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AULAS 14 E 15

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AULAS 14/15 E 16
1.Pagamento do Passivo na Falência. ART. 149
2.Restituições. ART. 85
3.Créditos Extraconcursais. ART. 84
4.Preferência dos Créditos Concursais. ART. 83
5.Encerramento da Falência. ART 154
6.Extinção das Obrigações ART. 158
7.Reabilitação da atividade empresarial. ART. 160
8.Crimes Falimentares. ART. 167
9.Conceito. Características.
10.Atuação do Ministério Público. 
1. PAGAMENTO DO PASSIVO NA FALÊNCIA
O dinheiro resultante da realização do ativo deverá ser depositado pelo administrador judicial, em 24 horas, em instituição financeira, obedecidas as normas da Corregedoria Geral de Justiça de cada Estado. Enquanto não iniciado o pagamento, o dinheiro depositado deve ser aplicado em algum tipo de investimento financeiro para a preservação de seu valor frente à inflação.
Com o dinheiro em caixa, o administrador pode começar a fazer os pagamentos, através de uma de duas formas, de acordo com a escolha do juiz:
• Cheques nominativos
• Mandados de levantamento do juiz
Os pagamentos, na falência, serão feitos pelo administrador judicial com observância da ordem legal, que distingue os credores em espécies e classes. 
 
As espécies de credores são quatro: 
a) credores da massa CRÉDITOS CONSTITUÍDOS APÓS A FALÊNCIA
b) restituições em dinheiro PARA BENS QUE NÃO PERTENCEM A MASSA
c) credores da falida CRÉDITOS VENCIDOS OU VINCENDOS CONSTITUIDOS ANTES DA FALÊNCIA
d) sócios ou acionistas ULTIMOS A RECEBER NA FALÊNCIA TB CRÉDORES SUBORDINADOS
São duas as espécies de créditos extraconcursais:
 • os relacionados à administração da falência
• as restituições em dinheiro
2. RESTITUIÇÃO – ART 85
 
 Os pedidos de restituições devem ser atendidos em dinheiro quando têm por objeto bem dessa natureza (contribuição do empregado para o INSS, adiantamento com base num contrato de câmbio, compensação de contratante de boa fé pelos prejuízos derivados da declaração de ineficácia de ato da falida etc.) ou se o bem (sic), após a arrecadação, foi roubado, furtado ou perdido.
3. CRÉDITOS EXTRACONCURSAIS – ART. 84
As despesas com a administração da falência, inclusive a remuneração do administrador judicial, são créditos extraconcursais no sentido de que devem ser satisfeitos antes do pagamento dos credores da sociedade falida como se observa no art. 83 da LRF.
4. PREFERENCIA DOS CRÉDITOS CONCURSAIS ART 83
A ordem de classificação dos credores da falida distingue essa espécie em oito classes:
A. Empregados e equiparados
Entre os credores da falida, o primeiro pagamento deve beneficiar, em rateio, os titulares de direito à indenização por acidente de trabalho causado por culpa ou dolo do empregador (esse crédito não se confunde com o benefício, devido pelo INSS, em razão do mesmo acidente), de créditos trabalhistas e os equiparados (representante comercial autônomo e a Caixa Econômica Federal pelo crédito do FGTS). A lei estabelece um limite de valor ao definir os créditos dessa classe. O limite é 150 salários mínimos por credor. (...) aquele que possui crédito maior que o teto indicado participa do concurso em duas classes: pelo valor de 150 salários mínimos na dos empregados e equiparados, e pelo que exceder, na dos quirografários. Outra medida de amparo do pequeno assalariado adotada pela lei é a antecipação de parte do crédito titulado. Art. 151. Os créditos trabalhistas de natureza estritamente salarial vencidos nos 3 (três) meses anteriores à decretação da falência, até o limite de 5 (cinco) salários mínimos por trabalhador, serão pagos tão logo haja disponibilidade em caixa.
 
B. Credores com garantia real
Os titulares de garantia real integram a categoria dos credores não sujeitos a rateio. Têm o seu direito creditício atendido com o produto da venda de certos bens sobre os quais recai a garantia real (ou o privilégio especial). A garantia real decorre de ato de vontade das partes. 
O Código Civil brasileiro contempla as seguintes modalidades de garantia: 
• o penhor (CC, art. 1.419) 
• a hipoteca (CC, art. 1.419) 
• a anticrese (CC, art. 1.419) 
• a alienação fiduciária (CC, art. 1.361)
C. Fisco
Na classe dos créditos públicos, encontram-se duas categorias: fiscais e parafiscais. A primeira compreende todos os direitos titularizados pelo Poder Público inscritos na dívida ativa. São créditos tributários (impostos, taxas e contribuições) ou não tributários (obrigações contratuais ou extracontratuais). Na categoria dos créditos
parafiscais estão os de entidades privadas que prestam serviços de interesse social (Sesc, Senai etc.). 
Existem 3 subclasses dos credores públicos: 
1. Créditos à União e suas autarquias (ex. impostos e taxas federais, contribuição devida pela falida à Seguridade Social e anuidades cobradas por órgão profissional) e os créditos parafiscais (Sesc, Sesi, PIS etc.)
2. Créditos aos Estados, DF, Territórios e autarquias 
3. Créditos aos Municípios e suas autarquias
O crédito fiscal goza da garantia de não participar de concurso de credores. Assim, a execução fiscal ajuizada antes da decretação da falência não se suspende, nem se encontra o fisco inibido de promovê-la mesmo após a quebra da devedora. Em decorrência, dependendo da tramitação dos feitos, pode ocorrer de o credor público ter o seu direito atendido antes dos trabalhistas e equiparados.
Penas pecuniárias por infração administrativa ou desrespeito à lei penal impostas por autoridade federal, estadual ou municipal, inclusive as multas tributárias são classificadas como crédito subquirografário.
D. Credores com privilégio especial
Os credores com privilégio especial integram a categoria dos credores não sujeitos a rateio. Têm o seu direito creditício atendido com o produto da venda de certos bens sobre os quais recai o privilégio especial. Na classe dos credores com privilégio especial, o crédito será satisfeito preferencialmente com o produto da venda
de determinados bens da sociedade falida. O saldo eventualmente não coberto por esse produto é reclassificado como quirografário. 
São exemplos de credores dessa classe: 
• Credor por benfeitorias necessárias ou úteis sobre a coisa beneficiada (CC, art. 964, III)
• O autor da obra, pelos direitos do contrato de edição, sobre os exemplares desta, na falência da sociedade editora (CC, art. 964, VII)
• Os credores titulares de direito de retenção sobre a coisa retida, como, por exemplo, os armazéns gerais
• Os subscritores ou candidatos à aquisição de unidade condominial sobre as quantias pagas ao incorporador falido
• aqueles em favor dos microempreendedores individuais e das microempresas e empresas de pequeno porte * LC 147/2014
• entre outros.
 
E. Credores com privilégio geral
• Debenturistas com debêntures flutuantes 
 • Advogado (na falência de sociedade cliente ou sucumbente)
F. Quirografários
São exemplos: 
• Credores por títulos de crédito 
• Debenturistas sem garantia 
• Credores por obrigação extracontratual, como indenização por ato ilícito 
• Reclassificações de créditos não sujeitos a rateio 
• Créditos públicos não inscritos na dívida ativa
 São exemplos Subquirografários
• Titulares de crédito por ato ilícito (São os titulares de crédito derivados de multas contratuais e penas pecuniárias por
infração à lei penal ou administrativa).
• Credores subordinados
G. Titulares de crédito derivados de multas contratuais e penas pecuniárias
H. Credores subordinados 
• Debenturistas titulares de debêntures subordinadas 
• Diretores ou administradores da sociedade falida sem vínculo empregatício 
• Os sócios ou acionistas da sociedade falida, por créditos de qualquer natureza
5. ENCERRAMENTO DA FALÊNCIA
Após fazer o último pagamento, o administrador judicial deve apresentar sua prestação de contas, em até 30 dias.
Processadas e julgadas as contas, ele tem 10 dias para submeter ao juiz seu relatório final, onde informará o valor do ativo e o do produto de sua realização, bem como o do passivo e o dos pagamentos feitos aos credores. Informará,também, o saldo não pago dos créditos admitidos.
Ao receber o relatório final do administrador, não havendo nenhuma outra pendência, o juiz profere a sentença de encerramento da falência. Contra essa decisão terminativa do processo falimentar cabe apelação.
 
6. EXTINÇÃO DAS OBRIGAÇOES DO FALIDO
A extinção das obrigações ocorre quando: 
• todos os créditos são pagos. 
• é feito o rateio de mais de 50% do passivo (quirografários), após a realização de todo o ativo, sendo facultado o depósito da quantia necessária para atingir essa percentagem. 
• há o decurso do prazo de 5 anos após o encerramento da falência se o falido não foi condenado por crime falimentar e ainda quando: 
• há o decurso do prazo de 10 anos após o encerramento da falência se houve condenação penal do falido. 
• acontece a prescrição de todas as obrigações anteriormente ao decurso dos prazos decadenciais de 5 ou 10 anos.
7. REABILITAÇÃO DA ATIVIDADE EMPRESARIAL
O falido que deseja voltar a exercer atividade econômica deve requerer ao juiz da falência a reabilitação civil, mediante sentença declarando a extinção das obrigações. Se foi também condenado pela prática de crime falimentar, deverá ainda obter a reabilitação penal. O requerimento de declaração de extinção das obrigações deve ser apresentado pelo falido, acompanhado da prova de quitação de todos os tributos por ele devidos e será publicado por edital, no órgão oficial e em jornal de grande circulação, com prazo de 30 dias para possibilitar a oposição dos credores. A decisão judicial que declara a extinção das obrigações é publicada e comunicada aos mesmos agente e órgãos públicos que receberam a sentença declaratória da falência.
OBS: O pressuposto da reabilitação penal é o transcurso do prazo de 2 anos, contados do término do cumprimento da pena, prazo que vigora desde a reforma da Parte Geral ocorrida em 1984. A petição da reabilitação será dirigida ao juiz que proferiu a condenação penal, que decidirá após a oitiva do representante do Ministério Público.
8. CRIMES FALIMENTARES
 
Os “crimes falimentares” estão dispostos na Lei 11.101/2005 no Capítulo VII, sob o título “Disposições penais”, na
seção “Crimes em espécie”.
9. CONCEITO E CARACTERÍSTICAS
Os crimes falimentares são aqueles tipificados nos artigos 168 a 178 da Lei de Falencias (Lei n.º 11.101/05), classificados como crimes dolosos muito embora não possuam definição específica no ordenamento jurídico brasileiro.
São, portanto, crimes falimentares: fraude a credores; violação de sigilo empresarial; divulgação de informações falsas; indução a erro; favorecimento de credores; desvio, ocultação ou apropriação de bens; aquisição, recebimento ou uso ilegal de bens; habilitação ilegal de crédito; exercício ilegal de atividade; violação de impedimento; e omissão dos documentos contábeis. 
Pressupõe: 
• um devedor empresário ou sociedade empresária, 
• uma sentença declaratória de falência ou concessiva de recuperação judicial ou extrajudicial e
• a ocorrência dos atos e fatos enumerados nos artigos 168 a 178. 
• Fraude a credores – art. 168 
• Violação de sigilo empresarial – art. 169
• Divulgação de informações falsas – art. 170
• Indução a erro – art. 171
• Favorecimento de credores – art. 172
• Desvio, ocultação ou apropriação de bens – art. 173
• Aquisição, recebimento ou uso ilegal de bens – art. 174
• Habilitação ilegal de crédito – art. 175
• Exercício ilegal de atividade – art. 176
• Violação de impedimento – art. 177
• Omissão dos documentos contábeis obrigatórios – art. 178
Art. 180. A sentença que decreta a falência, concede a recuperação judicial ou concede a recuperação
extrajudicial de que trata o art. 163 desta Lei é condição objetiva de punibilidade das infrações penais descritas nesta Lei.
Art. 181. São efeitos da condenação por crime previsto nesta Lei:
I – a inabilitação para o exercício de atividade empresarial;
II – o impedimento para o exercício de cargo ou função em conselho de administração, diretoria ou gerência das sociedades sujeitas a esta Lei;
III – a impossibilidade de gerir empresa por mandato ou por gestão de negócio.
10. ATUAÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO
Art. 187. Intimado da sentença que decreta a falência ou concede a recuperação judicial, o
Ministério Público, verificando a ocorrência de qualquer crime previsto nesta Lei, promoverá
imediatamente a competente ação penal ou, se entender necessário, requisitará a abertura de
inquérito policial.

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