 
punição por crime culposo desde que previsto no tipo penal. 
Trata-se de um consectário lógico do Princípio da 
Excepcionalidade do crime culposo, art. 20, CP, modalidade 
examinada mais adiante. 
 
 ITER CRIMINIS 
São as etapas percorridas pelo agente para a realização do crime. 
O iter criminis ou caminho do crime, corresponde às etapas 
percorridas pelo agente para a prática de um fato previsto em 
lei como infração penal. 
O iter criminis e compõe-se de uma fase interna 
(cogitação) e de uma fase externa (atos preparatórios, 
executórios e consumação), ficando fora dele o 
exaurimento, quando se apresenta destacado da 
consumação. 
Cogitação 
Idealização do crime, o crime ainda está na mente do 
agente. ( não diz nada, não sai da cabeça do agente) 
Se o agente ficar somente na cogitação, não há crime. 
Não haverá responsabilização penal. 
Fase interna: Cogitação 
Na cogitação não existe ainda a preparação do crime, o autor 
apenas mentaliza, planeja em sua mente como vai ele praticar 
o delito, nesta etapa não existe a punição do agente, pois o fato 
dele pensar em fazer o crime não configura ainda um fato 
típico e antijurídico pela lei, sendo irrelevante para o direito 
penal. 
Atos preparatórios 
O agente exterioriza a vontade criminosa, mas, sem 
iniciar o ataque ao bem jurídico. 
O agente planeja o crime que está em mente, não 
inicia o ataque ao bem jurídico. 
Nos atos preparatórios, em regra não 
responsabilização. Salvo se o ato preparatório por si 
só constituir o crime. 
Fase externa: Preparação 
Segundo o ilustre Fernando Capez (2008, p.241), é a prática 
dos atos imprescindíveis à execução do crime. Nesta fase ainda 
não se iniciou a agressão ao bem jurídico, o agente não 
começou a realizar o verbo constante da definição legal (núcleo 
do tipo), logo o crime ainda não pode ser punido. 
É a preparação da ação delituosa que constitui os chamados 
atos preparatórios, os quais são externo ao agente, que passa 
da cogitação à ação objetiva; arma-se dos instrumentos 
necessários à pratica da infração penal, procura o local mais 
adequado ou a hora mais favorável para a realização do crime 
(BITENCOURT, 2012, p.523). 
O agente na preparação ele usa dos meios indispensáveis para 
a prática da infração penal, municiando-se dos meios 
necessários para se chegar a concretização do ilícito penal. É o 
caso por exemplo do agente comprar uma arma de fogo, para a 
prática futura de um crime de homicídio. 
Atos executórios 
Verifica-se quando o agente inicia o ataque ao bem 
jurídico. 
Como regra, a responsabilização penal se inicia nesta 
etapa. 
Execução 
Segundo o autor Cezar Roberto Bitencourt (2012, p.523), dos 
atos preparatórios passa-se, naturalmente, aos atos 
executórios. Atos de execução são aqueles que se dirigem 
diretamente à prática do crime, isto é, a realização concreta dos 
elementos constitutivos do tipo penal. 
É no ato executório que se inicia a ofensa ao bem jurídico 
penalmente protegido pelo direito penal, nesta etapa, o agente 
ele age com o dolo de agressão ao bem da vítima, realizando a 
conduta do núcleo do verbo, ou seja, praticando o fato típico e 
antijurídico do crime, momento este que a sua conduta passa a 
ser reprovado pela lei e com isto, tendo a sua punição. 
Fronteira entre o fim da preparação e o início da 
execução 
De acordo com o entendimento de Fernando Capez (2008, 
p.242) é muito tênue a linha divisória entre o término da 
preparação e a realização do primeiro ato executório. Torna-se, 
assim, bastante difícil saber quando o agente ainda está 
preparando ou já está executando um crime. O melhor critério 
para tal distinção é o que entende que a execução se inicia com 
a prática do primeiro ato idôneo e inequívoco para a 
consumação do delito. Enquanto os atos realizado não forem 
aptos à consumação ou quando ainda não estiverem 
inequivocamente vinculado a ela, o crime permanece em sua 
fase de preparação. Desse modo, no momento em que o agente 
aguarda a passagem da vítima, escondido atrás de uma árvore, 
ainda não praticou nenhum ato idôneo para causar a morte 
daquela, nem se pode estabelecer induvidosa ligação entre esse 
fato e o homicídio a ser praticado. Por essa razão, somente há 
execução quando praticado o primeiro ato capaz de levar ao 
resultado consumativo e não houver nenhuma dúvidade que 
tal ato destina-se à consumação. 
Nos atos preparatórios o agente não pratica o ato idôneo e 
inequívoco para a consumação, não há ainda o fato típico 
realizado em sua conduta, já na execução o autor pratica o ato 
direcionado a realização do fato típico, do núcleo do tipo, para 
a realização do delito. 
Segundo o autor Cleber Masson (2015, p.358), inúmeras 
teorias apresentam propostas para a solução do impasse. 
Dividem-se incialmente em subjetiva e objetiva, esta última se 
ramifica em diversas outras. Vejamos as mais importantes. 
Teoria subjetiva: não há transição dos atos preparatórios para 
os atos executórios. O que interessa é o plano interno do autor, 
a vontade criminosa, existente em quaisquer dos atos que 
compõe o iter criminis, logo, tanto a fase da preparação como a 
fase da execução importam na punição do agente. 
Por essa teoria tanto a preparação como a execução traz para o 
autor do crime a punição, pouco importando a fase da 
preparação do delito, ou seja, no momento em que o autor se 
prepara com os elementos necessários para a infração, ele já 
está sujeito por uma punição da lei. 
Teoria objetiva: os atos executórios dependem do início de 
realização do tipo penal, o agente não pode ser punido pelo seu 
mero querer interno, é imprescindível a exteriorização de atos 
idôneos e inequívocos para a produção do resultado lesivo. 
Entende-se que está teoria seja a mais coerente, pois para se 
realizar os atos executórios o agente infrator ele precisa 
realizar o verbo do tipo penal, desta forma se iniciará a 
agressão ao bem jurídico, tornando o fato punível. 
Teoria objetiva – material: atos executórios são aqueles em que 
se começa a pratica do núcleo do tipo, e também os 
imediatamente anteriores ao início da conduta típica, de 
acordo com a visão de terceira pessoa, alheia aos fatos. O juiz 
deve se valer do critério do terceiro observador para impor a 
pena. Exemplo: aquele que está no alto de uma escada, 
portando um pé de cabra, pronto para pular um muro e 
ingressar em uma residência, na visão de um terceiro 
observador, iniciou a execução de um crime de furto. 
Consumação 
Realização, materialização. O crime se concretiza, 
todos os elementos do tipo se realizou. 
 
De acordo com a manifestação do autor Guilherme de Souza 
Nucci (2008, p.175), a consumação é o momento de conclusão 
do delito, reunindo todos os elementos do tipo penal. 
A consumação se dá quando o agente pratica todas as 
elementares que compõe o crime. Exemplo: no crime 
de homicídio o crime se consuma quando a vítima 
morre devida a provocação de outra pessoa 
Conforme esclarece Cristiano Rodrigues (2012, p.120), a 
consumação dá-se quando o crime se completa, quando o 
gente realizou e alcançou tudo que o legislador considerou 
proibido e para o qual se estabeleceu a sanção em abstrato, 
sendo que isto ocorre da seguinte formas: com a concreta 
produção do resultado naturalístico, previsto na lei, ou seja, 
quando se materializa uma lesão no mundo real (crimes 
materiais), com a completa realização da conduta formalmente 
proibida, independentemente da materialização, produção do 
resultado naturalístico que está previsto (crimes formais). 
Exemplo: CP, art. 159 (extorsão mediante sequestro). Com a 
completa realização da mera conduta proibida, já que não há 
sequer a previsão de um resultado naturalístico (resultado 
natural, concreto). Exemplo: CP, art. 330 (crime de 
desobediência). 
exaurimento 
Também chamado de crime exaurido ou crime esgotado, é 
o delito em que, posteriormente à consumação, subsistem 
efeitos lesivos derivados da conduta do autor. É o caso do 
recebimento do resgate no crime de extorsão mediante 
sequestro, desnecessário para fins de tipicidade, eis que 
se consuma com a privação da liberdade destinada a ser 
trocada por indevida vantagem econômica. No terreno da 
tipicidade, o exaurimento não compõe o iter criminis, que 
se encerra com a consumação. 
Contudo que foi exposto, conclui-se que o crime para chegar a 
sua consumação necessita de passar por algumas etapas para 
realmente fazer valer a lei penal, pois, a simples cogitação não 
pode buscar a punição do autor nem mesmo o ato 
preparatório, quando o agente se prepara, se municia, se arma, 
todavia, é a partir do ato de execução em que o agente agride o 
bem jurídico e da consumação em que se reúnem todos as 
elementares do crime, em que o fato se torna punível. 
 
 
Conatus ( tentativa) 
O nosso Código Penal (CP) adotou a doutrina objetiva. É o que 
se contém no art. 14, parágrafo único. 
Conceito e punibilidade 
A tentativa (conatus) corresponde a uma espécie de crime, em 
que o sujeito ativo, não consegue atingir a consumação por 
motivos que não orbitam na sua linha de atuação. 
Para que se configure uma infração como tentada, é necessário 
que o caso apresente algumas peculiaridades, elementos sem os 
quais, não poderíamos identificá-la. 
Segundo o renomado autor Rogério Greco, três são as 
características básicas para configurar o delito no estado do 
conatus: Primeiramente requer a presença de uma conduta 
dolosa por parte do agente; segundo, que o agente adentre na 
esfera dos chamados atos de execução; e por fim que não 
consiga atingir a consumação, por circunstâncias alheias a sua 
vontade. Todos esses elementos são indispensáveis para que 
possamos pensar no conatus, só que, aqui revestiremos maior 
brilho a questão da existência de uma conduta dolosa compondo 
a tentativa. 
Como sabemos, o dolo representa a vontade e consciência 
direcionadas finalisticamente a realizar a conduta descrita no 
núcleo do tipo penal. Diante do exposto, tem-se idéia de que no 
dolo encontra-se: um elemento intelectual, que é a consciência 
do ato criminoso, e um elemento volitivo, que corresponde a 
intenção de consumar o delito. Então para caracterizar o dolo, é 
primordial a junção desses dois elementos, caso contrário, o dolo 
não subsistirá. 
Quando o crime foi consumado, não existe problema algum para 
os operadores do direito em apontar o dolo do fato, bastando 
verificar a intenção e vontade do agente, porém em se tratando 
do conatus, não se encontra tamanha facilidade, pergunta-se: 
quando alguém pratica uma tentativa, estaria objetivando 
unicamente não consumar o crime, pois o julgava desnecessário 
severo demais ou qualquer outro motivo desta ordem? A 
resposta só pode ser negativa, visto que, se o crime não se 
consuma por motivo da não continuação da prática dos atos 
executórios, por vontade do agente, não podemos falar em crime 
tentado e sim em desistência voluntária ou ate mesmo a 
consumação de outro crime menos gravoso. 
Dito isto, como subsiste a questão da presença de uma conduta 
dolosa como elemento fundamental de um crime tentado, se o 
dolo – teoria finalística da ação – foi dirigido desde o inicio para a 
consumação do delito, e não para estancar nos atos executórios? 
O já citado Penalista Rogério Greco, em seu curso de Direito 
Penal, explica o caso relatando que a tentativa, não possui um 
dolo próprio, isto é, ninguém quer só tentar o crime, e sim assim 
ocorrer, desconfigurada estará à tentativa, já que a não 
consumação se deu por causa do próprio agente e não por 
motivo diverso. Segundo ele, quando alguém pratica um crime, 
exteriorizando sua ação, o desenvolve com a finalidade de obter a 
consumação da infração penal, logo, o dolo é dirigido a praticar a 
conduta do tipo penal incriminador, portanto, quando o agente 
não consegue realizar por inteiro a conduta almejada, não se 
adequando perfeitamente ao tipo penal, devido alguma 
atrocidade ou qualquer outra circunstancia que não poderia ser 
combatida por sua vontade, seu dolo permanece imutável. Sendo 
este, pressuposto do delito, é, pois, transferido para a tentativa. 
Compreendidas as lições acima, pode-se afirmarcom veemência, 
que o dolo da tentativa reside no fato do agente almejar 
consumar o delito, ou seja, o sujeito ativo do fato trazer consigo 
uma vontade de levar a fim o crime e concomitantemente uma 
consciência de que desenvolve uma pratica contraria ao 
ordenamento. Estes dois elementos relatados nada mais são do 
que o volitivo e o intelectual intrínsecos a figura do dolo, só com 
uma peculiaridade. Agora residente no crime tentado. 
O dolo da tentativa é uma verdadeira abstração desenvolvida pela 
criminologia, de certa forma, corresponde analogicamente a um 
verdadeiro empréstimo, onde o crime consumado não podendo 
utilizar seu dolo, visto não ter se efetivado, passa-o ao crime 
tentado para que a tentativa possa ser configurada como tal. A 
presença dessa conduta dolosa no crime tentado é 
imprescindível para a aplicação da pena, pois através dela pode-
se identificar a ocorrência de uma vontade lançada a um dado 
resultado, e esta vontade é idêntica a do crime consumado, só 
que punida de maneira menos severa, visto que não houve a 
efetiva consumação. 
Terias Objetiva e subjetiva 
Subjetiva – leva em consideração a intenção do agente, e por 
este motivo, a pena do crime tentado é a mesma do 
consumado. 
Ex: Art. 352 cp - Evadir-se ou tentar evadir-se o preso ou o indivíduo submetido 
a medida de segurança detentiva, usando de violência contra a pessoa: 
Pena - detenção, de três meses a um ano, além da pena correspondente à violência. 
Arrebatamento de preso 
 
Objetiva – leva em consideração o dano causado, e por este 
motivo, a pena do crime tentado é menos do que a do quem 
consumado. 
Objetiva-Rogério Greco, inicialmente, assevera que a 
teoria objetiva, adotada como regra pelo nosso Código, 
entende que deve existir uma redução na pena quando 
o agente não consiga, efetivamente, consumar a 
infração penal, quer dizer, a pena para a tentativa deve 
ser menor do que aquela aplicada ao agente que 
consegue preencher todos os elementos da figura 
típica. Na sequência, aduz que referida regra sofre 
exceções, como no caso em que o legislador pune a 
tentativa com as mesmas penas do crime consumado, 
prevendo-a expressamente no tipo, a exemplo do art. 
352 do Código Penal. Por essa razão, ou seja, por causa 
da ressalva contida no parágrafo único do art. 14, é que 
podemos concluir ter o Código Penal adotado a teoria 
objetiva temperada, moderada ou matizada, isto é, a 
regra é que a pena correspondente ao crime tentado 
sofra uma redução. Contudo, tal regra sofre exceções, 
conforme previsto pelo próprio artigo. Assim, embora 
adotando-se uma teoria objetiva, ela não é pura, mas 
sim, temperada, moderada ou matizada. 
Rogério Greco esclarece que, segundo a teoria 
subjetiva, o agente que deu início aos atos de execução 
de determinada infração penal, embora, por 
circunstâncias alheias à sua vontade, não tenha 
alcançado o resultado inicialmente pretendido, 
responde como se a tivesse consumado. Basta, como se 
vê, que a sua vontade seja dirigida à produção de um 
resultado criminoso qualquer, não importando se 
efetivamente ele venha ou não a ocorrer. Aqui será 
aplicada ao agente a pena cominado ao 
crime consumado, não incidindo, outrossim, redução 
alguma pelo fato de ter permanecido a infração penal 
na fase do conatus. 
O nosso Código Penal adotou a teoria objetiva. É o que se contém no art. 14, 
parágrafo único: pune-se a tentativa com a pena correspondente ao crime 
consumado, diminuída de um a dois terços. A diminuição de um a dois terços 
não decorre da culpabilidade do agente (CP, art. 59, caput), mas da própria 
gravidade do fato constitutivo da tentativa. Quanto mais o sujeito se 
aproxima da consumação menor deve ser a diminuição da pena; quanto 
menos ele se aproxima da consumação maior deve ser a atenuação. 
 
DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA E ARREPENDIMENTO EFICAZ (TENTATIVA 
QUALIFICADA) 
 
Só há tentativa quando, tendo o agente iniciado a execução do tipo, o crime 
não se consuma por circunstâncias alheias à sua vontade (art. 14, II). Assim, 
se o sujeito interrompe a execução do tipo, ou se já exaurida a atividade 
executiva, evita a produção do resultado, inexiste crime tentado. É o que diz o 
art. 15 do CP, O agente que, voluntariamente, desiste da consumação do crime 
ou impede que o resultado se produza, só responde pelos atos praticados. 
É o que se denomina tentativa abandonada ou qualificada. Ao contrário, se a 
desistência ou o arrependimento forem involuntários, haverá tentativa. 
 
A desistência voluntária e o arrependimento eficaz estão 
previstos no artigo 15do Código Penal. A primeira consiste no 
abandono voluntário da prática delitiva pelo agente. Cessa a 
fase executória da conduta e o resultado inicialmente desejado 
não ocorre em razão da desistência voluntária do agente. 
Ressalte-se que a desistência tem que ser voluntária, ou seja, 
por razões próprias o sujeito abandona a prática delitiva. Nada 
impede que um amigo ou terceiro o convença a abandonar seu 
intento inicial. 
 
O arrependimento eficaz ocorre quando o agente pratica 
alguma conduta para salvaguardar o bem jurídico que já foi 
colocado em risco. Em tal situação, a fase de execução foi 
realizada, entretanto, o agente agrega nova conduta a fim de 
evitar o sacrifício do bem tutelado, salvando-o. Note que a 
execução do crime aconteceu, mas não o seu exaurimento. 
Afastasse a tentativa o agente responde somente pelos atos já 
praticados. 
 
O arrependimento posterior, previsto no artigo 16 do Código 
Penal, só pode acontecer em crimes praticados sem violência 
ou grave ameaça, desde que o agente repare o dano ou restitua 
a coisa até o recebimento da denúncia ou da queixa. Trata-se 
de situação na qual o crime já foi consumado, mas se for 
possível a reparação o agente terá em seu benefício a causa 
obrigatória de diminuição da pena de um a dois terços. 
Requisitos: restituição ou reparo do dano; voluntariedade; 
crime sem violência a pessoa. 
O agente respondera pelo crime consumado. Com a pena 
diminuída de 1 a 2 terços. 
O quantum de diminuição será determinado pela rapidez no 
proceder do agente a luz dos requisitos. Quanto mais rápida 
maior a diminuição, quanto mais demorada menor a 
diminuição. 
Deve ser feito antes do recebimento da ação penal. 
(recebimento pelo juiz) 
Art.17 cp crime impossível 
Não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta do 
meio ou absoluta impropriedade do objeto, é impossível 
consumar-se o crime ( afasta-se a tentativa) 
Se a ineficácia for verificada antes da execução ela será 
absoluta. Se for constata durante ou após, será relativa. 
MEIO- tudo aquilo usado pelo agente capaz de ajuda-lo a produzir 
o resultado. ( faca, veneno, arma) absolutamente ineficaz.. no caso 
concreto, não possui a mínima aptidão para produzir os efeitos 
pretendidos. (arma sem munição) se o meio é ineficaz não existe a 
tentativa. 
Relativamente ineficaz- tudo aquilo usado pelo agente para ajuda-
lo a produzir o resultado, mas que, pode vir ou não a causar o 
resultado pretendido.( responde pela tentativa) 
Objeto- tudo aquilo contra o qual se dirige a conduta do agente. 
Ou seja, é a pessoa ou a coisa sobre qual se dirige a conduta do 
agente. 
Absolutamente improprio- no caso concreto era absolutamente 
impropria a finalidade ( matar gente morta) tentar algo que o 
resultado é impossível. Se o objeto material não existe, afasta-se a 
tentativa. 
Relativamente impróprio a pessoa ou coisa no qual se dirige a 
conduta do agente. Sendo colocada efetivamente numa situação 
perigosa, estando apta a sofrer com a conduta do agente, que pode 
vir a alcançar o resultado desejado.( responde pela tentativa) 
Art. 18, I - CP - Crime doloso 
Em sentido penal, dolo consiste na prática de ato ou omissão de 
fato, de que resultou crime ou delito, previstoem lei, quando quis o 
agente o resultado advindo ou assumiu o risco para produzi-lo 
Culposo, quando o agente deu causa ao resultado por impudência, 
negligencia ou imperícia. 
O dolo é a regra do CP. (parágrafo único art.19 salvo casos 
expressos em lei, ninguém pode ser punido por fato previsto como 
crime se não dolosamente.) A culpa deve ser expressa em lei. 
dolo é a vontade + a consciência dirigidas a realizar a conduta 
prevista no tipo penal. 
I - DOLOSO, quando o agente “QUIS” o resultado 
ou “ASSUMIU” o risco de produzi-lo;No uso da boa técnica 
interpretativa podemos dividir a redação do inciso I, do art. 18º em 
duas partes. Na primeira parte pode-se ler: 
I - DOLOSO, quando o agente “QUIS” o resultado(...); 
A doutrina e jurisprudência atribui a essa redação do Código Penal o 
conceito de “dolo direto”. 
Entenda-se por dolo direto a vontade de realizar a conduta e 
produzir o resultado. Adota-se a “TEORIA DA VONTADE” para 
caracterizar o dolo direto, assim se houver vontade e consciência de 
realizar os elementos constantes no tipo legal. 
Já na segunda parte do inciso I, do art. 18º do Código Penal: 
I - (…) ou “ASSUMIU” o risco de produzi-lo; 
A segunda parte é classificada pela doutrina como dolo 
eventual. No dolo eventual o sujeito não quer matar, senão seria 
dolo direto. Ele prevê o resultado assumindo os riscos de produzi-lo. 
No dolo eventual, o sujeito prevê o resultado e, embora não o 
queira propriamente atingi-lo, pouco se importa, com a sua 
ocorrência (eu não quero, mas se acontecer, para mim tudo bem, 
não é por causa desse risco que eu vou parar minha conduta – não 
quero, mas também não me importo com a sua ocorrência). 
Culpa- conduta (comissiva ou omissiva); inobservância de um 
dever de cuidado (imprudência, negligencia ou imperícia); 
resultado lesiva (não querido, nem assumido pelo agente); 
previsibilidade (pode ocorrer); típico (previsão legal expressa-
exceção) ato humano voluntario, dirigido a um fim licito, mas que 
por imprudência, negligencia ou imperícia, da causa ao resultado 
não querido, nem mesmo assumido, tipificado previamente em lei. 
Culpa consciente (fodeu)- o resultado é previsível, foi previsto mas 
o agente acredita que não ira ocorrer. 
Dolo eventual (foda-se) o agente não quer o resultado, mas assume 
o risco de produzir. 
 Consciência Vontade 
Dolo direto Prevê o resultado Quer o resultado 
Dolo eventual Prevê o resultado Não quer, mas assume o risco 
Culpa consciente Prevê o resultado 
Não quer, não assume risco e pensa poder 
evitar 
Culpa 
inconsciente 
Não prevê o resultado (que era 
previsível) 
Não quer e não aceita o resultado 
 
Art.19 CP agravação pelo resultado. 
 Pelo resultado que agrava especialmente a pena, só responde o 
agente que tenha causado ao menos culposamente. 
É o crime qualificado pelo resultado, aquele que possui conduta 
básica, definida e apenada com delito de forma autônoma. Nada 
obstante ainda ausente um resultado que o qualifica, majorando lhe 
a pena por força de sua gravidade. 
Espécies do crime qualificado pelo resultado. 
Dolo na conduta antecedente dolo no resultado agravador. (dolo no 
antecedente e dolo no consequente) o crime base é doloso, bem 
como o resultado agravador. Art.157 §3 
Dolo na conduta antecedente, e culpa no resultado agravador. ( 
dolo no antecedente e culpa no consequente) o crime base é 
doloso, e o resultado, culposo. Preterdolo (crime preterdoloso ou 
preterintencincional) (lesão corporal seguida de morte art.129§3) 
Culpa na conduta antecedente e culpa no resultado agravador. 
(culpa no antecedente e culpa no consequente) o crime base é 
culposo, bem como o resultado agravador. Art. 258 perigo comum 
Culpa na conduta antecedente e dolo no consequente agravador. ( 
culpa no antecedente e dolo no consequente) o crime é culposo o 
resultado agravador doloso. Art 303 CTB 
Art.20 erro sobre elementos do tipo O erro sobre elemento 
constitutivo do tipo exclui o dolo, mas permite a punição por crime 
culposo, se previsto em lei. 
Ocorre quando alguém não conhece, ao cometer o fato, uma 
circunstância que pertence ao tipo legal. Falta a consciência que 
pratica uma infração, afastando o dolo. 
Erro de tipo essencial. Verificasse quando há erro no que tange os 
elementos constitutivos do tipo. (erro é a falsa percepção da 
realidade.) Recai sobre elementares, circunstanciais ou qualquer 
outro dado da figura típica. 
Os elementos constitutivos do tipo, são elementares (os artigos) sob 
palavras que constam no tipo penal. 
Sempre exclui o dolo, mas pode haver culpa (se previsto em lei) 
Erro de tipo invencível (escusável, justificável, inevitável) ocorre 
quando o agente não tinha como evita-lo, mesmo tomando todas as 
cautelas, qualquer pessoa incorreria em erro se estivesse nas 
mesmas circunstâncias. (deixando o fato de ser típico) excludente 
de tipicidade.( verificasse, quando qualquer pessoa nas mesmas 
circunstancias, incide no mesmo erro. Consequência- afastasse o 
dolo e a culpa.) 
Erro de tipo vencível (inescusável, injustificável, evitável) ocorre 
quando o agente poderia evitar o resultado, se tivesse atuado 
diligencia exigida. Afasta somente o dolo, o agente pode responder 
pelo crime culposo, se houver previsão legal. (verificasse, quando 
outra pessoa nas mesmas circunstancias, viesse a agir de modo 
diverso. Consequência, afastasse o dolo, mas responde a titulo de 
culpa, quando houver expressa disposição neste sentido.) 
Erro de tipo acidental. Enga-se quanto ao um elemento não 
essencial do fato ou erra no movimento da execução (não afasta o 
dolo) o agente age sabendo que comete um delito, apenas erra um 
elemento não essencial ou erra novamente no movimento da 
execução. 
O agente responde normalmente pelo ato praticado. 
Erro sobre o objeto; erro sobre a pessoa; erro na execução; 
resultado diverso do pretendido; erro sobre o curso casual. 
Erro sobre o objeto. (error in objecto) o erro recai no objeto que se 
destina a conduta do agente. Verifica-se quando o agente desfere a 
conduta em face de pessoas diversas do pretendido. Consequência, 
respondera pelo ato praticado, levando em consideração as 
características da pessoa pretendida. 
O agente erra o alvo do pretendido, mas mesmo assim subtrai algo. 
(Art.20 erro sobre elementos do tipo O erro sobre elemento 
constitutivo do tipo exclui o dolo, mas permite a punição por crime 
culposo, se previsto em lei.) 
Discriminantes putativas. §1 É isento de pena quem, por erro plenamente 
justificado pelas circunstancias, supõe situação de fato que, se existisse, 
tornaria a ação legitima. Não há isenção de pena quando o erro deriva de culpa 
e o fato é punível como crime culposo. 
Erro determinado por terceiro. 2§ responde pelo crime o terceiro que 
determina o erro. 
Erro sobre a pessoa. §3 o erro quanto a pessoa contra a qual o crime é 
praticado não isenta a pena. Não consideram, neste caso, as condições ou 
qualidades da vitima, senão as da pessoa contra a quem o agente queria 
praticar o crime. 
Erro acidental. O agente age sabendo que comete um delito, apenas erra um 
elemento não essencial ou erra no movimento da execução. 
É o erro que incide sobre dados irrelevantes ao tipo penal. 
Erro sobre o objeto (error in objeto) o erro recai no objeto que 
se destina a conduta. ( Verifica-se quando o agente desfere a 
conduta em face de pessoa diversa do pretendido. Consequência, 
respondera pelo ato praticado levando em consideração as 
características da pessoa pretendida. 
Erro sobre a pessoa (Erro in persona) por erro do agente atinge-se 
pessoa diversa da pretendida. O erro quanto a pessoa contra qual o 
crime é praticado mas não isenta de pena. Não se consideram, 
neste caso, as condições ou qualidades da vitima. Se não as pessoas 
contra quem o agentequeria praticar o crime. O ato executório 
era certo para aguem pretendido. (o agente responde pelas 
características da pessoa pretendida.) confunde a pessoa. 
Ex: (A queria matar B e acabou matando um C, por equívoco) há um erro de 
representação (o agente representa mal, equivoca-se sobre a pessoa da vítima) o 
agente A vai responder como se tivesse matado B. 
Erro na execução (Aberratio ictus) por erro na execução, o agente atinge 
pessoa diversa. Verifica-se quando o agente em face de erro no processo 
executório, desfere a conduta em face de pessoa diversa da pretendida. 
Consequência, responde normalmente pelo ato praticado, levando em 
consideração as características da pessoa pretendida. (erro na execução, 
individualização, quando erra o tipo e acerta a pessoa errada) erra a mira. 
Resultado diverso do pretendido (Aberratio criminis art.74) o erro deverá ser de 
coisa para pessoa. O agente responde por culpa. Se houver previsão, se também 
ocorrer o resultado pretendido aplica-se o concurso formal. 
Verificasse quando o agente disfere a conduta em face de bem jurídico diverso 
do pretendido.(erro sobre o bem jurídico.) responde pelo ato praticado. 
Ex: o agente joga uma pedra em uma vidraça e acerta alguém, 
respondera pela lesão. Se acertar alguém e também a vidraça 
respoderá pelos 2 atos( lesão e dano) 
Erro sobre o curso causal (Aberratio causae) Dolo geral. O erro está 
na causa do resultado. Verifica-se quando o agente supondo 
consumado o delito, realiza nova conduta a qual seria de mero 
exaurimento. Mas que, consumou o delito. Responde normalmente 
pelo ato praticado. 
Ex: o agente achando que tinha matado alguém por 
estrangulamento, joga o corpo no rio querendo esconder o corpo. 
Mas, a pessoa estava viva e morre por afogamento. 
Descriminantes putativas. 
O fato não é criminoso é transformado em um indiferente penal. 
(causas de justificação) 
Situações imaginarias que só existem na mente do agente. 
Consequência: como qualquer erro ocorrido em putatividade, pode 
ser escusavel ou inescusável (culpa impropria) 
Natureza jurídica do erro nas causas de justificação, teoria limitada. 
Erro sobre a situação fatídica é erro de tipo permissivo(putativo) 
erro sobre o limite ou existência, é erro de proibição 
Quando o erro recai sobre a existência ou mesmo sobre os limites 
de justificativa, ocorrera o erro de proibição(art.21) 
Antijuricidade (ilicitude) • A antijuridicidade é a relação de 
contrariedade entre o fato e o ordenamento jurídico. 
• Não basta, para a ocorrência de um crime, que o fato seja típico (previsto em 
lei). 
• É necessário também que seja antijurídico, ou seja, contrário à lei penal, que 
viole bens jurídicos protegidos pelo ordenamento jurídico. 
CAUSAS EXCLUDENTES DA ANTIJURIDICIDADE OU 
ILICITUDE – art. 23 do CP 
LEGAIS 
• Estado de necessidade; Legítima defesa; Estrito cumprimento de 
dever legal; Exercício regular de direito; Estado de necessidade 
É a contrariedade entre a conduta e a norma penal. 
Havendo fato típico, presume-se que seja antijurídico, esta presunção só será 
afastada caso ocorra uma causa excludente da ilicitude. Quando houver causa 
excludente da ilicitude não será antijurídico. 
O art. 23 prevê todas as excludentes de antijuridicidade. Elas também podem ser 
chamadas de Descriminantes, Eximentes, Causas de Exclusão de Crime, Tipos 
Permissivos. Todos esses nomes são considerados sinônimos. Vejamos: 
Art. 23 - Não há crime quando o Agente pratica o fato: 
I - em estado de necessidade; 
II - em legítima defesa; 
III - em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito. 
Parágrafo único - O agente, em qualquer das hipóteses deste artigo, responderá pelo excesso doloso ou culposo. 
 
Perigo é o fenômeno capaz de lesionar o bem jurídico .(atual, esta 
ocorrendo) perigo não provocado por dolo(vontade do agente) proteção de 
direito próprio ou de terceiro. 
Inevitável(inevitabilidade) da conduta. Não pode esperar deve agir rápido. 
Proporcionalidade do bem 
Estado de Necessidade existem dois ou mais bens jurídicos postos em perigo, de 
modo que a preservação de um depende da destruição dos demais. Como o agente 
não criou a situação de ameaça, pode escolher, dentro de um critério de razoabilidade 
ditado pelo senso comum qual deva ser salvo” 
Ex:imaginem uma pessoa que estava em um navio que afundou. Esta pessoa pega 
uma bóia e começa a nadar para se salvar. As outras pessoas que estão no mar, sem 
bóia, provavelmente, morrerão. Pergunto: Houve homicídio no qual a pessoa que 
estava com a bóia tinha responsabilidade? Não, porque, a situação de perigo atual 
que não foi provocado por aquela pessoa exclui a responsabilidade dela perante as 
outras pessoas, pois, a bóia em questão, permitia que somente uma pessoa a utiliza-
se e logicamente entre salvar a vida dela e das outras pessoas, por questões óbvias, 
ela salva a si mesma. 
O art. 24 refere-se ao Estado de Necessidade, Art. 24 - Considera-se em estado de 
necessidade quem pratica o fato para salvar de perigo atual, que não provocou por 
sua vontade, nem podia de outro modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, 
nas circunstâncias, não era razoável exigir-se. 
 
§ 1º - Não pode alegar estado de necessidade quem tinha o dever legal de enfrentar o 
perigo. 
§ 2º - Embora seja razoável exigir-se o sacrifício do direito ameaçado, a pena poderá 
ser reduzida de um a dois terços. 
Os requisitos do Estado de necessidade são: 
Situação de perigo 
I - perigo atual 
II - ameaça a direito próprio ou alheio 
III - situação não causada voluntariamente pelo sujeito 
IV - inexistência de dever legal de arrostar o perigo (art. 24, §1°) 
Conduta lesiva 
V - inevitabilidade do comportamento lesivo 
VI - inexigibilidade de sacrifício do interesse ameaçado 
VII - conhecimento da situação de fato justificante 
I - perigo atual 
 
É o presente, o que está acontecendo naquele exato momento em que o agente 
sacrifica o bem jurídico. Esta situação de perigo pode ser causada por conduta humana 
ou fato natural. 
Se o perigo está prestes a acontecer - iminente -, entende-se que o agente não precisa 
aguardar que o perigo de iminência se transforme em perigo atual, no entanto, é preciso 
tomar cuidado, pois se o agente supõe a existência do perigo (quando na realidade ele 
não existe), ocorre o denominado "estado de necessidade putativo" e nesse caso a 
excludente não pode ser utilizado. 
 
II - ameaça a direito próprio ou alheio 
 
Qualquer bem protegido pelo ordenamento jurídico tem o direito de ser protegido. Não 
se exige nenhum tipo de relação jurídica (relação de parentesco, amizade, 
subordinação) específica entre o direito próprio e o alheio. O agente não precisa solicitar 
prévia autorização para proteger o bem, pois, há um consentimento implícito. É o caso, 
onde as pessoas ao se colocarem no lugar do agente, dizem: eu faria o mesmo. 
Se o bSe o bem a ser salvo nãoSe o bem a ser salvo não esteja sob a tutela do 
ordenamento jurídico, não haverá "direito" a ser protegido. 
Por exemplo, matar um animal silvestre é crime, no entanto, se a pessoa estiver perdida 
em uma floresta e matar um jacaré para comer, isso não se caracteriza crime. 
 
III - situação não causada voluntariamente pelo sujeito 
 
No art. 24, a expressão “não provocou por sua vontade” permite dizer que o perigo 
causado por dolo impede que o agente alegue encontrar-se em estado de necessidade. 
Assim, o perigo causado intencionalmente - dolosamente - tem força de excluir a 
alegação justificadora do agente de estado de necessidade. 
Damásio de Jesus completa: >“o perigo doloso não e“o perigo doloso não exclui o crime, 
de forma que não pode alegar estado de necessidade quem sacrifica a vida alheia para 
salvar a própria num incêndio que dolosamente provocou.Mas, se o provocou 
culposamente, é lícito invocar a descriminante.” (Direito penal – Parte Geral – Vol. 1) 
No entanto, Assis Toledo, em seu livro Princípios básicos, su, sustenta a tese de que o 
perigo doloso e o provocado por culpa podem alegar estado de necessidade, uma vez 
que a conduta culposa também é voluntária em sua origem. Assim, quem provoca 
conscientemente um perigo (engenheiro que, na exploração de minas, faz explodir 
dinamites, devidamente autorizado para tanto) age 'por sua vontade' e, em princípio, 
atua licitamente, mas pode causar, por não ter aplicado a diligência ou o cuidado 
devidos, resultados danosos (ferimentos ou mortes) e culposos. Nessa hipótese, 
caracteriza-se uma conduta culposa quanto ao resultado, portanto crime culposo, a 
despeito de o perigo ter sido provocado por ato voluntário do agente (a detonação do 
explosivo)" 
 
IV - inexistência de dever legal de arrostar o perigo (art. 24, §1°) 
A definição, extraída do site DJI. Vejamos: 
“Sempre que a lei impuser ao agente o dever de enfrentar o perigo, deve ele tentar 
salvar o bem ameaçado sem destruir qualquer outro, mesmo que para isso tenha de 
correr os riscos inerentes à sua função. Poderá, no entanto, recusar-se a uma situação 
perigosa quando impossível o salvamento ou o risco for inútil. Exemplo: de nada adianta 
o bombeiro atirar-se nas correntezas de uma enchente para tentar salvar uma pessoa 
quando é evidente que, ao fazê-Io, morrerá sem atingir seu intento. O CP limitou-se a 
falar em dever legal, que é apenas uma das espécies de dever jurídico. Se, portanto, 
existir mera obrigação contratual ou voluntária, o agente não é obrigado a se arriscar, 
podendo simplesmente sacrificar um outro bem para afastar o perigo.” 
 
V - inevitabilidade do comportamento lesivo 
 
Somente pode haver um comportamento lesivo para salvaguardar um bem jurídico, 
quando este for inevitável. Se o conflito de interesses puder ser resolvido de outra 
maneira, o comportamento lesivo não é justificado. 
Por exemplo, um sequestro, onde a vítima, para fugir, pega um pedaço de pau e dá uma 
paulada no seqüestrador que dormiu durante a vigília. 
VI - inexigibilidade de sacrifício do interesse ameaçado 
 
A definição, extraída do site DJI. Vejamos:“a lei não falou, em momento algum, em bem 
de valor maior, igualou menor, mas apenas em razoabilidade do sacrifício. Ninguém é 
obrigado a andar com uma tabela de valores no bolso, bastando que aja de acordo com 
o senso comum daquilo que é certo, correto, razoável. Exemplo: para uma pessoa de 
mediano senso, a vida humana vale mais do que um veículo, um imóvel ou a vida de 
um animal irracional.” 
VII - conhecimento da situação de fato justificante 
O agente sacrifica o bem jurídico alheio para salvaguardar a situação de perigo própria 
ou de terceiro. 
Por exemplo, o cachorro do vizinho é muito irritante, ele late a noite inteira. O agente 
mata o cachorro com bolinho de carne cheio de veneno. No dia seguinte, o vizinho vê o 
cachorro morto e o leva para descobrir qual o motivo da morte e descobre que o 
cachorro morreu em decorrência de veneno e que ele estava com uma doença grave, a 
raiva. 
Se o agente soubesse que o cachorro estava com raiva e o tivesse matado por essa 
razão, ele estaria amparado pelo Estado de Necessidade, pois, a raiva é lesiva aos 
seres humanos. No entanto, como o agente não sabia dessa informação e queria matar 
o cachorro devido o incomodo causado pelo animal, o Estado de Necessidade não 
poderia ser aplicado. 
 
II - Legitima Defesa 
 
Legitima Defesa é um instituto que faz parte do cotidiano das pessoas, pois, o Estado 
não tem como garantir proteção às pessoas em todos os lugares e momentos, por isso, 
não havendo outro meio, é permitido que a pessoa defenda seu bem jurídico. 
 
O art. 25 do CP, trata o assunto: 
Art. 25 - Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios necessários, repele injusta 
agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem. 
 
Os requisitos da legítima defesa, a saber: 
I) agressão injusta; 
II) atual ou iminente; 
III) a direito próprio ou de terceiro com uso moderado de tais meios para cessar a 
agressão; 
IV) conhecimento da situação justificante. 
 
I - agressão injusta 
 
Damásio de Jesus define agressão como “a conduta humana que ataca ou coloca em 
perigo um bem jurídico. O ataque de animais não enseja a legítima defesa, mas sim o 
estado de necessidade, pois a expressão ‘agressão’ indica conduta humana.” (Direito 
penal – Parte Geral – Vol. 1) 
 
Embora, muitas vezes, entende-se que agressão seja um ataque à integridade física ou 
moral de alguém, isso não é uma regra, pois, um furto mediante destreza (facilidade e 
ligeireza de movimentos, especialmente com as mãos) não se caracteriza por uso de 
agressão física ou moral, mas é considerado agressão injusta. 
 
Ataque de animal, onde a pessoa tenta se defender é considerado Estado de 
Necessidade, ao invés de Legítima Defesa, portanto, lembre-se que a Legitima Defesa 
pode ser utilizada apenas através de conduta humana. 
Diferente seria o caso de um adestrador de um cão que ordena o ataque. Nessa 
hipótese, o cão é utilizado como instrumento, pois o mandante foi uma pessoa humana, 
logo, aplica-se a legítima defesa. 
 
Agressão injusta, por sua vez, consiste em uma agressão não autorizada pela lei. 
Injustiça significa contrariedade ao Direito. A título ilustrativo, a violência utilizada por 
um policial ao evitar um crime constituiu uma agressão justa, pois ele está cumprindo 
seu dever legal. Logo, o agente não pode alegar contra a autoridade policial, no presente 
caso, a legítima defesa. 
 
II) atual ou iminente; 
 
É aquela agressão que está acontecendo ou prestes a acontecer. Por exemplo, Em uma 
discussão acalorada A dá um soco e B, logo, B defende-se revidando o soco tomado, 
portanto, B praticou a legítima defesa. 
 
A agressão não pode ser do passado, ou seja, no exemplo acima, B ao receber o soco, 
vai para a casa dele, pega um pedaço de pau e volta ao local para dar uma paulada em 
A. Isso não é legitima defesa, pois o fato deixou de ser atual ou iminente e passa a ser 
uma vingança. 
 
No crime permanente (sequestro), a Legitima Defesa pode ser utilizada a qualquer 
momento. 
 
III) a direito próprio ou de terceiro com uso moderado de tais meios para cessar a 
agressão; 
 
Todo bem jurídico tutelado pode ser defendido, desde que se usem meios moderados 
para tal feito, ou seja, o sujeito deve usar daquilo que seja suficiente para fazer cessar 
a agressão. 
 
Por exemplo, se A dá um soco em B. B tem para se defender tem um pedaço de pau e 
uma arma de fogo. Se B optar pela arma de fogo, o meio é desnecessário porque ele 
tinha outro meio que era o pedaço de pau para se defender, portanto, a legitima defesa 
não pode ser aplicada. 
 
Importante observar que existe um conflito entre a doutrina, conforme, explicado, no site 
DJI: 
 
“Existe uma desavença na doutrina em torno da definição de "meios necessários". 
Dissenso esse justificável, até porque o legislador fez uso de um conceito legal bastante 
impreciso. 
Uma primeira corrente defende que meios necessários são aqueles proporcionalmente 
adequados a repelir a agressão. Sustenta que o agente deve pautar sua conduta com 
base nos princípios da razoabilidade e da proporcionalidade, sopesando a gravidade da 
agressão e da reação, escolhendo sempre o meio menos gravoso para reprimir o ataque 
sofrido. (Nelson Hungria, Rogério Greco). 
Todavia, esse entendimento, nesses termos, parece não ser o mais adequado. Parece 
pouco plausível exigir de um cidadão, que se encontra sofrendo uma agressão injusta, 
atual ou iminente, em um bem jurídico importante (senão não seria tutelado pela norma 
penal), que pare, pense, coloque a situação em uma balança, e decida a sua defesacom base em parâmetros de proporcionalidade. A legítima defesa é uma reação natural, 
é um instinto, e por isso a exigência de proporcionalidade é incompatível com o instituto 
(Cerezo Mir).” 
 
IV) conhecimento da situação justificante 
 
Havendo uma agressão injusta, atual ou iminente sob o bem jurídico protegido, a 
legítima defesa será descartada se o agente desconhecer essa situação. 
 
Imaginem que o agente veja seu inimigo do outro lado da rua. Ele saca a arma e profere 
vários tiros contra o inimigo, que morre no local. Após o fato consumado, descobre-se 
que seu inimigo era um sujeito que tinha gravado um vídeo no dia anterior e este vídeo 
constava que ele iria entrar em uma escola de ensino fundamental e matar todos alunos 
presentes. 
 
O sujeito que matou o inimigo não sabia de nada, ele o matou porque era seu inimigo, 
portanto, nesse caso, embora o agente tenha agido em uma situação que poderia se 
caracterizar em uma legitima defesa iminente, não ocorre, e se descaracteriza a legítima 
defesa. 
 
III - Estrito cumprimento do dever legal 
 
É o instituto que prevê que não há crime quando o agente pratica o fato no estrito 
cumprimento do dever legal. Há a exigência que o sujeito tenha conhecimento de que o 
ato praticado é um dever imposto pela lei. Caso contrário, o fato é ilícito, pois, há 
ausência do requisito subjetivo da excludente. 
 
O “dever legal” pode constar de decreto, regulamento ou qualquer ato administrativo 
infra legal, desde que originários de lei. 
 
O estrito cumprimento do dever legal normalmente é uma tese utilizada quando se trata 
de agentes públicos, no entanto, ela também alcança o particular que exerce função 
pública (jurado, perito, mesário da Justiça Eleitoral, etc.). 
 
O crime culposo não admite estrito cumprimento de dever legal. De acordo com o texto 
extraído do site DJI: 
“A lei não obriga à imprudência, negligência ou imperícia. Entretanto, poder-se-á falar 
em estado de necessidade na hipótese de motorista de uma ambulância, ou de um carro 
de bombeiros, que dirige velozmente e causa lesão a bem jurídico alheio para apagar 
um incêndio ou conduzir um paciente em risco de vida para o hospital.” 
a) fuzilamento do condenado pelo executor: a conduta do carrasco é típica, uma vez 
que se enquadra na descrição do crime de homicídio (art.121, caput); a antijuridicidade 
é excluída pelo cumprimento do dever legal; 
b) morte do inimigo no campo de batalha; 
c) prisão em flagrante realizada pelo policial.” 
 
IV Exercício regular do direito 
 
Este instituto prevê que o sujeito possa exercer de forma regular o direito desde que sua 
conduta se enquadre no exercício de um direito, pois, caso contrário, haverá abuso de 
direito e ele responderá pela conduta abusiva. 
 
Exemplos extraído do livro (Direito penal – Parte Geral – Vol. 1), escrito por Damásio de 
Jesus: 
“a) prisão em flagrante realizada por um particular; 
b) liberdade de censura prevista no art. 142 do CP; 
c) direito de retenção permitido pelo CC; 
d) direito de correção do pai em relação ao filho.”

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