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AULA COMPLETA DIA 28 OUTUBRO

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AULAS 28/10/2017
SUMÁRIO
1. Sentença Declaratória da falência
2. Natureza Jurídica
3. Sentença Denegatória da falência
4. Elementos Constitutivos da Sentença de Decretação da Falência
5. Termo legal art. 99, II 
6. Recurso art 100
7. Os efeitos da sentença de decretação da falência em relação ao Falido
8. Os efeitos da sentença de decretação da falência em relação aos bens do Falido
9. Os efeitos da sentença de decretação da falência em relação aos credores do Falido
10. Os efeitos da sentença de decretação da falência em relação aos contratos do Falido
11. Habilitação dos Créditos na Falência 
12. Arrecadação e Custódia dos bens da massa falida
13. Ações Incidentais
14. Ineficácia dos Atos realizados pelo Falido
15. Ação Revocatória
16. Pedido de Restituição: Procedimento
1. Sentença de Decretação da Falência.
CONCEITO
A sentença declaratória da falência não é declaratória, mas constitutiva, porque altera as relações entre os credores em concurso e a sociedade devedora falida, ao fazer incidir sobre elas as normas específicas do
direito falimentar.
2. Natureza Jurídica. CONSTITUTIVA
3. Sentença Denegatória da Falência
A denegação da falência pode ter dois diferentes fundamentos: a elisão do pedido pelo depósito ou o acolhimento da contestação da sociedade empresária devedora. No primeiro caso sucumbe a requerida, que reconhece de modo implícito a procedência do pedido; no segundo, sucumbe o requerente, cujo pleito não poderia ter sido atendido.
Denegação da falência pode ter dois diferentes fundamentos: 
• a elisão do pedido pelo depósito, com a sucumbência da devedora; 
• o acolhimento da contestação da sociedade empresária devedora, com a sucumbência do requerente.
Não há, no pedido de falência, a possibilidade de acolhimento parcial do pedido (ou a falência é decretada, porque presentes os seus pressupostos, ou denegada, por ausentes, não existe meio termo), e, desse modo, não cabe levantamento parcial do depósito em favor do credor
Contra a sentença que denega o pedido de falência pode ser interposto o recurso de apelação, no prazo e segundo o processo previsto no Código de Processo Civil. 15 dias.
4. Elementos Constitutivos da Sentença de Decretação da Falência
Elementos essenciais de qualquer sentença:
Art. 489 (CPC 2015): São elementos essenciais da sentença:
I - o relatório, que conterá os nomes das partes, a identificação do caso, com a causa do pedido e da contestação, e o registro das principais ocorrências havidas no andamento do processo; 
II - os fundamentos, em que o juiz analisará as questões de fato e de direito; 
III - o dispositivo, em que o juiz resolverá as questões principais que as partes lhe submeterem.
Têm a função de dar maior segurança ao prosseguimento do feito e delimitar, de forma mais precisa, as responsabilidades futuras.
LEI 11.101 DE 9 de fevereiro de 2005
CAPÍTULO V
DA FALÊNCIA
Seção IV
Do Procedimento para a Decretação da Falência 
Art. 99. A sentença que decretar a falência do devedor, dentre outras determinações:
I – conterá a síntese do pedido, a identificação do falido e os nomes dos que forem a esse tempo seus administradores;
II – fixará o termo legal da falência, sem poder retrotraí-lo por mais de 90 (noventa) dias contados do pedido de falência, do pedido de recuperação judicial ou do 1º (primeiro) protesto por falta de pagamento, excluindo-se, para esta finalidade, os protestos que tenham sido cancelados; 
III – ordenará ao falido que apresente, no prazo máximo de 5 (cinco) dias, relação nominal dos credores, indicando endereço, importância, natureza e classificação dos respectivos créditos, se esta já não se encontrar nos autos, sob pena de desobediência;
IV – explicitará o prazo para as habilitações de crédito, observado o disposto no § 1º do art. 7º desta Lei;
V – ordenará a suspensão de todas as ações ou execuções contra o falido, ressalvadas as hipóteses previstas nos §§ 1º e 2º do art. 6º desta Lei;
VI – proibirá a prática de qualquer ato de disposição ou oneração de bens do falido, submetendo-os preliminarmente à autorização judicial e do Comitê, se houver, ressalvados os bens cuja venda faça parte das atividades normais do devedor se autorizada a continuação provisória nos termos do inciso XI do caput deste artigo;
5. Termo legal
O termo legal da falência é o lapso temporal correspondente às vésperas da decretação da quebra que serve de referência para a auditoria que o administrador judicial deve realizar nos autos praticados pelos representantes legais da sociedade empresária falida.
(...) o termo legal da falência é aquele período dentro do qual determinados atos que oneram os bens do devedor são tidos como ineficazes, por se entender que foram praticados em prejuízo da massa.
LEI 11.101 DE 9 de fevereiro de 2005
CAPÍTULO II
DISPOSIÇÕES COMUNS À RECUPERAÇÃO JUDICIAL E À FALÊNCIA
Seção I Disposições Gerais
Art. 6º A decretação da falência ou o deferimento do processamento da recuperação judicial suspende o curso da prescrição e de todas as ações e execuções em face do devedor, inclusive aquelas dos credores particulares do sócio solidário.
§ 1º Terá prosseguimento no juízo no qual estiver se processando a ação que demandar quantia ilíquida.
§ 2º É permitido pleitear, perante o administrador judicial, habilitação, exclusão ou modificação de créditos derivados da relação de trabalho, mas as ações de natureza trabalhista, inclusive as impugnações a que se refere o art. 8º desta Lei, serão processadas perante a justiça especializada até a apuração do respectivo crédito, que será inscrito no quadro-geral de credores pelo valor determinado em sentença.
VII – determinará as diligências necessárias para salvaguardar os interesses das partes envolvidas, podendo ordenar a prisão preventiva do falido ou de seus administradores quando requerida com fundamento em provas da prática de crime definido nesta Lei;
VIII – ordenará ao Registro Público de Empresas que proceda à anotação da falência no registro do devedor, para que conste a expressão "Falido", a data da decretação da falência e a inabilitação de que trata o art. 102 desta Lei; 
IX – nomeará o administrador judicial, que desempenhará suas funções na forma do inciso III do caput do art. 22 desta Lei sem prejuízo do disposto na alínea a do inciso II do caput do art. 35 desta Lei.
X – determinará a expedição de ofícios aos órgãos e repartições públicas e outras entidades para que informem a existência de bens e direitos do falido; 
XI – pronunciar-se-á a respeito da continuação provisória das atividades do falido com o administrador judicial ou da lacração dos estabelecimentos, observado o disposto no art. 109 desta Lei; 
XII – determinará, quando entender conveniente, a convocação da assembleia-geral de credores para a constituição de Comitê de Credores, podendo ainda autorizar a manutenção do Comitê eventualmente em funcionamento na recuperação judicial quando da decretação da falência; 
XIII – ordenará a intimação do Ministério Público e a comunicação por carta às Fazendas Públicas Federal e de todos os Estados e Municípios em que o devedor tiver estabelecimento, para que tomem conhecimento da falência.
Parágrafo único. O juiz ordenará a publicação de edital contendo a íntegra da decisão que decreta a falência e a relação de credores.
OBS: Inciso VII: (...) a prisão aqui prevista é de natureza penal Inciso VIII: registro público = Junta Comercial + BOVESPA
(...) a sentença declaratória de falência deve ser publicada por edital. Isso quer dizer que não apenas o dispositivo da sentença, mas seu inteiro teor é transcrito no Diário Oficial.
6. Recurso. 
Art. 100 O sistema recursal do processo falimentar é diferente do preceituado pelo Código de Processo Civil. Em decorrência, contra a sentença declaratória da falência o recurso cabível não é a apelação, mas o agravo (necessariamente “por instrumento”)
AULA 11 7. Os efeitos da sentença de decretação da falência: Em relação aoFalido;
A sentença declaratória da falência inova a ordem jurídica criando novas situações jurídicas para o empresário falido. A falência não acarreta a sua incapacidade civil, mas gera restrições aos seus direitos, sobretudo nos direitos patrimoniais.
 
Desse modo, os principais efeitos da sentença declaratória da falência quanto à pessoa do falido estão relacionados à perda do direito de dispor e administrar os bens que compõem o seu patrimônio.
 
A sentença declaratória da falência gera também certas obrigações ao empresário falido. O art. 104 da Lei de Falências estabelece as seguintes obrigações ao empresário falido:
 
a) assinar nos autos o termo de comparecimento e as declarações a que alude o inciso I do referido dispositivo legal;
b) depositar em cartório os livros obrigatórios;
c) não se ausentar do lugar da falência, sem motivo justo e comunicação expressa ao juiz, deixando, para tanto, procurador devidamente constituído;
d) comparecer a todos os atos da falência, podendo ser representado por procurador, quando não for indispensável a sua presença;
e) entregar todos os bens, livros e documentos ao administrador judicial, indicando-lhe, para serem arrecadados, os bens de sua propriedade que porventura estejam em poder de terceiros;
f) prestar as informações sobre circunstâncias e fatos que interessem à falência quando reclamadas pelo Juiz, administrador judicial, representante do Ministério Público, ou credores;
g) auxiliar o administrador judicial com zelo e presteza;
h) examinar as habilitações de crédito apresentadas;
i) assistir ao levantamento, à verificação do balanço e ao exame dos livros;
j) apresentar, no prazo fixado pelo juiz, a relação de seus credores; e
k) examinar e dar parecer sobre as contas do síndico.
 
O empresário falido responderá por crime de desobediência sempre que faltar ao cumprimento de quaisquer dessas obrigações (Lei 11.101/05, art. 104, § único).
8. Os efeitos da sentença de decretação da falência: Em relação aos bens do Falido 
O ato de constrição dos bens do devedor, na execução concursal, é a arrecadação. Na falência, arrecadam-se todos os bens de propriedade da falida, mesmo que não se encontrem em sua posse, e todos os bens na posse dela, ainda que não sejam de sua propriedade. Estes últimos serão oportunamente restituídos aos seus proprietários.
Em relação aos Bens do Falido a arrecadação é formalizada nos autos do processo por um auto composto por: 
• termo de inventário
• laudo de avaliação elaborado e assinado pelo administrador, o representante legal e demais testemunhas do ato.
9. Os efeitos da sentença de decretação da falência: Em relação aos credores do Falido
Em relação aos Credores do Falido 
• formação da massa falida subjetiva 
• suspensão das ações individuais em curso contra a sociedade falida 
• suspensão da fluência dos juros 
• vencimento antecipado dos créditos
Em relação aos Credores do Falido 
A lei utiliza-se da expressão “massa falida” em dois sentidos diferentes: subjetivo e objetivo. A massa falida subjetiva compreende a comunhão dos interesses dos credores de uma sociedade empresária falida; a objetiva representa os bens arrecadados no processo falimentar
Em relação aos Credores do Falido Massa falida = sujeito de direito despersonalizado, pode apenas praticar atos compatíveis com as suas finalidades.
A instauração da falência importa a suspensão das execuções individuais em trâmite contra a sociedade falida, exceto as fiscais. Convém, de outro lado, que o juiz determine o prosseguimento das execuções com hasta já designada ou realizada.
Obs: Em relação aos Credores do Falido Código Tributário Nacional Art. 187. A cobrança judicial do crédito tributário não é sujeita a concurso de credores ou habilitação em falência, recuperação judicial, concordata, inventário ou arrolamento. (Redação dada pela Lcp nº 118, de 2005)
Equalização dos créditos: 
Se hoje é decretada a falência da sociedade, e um dos créditos é vencido já há 2 meses, o seu credor deve habilitá-lo pelo valor do título acrescido de juros correspondentes a 2 meses; se outro dos créditos venceria daqui a 2 meses, opera-se a antecipação, e o credor deve habilitá-lo pelo valor do título reduzido do equivalente a 2 meses de juros.
Obs: Tratamento paritário não significa dispensar a todos os credores iguais chances de recebimento de seu crédito na falência da sociedade devedora. Significa distingui-los segundo a natureza do crédito. O tratamento paritário não é igualitário, em suma. Por essa razão, os credores são hierarquizados: uns receberão seus créditos antes de outros, em atenção à ordem de classificação e preferência dispostas na lei.
10. Os efeitos da sentença de decretação da falência: Em relação aos contratos do Falido 
Os contratos bilaterais da falida que não tenham ainda sua execução iniciada por nenhuma das partes e os unilaterais serão rescindidos pelo administrador judicial autorizado pelo Comitê, se isso for do interesse da massa de credores (bilaterais), ou seja, se o cumprimento do contrato reduzir ou evitar o aumento do passivo ou revelar-se necessário à manutenção do ativo.
Nos contratos interempresariais, costuma constar do instrumento a expressa previsão de resolução na hipótese de falência de um ou qualquer dos contratantes. Se as partes pactuaram cláusula de resolução por falência, esta é válida e eficaz , não podendo os órgãos da falência desrespeitá-la
Ex: contrato unilateral Doação, patrocínio etc.
Ex: contrato bilateral Locação, conta corrente, Compra e venda, empréstimo, etc.
11. Habilitação dos Créditos na Falência. Art.7 §1º
A falência, sendo processo de execução concursal da sociedade empresária insolvável, abrange todos os credores da falida, sejam eles, civis ou comerciais.
Estão excluídos da falência os creditos derivados de:
a) créditos fiscais
b) a titulo gratuitos
c) os despendidos pelos credores para se habilitar na falência tais como honorários advocatícios.
d) creditos relacionados a multa contratual ou pena pecuniária cuja a constituição decorra da decretação da falência.
Excepcionado os creditos excluídos temos os demais credores que terão que se habilitar na falência, a lei denominada este período de verificação dos créditos, com inicio da publicação por edital da sentença de quebra, eventualmente acompanhada da relação de credores. Após a publicação abre um prazo de 15 dias para os credores impugnarem os creditos apresentados pelo adm. Judicial ou habitar seus creditos no processo de execução concursal. Art. 7, §1º da LF.
Os credores retardatários poderão Tb se habilitar na falência como creditos retardatário perdendo seus direitos na classificação dos créditos.
 12. Arrecadação e Custódia dos bens da massa falida. 
Art. 108 da LRF. O ato de constrição judicial dos bens do devedor, na execução concursal, é a arrecadação. Na falência, arrecadam-se todos os bens de propriedade da falida, mesmo que não se encontre em sua posse, e todos os bens na posse dela, ainda que NÃO SEJAM DE SUA PROPRIEDADE . Sendo que estes últimos serão devidamente restituídos aos seus legítimos donos.
13. Ações Incidentais. 
São ações propostas no decorrer do processo concursal na própria vara falimentar como, por exemplo, ação de restituição, ação revocatória etc.
14. Ineficácia dos Atos realizados pelo Falido (este artigo é taxativo)
Atos Ineficazes
Também dentro do termo legal, serão investigados atos que contribuíram para que o falido chegasse nesse patamar financeiro, mas sem importar se houve qualquer intento fraudulento na sua prática. O que importa é que a adoção da medida tenha gerado diminuição no patrimônio do falido e isso gerou uma diminuição do montante da massa falida. 
Trata-se dos atos ineficazes, previstos no art. 129, quais sejam: 
Art. 129. São ineficazes em relação à massa falida, tenha ou não o contratante conhecimento do estado de crise econômico-financeira do devedor; seja ou não intenção deste fraudar credores:1- o pagamento de dívidas não vencidas realizado pelo devedor dentro do termo legal, por qualquer meio extintivo do direito de crédito, ainda que pelo desconto do próprio título; 
lI - o pagamento de dívidas vencidas e exigíveis realizado dentro do termo legal, por qualquer forma que não seja a prevista pelo contrato; 
IlI - a constituição de direito real de garantia, inclusive a retenção, dentro do termo legal, tratando-se de dívida contraída anteriormente; se os bens dados em hipoteca forem objeto de outras posteriores, a massa falida receberá a parte que devia caber ao credor da hipoteca revogada; 
IV - a prática de atos a título gratuito, desde 2 (dois) anos antes da decretação da falência; 
V - a renúncia à herança ou a legado, até 2 (dois) anos antes da decretação da falência; 
VI - a venda ou transferência de estabelecimento feita sem o consentimento expresso ou o pagamento de todos os credores, a esse tempo existentes, não tendo restado ao devedor bens suficientes para solver o seu passivo, salvo se, no prazo de 30 (trinta) dias, não houver oposição dos credores, após serem devidamente notificados, judicialmente ou pelo oficial do registro de títulos e documentos; 
VII - os registros de direitos reais e de transferência de propriedade entre vivos, por título oneroso ou gratuito, ou a averbação relativa a imóveis realizados após a decretação da falência, salvo se tiver havido prenotação anterior. 
O caput deixa expresso que nos atos ineficazes não há nenhuma necessidade de se perquirir intenção e nem mesmo conluiu fraudulento, o que diferencia essa situação dos atos revogáveis que veremos a seguir.
Observa-se que no rol taxativo do art. 129 são elencadas situações que diminuíram a capacidade financeira do empresário ou da sociedade empresária, o que acabou por refletir no ativo da massa falida, vindo a gerar prejuízo aos credores. Como foram praticados os atos dentro do termo legal, eles serão considerados ineficazes. Chama-se a atenção para as hipóteses dos incisos IV e V que o tempo será diferente do termo legal da falência. Este não pode ser superior a 90 dias antes da decretação da falência, enquanto nessas duas situações específicas, os atos serão ineficazes se tiverem sido praticados em até dois anos antes da sentença que decreta a falência. 
Se são ineficazes significa que não produziram qualquer efeito e devem ser considerados como se nunca tivessem ocorrido. Não é necessário propositura de ação, sendo que o parágrafo único do art. 129 determina que a "ineficácia poderá ser declarada de ofício pelo juiz, alegada em defesa ou pleiteada mediante ação própria ou incidentalmente no curso do processo."
Os atos são considerados ineficazes de pleno direito e os efeitos de tal ineficácia serão desde a sua realização. O juiz pode reconhecer de ofício, mas se for necessário, o interessado poderá propor ação para efetivar o desfazimento de qualquer situação que tenha se derivado do ato ineficaz. 
Por exemplo, imaginemos que um empresário, 40 dias antes de ter sua falência decretada, transfira estabelecimento sem o consentimento dos credores e sem ter permanecido com bens para solver o passivo, este ato é ineficaz, sendo considerado para todos os fins de direito como inexistente, o que significa dizer será considerado que o estabelecimento não deixou de pertencer ao empresário. Ocorre que o adquirente se recusa e entregar o complexo de bens e, nesse caso o terceiro interessado terá que propor ação para o juiz reconhecer a ineficácia o ordenar a entrega do patrimônio.
 
15. Ação Revocatória 
O falido, não necessariamente, agiu culposamente para que a atividade tenha falido. Porém, haverá algumas situações que se consegue comprovar que alguns atos praticados por ele em período próximo à decretação de falência podem sim ter sido praticados de maneira intencional, com intuito de prejudicar aos credores e tendo relação com a infelicidade da quebra. 
Na sentença que decreta a falência, preconiza o art. 99 da lei que o juiz deverá estipular o termo legal, "sem poder retrotraí-lo por mais de 90 (noventa) dias contados do pedido de falência, pedido de recuperação ou primeiro protesto valido". Esse termo é a data a partir da qual serão investigados os atos e, em se provando que são atos prejudiciais, poderão ser revogados. 
A revogação irá exigir uma investigação no contexto subjetivo das partes envolvidas no negócio que apresenta características fraudulentas. Assim, terá que ficar comprovado o requisito subjetivo que é o concilium fraudis, a intenção de fraudar e o requisito objetivo que é o efetivo prejuízo para a massa falida, causando prejuízo consequente aos credores. 
Para se realizar tal investigação deverá ser proposta uma ação própria, que recebe o nome de ação revocatória, que terá como legitimados ativos o administrador judicial, qualquer credor ou o Ministério Público. A previsão de tais legitimados encontra-se no art. 132 da Lei 11.101/05 que também estipula um prazo de 3 anos a contar da decretação da falência para que a ação seja proposta.
Como legitimados passivos da ação revocatória, o art. 133 preconiza que a ação poderá ser proposta: 
I- contra todos os que figuraram no ato ou que por efeito dele foram pagos, garantidos ou beneficiados;
lI - contra os terceiros adquirentes, se tiveram conhecimento, ao se criar o direito, da intenção do devedor de prejudicar os credores; 
IlI - contra os herdeiros ou legatários das pessoas indicadas nos incisos I e lI do caput deste artigo. 
Tais legitimados passivos são aqueles que podem ter contribuído para o ato fraudulento e que irão sofrer os efeitos da sentença, por isso, deverão ter a oportunidade de se defenderem. 
A ação deverá ser proposta no juízo da falência e irá seguir o procedimento ordinário do Código de Processo Civil, de acordo com o art. 134 da lei de falência. Se o pedido da ação revocatória for julgado procedente, a sentença irá determinar o retorno do bem à massa falida em espécie, com todos os acessórios, acrescido de perdas e danos, que poderá ser provido pelo juiz inclusive de ofício. Tudo isso no interesse maior do procedimento de falência que é evitar no máximo possível o prejuízo dos credores. Ressalta-se que há que ser efetivamente comprovada a má-fé do ato e o prejuízo dos credores para se falar na revogação. A simples negociação que tenha ocorrido em momento prévio à falência não é suficiente para embasar a ação revocatória.
16. Pedido de Restituição: Procedimento
Como na arrecadação de bens do devedor no processo de falência, serão arrecadados todos os bens que estiverem na posse do falido, inclusive bens que não lhe pertence, para definir o ativo, e deverá ser feita a restituição aos proprietários. 
São exemplos de bens que são restituíveis os bens dos quais o falido era locatário, depositário ou comodatário. Se o bem estiver na posse do falido por alienação fiduciária ou arrendamento mercantil, também caberá restituição, pois os credores têm a posse indireta do bem e a propriedade resolúvel, no primeiro caso, e a propriedade direta, no segundo caso. 
A lei irá tratar do pedido de restituição que os verdadeiros proprietários dos bens que foram arrecadados deverão fazer. O art. 85 preconiza que: "O proprietário de bem arrecadado no processo de falência ou que se encontre em poder do devedor na data da decretação da falência poderá pedir sua restituição."
O art. 86 dispõe de situações em que a restituição deverá ser feita em dinheiro se a coisa não mais existir, se se tratar de adiantamento de contrato de câmbio ou se se referir a valores entregues ao devedor pelo contratante de boa-fé na hipótese de revogação ou ineficácia do contrato.

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