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8 AS INTERFACES DA PSICOLOGIA BRASILEIRA (1)

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AS INTERFACES DA PSICOLOGIA BRASILEIRA:
A história da Psicologia no Brasil nos relata uma jornada baseada no modelo médico, com hegemonia de um fazer remediativo- com objetivo de curar, atacar o sintoma já instaurado- que englobava as atividades de psicodiagnóstico, psicoterapias e seleção de pessoal, visando ajustar os sujeitos a padrões estabelecidos pelas instituições com poderio econômico e cultural. 
	Esse percurso marcou uma visão de psicologia clínica, calcada no modelo liberal, que visava resolver conflitos mentais, com enfoque intraindividual, e que compreendia o sujeito como instância universal e a ser ajustado ao convívio social.
	Na década de 80, com as crises econômicas no Brasil, o avanço das neurociências, a inovação paradigmática (inserção das ideias emergentes sobre a complexidade na multideterminação dos fenômenos psis), o inchaço do mercado clínico, houve uma crise instaurada nesse cenário clássico da Psicologia brasileira. Esse contexto demarcou um novo desenho de fazeres, que se espalhou da Psicologia da Saúde Pública às mais diversas instituições, em ONGs e instâncias jurídicas. 
Esse novo cenário demandou do psicólogo brasileiro uma nova formação e por consequência uma revisão urgente se fez necessária. Mudanças na sua grade curricular se fizeram necessárias, por exemplo, exigindo uma maior relação entre a psicologia aplicada e as teorias e visões epistêmicas, resultando em inúmeras novas interfaces profissionais. 
Podemos sinalizar, então, que a psicologia tem repensado a sua dimensão generalista em consonância com um mercado especializado e competitivo, assim como tem se deparado com a necessidade de uma maior profissionalização, agora colocada pela ampliação do setor de serviços, no qual a Psicologia muitas vezes se encontra incluída. 
Dentro desse cenário, nas últimas décadas, temos assistido a diferentes interfaces, tais como:
1. a aliança da Psicologia com a área jurídica, refletindo sobre o ECA e as diretrizes éticas contidas na assistência psicossocial das crianças e jovens em situação de vulnerabilidade social;
2. a aliança da Psicologia com a informática, refletindo sobre as novas possibilidades terapêuticas mediadas pelas novas tecnologias, assim como investigando os processos de subjetivação multideterminados pela inserção crescente do homem no mundo globalizado;
3. a aliança da Psicologia com a área esportiva; dentre outras.
Visite o site do Conselho Federal de Psicologia e conheça aqui a bibliografia indicada para cada especialidade: http://www.pol.org.br/pol/cms/pol/noticias/noticia_100804_001.html
Leia o artigo do JORNAL DO CFP sobre a inserção do Psicólogo junto ao Sistema Judiciário: http://www.pol.org.br/pol/export/sites/default/pol/publicacoes/publicacoesDocumentos/abr_jun_final.pdf
BIBLIOGRAFIAS: 
Conselho Federal de Psicologia. Psicólogo Brasileiro - práticas emergentes para a formação. São Paulo: Ed. Casa do Psicólogo, 2006. 
MAIORINO, F. A intertextualidade ética para além do Código de Ética do Psicólogo. Texto mimeo, 2005.
ROMARO, R. A. Ética na psicologia. São Paulo: Ed. Vozes, 2006. 
YAMAMOTO&GOUVEIA( ORGS). Construindo a Psicologia Brasileira: desafios da ciência e prática psicológica. Ed Casa do Psicólogo, 2003.
 Especialidades que foram regulamentadas
Psicologia do Esporte__ vem se somar à Antropologia, Filosofia e Sociologia do esporte compondo as chamadas Ciências do Esporte.
Objetivo entender como os fatores psicológicos influenciam o desempenho físico e compreender como a participação nessas atividades afeta o desenvolvimento emocional, a saúde e o bem-estar de uma pessoa nesse ambiente.
Hoje vem estudando e atuando em situações que envolvem motivação, personalidade, agressão e violência, liderança, dinâmica de grupo, bem-estar de atletas caracterizando-se como um espaço onde o enfoque social, educacional e clínico se complementam.
Área de atuação profissional
-Especialista em psicodiagnóstico - faz uso de instrumentos para avaliar potencial e deficiências em atletas.
-Conselheiro - profissional que atua apoiando e intervindo junto a atletas e comissão técnica no sentido de lidar com questões coletivas ou individuais do grupo.
-Consultor - busca avaliar estratégias e programas estabelecidos, otimizando o rendimento. 
-Cientista - produz e transmite o conhecimento da área e para a área.
-Analista - avalia as condições do treinamento esportivo, fazendo a intermediação entre atletas e comissão técnica.
-Otimizador - com base numa avaliação do evento esportivo busca organizar programas que aumentem o potencial de performance.
Diante da diversidade de atuações é de se esperar que o profissional que atua em Psicologia do Esporte tenha também uma diversidade de formação. 
Além do conhecimento específico trazido da Psicologia como o uso de instrumentos de diagnóstico e modelos de intervenção, espera-se e exige-se que o profissional tenha um vasto conhecimento das questões que permeiam o universo do atleta.
Quatro são os campos de aplicação da Psicologia do Esporte:
1-Esporte de rendimento _busca a otimização da performance numa estrutura formal e institucionalizada. 
2-Esporte escolar _seu objetivo é a formação, norteada por princípios socioeducativos, preparando seus praticantes para a cidadania e para o lazer.
3-Esporte recreativo _visa o bem-estar para todas as pessoas. 
4-Esporte de reabilitação _voltado para a prevenção e intervenção em pessoas portadoras de algum tipo de lesão decorrente da prática esportiva, ou não, e também com pessoas portadoras de deficiência física e mental.
 Projetos sociais _tem como intuito o esporte como meio de educação e socialização de crianças e jovens de comunidades carentes.
 Muitas vezes os papéis da Psicologia do Esporte e da Psicologia Clínica são confundidos.
 As estratégias de intervenção dessas áreas podem ser em alguns momentos similares, porém os objetivos são distintos.
 Na área esportiva procuramos desenvolver as principais habilidades psicológicas para um bom desempenho.
Referências Bibliográficas:
Da Psicologia do Esporte que temos à Psicologia do Esporte que queremos, Rubio, K. Revista Brasileira de Psicologia do Esporte, 2007.
Fundamentos da Psicologia do Esporte e Exercício; Weinberg, Robert e Gould, Daniel; Artmed; 2001.
Andrade, D. R.. O grupo como o entende Bauleo. In: BAREMBLITT, G. (org.) Grupos: teoria e técnicas. Rio de Janeiro, Graal, 1986.    
Psicologia Jurídica surgiu a serviço das demandas da justiça, principalmente através da construção de laudos psicológicos. Possuiu por muito tempo, uma ênfase positivista, marcada pela visão dos juristas, com laudos conclusivos e fechados. Atualmente, os psicólogos jurídicos não estão somente a serviço das instituições jurídicas, mas a serviço da cidadania, superando o viés do controle social. Bomfim (2006).
Existem psicólogos atuando junto às Varas das Famílias, junto a casos de adoção, separação, além de atuar nas Varas da Infância e Juventude, junto as crianças e jovens em situação de vulnerabilidade social, com a elaboração de laudos para decisões judiciais.
Os desafios éticos nessa interface dizem respeito principalmente a elaboração desses laudos e relatórios psicológicos, desde aspectos técnicos até questões éticas, como a devolutiva ao sujeito, a assertiva conclusiva, entre outros.
Com relação às funções do Conselho Tutelar encontra-se uma específica que diz respeito à prática da Psicologia, referente ao pedido de serviços de assistência técnica para lidar com os jovens, fazendo valer seus direitos, por exemplo ao exigir do psicólogo a confecção de laudos em casos que envolvam as crianças e jovens. Está previsto no artigo 151 do ECA que diz: “Compete à equipe Inter profissional dentre outras atribuições que lhe forem reservadas pela legislação local, fornecer subsídios por escrito, mediante laudos, ou verbalmente, na audiência, e bem assim desenvolver trabalhos de aconselhamento, orientação, encaminhamento, prevenção e outros, tudo sob a imediatasubordinação à autoridade judiciária, assegurada a livre manifestação do ponto de vista técnico. ” 
A avaliação psicológica é uma prática técnica, ética e política do psicólogo no Brasil, que tem sido muito cuidada pelo CFP.
Psicologia com a Informática, refletindo sobre as novas possibilidades terapêuticas mediadas pelas novas tecnologias, assim como, investigando os processos de subjetivação multideterminados pela inserção crescente do homem no mundo globalizado. A dimensão ética presente nessa interface repensa a questão do sigilo profissional possibilitado ou não pelas terapêuticas mantidas e mediadas pelas novas tecnologias.
Temos também:
 _Psicologia de trânsito.
 _Psicologia hospitalar.
 _Psicopedagogia
 _Psicomotricidade.
 _Psicologia social.
 _ Neuropsicológica.
 _Psicologia Escolar/Educacional.
 _Psicologia Organizacional e do Trabalho.
 _Psicologia Clínica;
 E são as especialidades concedidas pelo CRP
A psicologia desenvolveu um amplo corpo de conhecimentos e métodos interventivos, que alcançaram virtualmente diferentes campos de atividade humana
 Hoje a questão essencial que se coloca para a Psicologia em sua diversidade diz respeito em como essas interfaces tem respondido às demandas contemporâneas colocadas para a sociedade brasileira, nos seguintes pontos:
 __à produção de conhecimento; 
 __ao avanço tecnológico; 
 __e a renovação dos profissionais.
No Art. 4º diz que: “Novas especialidades poderão ser regulamentadas, pelo CFP, sempre que sua produção teórica, técnica e institucionalização social assim as justifiquem. ” 
Portanto a Psicologia precisa se organizar continua e criticamente para responder e criar conhecimento frente a uma sociedade que está em constante transformação. 
BIBLIOGRAFIAS;
CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA. Psicólogo Brasileiro - práticas emergentes para a formação. São Paulo: Ed. Casa do Psicólogo, 2006.
YAMAMOTO E GOUVEIA (orgs). Construindo a Psicologia Brasileira: desafios da ciência e prática psicológica. Ed Casa do Psicólogo, 2003.
BOMFIM, E. Psicologia Social, Psicologia do Esporte e Psicologia Jurídica. IN CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA. Psicólogo Brasileiro - práticas emergentes para a formação. São Paulo: Ed. Casa do Psicólogo, 2006.

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